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Organização social

A antiga China imperial estava socialmente organizada por uma hierarquia rígida. Acima de
todos, estava o imperador. O imperador era um escolhido divino, com direitos e garantias que
não eram extensíveis aos homens – somente a ele.

Abaixo dele, estavam os nobres, em geral grandes proprietários de terras, que tinham à sua
disposição grupos armados – muito similares, já na época, ao que os senhores feudais seriam
durante a Idade Média no Ocidente. Das famílias nobres, saíam os altos funcionários imperiais,
como os coletores de impostos, os chefes de polícia e os mandarins (altos funcionários
públicos, conselheiros de estado).

Algumas profissões e profissionais – entre eles comerciantes, curandeiros e médicos,


funcionários públicos de baixa patente – constituíam algo próximo do que seria uma “classe
média antiga”. E, na base da sociedade chinesa, também como ocorreria no feudalismo
ocidental, estavam os camponeses, que cultivavam as terras das famílias nobres em troca de
parte das colheitas.

Os camponeses eram servos das famílias tradicionais e podiam ser convocados também por
elas, ou mesmo a mando do imperador, para a realização de obras e trabalhos públicos em
grande escala, como a construção de barragens, canais e edifícios diversos. Além disso, aldeias
geralmente tinham de ceder alguns dos filhos para compor os exércitos dos senhores nobres.

Religião

As duas principais correntes religiosas chinesas, o taoísmo e o confucionismo, estavam ligadas


à filosofia. O pragmatismo dessas religiões explica o grande avanço pelo qual os chineses
passaram até quase o fim da Idade Média ocidental.

O taoísmo foi organizado por meio das obras do filósofo Lao-Tsé, que significa Velho Mestre, e
seus valores são: compaixão, respeito à natureza, valorização de um modo de vida simples e
aceitação da transitoriedade da vida.

O taoísmo crê na concepção de que o universo é controlado por duas forças opostas e
complementares: yin (que simboliza a passividade, a noite, o frio e o feminino) e yang (que
simboliza a atividade, o dia, o calor e o masculino), que formariam uma unidade equilibrada
conhecida como tao. O taoísmo, por sua ligação com a natureza e simplicidade de conceitos,
atraía muitos camponeses e trabalhadores.

Já o confucionismo origina-se das ideias do filósofo Confúcio (551 a.C. a 479 a.C.), e seus
valores são: humanidade (ren), senso de justiça (yi), ritual (li), conhecimento (zhi) e integridade
(xin), aliados ao respeito, à tolerância e ao culto aos antepassados.

Embora frases e citações de Confúcio sejam famosas no campo motivacional nos dias de hoje,
seus ensinamentos levaram na China Antiga a um complexo sistema de culto e organização
social, buscando o autoconhecimento e o aprimoramento pessoa.

O respeito aos superiores, aos pais e antepassados, o respeito dos servos pelos senhores e de
todos pelo imperador. O respeito e obediência eram eixos centrais no confucionismo, bem
como valores de união, tradição e família.
Economia

O comércio foi uma intensa atividade econômica para os chineses. Primeiramente, praticava-se
o escambo, que é a troca direta de mercadorias sem o uso de moedas. Posteriormente, em
locais e épocas diferentes, moedas, barras e peças de ouro e bronze começaram a ser usadas
nas relações comerciais.

Arquitetura

O sistema de construção se perpetua por mais de 4 mil anos, sofrendo poucas alterações.
Mesmo com os territórios chineses passando por diversas influências militares, espirituais e
intelectuais, os princípios arquitetônicos pouco foram alterados.

O período em que mais ocorreram mudanças nas edificações chinesas foi no século XX. Nessa
época, representantes do governo começaram a enviar arquitetos para estudar no ocidente e
aprender sobre a arquitetura moderna.

Assim, os traços tradicionais da arquitetura chinesa começaram a se fundir com as


necessidades do mundo contemporâneo. As obras passaram a ser feitas mais rapidamente,
muito por conta do desenvolvimento dos grandes centros urbanos.

Os edifícios passaram a ter mais andares do que apenas três níveis, como é comum na
arquitetura tradicional chinesa.

Apesar disso, nas cidades rurais ou pequenas, as construções tradicionais ainda são muito
comuns. É difícil encontrar grandes prédios nesses locais, por exemplo.

Princípios arquitetônicos

Simetria bilateral

Uma das principais características da arquitetura chinesa é a simetria bilateral. Isso pode ser
observado desde grandes complexos até fazendas mais humildes.

Dessa maneira, os elementos secundários são sempre posicionados de modo que fiquem ao
lado das estruturas principais.

Os edifícios têm um número par de colunas e uma estrutura que os deixa com um número
ímpar de baias. Há ainda uma porta principal, para que a simetria seja mantida.

Pátios

É bem comum que as edificações tenham grandes pátios abertos em sua volta. Além disso,
podem ser construídos siheyuans, que são espaços vazios cercados por prédios conectados uns
aos outros.
As siheyuans são encontradas em toda a China, principalmente em Pequim e nas zonas rurais
do país. Até hoje ainda existem famílias que habitam nesse tipo de residência histórica e
tradicional.

Ênfase horizontal

Os edifícios chineses mais clássicos, principalmente os que são feitos para pessoas com grande
poder aquisitivo, são construídos com maior ênfase na largura e menor na altura.

É formada, assim, uma plataforma pesada e fechada, com um grande telhado que flutua sobre
as bases.

Essa característica destoa muito da arquitetura ocidental, em que a tendência é dar ênfase
para a verticalidade das edificações.

Hierarquia

A arquitetura chinesa trabalha com um sistema hierárquico.

Entende-se que os edifícios com portas voltadas para a parte da frente da propriedade são
mais importantes do que aqueles em que as aberturas estão para os lados.

Os chineses também priorizam que os edifícios voltados para o sul na parte traseira e com
melhor exposição à luz do sol sejam reservados aos membros mais velhos das famílias.

Já as casas que ficam ao leste e oeste, consideradas menos nobres, são ocupadas pelas pessoas
mais jovens.

Na cultura chinesa, a velhice é muito valorizada; por isso, as edificações nobres devem ser
ocupadas pelos mais velhos.

Exemplares da arquitetura chinesa

Agora que você já sabe um pouco mais sobre a arquitetura chinesa, deve estar curioso para
conhecer alguns exemplares, não é mesmo?

Veja, a seguir, exemplos da aplicação desse estilo arquitetônico na própria China e também em
outras partes do mundo.

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