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HISTÓRIA GERAL

E DO BRASIL
UNIDADE DIDÁTICA III

Sociedade e Guerra: a primeira metade do Século XX.

Assuntos:

1. O mundo em armas.

2. A Era Vargas.
LEITURA PRELIMINAR

Capítulos 4
HISTÓRIA CONCISA DO BRASIL
NOTAS ADMINISTRATIVAS

-O aluno deverá discorrer sobre os fatos inerentes a leitura


preliminar; podendo, inclusive, ser solicitado a produzir
um trabalho escrito sintético sobre o conteúdo apresentado.
-A técnica prevista conforme o Manual do Instrutor será:
discussão dirigida.
-Questionário preparatório estará disponível na internet a
partir de: X de XXX 2012.
-Como subsídio ao aluno é aconselhável rever conteúdos do
colegial, como: A Era Vargas e a participação do Brasil na
Segunda Guerra Mundial.
COMPETÊNCIAS TRABALHADAS
ELEMENTOS DE COMPETÊNCIAS FUNCIONAIS
-Conhecer os crimes militares mais comuns.
-Conhecer a História Militar e a relevância do Exército e seus integrantes nos
acontecimentos históricos do Brasil.
-Conhecer os diversos patronos do Exército e seus feitos históricos.
-Identificar a importância do amor a Pátria.

COMPETÊNCIAS INTRA / INTERPESSOAIS


-Defender e difundir os valores e crenças da Instituição e preservar os bens
patrimoniais.
-Argumentar com idéias fundamentadas nos saberes profissionais e de acordo com
as conjunturas.

ELEMENTOS DE COMPETÊNCIAS COGNITIVAS DA DISICIPLINA


- Descrever os eventos históricos relacionados.
- Comparar o contexto sócio – político de diferentes épocas.
- Idf os significados históricos – geográficos das relações de poder entre as nações.
QUESTIONÁRIO

Sobre o tema, responda o que se pede:


1. Descreva o contexto histórico.
2. Quais os fatos ocorridos?
3. Quais os personagens envolvidos?
4. Que antecedentes provocaram (produziram) o ocorrido?
5. Qual o desfecho de tal evento histórico?
6. Quais reflexos imediatos para cada uma das partes
envolvidas?
7. Quais os reflexos a longo prazo?
ANTECEDENTES
Desde a proclamação da república até o ano de 1930
vigorava no Brasil a República Velha.
Caracterizada por ser dominada pela oligarquia
cafeeira e leiteira, conhecida pela aliança política
"café com leite" (São Paulo e Minas Gerais).
A elite cafeeira e leiteira revezavam a presidência do
Brasil, movida pelos seus interesses políticos e
CRISE DE 1929 econômicos.
JÚLIO PRESTES
Os fatos que marcaram a República Velha foram a
sustentação da economia centrada no café, o
saneamento e a reurbanização do Rio de Janeiro, as
primeiras greves operárias, as novas imigrações de
europeus e japoneses, revoltas como a revolta da
Chibata, a revolta do Contestado e a Guerra de
Canudos e a construção de estradas de ferro, usinas
hidrelétricas e redes telegráficas.
ANTECEDENTES

A Revolução de 1930
Em 1930, como a Oligarquia Paulista desejava
permanecer no poder, o Presidente da República,
Washington Luís, rompeu a Política do Café com Leite
e indicou Júlio Prestes. A Oligarquia Mineira reagiu e
aliou-se a outras oligarquias formando a Aliança
Liberal, cujos candidatos a presidente e vice-presidente
eram Getúlio Vargas e João Pessoa.
WASHINGTON Entretanto, a Aliança Liberal, perdeu as eleições.
LUIS Mais tarde ocorreu o assassinato de João Pessoa, por
João Dantas, gerando manifestações que terminaram
com a deposição de Washington Luís pelos ministros
militares, que entregaram o poder a Getúlio Vargas
chefe civil da Revolução de 1930.

O ASSASSINATO DE JOÃO PESSOA DESENCADEIA


O PROCESSO REVOLUCIONÁRIO.
QUESTIONÁRIO

Sobre o tema, responda o que se pede:


1. Descreva o contexto histórico.
2. Quais os fatos ocorridos?
3. Quais os personagens envolvidos?
4. Que antecedentes provocaram (produziram) o ocorrido?
5. Qual o desfecho de tal evento histórico?
6. Quais reflexos imediatos para cada uma das partes
envolvidas?
7. Quais os reflexos a longo prazo?
GOVERNO PROVISÓRIO
1930-1934
MINISTÉRIO DE WASHINGTON LUIS
GETÚLIO VARGAS
Vargas assumiu o governo
provisoriamente, prometendo realizar
eleições para uma Assembléia
Nacional Constituinte, o que não
ocorreu. COMEMORAÇÃO EM
SÃO PAULO 1930

Além disso, para controlar melhor os


estados e diminuir o poder das
oligarquias, Vargas nomeou vários
interventores para os governos
estaduais, o que desagradou
profundamente aos poderes locais,
principalmente em São Paulo.
GOVERNO PROVISÓRIO
1930-1934
Além de nomear interventores, Vargas tomou as
seguintes medidas:
-Criação do Ministério da Educação e Saúde
Pública.
-Dissolução de todo o legislativo, governando por
Decretos Leis.
-Nomeação de Juarez Távora para Ministro da
Viação (transportes).
-Criação do Ministério do Trabalho, ocupado por
Lindolfo Collor.
-Criação das Juntas de Conciliação e Julgamento,
embrião da Justiça Trabalhista. GETÚLIO VARGAS
-Redução da entrada de imigrantes no Brasil. REVOLUÇÃO DE
-Criação do Conselho Nacional do Café, com 1930
suspensão do plantio por 3 anos.
-Criação do Código de Águas e Minas, para melhor
aproveitamento dos recursos energéticos
brasileiros.
GOVERNO PROVISÓRIO
1930-1934
A REVOLUÇÃO
CONSTITUCIONALISTA DE
1932

Vargas nomeou para São Paulo um


interventor, o Tenente pernambucano João
Alberto.
Tal fato desagradou profundamente a
oligarquia paulista, principal derrotada na
Revolução de 1930, que desejava um JOÃO ALBERTO
interventor civil e paulista.
Tal fato levou à primeira baixa na
coligação vitoriosa de 1930.
Pressionado pela oligarquia e pela classe
média paulistas, Vargas optou por
destituir João Alberto e mais tarde,
nomeou o civil e paulista Pedro de PEDRO DE
Toledo. TOLEDO
O TEU CABELO NÃO NEGA
LAMARTINE BABO E IRMÃOS VALENÇA
O teu cabelo não nega Quando meu bem
Mulata Vieste à terra
Porque és mulata na cor Portugal declarou guerra
Mas como a cor não pega A concorrência então foi colossal
Mulata Vasco da Gama contra um
Mulata quero o teu amor Batalhão Naval
Tens um sabor
Bem do Brasil
Tens a alma cor de anil
Mulata, mulatinha, meu amor
Fui nomeado teu tenente interventor

Quem te inventou
Meu pancadão
Teve uma consagração
A lua te invejando fez careta
Porque mulata, tu não és deste planeta
LAMARTINE BABO
GOVERNO PROVISÓRIO
1930-1934
Entretanto, os paulistas, que desejavam uma Constituição para diminuir
os poderes de Vargas, passaram a exigir eleições para uma Assembléia
Constituinte. Vargas protelou a convocação de eleições até março de
1932. Nesta época, vários protestos e comícios ocorreram na capital
paulista, com os manifestantes enfrentando a Força Pública. Durante um
destes conflitos quatro estudantes (Martins, Miragaia, Dráusio e
Camargo) acabaram morrendo, levando os manifestantes a organizar um
movimento intitulado M.M.D.C. em prol da constitucionalização do país.

Miragaia - Dráusio - Camargo - Martins CARTAZES - MMDC


GOVERNO PROVISÓRIO
1930-1934
No dia 9 de julho de 1932 foi deflagrada a
Revolução Constitucionalista, liderada pelo General
Isidoro Dias Lopes.
Os paulistas contavam com um tímido apoio de
Mato Grosso.
Entusiasmados, os paulistas criaram batalhões e
recrutaram jovens estudantes, chegando a 50.000
homens. TRINCHEIRA PAULISTA

GEN ISIDORO DIAS LOPES


Possuíam cerca de 40 mil fuzis e
metralhadoras. Estabeleceram-se
contatos com os EUA para compra de
armamentos, entretanto, os navios
foram interceptados e o carregamento
apreendido.
GOVERNO PROVISÓRIO
1930-1934
Os paulistas estabeleceram-se em 4
frentes de batalha:
1. 2ª Divisão de Infantaria, comando de
Euclides Figueiredo. Área de atuação:
Vale do Paraíba, objetivando um avanço
para o Rio de Janeiro.
2. Força Pública Paulista. Área de
atuação: Frente Mineira (Bragança
Paulista a Guaxupé).
CEL EUCLIDES
FIGUEIREDO
3. Frente Paranaense, comando dos
Coronéis Pedro Dias e Brasílio Taborda.
Área de atuação: fronteira com o Paraná,
partindo do litoral, em direção ao norte, indo
até Itararé.
4. Frente Costeira, principal área de atuação:
Santos.
GOVERNO PROVISÓRIO
1930-1934
A reação de Vargas não demorou.
Houve um bloqueio naval do porto de
Santos e tropas comandadas pelo Gen
Góis Monteiro avançaram em direção
ao Vale do Paraíba.

BLINDADO PAULISTA
TREM BLINDADO PAULISTA

Ao mesmo tempo, tropas de Minas


Gerais agiram sobre as fronteiras
paulista e matogrossense, efetuando
uma junção com as forças do Sul,
cercando São Paulo por completo.
GOVERNO PROVISÓRIO
1930-1934
A principal resistência ocorreu próxima a
cidade de Cruzeiro, onde tropas rebeldes e
legalistas travaram intensos combates no
túnel da Mantiqueira.

AVIAÇÃO PAULISTA

JUSCELINO KUBITSCHEK
MÉDICO
Nos céus paulistas também se travaram
batalhas. Aviões rebeldes tentaram apoiar
as tropas de terra, mas foram repelidos
pelos aviões legalistas conhecidos como
“vermelhinhos”.
GOVERNO PROVISÓRIO
1930-1934
DERROTA MILITAR – VITÓRIA POLÍTICA

No total, foram 87 dias de combates (de 9 de julho a 4 de outubro de 1932 -


sendo o último dois dias depois da rendição paulista), com um saldo oficial de
934 mortos, embora estimativas, não oficiais, reportem até 2200 mortos,
sendo que numerosas cidades do interior do estado de São Paulo sofreram
danos devido aos combates.

São Paulo, depois da revolução de 32,


voltou a ser governado por paulistas, e, dois
anos depois, uma nova constituição foi
promulgada, a Constituição de 1934.

Porém, o término da Revolução


Constitucionalista marcou o início do
processo de democratização.
GOVERNO PROVISÓRIO
1930-1934

LÍDERES A CAMINHO DO
EXÍLIO
Três meses de luta, São Paulo foi derrotado, Pedro de
Toledo deposto, e juntamente com outros líderes foi preso
e exilado, só retornando ao
Brasil em 1934.

SD GUILHERME DE
ALMEIDA PRESO
GOVERNO CONSTITUCIONAL
1934-1937
A CONSTITUIÇÃO DE 1934
Apesar da derrota no plano militar, a Revolução Constitucionalista alcançou
a vitória no plano político, tendo em vista que Vargas, temeroso de outras
revoltas pelo país, resolveu convocar eleições para a Assembléia Constituinte,
que ocorreram em maio de 1933. Tais eleições ocorreram com inovações,
como o voto secreto e a representação classista.
•No ano seguinte, em julho de 1934, foi promulgada a segunda Constituição
Republicana do Brasil, com características liberais e democráticas, dentre as
quais podemos citar:
•Instituição da Justiça Trabalhista
•Voto Secreto;
•Jornada de trabalho de oito horas por dia;
•Descanso semanal obrigatório, com remuneração;
•Férias remuneradas;
•Proibição do trabalho para menores de 14 anos;
•Indenização por demissão sem justa causa;
•Assistência e licença remunerada para as gestantes;
•Voto feminino;
GOVERNO CONSTITUCIONAL
1934-1937
O período do entre-guerras 1919-1939) foi recheado
do surgimento de ideologias radicais.
A grande maioria destas
ideologias tiveram um ambiente
fértil com os ressentimentos
gerados pelo resultado da
Primeira Grande Guerra e pelas
humilhações impostas pelo tratado de Versalhes.
Assim, floresce na Europa ideologias como o
Socialismo (que teve seu principal expoente no
nascimento da União Soviética), o Fascismo (resultante
da insatisfação causada pela crise
financeira e pela ausência de compensações após a
Primeira Guerra Mundial) e do Nazismo (espécie de
regime fascista resultante das humilhações impostas
pelo Tratado de Versalhes e da crise financeira).
GOVERNO CONSTITUCIONAL
1934-1937

Tais ideologias, como não poderia deixar de ser,


tiveram seus reflexos no Brasil, resultando em
associações como a Ação Integralista Brasileira
(AIB), de inspiração fascista e a Aliança Nacional
Libertadora, de inspiração, socialista e comunista.

ANL AIB
ESQUERDA DIREITA
Estas duas associações foram importantíssimas para
que o Estado Novo fosse implantado, uma vez que,
com a radicalização ideológica e com os tumultos
causados pelos choques entre ambas as facções,
além da Intentona Comunista, foi possível para
Vargas conseguir o pretexto necessário para dar o
golpe do Estado Novo.
GOVERNO CONSTITUCIONAL
1934-1937
O INTEGRALISMO
No ano de 1932, foi criada por Plínio Salgado, na
cidade de São Paulo, a Ação Integralista
Brasileira (AIB), que possuía inspiração fascista
e, portanto, anticomunista.
Imitando símbolos (o Sigma em substituição à
Suástica) e gestos (o cumprimento em Tupi
“Anauê” em substituição ao “Heil” alemão, os
integralistas começaram a pregar o “Estado
Integral”.
Para os integralistas o Estado Integral nada mais
era que um Estado totalitário, governado pelas
INTEGRALISTAS elites e capaz de por fim às lutas de classes.
Com o lema “Deus, Pátria e Família”, os integralistas pregavam a submissão
e a obediência cega. Uma de suas principais preocupações era a defesa da
propriedade privada. Uma outra característica dos integralistas era o
nacionalismo exacerbado.
GOVERNO CONSTITUCIONAL
1934-1937
O SOCIALISMO
Diante da ameaça fascista, vários setores da sociedade
(sindicalistas, liberais, comunistas e socialistas) se
organizaram formando a Aliança Nacional
Libertadora (ANL), em março de 1935.
Como presidente de honra foi colocado Luís Carlos
Prestes, comunista declarado, o que levou à
identificação da ANL como um órgão comunista.
O programa da ANL era composto por cinco itens
básicos:
-Suspensão definitiva do pagamento das dívidas do
ANL Brasil;

-Nacionalização imediata de todas as empresas estrangeiras;


-Proteção aos pequenos e médios proprietários e camponeses;
-Gozo das mais amplas liberdades populares;
-Constituição de um governo popular.
GOVERNO CONSTITUCIONAL
1934-1937
A REAÇÃO DO GOVERNO
Diante das propostas da ANL, Vargas viu-se
ameaçado e com apoio dos integralistas aplicou a
Lei de Segurança Nacional, que foi aplicada em
abril de 1935 e possibilitava ao governo atuar
livremente contra a subversão.
Os comícios da ANL cresciam e com eles também
as agitações promovidas com o enfrentamento dos
integralistas. A situação estava tornando-se caótica
e Vargas ordenou o fechamento da ANL. OLGA
Ainda em abril de 1935, Luís Carlos Prestes, que estava
em Moscou, retornou com sua esposa, Olga Benário
Prestes, para o Brasil com a missão de promover uma
revolução comunista no Brasil.
Prestes havia assegurado à URSS, que o Brasil já
encontrava-se em condições propícias para a revolução.
LUIS CARLOS PRESTES
GOVERNO CONSTITUCIONAL
1934-1937
A INTENTONA COMUNISTA – 1935

No dia 27 de Novembro de 1935, ocorreu o


maior ato de traição e covardia já
perpetrados na História do Brasil.

Articulado para ser desenvolvido em pontos


estratégicos diversos, o plano combinava a
tática de insurreição tenentista, com assalto QUARTEL DA SALGADEIRA
às sedes de governo e a técnica soviética de chegada ao poder à frente de
massas adequadamente preparadas.
Antecipada para 22 de novembro no Rio Grande do Norte, a revolta implantou
ali, por quatro dias, um governo comunista.
Tendo sido derrotado em Natal, o levante prosseguiu a 24 de novembro, em
Recife, no Batalhão de Caçadores.
Graças a uma ação enérgica do governo, esta foi controlada no dia seguinte.
GOVERNO CONSTITUCIONAL
1934-1937
Mesmo conhecendo tais fracassos, a direção
nacional do Partido Comunista ordenou uma
ação no Rio de Janeiro. Projetada para vários
locais, inclusive navios de guerra, o levante foi
deflagrado a 27 de novembro, porém
acontecendo apenas no 3° Regimento de
Infantaria e na Escola de Aviação, tendo sido
ambos os focos dominados em seis horas de APOIO INTEGRALISTA
luta. O saldo deste último levante foi de 19
soldados mortos e 167 feridos.

III RI

1935
GOVERNO CONSTITUCIONAL
1934-1937
O governo já se encontrava preparado, uma vez que possuía muitos espiões
entre os aliancistas. A repressão foi enérgica. Assim como os aliancistas que
promoveram uma série de assassinatos, o governo agiu com força,
executando sumariamente vários revoltosos. Prisões ocorreram por todo país.
Luís Carlos Prestes, juntamente com outros
líderes, foi preso.
Sua esposa, Olga Benário, também foi presa e
entregue às autoridades alemãs, sendo enviada
para um campo de concentração nazista, pois
além de ser comunista era judia.
Com tantas agitações, Vargas teve o pretexto para
decretar estado de sítio, o que levou à suspensão
de todas as garantias institucionais. Tal situação
continuaria até o ano de 1937, quando foi dado o
golpe do Estado Novo.

PRISÃO DE OLGA BENÁRIO PRESTES


GOVERNO CONSTITUCIONAL
1934-1937
Em 1937 começaram as articulações para as eleições que ocorreriam em
1938, quando terminaria o mandato de Vargas. Para a sucessão presidencial
haviam três candidatos: Armando Sales (SP), José Américo de Almeida
(NE) e Plínio Salgado (Ação Integralista Brasileira).
Entretanto, Getúlio Vargas pretendia dar um golpe que o mantivesse no
poder.
Para isso foi forjado o Plano
Cohen, de autoria do capitão
Olímpio Mourão Filho, que
levantava a hipótese de uma
possível revolução comunista no
Brasil, que seria ainda mais
sangrenta que a Intentona
Comunista. Usando deste pretexto,
Vargas, em 10 de novembro de
1937, cancela as eleições, dissolve
o Congresso. Iniciava o Estado
Novo.
GOVERNO CONSTITUCIONAL
1934-1937
TRECHO DO PLANO COHEN (fictício)
XVIII - OS REFÉNS
No plano de violências deverão figurar, como já foi dito atrás, os homens a
serem eliminados e o pessoal encarregado dessa missão. Todavia, tão
importantes quanto estes serão os reféns, que, em caso de fracasso parcial,
servirão para colocar em xeque as autoridades. Serão reféns: os Ministros
de Estado, presidente do Supremo Tribunal, e os presidentes da Câmara e
do Senado, bem como, nas demais cidades, duas ou três autoridades ou
pessoas graduadas. A técnica para a colheita de reféns será a seguinte: os
raptos deverão ser executados em pleno dia, nas próprias residências, que
serão invadidas por grupos de 3 a 5 homens dispostos e bem-armados e
munidos de narcóticos violentos (clorofórmio, éter em pastas de algodão
empapadas) e serão transportadas para pontos secretos e inatingíveis, com
absoluta segurança. Em caso de fracasso, proceder ao fuzilamento dos
reféns. (SILVA, p.283-4). (A AMEAÇA VERMELHA: O PLANO
COHEN. SILVA, Hélio. RGS: LP&M, 1980.)
GOVERNO DITATORIAL
1937-1945
O ESTADO NOVO (1937-1945)

No mesmo dia 10 de novembro de 1937, após o fechamento do Congresso era


criado o Estado Novo, que já nascia com uma Constituição outorgada
elaborada por Francisco Campos. A terceira Constituição Republicana e
quarta do Brasil ficou conhecida como “Polaca”, pois era baseada na
Constituição Polonesa. A nova Carta centralizou o poder, fortalecendo o
Presidente da República, proibindo Hinos e Bandeiras Estaduais (fim do
Federalismo).
A POLACA
O Estado Novo possuía como características principais:
•Prorrogação do mandato presidencial para seis anos;

•Nomeação de interventores para a chefia dos governos

estaduais;
•Proibição de qualquer tipo de greve;

•Vinculação direta dos sindicatos com o governo.

•Criação do Conselho de Economia Nacional.


GOVERNO DITATORIAL
1937-1945
A INTENTONA INTEGRALISTA - 1938
A nova Constituição também previa a extinção de
todos os partidos políticos, inclusive a AIB, o que
enfureceu os integralistas. Estes começaram a
elaborar um novo golpe, que objetivava a tomada
do poder e a morte de Vargas, caso houvesse
resistência.
Contando com o apoio de vários militares,
principalmente da Marinha, os integralistas
realizaram uma ação relâmpago contra o Palácio
Guanabara, residência oficial do Presidente da
República. Porém, a guarda do palácio impôs
PLINIO SALGADO uma resistência que durou tempo suficiente para a
chegada de reforços leais à Vargas.
Nove dos integralistas foram aprisionados e fuzilados sumariamente no local.
Após outras prisões e um julgamento, os líderes da revolta foram condenados
a 10 anos de prisão. Porém, a grande maioria só cumpriu 7 anos.
GOVERNO DITATORIAL
1937-1945
O Estado Novo caracterizou-se fundamentalmente por exercer uma ação
enérgica e vigorosa contra os seus adversários. Vigorava o Estado de
Emergência e, para assegurar o controle da Nação o governo impôs a
censura prévia dos meios de comunicação (jornais, rádio, teatro e cinema),
através do DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), que criou a
“Hora do Brasil”.
Para divulgar as publicações sobre a cultura brasileira foi criado pelo
Ministério da Educação o Instituto Nacional do Livro.
A fim de controlar a subversão, foi criado o Conselho de Imigração e
Colonização, responsável pela fiscalização dos estrangeiros (proibição de
atividades políticas e expulsão de imigrantes que se opusessem ao regime).
Para criar uma reforma administrativa que atendesse às necessidades do
Estado Novo foi criado o DASP (Departamento Administrativo do Servidor
Público) em 30 Jul 1938.
Seu objetivo principal era o de modernizar a burocracia. Os cargos públicos
a partir daí só seriam preenchidos através da realização de concursos, o que
impedia a acumulação de cargos e evitava, assim o “cabide de empregos”.
GOVERNO DITATORIAL
1937-1945
Cada estado possuía o seu DASP, que
era subordinado ao DASP central. Por
isso, os DASPs estaduais ficaram
conhecidos como “Daspinhos”.
Uma outra característica do Estado Novo
foi o Populismo.
Através do controle dos sindicatos e de

ESTÁDIO DE SÃO JANUÁRIO


concessões aos trabalhadores,
conhecidas como “Leis trabalhistas”,
Vargas conseguiu controlar toda a massa
de trabalhadores, tornando-os cada vez
mais submissos aos seus patrões. Com
isso, Vargas conseguiu todo o apoio dos
principais setores da sociedade. 1º DE MAIO
GOVERNO DITATORIAL
1937-1945
Dentre as principais realizações da política trabalhista de Vargas podemos
citar:
-Criação do salário mínimo a 4 de maio de 1940;
-Criação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) em1943;
-Instituição da jornada de trabalho diário com máximo de oito horas;
-Instituição do descanso semanal obrigatório;
-Garantia de férias remuneradas;
-Assistência médico-hospitalar;
É importante ressaltar que as Leis
Trabalhistas, bem como a política de
intervenção nos sindicatos, foram inspiradas
na Carta di Lavoro, a Constituição fascista
italiana. Portanto, Vargas na verdade estava
pondo em prática uma política de orientação
fascista.
GOVERNO DITATORIAL
1937-1945
Como quase todos os países do
mundo que possuíam uma economia
dependente dos EUA ou da Europa,
o Brasil também sofreu os efeitos da
Crise de 1929. Uma das primeiras
medidas tomadas por Vargas para
diminuir os efeitos da crise foi criar,
a fim de sanear o meio circulante,
uma nova moeda, o Cruzeiro.
Em 1 de novembro de 1942, foi
introduzido pela primeira vez, cuja
denominação se baseava na
constelação do Cruzeiro do Sul,
escolhido como símbolo da pátria.
Vigente de 1 de novembro de 1942 a
12 de fevereiro de 1967.
GOVERNO DITATORIAL
1937-1945
Durante o Estado Novo, embora
houvesse esforços para transformar o
Brasil em um país industrial, ainda
nos encontrávamos como um país
agrário-exportador, cujo principal
produto ainda era o café.
Para pôr fim aos efeitos da crise,
Vargas deu início a uma nova Política
de Valorização do Café.
O Estado promoveu uma intervenção
direta na produção, comprando o 1931 – QUEIMA DE CAFÉ
produto e queimando o excedente, a SANTOS - SP
fim de forçar a alta dos preços.
Surgia o Instituto Nacional do Café. Foram destruídas cerca de 80 milhões de
sacas de café. Além disso, o governo promoveu a redução de dívidas de
alguns fazendeiros e proibiu novos plantios.
GOVERNO DITATORIAL
1937-1945
A intervenção estatal no café estendeu-se a outros produtos, levando à
dinamização da produção e à diminuição da dependência brasileira ao café.
Foram criados o Instituto do Açúcar e do Álcool, o Instituto do Mate, o
Instituto do Pinho, o Instituto do Cacau, o Instituto do Sal, etc.
A 29 de abril de 1938, foi criado o Conselho Nacional do Petróleo, devido à
preocupação de Vargas com a dependência neste setor.
O Brasil também assistiu ao crescimento da industrialização no período. De
1933 a 1939 a produção industrial brasileira cresceu de em média 11% ao
ano.
Outro fator que contribuiu para o aumento da produção industrial brasileira
foi a Segunda Guerra Mundial.
A impossibilidade de adquirir bens de produção de países como Inglaterra,
EUA, França e Alemanha, fez surgir indústrias no Brasil que constituíram a
base para as indústrias nacionais do pós-guerra.
GOVERNO DITATORIAL
1937-1945
Entretanto, eram necessárias, ainda,
indústrias de base.
Surgiram, assim empreendimentos como a
construção da Companhia Siderúrgica
Nacional de Volta Redonda, criação da
Companhia Vale do Rio Doce (1942), a
Companhia Nacional de Álcalis (1945), a
Fábrica Nacional de Motores (1945) e a
ALTO-FORNO – CSN Companhia Hidrelétrica do São Francisco
VOLTA REDONDA - RJ (1945).
SOLDADOS DA BORRACHA
É importante ressaltar, ainda, que a
Segunda Guerra proporcionou também um
renascimento da borracha brasileira, uma
vez que os centros produtores da Ásia
foram ocupados pelos japoneses.
GOVERNO DITATORIAL
1937-1945
No dia 1º de Setembro de 1939, a Alemanha invadia a Polônia iniciando a
Segunda Guerra Mundial. Como já vimos, tal conflito opôs imediatamente a
Alemanha e a Itália às nações democráticas da Europa (Inglaterra e França).
Possuidor de boas relações com ambos os lados, o governo brasileiro
declarou-se neutro, mantendo relações econômicas e diplomáticas com os
países beligerantes.
No ano de 1940, ocorreu a 2ª Reunião dos Chanceleres em Havana,
estabelecendo que “qualquer ato hostil a um país americano se estenderia aos
demais”. O Brasil foi um dos países signatários deste tratado.
No dia 7 de dezembro de 1941, ocorreu um
acontecimento que mudaria a história da
guerra. Os japoneses atacaram a base norte-
americana de Pearl Harbor no Havaí.
A Alemanha, aliada dos japoneses, em 11 de
dezembro de 1941, declarou guerra aos EUA.

USS WEST VIRGINIA


FORÇA EXPEDICIONÁRIA
BRASILEIRA
Pelo tratado assinado durante a 2ª Conferência dos Chanceleres, o governo
brasileiro comprometeu-se em assumir um estado de guerra, caso houvesse
um ataque contra um país americano, o que havia ocorrido.
Assim, após algumas hesitações por parte de
Vargas, o Brasil, a 28 janeiro de 1942, na 3ª
Conferência dos Chanceleres, ocorrida no Rio
de Janeiro, rompeu relações diplomáticas com o
Eixo.
Enquanto isso, a Alemanha estabelecia a sua
guerra submarina total, atacando comboios e
navios isolados, que realizassem qualquer tipo
de comércio.
O início do ano de 1942 é marcado pelo
afundamento de diversos navios brasileiros por
submarinos do Eixo, o que fez com que a
população brasileira começasse a pressionar o
governo para uma declaração de guerra ao Eixo.
NAVIOS BRASILEIROS AFUNDADOS
NAVIO DIA/MÊS/ANO SUBMARINO TUTÓIA
Buarque 15 Fev 1942 U-432
Olinda 18 Fev 1942 U-432
Cabedelo 25 Fev 1942 Da Vinci
Arabutan 07 Mar 1942 U-155
Cairú 09 Mar 1942 U-94
Parnaíba 01 Mai 1942 U-162
Cmt. Lira 18 Mai 1942 Barbarigo
Gonçalves Dias 24 Mai 1942 U-502
Alegrete 01 Jun 1942 U-156
Paracuri 05 Jun 1942 U-159
Não Identificado 05 Jun 1942 U-159
Pedrinhas 26 Jun 1942 U-203
Tamandaré 26 Jul 1942 U-66
Piave 28 Jul 1942 U-155

MARINHA BRASILEIRA NA GUERRA ANTI-SUBMARINA


NAVIOS BRASILEIROS AFUNDADOS

NAVIO DIA/MÊS/ANO SUBMARINO


Barbacena 28 Jul 1942 U-66
Baependi 16 Ago 1942 U-507
Araraquara 16 Ago 1942 U-507
Benévolo 16 Ago 1942 U-507
Itagipe 17 Ago 1942 U-507
Arará 17 Ago 1942 U-507
Não Ident. 17 Ago 1942 U-507
Jacira 19 Ago 1942 U-507
Osório 28 Set 1942 U-514 BAEPENDI
Lajes 28 Set 1942 U-514 ANIBAL BENÉVOLO
Antonico 28 Set 1942 U-516
Porto Alegre 03 Nov 1942 U-504
Apaloide 22 Nov 1942 U-163
Brasiloide 18 Fev 1943 U-518
Afonso Pena 02 Mar 1943 Barbarigo
Tutoia 01 Jul 1943 U-513
NAVIOS BRASILEIROS AFUNDADOS
NAVIO DIA/MÊS/ANO SUBMARINO
Pelotasloide 04 Jul 1943 U-590
Bagé 01 Ago 1943 U-185
Itapagé 26 Set 1943 U-161
Cisne Branco 28 Set 1943 U-161
Campos 23 Out 1943 U-170
V. de Oliveira 04 Jul 1944 U-861
VITAL DE OLIVEIRA
CAMPOS

ITAPAGÉ
QUEM AFUNDOU OS NAVIOS
BRASILEIROS ?
Uma estratégia naval supervisionada pelo próprio Adolf Hitler resultou no
ataque generalizado de submarinos alemães a navios mercantes brasileiros
junto à costa do País nos primeiros oito meses de 1942, quando o governo
Getúlio Vargas ainda era formalmente neutro na 2.ª Guerra Mundial.
Documentos do Tribunal de Nuremberg guardados no Arquivo Histórico
do Itamaraty mostram que o führer autorizou pessoalmente o uso da força
contra embarcações do Brasil em maio daquele ano, por considerar os
brasileiros em guerra contra o reich.
Ao todo, 35 navios brasileiros foram atacados de 1941 a 1944 - 33
afundaram, com 1.081 mortos documentados e 1.686 sobreviventes.
Estudioso da 2.ª Guerra Mundial, o historiador Frank McCann, da
Universidade de New Hampshire, nos Estados Unidos, avalia que os
documentos de Nuremberg trazem detalhes importantes sobre as decisões
alemãs de atacar navios brasileiros. "Publicados, poderiam finalmente
aquietar um pouco do nonsense sobre quem afundou os navios brasileiros
e por quê." (O Estado de S. Paulo, 26 de agosto de 2012).
FORÇA EXPEDICIONÁRIA
BRASILEIRA
Finalmente, a 22 de agosto de 1942 o Brasil
reconhecia o estado de beligerância, e no dia 31
de agosto de 1942 era declarada a guerra aos
países do Eixo.
Assim, tiveram início as negociações para a
cooperação com os EUA, visando atender aos
planos estratégicos de desembarque das tropas
aliadas no norte da África e a utilização das
cidades de Belém, Natal e Recife como bases
aero-navais.
Ao mesmo tempo, trabalhava-se intensamente
no preparo e adestramento da 1ª Divisão de
MARECHAL Infantaria Expedicionária - 1ª DIE, sob
MASCARENHAS DE comando do General Mascarenhas de Moraes,
MORAES que no final de maio de 1944 se encontrava
1883-1968 pronta para provar o valor do combatente
brasileiro nos campos de batalha da Itália.
FORÇA EXPEDICIONÁRIA
BRASILEIRA
A 1ª DIE foi transportada para a Itália em
cinco escalões, totalizando 25.334 homens.
A 16 de julho de 1944 chegava à Itália o 1°
escalão da FEB no transporte norte-
americano General Mann, no porto de
Napoli.
Ao chegarem à Itália e se instalarem em
Tarquínia, os brasileiros ficaram
subordinados ao V Exército Norte-
americano (comandado pelo General Mark USS GENERAL MANN
Clark) e, por sua vez ao XV Grupo de
Exércitos (comandado pelo General Sir
Harold. Alexander).
Fortemente entrincheirados na Linha Gótica
estavam os alemães, comandados pelo
Marechal Albert Kesselring.
FORÇA EXPEDICIONÁRIA
BRASILEIRA
A participação efetiva da FEB nos combates
tem início quando o Comando Aliado decide
atacar Bolonha, com o objetivo de empurrar
os alemães cada vez mais para o norte. A
ofensiva tem início a 4 de agosto de 1944,
com emprego da FEB no vale do rio
Sercchio.
A artilharia divisionária bombardeia, então,
Monte Bastione no dia 16 de setembro,
enquanto a infantaria ocupava Camaiore a 18
de setembro de 1944.
A COBRA FUMOU
A FEB prosseguiu em suas atividades no vale do
rio Sercchio, recebendo ordens de desalojar o
inimigo da estrada de Porreta Terme.
CAVALARIA BRASILEIRA
FORÇA EXPEDICIONÁRIA
BRASILEIRA
Porém, devido ao inverno e à
impossibilidade de apoio aéreo, a FEB
interrompe as suas atividades no dia 31
de outubro de 1944.
Enquanto isso, novos escalões da FEB
chegavam, estacionando em Pisa. Mais
tarde, estes escalões dirigiram-se para a
região do rio Reno, ao norte de Pistóia.
INFANTARIA BRASILEIRA

Finalmente, com a melhora do tempo,


as tropas da FEB conseguiram tomar
a estrada de Porreta-Terme, a 2 de
novembro de 1944.

A ÚLTIMA PATRULHA
SGT MAX WOLFF FILHO
FORÇA EXPEDICIONÁRIA
BRASILEIRA
A TOMADA DE MONTE CASTELO
Conquistada a vital rodovia para o apoio logístico, teve início a 21 de
novembro o ataque à região de Monte Belvedere - Monte Castello.
Nos dias 24 e 25 e novembro de 1944, a Task Force 45, comandada pelo
General Paul Rutledge, com elementos do 6º Regimento de Infantaria da
FEB, tentou desalojar os alemães da região dos Apeninos. Sofreram pesadas
baixas, mas conseguiram conquistar a encosta de Monte Belvedere.

No dia 28, entretanto, os alemães


desfecharam uma contra-ofensiva,
reconquistando Monte Belvedere e
Abetaia.

CORPO DE SAÚDE
FORÇA EXPEDICIONÁRIA
BRASILEIRA
Na manhã seguinte, 29 de
novembro, a FEB realizou o ataque
a Monte Castello, sob comando do
General Zenóbio da Costa. Após
um bombardeio prévio da
Artilharia Divisionária, teve início
o ataque.

ENGENHARIA BRASILEIRA

O 1º Batalhão do 1º Regimento de
Infantaria avançou à testa, pelo oeste,
enquanto o 3º Batalhão do 11º RI e o
3º Batalhão do 6º RI avançavam pela
direita.

ARTILHARIA BRASILEIRA
FORÇA EXPEDICIONÁRIA
BRASILEIRA
Até às 12 horas, as tropas Brasileiras
conseguiram progredir, porém o fogo dos
morteiros e da artilharia inimiga eram cada
vez mais pesados, causando pesadas baixas.
Além disso, um contra-ataque em Abetaia
expôs o flanco, levando nossas tropas a
recuar para o ponto inicial, com 190 baixas.

EM - FEB

O Comando Aliado decide, então,


suspender as operações contra
Monte Castello a 30 de dezembro de
1944. A FEB recebeu ordens de
proceder à manutenção da estrada de
Porreta-Terme, na linha do rio Reno.

CHEGADA DO INVERNO
FORÇA EXPEDICIONÁRIA
BRASILEIRA

CONDENADOS À MORTE

Já é do conhecimento de todos o hediondo crime cometido por dois


soldados brasileiros, em Granaglione, nos primeiros dias do mês passado.
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Julgando o processo, que obedeceu a todas as formalidades legais, o
Segundo Auditor, Ten. Cel. Eugenio Carvalho Nascimento, houve por bem
condenar, no dia 7 do corrente, os dois criminosos, Adão Damasceno Paz e
Bernardo de Morais, à pena de morte, a única consentânea com o crime
cometido e com a responsabilidade que à Força Expedicionária cabe, de
representar na Itália o nome, o prestigio e a honra da Nação Brasileira.
(O Cruzeiro do Sul - Itália - Domingo, 11 de Fevereiro de 1945)
SERVIÇO DE ASSISTÊNCIA RELIGIOSA

MONTE CASTELO
FREI ORLANDO
Às vésperas da Tomada de Monte Castelo, durante uma visita à linha de
frente, frei Orlando morreu vitimado por um disparo acidental de um partisan
italiano. Contava com 32 anos de idade.
"Foi recebida, com dolorosa surpresa, a notícia do falecimento do capelão
capitão Antônio Alvares da Silva (frei Orlando), vítima de um tiro, quando se
dirigia de Docce para Bombiana, a fim de levar sua assistência espiritual aos
homens em posição, no dia 20, quando do ataque ao Monte Castelo.
(BI 52 de 22 de fev de 1945, do 11° RI)
FORÇA EXPEDICIONÁRIA
BRASILEIRA
Com a melhoria das condições
meteorológicas houve nova
ofensiva a 21 de fevereiro de
1945. Às 5:30 da manhã teve
início o ataque do Regimento
Sampaio, com a 1ª Cia do 9º
Batalhão, auxiliada por blindados
americanos.
Pelos flancos avançaram dois
batalhões do 1º RI. Ao mesmo
tempo, a 10ª Divisão de
Montanha Norte-americana
avançava pelo flanco oposto, sob
pesado fogo inimigo, visando
Monte Belvedere. Às 17:20 as defesas alemãs foram ultrapassadas e os
homens do Regimento Sampaio conquistavam o Monte Castello, sob o ônus
de 87 baixas.
FORÇA EXPEDICIONÁRIA
BRASILEIRA

A IMPRENSA ITALIANA EXALTA A


ATUAÇÃO DO BRASIL NA GUERRA

A libertação do Castello repercutiu profundamente em todo o território


libertado da Itália. A........................................................................................
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assim se referiu o jornal Corriere del Mattino, de Florença: “O Brasil, não
obstante a enorme distância que o separa do nosso front, quiz aumentar
recentemente o seu contingente no 15° Grupo de Exércitos, e os seus
soldados, já distiguidos em brilhantes ações, cooperam com entusiasmo pelo
aniquilamento do nazismo e a libertação da nossa terra”.
(O Cruzeiro do Sul - Itália - Domingo, 25 de Fevereiro de 1945)
FORÇA EXPEDICIONÁRIA
BRASILEIRA
“SILVER STAR”
PARA UM HERÓI BRASILEIRO
“Marcílio Luiz Pinto, Cabo, Força Expedicionária Brasileira.
Por bravura em ação, em oito de novembro de 1944, na Itália.
Quando membro de uma patrulha em missão de reconhecimento nas
vizinhanças do Monte de Torre de Nerone, Itália, o Cabo Pinto participou de
um ataque de surpresa a uma posição inimiga. Sem preocupar-se com sua
segurança pessoal, avançou sobre um ponto forte inimigo e capturou vários
prisioneiros bem como o seu respectivo equipamento.
Demonstrando sangue frio sob o fogo, o Cabo Pinto fez recuar uma patrulha
que tentou libertar os prisioneiros e durante a ação matou vários inimigos.
Com outros membros da patrulha trouxe os prisioneiros e equipamento
capturado para as linhas amigas.
O Cabo Pinto, pela sua ação de bravura reflete a confiança em si próprio e
esta de acordo com as altas tradições dos Exércitos Aliados”
a) Mark W. Clark
Ten General – USA Army
(O Cruzeiro do Sul - Itália - Domingo, 11 de Março de 1945)
FORÇA EXPEDICIONÁRIA
BRASILEIRA

Prosseguia o avanço da FEB e da 10ª Divisão de Montanha Norte-americana.


Após violentos combates, o 6º Regimento de Infantaria comandado pelo
Coronel Nelson de Mello estabelecia-se em Monte Della Castellana e em
Castelnuovo, a 5 de março de 1945. A estrada de Porreta Terme finalmente
estava livre.
A partir daí, as operações da FEB se dividiram em direção ao vale do rio
Panaro, quando destacamentos comandados
pelo Coronel Syzeno Sarmento atacaram
Montese, em 14 de abril, encontrando forte
oposição inimiga.
Foi a conquista mais sangrenta da FEB na Itália,
onde ocorreram 414 baixas.

CONQUISTA DE MONTESE
FORÇA EXPEDICIONÁRIA
BRASILEIRA
Após a vitória em Montese, a FEB recebeu
ordens de perseguir os alemães em fuga,
chegando à Zocca, que foi capturada a 21 de
abril de 1945.
Prosseguindo na missão de impedir a fuga
alemã, os brasileiros rumaram para o norte,
cruzaram o rio Panaro e reuniram-se em
Formigeno a 23 de abril de 1945.
Logo após, a FEB penetrava em Parma,
travando, a 26 de abril, combate em
RENDIÇÃO ALEMÃ Collecchio, onde obtiveram nova vitória.
148° DIV PANZER
Com essa conquista, os brasileiros conseguiram envolver os alemães, que se
renderam em Fornovo a 29 de abril de 1945.
Após a conquista de Fornovo, parte da FEB progrediu para Piacenza e
Alessandria, onde as tropas brasileiras se reuniram com os franceses em Susa,
em 2 de maio de 1945.
FORÇA EXPEDICIONÁRIA
BRASILEIRA
Enquanto isso, outros grupamentos da FEB
ocuparam Novara, Torino e Cremona (29 de
abril). Finalmente, os combates cessaram a 2
de maio de 1945. Terminava a guerra para
os pracinhas brasileiros.
Assim como havia chegado à Itália, a FEB
partiu para o Brasil divida em escalões,
CEMITÉRIO EM PISTÓIA chegando o 1º escalão ao Rio de Janeiro no
dia 18 de julho de 1945.
Porém, permaneceram em Pistóia 451
brasileiros que morreram no
cumprimento do dever e na defesa dos
ideais democráticos.
Hoje, após exumados e repatriados,
encontram-se sepultados no
Monumento aos Mortos da Segunda
Guerra Mundial, na cidade do Rio de
Janeiro.
FORÇA EXPEDICIONÁRIA
BRASILEIRA
É importante também ressaltar a atuação da
Força Aérea Brasileira (FAB) na guerra.
Não só por demonstrar o valor dos pilotos
brasileiros que atuaram no 1º Grupo e
Aviação de Caça, na busca de alvos pré-
determinados ou inopinadamente, mas

SÍMBOLO DO
1° GRUPO DE CAÇA
também na defesa do território,
patrulhando o litoral, no
combate aos submarinos
inimigos.
BASE BRASILEIRA EM PISA
GOVERNO DITATORIAL
1937-1945
A REDEMOCRATIZAÇÃO
As tropas brasileiras
na Europa não só
contribuíram para a
vitória Aliada. Ao
lutar contra um
regime fascista e
pela manutenção
dos ideais
democráticos no
mundo, os pracinhas
geraram uma grande
JORNAL DO BRASIL – QUINTA-FEIRA, 19 DE JULHO DE 1945 contradição.
No Brasil, continuava existindo um regime ditatorial, imposto por Vargas.
Logo, fizeram-se sentir pressões de todos os setores da sociedade para que
houvesse uma abertura política. Assim, Vargas promoveu a abertura política
e o estabelecimento de eleições para uma Assembléia Constituinte e para a
Presidência da República.
GOVERNO DITATORIAL
1937-1945
Renascia a vida partidária, sendo fundados vários partidos: A UDN (União
Democrática Nacional), representada pela oposição a Getúlio: candidato -
Eduardo Gomes.

O PSD (Partido Social Democrático), formado por parte dos correligionários


de Vargas: candidato - Eurico Gaspar Dutra.
O PCB (Partido Comunista Brasileiro), sob comando de Luís Carlos Prestes:
candidato - Yedo Fiúza.
O PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), criado por Vargas, desfraldou a
bandeira do “Queremismo”: Desejavam uma Assembléia Constituinte que
referendasse a continuação de Vargas no poder.
GOVERNO DITATORIAL
1937-1945
Vargas insistia em
continuar no poder e
tentou, através do
Queremismo e do apoio dos
comunistas (Movimento
Unificador dos
Trabalhadores),
enfraquecer a oposição,
manobrando para que
houvesse uma eleição
indireta que o mantivesse
no poder.
MANIFESTAÇÃO QUEREMISTA
Seus atos acabaram por desagradar aos militares, que decidiram afastá-lo do
poder a 29 de outubro de 1945.
Deposto Vargas, a presidência foi entregue a José Linhares. Mais tarde,
Dutra viria a ser eleito com apoio político do próprio Getúlio.
REFLEXOS

Com o fim do Estado Novo, o Brasil ingressa na vida democrática. Vários


partidos políticos de tendências diversas são formados. Entra em vigor uma
Constituição liberal. O mundo também passa por transformações políticas
importantes. Logo após o término da Segunda Guerra Mundial, Estados
Unidos e União Soviética, antes aliados contra o nazi-fascismo, iniciam a
Guerra Fria, passando a disputar áreas de influência no planeta. O Brasil
tomou posição ao lado dos americanos e rompeu relações diplomáticas com
os soviéticos em 1947.
No Brasil é marcada pela ascensão de líderes
carismáticos que buscam sustentar sua atuação no
interior do Estado através do amplo apoio das maiorias.
São os chamados governos populistas, que de diferentes
formas, propagam a crença em um líder acima de
qualquer outro ideal.
LEITURA PRELIMINAR
PRÓXIMA AULA

Capítulos 29, 30 e 31.


Uma Breve HISTÓRIA DO MUNDO
NOTAS ADMINISTRATIVAS

O aluno deverá discorrer sobre os fatos inerentes a


leitura preliminar; podendo, inclusive, ser
solicitado a produzir um trabalho escrito sintético
sobre o conteúdo apresentado.
-A técnica prevista conforme o Manual do
Instrutor será: discussão dirigida.
-Questionário preparatório estará disponível na
internet a partir de: xxde 2012.
-Como subsídio ao aluno é aconselhável rever
conteúdos do colegial, como: A Guerra Fria,
Descolonização Africana e Asiática, Revolução
Técnico-Científica, As Guerras Árabes-
Israelenses, etc ...

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