Você está na página 1de 85

COLÉGIO NAVAL

2024

AULA 00
Introdução à Cinemática

Prof. Toni Burgatto


Prof. Toni Burgatto

Sumário
Apresentação do Professor 3

Metodologia Do Curso 4

Cronograma de aulas 7

Introdução 7

1. Introdução à Física 9

2. Introdução à Cinemática 9

2.1. Conceitos básicos 9

2.2. Localização de um ponto material para um dado referencial 10

2.3. Movimento e repouso 11

2.4. Trajetória 11

2.5. Espaço de um móvel 13

2.6. Função horária do espaço 14

2.7. Variação de espaço e distância percorrida 16

2.8. Velocidade escalar média 18

2.9. Relação entre m/s e km/h 19

2.10. Movimento progressivo ou retrógrado 24

3.0. Movimento retilíneo uniforme 25

3.1. Definição 25

3.2. Função horária do espaço 26

3.3. Gráficos do MRU 26

4. Movimento uniformemente variado 34

4.1. Aceleração escalar média 34

4.2. Movimento acelerado e retardado 34

4.3. Função horária da velocidade no MRUV 36

4.4. Função horária do espaço no MRUV 37

4.5. Cálculo da velocidade média no MRUV 38

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 2


Prof. Toni Burgatto

4.6. A equação de Torricelli 39

5. Movimento circular 39

5.1. Grandezas angulares 39

5.2. Movimento circular uniforme (MCU) 43

6. Lista de questões nível 1 47

7. Gabarito de questões nível 1 sem comentários 49

8. Lista de questões nível 1 comentada 50

9. Lista de questões nível 2 55

10. Gabarito de questões nível 2 sem comentários 61

11. Lista de questões nível 2 comentada 61

12. Lista de questões nível 3 71

13. Gabarito de questões nível 3 sem comentários 75

14. Lista de questões nível 3 comentada 75

12. Referências bibliográficas 85

13. Considerações finais 85

Siga minha rede social!

@proftoniburgatto

Apresentação do Professor
Para aqueles que não me conhecem, meu nome é Toni Burgatto e sou formado em Engenharia
Mecânica-Aeronáutica pelo ITA. Estudei em escola pública no ensino fundamental e médio e somente
depois do término do ensino médio comecei a estudar para o ITA.

Ainda quando estava saindo do ensino médio, fiz técnico em eletrônica na minha cidade e lá
conheci um pouco mais sobre o que era o ITA e como era o vestibular. Durante minha jornada, comecei a

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 3


Prof. Toni Burgatto

estudar do zero e com livros mais simples, por assuntos básicos, como teorema de Pitágoras. Cada livro e
cada conselho de amigos que estavam estudando no ITA foram cruciais para minha aprovação.

Durante minha preparação tive a felicidade de ser aprovado nos principais vestibulares do país:
ITA, IME, USP, UFSCAR, UNESP e UNIFEI.

Eu escolhi a carreira militar mesmo antes de entrar no ITA, já no vestibular, e lá, no segundo ano,
eu optei novamente pela carreira (no ITA, é possível você mudar de carreira no final do segundo ano,
quando existe um processo de recrutamento).

Em 2016 eu me formei e fui designado para trabalhar no Parque de Material Aeronáutico do


Galeão (PAMA-GL) no Rio de Janeiro. Eu trabalhava na equipe de projetos do Parque, na seção de
Engenharia. Após sete meses, eu decidi sair da carreira, pois vi que não me encaixava no perfil. Desde
então dou aula de física.

Conte comigo na sua caminhada rumo ao CN. Vamos iniciar nosso curso!

Metodologia Do Curso
Neste curso, iremos apresentar toda base teórica para que você consiga resolver todas as questões
de Física do CN. Ao longo da teoria, resolveremos questões de Física para consolidar a teoria, seguidos de
um banco de questões. Resolveremos questões antigas do vestibular do CN e questões que podem
aparecer no seu concurso.

Para isto, seguiremos o seguinte diagrama:

Exercícios de fixação com


resolução

Exercícios do CN resolvidos e
Aprovação!!! comentados
Exercícios do CN

ANÁLISE DOS CONCURSOS ANTERIORES


Segundo o último edital do CN, temos o seguinte conteúdo programático:

FÍSICA - Fundamentos da Física: Grandezas e Medidas Físicas: grandezas físicas escalares e


vetoriais, soma vetorial, medição de grandezas físicas, sistemas de unidades coerentes e transformações
de unidades, Sistema Internacional de Unidades (SI).

Mecânica – Noções Básicas: movimento, repouso, trajetória, referencial, ponto material e corpo
extenso; Cinemática Escalar: posição e deslocamento, instante de tempo, intervalo de tempo, velocidades

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 4


Prof. Toni Burgatto

instantânea e média, acelerações instantânea e média, representação e interpretação de gráficos


cinemáticos, funções horárias de posição, velocidade e de aceleração, movimentos retilíneos e
curvilíneos, movimentos uniformes (MU) e uniformemente variados (MUV), movimento circular uniforme
(MCU) e uniformemente variado (MCUV), composição de movimentos e lançamento de projéteis no
vácuo.

Forças - conceito de força, composição e decomposição do vetor força e tipos de forças; Leis de
Newton; Gravitação: campo gravitacional, aceleração da gravidade, noções de centro de gravidade, tipos
de equilíbrio (estável, instável e indiferente), peso e massa; Trabalho e Energia: trabalho de uma força,
máquinas simples, forças conservativas e energia potencial gravitacional, energia cinética e Princípio da
Conservação da Energia Mecânica.

Estática - condição de equilíbrio de uma partícula e de um corpo extenso, momento de uma força.
Sistema de partículas: centro de massa de um sistema de partículas.

Hidrostática – densidade absoluta e pressão. Princípio de Arquimedes e Princípio de Pascal. Vasos


comunicantes e prensa hidráulica.

Termologia – Termometria: temperatura, escalas termométricas, equilíbrio térmico e Princípio


Zero da Termodinâmica; Calorimetria: conceito de calor, calor específico, capacidade térmica, Equação
Fundamental da Calorimetria, calor sensível, calor latente e mudanças de estado físico; Propagação do
Calor: condução, convecção e radiação; Gases Perfeitos: Lei Geral dos Gases Perfeitos; Termodinâmica:
energia interna, 1ª Lei da Termodinâmica.

Óptica – Óptica Geométrica: Princípios Básicos da Óptica Geométrica (Propagação Retilínea dos
Raios de Luz, Reversibilidade dos Raios de Luz e Independência dos Raios de Luz) e suas aplicações, Leis
dos Fenômenos da Reflexão e da Refração, objetos e imagens reais e virtuais, espelhos planos e esféricos,
dispersão da luz, lentes delgadas, aparelhos ópticos e problemas da visão.

Ondas – Classificação: ondas mecânicas e eletromagnéticas, ondas transversais e longitudinais;


Propriedades: comprimento de onda, frequência, período e velocidade de propagação; Fenômenos
Ondulatórios: propagação de pulso em meios unidimensionais e multidimensionais e propagação de uma
onda. Ondas Sonoras: natureza, propagação, reflexão, frequência e velocidade de propagação, qualidades
fisiológicas do som (altura, intensidade e timbre).

Eletricidade e magnetismo – Eletrostática: constituição da matéria (estrutura do átomo), carga


elétrica elementar, processos de eletrização, íon, condutores e isolantes elétricos, Lei da Conservação da
Carga Elétrica e Lei de Coulomb. Eletrodinâmica: corrente elétrica e intensidade da corrente elétrica,
diferença de potencial elétrico (ddp), resistência elétrica e resistores, associação de resistores, Leis de
Ohm, Efeito Joule, geradores e receptores, circuitos elétricos, energia e potências elétricas, amperímetros
e voltímetros; Magnetismo e Eletromagnetismo: ímãs, propriedades dos ímãs, bússola, linhas de campo
magnético, campo magnético da Terra, Experiência de Oersted e eletroímãs.

Selecionamos a divisão de questões de Física do vestibular do CN a partir de 2010, conforme a


figura abaixo.

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 5


Prof. Toni Burgatto

Óptica Outros
Magnetismo 6% assuntos
6% 1%

Termologia
11%

Mecânica
60%
Eletricidade
16%

Não é nenhuma surpresa que o assunto mais cobrado na prova é Mecânica (as leis de Newton,
energia e quantidade de movimento). Esse assunto é um ramo da Física muito importante e é base para
desenvolvimento de outros temas. Por isso, o CN exige dos candidatos uma excelente preparação, com
todos os fundamentos bem consolidados nos seus alunos.

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 6


Prof. Toni Burgatto

Cronograma de aulas
Cinemática – Conceito de movimento e de repouso; Movimento Uniforme (MRU);
Aula 0 Movimento Uniformemente Variado (MRUV); Interpretação gráficos do MRU (posição X
tempo) e MRUV (posição X tempo e velocidade X tempo).

Leis de Newton e suas Aplicações; Máquinas simples (alavanca e sistemas de


Aula 1 roldanas). Estática: condição de equilíbrio de uma partícula e de um corpo extenso,
momento de uma força.

Energia (cinética, potencial gravitacional e mecânica); Princípio de Conservação da


Aula 2
Energia Mecânica; Trabalho de uma força; Potência.

Conceito de pressão, Teorema (ou Princípio) de Stevin e Teorema (ou Princípio) de


Aula 3
Pascal.

ELETRICIDADE – Processos de Eletrização; Elementos de um circuito (gerador,


receptor, resistor); Circuitos elétricos (série, paralelo e misto); Aparelhos de medição
Aula 4
(amperímetro e voltímetro); Leis de Ohm (primeira e segunda); Potência elétrica; Consumo
de energia elétrica.

TERMOLOGIA – Conceitos de temperatura e de calor; Escalas termométricas


(Celsius, Fahrenheit e Kelvin); Relação entre escalas termométricas; Equilíbrio térmico;
Aula 5
Processos de propagação do calor. e Transformações gasosas (incluindo o cálculo do
trabalho).

ÓPTICA GEOMÉTRICA – Fontes de luz; Princípios da Óptica Geométrica; Reflexão e


Aula 6
Refração da luz; Espelhos e Lentes.

ONDULATÓRIA E ACÚSTICA – Conceito de onda; Características de uma onda


(velocidade de propagação, amplitude, comprimento de onda, período e frequência);
Aula 7
Equação Fundamental da Onda; Classificação quanto à natureza e à direção de propagação;
Som (conceito, características, produção e velocidade de propagação).

MAGNETISMO – Ímãs e suas propriedades; Bússola; Campo magnético da Terra;


Aula 8
Experimento de Oersted.

Introdução
Olá futuros marinheiros! Sejam bem-vindos ao nosso curso de física para o CN.

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 7


Prof. Toni Burgatto

O objetivo do nosso curso é oferecer, de forma mais completa, as bases necessárias da Física e ir
para o nível exigido por nossa prova.

Não há dúvidas que existem excelentes livros de Física pelo mundo a fora, entretanto, poucos são
focados para o CN. É preciso ter um certo cuidado na preparação, pois é muito comum os candidatos
errarem a mão nos estudos: ou estudam determinados assuntos além do exigido pela prova e acabam
levando mais tempo para passar ou estudam de menos sem fazer questões no nível do concurso.

Para garantir que você esteja estudando de maneira focada para o CN, nós preparamos um
material completo, sendo cuidadosos nos assuntos específicos de Física.

Essa ordem crescente de dificuldade é fundamental para o estudo e, além disso, é muito
importante que você saiba em qual nível se encontra. Tudo isso para você ter a teoria completa, com a
melhor sequência de exercícios, sem sair do foco do vestibular.

Dessa forma, acredito que, independentemente do nível em que você esteja ou da cidade em que
você more, você tem totais condições para fazer sua jornada rumo ao CN.

“O segredo do sucesso é a constância no objetivo”

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 8


Prof. Toni Burgatto

1. Introdução à Física
De uma forma geral, podemos dizer que Física é a ciência que estuda as leis do universo, buscando
entender as causas e os efeitos dos fenômenos físicos na natureza.
Na Física, as grandezas são propriedades mensuráveis de um fenômeno, corpo ou substância.
Quando medimos essas propriedades, dividimos quantitativamente em dois grupos:
 Grandezas escalares: são aquelas que necessitam apenas de um número para representar
sua magnitude e sua unidade de medida. Por exemplo: tempo, massa, temperatura etc.
 Grandezas vetoriais: são aquelas que necessitam de um número para representar sua
magnitude, uma orientação (direção e sentido), e sua unidade de medida. Por exemplo:
deslocamento, velocidade, aceleração, força, campo elétrico etc.
Unidade de medida é uma medida específica para uma determinada grandeza física. Por exemplo:
unidade de tempo é segundo (s), unidade de massa é quilograma (kg) etc.
Cuidado! Embora dizemos que a corrente elétrica tenha uma intensidade e falamos que ela está
em um sentido quando vamos resolver um circuito elétrico, corrente elétrica não é um vetor! Corrente
elétrica é um escalar. Vamos explicar tal fato na aula de eletrodinâmica.
Nosso curso de Física está dividido em 5 áreas: Mecânica; Termologia; Óptica; Ondulatória; Análise
Dimensional; e Eletromagnetismo.
Neste momento, vamos estudar alguns conceitos prévios que serão utilizados ao longo do nosso
curso de Física.

Mecânica

Termologia

Física Óptica

Ondulatória e Análise Dimensional

Eletromagnetismo

2. Introdução à Cinemática

2.1. Conceitos básicos


A Cinemática é o ramo da Mecânica que descreve os movimentos dos corpos através dos conceitos
de posição, velocidade e aceleração. A Dinâmica estuda os fatores que modificam os movimentos.
Inicialmente, serão necessários alguns conceitos primitivos, os quais não são definidos, mas devem
ter a mesma significação para todos. Os primeiros conceitos primitivos são os conceitos de instante e de
tempo.

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 9


Prof. Toni Burgatto

Instante é o momento na qual se registra o tempo. Geralmente, utiliza-se cronômetros e relógios


para registrar esses tempos. O instante ao qual se associa tempo zero (𝑡 = 0) recebe o nome de origem
dos tempos.
Define-se tempo ou intervalo de tempo como a duração de um fenômeno físico.
Por exemplo, podemos dizer que um trem passou por uma estação no instante de tempo 𝑡1 e
chegou à segunda estação no instante 𝑡2 .
Dessa forma, pode-se afirmar que o fenômeno ocorreu num intervalo de tempo, cuja duração foi
∆𝑡 = 𝑡2 − 𝑡1 .
Vamos imaginar um exemplo simples: um trem sai da estação em direção a duas cidades. No
momento de saída disparamos o cronômetro, ou seja, definimos o tempo zero (𝑡0 = 0). Depois de 1h
hora o trem passa pela cidade A (𝑡1 = 1ℎ), e quando o cronômetro indica 3h (𝑡2 = 3ℎ) o trem passa pela
cidade B.
Assim, podemos dizer que o intervalo de tempo entre a estação e a cidade A foi ∆𝑡𝑒𝑠𝑡𝑎çã𝑜→𝐴 =
𝑡1 − 𝑡0 = 1 − 0 = 1ℎ.
O tempo entre A e B foi: ∆𝑡𝐴→𝐵 = 𝑡2 − 𝑡1 = 3 − 1 = 2ℎ. Por fim, o tempo entre a estação e a
cidade B foi ∆𝑡𝑒𝑠𝑡𝑎çã𝑜→𝐵 = 𝑡2 − 𝑡0 = 3 − 0 = 3ℎ.

2.2. Localização de um ponto material para um dado referencial


Inicialmente, é necessário saber diferenciar ponto material de corpo extenso.
Ponto material é todo corpo cujas dimensões não interferem no estudo de determinado
fenômeno.
Se o corpo não puder ser considerado ponto material, ele se classificará como corpo extenso.
Note que um corpo pode ser um ponto material para uma determinada situação, como por
exemplo um caminhão indo de São Paulo para a Bahia, pois as dimensões do caminhão são muito menores
que a distância a ser percorrida. Por outro, em uma situação na qual o caminhão está manobrando num
estacionamento, ele é um corpo extenso.
A partir dessa diferenciação de corpo extenso e ponto material, podemos fazer a determinação da
posição de um ponto material P.
Para isto, é preciso definir referenciais ou sistemas de referência (R).
Dessa forma, quando vamos analisar o movimento de um móvel, devemos atribuir um sentido
para o movimento e um marco zero para o deslocamento, como na figura abaixo.

Figura 1: Sistema de referência para o deslocamento do carro.

Observação: No Brasil, o sistema de unidades adotado é o Sistema Internacional de Unidades (SI).


Ao longo do nosso curso de Física, trabalharemos com diversas unidades no SI. Por enquanto, vamos
trabalhar com apenas unidades para tempo e espaço.
A unidade de tempo no SI é o segundo (𝑠). O minuto (𝑚𝑖𝑛) e a hora (ℎ) são múltiplos do segundo:
1 𝑚𝑖𝑛 = 60 𝑠
1 ℎ = 60 𝑚𝑖𝑛 = 3600 𝑠

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 10


Prof. Toni Burgatto

A unidade de comprimento no SI é o metro (𝑚). O milímetro (𝑚𝑚) e o centímetro (𝑐𝑚) são


submúltiplos do metro. O quilômetro (𝑘𝑚) é múltiplo do metro:
1 𝑚𝑚 = 10−3 𝑚
1 𝑐𝑚 = 10−2 𝑚
1 𝑘𝑚 = 103 𝑚

2.3. Movimento e repouso


Dizemos que um dado ponto material está em repouso em relação a certo referencial quando
todas as suas coordenadas (𝒙, 𝒚, 𝒛), medidas em relação ao referencial, permanecem invariáveis com o
passar do tempo. Se uma de suas coordenadas variar, dizemos que o ponto material está em movimento,
em relação ao referencial adotado.
Observe que o conceito de repouso e de movimento dependem do referencial adotado. Um ponto
material pode estar em repouso em relação a um referencial e em movimento em relação a outro.
Por exemplo, duas pessoas sentadas em um ônibus. Se uma pessoa olhar para a outra terá a
impressão de estar parada, pois o referencial está no ônibus onde as duas pessoas se encontram.
Entretanto, uma terceira pessoa parada na calçada, ao olhar para elas, verá que as duas estão em
movimento, conforme o deslocamento do ônibus.
Pode-se dizer que para a terceira pessoa adotou-se como referencial a Terra, pois, ela está parada
na calçada.

2.4. Trajetória
Definimos como trajetória a curva que descreve o movimento realizado pelo ponto material, em
relação a um determinado referencial.

Figura 2: Representação de uma trajetória curva no espaço.

Se o ponto material estiver em repouso, para o referencial escolhido, sua trajetória se reduz a um
ponto geométrico.
Ao definirmos trajetória, condicionamos sua definição ao referencial adotado. Vamos estudar um
exemplo simples de um menino jogando uma bola no chão do ônibus em movimento. Considere que o
ônibus esteja viajando a uma velocidade constante, em uma trajetória retilínea.
Para o menino dentro do ônibus, a bola faz uma trajetória na vertical, fazendo um segmento de
reta. Entretanto, para uma pessoa parada na calçada, isto é, no referencial da Terra, a bola faz uma curva
de um arco de parábola (a demonstração formal de que a curva é um arco de parábola será feita no
capítulo de lançamento oblíquo, um dos últimos capítulos do nosso curso de cinemática.).
Vide as figuras a seguir:

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 11


Prof. Toni Burgatto

Figura 3: Representação da trajetória da bola, com referencial na criança.

Figura 4: Representação da trajetória da bolinha para um referencial situado na Terra.

O capítulo de movimento relativo será abordado futuramente, mas apenas como curiosidade,
existe a ideia de repouso relativo. Imagine dois automóveis percorrendo uma mesma estrada retilínea,
com velocidades iguais e no mesmo sentido, sem aceleração, não havendo movimento de um em relação
ao outro.
Um passageiro de um dos carros, fixando seu olhar exclusivamente no outro carro, sem fazer
nenhuma comparação com a estrada e a vizinhança, tem a sensação de que o outro carro está parado.
Essa mesma ideia é utilizada no abastecimento de aeronaves em pleno voo. Para isto, basta que não haja
movimento relativo entre elas por determinado intervalo de tempo.

1)
Recentemente, o PAM (Programa Alimentar Mundial) efetuou lançamentos aéreos de 87t de alimentos
(sem uso de paraquedas) na localidade de Luvemba, em Angola. Os produtos foram ensacados e
amarrados sobre placas de madeira para resistirem ao impacto da queda.
Disponível em: <www.angola.org>.
A figura ilustra o instante em que um desses pacotes é abandonado do avião. Para um observador em
repouso na Terra, o diagrama que melhor representa a trajetória do pacote depois de abandonado, e:

(A) I (B) II (C) III (D) IV (E) V


Comentários:
Ao ser abandonado do avião, o pacote não possui velocidade escalar na direção vertical,
entretanto, ele possui a mesma velocidade horizontal do avião, por isso, o pacote seguirá seu movimento
na horizontal ao mesmo tempo que está caindo.

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 12


Prof. Toni Burgatto

Portanto, sua trajetória será um arco de parábola, semelhante ao caso do menino soltando a bola
dentro do ônibus, na parte teórica.
Alternativa correta letra (E).

2)
Julia está andando de bicicleta, com velocidade constante, quando deixa cair uma moeda. Tomás está
parado na rua e vê a moeda cair. Assinale a alternativa em que melhor estão representadas as trajetórias
da moeda, como observadas por Júlia e por Tomás.

a) b) c) d)
Resolução:
Pelo referencial de Júlia, não existe movimento relativo na horizontal entre a moeda e a Júlia
andando de bicicleta, pois, a moeda sai com a mesma velocidade horizontal que Júlia. Então, Júlia vê a
moeda cair na vertical.
Entretanto, Tomás, que está parado na rua, vê a composição do movimento horizontal junto com
o movimento vertical da moeda. Ele vê a moeda indo para a frente, na direção do deslocamento de Júlia,
e, ao mesmo tempo, vê a moeda caindo na vertical.
Essa composição de movimento descreve uma trajetória curva, formando um arco de parábola.
Novamente, veremos a demonstração formal dessa curva futuramente.
Alternativa correta letra C).

2.5. Espaço de um móvel


Vamos utilizar um exemplo para facilitar nosso entendimento. Um carro vai de São Paulo ao Rio
de Janeiro e desejamos saber sua posição ao passar por São José dos Campos. Para isso, podemos definir
um sistema cartesiano triortogonal e determinar os valores das coordenadas (𝒙, 𝒚, 𝒛), conforme a figura
abaixo:

Figura 5: Representação da trajetória de São Paulo ao Rio de Janeiro no espaço.

Entretanto, diante das condições do problema, é bem mais simples fornecer a posição do carro
em relação à própria trajetória que já é conhecida. Para isso, definimos um ponto O de forma arbitrária
como sendo a origem e uma orientação para a trajetória.

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 13


Prof. Toni Burgatto

Para o nosso exemplo, podemos definir a Divisa SP/RJ como nossa origem e a orientação positiva
no sentido de Rio de Janeiro para São Paulo:

Figura 6: Representação da trajetória de São Paulo para Rio de Janeiro, em apenas uma dimensão.

Podemos afirmar que São José dos Campos situa-se no km 148 da Via Dutra.
Observação: A escolha da origem e da orientação não alteram o lugar onde se encontra o corpo.
No exemplo do carro indo de São Paulo para Rio de Janeiro, você poderia ter escolhido outro ponto de
origem e outra direção e, mesmo assim, o móvel estaria em São José dos Campos.
Assim, denominamos espaço a posição de uma partícula em relação à sua trajetória. Observe que
ao fazer tais considerações, a cada valor de tempo corresponde um único valor de espaço.

2.6. Função horária do espaço


Se um ponto material está em movimento em relação a certo referencial, à medida que o tempo
transcorre, o espaço do móvel varia. Assim, a função horária do espaço é a função que relaciona os
espaços 𝒔 de um móvel com os correspondentes instantes 𝒕.
Dessa forma, conhecer a função horária do espaço é muito importante, pois se conhecemos a
função horária podemos determinar o espaço do móvel para cada instante de tempo.
Vamos analisar dois exemplos:

1) 𝑠(𝑡) = 20 − 5𝑡 (para 𝑠 em metros e 𝑡 em segundos):

𝑡 = 0 ⇒ 𝑠(0) = 20 − 5.0 = 20𝑚

𝑡 = 1𝑠 ⇒ 𝑠(1) = 20 − 5.1 = 15𝑚

𝑡 = 2𝑠 ⇒ 𝑠(2) = 20 − 5.2 = 10𝑚

𝑡 = 3𝑠 ⇒ 𝑠(3) = 20 − 5.3 = 5𝑚

𝑡 = 4𝑠 ⇒ 𝑠(4) = 20 − 5.4 = 0

𝑡 = 5𝑠 ⇒ 𝑠(5) = 20 − 5.5 = −5𝑚

Figura 7: Representação esquemática da trajetória do móvel para a função horária do exemplo.

2) 𝑠(𝑡) = 2 + 4𝑡 − 𝑡 2 (𝑆𝐼):

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 14


Prof. Toni Burgatto

𝑡 = 0 ⇒ 𝑠(0) = 2 + 4.0 − 02 = 2𝑚

𝑡 = 1𝑠 ⇒ 𝑠(1) = 2 + 4.1 − 12 = 5𝑚

𝑡 = 2𝑠 ⇒ 𝑠(2) = 2 + 4.2 − 22 = 6𝑚

𝑡 = 3𝑠 ⇒ 𝑠(3) = 2 + 4.3 − 32 = 5𝑚

𝑡 = 4𝑠 ⇒ 𝑠(4) = 2 + 4.4 − 42 = 2𝑚

Figura 8: Representação esquemática da trajetória do móvel para o exemplo logo acima.

Observe que 𝒕 = 𝟎 é chamado de origem dos tempos, definindo o momento do disparo do


cronômetro do observador.
Se não conhecemos a função horária e conhecemos o espaço para cada instante de tempo,
podemos determinar a função horária e a partir dela determinar o espaço para outros instantes.
Exemplo: vamos supor a seguinte relação de tempo e de espaço:

Tempo (s) Espaço (m)


0 10
1 9
2 8
3 7
De acordo com os dados fornecidos, podemos concluir que a função horária do espaço é definida
por:
𝑠(𝑡) = 10 − 𝑡
Neste momento, não estamos preocupados na matemática para chegar nesse resultado, apenas
nos conceitos físicos. Futuramente, desenvolveremos todos os cálculos detalhadamente, mas não é difícil
verificar que a relação do espaço-tempo é dada por aquela função do primeiro grau.
Se quisermos saber em qual instante corresponde ao 𝑠 = 1𝑚, basta resolvermos a seguinte
equação:
𝑠(𝑡) = 1 ⇒ 10 − 𝑡 = 1 ⇒ 𝑡 = 9𝑠

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 15


Prof. Toni Burgatto

2.7. Variação de espaço e distância percorrida


Um erro comum entre os alunos é misturar os conceitos de Variação de Espaço e Distância
Percorrida. Vejamos, de início, a definição de Variação de Espaço.

2.7.1. Variação do espaço


Seja 𝒔𝟏 o espaço de um móvel num instante 𝒕𝟏 e 𝒔𝟐 seu espaço num instante 𝒕𝟐 . A variação do
espaço (𝚫𝒔) num intervalo de tempo 𝚫𝒕 = 𝒕𝟐 − 𝒕𝟏 , é definido como:
𝚫𝒔 = 𝒔𝟐 − 𝒔𝟏
Observações:
 Se 𝒔𝟐 > 𝒔𝟏 , então 𝚫𝒔 > 𝟎 e dizemos que o móvel se movimenta no sentido positivo da
trajetória, aumentando o seu espaço.

Figura 9: Se 𝒔𝟐 > 𝒔𝟏 , então 𝜟𝒔 > 𝟎.

 Se 𝒔𝟐 < 𝒔𝟏 , então 𝚫𝒔 < 𝟎 e dizemos que o móvel se movimenta no sentido negativo da


trajetória, diminuindo seu espaço.

Figura 10: Se 𝒔𝟐 < 𝒔𝟏 , então 𝜟𝒔 < 𝟎.

 Se 𝒔𝟐 = 𝒔𝟏 , então 𝚫𝒔 = 𝟎, isto é, o corpo não se move ao longo da trajetória.

Figura 11: Se 𝒔𝟐 = 𝒔𝟏 , então 𝜟𝒔 = 𝟎.

Observação: em Física, usamos a letra grega maiúscula delta (𝚫), seguida de uma grandeza, para
indicar a variação dessa, isto é, fazer a diferença entre os valores finais e iniciais desta grandeza.

2.7.2. Distância percorrida


Definimos a distância percorrida por um móvel como a soma dos módulos das variações de espaço
em cada sentido do movimento.

Vamos tomar um exemplo para ilustrar essa definição: um corpo vai de 𝑠1 = 20 𝑘𝑚 até 𝑠2 =
80𝑘𝑚 e depois retorna a 𝑠3 = 40𝑘𝑚, assim temos que:

𝑡1 → 𝑡2 : Δ𝑠1→2 = 𝑠2 − 𝑠1 = 80 − 20 = 60𝑘𝑚

𝑡2 → 𝑡3 : Δ𝑠2→3 = 𝑠3 − 𝑠2 = 40 − 80 = −40𝑘𝑚

𝑡1 → 𝑡3 : Δ𝑠1→3 = 𝑠3 − 𝑠1 = 40 − 20 = 20𝑘𝑚

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 16


Prof. Toni Burgatto

Note que:

Δ𝑠1→3 = 𝑠3 − 𝑠1 = 𝑠3 − 𝑠2 + 𝑠2 − 𝑠1 = Δ𝑠1→2 + Δ𝑠2→3 = 60 + (−40) = 20𝑘𝑚

A partir da definição, temos que a distância percorrida é:

𝑑 = |Δ𝑠1→2 | + |Δ𝑠2→3 | = |60| + |−40| = 60 + 40 = 100𝑘𝑚

Figura 12: Representação do movimento da trajetória do corpo para comparar distância percorrida e variação do espaço.

3)
Uma pessoa parte da posição A e atinge a posição B percorrendo a trajetória indicada na figura. O lado de
cada quadradinho representa uma distância de 100m. Qual a distância, em quilômetros, que a pessoa
percorre? Qual foi o módulo da variação de espaço da pessoa?

Comentários:
Para calcular a distância percorrida, devemos calcular o módulo do deslocamento de cada trecho.
Primeiro trecho são 5 quadradrinhos, logo, ele se deslocará 5 𝑥 100 = 500𝑚. Em seguida, ela desloca-se
2 quadradinhos para a vertical. Então, ela desloca 2 𝑥 100 = 200𝑚.
Finalmente, ela faz um deslocamento inclinado, formando a hipotenusa de um triângulo
retângulo. Logo, pelo teorema de Pitágoras, temos: 𝑎2 = 32 + 42 = 25 ⇒ 𝑎 = 5. Esse triângulo é famoso
e seus semelhantes também.
Logo, nesse trecho a pessoa andou 5 𝑥 100 = 500𝑚. Portanto, a distância percorrida (𝑑) pela
pessoa foi 𝑑 = 500 + 200 + 500 = 1200𝑚 ⇒ 𝑑 = 1,2𝑘𝑚. Para calcularmos a variação de espaço da
pessoa, devemos pegar o módulo da variação de espaço entre A e B, isto é, Δ𝑠𝐴→𝐵 = 𝑠𝑏 − 𝑠𝑎 .

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 17


Prof. Toni Burgatto

Dado que eles não estão no mesmo plano, precisamos fazer um tratamento vetorial. Mas como
estamos apenas preocupados com o |Δs⃗𝐴→𝐵 |, precisamos apenas calcular a hipotenusa do triângulo
abaixo:

Pelo teorema de Pitágoras, temos que:


|Δs⃗𝐴→𝐵 |2 = 12 + 52 = 26
⇒ |Δs⃗𝐴→𝐵 | = √26
Portanto, como cada quadradinho corresponde a 100 metros, o módulo da variação de espaço da
pessoa foi de 100√ 26 𝑚.

2.8. Velocidade escalar média

Considerando a variação de espaço de um ponto material dada por Δ𝑠 = 𝑠2 − 𝑠1 , durante o


intervalo de tempo Δ𝑡 = 𝑡2 − 𝑡1 , efine-se velocidade escalar média (𝑣𝑚 ), no intervalo de tempo Δ𝑡, como
o quociente entre a variação de espaço e o correspondente intervalo de tempo:

Δ𝑠
𝑣𝑚 =
Δ𝑡

Nota-se que Δ𝑡 é sempre positivo. Por isso, concluímos que o sinal de 𝑣𝑚 é o mesmo de Δ𝑠:

 Se Δ𝑠 > 0 ⇒ 𝑣𝑚 > 0;

 Se Δ𝑠 < 0 ⇒ 𝑣𝑚 < 0; e

 Se Δ𝑠 = 0 ⇒ 𝑣𝑚 = 0.

No SI, a unidade de velocidade escalar é o metro por segundo (𝑚/𝑠). Geralmente, surge a
necessidade de transformar a unidade de 𝑐𝑚/𝑠 ou 𝑘𝑚/ℎ para 𝑚/𝑠.

Naturalmente, carregamos desde cedo a noção de velocidade escalar média. Por exemplo, em
uma viagem, quando um móvel percorre 200 km em 2 horas, rapidamente dizemos que ele percorreu,
em média, 100 km a cada hora. Assim, afirmamos que a velocidade escalar média foi de 100 𝑘𝑚/ℎ.

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 18


Prof. Toni Burgatto

Note que não podemos afirmar que necessariamente o móvel percorreu nessa velocidade durante
o deslocamento. Ele pode ter andado 110 km na primeira hora e 90 km na segunda hora, mas, na média,
ele andou 100 km a cada hora.

Observação: velocidade média é definida pela variação da posição em relação ao tempo. Lembra
que vimos a diferença entre distância percorrida e variação de espaço? Muitas vezes, o interesse é pensar
na rapidez com que um carro da Nascar que faz uma trajetória oval retornando ao ponto de origem, por
exemplo. Perceba que nesse caso a velocidade média por definição, após dar uma volta, é igual a zero já
que o espaço final é igual ao espaço inicial.

Por isso, para trabalhar com a ideia de rapidez no movimento, é definida a grandeza rapidez média
como sendo:

𝑑
𝑟𝑎𝑝𝑖𝑑𝑒𝑧 =
Δ𝑡

Em que 𝑑 é a distância percorrida no referido intervalo de tempo.

2.9. Relação entre m/s e km/h

Diante da relação entre metros e quilômetros, segundos e horas, pode-se escrever uma relação
entre as unidades e isto é fundamental para resolução de questões dos concursos, pois é comum misturar
as unidades. Vamos ver como transformar as unidades:

𝑘𝑚 1000𝑚 1 𝑚 𝑚 𝑘𝑚
1 = = 𝑜𝑢 1 = 3,6
ℎ 3600𝑠 3,6 𝑠 𝑠 ℎ

Diante desse resultado, notamos que cada 𝟏 𝒎/𝒔 corresponde a 𝟑, 𝟔 𝒌𝒎/𝒉. Portanto:

𝒎 𝒌𝒎
⇒ ⇒× 𝟑, 𝟔
𝒔 𝒉

𝒌𝒎 𝒎
⇒ ⇒÷ 𝟑, 𝟔
𝒉 𝒔

Exemplos:
𝑚 𝑘𝑚
 10 = 10 𝑥 3,6 = 36 𝑘𝑚/ℎ; e
𝑠 ℎ

𝑘𝑚 72
 72 = 3,6 = 20 𝑚/𝑠.

4)
Em um prédio de 20 andares (além do térreo) o elevador leva 36 s para ir do térreo ao 20º andar. Uma
pessoa no andar X chama o elevador, que está inicialmente no térreo, e 39,6 s após a chamada a pessoa

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 19


Prof. Toni Burgatto

atinge o andar térreo. Se não houve paradas intermediárias, e os tempos de abertura e fechamento da
porta do elevador e de entrada e saída do passageiro são desprezíveis, podemos dizer que o andar X é o:
a) 9º. b) 11º. c) 16º. d) 18º. e) 19º.

Comentários:
Podemos definir a velocidade do elevador como sendo a razão entre o número de andares pelo
tempo:
𝑛º 𝑎𝑛𝑑𝑎𝑟𝑒𝑠
𝑣𝑚 =
𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜
Logo, a velocidade escalar média desse elevador será:
20 5
𝑣𝑚 = = 𝑎𝑛𝑑𝑎𝑟𝑒𝑠/𝑠
36 9
O elevador gastou 39,6 segundos para chegar até o andar dele e voltar para o térreo. Como o
módulo da velocidade escalar do elevador é constante, podemos dizer que o mesmo tempo que ele leva
para subir ele leva para descer. Logo, o elevador levou metade do tempo para subir, isto é, gastou 19,8
segundos. Portanto, o número de andares que ele andou para subir foi:
5 𝑛º 𝑎𝑛𝑑𝑎𝑟𝑒𝑠
= ⇒ 𝑛º 𝑎𝑛𝑑𝑎𝑟𝑒𝑠 = 11
9 19,8
Portanto, a pessoa estava no 11º andar.
Gabarito B.

5)
Num caminhão-tanque em movimento, uma torneira mal fechada goteja à razão de duas gotas por
segundo. Determine a velocidade do caminhão, sabendo que a distância entre marcas sucessivas deixadas
pelas gotas no asfalto é de 2,5m.

Comentários:
O caminhão deixa cair 2 gosta a cada 1s, logo, 1 gota a cada 0,5s. Portanto o intervalo de tempo
entre duas gotas é de 0,5s. Dessa forma, a velocidade do caminhão pode ser calculada a partir das
distâncias entre duas gotas, já que a gota sai com a mesma velocidade escalar horizontal do caminhão.
Logo:
Δ𝑠 2,5
𝑣= = = 5𝑚/𝑠
Δ𝑡 0,5
Gabarito: 5 m/s

6)
Considere a escada de abrir. Os pés P e Q se movem com velocidade constante, v.

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 20


Prof. Toni Burgatto

O intervalo de tempo decorrido, desde o início da abertura, para que o triângulo POQ se torne equilátero
será:
𝑳 𝑳 𝟐𝑳 𝑳 𝟐𝑳
a) 𝒗 b) 𝟐𝒗 c) d) 𝟒𝒗 e) 𝒗
√𝟑𝒗

Comentários:
A escada inicialmente está fechada e vai abrir com velocidade constante na direção horizontal até
se tornar um triângulo equilátero. Vamos analisar o ponto Q. Precisamos lembrar que um triângulo
equilátero possui todos os lados iguais e o segmento OM divide o lado PQ ao meio.
Dessa forma, se colocarmos a origem do movimento no ponto M, temos que seu 𝑠0 está em M e
𝐿
depois seu 𝑠1 estará a uma distância 2 do ponto M, pois o triângulo se tornou um triângulo equilátero.
𝐿
Logo, seu Δ𝑠 = 2. Assim:
𝐿
Δ𝑠 𝐿
𝑣= ⇒ 𝑣 = 2 ⇒ Δ𝑡 =
Δ𝑡 Δ𝑡 2𝑣
Gabarito B.

7)
Dirigindo-se a uma cidade próxima, por uma autoestrada plana, um motorista estima seu tempo de
viagem, considerando que consiga manter uma velocidade média de 90𝑘𝑚/ℎ. Ao ser surpreendido pela
chuva, decide reduzir sua velocidade média para 60𝐾𝑚/ℎ, permanecendo assim até a chuva parar, quinze
minutos mais tarde, quando retoma sua velocidade média inicial. Essa redução temporária aumenta seu
tempo de viagem, com relação à estimativa inicial, em:
a) 5 min b) 7,5 min c) 10 min d) 15 min e) 30 min

Comentários:
Inicialmente, o móvel iria a 90𝑘𝑚/ℎ, mas durante um intervalo de tempo de 15 min (que
corresponde a ¼ de hora), ele anda a 60 𝑘𝑚/ℎ por causa da chuva. Então para ver a diferença de tempo
causado por essa chuva, basta vermos quanto ele andou durante esse tempo e calcular quanto seria o
tempo caso ele não tivesse esse imprevisto. Dessa forma, temos que:
1) Deslocamento durante o intervalo de chuva:

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 21


Prof. Toni Burgatto

Δ𝑠𝑐ℎ𝑢𝑣𝑎
𝑣𝑐ℎ𝑢𝑣𝑎 =
Δ𝑡𝑐ℎ𝑢𝑣𝑎
Δ𝑠𝑐ℎ𝑢𝑣𝑎
⇒ 60 =
1
4
1
⇒ Δ𝑠𝑐ℎ𝑢𝑣𝑎 = 60. = 15 𝑘𝑚
4
2) Tempo para deslocar 15 km sem chuva:
Δ𝑠𝑐ℎ𝑢𝑣𝑎
𝑣𝑛𝑜𝑟𝑚𝑎𝑙 =
Δ𝑡𝑛𝑜𝑟𝑚𝑎𝑙
15
⇒ 90 =
Δt normal
15 1
⇒ Δ𝑡𝑛𝑜𝑟𝑚𝑎𝑙 = = ℎ = 10 𝑚𝑖𝑛
90 6
Logo, a diferença dos tempos é de 5 min.
Gabarito A.
Observação: Nesta questão, a Fuvest não foi mencionou o tempo de desaceleração (quando ele sai de 90
km/h para 60 km/h) e o tempo de aceleração do móvel (quando o móvel volta para 90 km/h),
simplificando a questão.

8) (ITA)
Um automóvel faz a metade do seu percurso com velocidade média igual a 40 km/h e o restante com
velocidade média de 60 km/h. Determine a velocidade média do carro no percurso total.

Comentários:
Em primeiro momento, muitos alunos pensam em fazer a média aritmética das velocidades, mas
veremos que não é a média aritmética das velocidades e, sim, a média harmônica.
Para resolver essa questão, vamos considerar que todo o percurso seja de 2𝑑 (isso é um truque
para evitar frações), sendo que na primeira metade (𝑑) ele anda a uma velocidade 𝑣1 , gastando um tempo
Δ𝑡1.
Na segunda metade (d também) ele anda a uma velocidade 𝑣2 , gastando um tempo Δ𝑡2 . Sendo
assim, ele anda uma distância total 2d e cada trecho ele anda a uma velocidade, logo, gastará tempos
distintos, de maneira que o tempo total é a soma dos tempos.
Logo, temos que:
Δ𝑠 2𝑑
𝑣𝑚 = =
Δ𝑡 Δ𝑡1 + Δ𝑡2
Mas, precisamos conhecer uma relação entre as distâncias e os tempos. Para isso, vamos calcular
quanto o móvel gasta em cada metade, já que ele está com velocidades distintas em cada trecho.
1) Tempo para a primeira metade:
Δ𝑠1
𝑣1 =
Δ𝑡1

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 22


Prof. Toni Burgatto

𝑑
⇒ Δ𝑡1 =
𝑣1
2) Tempo para a segunda metade:
Δ𝑠2
𝑣2 =
Δ𝑡2
𝑑
⇒ Δ𝑡2 =
𝑣2
Assim, podemos substituir os tempos na equação da velocidade média:
2𝑑
𝑣𝑚 =
𝑑 𝑑
𝑣1 + 𝑣2
2𝑑
⇒ 𝑣𝑚 =
1 1
𝑑 (𝑣 + 𝑣 )
1 2

2
⇒ 𝑣𝑚 =
1 1
+
𝑣1 𝑣2
Substituindo os valores da questão, encontramos que:
2
𝑣𝑚 =
1 1
𝑣1 + 𝑣2
2 2.40.60 2.40.60
⇒ 𝑣𝑚 = = =
1 1 40 + 60 100
40 + 60
∴ 𝑣𝑚 = 48 𝑘𝑚/ℎ
Nesse momento, provamos que quando um móvel percorre um percurso que está dividido em n
partes iguais com velocidades diferentes, a velocidade média do percurso total será a média harmônica
das velocidades.
Gabarito 48 𝑘𝑚/ℎ.
Vale lembrar as principais médias da matemática:
1) Média aritmética simples de 𝑛 termos:
𝑎1 + 𝑎2 + ⋯ + 𝑎𝑛
𝑀𝐴 =
𝑛
2) Média aritmética ponderada de 𝑛 termos, conhecendo os pesos (𝛼, 𝛽, … 𝜃):
𝛼. 𝑎1 + 𝛽. 𝑎2 + ⋯ 𝜃. 𝑎𝑛
𝑀𝑃 =
𝛼 + 𝛽 + ⋯𝜃
3) Média geométrica de 𝑛 termos:
𝑀𝐺 = 𝑛√𝑎1 . 𝑎2 … . 𝑎𝑛
4) Média harmônica de 𝑛 termos:

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 23


Prof. Toni Burgatto

𝑛
𝑀𝐻 =
1 1 1
+ + ⋯ +
𝑎1 𝑎2 𝑎𝑛

9)
Quatro cidades, A, B, C e D, estão dispostas de tal forma que as distancias rodoviárias entre A e B, B e C,
e C e D são, respectivamente, AB = 60 km, BC = 100 km e CD = 90 km. Se um automóvel vai de A até B a
uma velocidade escalar média de 60 km/h, da cidade B até C a uma velocidade escalar média de 50 km/h
e de C até D a uma velocidade escalar média de 45 km/h, determine a velocidade média desse automóvel,
em km/h, para o percurso de A até D.

Comentários:
Semelhante ao método aplicado na questão anterior, vamos calcular o tempo de cada trecho:
1) Tempo de AB:
Δ𝑠𝐴𝐵 60
Δ𝑡𝐴𝐵 = = =1ℎ
𝑣𝐴𝐵 60
2) Tempo de BC:
Δ𝑠𝐵𝐶 100
Δ𝑡𝐵𝐶 = = =2ℎ
𝑣𝐵𝐶 50
3) Tempo de CD:
Δ𝑠𝐶𝐷 90
Δ𝑡𝐶𝐷 = = = 2ℎ
𝑣𝐶𝐷 45
Dessa forma, o tempo total é Δ𝑡𝑇 = 1 + 2 + 2 = 5 ℎ. Portanto:
Δ𝑠𝑇 60 + 100 + 90
𝑣𝑚 = =
Δ𝑡𝑇 5
𝑣𝑚 = 50 𝑘𝑚/ℎ
Gabarito: 50 𝑘𝑚/ℎ.

2.10. Movimento progressivo ou retrógrado

Chamamos de movimento progressivo quando um móvel se desloca no sentido da orientação


positiva da trajetória. Nesse caso, Δ𝑠 > 0 e podemos verificar que os espaços crescem com o decorrer do
tempo. Além disso, como Δs > 0 temos que 𝑣 > 0, isto é, em qualquer intervalo de tempo a velocidade
escalar é sempre positiva.

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 24


Prof. Toni Burgatto

Figura 13: Movimento progressivo: 𝛥𝑠 > 0 e 𝑣 > 0.

Por outro lado, chamamos de movimento retrógrado quando um móvel se desloca no sentido
contrário ao da orientação. Nesse caso, Δ𝑠 < 0 e podemos verificar que os espaços decrescem com o
decorrer do tempo. Além disso, como Δ𝑠 < 0 temos que 𝑣 < 0, isto é, em qualquer intervalo de tempo a
velocidade escalar é sempre negativa.

Figura 14: Movimento retrógrado: 𝛥𝑠 < 0 e 𝑣 < 0.

3.0. Movimento retilíneo uniforme

3.1. Definição

Caracteriza-se como movimento uniforme aquele que possui velocidade de módulo constante e
diferente de zero, isto é,

Δ𝑠
𝑣𝑚 = 𝑣 = ,𝑣 ≠ 0
Δ𝑡

De outra forma, podemos dizer que:

Δ𝑠 = 𝑣 ⋅ Δ𝑡

Escrevendo dessa forma, podemos ver que a variação do espaço (Δ𝑠) é diretamente proporcional
ao intervalo de tempo correspondente (Δ𝑡). Além disso, vemos que Δ𝑠 varia linearmente com Δ𝑡.
Portanto, para intervalos de tempos iguais, as variações de espaços também são iguais, como mostra a
figura abaixo:

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 25


Prof. Toni Burgatto

Figura 15: Carro realizando um MRU.

Quando o movimento uniforme for em uma reta, chamamos de MRU – Movimento Retilíneo
Uniforme. Quando o movimento uniforme for em uma circunferência, chamamos de MCU – Movimento
Circular Uniforme.

Lembrete: velocidade é uma grandeza vetorial!

3.2. Função horária do espaço

Definido o espaço inicial como 𝑠0 correspondente ao instante 𝑡0 , para um instante 𝑡 temos que o
espaço será 𝑠, com Δ𝑡 = 𝑡 − 𝑡0 e Δ𝑠 = 𝑠 − 𝑠0.

A partir de Δ𝑠 = 𝑣. Δ𝑡, concluímos que:

𝑠 − 𝑠0 = 𝑣(𝑡 − 𝑡0 ) ⇒ 𝑠 = 𝑠0 + 𝑣(𝑡 − 𝑡0 )

Geralmente, adotamos como tempo inicial 𝑡0 = 0, quando zeramos cronômetro e passamos a


contar o tempo a partir do zero. Dessa forma, a função do espaço para o MRU se reduz a:

𝑠 = 𝑠0 + 𝑣𝑡

Isto é, a função horária do espaço é uma função do primeiro grau em 𝑡.

A principal característica do movimento retilíneo uniforme é fato da velocidade escalar ser


constante, isto é, a aceleração escalar é nula.

Para verificar se um movimento é MRU, devemos observar se o movimento respeita qualquer uma
destas três características:
Δ𝑠
1) A velocidade é constante: 𝑣 = 𝑣𝑚 = Δ𝑡 , 𝑣 ≠ 0.

2) O espaço obedece a uma função horária do primeiro grau em 𝑡: 𝑠 = 𝑠0 + 𝑣𝑡.

3) A aceleração é nula: 𝑎 = 𝑎𝑚 = 0.

3.3. Gráficos do MRU

Dado que a função horária do espaço é dada por 𝑠 = 𝑠0 + 𝑣𝑡, então a função de 𝑠(𝑡) é uma função
do primeiro grau, análoga a 𝑓(𝑥) = 𝑏 + 𝑎𝑥. Então, dada a 𝑠(𝑡) = 𝑠0 + 𝑣𝑡 temos que 𝑠0 é o coeficiente
linear da função e 𝑣 é o coeficiente angular da função.

Da matemática, lembramos que o coeficiente linear caracteriza o ponto onde a função toca
quando passa pelo eixo y. Já o coeficiente angular nos mostra a inclinação da reta, isto é, a taxa como
cresce ou descreve a função.

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 26


Prof. Toni Burgatto

3.3.1. Diagrama 𝒔 × 𝒕
Como visto na Aula 00, no movimento progressivo (𝑣 > 0) o espaço cresce (Δ𝑠 > 0) com o tempo
(figura x.1) e, no movimento retrógrado (𝑣 < 0), o espaço decresce (Δ𝑠 < 0) com o tempo (figura x.2)

Figura 16: Exemplo de um tipo de gráfico 𝒔𝒙𝒕 no MRU, com 𝑣 > 0 e 𝑠0 > 0. Como a velocidade é maior que zero, então estamos em um
movimento progressivo. Perceba ainda que a reta é crescente com o tempo.

Δ𝑠
Dado que 𝑣 = Δ𝑡 e, segundo a trigonometria, tangente é uma função que é definida pela razão do
cateto oposto pelo cateto adjacente, temos que:

𝑣 𝑁= 𝑡𝑔𝛼

Isto é, a tangente da inclinação da reta é igual numericamente a velocidade.

Figura 17: Exemplo de um tipo de gráfico 𝒔𝒙𝒕 no MRU, com 𝑣 < 0 e 𝑠0 > 0. Note que a velocidade é negativa, caracterizando um MRU.
Perceba ainda que a reta é decrescente com o tempo.

Para o caso do movimento retrógrado, a 𝑡𝑔𝛽 𝑁=|𝑣|. Entretanto, temos que neste caso a velocidade
é negativa, então, devemos lembrar de colocar o sinal de menos após calcular a tangente para de fato
determinar a velocidade.

3.3.2. Diagrama 𝒗 × 𝒕
O MRU é caracterizado por ter velocidade constante, dessa forma, o módulo da velocidade não se
altera com o decorrer do tempo. Logo a função da velocidade com o tempo é uma reta paralela ao eixo
dos tempos.

Para o movimento progressivo temos 𝑣 > 0, logo, a reta é paralela e está acima do eixo dos
tempos. Para o movimento retrógrado temos 𝑣 < 0, portanto, a reta é paralela e está abaixo do eixo dos
tempos, conforme as figuras abaixo:

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 27


Prof. Toni Burgatto

Figura 18: Gráfico 𝒗𝒙𝒕 no MRU, com 𝑣 > 0.

Figura 19: Gráfico vxt no MRU, com v<0.

Como dito anteriormente, neste movimento não existe aceleração, logo o gráfico da aceleração
pelo tempo coincide com o eixo dos tempos.

Figura 20: Gráfico axt no MRU.

10)
A função horária do espaço de um móvel é 𝑠 = 12 − 3𝑡, com 𝑠 e 𝑡 em unidades SI.
a) determine o espaço inicial e a velocidade escalar do movimento.
b) classifique o movimento.
c) determine o espaço no instante 𝑡 = 2 𝑠.
d) em que instante o móvel passa pela origem dos espaços?
e) faça o gráfico do espaço pelo tempo.

Comentários:
a) Vamos comparar a função dada com a função segundo a teoria:
𝑠 = 𝑠0 + 𝑣𝑡
{
𝑠 = 12 − 3𝑡
⇒ 𝑠0 = 12 𝑚 𝑒 𝑣 = −3 𝑚/𝑠
b) O movimento é retrógrado, pois 𝑣 = −3 𝑚/𝑠, isto é, 𝑣 < 0.
c) Para 𝑡 = 2 𝑠, temos que:
𝑠(2) = 12 − 3.2 = 12 − 6
⇒ 𝑠(2) = 6 𝑚
d) No momento em que o móvel passa pela origem dos espaços, o espaço do móvel é nulo, isto é, 𝑠(𝑡) =
0. Portanto:
𝑠(𝑡) = 0 ⇒ 12 − 3𝑡 = 0 ⇒ 𝑡 = 4 𝑠

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 28


Prof. Toni Burgatto

e) Já conhecemos o espaço inicial (coeficiente linear), a velocidade (coeficiente angular) e ainda sabemos
quando passamos pela origem dos espaços, então, temos que:

12
Notemos que 𝑡𝑔𝛼 = = 3 e que 𝑣 𝑁
=−𝑡𝑔𝛼 = −3 𝑚/𝑠.
4

11)
Dois automóveis A e B percorrem uma mesma trajetória, com as seguintes funções horárias: 𝑠𝐴 = 20 +
60𝑡 e 𝑠𝐵 = 40 + 40𝑡. Onde o tempo é medido em horas e o espaço em quilômetros.
a) Determine o instante de encontro.
b) Qual a posição de encontro.
c) Em um mesmo gráfico, coloque a função horária de casa automóvel.

Comentários:
a) Quando falamos de encontro, dado que se trata de pontos materiais, a posição dos automóveis devem
ser a mesma, isto é, no instante do encontro, os espaços os móveis devem ser iguais. Logo:
𝑠𝐴 = 𝑠𝐵
⇒ 20 + 60𝑡 = 40 + 40𝑡
⇒ 20𝑡 = 20
⇒ 𝑡 =1ℎ

b) Para encontrarmos a posição, basta substituir em uma das funções horárias:


𝑠𝐴 = 20 + 60 ⋅ 1 = 80 𝑘𝑚 = 𝑠𝐵
c) Gráfico das funções horárias:

Este exercício pode ser resolvido pelo conceito de velocidade relativa (nós abordaremos mais
desse assunto mais à frente). Vamos colocar o nosso referencial no automóvel mais à frente(B). Dessa

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 29


Prof. Toni Burgatto

forma, o automóvel B vê o automóvel se aproximar dele com velocidade, em valor absoluto, de 20𝑘𝑚/ℎ
(60𝑘𝑚/ℎ − 40𝑘𝑚/ℎ).
Tudo se passa como o móvel B estivesse parado. Assim, devemos pegar a distância relativa entre
B e A também, pois, uma vez que parámos o móvel B, sua distância até o móvel A, em valor absoluto, é
de 20 𝑘𝑚 (40 𝑘𝑚 − 20 𝑘𝑚).
Dessa forma, poderíamos escrever a função horária do movimento relativo:
|Δ𝑠𝑟𝑒𝑙 | = |𝑣𝑟𝑒𝑙 | ⋅ Δ𝑡
Assim:
20 = 20 ⋅ Δ𝑡 ⇒ Δ𝑡 = 1 ℎ
12)
Um trem de 250 𝑚 de comprimento, com velocidade escalar constante de 108 𝑘𝑚/ℎ, atravessa uma
ponte de 350 𝑚 de comprimento. Em quanto tempo o trem demora na travessia?

Comentários:

Notamos que o início da travessia começa a ser contado (𝑡0 = 0), quando a frente do trem está
no início da ponte e o término da travessia finaliza quando a traseira do trem está no limite de sai da
ponte.
Portanto, tomando como 𝑠0 = 0 a traseira do trem, quando ele terminar a travessia, sua traseira
estará na posição 𝑠 = 𝑡𝑎𝑚𝑎𝑛ℎ𝑜 𝑑𝑜 𝑡𝑟𝑒𝑚 + 𝑡𝑎𝑚𝑎𝑛ℎ𝑜 𝑑𝑎 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑒 ⇒ 𝑠 = 250 + 350 = 600 𝑚. Assim,
podemos escrever que:
𝑠 = 𝑠0 + 𝑣𝑡
108
⇒ 600 = 0 + ⋅𝑡
3,6

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 30


Prof. Toni Burgatto

⇒ 𝑡 = 20 𝑠
13) (Trens se aproximando)
Um trem de 200 𝑚 de comprimento, com velocidade de 20 𝑚/𝑠, desloca-se de A para B enquanto um
segundo trem de 100 𝑚 de comprimento, desloca-se em uma linha paralela de B para A, com velocidade
de 40 𝑚/𝑠.
Determine quanto tempo durará o cruzamento dos dois trens. Quanto que o trem B percorre durante o
cruzamento, em relação a um referencial na Terra?

Comentários:

Vamos considerar como instante zero o momento quando as frentes dos dois trens estão na
mesma posição. Neste instante, vamos considerar o segundo trem como nosso referencial e então,
determinar a velocidade escalar de A em relação a B.
Para isso, imagino que você está no trem B, se você estivesse nele e parado, você estaria vendo o
trem A se aproximando com a própria velocidade 20 𝑚/𝑠 mais a velocidade que o trem b deveria estar,
isto é, você veria o trem A se aproximar com 20𝑚/𝑠 + 40𝑚/𝑠 = 60𝑚/𝑠.
Logo, a velocidade relativa de A em relação a B, dado nosso referencial de A para B é 𝑣𝑟𝑒𝑙 =
60𝑚/𝑠.
Para determinar a distância percorrida pelo trem A (o trem B está parado), notamos que a traseira
do trem A deve passar pela traseira do caminhão B, ou seja, seu deslocamento relativo será:
Δ𝑠𝑟𝑒𝑙 = 200 + 100 = 300 𝑚
Portanto, o tempo de do cruzamento dos dois trens é dado por:
Δ𝑠𝑟𝑒𝑙 = 𝑣𝑟𝑒𝑙 ⋅ Δ𝑡
300
⇒ Δ𝑡 =
60
∴ Δ𝑡 = 5 𝑠

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 31


Prof. Toni Burgatto

Para determinarmos a distância percorrida por B, basta utilizarmos a definição de variação de


espaço para o MRU, pois já sabemos quanto tempo durou o cruzamento dos trens:
𝛥𝑠𝐵 = 𝑣𝐵 ⋅ 𝛥𝑡
∴ 𝛥𝑠 = 40 ⋅ 5 = 200 𝑚

14)
Um carro se aproxima, em vias paralelas, de um trem, num trecho retilíneo. Os dois realizam um MRU e
as velocidades são 𝑣𝑡𝑟𝑒𝑚 e 𝑣𝑐𝑎𝑟𝑟𝑜 , com 𝑣𝑐𝑎𝑟𝑟𝑜 > 𝑣𝑡𝑟𝑒𝑚 . Dado que o trem tem um comprimento 𝐿 e o carro
pode ser considerado um ponto material, determine o tempo que o carro leva para passar o trem e quanto
deslocou o trem nessa passagem, para um referencial na Terra.

Comentários:
Novamente, vamos considerar o referencial em um dos dois móveis. Neste caso, consideremos o
referencial no trem. Então, para calcular o tempo que o carro leva para passar pelo trem devemos calcular
a velocidade do carro em relação ao trem e, também, o deslocamento relativo.
Novamente, se você estivesse no trem, você veria o carro se aproximando com 𝑣𝑐𝑎𝑟𝑟𝑜 − 𝑣𝑡𝑟𝑒𝑚 .
Tudo se passa como se o trem estivesse parado e a velocidade do carro é decrescida da velocidade do
trem.
Pense na seguinte situação, você está viajando na rodovia a 100 km/h e vê um carro na frente
viajando a 90 km/h. Se você fixar o seu olhar no carro da frente, sua sensação é que está se aproximando
lentamente do automóvel a sua frente (100 − 90 = 10𝑘𝑚/ℎ).
Por outro lado, quando você fixa seu olhar nos carros questão vindo em sentido contrário, a
sensação é que os carros estão muito mais rápidos. Isto ocorre porque a sua velocidade relativa com
relação a esses carros é a soma das velocidades, ou seja, uma velocidade relativa alta.
Portanto, para o carro passar pelo trem ele precisa atravessar todo o trem, isto é, Δ𝑠𝑟𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 = 𝐿.
Logo:
Δ𝑠𝑟𝑒𝑙 = 𝑣𝑟𝑒𝑙 ⋅ Δ𝑡
𝐿
⇒ Δ𝑡 =
𝑣𝑐𝑎𝑟𝑟𝑜 − 𝑣𝑡𝑟𝑒𝑚
Para determinarmos o deslocamento do trem em relação a Terra, devemos fazer que:
Δ𝑠𝑡𝑟𝑒𝑚 = 𝑣𝑡𝑟𝑒𝑚 ⋅ Δ𝑡
𝑣𝑡𝑟𝑒𝑚 . 𝐿
⇒ Δ𝑡 =
𝑣𝑐𝑎𝑟𝑟𝑜 − 𝑣𝑡𝑟𝑒𝑚
15) (Super vespa)
São José e Jacareí são ligadas por uma estrada reta de d comprimento e, em um dado momento, dois
trens partem um ao encontro do outro, com velocidades escalares iguais a 𝑣𝑇 . No instante da partida,
uma vespa parada na parte dianteira de um dos trens parte voando, em linha reta, ao encontro do outro
trem, com velocidade de 𝑣𝑣 . Ao chegar no outro trem, a vespa volta imediatamente ao primeiro trem, e
assim prossegue até que os dois trens se colidem e esmagam a vespa. Determine a distância percorrida
pela vespa.

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 32


Prof. Toni Burgatto

Comentários:
Inicialmente, precisamos determinar quanto tempo os trens levam para se chocarem. Dado que
os trens se locomovem com velocidades iguais, não é difícil de ver que ele se encontrar no ponto médio
de São José a Jacareí.
Logo, o tempo que os trens levam para se chocarem é:
Δ𝑠𝑡𝑟𝑒𝑚 = 𝑣𝑇 ⋅ Δ𝑡
𝑑
⇒ Δ𝑡 =
2𝑣𝑇
Portanto, a vespa se moveu com uma velocidade 𝑣𝑣 durante este tempo, então:
𝑑
∴ 𝑑𝑣𝑒𝑠𝑝𝑎 = 𝑣𝑣 ⋅
2𝑣𝑇

16)
Tem-se que uma fonte sonora no vértice A de uma pista triangular equilátera e horizontal, de 340 m de
lado. A fonte emite um sinal que após ser refletido sucessivamente em B e C retorna ao ponto A. No
mesmo instante em que a fonte é acionada, um corredor parte do ponto X, situado entre C e A, em direção
a A, com velocidade constante de 10 m/s. Se o corredor e o sinal refletido atingem A no mesmo instante,
a distância AX é de:

a) 10 m c) 30 m e) 1020 m
b) 20 m d) 340 m
Dado: velocidade do som no ar = 340 m/s.

Comentários:
O tempo que o som leva para sair de A e ser refletido por B e por C é o mesmo tempo que o
corredor leva para sair de X e chegar a A.
Então, vamos calcular o tempo que o sinal sonoro leva para realizar o seu percurso.
𝑑𝑠𝑜𝑚 3𝑥340
𝛥𝑡𝑠𝑜𝑚 = = = 3𝑠
𝑣𝑠𝑜𝑚 340
Portanto, a distância deslocada pelo corredor será:
𝑑𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑑𝑜𝑟 = 𝑣𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑡𝑜𝑟 ⋅ Δ𝑡𝑠𝑜𝑚 = 10 ⋅ 3 = 30 𝑚
Gabarito: C

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 33


Prof. Toni Burgatto

4. Movimento uniformemente variado


Até agora, vimos apenas movimentos uniformes onde não existia aceleração tangencial, isto é, o
módulo da velocidade era constante ou ainda, simplesmente dizemos que a aceleração tangencial é
constante e igual a zero.
Contudo, na natureza e na realidade, sabemos que a velocidade (ou módulo ou direção ou sentido)
varia com o tempo. Diversos fenômenos ocorrem com aceleração ou desaceleração, ou simplesmente
quando estamos viajando em uma rodovia somos obrigados a acelerar e desacelerar. Assim, é
fundamental estudarmos as causas e as consequências nessas variações de velocidade.

4.1. Aceleração escalar média


Do mesmo modo que definimos velocidade escalar média, podemos definir aceleração escalar
média:
Δ𝑣
𝑎𝑚 = ,𝑎 ≠ 0
Δ𝑡 𝑚
Ou ainda:
Δ𝑣 = 𝑎𝑚 . Δ𝑡
Como a variação de tempo é sempre positiva, o sinal da aceleração escalar média (𝑎𝑚 ) é o mesmo
sinal da variação da velocidade (Δ𝑣).
Exemplo: Um carro parte do repouso e atinge a velocidade de 30 m/s em 10 segundos. Qual a sua
aceleração escalar média nesse intervalo de tempo?
O móvel está inicialmente em repouso, isto é, 𝑣0 = 0. Dessa forma, a partir da definição, temos
que:
Δ𝑣 30 − 0
𝑎= = = 3 𝑚/𝑠 2
Δ𝑡 10 − 0

4.2. Movimento acelerado e retardado

4.2.1. Movimento acelerado


Chamamos de movimento acelerado quando o módulo da velocidade escalar aumenta com o
decorrer do tempo. Em outras palavras:
𝑚𝑜𝑣𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑎𝑐𝑒𝑙𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜 ⟷ |𝑣| 𝑎𝑢𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎 𝑐𝑜𝑚 𝑜 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜
Como sabemos da teoria de módulo de um número real, 𝑣 pode ser maior ou menor que zero,
mas |𝑣| > 0 sempre.

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 34


Prof. Toni Burgatto

Dessa, existem dois tipos de movimentos acelerados:


1)Movimento acelerado é progressivo:
Nesse tipo de movimento 𝒗 > 𝟎 e se |𝑣| aumenta com o tempo, resulta que 𝑣 também aumenta
com o tempo. Assim, Δ𝑣 é positivo, em qualquer intervalo de tempo, o que implica 𝒂 > 𝟎.
Exemplo: Móvel viajando na Dutra de São Paulo para Rio de Janeiro com velocidade escalar de 80
km/h passa para 100 km/h em alguns minutos.
A velocidade do móvel é positiva se adotarmos o eixo de São Paulo para o Rio de Janeiro. Portanto,
sabemos que a velocidade é sempre positiva, o que nos mostra um movimento progressivo (o
móvel está se deslocando na direção do aumento da posição 𝑠). Ao calcularmos a variação da
velocidade, encontramos que: Δ𝑣 = 𝑣2 − 𝑣1 = 100 − 80 = 20 𝑘𝑚/ℎ. Logo, Δ𝑣 > 0. Portanto,
𝑎𝑚 > 0. Dessa forma, temos o movimento acelerado progressivo: 𝑣 > 0 𝑒 𝑎 > 0.
2)Movimento acelerado é retrógrado
Nesse tipo de movimento 𝒗 < 𝟎 e se |𝒗| aumenta como tempo, então 𝑣 diminui. Assim, Δ𝑣 < 0
em qualquer intervalo de tempo, o que implica 𝒂 < 𝟎.
Exemplo: Agora vamos dizer que o carro está na Dutra indo do Rio de Janeiro para São Paulo, mas
você não alterou o eixo da posição, de forma que o móvel tem uma velocidade -80 km/h (negativa
para indicar que está indo no sentido contrário ao adotado para o espaço 𝑠) aplica uma aceleração
no carro e chega a -100 km/h em alguns minutos.
Neste caso, trata-se de um movimento retrógrado, pois o móvel está na direção contrária ao eixo
adotado pelo espaço, isto é, 𝑣 < 0. Além disso, podemos ver que Δ𝑣 = −100 − (−80) =
−20 𝑘𝑚/ℎ, ou seja, Δ𝑣 < 0, mas vimos que o módulo da velocidade aumentou (|−100| >
|−80|). Assim, temos que no movimento acelerado retrógrado 𝒗 < 𝟎 e 𝒂 < 𝟎.
Podemos resumir da seguinte forma:
𝒑𝒓𝒐𝒈𝒓𝒆𝒔𝒔𝒊𝒗𝒐: 𝒗 > 𝟎 𝒆 𝒂 > 𝟎
𝒎𝒐𝒗𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝒂𝒄𝒆𝒍𝒆𝒓𝒂𝒅𝒐 { 𝒐𝒖
𝒓𝒆𝒕𝒓ó𝒈𝒓𝒂𝒅𝒐: 𝒗 < 𝟎 𝒆 𝒂 < 𝟎
Assim, concluímos que no movimento acelerado 𝒗 e 𝒂 têm mesmo sinal. De outra forma:
𝑣. 𝑎 > 0 caracteriza o movimento acelerado.

4.2.2. Movimento retardado


Chamamos de movimento retardado quando o módulo da velocidade escalar diminui com o
decorrer do tempo. Em outras palavras:
𝑚𝑜𝑣𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑟𝑒𝑡𝑎𝑟𝑑𝑎𝑑𝑜 ⟷ |𝑣| 𝑑𝑖𝑚𝑖𝑛𝑢𝑖 𝑐𝑜𝑚 𝑜 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜
Como sabemos da teoria de módulo de um número real, 𝑣 pode ser maior ou menor que zero,
mas |𝑣| > 0 sempre.
Dessa, existem dois tipos de movimentos retardados:
1) Movimento retardado é progressivo:
Nesse caso 𝒗 > 𝟎 e se |𝒗| diminui com o tempo, então 𝑣 também diminui com o tempo. Assim,
Δ𝑣 é negativo, em qualquer intervalo de tempo, o que implica 𝒂 < 𝟎.

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 35


Prof. Toni Burgatto

Exemplo: Móvel viajando na Dutra de São Paulo para Rio de Janeiro com velocidade escalar de 100
km/h passa para 80 km/h em alguns minutos.
A velocidade do móvel é positiva se adotarmos o eixo de São Paulo para o Rio de Janeiro. Portanto,
sabemos que a velocidade é positiva, o que nos mostra um movimento progressivo (o móvel está
se deslocando na direção do aumento da posição 𝑠). Ao calcularmos a variação da velocidade,
encontramos que: Δ𝑣 = 𝑣2 − 𝑣1 = 80 − 100 = −20 𝑘𝑚/ℎ. Logo, Δ𝑣 < 0. Portanto, 𝑎𝑚 < 0.
Dessa forma, temos o movimento retardado progressivo: 𝑣 > 0 𝑒 𝑎 < 0.
2) Movimento retardado é retrógrado
Nesse caso 𝒗 < 𝟎 e se |𝒗| diminui como tempo, então 𝑣 aumenta. Assim, Δ𝑣 > 0 em qualquer
intervalo de tempo, o que implica 𝒂 > 𝟎.
Exemplo: Agora vamos dizer que o carro está na Dutra indo do Rio de Janeiro para São Paulo, mas
você não alterou o eixo da posição, de forma que o móvel tem uma velocidade -100 km/h (negativa
para indicar que está indo no sentido contrário ao adotado para o espaço 𝑠) aplica uma
desaceleração no carro e chega a -80 km/h em alguns minutos.
Neste caso, trata-se de um movimento retrógrado, pois o móvel está na direção contrária ao
adotado pelo espaço, isto é, 𝑣 < 0. Além disso, podemos ver que Δ𝑣 = −80 − (−100) =
+20 𝑘𝑚/ℎ, ou seja, Δ𝑣 > 0, mas podemos perceber que o módulo da velocidade diminuiu
(|−80| < |−100|). Assim, temos que no movimento retardado retrógrado 𝒗 < 𝟎 e 𝒂 > 𝟎.
Podemos resumir da seguinte forma:
𝒑𝒓𝒐𝒈𝒓𝒆𝒔𝒔𝒊𝒗𝒐: 𝒗 > 𝟎 𝒆 𝒂 < 𝟎
𝒎𝒐𝒗𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝒓𝒆𝒕𝒂𝒓𝒅𝒂𝒅𝒐 { 𝒐𝒖
𝒓𝒆𝒕𝒓ó𝒈𝒓𝒂𝒅𝒐: 𝒗 < 𝟎 𝒆 𝒂 > 𝟎
Assim, concluímos que no movimento retardado 𝒗 e 𝒂 têm sinais contrários. De outra forma:
𝑣. 𝑎 < 0 caracteriza o movimento retardado.
A partir de agora, estudaremos movimentos onde existe mudança de velocidade causa por uma
aceleração. Mas ainda nos restringiremos a mudanças uniformes nas velocidades, isto é, mudança de
velocidade a uma taxa constante. Por isso, caracterizamos este movimento como uniformemente
variado.
Assim, dizemos que o móvel sofre variações de velocidades iguais em intervalos de tempos iguais.
Em outras palavras, dizemos que no MRUV a aceleração escalar média também é a aceleração escalar
instantânea, isto é:
Δ𝑣
𝑎𝑚 = 𝑎 =
Δ𝑡
Assim, dizemos que o móvel sofre variações de velocidades iguais em intervalos de tempos iguais.

Figura 21: Representação de um MRUV.

4.3. Função horária da velocidade no MRUV


Neste movimento, temos como principal característica:

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 36


Prof. Toni Burgatto

Δ𝑣
𝑎𝑚 = 𝑎 =
Δ𝑡
Se um móvel com velocidade 𝑣0 no instante 𝑡0 passa a ter uma velocidade 𝑣 em um instante 𝑡,
podemos escrever que:
𝑣 − 𝑣0
𝑎= ⇒ 𝑣 − 𝑣0 = 𝑎(𝑡 − 𝑡0 ) ∴ 𝑣 = 𝑣0 + 𝑎(𝑡 − 𝑡0 )
𝑡 − 𝑡0
Para simplificar nossa vida, vamos contar o início do movimento na origem dos tempos, isto é,
𝑡0 = 0. Então:
𝑣 = 𝑣0 + 𝑎 ⋅ 𝑡
A partir desse resultado, podemos concluir que:
1) a função horária da velocidade no MRUV é uma função do primeiro grau em 𝑡.
2) 𝑣0 é a velocidade para o instante 𝑡 = 0, sendo o coeficiente linear da nossa função do primeiro
grau em 𝑡.
3) 𝑎 é a aceleração escalar instantânea diferente de zero, sendo o coeficiente angular da nossa
função do primeiro grau em 𝑡. O valor de |𝑎| é quem determina a taxa de crescimento ou
diminuição da nossa velocidade.
4) 𝑣 é a velocidade em um dado instante 𝑡.

4.4. Função horária do espaço no MRUV


Para chegarmos à função horária do espaço no MRUV, vamos utilizar o caso de um móvel com
velocidades positivas e aceleração positiva, isto é, descrevendo um movimento acelerado progressivo.
Sem perdas de generalidade, podemos desenhar o gráfico da função horária de sua velocidade da seguinte
forma:

Figura 22: Representação da área no gráfico 𝒗𝒙𝒕.

Para a dedução da função horária do espaço no MRUV vamos utilizar o conceito de áreas de
gráficos na cinemática, que será nosso próximo capítulo. Antecipando algumas definições, temos que a
área azul do gráfico de 𝑣 × 𝑡 é numericamente igual à variação do espaço para o tempo correspondente,
isto é:
Δ𝑠 𝑁= á𝑟𝑒𝑎 𝑎𝑧𝑢𝑙
Nossa área em questão é um trapézio retângulo, com base menor igual a 𝑣0 , base maior igual a 𝑣
e altura igual a Δ𝑡 = 𝑡 − 𝑡0 . Assim:

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 37


Prof. Toni Burgatto

(𝑏𝑎𝑠𝑒 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 + 𝑏𝑎𝑠𝑒 𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟)


á𝑟𝑒𝑎 𝑎𝑧𝑢𝑙 = . 𝑎𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎
2
(𝑣 + 𝑣0 )
∴ Δ𝑠 = . Δ𝑡
2
Essa relação é extremamente importante para a dedução de algumas equações, a chamaremos de
equação coringa.
No MRUV, sabemos que a velocidade obedece a seguinte equação: 𝑣 = 𝑣0 + 𝑎(𝑡 − 𝑡0 ). Logo:
(𝑣0 + 𝑎(𝑡 − 𝑡0 ) + 𝑣0 ) 2𝑣0 (𝑡 − 𝑡0 ) 𝑎(𝑡 − 𝑡0 )2
Δ𝑠 = (𝑡 )
. − 𝑡0 ⇒ 𝑠 − 𝑠0 = +
2 2 2
𝑎(𝑡 − 𝑡0 )2
∴ 𝑠 = 𝑠0 + 𝑣0 (𝑡 − 𝑡0 ) +
2
Ou ainda, quando tomamos a contagem do tempo na origem dos tempos, ou seja, 𝑡0 = 0, temos
finalmente que:
𝑎. 𝑡 2
𝑠 = 𝑠0 + 𝑣0 . 𝑡 +
2
Dessa forma, a função horária do espaço no MRUV é uma função do segundo grau em 𝑡 (𝑎 ≠ 0),
onde:
1) 𝑠0 é o espaço inicial quando 𝑡 = 0.
2) 𝑣0 é a velocidade inicial, isto é, velocidade para 𝑡 = 0.
3) 𝑎 é a aceleração escalar instantânea.
4) 𝑠 o espaço para um dado instante 𝑡.
Notamos que 𝑠0 , 𝑣0 𝑒 𝑎 são constantes no MRUV.

4.5. Cálculo da velocidade média no MRUV


Apenas no MRU a velocidade escalar média (𝑣𝑚 ) é igual à velocidade escalar instantânea (𝑣).
Entretanto, o conceito de velocidade não muda no MRUV:
Δ𝑠
𝑣𝑚 =
Δ𝑡
Dessa forma, podemos usar nossa equação coringa para calcular de forma simples a velocidade
média no MRUV:
(𝑣 + 𝑣0 )
Δ𝑠 = . Δ𝑡
2
Δ𝑠 𝑣 + 𝑣0
∴ =
Δ𝑡 2
Ao analisarmos está última relação, apenas manipulando algebricamente a equação coringa,
podemos observar que para dois instantes genéricos (𝑡 = 0 e 𝑡), a velocidade escalar média é a média
aritmética das velocidades escalares instantâneas nos correspondentes instantes, então:
(𝑣 + 𝑣0 )
𝑣𝑚 =
2

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 38


Prof. Toni Burgatto

Neste momento não podemos confundir as condições do MRU e do MRUV.


No MRU não podíamos simplesmente calcular a velocidade média entre dois instantes como a
média aritmética das velocidades. Apenas para trechos iguais calculávamos a velocidade escalar média
como a média harmônica das velocidades de cada trecho.

4.6. A equação de Torricelli

Figura 23: Móvel realizando um MRUV dois momentos onde sabemos suas velocidades, a variação de espaço e a aceleração.

Novamente, vamos utilizar a função horária da velocidade e isolar o Δ𝑡, com o objetivo de
encontrar uma equação que relaciona velocidade, aceleração e deslocamento, sem ter o tempo como
termo da equação:
𝑣 = 𝑣0 + 𝑎. Δ𝑡
𝑣 − 𝑣0
⇒ Δ𝑡 =
𝑎
Observação: como estamos no MRUV, a aceleração escalar instantânea é diferente de zero, logo,
não há problemas fazer está manipulação matemática.
A partir desse resultado, vamos utilizar novamente nossa equação coringa e substituir o Δ𝑡 que
acabamos de encontrar:
(𝑣 + 𝑣0 ). Δ𝑡
Δ𝑠 =
2
(𝑣 + 𝑣0 ) (𝑣 − 𝑣0 )
⇒ Δ𝑠 = .
2 𝑎
2 2
⇒ 𝑣 − 𝑣0 = 2. 𝑎. Δ𝑠
∴ 𝑣 2 = 𝑣02 + 2. 𝑎. Δ𝑠

5. Movimento circular
Até aqui descrevemos movimentos por intermédio de grandezas escalares lineares, onde as
grandezas eram definidas em relação a medidas de comprimentos. A partir de agora, vamos introduzir o
conceito de grandeza escalar circular (espaço angular, velocidade escalar angular e aceleração escalar
angular), tomando como medidas ângulos na circunferência.

5.1. Grandezas angulares

Considere uma partícula realizando um movimento circular da figura.

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 39


Prof. Toni Burgatto

Figura 24: Representação de grandezas angulares.

Na figura acima, A é a posição inicial da partícula e B é a posição final da partícula. Considere a


origem O e adota-se o sentido anti-horário como positivo, dizemos que:

𝑠0 : 𝑒𝑠𝑝𝑎ç𝑜 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙

𝑠: 𝑒𝑠𝑝𝑎ç𝑜 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙

Devido a trajetória ser circular, podemos escrever a posição inicial e final do ponto material
utilizando ângulos:

𝜑0 : 𝑒𝑠𝑝𝑎ç𝑜 𝑎𝑛𝑔𝑢𝑙𝑎𝑟 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙

𝜑: 𝑒𝑠𝑝𝑎ç𝑜 𝑎𝑛𝑔𝑢𝑙𝑎𝑟 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙

Vale lembrar a relação da geometria plana para ângulos em radianos:

Figura 25: Definição de radianos.

Então, estabelecemos uma relação entre ângulo central e comprimento do arco de circunferência:

Ângulo Arco
1 rad - R
𝜶 - s

Logo:

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 40


Prof. Toni Burgatto

1⋅𝑠 =𝛼⋅𝑅

∴ 𝑠 =𝛼⋅𝑅

Atenção: ângulo 𝛼 em radianos. Além disso, como a definição de radianos envolve a divisão entre
duas grandezas de distâncias, radianos se torna essencialmente adimensional.

Assim, podemos escrever a variação angular da partícula, como:

Δ𝜑 = 𝜑 − 𝜑0

Dessa forma, define-se velocidade angular média como a razão entre a variação do espaço angular
e a variação do tempo correspondente:

Δ𝜑
𝜔𝑚 =
Δ𝑡

Como os espaços angulares são expressos em radianos e o tempo em segundos, a unidade de


velocidade angular é expressa em radianos por segundo (𝑟𝑎𝑑/𝑠).

Quando a velocidade angular é constante, então dizemos que a velocidade angular média é igual
a velocidade angular e é dada por:

Δ𝜑
𝜔=
Δ𝑡

Semelhante a definição de aceleração escalar média, define-se aceleração angular média como a
razão entre a variação da velocidade angular e o intervalo de tempo correspondente:

Δ𝜔
𝛾𝑚 =
Δ𝑡

Como a velocidade angular é expressa em 𝑟𝑎𝑑/𝑠 e o tempo em segundos, a unidade de aceleração


angular é 𝑟𝑎𝑑/𝑠².

Quando a aceleração angular é constante, então dizemos que a aceleração angular média é igual
a aceleração angular e é dada por:

Δ𝜔
𝛾=
Δ𝑡

Pela geometria plana, podemos escrever algumas relações entre as grandezas escalares lineares e
as grandezas angulares:

Relação de ângulo com comprimento de arcos na circunferência:

𝑠0 𝑠 Δ𝑠
𝜑0 = 𝜑= Δ𝜑 =
𝑅 𝑅 𝑅

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 41


Prof. Toni Burgatto

Relação ente velocidade linear média e velocidade angular média:

Δ𝑠
Δ𝜑 1 Δ𝑠 1
𝜔𝑚 = = R = . = .𝑣
Δ𝑡 Δ𝑡 𝑅 Δ𝑡 𝑅 𝑚
𝑣𝑚
∴ 𝜔𝑚 =
𝑅

Para velocidades instantâneas, também vale a relação:

𝑣
𝜔= 𝑜𝑢 𝑣 = 𝜔𝑅
𝑅

Relação entre aceleração linear média e aceleração angular média:

Δ𝑣
Δ𝜔 1 Δ𝑣 1
𝛾𝑚 = = 𝑅 = . = .𝑎
Δ𝑡 Δ𝑡 𝑅 Δ𝑡 𝑅 𝑚
𝑎𝑚
∴ 𝛾𝑚 =
𝑅

Para acelerações instantâneas, também vale a relação:

𝑎
𝛾= 𝑜𝑢 𝑎 = 𝛾. 𝑅
𝑅

17)
A hélice de um ventilado está girando com velocidade angular de 10 rad/s, quando uma pessoa desliga o
ventilador e a hélice para em 10 s. Determine:
a) a aceleração angular média do ventilador entre o instante em que foi desligado até a hélice parar
totalmente;
b) a aceleração linear média dos pontos que distam 0,20 m do eixo de rotação, nesse mesmo intervalo de
tempo.

Comentários:
a) Pelas condições do problema, temos que a velocidade angular inicial é 10 𝑟𝑎𝑑/𝑠 e a velocidade angular
final é zero.
Logo:
Δ𝜔 0 − 10
𝛾𝑚 = =
Δ𝑡 10 − 0
⇒ 𝛾𝑚 = −1,0 𝑟𝑎𝑑/𝑠 2
b) A aceleração linear média pode ser calculada pela relação:
𝑎𝑚 = 𝛾𝑚 . 𝑅
𝑎𝑚 = (−1,0). 0,2

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 42


Prof. Toni Burgatto

⇒ 𝑎𝑚 = −0,20 𝑚/𝑠 2

5.2. Movimento circular uniforme (MCU)

Chamamos de MCU o movimento realizado por um ponto material percorrendo uma


circunferência de raio 𝑅 em movimento uniforme, isto é, o ponto material varre ângulos iguais em
intervalos de tempos iguais. Dessa forma, dizemos que o MCU é periódico, pois, a cada volta completada
pelo móvel, as características do movimento se repetem em intervalos de tempo iguais.

5.2.1. Período e frequência


Define-se período, representado pela letra 𝑇 como sendo o intervalo de tempo mínimo para o
movimento repetir-se, com as mesmas características.

Por exemplo: no MCU, período é o intervalo de tempo que o ponto material leva para percorrer
uma volta completa. Ou seja, se ele leva 0,5 s para realizar uma volta no MCU, seu período é dado por:
𝑇 = 0,5 𝑠.

De forma correlacionada, define-se frequência como sendo o número de vezes que o movimento
se repete na unidade de tempo. Ou seja:
𝑛
𝑓=
Δ𝑡

Em que 𝑛 número de repetições e Δ𝑡 intervalo de tempo considerado.

Para o MCU, 𝑓 é o número de voltas (ou ciclos) que o ponto material realiza na unidade de tempo.
Por exemplo: se uma partícula completa 5 voltas em 10 segundos, então, sua frequência será:

5
𝑓= = 0,5 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜𝑠/𝑠
10

A unidade de ciclos/s recebe o nome de hertz, denotada por 𝐻𝑧. Esta é a unidade de frequência
no SI.

Logo, dizemos que nossa frequência do exemplo é de 0,5 𝐻𝑧.

Em alguns lugares aparece o termo “cada volta” é chamado de rotação. Por isso encontramos em
alguns lugares o termo 𝑟𝑝𝑠 (rotações por segundo), outro nome para unidade hertz.

Diante da definição de período e de frequência, podemos encontrar uma relação entre as duas
grandezas, por uma regra de três simples e direta:

nº de voltas Intervalo de tempo


1 - T
f - 1
1.1 = 𝑓. 𝑡

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 43


Prof. Toni Burgatto

1 1
𝑓= 𝑜𝑢 𝑇 =
𝑇 𝑓

Essa relação é extremamente importante no estudo de movimentos periódicos.

No exemplo anterior, para uma frequência de 0,5 𝐻𝑧, o período é de:

1
𝑇= =2𝑠
0,5

Apesar da unidade de frequência ser hertz (𝐻𝑧), é comum aparecer a unidade rotações por minuto
(𝑟𝑝𝑚). A relação entre as unidades é dada por:

𝑟𝑜𝑡𝑎çã𝑜 𝑟𝑜𝑡𝑎çã𝑜 1
1𝑟𝑝𝑚 = 1 =1 = 𝐻𝑧
𝑚𝑖𝑛𝑢𝑡𝑜 60 𝑠 60
×60
𝐻𝑧 → 𝑟𝑝𝑚
÷60
𝑟𝑝𝑚 → 𝐻𝑧

Com isso, podemos relacionar período e frequência com as velocidades do ponto material no
MCU.

Para uma volta completa, o espaço angular do móvel foi de 2𝜋 e o intervalo de tempo corresponde
ao período 𝑇. Logo:

Δ𝜑 = 2𝜋 𝑒 Δ𝑡 = 𝑇

Portanto, podemos escrever a velocidade angular em função do período ou em função da


frequência:

2𝜋
𝜔= 𝑜𝑢 𝜔 = 2𝜋𝑓
𝑇

Uma observação importante está no fato de que a velocidade angular 𝜔 para o MCU é dada pela
razão entre a volta angular completa (2𝜋) pelo respectivo intervalo de tempo para uma volta (chamado
de período 𝑇).

Como o período é o inverso da frequência, então fazer 𝜔 = 2𝜋/𝑇 ou 𝜔 = 2𝜋𝑓 é a mesma coisa.
Assim, uma conclusão interessante está no fato de que a velocidade angular não depende do raio da
circunferência onde o móvel realiza o MCU.

Por outro lado, a velocidade linear 𝑣 depende do raio. Como 𝑣 = 𝜔. 𝑅, podemos escrever a
velocidade linear como:

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 44


Prof. Toni Burgatto

2𝜋𝑅
𝑣= 𝑜𝑢 𝑣 = 2𝜋𝑓𝑅
𝑇

5.2.2. Função horária do espaço angular


Considere um móvel realizando um MCU, no sentido anti-horário, como visto abaixo:

Figura 26: Representação de uma partícula realizando um MCU entre A e B.

Como característica deste movimento, a velocidade escalar linear é constante, portanto, como
𝑣𝑚
𝜔𝑚 = 𝑅 , concluímos que a velocidade escalar angular também é constante, logo:

Δ𝜑
𝜔 = 𝜔𝑚 ⇒ 𝜔 =
Δ𝑡

Se no instante 𝑡0 (início do movimento) o ponto material está no espaço angular 𝜑0 e, em um


instante qualquer 𝑡, o ponto material tem espaço angular 𝜑, então:

Δ𝜑 = 𝜑 − 𝜑0 e Δ𝑡 = 𝑡 − 𝑡0

Portanto:
𝜑 − 𝜑0
𝜔= ⇒ 𝜑 = 𝜑0 + 𝜔(𝑡 − 𝑡0 )
𝑡 − 𝑡0

Para simplificar a expressão, vamos começar a contabilizar o início do movimento na origem dos
tempos, isto é, 𝑡0 = 0, temos que:

𝜑 = 𝜑0 + 𝜔. 𝑡

Como esperado, a função horária do espaço angular no MCU é uma expressão do primeiro grau
em 𝑡, onde:

 𝜑0 é o espaço angular inicial quando 𝑡 = 0.

 𝜔 é a velocidade escalar angular instantânea (𝜔 ≠ 0).

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 45


Prof. Toni Burgatto

 𝜑0 e 𝜔 são valores constantes.

De imediato, como 𝜔𝑚 = 𝜔, dizemos que a velocidade escalar angular não varia, ou seja, dizemos
que neste movimento não existe aceleração escalar angular (𝛾 = 0).

Outra forma de obter a função horária do espaço angular é dividir a função horária do espaço
linear pelo raio da circunferência onde o móvel descreve o MCU:
÷𝑅 𝑠 𝑠0 𝑣
𝑠 = 𝑠0 + 𝑣𝑡 → = + 𝑡
𝑅 𝑅 𝑅

⇒ 𝜑 = 𝜑0 + 𝜔𝑡

18)
Um corpo em movimento circular tem frequência de 500 rpm. Se a trajetória tem 20 cm de raio, calcule:
a) a frequência em hertz.
b) o período em segundos.
c) a velocidade angular.
d) a velocidade linear.

Comentários:
a) Basta transformar a unidade da frequência:
500 25
𝑓= = = 8,33 𝐻𝑧
60 3
b) O período é o inverso da frequência:
1 3
𝑇= = = 0,12 𝑠
𝑓 25
c) Podemos calcular a velocidade angular a partir da frequência:
25 50𝜋
𝜔 = 2𝜋𝑓 = 2𝜋. = 𝑟𝑎𝑑/𝑠
3 3
d) Para chegarmos à velocidade linear, basta lembrarmos da relação entre as velocidades:
50𝜋 1000𝜋
𝑣 = 𝜔. 𝑟 = . 20 = 𝑐𝑚/𝑠
3 3

19)
Dois carros percorrem uma circunferência de raio R no mesmo sentido e com módulos de velocidades
constantes 𝑣1 e 𝑣2 , com 𝑣2 > 𝑣1 . No instante inicial, 𝑡0 = 0, os dois carros estão no mesmo ponto.
Determine o instante em que ocorre o próximo encontro.

Comentários:
Vamos adotar como origem dos espaços o ponto onde 𝑡0 = 0. Dessa forma, temos que 𝑠01 = 𝑠02 .
No ponto de encontro, o mais rápido terá andado uma volta de vantagem sobre o mais lento:
𝑠2 = 𝑠1 + 2𝜋. 𝑅
𝑣2 . 𝑡𝐸 = 𝑣1 . 𝑡𝐸 + 2𝜋. 𝑅

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 46


Prof. Toni Burgatto

2𝜋. 𝑅
∴ 𝑡𝐸 =
𝑣2 − 𝑣1

6. Lista de questões nível 1


(Inédita - Toni Burgatto)
Um carro parte da origem de um sistema e vai até o km 80 em 10 min. Em seguida, ele retorna até
o km 40. Dessa forma, a variação do espaço do móvel e a distância percorrida por ele desde a posição
inicial na origem, em metros, valem, respectivamente:
A) 40; 40. B) 40; 120. C) 120; 40. D) 120; 120. E) 40; 80.
(Inédita - Toni Burgatto)
Um ciclista quer percorrer 50 km em 4h. Devido ao mau tempo, ele percorre os primeiros 20 km
com velocidade média de 8 km/h. Para que ele termine o trajeto no tempo previsto, a velocidade
média no trecho restante, em km/h, deve ser igual a:
A) 35 B) 15 C) 30 D) 20 E) 25
(Inédita - Toni Burgatto)
Um trem possui um comprimento de 200 metros e deseja atravessar um túnel de 300 metros. Se a
sua velocidade é de 45 km/h, então o tempo para a travessia do trem, em segundos, é de:
A) 11,11 B) 6,67 C) 40 D) 16 E) 24
(Inédita - Toni Burgatto)
Uma partícula percorre uma trajetória de acordo com a equação 𝑠(𝑡) = 5 − 2𝑡, com as unidades
pertencentes ao SI. Sobre o movimento dessa partícula, assinale a alternativa correta.
A) o móvel realiza um MRUV.
B) em 𝑡 = 2,5 𝑠 a velocidade do corpo é nula.
C) a posição inicial do móvel é 𝑠 = −2 𝑚.
D) o móvel estará em 𝑠 = 1 𝑚 em 𝑡 = 2 𝑠.
E) o móvel realiza um movimento progressivo entre 0 ≤ 𝑡 < 2,5 𝑠.
(Inédita - Toni Burgatto)
A tabela abaixo apresenta o espaço em função do tempo para um carro que se move em um MRU.

s(m) 10 30 50 x

t(s) 0 2 4 7

Dessa forma, assinale a alternativa correta.

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 47


Prof. Toni Burgatto

A) 𝑥 = 70 𝑚.
B) a velocidade é de 20 m/s.
C) 𝑥 = 80 𝑚.
D) a aceleração é de 5 m/s².
E) a velocidade é de 5 m/s.
(Inédita - Toni Burgatto)
Duas motos, A e B, partem das posições km 20 e km 100, viajando em sentidos opostos com
velocidades de 50 km/h e −30 km/h, respectivamente. Dessa forma, o tempo decorrido até o
encontro dos corpos e a posição do encontro valem, respectivamente:
A) 1h; km 40 B) 1h; km 70 C) 2h; km 40
D) 2h; km 70 E) 4h; km 50
(Inédita - Toni Burgatto)
Um ciclista realiza um movimento retilíneo com função horária dada por:
𝑠(𝑡) = 20 + 20𝑡 − 5𝑡 2 (𝑆𝐼)
Sobre o movimento do móvel, podemos afirmar que:
A) o ciclista realiza um MRU.
B) a velocidade final do ciclista é de 20 m/s.
C) a aceleração do ciclista é de −5 𝑚/𝑠².
D) em 𝑡 = 2 𝑠 o móvel inverte de sentido.
E) em 𝑡 = 1 𝑠 a velocidade é de 15 m/s.
(Inédita - Toni Burgatto)
Um carro para no sinal e, quando abre o semáforo, ele parte do repouso com aceleração constante
de 2 m/s². Nesse instante, passa por ele uma motocicleta com velocidade constante de 36 km/h, no
mesmo sentido do carro.
Qual a distância percorrida pelo carro para alcançar a moto?
A) 50 m B) 60 m C) 75 m D) 90 m E) 100 m
(Inédita - Toni Burgatto)
Um carro passa por um posto policial que possui 100 m e leva 5 s no trecho, percorrendo com
velocidade constante. Em seguida, ele desacelera uniformemente até parar em um semáforo, como
uma aceleração de intensidade 5 m/s². Assim, o deslocamento total do móvel, desde o início do
posto policial, em metros, é de:
A) 40 B) 140 C) 100 D) 200 E) 240
(AFA - 2021)
Foram apresentados a um aluno de física, os seguintes gráficos representativos de movimentos
retilíneos.

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 48


Prof. Toni Burgatto

Ao analisar os gráficos o aluno percebeu que podem representar um mesmo movimento, os gráficos
a) I e II, apenas. b) I e III, apenas. c) II e III, apenas. d) I, II e III.

7. Gabarito de questões nível 1 sem comentários


1. B
2. D
3. C
4. D
5. C
6. B
7. D
8. E
9. B
10. C

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 49


Prof. Toni Burgatto

8. Lista de questões nível 1 comentada


(Inédita - Toni Burgatto)
Um carro parte da origem de um sistema e vai até o km 80 em 10 min. Em seguida, ele retorna até
o km 40. Dessa forma, a variação do espaço do móvel e a distância percorrida por ele desde a posição
inicial na origem, em metros, valem, respectivamente:
A) 40; 40. B) 40; 120. C) 120; 40. D) 120; 120. E) 40; 80.
Comentários:
Por definição, variação de espaço é posição final menos posição inicial. Se no início ele estava na
origem e no final ele está no km 40, então a variação de espaço é:
Δ𝑠 = 𝑠𝑓 − 𝑠𝑖
Δ𝑠 = 40 − 0
Δ𝑠 = 40 𝑘𝑚
Por outro lado, distância percorrida é o quanto o móvel efetivamente andou. Quando ele vai do
km 0 ao km 80, ele anda 80 km e quando retorna ao km 40 ele anda mais 40 km. Portanto, a distância
percorrida pelo móvel foi de 120 km.
Gabarito: B
(Inédita - Toni Burgatto)
Um ciclista quer percorrer 50 km em 4h. Devido ao mau tempo, ele percorre os primeiros 20 km
com velocidade média de 8 km/h. Para que ele termine o trajeto no tempo previsto, a velocidade
média no trecho restante, em km/h, deve ser igual a:
A) 35 B) 15 C) 30 D) 20 E) 25
Comentários:
Se no primeiro trecho ele possui velocidade de 8 km/h, então o tempo para percorrer os 20 km é
de:
20
Δ𝑡1 =
= 2,5 ℎ
8
Assim, o intervalo de tempo restante para o ciclista é de 4ℎ − 2,5ℎ = 1,5 ℎ. Portanto, a velocidade
média no trecho restante é de:
50 − 20 30
𝑣𝑚 = =
1,5 1,5
𝑣𝑚 = 20 𝑘𝑚/ℎ
Gabarito: D
(Inédita - Toni Burgatto)

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 50


Prof. Toni Burgatto

Um trem possui um comprimento de 200 metros e deseja atravessar um túnel de 300 metros. Se a
sua velocidade é de 45 km/h, então o tempo para a travessia do trem, em segundos, é de:
A) 11,11 B) 6,67 C) 40 D) 16 E) 24
Comentários:
A travessia do trem começa quando a frente dele está entrando no túnel e finaliza quando a
traseira do trem estiver saindo do túnel. Perceba que o deslocamento do trem é portanto de 200 + 300 =
500 𝑚. Por definição de velocidade média, temos:
Δ𝑠
𝑣𝑚 =
Δ𝑡
45 500
=
3,6 Δ𝑡
500
12,5 =
Δ𝑡
500
Δ𝑡 =
12,5
Δ𝑡 = 40 𝑠
Gabarito: C
(Inédita - Toni Burgatto)
Uma partícula percorre uma trajetória de acordo com a equação 𝑠(𝑡) = 5 − 2𝑡, com as unidades
pertencentes ao SI. Sobre o movimento dessa partícula, assinale a alternativa correta.
A) o móvel realiza um MRUV.
B) em 𝑡 = 2,5 𝑠 a velocidade do corpo é nula.
C) a posição inicial do móvel é 𝑠 = −2 𝑚.
D) o móvel estará em 𝑠 = 1 𝑚 em 𝑡 = 2 𝑠.
E) o móvel realiza um movimento progressivo entre 0 ≤ 𝑡 < 2,5 𝑠.
Comentários:
De acordo com a equação apresentada, nós temos um MRU, com posição inicial em 𝑠0 = 5 𝑚 e
velocidade constante igual a −2 𝑚/𝑠. Dessa maneira, temos um movimento retrógrado. Em 𝑡 = 2,5 𝑠, a
posição do móvel é nula
Gabarito: D
(Inédita - Toni Burgatto)
A tabela abaixo apresenta o espaço em função do tempo para um carro que se move em um MRU.

s(m) 10 30 50 x

t(s) 0 2 4 7

Dessa forma, assinale a alternativa correta.


A) 𝑥 = 70 𝑚.
B) a velocidade é de 20 m/s.

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 51


Prof. Toni Burgatto

C) 𝑥 = 80 𝑚.
D) a aceleração é de 5 m/s².
E) a velocidade é de 5 m/s.
Comentários:
Se o carro se move em MRU, então a função horária do espaço é dada por:
𝑠 = 𝑠0 + 𝑣𝑡
Em 𝑡 = 0, o espaço do móvel é de 10 m, então 𝑠0 = 10 𝑚. Em 𝑡 = 2 𝑠, o espaço é de 30 m, então:
30 = 10 + 𝑣 ⋅ 2
𝑣 = 10 𝑚/𝑠
Logo a função horária do móvel é dada por:
𝑠 = 10 + 10𝑡
Para 𝑡 = 7 𝑠, temos:
𝑠(7) = 10 + 10 ⋅ 7
𝑠(7) = 80 𝑚
Gabarito: C
(Inédita - Toni Burgatto)
Duas motos, A e B, partem das posições km 20 e km 100, viajando em sentidos opostos com
velocidades de 50 km/h e −30 km/h, respectivamente. Dessa forma, o tempo decorrido até o
encontro dos corpos e a posição do encontro valem, respectivamente:
A) 1h; km 40 B) 1h; km 70 C) 2h; km 40
D) 2h; km 70 E) 4h; km 50
Comentários:
A função horária da posição de A é dada por:
𝑠𝐴 = 20 + 50𝑡
A função horária da posição de B é dada por:
𝑆𝐵 = 100 − 30𝑡
No encontro, temos:
𝑠𝐴 = 𝑠𝐵
20 + 50𝑡 = 100 − 30𝑡
80𝑡 = 80
𝑡 =1ℎ
Assim, a posição do encontro é dada por:
𝑠𝐴 = 20 + 50 ⋅ 1 = 70 𝑘𝑚
Gabarito: B
(Inédita - Toni Burgatto)

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 52


Prof. Toni Burgatto

Um ciclista realiza um movimento retilíneo com função horária dada por:


𝑠(𝑡) = 20 + 20𝑡 − 5𝑡 2 (𝑆𝐼)
Sobre o movimento do móvel, podemos afirmar que:
A) o ciclista realiza um MRU.
B) a velocidade final do ciclista é de 20 m/s.
C) a aceleração do ciclista é de −5 𝑚/𝑠².
D) em 𝑡 = 2 𝑠 o móvel inverte de sentido.
E) em 𝑡 = 1 𝑠 a velocidade é de 15 m/s.
Comentários:
De acordo com a equação fornecida, sabemos que o móvel realiza um MRUV. Assim, por
comparação, temos:
𝑠(𝑡) = 20 + 20𝑡 − 5𝑡 2
{ 𝑎𝑡 2
𝑠(𝑡) = 𝑠0 + 𝑣0 𝑡 +
2
Portanto:
𝑠0 = 20 𝑚
𝑣0 = 20 𝑚/𝑠
𝑎
= −5
2
𝑎 = −10 𝑚/𝑠 2
Portanto, a função horária da velocidade é dada por:
𝑣(𝑡) = 20 − 10𝑡
Assim, a velocidade inicial do ciclista é de 20 m/s e em 𝑡 = 2 𝑠 a velocidade é nula.
𝑣(2) = 20 − 10 ⋅ 2 = 20 − 20
𝑣(2) = 0
Lembre-se que a inversão de sentido é marcada pela velocidade nula. Observe que de 0 a 2 s a
velocidade é positiva (no sentido do eixo do movimento) e após 2 s a velocidade será negativa, sentido
contrário ao eixo de movimento.
Gabarito: D
(Inédita - Toni Burgatto)
Um carro para no sinal e, quando abre o semáforo, ele parte do repouso com aceleração constante
de 2 m/s². Nesse instante, passa por ele uma motocicleta com velocidade constante de 36 km/h, no
mesmo sentido do carro.
Qual a distância percorrida pelo carro para alcançar a moto?
A) 50 m B) 60 m C) 75 m D) 90 m E) 100 m
Comentários:
Considerando o semáforo como origem do nosso eixo, podemos escrever a função horária de
movimento para cara um deles:

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 53


Prof. Toni Burgatto

36
𝑠𝑚𝑜𝑡𝑜 = 0 + ⋅𝑡
3,6
𝑠𝑚𝑜𝑡𝑜 = 10𝑡
2𝑡 2
𝑠𝑐𝑎𝑟𝑟𝑜 = 0 + 0𝑡 +
2
𝑠𝑐𝑎𝑟𝑟𝑜 = 𝑡 2
Quando o carro alcançar a moto, então:
𝑠𝑚𝑜𝑡𝑜 = 𝑠𝑐𝑎𝑟𝑟𝑜
10𝑡 = 𝑡 2
𝑡 2 − 10𝑡 = 0
𝑡(𝑡 − 10) = 0
Então:
𝑡 = 0 𝑜𝑢 𝑡 = 10 𝑠
Como em 𝑡 = 0 os móveis passam pelo semáforo e estamos buscando quando eles se encontram
novamente lá na frente, então apenas 𝑡 = 10 𝑠 interessa. Assim, o carro terá deslocado:
𝑠𝑐𝑎𝑟𝑟𝑜 = 102
𝑠𝑐𝑎𝑟𝑟𝑜 = 100 𝑚
Gabarito: E
(Inédita - Toni Burgatto)
Um carro passa por um posto policial que possui 100 m e leva 5 s no trecho, percorrendo com
velocidade constante. Em seguida, ele desacelera uniformemente até parar em um semáforo, como
uma aceleração de intensidade 5 m/s². Assim, o deslocamento total do móvel, desde o início do
posto policial, em metros, é de:
A) 40 B) 140 C) 100 D) 200 E) 240
Comentários:
No trecho que ele percorre com velocidade constante, temos:
Δ𝑠 100
𝑣= = = 20 𝑚/𝑠
Δ𝑡 5
Em seguida, como ele tem uma desaceleração constante, por Torricelli, temos:
𝑣 2 = 𝑣02 + 2𝑎Δ𝑠
02 = 202 + 2 ⋅ (−5) ⋅ Δ𝑠
0 = 400 − 10Δ𝑠
400
Δ𝑠 =
10
Δ𝑠 = 40 𝑚
Gabarito: B
(AFA - 2021)

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 54


Prof. Toni Burgatto

Foram apresentados a um aluno de física, os seguintes gráficos representativos de movimentos


retilíneos.

Ao analisar os gráficos o aluno percebeu que podem representar um mesmo movimento, os gráficos
a) I e II, apenas. b) I e III, apenas. c) II e III, apenas. d) I, II e III.
Comentários:
Notamos que o gráfico de I representa o espaço em função do tempo de um movimento uniforme.
Por outro lado, os gráficos de II e de III representam funções horárias de movimentos uniformemente
variados. Portanto, apenas II e III podem representar um mesmo movimento.
Gabarito: C

9. Lista de questões nível 2


(EAM - 2022)
Na Base Naval (BNRJ) situada na ilha de Mocanguê em Niterói-RJ, um Marinheiro (MN) resolve fazer
o seu Treinamento Físico Militar (TFM), dando várias voltas no cais onde estão atracados parte dos
navios da esquadra. O militar começa seu treinamento exatamente às 06h30min e o termina às
07h30min, tendo percorrido um total de 5,4km, conforme indicava o aplicativo de corrida instalado
no aparelho celular que levava consigo. Determine a velocidade escalar média do militar durante o
percurso, e marque a opção correta.
(A) 1,5m/s (B) 2,5m/s (C) 3,5m/s
(D) 4,5m/s (E) 5,5m/s
(EAM - 2022)

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 55


Prof. Toni Burgatto

Um aluno, realizando exercício de tiro com pistola calibre 9mm na Escola de Aprendizes de
Marinheiro de Santa Catarina (EAMSC), ouve os ecos dos disparos 6,0 segundos após acionar a tecla
do gatilho do armamento, ou seja, após realizar o disparo. Se a velocidade do som é de 330m/s,
determine a distância aproximada que se encontrava a superfície que refletia os sons dos disparos,
e marque a opção correta.
(A) 950m (B) 960m (C) 970m (D) 980m (E) 990m
(EAM - 2021)
Navios e outras embarcações marítimas costumam usar uma unidade de medida de velocidade
chamada “nó”. Um nó equivale a uma velocidade de aproximadamente 1,85 km/h. Uma
embarcação navegando a uma velocidade constante de 20 nós durante um tempo de 8 h percorrerá
uma distância aproximada de:
(A) 160 km (B) 296 km (C) 324 km
(D) 434 km (E) 463 km
(EAM – 2018)

O Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) da Marinha do Brasil (MB) prevê para os


próximos anos a conclusão da construção de quatro submarinos convencionais e um submarino de
propulsão nuclear. O moderno submarino convencional pode manter, quando submerso, uma
velocidade média de 25 km/h, enquanto o nuclear 50 km/h. Considere o cenário em que um navio
inimigo se aproxima de uma Plataforma de Petróleo da Petrobrás distante 100 km da Base Naval de
Submarinos. A MB resolve, então, enviar um submarino a fim de dissuadir o inimigo. O nuclear
encontra-se pronto para partir da base e o convencional encontra-se em pronto-emprego no mar a
75 km de distância da mencionada plataforma. Desconsiderando qualquer tipo de correnteza e
considerando que tanto um como o outro possam se deslocar em linha reta submersos até a
plataforma e que o critério de escolha do submarino por parte da MB se baseie apenas no menor
intervalo de tempo de deslocamento para chegar ao destino, marque a opção que apresenta o
submarino que será escolhido e a diferença de intervalo de tempo entre eles.
(A) O nuclear, 1 h antes do que o convencional.
(B) O nuclear, 2 h antes do que o convencional.
(C) Os dois chegarão juntos.
(D) O convencional, 2 h antes do que o nuclear.
(E) O convencional, 1 h antes do que o nuclear.
(EAM – 2017)

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 56


Prof. Toni Burgatto

O gráfico abaixo representa uma caminhada feita por uma pessoa durante a sua atividade física
diária.

Sobre essa atividade, analise as afirmativas a seguir e assinale a opção correta.


I – A pessoa caminhou, sem parar, por 2 horas.
II – A distância total percorrida foi de 9 km.
III – O movimento foi uniforme na ida e na volta.
IV – Na volta, o módulo da velocidade média foi de 6 km/h.
V – Nesse trajeto, a pessoa ficou em repouso por 20 min.
a) apenas as afirmações I e II estão corretas.
b) apenas as afirmações I e IV estão corretas.
c) apenas as afirmações I, II e III estão corretas.
d) apenas as afirmações III, IV e V estão corretas.
e) apenas as afirmações II, III e IV estão corretas.
(EAM – 2012)
Um navio, ao sair do repouso, conseguiu atingir uma velocidade de 23 nós (aproximadamente 12
m/s), num intervalo de tempo de 2 min. A aceleração média desse navio foi de
a) 0,1 m/s² b) 0,2 m/s² c) 0,3 m/s² d) 0,4 m/s² e) 0,5 m/s²
(EAM – 2011)
Durante a apresentação para uma revista especializada, um carro de 1200 kg acelerou nua pista
retilínea e obteve o resultado mostrado no gráfico abaixo:

É correto afirmar que a força média em newtons (𝐹 = 𝑚 ∙ 𝑎), transmitida pelo motor às rodas entre
os instantes 0 s e 5 s, foi de
a) 1200 b) 2400 c) 3600 d) 4800 e) 6000
(EAM – 2010)
O gráfico abaixo mostra a evolução da velocidade do guepardo durante a caça.

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 57


Prof. Toni Burgatto

Analisando o gráfico, é possível concluir que a aceleração escalar média do guepardo tem o valor de
a) 2 m/s² b) 5 m/s² c) 7 m/s² d) 10 m/s² e) 12 m/s²
(EAM – 2009)
Observe o gráfico abaixo, que representa as posições de um corpo em função do tempo.

É correto afirmar que o corpo está em movimento


a) permanente no intervalo 0 s e 5s.
b) nos intervalos de 1 s a 2 s e de 4 a 5 s.
c) nos intervalos de 0 s a 1 s e de 2 s a 4 s.
d) retilíneo e uniforme nos intervalos de 0 s a 1 s e de 2 s a 4 s.
e) retilíneo uniformemente variado nos intervalos de 1 s a 2 s e de 4 s a 5 s.
(EAM – 2007)
Um submarino submerso detecta um navio a uma distância de 1500 m e dispõe de um torpedo que
se desloca com velocidade constante de 15 m/s. considerando que o submarino está posicionado
na origem de um sistema de referência e que a equação horária do torpedo é 𝑠 = 15𝑡, qual é o
tempo necessário para que o torpedo atinja o navio?
a) 10 segundos.
b) 15 segundos.
c) 1 minuto e 20 segundos.
d) 1 minuto e 40 segundos.
e) 1 minuto e 50 segundos.
(CN – 2016)

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 58


Prof. Toni Burgatto

Durante um teste de desempenho, um carro de massa 1200 kg alterou sua velocidade conforme
mostra o gráfico abaixo.

Considerando que o teste foi executado em uma pista retilínea, pode-se afirmar que a força
resultante que atuou sobre o carro (𝐹 = 𝑚 ∙ 𝑎) foi de
a) 1200 N b) 2400 N c) 3600 N d) 4800 N e) 6000 N
(CN – 2010/modificada)
Um treinador marcou três trechos numa pista de atletismo com o objetivo de selecionar, entre os
seus atletas amadores, aqueles que fariam parte da sua equipe de corridas de curta distância. Após
tabular os dados, o treinador elaborou um gráfico, abaixo mostrado, do desempenho de um dos
escolhidos, cuja massa é de 60 kg e que estava entre os que foram mais rápidos.

Sobre esse gráfico foram feitas as seguintes afirmativas:


I – No trecho A, o atleta executou um MRUV com aceleração escalar média de 2,5 m/s².
II – O trecho B foi realizado em MRU e a distância percorrida foi de 50 m.
III – A velocidade média do atleta foi de 24 km/h.
a) apenas a I. b) apenas a II. c) apenas a III.
d) apenas I e III. e) todas estão corretas.
(CN – 2007/modificada)
Observe a figura a seguir.

O gráfico acima mostra a velocidade de um carro de 900 kg deslocando-se por uma estrada em linha
reta. Dentro dele, um passageiro aciona um cronômetro e, logo depois, aos 6 segundos, percebe

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 59


Prof. Toni Burgatto

que o motorista pisou no freio e parou o carro, quando o cronômetro marcava 8 s. neste caso,
desprezando-se a resistência do ar, é correto afirmar que o deslocamento do carro e a velocidade
média do carro, nas unidades do SI, valem, respectivamente:
a) 140 e 17,5 b) 160 e 35 c) 120 e 35
d) 140 e 35 e) 180 e 17,5
(CN – 2006)
Observe o gráfico:

Analisando-se o deslocamento de um carro, numa trajetória, apresentado no gráfico acima, é


correto afirmar que
a) o movimento do carro é a favor da trajetória entre 10 s e 20 s.
b) o carro possui velocidade constante e positiva entre 0 s e 10 s.
c) o carro possui movimento uniformemente variado entre 10 s e 20 s.
d) no instante 20 s, o carro está parado.
e) o carro tem movimento retilíneo e uniforme entre 20 s e 40 s.
(CN – 2004)

O gráfico acima representa o movimento de dois móveis A e B a partir de 𝑡 = 0. Considerando que


os móveis encontravam-se, inicialmente, na mesma posição, pode-se afirmar que após 30 s, a
distância em metros, que os separa vale
a) 180 b) 120 c) 100 d) 60 e) 0

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 60


Prof. Toni Burgatto

10. Gabarito de questões nível 2 sem comentários

1. A 6. A 11. C
2. E 7. E 12. E
3. B 8. D 13. A
4. A 9. B 14. E
5. E 10. D 15. E

11. Lista de questões nível 2 comentada


(EAM - 2022)
Na Base Naval (BNRJ) situada na ilha de Mocanguê em Niterói-RJ, um Marinheiro (MN) resolve fazer
o seu Treinamento Físico Militar (TFM), dando várias voltas no cais onde estão atracados parte dos
navios da esquadra. O militar começa seu treinamento exatamente às 06h30min e o termina às
07h30min, tendo percorrido um total de 5,4km, conforme indicava o aplicativo de corrida instalado
no aparelho celular que levava consigo. Determine a velocidade escalar média do militar durante o
percurso, e marque a opção correta.
(A) 1,5m/s (B) 2,5m/s (C) 3,5m/s
(D) 4,5m/s (E) 5,5m/s

Comentários:

Para calcular a velocidade escalar média devemos fazer a distância total percorrida pelo respectivo
intervalo de tempo. Portanto:

𝑑
𝑣=
Δ𝑡
5,4 𝑘𝑚
𝑣= = 5,4 𝑘𝑚/ℎ
1ℎ

As alternativas apresentam velocidade em m/s. Assim, basta dividir por 3,6 para transformar de
unidade. Fazendo 5,4/3,6 encontramos uma velocidade de 1,5 m/s.

Gabarito: A
(EAM - 2022)

AULA 00 – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS 61


Prof. Toni Burgatto

Um aluno, realizando exercício de tiro com pistola calibre 9mm na Escola de Aprendizes de
Marinheiro de Santa Catarina (EAMSC), ouve os ecos dos disparos 6,0 segundos após acionar a tecla
do gatilho do armamento, ou seja, após realizar o disparo. Se a velocidade do som é de 330m/s,
determine a distância aproximada que se encontrava a superfície que refletia os sons dos disparos,
e marque a opção correta.
(A) 950m (B) 960m (C) 970m (D) 980m (E) 990m

Comentários:

Lembrando que a velocidade de propagação de uma onda sonora é função do meio (no caso é o
ar), a velocidade do som na ida é igual a velocidade do som na volta, após a reflexão na superfície. Assim,
o tempo gasto na ida é igual ao tempo gasto na volta que é de 3s. Dessa forma, a distância entre a pessoa
e a superfície é de:

Δ𝑠 = 𝑣𝑠𝑜𝑚 ⋅ Δ𝑡

Δ𝑠 = 330 ⋅ 3

Δ𝑠 = 990 𝑚

Gabarito: E
(EAM - 2021)
Navios e outras embarcações marítimas costumam usar uma unidade de medida de velocidade
chamada “nó”. Um nó equivale a uma velocidade de aproximadamente 1,85 km/h. Uma
embarcação navegando a uma velocidade constante de 20 nós durante um tempo de 8 h percorrerá
uma distância aproximada de:
(A) 160 km (B) 296 km (C) 324 km
(D) 434 km (E) 463 km

Comentários:

A velocidade de 1 nó corresponde 1,85 km/h, então a velocidade de 20 nós corresponde a:

𝑣 = 20 ⋅ 1,85 = 37 𝑘𝑚/ℎ

Portanto, o deslocamento do navio que viaja a essa velocidade é de:

Δ𝑠
𝑣= ⇒ Δ𝑠 = 𝑣 ⋅ Δ𝑡
Δ𝑡

Δ𝑠 = 37 ⋅ 8

Δ𝑠 = 296 𝑘𝑚

Gabarito: B
(EAM – 2018)

AULA 00 – Introdução à Cinemática 62


Prof. Toni Burgatto

O Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) da Marinha do Brasil (MB) prevê para os


próximos anos a conclusão da construção de quatro submarinos convencionais e um submarino de
propulsão nuclear. O moderno submarino convencional pode manter, quando submerso, uma
velocidade média de 25 km/h, enquanto o nuclear 50 km/h. Considere o cenário em que um navio
inimigo se aproxima de uma Plataforma de Petróleo da Petrobrás distante 100 km da Base Naval de
Submarinos. A MB resolve, então, enviar um submarino a fim de dissuadir o inimigo. O nuclear
encontra-se pronto para partir da base e o convencional encontra-se em pronto-emprego no mar a
75 km de distância da mencionada plataforma. Desconsiderando qualquer tipo de correnteza e
considerando que tanto um como o outro possam se deslocar em linha reta submersos até a
plataforma e que o critério de escolha do submarino por parte da MB se baseie apenas no menor
intervalo de tempo de deslocamento para chegar ao destino, marque a opção que apresenta o
submarino que será escolhido e a diferença de intervalo de tempo entre eles.
(A) O nuclear, 1 h antes do que o convencional.
(B) O nuclear, 2 h antes do que o convencional.
(C) Os dois chegarão juntos.
(D) O convencional, 2 h antes do que o nuclear.
(E) O convencional, 1 h antes do que o nuclear.
Comentários:
Os tempos gastos por cada submarinhos até chegar a plataforma são dados por:
Δ𝑆𝑐𝑜𝑛𝑣𝑒𝑛𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 75 𝑘𝑚
Δ𝑡𝑐𝑜𝑛𝑣𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙 = = =3ℎ
𝑣𝑐𝑜𝑛𝑣𝑒𝑛𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 25 𝑘𝑚/ℎ
Δ𝑆𝑛𝑢𝑐𝑙𝑒𝑎𝑟 100 𝑘𝑚
Δ𝑡𝑛𝑢𝑐𝑙𝑒𝑎𝑟 = = =2ℎ
𝑣𝑛𝑢𝑐𝑙𝑒𝑎𝑟 50 𝑘𝑚/ℎ
Portanto, o submarino nuclear chegará primeiro, uma hora antes do convencional.
Gabarito: A
(EAM – 2017)
O gráfico abaixo representa uma caminhada feita por uma pessoa durante a sua atividade física
diária.

AULA 00 – Introdução à Cinemática 63


Prof. Toni Burgatto

Sobre essa atividade, analise as afirmativas a seguir e assinale a opção correta.


I – A pessoa caminhou, sem parar, por 2 horas.
II – A distância total percorrida foi de 9 km.
III – O movimento foi uniforme na ida e na volta.
IV – Na volta, o módulo da velocidade média foi de 6 km/h.
V – Nesse trajeto, a pessoa ficou em repouso por 20 min.
a) apenas as afirmações I e II estão corretas.
b) apenas as afirmações I e IV estão corretas.
c) apenas as afirmações I, II e III estão corretas.
d) apenas as afirmações III, IV e V estão corretas.
e) apenas as afirmações II, III e IV estão corretas.
Comentários:
I – Note que entre 1 e 3/2 h o deslocamento permaneceu constante, ou seja, a pessoa ficou parada, pois
neste intervalo de tempo a velocidade é nula.
II – A distância total percorrida foi de 9 km, pois a pessoa caminha até o 6 km, faz uma pausa de meia hora
e depois retorna 3 km. Portanto, o distância total percorrida pela pessoa foi de 9 km.
III – Entre 0 e 1 h, o deslocamento varia linearmente com o tempo, característica de um movimento
uniforme e entre 3/2 e 2h também. Entre 1 e 3/2 h, o atleta permanece parado. Podemos considerar o
movimento uniforme na ida e na volta.
IV – Na volta, o módulo da velocidade é numericamente igual a inclinação da reta. Portanto:
(6 − 3)
|𝑣𝑚 | =
3
2−2
3
|𝑣𝑚 | = 1 = 6 𝑘𝑚/ℎ
2
V – Nesse trajeto, a pessoa ficou parada de 1 a 3/2 h, portanto, ficou parada por meia hora, isto é, 30 min.
Gabarito: E
(EAM – 2012)
Um navio, ao sair do repouso, conseguiu atingir uma velocidade de 23 nós (aproximadamente 12
m/s), num intervalo de tempo de 2 min. A aceleração média desse navio foi de
a) 0,1 m/s² b) 0,2 m/s² c) 0,3 m/s² d) 0,4 m/s² e) 0,5 m/s²
Comentários:

AULA 00 – Introdução à Cinemática 64


Prof. Toni Burgatto

Como 23 nós correspondem a aproximadamente 12 m/s e 2 min são equivalentes a 120 s, temos:
∆𝑣 12
𝑎𝑚 = = = 0,1 𝑚/𝑠 2
∆𝑡 120
Gabarito: A
(EAM – 2011)
Durante a apresentação para uma revista especializada, um carro de 1200 kg acelerou nua pista
retilínea e obteve o resultado mostrado no gráfico abaixo:

É correto afirmar que a força média em newtons (𝐹 = 𝑚 ∙ 𝑎), transmitida pelo motor às rodas entre
os instantes 0 s e 5 s, foi de
a) 1200 b) 2400 c) 3600 d) 4800 e) 6000
Comentários:
Note que de acordo com o gráfico, a variação de velocidade apenas entre 0 e 5 segundos, ou seja,
é nesse intervalo que existe aceleração, que é calculada por:
∆𝑣
𝑎𝑚 =
∆𝑡
Repare que a velocidade está em km/h e deve ser transformada para m/s:
90
90 𝑘𝑚/ℎ = 𝑚/𝑠 = 25 𝑚/𝑠
3,6
Portanto:
25 − 0
𝑎𝑚 = = 5 𝑚/𝑠 2
5−0
Assim, a força média é de:
𝐹 = 1200 ∙ 5
𝐹 = 6000 𝑁
Gabarito: E
(EAM – 2010)
O gráfico abaixo mostra a evolução da velocidade do guepardo durante a caça.

AULA 00 – Introdução à Cinemática 65


Prof. Toni Burgatto

Analisando o gráfico, é possível concluir que a aceleração escalar média do guepardo tem o valor de
a) 2 m/s² b) 5 m/s² c) 7 m/s² d) 10 m/s² e) 12 m/s²
Comentários:
Note que a velocidade está em km/h e deve ser trabalhada nas unidades do SI (m/s). Portanto:
108
108 𝑘𝑚/ℎ = 𝑚/𝑠 = 30 𝑚/𝑠
3,6
Perceba que poderia trabalhar com qualquer velocidade, pois a inclinação da reta é a mesma.
Assim:
∆𝑣 30
𝑎𝑚 = ⇒ 𝑎𝑚 =
∆𝑡 3
𝑎𝑚 = 10 𝑚/𝑠 2
Gabarito: D
(EAM – 2009)
Observe o gráfico abaixo, que representa as posições de um corpo em função do tempo.

É correto afirmar que o corpo está em movimento


a) permanente no intervalo 0 s e 5s.
b) nos intervalos de 1 s a 2 s e de 4 a 5 s.
c) nos intervalos de 0 s a 1 s e de 2 s a 4 s.
d) retilíneo e uniforme nos intervalos de 0 s a 1 s e de 2 s a 4 s.
e) retilíneo uniformemente variado nos intervalos de 1 s a 2 s e de 4 s a 5 s.
Comentários:

AULA 00 – Introdução à Cinemática 66


Prof. Toni Burgatto

Neste gráfico do deslocamento pelo tempo, podemos ver que o móvel ficou parado entre 0 e 1 s,
e entre 2 e 4 s. Portanto, as alternativas A e C estão incorretas. Nos intervalos de 1 s a 2 e de 4 s e 5 s,
temos que o espaço está variando, isto é, o corpo está em movimento. Logo, a alternativa B está correta.
Nos intervalos de 0 s a 1 s e de 2 s a 4 s, o móvel está parado, portanto, não realiza um MRU. Em
outras palavras, a alternativa D está incorreta.
Nos intervalos de 1 s a 2 s e de 4 s a 5 s, a posição varia linearmente com o tempo, característica
de um movimento uniforme. Portanto, a alternativa E está incorreta.
Gabarito: B
(EAM – 2007)
Um submarino submerso detecta um navio a uma distância de 1500 m e dispõe de um torpedo que
se desloca com velocidade constante de 15 m/s. considerando que o submarino está posicionado
na origem de um sistema de referência e que a equação horária do torpedo é 𝑠 = 15𝑡, qual é o
tempo necessário para que o torpedo atinja o navio?
a) 10 segundos.
b) 15 segundos.
c) 1 minuto e 20 segundos.
d) 1 minuto e 40 segundos.
e) 1 minuto e 50 segundos.
Comentários:
Se a velocidade do torpedo é constante e igual a 15 m/s, o tempo para ele percorrer os 1500 m é
dado por:
𝑑 1500
∆𝑡 =
= = 100 𝑠
𝑣 15
Transformando para minutos, temos que:
100 𝑠 = 1 min 𝑒 40 𝑠𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑜𝑠
Gabarito: D
(CN – 2016)
Durante um teste de desempenho, um carro de massa 1200 kg alterou sua velocidade conforme
mostra o gráfico abaixo.

Considerando que o teste foi executado em uma pista retilínea, pode-se afirmar que a força
resultante que atuou sobre o carro (𝐹 = 𝑚 ∙ 𝑎) foi de
a) 1200 N b) 2400 N c) 3600 N d) 4800 N e) 6000 N
Comentários:

AULA 00 – Introdução à Cinemática 67


Prof. Toni Burgatto

No gráfico 𝑣 × 𝑡, a aceleração é numericamente igual a inclinação da reta mostrada. Note que a


velocidade está em km/h e o tempo em segundos. Portanto, devemos transformar a velocidade em m/s:
108
108 𝑘𝑚/ℎ = 𝑚/𝑠 = 30 𝑚/𝑠
3,6
Logo:
∆𝑣 30 − 0
𝑎= = = 3 𝑚/𝑠 2
∆𝑡 10 − 0
Dessa forma, a força resultante experimentada pelo corpo é de:
𝐹 = 1200 ∙ 3 = 3600 𝑁
Gabarito: C
CN – 2010/modificada)
Um treinador marcou três trechos numa pista de atletismo com o objetivo de selecionar, entre os
seus atletas amadores, aqueles que fariam parte da sua equipe de corridas de curta distância. Após
tabular os dados, o treinador elaborou um gráfico, abaixo mostrado, do desempenho de um dos
escolhidos, cuja massa é de 60 kg e que estava entre os que foram mais rápidos.

Sobre esse gráfico foram feitas as seguintes afirmativas:


I – No trecho A, o atleta executou um MRUV com aceleração escalar média de 2,5 m/s².
II – O trecho B foi realizado em MRU e a distância percorrida foi de 50 m.
III – A velocidade média do atleta foi de 24 km/h.
a) apenas a I. b) apenas a II. c) apenas a III.
d) apenas I e III. e) todas estão corretas.
Comentários:
Note que a velocidade está em km/h e o eixo dos tempos está em segundos, então devemos
transformar a velocidade para m/s.
36
36 𝑘𝑚/ℎ = 𝑚/𝑠 = 10 𝑚/𝑠
3,6
Agora, podemos julgar os itens:
I – No trecho A, o módulo da velocidade está variando linearmente com o tempo. Então, podemos
ter em A um trecho onde o atleta realiza um MRUV, em que a aceleração é dada por:
10 − 0 10
𝑎= = = 2,5 𝑚/𝑠 2
4−0 4
Portanto, o item I está correto.

AULA 00 – Introdução à Cinemática 68


Prof. Toni Burgatto

II – No trecho B, a velocidade do atleta permaneceu inalterada, ou seja, muito provavelmente, ele


descreveu um MRU. Assim, o deslocamento do atleta neste trecho é dado pela área sob a curva:
𝑑 = 10 ∙ (9 − 4) = 50 𝑚
Portanto, o item II está correto.
III – A velocidade média do atleta é dada pela definição:
∆𝑠
𝑣𝑚 =
∆𝑡
Em que o ∆𝑠 é dado pela área sob a curva de 0 a 15 s, ou seja:
4 ∙ 10 10 ∙ (15 − 9)
∆𝑠 = + 10 ∙ (9 − 4) +
2 2
∆𝑠 = 20 + 50 + 30 = 100 𝑚
Logo:
100
𝑣𝑚 = 𝑚/𝑠
15
Em km/h, temos:
100
𝑣𝑚 = ∙ 3,6
15
𝑣𝑚 = 24 𝑘𝑚/ℎ
Portanto, este item também está correto.
Gabarito: E
(CN – 2007/modificada)
Observe a figura a seguir.

O gráfico acima mostra a velocidade de um carro de 900 kg deslocando-se por uma estrada em linha
reta. Dentro dele, um passageiro aciona um cronômetro e, logo depois, aos 6 segundos, percebe
que o motorista pisou no freio e parou o carro, quando o cronômetro marcava 8 s. neste caso,
desprezando-se a resistência do ar, é correto afirmar que o deslocamento do carro e a velocidade
média do carro, nas unidades do SI, valem, respectivamente:
a) 140 e 17,5 b) 160 e 35 c) 120 e 35
d) 140 e 35 e) 180 e 17,5
Comentários:
O deslocamento do carro é dado pela área sob a curva mostrada, mas note que a velocidade está
em km/h e deve ser transformada em m/s (o Colégio Naval adora fazer isso):

AULA 00 – Introdução à Cinemática 69


Prof. Toni Burgatto

72
72 𝑘𝑚/ℎ = 𝑚/𝑠 = 20 𝑚/𝑠
3,6
Logo:
(6 + 8)
𝑑= ∙ 20 ⇒ 𝑑 = 140 𝑚
2
Por definição, velocidade média é dada por:
𝑑 140
𝑣𝑚 = =
∆𝑡 8
𝑣𝑚 = 17,5 𝑚/𝑠
Gabarito: A
(CN – 2006)
Observe o gráfico:

Analisando-se o deslocamento de um carro, numa trajetória, apresentado no gráfico acima, é


correto afirmar que
a) o movimento do carro é a favor da trajetória entre 10 s e 20 s.
b) o carro possui velocidade constante e positiva entre 0 s e 10 s.
c) o carro possui movimento uniformemente variado entre 10 s e 20 s.
d) no instante 20 s, o carro está parado.
e) o carro tem movimento retilíneo e uniforme entre 20 s e 40 s.
Comentários:
a) Entre 10 s e 20 s, a velocidade é negativa (basta ver a inclinação da reta, que é negativa), portanto, o
movimento do carro não é a favor da trajetória. Note que em 𝑡 = 20 𝑠, o deslocamento do carro é nulo.
b) Entre 0 e 10 s, o deslocamento do carro é o mesmo, ou seja, o carro está parado e a velocidade é nula.
c) Entre 10 s e 20 s, o espaço varia linearmente com o tempo, ou seja, o movimento é uniforme e não
uniformemente variado.
d) Em 𝑡 = 20 𝑠, o deslocamento do carro é nulo, mas isso não quer dizer que o carro esteja parado.
e) Entre 20 s e 40 s, o deslocamento do carro varia linearmente com o tempo, característica de um
movimento retilíneo e uniforme.
Gabarito: E
(CN – 2004)

AULA 00 – Introdução à Cinemática 70


Prof. Toni Burgatto

O gráfico acima representa o movimento de dois móveis A e B a partir de 𝑡 = 0. Considerando que


os móveis encontravam-se, inicialmente, na mesma posição, pode-se afirmar que após 30 s, a
distância em metros, que os separa vale
a) 180 b) 120 c) 100 d) 60 e) 0
Comentários:
Se os móveis estão inicialmente juntos, a distância entre eles é determinada pela diferença entre
os deslocamentos sofridos pelos móveis. Este pode ser calculado pela área sob o gráfico:
12 ∙ 30
𝑑𝐴 = = 180 𝑚
2
30 − 15 + 30
𝑑𝐵 = ∙ 8 = 180 𝑚
2
𝑑𝐴 = 𝑑𝐵
Logo, em 𝑡 = 30 𝑠 eles estão novamente juntos.
Gabarito: E

12. Lista de questões nível 3


(SIMULADO – EAM)
O gráfico da figura abaixo representa a corrida de um marinheiro durante sua atividade física.

Em relação a essa corrida, foram feitas as seguintes afirmativas:

AULA 00 – Introdução à Cinemática 71


Prof. Toni Burgatto

I – O jovem correu sem parar por 6 minutos.


II – A distância total percorrida pelo atleta foi de 700 m.
III – O movimento não foi uniforme em nenhum momento.
IV – Durante a ida, a velocidade do corredor foi de 18 km/h.
V – A velocidade média do corredor ao final dos 6 minutos foi de 7 km/h.
Estão corretas as afirmativas:
a) I, II e III. b) I, III e V. c) II, IV e V. d) II, IV e V. e) III e V.
(SIMULADO – EAM)
Uma bola é solta de uma janela que está a 5 m de altura do solo. Desprezando quaisquer atritos de
resistência do ar e considerando 𝑔 = 10 𝑚/𝑠 2 , o tempo que a bola leva para chegar ao solo é de:
(A) 1 s (B) 2 s (C) 3 s (D) 4 s (E) 5 s
(SIMULADO – EAM)
Um jovem andando de bicicleta se desloca em trajetória retilínea em um percurso de 2 km. Ele
percorre a primeira metade com velocidade de 4 km/h, chega a uma barraca de água e permanece
parado por 20 minutos e, em seguida, percorre a segunda metade com velocidade de 6 km/h.
Sabendo que o intervalo de tempo para as mudanças de velocidades são praticamente desprezíveis,
a velocidade média do ciclista, em km/h, que mais se aproxima considerando o percurso total é de:
(A) 5 (B) 4,8 (C) 3,6 (D) 2,66 (E) 0,75
(Simulado EAM)
Três esferas são lançadas simultaneamente em superfícies horizontais, perfeitamente lisas,
permanecendo com velocidade constante e iguais a 30 m/s, 9 m/s e 15 m/s, respectivamente. As
esferas são lançadas todas no mesmo sentido. Após quanto tempo a esfera A estará a mesma
distância de B e de C?
A figura está fora de escala. As dimensões das esferas são desprezíveis quando comparadas com as
distâncias iniciais entre as esferas.

(A) 3,33 s (B) 1,67 s (C) 1,50 s (D) 2,40 s (E) 4,50 s
(Simulado EAM)
Em um teste de aceleração em linha reta, verificou-se que um carro que estava viajando a 72 km/h
e, após aplicar uma aceleração constante, atingiu a velocidade de 144 km/h em 5 s. Então, a
distância percorrida pelo carro nesse trecho foi de:
(A) 80 m (B) 100 m (C) 120 m (D) 144 m (E) 150 m
(Simulado EAM)
Dois móveis, A e B, partem do mesmo local e suas velocidades são registradas no gráfico abaixo.

AULA 00 – Introdução à Cinemática 72


Prof. Toni Burgatto

Após 5 segundos, a distância entre os dois móveis é de:


(A) 10 m (B) 15 m (C) 20 m (D) 25 m (E) 30 m
(Simulado EAM)
Um carro percorre a primeira metade de um percurso com velocidade de 40 m/s e a outra com
velocidade de 10 m/s. Dessa forma, a velocidade média em todo o percurso, em km/h, é de:
(A) 16 (B) 22 (C) 34 (D) 57,6 (E) 64
(Simulado Colégio Naval)
Dois carros estão separados por uma distância de 168 𝑘𝑚, movendo em direções opostos, se
encontrar após 7 ℎ. Sabendo que a diferença das velocidades é de 2 𝑘𝑚/ℎ, a velocidade do carro
mais rápido é de:
a) 11 𝑘𝑚/ℎ b) 13 𝑘𝑚/ℎ c) 15 𝑘𝑚/ℎ
d) 9 𝑘𝑚/ℎ e) 7 𝑘𝑚/ℎ
(Simulado Colégio Naval)

Trabalhando em uma obra, um homem sobe em uma escada que está apoiada contra uma parede.
A escada tem uma das extremidades a 8 metros do solo e a base está a 6 metros da parede. Ele
sobre até o topo da escada em 4 segundos, mas ao chegar no topo ele escorrega e cai verticalmente,
atingindo o solo no próximo segundo. Dessa forma, o módulo da velocidade média do homem desde
o momento em que ele começa a subir a escada até chegar ao solo na queda é de:
a) 5,25 m/s b) 3,6 m/s c) 2,4 m/s
d) 1,2 m/s e) 1,6 m/s
(Simulado Colégio Naval)

O gráfico da figura acima apresenta o movimento de dois móveis A e B a partir de 𝑡 = 0 𝑠. Sabendo


que a distância inicial entre os móveis era de 30 m, podemos afirmar que, após 20 s, a distância em
metros que separa os carros é de:

AULA 00 – Introdução à Cinemática 73


Prof. Toni Burgatto

a) 0 b) 30 m c) 50 m d) 75 m e) 120 m
(Simulado Colégio Naval)

Um jovem atleta está correndo em seu treino matinal, quando ele vê um paredão de pedras a sua
frente, o jovem solta a grito de que está chegando próximo do seu alvo, muito perto do paredão.
Após alguns segundos, ele percebe que o som emitido sofreu reflexão na parede e retornou
enquanto ele deslocou 17 metros. Considerando que a velocidade do som é igual a 340 m/s e que
quando ele emitiu o som ele estava a 340 metros da parede, podemos dizer que a velocidade do
atleta era de aproximadamente:
a) 16 𝑘𝑚/ℎ b) 21 𝑘𝑚/ℎ c) 26 𝑘𝑚/ℎ
d) 31𝑘𝑚/ℎ e) 38 𝑘𝑚/ℎ
(Simulado Colégio Naval)

Em uma avenida na zona sul de São José dos Campos, existem alguns semáforos que são
sincronizados de tal forma que os carros, sem movendo com um certa velocidade, sempre
encontram semáforos aberto, conhecido na cidade como onda verde. Sabe-se que a distância entre
dois semáforos sucessivos é de 400 metros e que o intervalo de tempo entre a abertura de um sinal
e o seguinte é de 24 segundos. Dessa forma, a velocidade média com que os carros devem trafegar
para aproveitar a onda verde é de:
a) 16,7 km/h b) 40 km/h c) 50 km/h
d) 60 km/h e) 70 km/h
(Simulado Colégio Naval)

Durante um treinamento de missão de resgate em uma aeronave da força aérea, um soldado dentro
da aeronave afirma que é necessário soltar o pacote de emergência de saúde exatamente quando
eles estiverem na vertical logo acima do alvo. Sabendo que o avião se desloca a 3 mil metros de
altura a uma velocidade constante, podemos afirmar que:
a) o soldado está errado, pois, independente do referencial, a trajetória do pacote emergencial
sempre será um arco de parábola.
b) o soldado sempre verá o pacote cair na vertical, considerando que ao soltar o pacote, a velocidade
da aeronave não se alterou.
c) o soldado está errado, pois o pacote irá descrever um quarto de circunferência para quem está
parado na Terra.
d) para uma pessoa que está parada na Terra, o pacote deve cair na vertical, independentemente
de onde ela esteja.
e) para uma pessoa que está se movendo em uma estrada retilínea, com velocidade constante, o
pacote sempre vai descrever uma reta.

AULA 00 – Introdução à Cinemática 74


Prof. Toni Burgatto

13. Gabarito de questões nível 3 sem comentários


1. D
2. A
3. D
4. B
5. E
6. A
7. D
8. B
9. D
10. B
11. D
12. D
13. B

14. Lista de questões nível 3 comentada


(SIMULADO – EAM)
O gráfico da figura abaixo representa a corrida de um marinheiro durante sua atividade física.

AULA 00 – Introdução à Cinemática 75


Prof. Toni Burgatto

Em relação a essa corrida, foram feitas as seguintes afirmativas:


I – O jovem correu sem parar por 6 minutos.
II – A distância total percorrida pelo atleta foi de 700 m.
III – O movimento não foi uniforme em nenhum momento.
IV – Durante a ida, a velocidade do corredor foi de 18 km/h.
V – A velocidade média do corredor ao final dos 6 minutos foi de 7 km/h.
Estão corretas as afirmativas:
a) I, II e III. b) I, III e V. c) II, IV e V. d) II, IV e V. e) III e V.
Comentários:
I – Incorreto. Durante 2 e 4 minutos, o atleta ficou parado, pois não houve variação na distância percorrida
por ele. Além disso, ele também ficou parado de 5 a 6 minutos.
II – Correto. De 0 a 2 minutos, o jovem andou 600 metros. Em seguida, ele permaneceu minutos parado
e andou mais 100 metros de 4 a 5 minutos. Depois, ele ficou mais um minuto parado.
III – Incorreto. Durante os dois minutos iniciais, a velocidade do atleta é constante e dada pela inclinação
da reta. Além disso, de 4 a 5 minutos, ele realiza um movimento retrogrado, com velocidade constante
também.
IV – Correta. A velocidade do móvel durante os dois primeiros minutos é dada por:
Δ𝑠
𝑣=
Δ𝑡
0,600 − 0
𝑣=
2
60 − 0
60 ⋅ 0,6
𝑣=
2
𝑣 = 18 𝑘𝑚/ℎ
V – Correta. A velocidade do móvel durante os 6 minutos é calculada por:
Δ𝑠
𝑣=
Δ𝑡
0,7 − 0
𝑣=
6
60 − 0
𝑣 = 7 𝑘𝑚/ℎ
Gabarito: D
(SIMULADO – EAM)
Uma bola é solta de uma janela que está a 5 m de altura do solo. Desprezando quaisquer atritos de
resistência do ar e considerando 𝑔 = 10 𝑚/𝑠 2 , o tempo que a bola leva para chegar ao solo é de:
(A) 1 s (B) 2 s (C) 3 s (D) 4 s (E) 5 s
Comentários:
O tempo de queda de um corpo que é solto (velocidade inicial vertical nula) é dado por:

AULA 00 – Introdução à Cinemática 76


Prof. Toni Burgatto

2𝐻
𝑡𝑞 = √
𝑔

Substituindo valores, temos:

2⋅5
𝑡𝑞 = √ = √1 = 1 𝑠
10

Gabarito: A
(SIMULADO – EAM)
Um jovem andando de bicicleta se desloca em trajetória retilínea em um percurso de 2 km. Ele
percorre a primeira metade com velocidade de 4 km/h, chega a uma barraca de água e permanece
parado por 20 minutos e, em seguida, percorre a segunda metade com velocidade de 6 km/h.
Sabendo que o intervalo de tempo para as mudanças de velocidades são praticamente desprezíveis,
a velocidade média do ciclista, em km/h, que mais se aproxima considerando o percurso total é de:
(A) 5 (B) 4,8 (C) 3,6 (D) 2,66 (E) 0,75
Comentários:
Velocidade é média é dada por:
Δ𝑠 2
𝑣𝑚 = =
Δ𝑡 Δ𝑡1 + Δ𝑡𝑝𝑎𝑟𝑎𝑑𝑜 + Δ𝑡2
Em que o tempo no primeiro trecho é dado por:
Δ𝑠1 1
Δ𝑡1 = = ℎ
𝑣1 4
O intervalo tempo que ele fica parado em horas é de:
20 1
Δ𝑡𝑝𝑎𝑟𝑎𝑑𝑜 == ℎ
60 3
O intervalo de tempo que ele desloca a segunda metade:
Δ𝑠2 1
Δ𝑡2 = = ℎ
𝑣2 6
Portanto:
2
𝑣𝑚 =
1 1 1
4+3+6
2 2 ⋅ 12 8
𝑣𝑚 = = = 𝑘𝑚/ℎ
3+4+2 9 3
12
𝑣𝑚 ≅ 2,66 𝑘𝑚/ℎ
Gabarito: D
(Simulado EAM)
Três esferas são lançadas simultaneamente em superfícies horizontais, perfeitamente lisas,
permanecendo com velocidade constante e iguais a 30 m/s, 9 m/s e 15 m/s, respectivamente. As

AULA 00 – Introdução à Cinemática 77


Prof. Toni Burgatto

esferas são lançadas todas no mesmo sentido. Após quanto tempo a esfera A estará a mesma
distância de B e de C?
A figura está fora de escala. As dimensões das esferas são desprezíveis quando comparadas com as
distâncias iniciais entre as esferas.

(A) 3,33 s (B) 1,67 s (C) 1,50 s (D) 2,40 s (E) 4,50 s

Comentários:

Adotando que o movimento é para a direita e colocando o marco zero na posição de A, então
temos a equação horária do espaço de cada esfera:

𝑠𝐴 = 0 + 30𝑡 = 30𝑡

𝑠𝐵 = 20 + 9𝑡

𝑠𝐶 = 40 + 15𝑡

Quando A estiver a mesma distância entre B e C é dizer que A está no ponto médio de B e C, ou
ainda, dizer que 𝑠𝐴 − 𝑠𝐵 = 𝑠𝐶 − 𝑠𝐴 . Portanto:

𝑠𝐴 − 𝑠𝐵 = 𝑠𝐶 − 𝑠𝐴

30𝑡 − (20 + 9𝑡) = 40 + 15𝑡 − (30𝑡)

30𝑡 − 20 − 9𝑡 = 40 + 15𝑡 − 30𝑡

30𝑡 − 9𝑡 + 15𝑡 = 60

36𝑡 = 60

60 10
𝑡= = = 1,67 𝑠
36 6

Gabarito: B
(Simulado EAM)
Em um teste de aceleração em linha reta, verificou-se que um carro que estava viajando a 72 km/h
e, após aplicar uma aceleração constante, atingiu a velocidade de 144 km/h em 5 s. Então, a
distância percorrida pelo carro nesse trecho foi de:
(A) 80 m (B) 100 m (C) 120 m (D) 144 m (E) 150 m

Comentários:

Se o móvel realiza um MRUV, então sabemos que:

AULA 00 – Introdução à Cinemática 78


Prof. Toni Burgatto

Δ𝑠 𝑣𝑖 + 𝑣𝑓
𝑣𝑚 = =
Δ𝑡 2

Portanto:

72 144
Δ𝑠 3,6 + 3,6
=
5 2
Δ𝑠 20 + 40
=
5 2
Δ𝑠 60
=
5 2
Δ𝑠
= 30
5

Δ𝑠 = 150 𝑚

Gabarito: E
(Simulado EAM)
Dois móveis, A e B, partem do mesmo local e suas velocidades são registradas no gráfico abaixo.

Após 5 segundos, a distância entre os dois móveis é de:


(A) 10 m (B) 15 m (C) 20 m (D) 25 m (E) 30 m

Comentários:

Inicialmente, devemos transformar a velocidade em m/s, dividindo por 3,6. Em seguida, para
determinar o quanto cada um deslocou, basta calcular a área embaixo de cada curva.

AULA 00 – Introdução à Cinemática 79


Prof. Toni Burgatto

Para o móvel A:

3+5
Δ𝑠𝐴 = ( ) ⋅ 15 = 60 𝑚
2

Para o móvel B:

Δ𝑠𝐵 = 10 ⋅ 5 = 50 𝑚

Logo, a distância entre eles é de 10 m.

Gabarito: A
(Simulado EAM)
Um carro percorre a primeira metade de um percurso com velocidade de 40 m/s e a outra com
velocidade de 10 m/s. Dessa forma, a velocidade média em todo o percurso, em km/h, é de:
(A) 16 (B) 22 (C) 34 (D) 57,6 (E) 64

Comentários:

Chamando a primeira metade do percurso de 𝑥, o tempo gasto é de:


𝑥
Δ𝑡1 =
40

Logo, a segunda metade também é x e o tempo gasto é de:


𝑥
Δ𝑡2 =
10

Assim, o tempo total é de:

𝑥 𝑥 𝑥 4𝑥
Δt total = Δ𝑡1 + Δ𝑡2 = + = +
40 10 40 40
5x x
Δt total = =
40 8

Pela definição de velocidade média, temos:

AULA 00 – Introdução à Cinemática 80


Prof. Toni Burgatto

Δ𝑠 𝑥 + 𝑥 2𝑥
𝑣𝑚 = = 𝑥 = 𝑥
Δ𝑡
8 8

𝑣𝑚 = 16 𝑚/𝑠

Mas cuidado, a resposta tem que ser em km/h. Para isso, basta multiplicar por 3,6:

𝑣𝑚 = 3,6 ⋅ 16

𝑣𝑚 = 57,6 𝑘𝑚/ℎ

Gabarito: D
(Simulado Colégio Naval)
Dois carros estão separados por uma distância de 168 𝑘𝑚, movendo em direções opostos, se
encontrar após 7 ℎ. Sabendo que a diferença das velocidades é de 2 𝑘𝑚/ℎ, a velocidade do carro
mais rápido é de:
a) 11 𝑘𝑚/ℎ b) 13 𝑘𝑚/ℎ c) 15 𝑘𝑚/ℎ
d) 9 𝑘𝑚/ℎ e) 7 𝑘𝑚/ℎ

Comentários:

Utilizando o conceito de velocidade relativa, temos:

Δ𝑠𝑟𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜
𝑣𝑟𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎 =
Δ𝑡
168
𝑣𝑟𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎 = = 24 𝑘𝑚/ℎ
7
Como os carros estão em sentidos contrários, então o módulo da velocidade relativa entre eles é
dada pela soma dos módulos das velocidades.

𝑣1 + 𝑣2 = 24

Se 𝑣1 > 𝑣2 , então:

𝑣1 − 𝑣2 = 2

Portanto:

2𝑣1 = 24 + 2 ∴ 𝑣1 = 13 𝑘𝑚/ℎ

Gabarito: B
(Simulado Colégio Naval)

Trabalhando em uma obra, um homem sobe em uma escada que está apoiada contra uma parede.
A escada tem uma das extremidades a 8 metros do solo e a base está a 6 metros da parede. Ele
sobre até o topo da escada em 4 segundos, mas ao chegar no topo ele escorrega e cai verticalmente,

AULA 00 – Introdução à Cinemática 81


Prof. Toni Burgatto

atingindo o solo no próximo segundo. Dessa forma, o módulo da velocidade média do homem desde
o momento em que ele começa a subir a escada até chegar ao solo na queda é de:
a) 5,25 m/s b) 3,6 m/s c) 2,4 m/s
d) 1,2 m/s e) 1,6 m/s

Comentários:

Se ele gasta 4 segundos para chegar no topo e no próximo segundo ele está no chão, então o
intervalo de tempo desde início do movimento até a queda é de 5 segundos.

Como velocidade média é variação do espaço pelo tempo, a diferença entre as posições final e
inicial do homem é justamente a distância do pé da escada a parede, que é de 6 metros. Portanto, o
módulo da velocidade média é de:

|Δ𝑆| 6
𝑣𝑚 = = = 1,2 𝑚/𝑠
Δ𝑡 5
Gabarito: D
(Simulado Colégio Naval)

O gráfico da figura acima apresenta o movimento de dois móveis A e B a partir de 𝑡 = 0 𝑠. Sabendo


que a distância inicial entre os móveis era de 30 m, podemos afirmar que, após 20 s, a distância em
metros que separa os carros é de:
a) 0 b) 30 m c) 50 m d) 75 m e) 120 m

Comentários:

Sabemos que em um gráfico da velocidade pelo tempo, a área sob a curva corresponde
numericamente ao deslocamento do móvel no referido intervalo de tempo.

Dessa forma, o deslocamento de cada móvel é dado por:

20 ⋅ 12
Δ𝑆𝐴 = = 120 𝑚
2
20 + (20 − 10)
Δ𝑆𝐵 = ( ) ⋅ 8 = 120 𝑚
2

Então, os móveis andaram a mesma distância de 0 a 20 s, e perceba que as velocidades são


positivas, mostrando que eles estão se movendo no sentido de orientação. Portanto, se movem no

AULA 00 – Introdução à Cinemática 82


Prof. Toni Burgatto

mesmo sentido e distâncias iguais. Logo, a distância entre eles após 20 segundos continua sendo a mesma
de 30 metros, como no início.

Gabarito: B
(Simulado Colégio Naval)

Um jovem atleta está correndo em seu treino matinal, quando ele vê um paredão de pedras a sua
frente, o jovem solta a grito de que está chegando próximo do seu alvo, muito perto do paredão.
Após alguns segundos, ele percebe que o som emitido sofreu reflexão na parede e retornou
enquanto ele deslocou 17 metros. Considerando que a velocidade do som é igual a 340 m/s e que
quando ele emitiu o som ele estava a 340 metros da parede, podemos dizer que a velocidade do
atleta era de aproximadamente:
a) 16 𝑘𝑚/ℎ b) 21 𝑘𝑚/ℎ c) 26 𝑘𝑚/ℎ
d) 31𝑘𝑚/ℎ e) 38 𝑘𝑚/ℎ

Comentários:

Enquanto o som viaja até o paredão e volta para o atleta, o jovem se desloca em direção ao
paredão. Assim:
𝑥
Δ𝑡𝑎𝑡𝑙𝑒𝑡𝑎 =
𝑣
𝐷 𝐷−𝑥
Δ𝑡𝑠𝑜𝑚 = +
𝑣𝑆 𝑣𝑆

Logo:

Δ𝑡𝑎𝑡𝑙𝑒𝑡𝑎 = Δ𝑡𝑠𝑜𝑚

𝑥 𝐷 𝐷−𝑥
= +
𝑣 𝑣𝑆 𝑣𝑆

Substituindo valores, temos:

17 340 340 17
= + −
𝑣 340 340 340
17
= 2 − 0,05
𝑣
𝑚
𝑣 ≅ 8,7 ≅ 31𝑘𝑚/ℎ
𝑠
Gabarito: D
(Simulado Colégio Naval)

Em uma avenida na zona sul de São José dos Campos, existem alguns semáforos que são
sincronizados de tal forma que os carros, sem movendo com uma certa velocidade, sempre
encontram semáforos aberto, conhecido na cidade como onda verde. Sabe-se que a distância entre
dois semáforos sucessivos é de 400 metros e que o intervalo de tempo entre a abertura de um sinal

AULA 00 – Introdução à Cinemática 83


Prof. Toni Burgatto

e o seguinte é de 24 segundos. Dessa forma, a velocidade média com que os carros devem trafegar
para aproveitar a onda verde é de:
a) 16,7 km/h b) 40 km/h c) 50 km/h
d) 60 km/h e) 70 km/h

Comentários:

Se a distância entre os semáforos é de 400m e o intervalo de tempo para o carro passar pelos dois
semáforos é de 24 segundos, então:

Δ𝑠
𝑣𝑚 =
Δ𝑡
400 100 50
𝑣𝑚 = = = 𝑚/𝑠
24 6 3
50
𝑣𝑚 = ⋅ 3,6 = 60 𝑘𝑚/ℎ
3
Gabarito: D
(Simulado Colégio Naval)

Durante um treinamento de missão de resgate em uma aeronave da força aérea, um soldado dentro
da aeronave afirma que é necessário soltar o pacote de emergência de saúde exatamente quando
eles estiverem na vertical logo acima do alvo. Sabendo que o avião se desloca a 3 mil metros de
altura a uma velocidade constante, podemos afirmar que:
a) o soldado está errado, pois, independente do referencial, a trajetória do pacote emergencial
sempre será um arco de parábola.
b) o soldado sempre verá o pacote cair na vertical, considerando que ao soltar o pacote, a velocidade
da aeronave não se alterou.
c) o soldado está errado, pois o pacote irá descrever um quarto de circunferência para quem está
parado na Terra.
d) para uma pessoa que está parada na Terra, o pacote deve cair na vertical, independentemente
de onde ela esteja.
e) para uma pessoa que está se movendo em uma estrada retilínea, com velocidade constante, o
pacote sempre vai descrever uma reta.

Comentários:

a) INCORRETA. Sempre que vamos analisar uma trajetória, devemos olhar para o referencial adotado.

b) CORRETA. Para alguém que está na aeronave (se movendo com a velocidade constante da aeronave,
inclusive o pacote), ele sempre verá o pacote na vertical, pois o pacote tem a mesma velocidade horizontal
da aeronave.

c) INCORRETA. Para um referencial na Terra, referencial inercial, a trajetória será um arco de parábola.

d) INCORRETA. Veja justificativa da alternativa c.

AULA 00 – Introdução à Cinemática 84


Prof. Toni Burgatto

e) INCORRETA. Se a pessoa está em uma estrada retilínea com velocidade constante, então ela descreve
um MRU, ou seja, ela é um referencial inercial, assim como a Terra. Portanto, para ela a trajetória do
pacote será um arco de parábola.

Gabarito: B

12. Referências bibliográficas


[1] Calçada, Caio Sérgio. Física Clássica. 1. ed. Saraiva Didáticos, 2012. 576p.

[2] Bukhovtsev, B.B. Krivtchenkov, V.D. Miakishev, G.Ya. Saraeva, I. M. Problemas Selecionados de Física
Elementar. 1 ed. MIR, 1977.518p.

[3] Brito, Renato. Fundamentos de Mecânica. 2 ed. VestSeller, 2010. 496p.

[4] Departamento de Física do ITA. Algarismos significativos. Disponível em:


<http://www.fis.ita.br/labfis45/erros/errostextos/erros1.htm>

[5] IM-UFRJ. Aula 8 Produto Escalar. Disponível em <http://www.im.ufrj.br/nuno/aula8.pdf>

[6] Camargo, Ivan de. Boulos, Paulo. Geometria analítica: Um tratamento vetorial. 3. Ed. Person Education,
2004, 560p.

13. Considerações finais


Chegamos ao final da nossa primeira aula de introdução à Física e de introdução à Cinemática. Na
próxima aula, começaremos a estudar os tipos de movimentos mais simples na cinemática e como
abordar as questões dos concursos.
Na sua lista existem questões não apenas de simulados ou de escolas militares, mas são exercícios
escolhidos a dedo, pois com certeza aumentaram a sua base teórica, pois são de excelentes bancas de
prova.
Tente fazer todas as questões da lista sem olhar o gabarito. O caminho para passar no CN não é
nada simples, por isso é muito importante fazer as questões e não abandonar nenhuma dúvida.
Conte comigo nessa jornada. Quaisquer dúvidas, críticas ou sugestões entre em contato pelo
fórum de dúvidas do Estratégia ou se preferir:

@proftoniburgatto

AULA 00 – Introdução à Cinemática 85

Você também pode gostar