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ESCOLA NAVAL

2024

AULA 04
Os princípios da Dinâmica

Prof. Toni Burgatto


Prof. Toni Burgatto

Sumário
Introdução 3

1. Os princípios da Dinâmica 3

1.1. Massa de um corpo 4

1.2. Conceito de força e força resultante 4

1.3. Equilíbrio de um ponto material 5

1.4. Conceito de Inércia 8

1.5. A 1ª Lei de Newton – Princípio da Inércia 8

1.6. A 2ª Lei de Newton – O Princípio Fundamental da Dinâmica 9

1.7. O Peso 𝑷 10

1.8. A 3ª Lei de Newton – O princípio da Ação e da Reação 13

1.9. Forças em fios 18

1.10. Tópico especial: vínculos geométricos 21

1.11. Referenciais Inerciais 26

1.12. Referenciais não inerciais 27

2. Força elástica 34

2.1. Lei de Hooke 34

2.2. Mola ideal 36

2.3. Dinamômetro 38

2.4. Associação de molas em série 39

2.5. Associação de molas em paralelo 40

3. Lista de questões nível 1 44

4. Gabarito sem comentários nível 1 53

5. Lista de questões nível 1 comentada 54

6. Lista de questões nível 2 78

7. Gabarito sem comentários nível 2 87

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8. Lista de questões nível 2 comentada 88

9. Lista de questões nível 3 114

10. Gabarito sem comentários nível 3 120

11. Lista de questões nível 3 comentada 122

12. Referências Bibliográficas 145

13. Considerações Finais 145

Introdução
Nessa aula iniciaremos o estudo da Dinâmica da partícula. Estudaremos conceitos os Princípios da
Dinâmica, os tipos de forças e como resolver questões envolvendo bloquinhos.

Este assunto é muito abordado na EN não apenas em questões propriamente ditas, mas de forma
interdisciplinar.

Faremos o estudo da Mecânica Newtoniana apenas. É muito importante que você tenha todos os
conceitos bem enraizados e treine com muitas questões, sem sair do foco dos nossos vestibulares.

Fique à vontade para tirar dúvidas comigo no fórum ou se preferir:

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1. Os princípios da Dinâmica
No estudo da Cinemática nosso objetivo era descrever os tipos de movimentos, sem nos
preocuparmos com os agentes causadores das mudanças no movimento. A partir de agora, estudaremos
os movimentos com foco naquilo que os produzem ou modificam.

Basicamente, foi o italiano Galileu Galilei (1564-1642) personagem fundamental na revolução


científica e quem fundou as bases da Dinâmica. Ele foi responsável pelos primeiros estudos do movimento
uniformemente variado e do movimento do pêndulo simples.

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Ele enunciou a lei dos corpos, enunciou o princípio da inércia e o conceito de referencial inercial.
Mais tarde, o inglês Isaac Newton (1642-1727) formalizou as ideias introduzidas por Galileu e as publicou
em sua obra principal obra Philosophie Naturalis Principia Mathematica.

O sucesso da Mecânica Newtoniana reinou por cerca de 200 anos. Somente no início do século XX
surgiram novos ramos da Física: Mecânica Quântica e Mecânica Relativística.

As leis propostas por Newton precisavam de alguns ajustes para corpos com velocidades muito
altas, próximas a velocidade da luz dando início a Mecânica Relativística e para estudos de fenômenos
atômicos necessitamos recorrer as leis da Mecânica Quântica.

1.1. Massa de um corpo

O conceito de massa vai muito além da medida de quantidade de matéria. Atualmente este
conceito está “errado". A massa de um corpo é uma propriedade da energia nele contida (Baierlein, 1991).
Essa definição não era ainda conhecida por Newton.

Por fins didáticos, diremos que a massa de um corpo é medida através da comparação desse corpo
com corpos padrão, utilizando balanças de braços iguais como instrumento de medida.

Figura 1: Balança de braço iguais utilizada para comparar massas.

O quilograma padrão é um bloco pequeno composto de platina (90%) e irídio (10%) mantido no
Instituto Internacional de Pesos e Medidas, em Sévres, próximo a Paris.

Na física muitas vezes aparece o submúltiplo grama (símbolo 𝑔) e o múltiplo tonelada (símbolo 𝑡),
na qual estão relacionados da seguinte forma:

1
1𝑔 = 𝑘𝑔 = 10−3 𝑘𝑔
{ 1000
1𝑡 = 1000 𝑘𝑔 = 103 𝑘𝑔

No SI a unidade de massa é o quilograma (𝑘𝑔).

1.2. Conceito de força e força resultante

Para Newton, força é o agente causador de deformação. Ela é responsável pela variação de
velocidade do corpo. Dado que velocidade e aceleração são grandezas vetoriais, quando falamos em
variação da velocidade, essa alteração pode ser no módulo, na direção ou no sentido do vetor.

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As forças podem ser de contato, como por exemplo quando empurramos um carro, ou de ação a
distância, também chamada de forças de campo, como por exemplo a força com que uma carga elétrica
exerce em outra a uma determinada distância.

Considere um objeto sendo puxado por duas cordas, em uma superfície sem atrito, numa mesa
horizontal, onde podemos representar as forças da seguinte forma:

Figura 2: Representação de duas forças atuando em um corpo.

Se apenas existisse a 𝐹⃗1 o bloco estaria indo para a esquerda com uma aceleração 𝑎⃗1 . Por outro
lado, se existisse apenas 𝐹⃗2 o bloco seria puxado para a direita com uma aceleração 𝑎⃗2 .

Entretanto, as forças atuam ao mesmo tempo no bloco, logo, a soma desses vetores determinará
o vetor resultante e, portanto, a aceleração resultante. Na Figura 2, por construção, o vetor |𝐹⃗2 | > |𝐹⃗1 |,
então, a resultante estará para a direita e a aceleração resultante do bloco também.

Note que se |𝐹⃗2 | = |𝐹⃗1 |, os vetores se anulariam, e o vetor resultante seria o vetor nulo. Assim, o
bloco permaneceria sem aceleração.

Para o caso de 𝑛 forças atuarem em um corpo, podemos determinar a força resultante pela soma
vetorial:

Figura 3: Força resultante é a soma vetorial das forças.

𝐹⃗ = 𝐹⃗1 + 𝐹⃗2 + 𝐹⃗3 + 𝐹⃗4 + ⋯ + 𝐹⃗𝑛

Note que a força resultante não é uma nova força, é simplesmente o resultado da soma vetorial
das forças que já atuam no corpo.

1.3. Equilíbrio de um ponto material


Um ponto material está em equilíbrio em relação a um dado referencial, quando a resultante das
forças que agem nele é nula.

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Existem dois tipos de equilíbrios para um ponto material: equilíbrio estático e equilíbrio dinâmico.
Essa classificação é um pouco perigosa.

1.3.1. Equilíbrio estático

Um ponto material está em equilíbrio estático em relação a um dado referencial quando se


apresenta em repouso. Assim, se um corpo em equilíbrio estático apresenta velocidade constante e igual
a zero, ou seja, 𝑣⃗ = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 = ⃗0⃗.

Podemos imaginar um exemplo onde temos uma lâmpada pendurada no centro de uma sala. Se
adotarmos um sistema de coordenadas com origem em um dos cantos da sala, temos que a posição da
lâmpada segue invariável em relação a esse referencial, isto é, ele permanece em repouso com o decorrer
do tempo (𝑣⃗ = ⃗0⃗).

Portanto, podemos dizer que a resultante das forças que agem nele é nula e que constitui um
equilíbrio estático.

Além disso, definimos o equilíbrio estático em outras três categorias:

a) Equilíbrio estável: a tendência do ponto material é voltar à posição inicial. Por exemplo,
uma bola solta dentro de uma cuba esférica:

Figura 4: Exemplo de conjunto em equilíbrio estável.

b) Equilíbrio instável: a tendência do ponto material é afastar-se ainda mais da posição inicial.
Por exemplo, uma bola solta do lado de fora de uma cuba esférica:

Figura 5: Exemplo de conjunto em equilíbrio instável.

c) Equilíbrio indiferente: o ponto material permanece em equilíbrio na próxima posição. Por


exemplo, uma bola solta em uma superfície reta horizontal:

Figura 6: Exemplo de conjunto em equilíbrio indiferente.

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1.3.2. Equilíbrio dinâmico

Um ponto material está em equilíbrio dinâmico em relação a um dado referencial inercial quando
ele está em um movimento retilíneo e uniforme (MRU).

Nesse caso, temos que a velocidade é constante e diferente de zero (𝑣⃗ = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 ≠ ⃗0⃗).

Para ilustrar essa situação, vamos analisar o movimento de um objeto deslizando sobre uma mesa
de madeira. Sabemos que devida a superfície da mesa possuir certas imperfeições existem forças
resistivas atuando no corpo.

Por isso, existem forças contrárias atrapalhando o movimento até o momento em que o corpo
para.

Entretanto, podemos repetir o mesmo experimento em uma mesa de gelo, suposta perfeitamente
lisa, onde não existiria nenhuma força resistente. Assim, não existiria força contrária ao movimento e a
velocidade do móvel permaneceria invariável ao longo do tempo, realizando um MRU.

Outro exemplo onde podemos aplicar esse conceito é o lançamento de um foguete. Inicialmente,
gasta-se muito combustível para manter o movimento acelerado do foguete para que ele possa vencer a
atração gravitacional da Terra.

Após esta fase inicial, quando o foguete está no espaço as forças gravitacionais são quase
desprezíveis e o corpo passa a estar livre da ação de forças. Nesse momento, desliga-se os motores
propulsores e móvel passa a descrever um MRU.

Observação: infelizmente, os livros nacionais trazem ela e algumas provas utilizam esses conceitos
nas prova. Dizer que um corpo está em equilíbrio, para um dado referencial, é dizer que a resultante das
forças que agem nele é nula, mas dizer se ele está parado ou em movimento depende do referencial
inercial que está sendo analisado.

Por exemplo, uma caixa em repouso no solo de um vagão que se move em MRU. Para alguém
parado na Terra a caixa está se movendo, mas em equilíbrio “dinâmico”, para alguém dentro do vagão a
caixa está em equilíbrio “estático”. Por isso, vários livros estrangeiros trazem apenas o termo equilíbrio.

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1.4. Conceito de Inércia

Inicialmente, dizemos que inércia é a resistência que os corpos oferecem às mudanças da


velocidade vetorial (𝑣⃗: trata-se de um vetor, por isso, temos sempre que analisar módulo, direção e
sentido).

Em outras palavras, dizemos que um corpo em repouso tende a permanecer em repouso, ou ainda,
um corpo em MRU tende a continuar em MRU, por inércia.

Um caso clássico da aplicação da inércia é o passageiro em pé no corredor do ônibus. Imagine um


ônibus viajando a 50 km/h em uma avenida. O passageiro no corredor também está com essa velocidade
no mesmo sentido do ônibus. Entretanto, ao fechar o semáforo, o motorista do ônibus pisa nos freios e
impõe uma força contrária ao movimento no móvel e este começa a frear.

Pelo conceito de inércia, o passageiro tende a continuar com sua velocidade de 50 km/h para
frente e, por isso, sente-se lançado para a frente, sendo obrigado a vencer essa inércia aplicando uma
força contrária ao se apoiar em alguma parte do ônibus.

Somente com aplicação de uma força pode-se vencer a tendência de inércia,

O mesmo efeito ocorre quando o semáforo fica verde e o ônibus começa a aumentar sua
velocidade. Nesse momento, nosso corpo, que estava parado, sente-se atirado para trás, pois, pelo
conceito de inércia nosso corpo tenderia a ficar em repouso.

1.5. A 1ª Lei de Newton – Princípio da Inércia

A primeira Lei de Newton pode ser enunciada de duas formas:

Se a resultante das forças em uma partícula é nula, então ele permanece em repouso ou em MRU, pelo
princípio da inércia.

Ou ainda:

Uma partícula livre da ação da resultante das forças externas é incapaz de alterar sua própria velocidade
vetorial.

Para melhor compreender a primeira lei, vamos utilizar dois exemplos. O primeiro trata-se de um
carrinho sobre uma pista de gelo. Se consideramos que não existe atrito entre os pneus e a pista de gelo,
então, quando ligamos o carrinho, o móvel fica patinando e não sai do lugar pois não existe força
resultante na direção do movimento capaz de alterar sua velocidade que era nula.

Agora, imagine que o carrinho chegue à pista de gelo com uma velocidade 𝑣⃗ = 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 ≠ ⃗0⃗. Ao
tentar qualquer alteração na velocidade do móvel, o motorista não terá êxito, pois não existe atrito entre
os pneus e a superfície, então, não há forças atuando na direção do movimento, isto é, a resultante das
forças nessa direção é nula. Logo, o móvel descreverá um MRU.

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Para analisar a primeira lei pelo segundo enunciado, vamos utilizar o exemplo de um bloco girando
em cima de uma mesa perfeitamente lisa, num plano horizontal.

Figura 7: Bloco realizando um MCU. Existe força resultante no fio.

Para essa situação, o módulo da velocidade é constante, característica do MCU, mas a velocidade
está sendo alterada a cada instante de direção. Então, quem altera a velocidade vetorial da partícula? A
resposta é simples: uma força externa aplicada ao fio garante o MCU da partícula.

O que acontece se o fio se romper? Nesse caso, não existiria nenhuma força atuando na partícula
no plano horizontal, logo, a resultante seria nula e a partícula descreveria um MRU na linha da reta
tangente:

Figura 8: Após romper o fio, por inércia, o bloco realizará um MRU.

Este exemplo mostra claramente que para alterar a velocidade vetorial de um ponto material é
necessária ter a resultante das forças não nula.

1.6. A 2ª Lei de Newton – O Princípio Fundamental da


Dinâmica
A segunda lei anunciada por Newton possui um enunciado muito mais complexo, não sendo
didático apresentá-la agora. No capítulo de quantidade de movimento e impulso, enunciaremos
novamente a segunda lei segundo Newton. Nesse momento, apresentaremos de forma mais simplificada.

De uma forma geral, a segunda lei diz que se a resultante das forças que atua em um corpo for
diferente de zero, então a partícula adquire uma aceleração proporcional a essa força resultante.

A segunda lei pode ser expressa matematicamente por:

𝐹⃗𝑅 = 𝑚 ⋅ 𝑎⃗

Essa lei também é conhecida como Lei Fundamental da Dinâmica ou Princípio fundamental da
Dinâmica.

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Dado que massa é uma grandeza escalar positiva, podemos concluir que 𝐹⃗𝑅 e 𝑎⃗ sempre possuem
a mesma direção e o mesmo sentido. Se 𝐹⃗𝑅 for nula, então 𝑎⃗ também é nula e recaímos na primeira lei.

No SI, a unidade de força é o newton (N). Ela é definida a partir da segunda lei:

Um newton é a intensidade de força aplicada a um ponto material de massa 1,0 kg que produz uma
aceleração de módulo igual a 1m/s².

Pela segunda lei, temos que:

𝐹𝑅 = 𝑚 ∙ 𝑎 ⇒ 𝐹𝑅 = (1 𝑘𝑔) ∙ (1𝑚/𝑠 2 ) = 1𝑁

Ou seja:

1𝑁 = 1𝑘𝑔 ∙ 𝑚/𝑠 2

1.7. O Peso ⃗𝑷
⃗⃗

É conhecimento de todos que quando soltamos um objeto próximo a superfície da Terra, este cai
em direção ao solo. Tal fato é explicado pela teoria da Gravitação de Newton. Veremos esse capítulo mais
a frente e detalharemos muito mais o que é a força peso.

Por agora, apenas diremos que a força peso de um corpo é a força de atração gravitacional que a
Terra exerce sobre ele.

Pela definição, a força gravitacional comunica uma aceleração denominada aceleração da


gravidade (𝑔⃗) que denota o vetor que representa o campo gravitacional. Este vetor 𝑔⃗ é orientado de modo
igual ao peso, ou seja, é radial e orientado para o centro da Terra.

Como veremos futuramente, a aceleração da gravidade diminui à medida que nos afastamos do
centro da Terra, radialmente, mostrando que |𝑔⃗| varia com a altitude. Além disso, experimentalmente
sabe-se que |𝑔⃗| aumenta quando vamos do equador para os polos. Em outras palavras, o módulo do
campo gravitacional varia com a latitude.

Todo o detalhamento da força peso e campo gravitacional será feito no capítulo de Gravitação.

Por intermédio de experimentos, pode-se verificar que, ao nível do mar e num local de latitude de
45°, |𝑔⃗| (normal) é:

|𝑔⃗𝑁 | = 𝑔𝑁 = 9,80665 𝑚/𝑠 2

Experimentalmente, abandona-se um corpo de certa altura, em um lugar sem resistência do ar e


de modo que a única força atuando no corpo seja a força de atração gravitacional, observa-se que a
aceleração do corpo não depende da massa nem do tamanho nem do formato do corpo. Pela 2ª lei de
Newton, temos que:

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𝐹⃗𝑅 = 𝑚 ∙ 𝑎⃗

Como nesse caso a força resultante é a força peso e a aceleração é a da gravidade, podemos
escrever que:

𝑃⃗⃗ = 𝑚 ∙ 𝑔⃗

Futuramente, vamos ampliar nossos conceitos de peso e definir o peso de um corpo em relação a
um planeta (ou satélite) como a força de atração exercida pelo planeta sobre o corpo. De imediato,
notamos que a aceleração da gravidade (𝑔⃗) depende do planeta. Apenas é uma característica do corpo.

Para os nossos problemas, consideramos que os movimentos ocorrem próximo a superfície da


Terra e que aceleração da gravidade terá a mesma direção e sempre o sentido para baixo.

1)
Um vagão de trem está se locomovendo para a direita em um movimento retilíneo e um pêndulo de massa
𝑚 é preso ao teto do vagão, formando um ângulo 𝜃 com a vertical.

Supondo conhecidos 𝜃, a gravidade local 𝑔 e a massa 𝑚 do pêndulo, determine o módulo da aceleração


do trem.
Comentários:
Se isolarmos a esfera pendular e representarmos o diagrama de forças que agem na esfera, para
um dado referencial inercial (aquele que vale o princípio da inércia) por:

Fazendo a soma vetorial, temos:

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Fechado o triângulo das forças, podemos escrever uma relação entre o módulo da força peso e o
módulo da força resultante:
𝐹𝑅
𝑡𝑔𝜃 =
𝑃
𝑚∙𝑎
𝑡𝑔𝜃 = ∴ 𝑎 = 𝑔 ∙ 𝑡𝑔𝜃
𝑚∙𝑔
Note que a aceleração do veículo não depende da massa do pêndulo. Como a gravidade é suposta
constante no local e conhecida, a aceleração é função apenas do ângulo de inclinação da esfera com a
linha vertical.
2)
Uma partícula de massa 𝑚 é solta em um plano inclinado fixo, onde desce em movimento acelerado. O
ângulo de inclinação do plano com a horizontal vale 𝜃. Desprezando os atritos e a resistência do ar,
determine o módulo da aceleração na direção do movimento.

Comentários:
Vamos considerar os eixos do sistema na direção do movimento da partícula e na direção normal.
A partir disso, vamos decompor nossas forças e aplicar a 2ª lei em cada componente:

Na direção 𝑦:
𝑃𝑐𝑜𝑠𝜃 − 𝑁 = 𝑚. 𝑎𝑦

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𝑁 = 𝑃𝑐𝑜𝑠𝜃
Na direção 𝑥:
𝐹𝑅 = 𝑃𝑠𝑒𝑛𝜃
𝑚 ∙ 𝑎 = 𝑚 ∙ 𝑔𝑠𝑒𝑛𝜃
𝑎 = 𝑔 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜃
Notamos que a aceleração na direção do movimento independe da massa do corpo.

1.8. A 3ª Lei de Newton – O princípio da Ação e da Reação

Na terceira lei, nosso objetivo é analisar o sentido da força em cada corpo que compõe o sistema.

Considere um homem empurrando um caixote com uma força 𝐹⃗𝐻𝐶 , que vamos chamar de força
de ação.

Figura 9: Homem empurrando caixote para a direita.

Por outro lado, o caixote exerce alguma força sobre o homem? A resposta é sim. O caixote aplica
ao homem uma força de mesmo módulo e sentido contrário e a chamamos de força de reação. Dizemos
que:

𝐹⃗𝐻𝐶 = −𝐹⃗𝐶𝐻

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Figura 10: Reação do caixote aplicada no homem.

Note que as forças de ação e de reação estão em corpos diferentes. O homem aplica uma força ao
caixote, essa forma está no caixote. Da mesma forma, o caixote aplica uma força no homem e essa força
está no homem.

Dessa forma, podemos enunciar o Princípio da Ação e da Reação como:

Para toda força de ação existe uma força de reação correspondente, de modo que essas forças possuem
o mesmo módulo, a mesma direção e os sentidos contrários, estando aplicadas em corpos diferentes.

Devido ao fato de estarem aplicadas em corpos diferentes, os pares ação e reação nunca se anulam
mutuamente. Para Newton a reação era instantânea, mas hoje sabemos que a informação viaja à
velocidade da luz, como exemplo, se o sol “sumir” momentaneamente, demoraria o tempo que a luz leva
para percorrer a distância Sol-Terra para a Terra sair pela tangente, mostrando que não seria
instantaneamente como pensava Newton.

Exemplos de aplicação da 3ª Lei:

1) Força peso: se nas proximidades da Terra um corpo sofre uma força de atração 𝑃⃗⃗, pela
terceira lei dizemos que a Terra também é atraída pelo corpo.

Figura 11: Par Ação e Reação da força peso.

Note que as forças possuem o mesmo módulo. Entretanto, a massa da Terra é muito maior que a
massa dos corpos que analisaremos nos nossos problemas, por isso, a aceleração da Terra será desprezível
em relação à do corpo.

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2) Movimento de um pedestre: quando um pedestre caminha para frente, ele está


empurrando o chão para trás (ação) por intermédio do atrito. Pela 3ª lei, o chão empurra
o pedestre para frente (reação), resultando no movimento da pessoa.

Figura 12: Força de atrito responsável pelo movimento de uma pessoa para frente.

3) Objeto sobre uma mesa: quando colocamos um objeto sobre uma mesa, podemos
decompor a força que age em cada corpo da seguinte forma:

Figura 13: Objeto sobre uma mesa. A figura está fora de escala, apenas para dar ideia da representação das forças.

Inicialmente, notamos que existe uma força peso sobre o objeto e a reação desta força está
próximo ao centro da Terra.

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Figura 14: Par Ação e Reação do bloco sobre a mesa.

⃗⃗𝐴𝑀 e a reação desta força é 𝑁


O bloco empurra a mesa fazendo uma força 𝑁 ⃗⃗𝑀𝐴 que está aplicada
ao objeto.

Figura 15: Diagrama de forças de contato entre o bloco e a mesa.

3)
Dois blocos possuem massa 2𝑚 e 𝑚 e é aplicada uma força 𝐹, conforme figura abaixo. Determine o
módulo da força de contato entre os blocos. Despreze os atritos.

Comentários:
Diagrama de forças para cada um dos blocos:

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Dado que o conjunto bloco A + bloco B andam juntos, podemos determinar a aceleração do
sistema, para força 𝐹⃗ aplicada:

𝐹 = (𝑚𝐴 + 𝑚𝐵 ) ∙ 𝑎
𝐹 = (2𝑚 + 𝑚) ∙ 𝑎
𝐹
∴ 𝑎=
3𝑚
Conhecendo a aceleração, podemos aplicar a 2ª na direção do movimento para cada bloco:
Bloco A:
𝐹 − 𝐹𝐵𝐴 = 𝑚𝐴 ∙ 𝑎
𝐹
𝐹 − 𝐹𝐵𝐴 = 2𝑚 ∙
3𝑚
𝐹
∴ 𝐹𝐵𝐴 =
3
Bloco B:
𝐹𝐴𝐵 = 𝑚𝐵 ∙ 𝑎
𝐹
𝐹𝐴𝐵 = 𝑚 ∙
3𝑚
𝐹
∴ 𝐹𝐴𝐵 =
3
Note que o módulo da força que A aplica em B (𝐹⃗𝐴𝐵 ) é igual ao módulo da força que B aplica em A
(𝐹⃗𝐵𝐴 ). Resultado esperado, pois, eles constituem um par ação e reação, conforme a 3ª lei.

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1.9. Forças em fios

Em muitos aparatos físicos, a utilização de cordas e de fios são essenciais para a realização de
determinada tarefa. Vamos estudar a influência dos fios no caso da figura abaixo:

Figura 16: Representação de dois blocos ligados por um fio.

Vamos desconsiderar o atrito entre os blocos e a superfície. Dizemos que o bloco 1 tem massa 𝑚1 ,
bloco 2 tem massa 𝑚2 e o fio massa tem 𝑚𝑓𝑖𝑜 . Nesse conjunto blocos e fio, aplicamos uma força 𝐹⃗
constante para a direita.

Dessa forma, pela segunda lei de Newton para o sistema como um todo, podemos escrever que:

𝐹 = (𝑚1 + 𝑚2 + 𝑚𝑓𝑖𝑜 ) ∙ 𝑎

A partir dessa equação podemos determinar o valor da aceleração do conjunto. Porém, podemos
analisar as forças que atuam em cada um dos blocos, pelo seguinte diagrama de forças:

Figura 17: Diagrama de forças para o sistema estudado.

Na direção vertical não existe movimento, então temos que, em módulo:

𝑁1 = 𝑃1 𝑒 𝑁2 = 𝑃2

Na direção horizontal, podemos escrever a 2ª lei de Newton para cada bloco:

 Bloco 1: o bloco tem a mesma aceleração que o sistema.

𝑇1 = 𝐹𝑟1

𝑇1 = 𝑚1 ∙ 𝑎 (I)

 Bloco 2: o bloco também tem a mesma aceleração que o sistema.

𝐹 − 𝑇2 = 𝑚2 ∙ 𝑎 (II)

 Para o fio: a aceleração é a mesma que o sistema também.

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𝑇4 − 𝑇3 = 𝑚𝑓𝑖𝑜 ∙ 𝑎 (III)

⃗⃗1 = −𝑇
Por Ação e Reação, podemos afirmar que 𝑇 ⃗⃗3 e 𝑇
⃗⃗4 = −𝑇
⃗⃗2.

Dizemos que um fio é ideal quando sua massa é desprezível, isto é, 𝑚𝑓𝑖𝑜 ≅ 0.

Dessa forma, temos que:

𝑇4 − 𝑇3 ≅ 0 ∙ 𝑎

𝑇4 ≅ 𝑇3

⃗⃗1 = −𝑇
Mas, como 𝑇 ⃗⃗3 e 𝑇
⃗⃗4 = −𝑇
⃗⃗2 , concluímos que, em módulo:

𝑇1 = 𝑇2 = 𝑇

Portanto, quando estamos trabalhando com um fio ideal a tração ao longo do fio é a mesma.
Podemos reescrever nosso diagrama de forças da seguinte forma:

Figura 18. Diagrama de forças para o conjunto estudado, considerando a massa do fio nula.

Dessa forma, podemos determinar o módulo da tração 𝑇 no fio em função da força aplicada:

𝑇1 = 𝑚1 ∙ 𝑎

𝐹
𝑇 = 𝑚1 ∙
𝑚1 + 𝑚2

𝑚1
𝑇= ∙𝐹
𝑚1 + 𝑚2

Nota:
Em muitos livros, autores utilizam a palavra tensão como sinônimo de tração. Não faremos isso aqui,
pois a palavra tensão tem outra definição para nós no estudo das deformações.

Observação: Caso a massa do fio não for desprezível, não podemos considerar o fio na horizontal
como propomos no início. O fio deve ter uma certa curvatura:

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Figura 19: Diagrama de forças quando a massa do fio não é nula.

4)
Na montagem abaixo, o fio que liga os blocos A e B é inextensível e sua massa é desprezível. A polia gira
sem atrito e seu momento de inércia é desprezível. Os blocos possuem massas 𝑚𝐴 e 𝑚𝐵 e não existe atrito
entre A e a superfície. Em um dado instante, o sistema é abandonado à ação da gravidade.

Determine a aceleração do sistema e a tração no fio.

Comentários:
Inicialmente, vamos desenhar o diagrama de forças em cada bloco:

Aplicando o Princípio Fundamental da Dinâmica a cada um dos blocos, temos:


Bloco A:
𝑁𝐴 − 𝑃𝐴 = 𝑚𝐴 ∙ 𝑎𝑦
Mas neste bloco apenas existe movimento na horizontal:
𝑎𝐴𝑦 = 0

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∴ 𝑁𝐴 = 𝑃𝐴
Na direção horizontal:
𝑇 = 𝑚𝐴 ∙ 𝑎𝐴𝑥 (i)
Bloco B:
Só existe movimento na vertical e dado que o fio é inextensível, o deslocamento sofrido pelo bloco
A na horizontal é o mesmo sofrido por B na vertical. Assim, derivando a posição dos blocos temos que a
velocidade será a mesma também e derivando a velocidade em relação ao tempo, podemos concluir que
as acelerações também serão:
Δ𝑠𝐴𝑥 = Δ𝑠𝐵𝑦 ⇒ 𝑣𝐴𝑥 = 𝑣𝐵𝑦 ⇒ 𝑎𝐴𝑥 = 𝑎𝐵𝑦 = 𝑎 (ii)
Assim, podemos escrever a 2ª lei para o bloco B:
𝑃𝐵 − 𝑇 = 𝑚𝐵 ∙ 𝑎 (iii)
A partir das equações, temos o sistema:
𝑇 = 𝑚𝐴 ∙ 𝑎
{ ⇒ 𝑃𝐵 = (𝑚𝐴 + 𝑚𝐵 )
𝑃𝐵 − 𝑇 = 𝑚𝐵 ∙ 𝑎
𝑚𝐵
𝑎= ∙𝑔
𝑚𝐴 + 𝑚𝐵
Logo, pela equação (i), temos que a tração é:
𝑇 = 𝑚𝐴 ∙ 𝑎
𝑚𝐴 ∙ 𝑚𝐵
𝑇= ∙𝑎
𝑚𝐴 + 𝑚𝐵

1.10. Tópico especial: vínculos geométricos

Chamamos de vínculo geométrico toda restrição física imposta pelo sistema dinâmico estudado.
Pode-se criar um vínculo geométrico usando fios, corpo extenso e molas.

Devido às restrições físicas, a cinemática dos corpos fica interligada pelo vínculo estabelecido na
ligação entre os corpos.

Este tópico não é tão cobrado pela AFA, então não fique muito tempo preso a ele. Tenta entender
e pegar os bizus teóricos, mas sem se preocupar exaustivamente com estes temas aprofundados.

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1.10.1. Polias fixas com fios inextensíveis

Nesse caso, temos que o tamanho do fio permanece o mesmo. Além disso, devemos tomar um
referencial fixo para tomar as posições dos blocos.

Figura 20: Exemplo de aplicação de vínculos geométricos em polias fixas.

Dessa forma, devido ao fato de o fio ser inextensível, podemos escrever que:

𝐿𝑓𝑖𝑜 = 𝐿𝐴1 + 𝐿𝐵1 + 𝜋𝑅 = 𝐿𝐴2 + 𝐿𝐵2 + 𝜋𝑅

(𝐿𝐴2 − 𝐿𝐴1 ) + (𝐿𝐵2 − 𝐿𝐵1 ) = 0

Se tomarmos esses dois momentos no instante de tempo 𝑡 e 𝑡 + Δ𝑡, com Δ𝑡 tão pequeno quanto
se queira, podemos escrever que a diferença dos 𝐿 passa a ser um infinitesimal 𝑑𝐿, então:

𝑑𝐿𝐴 + 𝑑𝐿𝐵 = 0

Então, para um intervalo de tempo infinitesimal (𝑑𝑡), temos que a relação das velocidades
instantâneas pode ser dada por:

𝑑𝐿𝐴 𝑑𝐿𝐵
+ =0
𝑑𝑡 𝑑𝑡

𝑣𝐴 + 𝑣𝐵 = 0

Isso se repete para as velocidades:

𝑑𝑣𝐴 + 𝑑𝑣𝐵 = 0

𝑑𝑣𝐴 𝑑𝑣𝐵
+ =0
𝑑𝑡 𝑑𝑡

𝑎𝐴 + 𝑎𝐵 = 0

Portanto, os módulos das acelerações são iguais, mas os sentidos são contrários.

|𝑎𝐴 | = |𝑎𝐵 |

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Isto é apenas um processo matemático. A partir de agora, vamos apenas escrever a equação que
rege os deslocamentos dos corpos e, por derivação, saberemos a relação entre as acelerações.

𝐿𝐴 + 𝐿𝐵 = 0
↓ 𝑑𝑒𝑟𝑖𝑣𝑎çã𝑜

𝑣𝐴 + 𝑣𝐵 = 0

↓ 𝑑𝑒𝑟𝑖𝑣𝑎çã𝑜

𝑎𝐴 + 𝑎𝐵 = 0

Nota: os rigores do Cálculo Diferencial não é o foco do nosso curso, ele será abordado no seu
primeiro ano de faculdade com todo fundamento.

1.10.2. Polias móveis com fios inextensíveis

Vamos tomar um caso em que temos uma polia móvel e aplicar os conceitos vistos aqui:

Figura 21: Exemplo de aplicação de vínculos geométricos em polia móvel.

O comprimento do fio é dado por:

𝐿𝑓𝑖𝑜 = 𝐿𝐴 + 𝜋 ∙ 𝑟 + 𝐿𝐶 + 𝜋 ∙ 𝑅 + 𝐿𝐶 + 𝜋 ∙ 𝑟 + 𝐿𝐵

𝐿𝑓𝑖𝑜 = 𝐿𝐴 + 2𝐿𝐶 + 𝐿𝐵 + 2𝜋 ∙ 𝑟 + 𝜋 ∙ 𝑅

Derivando em relação ao tempo e lembrando que derivada de uma constante é nula, temos as
relações das velocidades:

𝑣𝐴 + 2𝑣𝐶 + 𝑣𝐵 = 0

Derivando novamente em relação ao tempo, temos que:

𝑎𝐴 + 2𝑎𝐶 + 𝑎𝐵 = 0

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Os sinais devem ser tomados de acordo com a tendência dos movimentos determinada quando
escrevemos a 2ª lei para cada bloco. Não importa o sentido que você tomou para o corpo, se a aceleração
der um valor negativo, significa apenas que sua convenção de sentido está trocada.

1.10.3. Corpos rígidos deslizando

Para ilustrar esse caso, vamos utilizar um problema clássico na Dinâmica na qual uma cunha está
apoiada entre dois blocos. Desconsiderando os possíveis atritos, a cunha desloca-se para baixo e empurra
os blocos na horizontal.

Figura 22: Vínculos Geométricos aplicados a corpos extensos.

Pela construção do problema, as figuras são indeformáveis, logo o ângulo 𝛼 será constante no
decorrer do movimento. Assim, cria-se uma restrição entre os deslocamentos na vertical e na horizontal.
Em módulo, temos que:
𝑦
𝑡𝑔𝛼 =
𝑥

𝑦 = 𝑥 ∙ 𝑡𝑔𝛼

Portanto, a relação das acelerações é dada por:

𝑎𝑦 = 𝑎𝑥 ∙ 𝑡𝑔𝛼

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5. (EsPCEx - 2002)
No sistema apresentado na figura abaixo, o fio e as polias são ideais, todos os atritos são desprezíveis e o
módulo da força 𝐹⃗ que atua sobre o bloco 𝐴 vale 550 𝑁. Considerando a aceleração da gravidade igual a
10 𝑚/𝑠 2 e sabendo que as massas de 𝐴 e de 𝐵 valem 20 𝑘𝑔 e 15 𝑘𝑔, respectivamente, a aceleração do
bloco 𝐵, em 𝑚/𝑠 2 , é igual a

a) 10 b) 15 c) 20 d) 25 e) 30
Comentários:
Fazendo o diagrama de forças, temos:

𝐹 − 𝑇 = 𝑚𝐴 ⋅ 𝑎𝐴
Para o bloco 𝐵, temos:
2𝑇 − 𝑚𝐵 ⋅ 𝑔 = 𝑚𝐵 ⋅ 𝑎𝐵
Do vínculo geométrico da polia móvel, notando que a parte do fio que está presa ao teto não pode
se mover, pois está presa ao teto, então temos uma relação entre os módulos das acelerações na polia
móvel:
𝑎𝐴
𝑎𝐵 =
2
Portanto:
𝐹 − 𝑇 = 𝑚𝐴 ⋅ 2𝑎𝐵
{
2𝑇 − 𝑚𝐵 ⋅ 𝑔 = 𝑚𝐵 ⋅ 𝑎𝐵
2𝐹 − 2𝑇 = 2 ⋅ 𝑚𝐴 ⋅ 2𝑎𝐵
{
2𝑇 − 𝑚𝐵 ⋅ 𝑔 = 𝑚𝐵 ⋅ 𝑎𝐵
2𝐹 − 𝑚𝐵 ⋅ 𝑔 = 4𝑚𝐴 ⋅ 𝑎𝐵 + 𝑚𝐵 ⋅ 𝑎𝐵
Substituindo valores, temos:
2 ⋅ 550 − 15 ⋅ 10 = 4 ⋅ 20 ⋅ 𝑎𝐵 + 15 ⋅ 𝑎𝐵

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𝑎𝐵 = 10 𝑚/𝑠 2
Gabarito: A

1.11. Referenciais Inerciais

De acordo com o Princípio da Inércia, se não há força resultante atuando sobre uma partícula, esta
deve ter velocidade vetorial constante.

Quando estudamos cinemática, definimos o que é referencial e vimos como os movimentos


dependem de qual referencial estamos adotando. Dessa forma, devemos nos perguntar: Qual sistema de
referência deve ser adotado para usarmos as leis de Newton? Essa é uma resposta não tão simples de
resolver.

Vamos relembrar da cinemática que podemos escrever um vetor a partir de outro, isto é, podemos
fazer uma mudança de referencial da seguinte forma:

Figura 23: Representação de dois referenciais no R². Note que a velocidade depende do referencial adotado.

Para os instantes 𝑡1 e 𝑡2 , podemos escrever as velocidades para cada referencial e calcular a


aceleração média em cada um:

𝑣⃗1′ = 𝑣⃗1 + 𝑣⃗𝑅 e 𝑣⃗2′ = 𝑣⃗2 + 𝑣⃗𝑅

 Referencial R:

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Δ𝑣⃗ 𝑣⃗2 − 𝑣⃗1


𝑎⃗𝑚 = =
Δ𝑡 𝑡2 − 𝑡1

 Referencial R’:

Δ𝑣⃗ 𝑣⃗2′ − 𝑣⃗1′ (𝑣⃗2 + 𝑣⃗𝑅 ) − (𝑣⃗1 + 𝑣⃗𝑅 ) 𝑣⃗2 − 𝑣⃗1


𝑎⃗′𝑚 = = = = = 𝑎⃗𝑚
Δ𝑡 𝑡2 − 𝑡1 𝑡2 − 𝑡1 𝑡2 − 𝑡1

∴ 𝑎⃗𝑚 = 𝑎⃗′𝑚

A esse resultado pode-se aplicar o limite da aceleração média para um intervalo de tempo
tendendo a zero e determinarmos a mesma relação para as acelerações instantâneas, isto é:

𝑎⃗ = 𝑎⃗′

A partir desse resultado, podemos notar que embora as velocidades sejam diferentes (𝑣⃗1′ ≠ 𝑣⃗1 e
𝑣⃗2′ ≠ 𝑣⃗2 ) para cada referencial, a aceleração é rigorosamente (𝑎⃗ = 𝑎⃗′) desde que o referencial tenha
velocidade vetorial constante (𝑣⃗𝑅 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒).

Assim, podemos aplicar a segunda lei para estes referenciais sem violar a primeira lei. Para
referenciais com essa característica chamamos de Referenciais Inerciais.

Afinal, como encontrar esses referenciais? Usualmente, adota-se como inercial um sistema de
referências que está em repouso em relação as estrelas fixas (bem distantes) e, dessa forma, terá um
referencial inercial qualquer outro referencial que se mova em relação a ele quando descrever um MRU.

Diante disso, concluímos que a Terra não é um referencial inercial, já que possui movimento de
rotação e movimento de translação circular em torno do Sol. Contudo, para a maioria das nossas
aplicações, podemos considerar a Terra próximo de um referencial inercial.

1.12. Referenciais não inerciais

Considere nosso jovem Padawan dentro de um vagão de trem se movendo com velocidade 𝒗 para
a direita. Além disso, vamos tomar um observador parado na Terra, nas margens da estrada.

Dentro do vagão existe um caixote C apoiado sobre o piso e em repouso em relação ao vagão.
Além disso, considere que não há atrito entre o caixote e o piso do vagão.

Para o observado nas margens da estrada podemos considerá-lo um referencial inercial R e para
nosso jovem Padawan, dentro do vagão do trem, considere como um referencial R’.

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Figura 24: Movimento do caixote observado de um referencial inercial R e um referencial não-inercial R’.

Se em um dado instante a maquinista do trem aplicada uma frenagem no trem e a partir desse
momento o vagão adquiri um movimento uniformemente retardado, com aceleração 𝑎⃗ em relação a R.

Para nosso observador nas margens da estrada, o caixote deverá continuar com velocidade 𝒗.
Entretanto, para nosso jovem Padawan, o caixote, que inicialmente estava em repouso, desliza sobre o
piso do vagão em um movimento acelerado com aceleração 𝑎⃗′ = −𝑎⃗.

Assim, Padawan nota que a força atuante no caixote é dada por:

𝐹⃗ ′ = 𝑚𝑐𝑎𝑖𝑥𝑜𝑡𝑒 ∙ 𝑎⃗′

Enquanto para o observador nas margens da estrada não existe essa força, pois, o bloco move-se
por inércia.

Este caso estudado aqui representa o Princípio da Equivalência de Einstein. Este princípio
estabelece que equivalência entre o referencial inercial e o referencial não inercial. Vamos exemplificar
este princípio para o caso de um elevador subindo com aceleração 𝑎⃗.

Nosso jovem Padawan agora está dentro de um elevador subindo com aceleração constante de
módulo 𝑎.

Figura 25: Uso de gravidade aparente para resolução de problemas no elevador acelerado.

Podemos dizer que para Padawan no interior do elevador a aceleração da gravidade passa a ser
uma gravidade aparente (𝑔⃗𝑎𝑝 = 𝑔⃗𝐴/𝐸𝑙𝑒𝑣 ), dada pela soma vetorial:

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𝑔⃗𝐴/𝑇 = 𝑔⃗𝐴/𝐸𝑙𝑒𝑣 + 𝑎⃗𝐸𝑙𝑒𝑣/𝑇

𝑔⃗ = 𝑔⃗𝑎𝑝 + 𝑎⃗

Para nosso caso, se adotarmos uma orientação para baixo, temos que:

𝑔 = 𝑔𝑎𝑝 − 𝑎

𝑔𝑎𝑝 = 𝑔 + 𝑎

Observe que embora denotamos por gravidade aparente, nosso jovem sente realmente a
sensação da gravidade aumentar no interior do elevador. Aquela sensação de alguém pressionando sua
cabeça quando o elevador começa a subir.

Para o caso do elevador acelerado para baixo, é fácil notar que apenas o sentido da aceleração 𝑎⃗
inverteu. Assim, temos que:

𝑔⃗ = 𝑔⃗𝑎𝑝 + 𝑎⃗

𝑔 = 𝑔𝑎𝑝 + 𝑎

𝑔𝑎𝑝 = 𝑔 − 𝑎

Outro problema comum no estudo de gravidade aparente é o vagão acelerado horizontalmente.

Para este problema, vamos considerar um vagão deslocando para a direita e um pêndulo simples
no teto do vagão. A massa da esfera do pêndulo é 𝑚. Considere o fio do pêndulo inextensível e sua massa
desprezível. Dessa forma, temos a seguinte situação:

Figura 26: Vagão com pêndulo pendurado no teto e acelerado.

Na esfera do pêndulo, podemos utilizar o princípio da equivalência e escrever os seguintes vetores


aceleração:

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Figura 27: Diagrama de corpo livre para a esfera pendular.

Vetorialmente, temos que:

𝑔⃗𝑎𝑝 = 𝑔⃗ + 𝑎⃗

Algebricamente, podemos determinar o módulo de 𝑔⃗𝑎𝑝 pelo teorema de Pitágoras:

𝑔𝑎𝑝 = √𝑔2 + 𝑎2

Ou ainda podemos usar o ângulo 𝜃 e relacionar a gravidade aparente com a aceleração da


gravidade:

𝑔
𝑔𝑎𝑝 =
𝑐𝑜𝑠𝜃

Assim, a força de tração no fio pode ser escrita por:

𝑇 = 𝑚 ∙ 𝑔𝑎𝑝

𝑔
𝑇 = 𝑚 ∙ √𝑔2 + 𝑎2 𝑜𝑢 𝑇 = 𝑚 ∙
𝑐𝑜𝑠𝜃

Utilizar referenciais não inerciais pode ser bom para alguns exercícios, mas pode ser desvantajoso
para outros. Vamos resolver um exercício clássico utilizando as duas abordagens.

6.
Um carrinho de massa 𝑚𝐶 desloca-se para direita quando é aplicada uma força 𝐹 nesse sentido. Em cima
do carrinho há um bloco de massa 𝑚𝐴 , onde o atrito com a superfície do carrinho é desprezível. Preso ao
bloco A existe um fio inextensível que passa por uma polia ideal e está preso a um terceiro bloco de massa
𝑚𝐵 , como na figura abaixo:

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 30


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O bloco B não toca a parede vertical do carrinho C.


Determine a intensidade da força 𝐹⃗ para que os blocos A e B estejam parados em relação ao bloco C.
Comentários:
Referencial inercial:
Vamos tomar um referencial onde podemos aplicar o princípio da inércia. Para isso, vamos
escrever o diagrama de força para os bloquinhos A e B:

Observação: Cada ponto da superfície do bloco A é “empurrado” pelos pontos do bloco C e


geralmente representa a normal como conjunto dessas normais no centroide da figura, mas para não
embolado com o vetor da força peso, colocamos levemente ao lado.
Com isso, podemos escrever a segunda lei de Newton para o conjunto dos três blocos, pois, devido
ao fato de não haver movimento relativo entre o conjunto AB e C, temos que a aceleração do bloco A e
do bloco B deve ser a mesma do conjunto:
𝐹 = 𝐹𝑅
𝐹 = (𝑚𝐴 + 𝑚𝐵 + 𝑚𝐶 ) ∙ 𝑎
𝐹
𝑎=
𝑚𝐴 + 𝑚𝐵 + 𝑚𝐶
Conhecendo a aceleração do sistema, vamos aplicar a segunda lei para cada bloco.
Para o bloco A, apenas existe movimento na horizontal. Então:
𝑇 = 𝑚𝐴 ∙ 𝑎 (i)
Para o bloco B, ele está parado na vertical e apenas na direção horizontal se move com aceleração
𝑎:

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𝑇𝑐𝑜𝑠𝛼 = 𝑚𝐵 ∙ 𝑔 (ii)
𝑇𝑠𝑒𝑛𝛼 = 𝐹𝑅𝐵 ⇒ 𝑇𝑠𝑒𝑛𝛼 = 𝑚𝐵 ∙ 𝑎 (iii)
Elevando (ii) e (iii) cada uma ao quadrado e somando temos que:
𝑇 2 cos2 𝛼 + 𝑇 2 𝑠𝑒𝑛2 𝛼 = 𝑚𝐵2 (𝑎2 + 𝑔2 )
𝑇 2 (cos2 𝛼 + 𝑠𝑒𝑛2 𝛼) = 𝑚𝐵2 (𝑎2 + 𝑔2 )
Como cos2 𝛼 + 𝑠𝑒𝑛2 𝛼 = 1, temos que:
𝑇 2 = 𝑚𝐵2 (𝑎2 + 𝑔2 ) (iv)
Substituindo (i) em (iv), temos:
𝑚𝐴2 ∙ 𝑎2 = 𝑚𝐵2 ∙ 𝑎2 + 𝑚𝐵2 ∙ 𝑔2
𝑚𝐵2 ∙ 𝑔2
𝑎2 =
𝑚𝐴2 − 𝑚𝐵2
𝑚𝐵 ∙ 𝑔
𝑎=
√(𝑚𝐴 − 𝑚𝐵 )(𝑚𝐴 + 𝑚𝐵 )
𝐹 𝑚𝐵 ∙ 𝑔
=
𝑚𝐴 + 𝑚𝐵 + 𝑚𝐶 √(𝑚𝐴 − 𝑚𝐵 )(𝑚𝐴 + 𝑚𝐵 )

𝑚𝐵 ∙ (𝑚𝐴 + 𝑚𝐵 + 𝑚𝐶 )
𝐹= ∙𝑔
√(𝑚𝐴 − 𝑚𝐵 )(𝑚𝐴 + 𝑚𝐵 )
Referencial não inercial:
Inicialmente, calculemos a aceleração do sistema todo, igualmente feito para o referencial inercial:
𝐹 = 𝐹𝑅
𝐹 = (𝑚𝐴 + 𝑚𝐵 + 𝑚𝐶 ) ∙ 𝑎
𝐹
𝑎=
𝑚𝐴 + 𝑚𝐵 + 𝑚𝐶
Agora, adotando o referencial no carrinho C (não inercial pois está acelerado), um observador em
cima de C vê o bloco A parado, pois nele surge uma força fictícia 𝐹⃗ ′ dado pela sua massa vezes aceleração
do sistema, mas com sentido contrário ao movimento do sistema:

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 32


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𝐹
𝐹 ′ = 𝑚𝐴 ∙ 𝑎 = 𝑚𝐴 ∙
𝑚𝐴 + 𝑚𝐵 + 𝑚𝐶
Com isso, escrevemos a condição de equilíbrio para o bloco A:
𝐹
𝑇 = 𝐹 ′ = 𝑚𝐴 ∙ 𝑎 = 𝑚𝐴 ∙
𝑚𝐴 + 𝑚𝐵 + 𝑚𝐶
Aqui já identificamos que a tração no fio é a mesma quando calculado pelo referencial inercial
dada pela equação (i).
Se um observador está em cima do carrinho C, ele vê o bloco B parado também, como se houvesse
uma força fictícia 𝐹⃗ ′′ dado pelo produto da sua massa pela aceleração do sistema, mas com sentido
contrário ao movimento do sistema:

Onde:
𝐹 ′′ = 𝑚𝐵 ∙ 𝑎
Pelo teorema de Pitágoras, temos que:
𝑇 2 = 𝐹 ′′2 + (𝑚𝐵 ∙ 𝑔)2
𝑇 2 = 𝑚𝐵2 ∙ 𝑎2 + 𝑚𝐵2 ∙ 𝑔2
Repare que essa última equação é igual a equação (iv) quando resolvemos no referencial inercial.
Ou seja, as equações são rigorosamente as mesmas no final das contas. Dado que estamos diante do
mesmo sistema de equações, o resultado também será o mesmo:
𝑚𝐵 ∙ (𝑚𝐴 + 𝑚𝐵 + 𝑚𝐶 )
𝐹= ∙𝑔
√(𝑚𝐴 − 𝑚𝐵 )(𝑚𝐴 + 𝑚𝐵 )
O método como resolver o problema é de sua escolha. Com a prática, você olhará para um
problema e terá ideia de qual método se encaixará melhor para aquela questão. Isso só vem com muita
prática!

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 33


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2. Força elástica

2.1. Lei de Hooke

Em 1676, o físico inglês Robert Hooke estudando a deformação em molas notou que a deformação
obedece a uma lei muito simples, quando a mola é deformada ainda na região elástica.

Segundo Hooke:

“As forças deformantes são proporcionais às deformações elásticas produzidas”.

Considere uma mola de comprimento natural 𝐿0 , isto é, nesse comprimento a mola está
completamente relaxada, sem sofrer nenhuma deformação. Se for aplicada uma força 𝐹⃗ , temos a seguinte
configuração de forças:

Figura 28: Mola distendida por uma força e o diagrama de forças no bloco.

Pela construção do sistema, definimos que a diferença de comprimentos é dada por:

𝑥 = 𝐿 − 𝐿0

Essa diferença é chamada de deformação da mola. Se 𝑥 não for muito grande, isto é, 𝐿 não muito
maior que 𝐿0 , dizemos que a mola está na sua região perfeitamente elástica (cada mola tem sua região
elástica, pois essa é uma propriedade do material e da geometria da mola). Se a mola está nessas
condições, pode-se aplicar a lei de Hooke da seguinte forma:

𝐹 =𝑘⋅𝑥

Em que 𝑘 é uma constante que depende da mola. Comumente, chama-se 𝑘 de constante elástica
da mola e sua unidade no SI é:

𝑢(𝐹)
𝑢(𝑘) = = 𝑁/𝑚
𝑢(𝑥)

A lei de Hooke é válida para quando fazemos uma elongação ou uma compressão na mola.

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 34


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Figura 29: Mola comprimida devido à ação de uma força e o diagrama de forças no bloco.

De acordo com essa lei, ao fazermos o gráfico da força em função da deformação plotaremos uma
reta partindo da origem, cujo coeficiente angular é numericamente igual a constante elástica da mola.

Figura 30: Gráfico da força elástica em função da deformação na mola.

Portanto:

𝐹
𝑡𝑔𝛼 𝑁
= 𝑘 =
𝑥

Experimentalmente, verificamos que quando retiramos a força que aplicamos na mola, a


tendência natural é a mola voltar ao seu comprimento inicial. Para casos que a mola não volta
completamente ao seu estado inicial, dizemos que ela saiu da sua região perfeitamente elástica. Nesta
deformação, não se aplica a lei de Hooke. Esse tipo de deformação não será trabalhado aqui.

Toda vez que obedecida segue a lei de Hooke, chamamos de deformação elástica.

Outro fator importante no estudo de molas é o par ação e reação. Se uma força 𝐹⃗ é aplicada na
mola, a mola reage com uma força 𝐹⃗𝑒𝑙𝑎𝑠𝑡𝑖𝑐𝑎 (força elástica) aplicada no “agente” que aplica 𝐹⃗ . Pela 3ª lei
de Newton, 𝐹⃗ e 𝐹⃗𝑒𝑙𝑎𝑠𝑡𝑖𝑐𝑎 têm o mesmo módulo, a mesma direção, mas sentidos opostos.

Note que a força elástica sempre tende a trazer o bloco para a posição inicial. Por isso, chamamos
𝐹⃗𝑒𝑙𝑎𝑠𝑡𝑖𝑐𝑎 de força de restauração ou força restauradora, já que ela busca restaurar a posição inicial.

Quando atribuímos o sinal da força elástica, devemos convencionar o sinal positivo para
deslocamento no sentido do eixo e negativo para o sentido oposto. Assim, podemos escrever que:

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 35


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𝐹𝑒𝑙𝑎𝑠𝑡𝑖𝑐𝑎 = −𝑘 ⋅ 𝑥

Dessa forma, o gráfico da força elástica é:

Figura 31: Gráfico da força elástica em função da deformação.

2.2. Mola ideal

Chamamos de mola ideal aquela cuja massa é desprezível e obedeça à lei de Hooke.

Vamos considerar o seguinte sistema constituído de uma mola com uma extremidade livre, onde
aplicamos uma força 𝐹⃗ . Podemos escrever o seguinte diagrama de forças:

Figura 32: Diagrama de forças na mola ideal.

Note que 𝐹⃗1 e 𝐹⃗2 constituem um par ação e reação. Logo, temos que:

𝐹⃗1 = −𝐹⃗2

Se a mola está em equilíbrio e sua massa é desprezível, teremos que:

𝐹⃗ + 𝐹⃗2 = ⃗0⃗

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Ou seja, o módulo da força aplicada se “distribui” ao longo da mola ideal, semelhante ao fio ideal.
Então:

|𝐹⃗ | = |𝐹⃗1 | = |𝐹⃗2 | = 𝐹 = 𝑘 ⋅ 𝑥

Exemplo:

No esquema abaixo, determine a deformação da mola para o sistema em equilíbrio, dado que:
𝑚 = 5,0 𝑘𝑔, 𝑔 = 10,0 𝑚/𝑠 2 , 𝑘 = 50 𝑁/𝑚, não há atrito e mola ideal.

Figura 33: Bloco preso a uma mola em um plano inclinado de 30° com relação à horizontal.

Isolando o corpo A, temos o seguinte diagrama de forças:

Figura 34: Diagrama de forças para o bloco.

Decompondo as forças na direção normal e tangencial, temos que:

𝑁 = 𝑃 ⋅ 𝑐𝑜𝑠(30°)
{
𝑃 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(30°) = 𝐹𝑒𝑙𝑎𝑠𝑡

Portanto, temos que:

𝑚𝐴 ⋅ 𝑔 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(30°) = 𝑘 ⋅ 𝑥

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 37


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𝑚𝐴 ⋅ 𝑔 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(30°)
𝑥=
𝑘
1
5 ⋅ 10 ⋅ 2
𝑥= = 0,5 𝑚
50

𝑥 = 50 𝑐𝑚

2.3. Dinamômetro

Trata-se de instrumento utilizado para medir forças. A ideia do aparelho é bem simples e usa
diretamente a lei de Hooke.

Considere uma mola ideal com uma das extremidades fixa. Adapta-se uma escala graduada em
Newton, já que pela lei de Hooke 𝐹 = 𝑘 ⋅ 𝑥, basta conhecermos bem a constante elástica da mola e
facilmente construímos essa escala. O zero da escala é definido quando a mola está no seu comprimento
natural.

Dessa forma, ao aplicarmos uma força desconhecida na extremidade até estabelecer o equilíbrio.
𝐹
Esta força produz uma deformação na mola de 𝑥 = 𝑘 . Então, ao multiplicarmos a deformação pela
constante da mola encontramos a força desconhecida.

Figura 35:Aplicação de força elástica para medir forças desconhecidas.

No geral, os exercícios supõem dinamômetro ideal, isto é, a massa do dinamômetro é desprezível.


Como no caso da mola, a força em cada extremidade é a mesma.

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 38


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2.4. Associação de molas em série

Vamos construir um sistema com duas molas ideais, com constantes 𝑘1 e 𝑘2 , em série, como na
figura abaixo. Aplica-se uma força 𝐹⃗ na extremidade livre do conjunto. Denotamos por mola equivalente,
que possui constante elástica 𝑘, aquela que possui a mesma deformação quando submetida a mesma
força 𝐹⃗ .

Figura 36: Molas em série e mola equivalente.

Diante disso, podemos determinar o valor de 𝑘 a partir de 𝑘1 e 𝑘2 . Notamos que a deformação


total do conjunto é soma das deformações de cada mola, isto é:

𝑥 = 𝑥1 + 𝑥2 (𝑒𝑞. 1)

Como visto anteriormente, para molas ideais, a força se “distribui” ao longo das molas. Então, o
módulo da força na mola 1 é igual módulo da força na mola 2 que é igual a 𝐹. Aplicando a lei de Hooke
em cada mola, temos que:

𝐹1 = 𝐹 = 𝑘1 ⋅ 𝑥1
{𝐹2 = 𝐹 = 𝑘2 ⋅ 𝑥2 (𝑠𝑖𝑠𝑡. 1)
𝐹 =𝑘⋅𝑥

Isolando a deformação em cada equação em (𝑠𝑖𝑠𝑡. 1) e substituindo em (𝑒𝑞. 1), temos que:

𝐹 𝐹 𝐹 1 1 1
= + ∴ = +
𝑘 𝑘1 𝑘2 𝑘 𝑘1 𝑘2

O conceito acima é aplicado para 𝑛 molas:

1 1 1 1
= + + ⋯+
𝑘 𝑘1 𝑘2 𝑘𝑛

Observação: para o caso de molas em paralelo, a constante da mola equivalente é menor que a
menor das constantes.

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 39


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Exemplo: uma mola de constante elástica 𝑘 é repartida ao meio. Determine a constante elástica
das partes.

Podemos imaginar que a mola de constante 𝑘 é composição de duas molas em séries. Assim, se
cada mola idêntica tem constante 𝑘1 , a associação delas dará a mola de constante elástica 𝑘. Então:

𝑘1 ⋅ 𝑘1
𝑘=
𝑘1 + 𝑘1

∴ 𝑘1 = 2𝑘

Este resultado mostra que ao cortar uma mola ao meio, sua constante elástica dobra. Ou ainda,
quando reduzimos o tamanho de uma mola aumentamos sua rigidez elástica.

2.5. Associação de molas em paralelo

Para o caso de molas em paralelo só existe interesse prático quando as molas são idênticas.
Considere o sistema como na figura abaixo:

Figura 37: Molas em série e mola equivalente.

Nesse sistema, a força 𝐹⃗ é aplicada no centro de uma haste de massa desprezível que liga cada
extremidade das molas. Denotamos por 𝑘 a constante elástica da mola equivalente, isto é, sob a ação da
mesma força 𝐹⃗ , a mola equivalente deverá sofrer a mesma deformação.

Devido ao fato de as molas serem idênticas e devida a simetria do problema, temos que a força
em cada mola será a metade da força aplicada no centro da haste. Além disso, cada mola sofrerá a mesma
deformação.

Aplicando a lei de Hooke para cada mola e para a mola equivalente, temos que:

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 40


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𝐹
= 𝑘1 ⋅ 𝑥 (𝑒𝑞. 2)
2

𝐹 = 𝑘 ⋅ 𝑥 (𝑒𝑞. 3)
𝑒𝑞.3
Fazendo 𝑒𝑞.2, temos que:

𝐹 𝑘⋅𝑥
= ∴ 𝑘 = 2 ⋅ 𝑘1
𝐹 𝑘1 ⋅ 𝑥
2

Podemos generalizar o resultado para o caso de 𝑛 molas associadas em paralelo:

𝑘 = 𝑛 ⋅ 𝑘1

Em muitos projetos, os cálculos levam a molas cuja constante elástica não é comercializada. Assim,
fazer associação de molas torna-se uma saída para encontrar a constante de mola desejada.

7)
O corpo A, de massa 𝑚𝐴 = 1𝑘𝑔, sobe com aceleração constante de 3 𝑚/𝑠 2 . Sabendo-se que o
comprimento inicial da mola é 𝐿0 = 1 𝑚 e a constante elástica da mola é 𝑘 = 26𝑁/𝑚.

A massa do corpo B vale aproximadamente:


a) 1,0 kg b) 1,45 kg c) 1,58 kg d) 1,67 kg e) 1,86 kg

Comentários:
Fazendo o diagrama de forças dos blocos, podemos escrever a 2ª lei para cada corpo:

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 41


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𝐹 − 𝑃𝐴 = 𝑚𝐴 ⋅ 𝑎𝐴
{
𝑃𝐵 − 𝐹 = 𝑚𝐵 ⋅ 𝑎𝐵
Se considerarmos que o sistema já entrou em equilíbrio, isto é, a deformação da mola já está
definida, temos que a aceleração de A é igual a de B. Então, podemos somar as equações e encontrar que:
𝑚𝐵 ⋅ 𝑔 − 𝑚𝐴 ⋅ 𝑔 = 𝑚𝐴 ⋅ 𝑎𝐴 + 𝑚𝐵 ⋅ 𝑎𝐴
𝑚𝐴 (𝑎𝐴 + 𝑔)
𝑚𝐵 =
𝑔 − 𝑎𝐴
1(3 + 10)
𝑚𝐵 = ≅ 1,86 𝑘𝑔
10 − 3
Note que não precisamos encontrar a força elástica.
Gabarito: E

8)
O conjunto dos blocos representados na figura está sujeito a uma força vertical para baixo, constante, de
200 𝑁. A constante elástica da mola (de massa desprezível) que une os blocos vale 1000 𝑁/𝑚 e o
movimento do sistema se dá na mesma linha vertical.
Adote 𝑔 = 10 𝑚/𝑠 2 .
Qual é, em cm, a deformação da mola?

Comentários:

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 42


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Escrevendo o diagrama de forças, temos que:


200 + 𝑃 − 𝐹𝑒𝑙 = 𝑚 ⋅ 𝑎
{
𝑃 + 𝐹𝑒𝑙 = 𝑚 ⋅ 𝑎
Subtraindo a segunda da primeira equação, temos que:
200 − 𝐹𝑒𝑙 − 𝐹𝑒𝑙 = 0
2 ⋅ 1000 ⋅ 𝑥 = 200
200
𝑥=
2000
𝑥 = 0,10 𝑚 = 10 𝑐𝑚
Gabarito: 10 cm.

9)
Determine a mola equivalente da seguinte associação:

Onde 𝑘2 = 2𝑘1 .

Comentários:
Inicialmente, determinamos as molas equivalentes para cada parte em paralelo:
𝑘2′ = 3𝑘2 = 6𝑘1
𝑘1′ = 2𝑘1
Notamos que 𝑘2′ e 𝑘1′ estão em série, logo:
1 1 1 𝑘1′ ⋅ 𝑘2′
= + ⇒𝑘= ′
𝑘 𝑘1′ 𝑘2′ 𝑘1 + 𝑘2′
(2𝑘1 )(6𝑘1 )
𝑘= ⇒ 𝑘 = 1,5 𝑘1
2𝑘1 + 6𝑘1

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 43


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3. Lista de questões nível 1


(EEAR – 2018)
Em alguns parques de diversão há um brinquedo em que as pessoas se surpreendem ao ver um
bloco aparentemente subir uma rampa que está no piso de uma casa sem a aplicação de uma força.
O que as pessoas não percebem é que o piso dessa casa está sobre um outro plano inclinado que
faz com que o bloco, na verdade, esteja descendo a rança em relação a horizontal terrestre. Na
figura a seguir, está representada uma rampa com uma inclinação 𝛼 em relação ao piso da casa e
uma pessoa observando o bloco (B) "subindo” a rampa (desloca-se da posição A para a posição C).
Dados:
1) a pessoa, a rampa, o plano inclinado e a casa estão todos em repouso entre si e em relação a
horizontal terrestre.
2) considere P = peso do bloco.
3) desconsidere qualquer atrito.

Nessas condições, a expressão da força responsável por mover esse bloco a partir do repouso, para
quaisquer valores de 𝜃 e 𝛼 que fazem funcionar corretamente o brinquedo, é dada por
a) 𝑃𝑠𝑒𝑛(𝜃 + 𝛼) b) 𝑃𝑠𝑒𝑛(𝜃 − 𝛼) c) 𝑃𝑠𝑒𝑛 𝛼 d) 𝑃𝑠𝑒𝑛 𝜃
(EEAR – 2017)
Um trem de 200 toneladas consegue acelerar a 2 𝑚/𝑠² Qual a força, em newtons, exercida pelas
rodas em contato com o trilho para causar tal aceleração
a) 1 ⋅ 105 b) 2 ⋅ 105 c) 3 ⋅ 105 d) 4 ⋅ 105
(EEAR – 2016)
Um carrinho é puxado em um sistema sem atrito por um fio inextensível numa região de aceleração
gravitacional igual a 10 m/s², como mostra a figura.

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 44


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Sabendo que o carrinho tem massa igual a 200 g, sua aceleração, em m/s², será aproximadamente:
a) 12,6 b) 10 c) 9,6 d) 8
(EEAR – 2016)
O personagem Cebolinha, na tirinha abaixo, vale-se de uma Lei da Física para executar tal proeza
que acaba causando um acidente. A lei considerada pelo personagem é:

a) 1ª Lei de Newton: Inércia. b) 2ª Lei de Newton: 𝐹 = 𝑚 ⋅ 𝑎.


c) 3ª Lei de Newton: Ação e Reação. d) Lei da Conservação da Energia.
(EEAR – 2015)
Uma mola está presa à parede e ao bloco de massa igual
a 10 𝑘𝑔. Quando o bloco é solto a mola distende-se
20 𝑐𝑚 e mantém-se em repouso, conforme a figura
mostrada a seguir. Admitindo o módulo aceleração da
gravidade igual a 10 𝑚/𝑠 2 , os atritos desprezíveis e o
fio inextensível, determine, em 𝑁/𝑚, o valor da
constante elástica da mola.
a) 5 b) 20 c) 200 d) 500
(EEAR – 2014)
Na figura a seguir o bloco 𝐴, de massa igual a 6 𝑘𝑔, está
apoiado sobre um plano inclinado sem atrito. Este plano inclinado forma com a horizontal um
ângulo de 30°. Desconsiderando os atritos, admitindo que as massas do fio e da polia sejam
desprezíveis e que o fio seja inextensível, qual deve ser o valor da massa, em 𝑘𝑔, do bloco 𝐵 para
que o bloco 𝐴 desça o plano inclinado com uma aceleração constante de 2 𝑚/𝑠 2 .
Dado: aceleração da gravidade local = 10 𝑚/𝑠 2 .

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 45


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a) 0,5
b) 1,5
c) 2,0
d) 3,0
(EEAR – 2014)
Em um Laboratório de Física o aluno dispunha de uma régua, uma mola e dois blocos. Um bloco
com massa igual a 10 𝑘𝑔, que o aluno denominou de bloco 𝐴 e outro de valor desconhecido, que
denominou bloco 𝐵. Ele montou o experimento de forma que prendeu o bloco 𝐴 na mola e reparou
que a mola sofreu uma distensão de 5 𝑐𝑚. Retirou o bloco 𝐴 e ao colocar o bloco 𝐵 percebeu que
a mola distendeu 7,5 𝑐𝑚. Com base nestas informações, e admitindo a mola ideal e a aceleração da
gravidade igual a 10 𝑚/𝑠 2 , o aluno concluiu corretamente que o bloco B tem massa igual a ______
kg.
Observação: mola ideal é aquela que obedece a Lei de Hooke.
a) 12,5 b) 15,0 c) 125 d) 150
(EEAR – 2013)
Considere um corpo preso na sua parte superior por um elástico, e apoiado num plano inclinado
(como mostrado na figura abaixo).

À medida que aumentarmos o ângulo de inclinação a do plano, a força que age no elástico aumenta
devido
a) ao crescimento do peso do corpo.
b) ao aumento da quantidade de massa do corpo.
c) à componente do peso do corpo paralela ao plano inclinado tornar-se maior.
d) à componente do peso do corpo, perpendicular ao plano inclinado, aumentar.
(EEAR – 2010)
Um garoto puxa uma corda amarrada a um caixote aplicando uma força de intensidade igual a 10 𝑁,
como está indicado no esquema a seguir. A intensidade, em 𝑁, da componente da força que
contribui apenas para a tentativa do garoto em arrastar o caixote horizontalmente, vale
a) 5
b) 5√2
c) 5√3
d) 10
(EEAR – 2009)

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 46


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Uma força, de módulo 𝐹, foi decomposta em duas componentes perpendiculares entre si. Verificou-
se que a razão entre os módulos dessas componentes vale √3. O ângulo entre esta força e sua
componente de maior módulo é de:
a) 30° b) 45° c) 60° d) 75°
(EEAR – 2009)
O gráfico a seguir representa a deformação de duas molas, 𝐴 e 𝐵, de mesmo comprimento, quando
submetidas a esforços dentro de seus limites elásticos. Assim sendo, pode-se concluir, corretamente
que, se as molas forem comprimidas igualmente.

a) 𝐵 lança um corpo de massa 𝑚 com força maior do que 𝐴.


b) 𝐴 lança um corpo de massa 𝑚 com força maior do que 𝐵.
c) 𝐴 e 𝐵 lançam um corpo de massa 𝑚 com a mesma força.
d) 𝐴 e 𝐵, não conseguem lançar um corpo de massa 𝑚 dentro de seus limites elásticos.
(EEAR – 2007)
Um carro desloca-se ao lado de um caminhão, na mesma direção, no mesmo sentido e com mesma
velocidade em relação ao solo, por alguns instantes. Neste intervalo de tempo, a velocidade relativa
entre carro e caminhão é___________________. Em um instante posterior, a inclinação de um
pêndulo dependurado na cabine do caminhão, quando este é freado repentinamente, é explicada
pelo motorista do carro a partir da _______________de Newton.
a) nula; 1ª lei b) nula; 3ª lei c) positiva; 1ª lei d) positiva; 3ª lei
(EsPCEx – 2019)
O sistema de polias, sendo uma fixa e três móveis, encontra-se em
equilíbrio estático, conforme mostra o desenho. A constante elástica
da mola, ideal, de peso desprezível, é igual a 50 𝑁/𝑐𝑚 e a força 𝐹⃗ na
extremidade da corda é de intensidade igual a 100 𝑁. Os fios e as
polias, iguais, são ideais. O valor do peso do corpo 𝑋 e a deformação
sofrida pela mola são, respectivamente,
a) 800 N e 16 cm
b) 400 N e 8 cm
c) 600 N e 7 cm
d) 800 N e 8 cm
e) 950 N e 10 cm

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 47


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(EsPCEx – 2019/modificada)
No plano inclinado abaixo, um bloco homogêneo encontra-se
sob a ação de uma força de intensidade 𝐹 = 4 𝑁, constante e
paralela ao plano. O bloco percorre a distância 𝐴𝐵, que é igual a
1,6 𝑚, ao longo do plano com velocidade constante.
Desprezando-se o atrito, então a massa do bloco é dada por:
Dados: adote a aceleração da gravidade 𝑔 = 10 𝑚/𝑠 2 ,
𝑠𝑒𝑛 60° = √3/2 e cos 60° = 1/2.
2√3 4√3 6√3
a) 𝑘𝑔 b) 𝑘𝑔 c) 𝑘𝑔
15 15 15
8√3 10√3
d) 𝑘𝑔 e) 𝑘𝑔
15 15

(EsPCEx – 2014)
Uma pessoa de massa igual a 80 𝑘𝑔 está dentro de um elevador sobre uma balança calibrada que
indica o peso em newtons, conforme desenho abaixo. Quando o elevador está acelerado para cima
com uma aceleração constante de intensidade 𝑎 = 2,0 𝑚/𝑠 2 , a pessoa observa que a balança indica
o valor de
Dado: intensidade da aceleração da gravidade 𝑔 = 10 𝑚/𝑠 2
a) 160 𝑁
b) 640 𝑁
c) 800 𝑁
d) 960 𝑁
e) 1600 𝑁
(EsPCEx – 2010)
Três blocos 𝐴, 𝐵 e 𝐶 de massas 4 𝑘𝑔, 6 𝑘𝑔 e 8 𝑘𝑔, respectivamente, são dispostos, conforme
representado no desenho abaixo, em um local onde a aceleração da gravidade 𝑔 vale 10 𝑚/𝑠 2 .

Desprezando todas as forças de atrito e considerando ideais as polias e os fios, a intensidade da


força horizontal 𝐹⃗ que deve ser aplicada ao bloco 𝐴, para que o bloco 𝐶 suba verticalmente com
uma aceleração constante de 2 𝑚/𝑠 2 , é de:
a) 100 𝑁 b) 112 𝑁 c) 124 𝑁 d) 140 𝑁 e) 176 𝑁
(EsPCEx – 2009)

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 48


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Uma partícula “O” descreve um movimento retilíneo uniforme e está sujeito à ação exclusiva das
forças 𝐹⃗1 , 𝐹⃗2 , 𝐹⃗3 e 𝐹⃗4 , conforme o desenho abaixo:
Podemos afirmar que
a) 𝐹⃗1 + 𝐹⃗2 + 𝐹⃗3 = −𝐹⃗4
b) 𝐹⃗1 + 𝐹⃗3 + 𝐹⃗4 = 𝐹⃗2
c) 𝐹⃗1 − 𝐹⃗2 + 𝐹⃗4 = −𝐹⃗3
d) 𝐹⃗1 + 𝐹⃗2 + 𝐹⃗4 = 𝐹⃗3
e) 𝐹⃗2 + 𝐹⃗3 + 𝐹⃗4 = 𝐹⃗1
(EsPCEx – 2009)
Um trabalhador utiliza um sistema de roldanas conectadas por cordas para
elevar uma caixa de massa 𝑀 = 60 𝑘𝑔. Aplicando uma força 𝐹⃗ sobre a ponta
livre da corda conforme representado no desenho abaixo, ele mantém a
caixa suspensa e em equilíbrio. Sabendo que as cordas e as roldanas são
ideais e considerando a aceleração da gravidade igual a 10 𝑚/𝑠 2 , o módulo
da força 𝐹⃗ vale
a) 10 𝑁
b) 50 𝑁
c) 75 𝑁
d) 100 𝑁
e) 150 𝑁
(EsPCEx – 2008)
Dois blocos A e B, de massas respectivamente iguais a 8 kg e 6 kg, estão apoiados em uma superfície
horizontal e perfeitamente lisa. Uma força horizontal, constante e de intensidade F = 7 N, é aplicada
no bloco A, conforme a figura abaixo.

Nessas condições, podemos afirmar que o bloco B adquire uma aceleração de


a) 0,50 𝑚/𝑠 2 b) 0,87 𝑚/𝑠 2 c) 1,16 𝑚/𝑠 2
d) 2,00 𝑚/𝑠 2 e) 3,12 𝑚/𝑠 2
(EsPCEx – 2005)
Um bloco parte da posição 1 e desloca-se em movimento retilíneo uniformemente variado sobre
uma superfície horizontal com atrito até parar na posição 3, conforme a figura abaixo.

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 49


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Desprezando a resistência do ar, o diagrama que melhor representa todas as forças que atuam sobre
o bloco, quando ele está passando pelo ponto 2, é:
Obs.: Todas as forças estão representadas no centro de massa do bloco.

A) B) C)

D) E)

(EsPCEx – 2002)
Na figura abaixo, as massas 𝐴 e 𝐵 são iguais a 2 𝑘𝑔, cada uma, e estão ligadas por um fio e uma
roldana ideais. Sabendo que todos os atritos são desprezíveis e que a aceleração da gravidade é
igual a 10 𝑚/𝑠 2 , podemos afirmar que a tração no fio ideal, em newtons, é de
a) 2
b) 5
c) 10
d) 20
e) 40
(EsPCEx – 2001)
Um bloco A de peso P encontra-se em repouso preso a uma mola ideal de constante elástica K sobre
um plano inclinado perfeitamente liso conforme a figura abaixo. Nesta situação, o alongamento da
mola será de:
a) 𝑃 ⋅ cos 𝜃 /𝐾
b) 𝑃 ⋅ 𝑠𝑒𝑛 𝜃/𝐾
c) 𝑃 ⋅ 𝑡𝑔 𝜃/𝐾
d) 𝑃/(𝐾 ⋅ 𝑠𝑒𝑛 𝜃)
e) 𝑃/(𝐾 ⋅ cos 𝜃)
(EsPCEx – 2001)
Uma bola de 0,5 𝑘𝑔 encontra-se sobre um plano horizontal perfeitamente liso e está submetida à
ação de três forças horizontais que passam pelo seu centro de massa, conforme a figura abaixo.
Dados: |𝐹⃗1 | = 6 𝑁, |𝐹⃗1 | > |𝐹⃗2 | e |𝐹⃗3 | = 3 𝑁. Despreze a resistência do ar.

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 50


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Sabendo que a bola adquire uma aceleração resultante de módulo 10 𝑚/𝑠 2 , podemos concluir que
a intensidade da força 𝐹⃗2 é:
a) 4 N b) 3 N c) 2 N d) 1 N e) 5 N
(EsPCEx – 2000)
Um sistema de fios e polias ideais, conforme a figura abaixo, é usado em uma farmácia para levar
medicamentos do depósito para a loja. A aceleração da gravidade vale 10 𝑚/𝑠 2 , e o atrito com o ar
é desprezível. O módulo da força 𝐹⃗ que o farmacêutico deve aplicar ao sistema para que os
medicamentos de massa 800 𝑔 subam com velocidade constante deve ser de
a) 4 𝑁
b) 8 𝑁
c) 8 ⋅ 10 𝑁
d) 4 ⋅ 103 𝑁
e) 8 ⋅ 103 𝑁
(EsPCEx – 2000)
Dois blocos de massa 𝑚1 = 10,0 𝑘𝑔 e 𝑚2 = 2,0 𝑘𝑔 interligados por uma mola ideal de constante
elástica 50 𝑁/𝑚 são colocados em repouso sobre uma superfície plana, horizontal e sem atrito.
Logo após terem sido afastados e soltos simultaneamente ao longo do plano horizontal, os corpos
de massa 𝑚1 e 𝑚2 , adquirem as acelerações 𝑎⃗1 e 𝑎⃗2 respectivamente Desprezando o atrito do ar, o
valor da razão 𝑎1 /𝑎2 é
a) 0,2
b) 0,6
c) 1,0
d) 4,2
e) 5,0
(CN – 2009)
Observe a figura a seguir.

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 51


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Suponha que a força exercida pelo homem mostrado na figura acima seja integralmente usada para
movimento um corpo, de massa 15 𝑘𝑔, através de um piso horizontal perfeitamente liso,
deslocando-o de uma posição inicial 𝑠0 = 20 𝑚, a partir do repouso e com aceleração constante,
durante 4 s. Nessas condições pode-se afirmar que, ao final desse intervalo de tempo, a posição
final e a velocidade do corpo valem, respectivamente,
a) 100 m e 100 km/h b) 100 m e 108 km/h c) 100 m e 144 km/h
d) 120 m e 108 km/h e) 120 m e 144 km/h
(Simulado EN)
Analise a figura abaixo.

Desprezando as forças de atrito, sabendo que fio e polia são ideais, a intensidade da força normal
de contato horizontal entre A e C, em newtons, é igual a:
Considere: 𝑚𝐴 = 10 𝑘𝑔, 𝑚𝐵 = 50 𝑘𝑔, 𝑚𝐶 = 40 𝑘𝑔 e 𝑔 = 10 𝑚/𝑠 2 .
(A) 35 (B) 45 (C) 50 (D) 55 (E) 65

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 52


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4. Gabarito sem comentários nível 1


1. B 15. D

2. D 16. E

3. C 17. A

4. A 18. C

5. D 19. A

6. B 20. C

7. B 21. C

8. C 22. B

9. A 23. C

10. A 24. A

11. B 25. A

12. A 26. C

13. D 27. C

14. B

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 53


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5. Lista de questões nível 1 comentada


(EEAR – 2018)
Em alguns parques de diversão há um brinquedo em que as pessoas se surpreendem ao ver um
bloco aparentemente subir uma rampa que está no piso de uma casa sem a aplicação de uma força.
O que as pessoas não percebem é que o piso dessa casa está sobre um outro plano inclinado que
faz com que o bloco, na verdade, esteja descendo a rança em relação a horizontal terrestre. Na
figura a seguir, está representada uma rampa com uma inclinação 𝛼 em relação ao piso da casa e
uma pessoa observando o bloco (B) "subindo” a rampa (desloca-se da posição A para a posição C).
Dados:
1) a pessoa, a rampa, o plano inclinado e a casa estão todos em repouso entre si e em relação a
horizontal terrestre.
2) considere P = peso do bloco.
3) desconsidere qualquer atrito.

Nessas condições, a expressão da força responsável por mover esse bloco a partir do repouso, para
quaisquer valores de 𝜃 e 𝛼 que fazem funcionar corretamente o brinquedo, é dada por
a) 𝑃𝑠𝑒𝑛(𝜃 + 𝛼) b) 𝑃𝑠𝑒𝑛(𝜃 − 𝛼) c) 𝑃𝑠𝑒𝑛 𝛼 d) 𝑃𝑠𝑒𝑛 𝜃
Comentários:
Fazendo o diagrama de forças no bloco 𝐵, temos:

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 54


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Na direção tangente a 𝐴𝐶, temos:


𝑃𝐵 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(𝛽) = 𝑚𝐵 ⋅ 𝑎𝐵 = 𝐹𝑅𝐴𝐶
Na direção normal a 𝐴𝐶, temos:
𝑁1 = 𝑃𝐵 ⋅ cos(𝜃)
Da geometria do problema, como 𝜃 é ângulo externo no triângulo ACD, temos:
𝜃 =𝛼+𝛽
Portanto:
𝐹𝑅𝐴𝐶 = 𝑃 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(𝜃 − 𝛼)

Essa força é responsável pelo movimento do bloco 𝐵 em relação ao plano AC.


Gabarito: B
(EEAR – 2017)
Um trem de 200 toneladas consegue acelerar a 2 𝑚/𝑠² Qual a força, em newtons, exercida pelas
rodas em contato com o trilho para causar tal aceleração
a) 1 ⋅ 105 b) 2 ⋅ 105 c) 3 ⋅ 105 d) 4 ⋅ 105
Comentários:
Se a massa do corpo é de 200 toneladas, isto é, 200 ⋅ 103 𝑘𝑔, temos:
𝐹𝑅 = 𝑚 ⋅ 𝑎
𝐹𝑅 = 200 ⋅ 103 ⋅ 2
𝐹𝑅 = 4 ⋅ 105 𝑁
Gabarito: D
(EEAR – 2016)
Um carrinho é puxado em um sistema sem atrito por um fio inextensível numa região de aceleração
gravitacional igual a 10 m/s², como mostra a figura.

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 55


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Sabendo que o carrinho tem massa igual a 200 g, sua aceleração, em m/s², será aproximadamente:
a) 12,6 b) 10 c) 9,6 d) 8
Comentários:
Escrevendo o diagrama de forças nos corpos, temos:

Escrevendo a segunda lei de Newton para o carrinho, temos:


𝐹𝑅 = 𝑚𝑐𝑎𝑟 ⋅ 𝑎𝑐𝑎𝑟
𝑇 = 𝑚𝑐𝑎𝑟 ⋅ 𝑎𝑐𝑎𝑟
Escrevendo a segunda lei de Newton para o bloco, temos:
𝐹𝑅 = 𝑚𝑏 ⋅ 𝑎
𝑃𝑏 − 𝑇 = 𝑚𝑏 ⋅ 𝑎𝑏
Perceba que pelo vínculo geométrico, a intensidade da aceleração do carrinho é igual a
intensidade da aceleração do bloco, pois se o fio é inextensível, então quando o bloco desce um
Δ𝑥, então o carro desloca Δ𝑥 para a direita. Mas, atenção! A aceleração do carrinho é um vetor
na direção horizontal e a aceleração do bloco é um vetor na vertical, ou seja, são vetores
diferentes.
Assim, montamos o sistema:
𝑇 = 𝑚𝑐𝑎𝑟 ⋅ 𝑎
{
𝑃𝑏 − 𝑇 = 𝑚𝑏 ⋅ 𝑎
Somando as duas equações membro a membro, vem:
𝑃𝑏 = 𝑚𝑐𝑎𝑟 ⋅ 𝑎 + 𝑚𝑏 ⋅ 𝑎
𝑃𝑏
𝑎=
𝑚𝑐𝑎𝑟 + 𝑚𝑏
Substituindo valores, vem:

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 56


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5 ⋅ 10
𝑎=
5 + 0,2
𝑎 ≅ 9,6 𝑚/𝑠 2
Gabarito: C
(EEAR – 2016)
O personagem Cebolinha, na tirinha abaixo, vale-se de uma Lei da Física para executar tal proeza
que acaba causando um acidente. A lei considerada pelo personagem é:

a) 1ª Lei de Newton: Inércia. b) 2ª Lei de Newton: 𝐹 = 𝑚 ⋅ 𝑎.


c) 3ª Lei de Newton: Ação e Reação. d) Lei da Conservação da Energia.
Comentários:
A lei da Física em questão é a primeira lei de Newton, o princípio da Inércia, pois ao tirar a
toalha da mesa, Cebolinha esquece que a toalha tenderia a manter seu movimento e acerta a
própria mãe.
Gabarito: A
(EEAR – 2015)
Uma mola está presa à parede e ao bloco de massa igual
a 10 𝑘𝑔. Quando o bloco é solto a mola distende-se
20 𝑐𝑚 e mantém-se em repouso, conforme a figura
mostrada a seguir. Admitindo o módulo aceleração da
gravidade igual a 10 𝑚/𝑠 2 , os atritos desprezíveis e o
fio inextensível, determine, em 𝑁/𝑚, o valor da
constante elástica da mola.
a) 5 b) 20 c) 200 d) 500
Comentários:
Quando o sistema já atingiu o equilíbrio, a força
elástica na mola é igual a tração no fio. Por outro lado, no bloco, a força peso deve ser igual a
tração no fio. Então:
𝐹𝑒𝑙𝑎𝑠 = 𝑇𝑓𝑖𝑜
{
𝑇𝑓𝑜𝑖 = 𝑃𝑏𝑙𝑜𝑐𝑜

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 57


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Portanto:
𝐹𝑒𝑙𝑎𝑠 = 𝑃𝑏𝑙𝑜𝑐𝑜
𝑘 ⋅ Δ𝑥 = 𝑚 ⋅ 𝑔
Substituindo valores, temos:
20
𝑘⋅ = 10 ⋅ 10
100
𝑘 = 500 𝑁/𝑚
Gabarito: D
(EEAR – 2014)
Na figura a seguir o bloco 𝐴, de massa igual a 6 𝑘𝑔, está apoiado sobre um plano inclinado sem
atrito. Este plano inclinado forma com a horizontal um ângulo de 30°. Desconsiderando os atritos,
admitindo que as massas do fio e da polia sejam desprezíveis e que o fio seja inextensível, qual deve
ser o valor da massa, em 𝑘𝑔, do bloco 𝐵 para que o bloco 𝐴 desça o plano inclinado com uma
aceleração constante de 2 𝑚/𝑠 2 .
Dado: aceleração da gravidade local = 10 𝑚/𝑠 2 .
a) 0,5
b) 1,5
c) 2,0
d) 3,0
Comentários:
Fazendo o diagrama de forças, temos:

Para o bloco A na direção tangente, temos:


𝑃𝐴 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(30°) − 𝑇 = 𝑚𝐴 ⋅ 𝑎 (𝑒𝑞. 1)
Na direção normal, temos:
𝑃𝐴 ⋅ cos(30°) = 𝑁
Para o bloco B, temos:

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 58


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𝑇 − 𝑃𝐵 = 𝑚𝐵 ⋅ 𝑎 (𝑒𝑞. 2)
Somando (1) com (2), vem:
𝑃𝐴 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(30°) − 𝑃𝐵 = 𝑚𝐴 ⋅ 𝑎 + 𝑚𝐵 ⋅ 𝑎
Substituindo valores podemos encontrar o valor de 𝑚𝐵 :
1
6 ⋅ 10 ⋅ − 𝑚𝐵 ⋅ 10 = 6 ⋅ 2 + 𝑚𝐵 ⋅ 2
2
30 − 12 = 12 ⋅ 𝑚𝐵
18
𝑚𝐵 = = 1,5 𝑘𝑔
12
Gabarito: B
(EEAR – 2014)
Em um Laboratório de Física o aluno dispunha de uma régua, uma mola e dois blocos. Um bloco
com massa igual a 10 𝑘𝑔, que o aluno denominou de bloco 𝐴 e outro de valor desconhecido, que
denominou bloco 𝐵. Ele montou o experimento de forma que prendeu o bloco 𝐴 na mola e reparou
que a mola sofreu uma distensão de 5 𝑐𝑚. Retirou o bloco 𝐴 e ao colocar o bloco 𝐵 percebeu que
a mola distendeu 7,5 𝑐𝑚. Com base nestas informações, e admitindo a mola ideal e a aceleração da
gravidade igual a 10 𝑚/𝑠 2 , o aluno concluiu corretamente que o bloco B tem massa igual a ______
kg.
Observação: mola ideal é aquela que obedece a Lei de Hooke.
a) 12,5 b) 15,0 c) 125 d) 150
Comentários:
Considerando que ele pendeu os blocos à mola na direção vertical, então a partir da
distensão da mola provocada pelo bloco A podemos determinar a constante da mola:
𝐹𝑒𝑙𝑎𝑠1 = 𝑚𝐴 ⋅ 𝑔
𝑘 ⋅ Δ𝑥𝐴 = 𝑚𝐴 ⋅ 𝑔
5
𝑘⋅
= 10 ⋅ 10
100
104
𝑘= 𝑁/𝑚
5
Quando ele repete o procedimento para 𝐵, como já conhecemos a constante elástica da
mola, podemos determinar a massa desconhecida de 𝐵:
𝐹𝑒𝑙𝑎𝑠2 = 𝑚𝐵 ⋅ 𝑔
𝑘 ⋅ Δ𝑥𝐵 = 𝑚𝐵 ⋅ 𝑔
104 7,5
⋅ = 𝑚𝐵 ⋅ 10
5 100
𝑚𝐵 = 15 𝑘𝑔

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 59


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Gabarito: B
(EEAR – 2013)
Considere um corpo preso na sua parte superior por um elástico, e apoiado num plano inclinado
(como mostrado na figura abaixo).

À medida que aumentarmos o ângulo de inclinação a do plano, a força que age no elástico aumenta
devido
a) ao crescimento do peso do corpo.
b) ao aumento da quantidade de massa do corpo.
c) à componente do peso do corpo paralela ao plano inclinado tornar-se maior.
d) à componente do peso do corpo, perpendicular ao plano inclinado, aumentar.
Comentários:
Fazendo o diagrama de forças no corpo, temos:

Como visto em teoria, o ângulo em vermelho é a inclinação 𝛼 do plano. Portanto, a


projeção da força peso na direção do plano é:
𝑃𝑥 = 𝑃 ⋅ 𝑠𝑒𝑛 𝛼
Conforme visto em teoria. Se o corpo está em equilíbrio na direção do plano inclinado,
então:
𝐹𝑒𝑙𝑎𝑠 = 𝑃𝑥
𝐹𝑒𝑙𝑎𝑠 = 𝑃 ⋅ 𝑠𝑒𝑛 𝛼
Logo, quando aumentamos 𝛼, que é a inclinação do plano, aumentamos 𝑃𝑥 , pois a função
cresce entre 0° e 90°. Portanto, a força elástica também aumenta quando a inclinação 𝛼 do plano
é elevada.
Gabarito: C
(EEAR – 2010)

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 60


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Um garoto puxa uma corda amarrada a um caixote aplicando uma força de intensidade igual a 10 𝑁,
como está indicado no esquema a seguir. A intensidade, em 𝑁, da componente da força que
contribui apenas para a tentativa do garoto em arrastar o caixote horizontalmente, vale
a) 5
b) 5√2
c) 5√3
d) 10
Comentários:
Decompondo a força 𝐹 e escrevendo as demais forças, temos:

Note que a componente 𝐹 ⋅ cos(60°) é a única responsável pelo movimento na horizontal.


Portanto:
𝐹𝑅𝐻 = 𝐹 ⋅ cos(60°)
1
𝐹𝑅𝐻 = 10 ⋅
2
𝐹𝑅𝐻 = 5 𝑁
Gabarito: A
(EEAR – 2009)
Uma força, de módulo 𝐹, foi decomposta em duas componentes perpendiculares entre si. Verificou-
se que a razão entre os módulos dessas componentes vale √3. O ângulo entre esta força e sua
componente de maior módulo é de:
a) 30° b) 45° c) 60° d) 75°
Comentários:
Se decompomos a força 𝐹 em duas perpendiculares, temos que:
𝐹𝑥2 + 𝐹𝑦2 = 𝐹 2
Se considerarmos que:
𝐹𝑦
= √3
𝐹𝑥
Geometricamente, teríamos:

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 61


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Da trigonometria, sabemos que:


𝐹𝑦
𝑡𝑔(𝜃) =
𝐹𝑥
𝑡𝑔(𝜃) = √3
Logo:
𝜃 = 60°
𝐹𝑦
Note ainda que se = √3, então 𝐹𝑦 = √3𝐹𝑥 . Como √3 ≅ 1,7, então 𝐹𝑦 > 𝐹𝑥 . Logo, o
𝐹𝑥
ângulo 𝛼 desejado é entre 𝐹 e 𝐹𝑦 é igual a 30°.
𝐹𝑥
Você poderia ter escolhido a razão = √3 e feito uma análise semelhante a essa que fiz
𝐹𝑦
logo acima e chegaríamos no mesmo resultado.
Gabarito: A
(EEAR – 2009)
O gráfico a seguir representa a deformação de duas molas, 𝐴 e 𝐵, de mesmo comprimento, quando
submetidas a esforços dentro de seus limites elásticos. Assim sendo, pode-se concluir, corretamente
que, se as molas forem comprimidas igualmente.

a) 𝐵 lança um corpo de massa 𝑚 com força maior do que 𝐴.


b) 𝐴 lança um corpo de massa 𝑚 com força maior do que 𝐵.
c) 𝐴 e 𝐵 lançam um corpo de massa 𝑚 com a mesma força.
d) 𝐴 e 𝐵, não conseguem lançar um corpo de massa 𝑚 dentro de seus limites elásticos.
Comentários:
Pelo gráfico, vemos que a mola 𝐴 possui constante elástica maior que a de 𝐵, já que a
inclinação (coeficiente angular) de A é maior que a de B, isto é:

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 62


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𝑘𝐴 > 𝑘𝐵
Assim, se as molas forem comprimidas de uma mesma distensão, como a força é dada pela
Lei de Hooke 𝐹𝑒𝑙𝑎𝑠 = 𝑘 ⋅ 𝑥, então a mola 𝐴 proporcionará uma força de maior intensidade:
𝑘𝐴 > 𝑘𝐵 (𝑚𝑢𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑎 𝑖𝑛𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 𝑝𝑜𝑟 Δ𝑥)
𝑘𝐴 ⋅ Δ𝑥 > 𝑘𝐵 ⋅ Δ𝑥
𝐹𝑒𝑙𝑎𝑠 𝐴 > 𝐹𝑒𝑙𝑎𝑠𝐵
Assim, o corpo 𝐴 lança um bloco de massa 𝑚 com maior força do que 𝐵.
Gabarito: B
(EEAR – 2007)
Um carro desloca-se ao lado de um caminhão, na mesma direção, no mesmo sentido e com mesma
velocidade em relação ao solo, por alguns instantes. Neste intervalo de tempo, a velocidade relativa
entre carro e caminhão é___________________. Em um instante posterior, a inclinação de um
pêndulo dependurado na cabine do caminhão, quando este é freado repentinamente, é explicada
pelo motorista do carro a partir da _______________de Newton.
a) nula; 1ª lei b) nula; 3ª lei c) positiva; 1ª lei d) positiva; 3ª lei
Comentários:
Quando o carro se desloca ao lado do caminhão com a mesma velocidade, em módulo, a
velocidade relativa entre eles é nula. Ao frear o caminhão, a tendência do pêndulo era continuar
o seu movimento. Entretanto, como o pêndulo está preso ao teto da cabine do caminhão, nós
observamos que o pêndulo sofre uma inclinação em relação à vertical, conforme previsto pela
primeira lei de Newton, o princípio da Inércia.
Gabarito: A
(EsPCEx – 2019)
O sistema de polias, sendo uma fixa e três móveis, encontra-se em
equilíbrio estático, conforme mostra o desenho. A constante elástica
da mola, ideal, de peso desprezível, é igual a 50 𝑁/𝑐𝑚 e a força 𝐹⃗ na
extremidade da corda é de intensidade igual a 100 𝑁. Os fios e as
polias, iguais, são ideais. O valor do peso do corpo 𝑋 e a deformação
sofrida pela mola são, respectivamente,
a) 800 N e 16 cm
b) 400 N e 8 cm
c) 600 N e 7 cm
d) 800 N e 8 cm
e) 950 N e 10 cm
Comentários:
Fazendo o diagrama de forças no sistema temos:

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 63


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Se o sistema está em equilíbrio, então:


4𝐹 = 𝐹𝑒𝑙𝑎𝑠 e 8𝐹 = 𝑃𝑥
Portanto:
4𝐹 = 𝐹𝑒𝑙𝑎𝑠
4 ⋅ 100 = 50 ⋅ Δ𝑥
Δ𝑥 = 8 𝑐𝑚
E o peso de 𝑋 é igual a:
8𝐹 = 𝑃𝑥
8 ⋅ 100 = 𝑃𝑥
𝑃𝑥 = 800 𝑁
Gabarito: D
(EsPCEx – 2019/modificada)
No plano inclinado abaixo, um bloco homogêneo encontra-se
sob a ação de uma força de intensidade 𝐹 = 4 𝑁, constante e
paralela ao plano. O bloco percorre a distância 𝐴𝐵, que é igual a
1,6 𝑚, ao longo do plano com velocidade constante.
Desprezando-se o atrito, então a massa do bloco é dada por:
Dados: adote a aceleração da gravidade 𝑔 = 10 𝑚/𝑠 2 ,
𝑠𝑒𝑛 60° = √3/2 e cos 60° = 1/2.
2√3 4√3 6√3
a) 𝑘𝑔 b) 𝑘𝑔 c) 𝑘𝑔
15 15 15
8√3 10√3
d) 𝑘𝑔 e) 𝑘𝑔
15 15

Comentários:
Escrevendo o diagrama de forças no bloco, temos:

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 64


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𝐹 − 𝑚 ⋅ 𝑔 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(60°) = 𝑚 ⋅ 𝑎
Como ele está subindo com velocidade constante, então 𝑎 = 0. Portanto:
𝐹 = 𝑚 ⋅ 𝑔 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(60°)
√3
4 = 𝑚 ⋅ 10 ⋅
2
4 4 √3
𝑚= = 𝑘𝑔
5 √3 15
Gabarito: B
(EsPCEx – 2014)
Uma pessoa de massa igual a 80 𝑘𝑔 está dentro de um elevador sobre uma balança calibrada que
indica o peso em newtons, conforme desenho abaixo. Quando o elevador está acelerado para cima
com uma aceleração constante de intensidade 𝑎 = 2,0 𝑚/𝑠 2 , a pessoa observa que a balança indica
o valor de
Dado: intensidade da aceleração da gravidade 𝑔 = 10 𝑚/𝑠 2
a) 160 𝑁
b) 640 𝑁
c) 800 𝑁
d) 960 𝑁
e) 1600 𝑁
Comentários:
Quando o elevador está subindo com aceleração 𝑎, devemos ter que:

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 65


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𝑁−𝑃 =𝑚⋅𝑎
𝑁 =𝑚⋅𝑔+𝑚⋅𝑎
𝑁 = 𝑚 (𝑎 + 𝑔 )
𝑁 = 80(2 + 10)
𝑁 = 960 𝑁
Gabarito: D
(EsPCEx – 2010)
Três blocos 𝐴, 𝐵 e 𝐶 de massas 4 𝑘𝑔, 6 𝑘𝑔 e 8 𝑘𝑔, respectivamente, são dispostos, conforme
representado no desenho abaixo, em um local onde a aceleração da gravidade 𝑔 vale 10 𝑚/𝑠 2 .

Desprezando todas as forças de atrito e considerando ideais as polias e os fios, a intensidade da


força horizontal 𝐹⃗ que deve ser aplicada ao bloco 𝐴, para que o bloco 𝐶 suba verticalmente com
uma aceleração constante de 2 𝑚/𝑠 2 , é de:
a) 100 𝑁 b) 112 𝑁 c) 124 𝑁 d) 140 𝑁 e) 176 𝑁
Comentários:
Considerando os blocos B e C como um só, já que não faremos nenhuma análise entre eles,
então:

𝐹 − 𝑇 = 𝑚𝐴 ⋅ 𝑎
𝑇 − (𝑚 𝐵 + 𝑚 𝐶 ) ⋅ 𝑔 = (𝑚 𝐵 + 𝑚 𝐶 ) ⋅ 𝑎
Somando as equações, temos:
𝐹 − (𝑚𝐵 + 𝑚𝐶 ) ⋅ 𝑔 = (𝑚𝐴 + 𝑚𝐵 + 𝑚𝐶 ) ⋅ 𝑎

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 66


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Substituindo valores, temos:


𝐹 − (6 + 8) ⋅ 10 = (4 + 6 + 8) ⋅ 2
𝐹 = 176 𝑁
Gabarito: E
(EsPCEx – 2009)
Uma partícula “O” descreve um movimento retilíneo uniforme e está sujeito à ação exclusiva das
forças 𝐹⃗1 , 𝐹⃗2 , 𝐹⃗3 e 𝐹⃗4 , conforme o desenho abaixo:
Podemos afirmar que
a) 𝐹⃗1 + 𝐹⃗2 + 𝐹⃗3 = −𝐹⃗4
b) 𝐹⃗1 + 𝐹⃗3 + 𝐹⃗4 = 𝐹⃗2
c) 𝐹⃗1 − 𝐹⃗2 + 𝐹⃗4 = −𝐹⃗3
d) 𝐹⃗1 + 𝐹⃗2 + 𝐹⃗4 = 𝐹⃗3
e) 𝐹⃗2 + 𝐹⃗3 + 𝐹⃗4 = 𝐹⃗1
Comentários:
Se a partícula descreve um MRU, então a força resultante sobre ela é nula. Ou seja:
𝐹⃗1 + 𝐹⃗2 + 𝐹⃗3 + 𝐹⃗4 = ⃗0⃗
Portanto:
𝐹⃗1 + 𝐹⃗2 + 𝐹⃗3 = −𝐹⃗4
Gabarito: A
(EsPCEx – 2009)
Um trabalhador utiliza um sistema de roldanas conectadas por cordas para
elevar uma caixa de massa 𝑀 = 60 𝑘𝑔. Aplicando uma força 𝐹⃗ sobre a ponta
livre da corda conforme representado no desenho abaixo, ele mantém a
caixa suspensa e em equilíbrio. Sabendo que as cordas e as roldanas são
ideais e considerando a aceleração da gravidade igual a 10 𝑚/𝑠 2 , o módulo
da força 𝐹⃗ vale
a) 10 𝑁
b) 50 𝑁
c) 75 𝑁
d) 100 𝑁
e) 150 𝑁

Comentários:
De acordo com o diagrama de forças, temos:

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 67


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8𝐹 − 𝑀 ⋅ 𝑔 = 0
𝑀⋅𝑔
𝐹=
8
60 ⋅ 10
𝐹=
8
𝐹 = 75 𝑁
Gabarito: C
(EsPCEx – 2008)
Dois blocos A e B, de massas respectivamente iguais a 8 kg e 6 kg, estão apoiados em uma superfície
horizontal e perfeitamente lisa. Uma força horizontal, constante e de intensidade F = 7 N, é aplicada
no bloco A, conforme a figura abaixo.

Nessas condições, podemos afirmar que o bloco B adquire uma aceleração de


a) 0,50 𝑚/𝑠 2 b) 0,87 𝑚/𝑠 2 c) 1,16 𝑚/𝑠 2
d) 2,00 𝑚/𝑠 2 e) 3,12 𝑚/𝑠 2
Comentários:
Como os blocos estão em contato, ao empurrar o bloco A com uma força 𝐹, o bloco 𝐵 será
empurrado pela força de contato 𝐹𝐴𝐵 , mas em todo o seu deslocamento, ele sempre está junto
de 𝐴, ou seja, ele terá o mesmo deslocamento, nos mesmos intervalos de tempo, ou seja, ele terá
a mesma aceleração de 𝐴. Portanto, podemos trabalhar os dois blocos grudados, como um único
bloco 𝐴 + 𝐵. Aplicando a segunda lei de Newton na horizontal, temos:

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 68


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𝐹 = (𝑚𝐴 + 𝑚𝐵 ) ⋅ 𝑎
7 = (8 + 6) ⋅ 𝑎
𝑎 = 0,5 𝑚/𝑠 2
Gabarito: A
(EsPCEx – 2005)
Um bloco parte da posição 1 e desloca-se em movimento retilíneo uniformemente variado sobre
uma superfície horizontal com atrito até parar na posição 3, conforme a figura abaixo.

Desprezando a resistência do ar, o diagrama que melhor representa todas as forças que atuam sobre
o bloco, quando ele está passando pelo ponto 2, é:
Obs.: Todas as forças estão representadas no centro de massa do bloco.

A) B) C)

D) E)

Comentários:
Se o bloco está realizando um MRUV e para no ponto 3, ele precisa realizar um movimento
retardado, isto é, velocidade contrária a aceleração. Se ele está se movendo de 1 para 3, então a
aceleração deve estar no sentido oposto, na direção horizontal. Portanto, já descartamos as
alternativas a), b) e d), que possuem força resultante para a direita, ou seja, aceleração para a
direita.
A diferença entre as letras c) e e) é justamente a força de contato entre a superfície e o
bloco que não está escrita na letra e). Portanto, a alternativa correta é a letra c).
Gabarito: C
(EsPCEx – 2002)
Na figura abaixo, as massas 𝐴 e 𝐵 são iguais a 2 𝑘𝑔, cada uma, e estão ligadas por um fio e uma
roldana ideais. Sabendo que todos os atritos são desprezíveis e que a aceleração da gravidade é
igual a 10 𝑚/𝑠 2 , podemos afirmar que a tração no fio ideal, em newtons, é de

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 69


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a) 2
b) 5
c) 10
d) 20
e) 40
Comentários:
Pelo diagrama de forças, temos:

𝑚𝐵 ⋅ 𝑔 − 𝑇 = 𝑚𝐵 ⋅ 𝑎 (𝑒𝑞. 1)
𝑇 = 𝑚𝐴 ⋅ 𝑎 (𝑒𝑞. 2)
Substituindo a aceleração na equação 1, temos:
𝑇
𝑚𝐵 ⋅ 𝑔 − 𝑇 = 𝑚𝐵 ⋅
𝑚𝐴
𝑇
2 ⋅ 10 − 𝑇 = 2 ⋅
2
𝑇 = 10 𝑁
Gabarito: C
(EsPCEx – 2001)
Um bloco A de peso P encontra-se em repouso preso a uma mola ideal de constante elástica K sobre
um plano inclinado perfeitamente liso conforme a figura abaixo. Nesta situação, o alongamento da
mola será de:
a) 𝑃 ⋅ cos 𝜃 /𝐾
b) 𝑃 ⋅ 𝑠𝑒𝑛 𝜃/𝐾
c) 𝑃 ⋅ 𝑡𝑔 𝜃/𝐾
d) 𝑃/(𝐾 ⋅ 𝑠𝑒𝑛 𝜃)
e) 𝑃/(𝐾 ⋅ cos 𝜃)
Comentários:
Fazendo o diagrama de forças no bloco 𝐴, temos:

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 70


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Se o sistema está em equilíbrio, então a projeção do peso na direção do plano inclinado é


igual a força elástica. Portanto:
𝐹𝑒𝑙𝑎𝑠 = 𝑃𝑥
𝑘 ⋅ Δ𝑥 = 𝑃 ⋅ 𝑠𝑒𝑛 𝜃
𝑃 ⋅ 𝑠𝑒𝑛 𝜃
Δ𝑥 =
𝑘
Gabarito: B
(EsPCEx – 2001)
Uma bola de 0,5 𝑘𝑔 encontra-se sobre um plano horizontal perfeitamente liso e está submetida à
ação de três forças horizontais que passam pelo seu centro de massa, conforme a figura abaixo.
Dados: |𝐹⃗1 | = 6 𝑁, |𝐹⃗1 | > |𝐹⃗2 | e |𝐹⃗3 | = 3 𝑁. Despreze a resistência do ar.

Sabendo que a bola adquire uma aceleração resultante de módulo 10 𝑚/𝑠 2 , podemos concluir que
a intensidade da força 𝐹⃗2 é:
a) 4 N b) 3 N c) 2 N d) 1 N e) 5 N
Comentários:
A força resultante sobre a bola é dada por:
𝐹𝑅 = 𝑚 ⋅ 𝑎
𝐹𝑅 = 0,5 ⋅ 10
𝐹𝑅 = 5 𝑁
Dada a disposição dos vetores, temos:

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 71


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(𝐹1 − 𝐹2 )2 + 𝐹32 = 𝐹𝑅2


(6 − 𝐹2 )2 + 32 = 52
(6 − 𝐹2 )2 = 42
(6 − 𝐹2 )2 − 42 = 0
(6 − 𝐹2 − 4)(6 − 𝐹2 + 4) = 0
𝐹2 = 2 𝑁 𝑜𝑢 𝐹2 = 10 𝑁
Como 𝐹2 < 𝐹1 , então 𝐹2 = 2 𝑁.
Gabarito: C
(EsPCEx – 2000)
Um sistema de fios e polias ideais, conforme a figura abaixo, é usado em uma farmácia para levar
medicamentos do depósito para a loja. A aceleração da gravidade vale 10 𝑚/𝑠 2 , e o atrito com o ar
é desprezível. O módulo da força 𝐹⃗ que o farmacêutico deve aplicar ao sistema para que os
medicamentos de massa 800 𝑔 subam com velocidade constante deve ser de
a) 4 𝑁
b) 8 𝑁
c) 8 ⋅ 10 𝑁
d) 4 ⋅ 103 𝑁
e) 8 ⋅ 103 𝑁
Comentários:
Se os medicamentos estão subindo com velocidade constante, então a aceleração do bloco
formado pelos medicamentos é nula, assim como a aceleração da corda. Portanto:

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 72


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2𝐹 − 𝑀 ⋅ 𝑔 = 0
2𝐹 − 0,8 ⋅ 10 = 0
𝐹 =4𝑁
Gabarito: A
(EsPCEx – 2000)
Dois blocos de massa 𝑚1 = 10,0 𝑘𝑔 e 𝑚2 = 2,0 𝑘𝑔 interligados por uma mola ideal de constante
elástica 50 𝑁/𝑚 são colocados em repouso sobre uma superfície plana, horizontal e sem atrito.
Logo após terem sido afastados e soltos simultaneamente ao longo do plano horizontal, os corpos
de massa 𝑚1 e 𝑚2 , adquirem as acelerações 𝑎⃗1 e 𝑎⃗2 respectivamente Desprezando o atrito do ar, o
valor da razão 𝑎1 /𝑎2 é
a) 0,2
b) 0,6
c) 1,0
d) 4,2
e) 5,0
Comentários:
Quando o sistema é solto, após a mola sofrer uma distensão, a força que atua nos blocos
na horizontal é a força elástica, pois não há atrito entre os blocos e a superfície. Portanto, para
cada um dos blocos, temos:
𝐹𝑒𝑙𝑎𝑠 = 𝐹𝑅1 = 𝑚2 ⋅ 𝑎2
{
𝐹𝑒𝑙𝑎𝑠 = 𝐹𝑅2 = 𝑚1 ⋅ 𝑎1
Note que no bloco 1, a força elástica está para a esquerda e, no bloco 2, a força elástica
está para a direita. Além disso, como a mola é ideal, tudo se passa como se a força fosse
distribuída na mola. Portanto:
𝑚1 ⋅ 𝑎1 = 𝑚2 ⋅ 𝑎2
Substituindo valores, temos:
10 ⋅ 𝑎1 = 2 ⋅ 𝑎2
𝑎1 2
= = 0,2
𝑎2 10
Gabarito: A
(CN – 2009)
Observe a figura a seguir.

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 73


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Suponha que a força exercida pelo homem mostrado na figura acima seja integralmente usada para
movimento um corpo, de massa 15 𝑘𝑔, através de um piso horizontal perfeitamente liso,
deslocando-o de uma posição inicial 𝑠0 = 20 𝑚, a partir do repouso e com aceleração constante,
durante 4 s. Nessas condições pode-se afirmar que, ao final desse intervalo de tempo, a posição
final e a velocidade do corpo valem, respectivamente,
a) 100 m e 100 km/h b) 100 m e 108 km/h c) 100 m e 144 km/h
d) 120 m e 108 km/h e) 120 m e 144 km/h
Comentários:
Fazendo o diagrama de forças no sistema, temos:

Inicialmente, devemos encontrar a força que o homem faz para manter o corpo de 120 kg
em equilíbrio, pois esta força será utilizada para mover um bloco de 15 kg na horizontal,
posteriormente. Para o equilíbrio do sistema formado na figura, temos:
8𝐹 = 120 ⋅ 10
𝐹 = 150 𝑁
Agora temos um novo exercício. Se essa força é a resultante sobre o bloco de 15 kg na
horizontal, então:

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 74


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𝐹 = 𝐹𝑅
150 = 15 ⋅ 𝑎
𝑎 = 10 𝑚/𝑠 2
A função horária do espaço desse corpo é dada por:
𝑎 ⋅ 𝑡2
𝑠 = 𝑠0 + 𝑣0 ⋅ 𝑡 +
2
10 ⋅ 𝑡 2
𝑠 = 20 + 0 ⋅ 𝑡 +
2
2
𝑠 = 20 + 5 ⋅ 𝑡
Para 𝑡 = 4 𝑠, temos:
𝑠(4) = 20 + 5 ⋅ 42
𝑠(4) = 20 + 5 ⋅ 16
𝑠(4) = 100 𝑚
A velocidade do corpo é dada pela função horária:
𝑣 (𝑡 ) = 𝑣0 + 𝑎 ⋅ 𝑡
𝑣 (𝑡 ) = 0 + 10 ⋅ 𝑡
𝑣 (𝑡 ) = 10 ⋅ 𝑡
Para 𝑡 = 4 𝑠, vem:
𝑣 (4) = 10 ⋅ 4 = 40 𝑚/𝑠
Em 𝑘𝑚/ℎ a velocidade é de:
40 ⋅ 3,6 = 144 𝑘𝑚/ℎ
Gabarito: C
(Simulado EN)
Analise a figura abaixo.

Desprezando as forças de atrito, sabendo que fio e polia são ideais, a intensidade da força normal
de contato horizontal entre A e C, em newtons, é igual a:
Considere: 𝑚𝐴 = 10 𝑘𝑔, 𝑚𝐵 = 50 𝑘𝑔, 𝑚𝐶 = 40 𝑘𝑔 e 𝑔 = 10 𝑚/𝑠 2 .
(A) 35 (B) 45 (C) 50 (D) 55 (E) 65

Comentários:

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 75


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Inicialmente, vamos calcular a aceleração do sistema. Perceba que B e C estão conectados por um
fio ideal, então o módulo da aceleração de C é igual ao módulo da aceleração de B. Como A está encostado
em C, então o módulo da aceleração de A é igual ao módulo da aceleração de C. Assim, os três corpos
terão acelerações de mesmo módulo. Portanto, para definir a aceleração do sistema, nós podemos pensar
como se os blocos estivessem unidos.

Portanto:

(𝑚𝐴 + 𝑚𝐶 + 𝑚𝐵 ) ⋅ 𝑎 = 𝑚𝐵 ⋅ 𝑔
𝑚𝐵
𝑎=( )𝑔
𝑚𝐴 + 𝑚𝐵 + 𝑚𝐶

Substituindo valores, vem:

50
𝑎=( ) ⋅ 10
10 + 50 + 40

𝑎 = 5 𝑚/𝑠 2

Analisando o bloco A, temos:

Logo, a força de contato horizontal 𝐶 entre os blocos é dada por:

𝐶 = 𝑚𝐴 ⋅ 𝑎

𝐶 = 10 ⋅ 5

∴ 𝐶 = 50 𝑁

Gabarito: C

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 76


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AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 77


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6. Lista de questões nível 2


(AFA – 2020)
O sistema ilustrado na figura abaixo é composto de três blocos, A, B e C, de dimensões desprezíveis
e de mesma massa, duas roldanas e dois fios, todos ideais. Quando o sistema é abandonado, a partir
da configuração indicada na figura, o bloco A passa, então, a deslizar sobre o plano horizontal da
mesa, enquanto os blocos B e C descem na vertical e a tração estabelecida no fio que liga os blocos
A e B vale 𝑇𝐵 . Em determinado instante, o bloco C se apoia sobre uma cadeira, enquanto B continua
descendo e puxando A, agora através de uma tração 𝑇𝐵′ . Desprezando quaisquer resistências
𝑇′
durante o movimento dos blocos, pode-se afirmar que a razão 𝑇𝐵 vale
𝐵

1 3
(A) 3 (B) 1 (C) 2 (D) 2

(AFA – 2010)
Um vagão movimenta-se sobre trilhos retos e horizontais obedecendo à equação horária 𝑆 = 20𝑡 −
5𝑡 2 (SI). Um fio ideal tem uma de suas extremidades presa ao teto do vagão e, na outra, existe uma
esfera formando um pêndulo. As figuras que melhor representam as configurações do sistema
vagão-pêndulo de velocidade 𝑣⃗ e aceleração 𝑎⃗, nos instantes 1 s, 2 s e 3 s, são respectivamente

a)

b)

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 78


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c)

d)

(EN – 2019)
A figura representa o perfil de um plano inclinado de um ângulo 𝜃 no qual estão fixas duas polias
ideais de modo que o trecho de fio 1 é horizontal e o trecho de fio 2 é paralelo ao plano inclinado.
Os fios são ideais e os atritos são desprezíveis. Sabendo-se que os blocos A e B têm o mesmo peso
P, qual deve ser o peso do bloco C para que o sistema permaneça em equilíbrio?

a) 𝑃(𝑠𝑒𝑛 𝜃 + cos 𝜃) b) 𝑃(𝑠𝑒𝑛 𝜃 − cos 𝜃) c) 2𝑃 ⋅ 𝑠𝑒𝑛 𝜃


𝑃
d) 2𝑃 ⋅ cos 𝜃 e) 2 ⋅ (𝑠𝑒𝑛 𝜃 + cos 𝜃)
(EN – 2016)
Analise a figura abaixo.

Na figura acima, tem-se um bloco de massa 𝑚 que se encontra sobre um plano inclinado sem atrito.
Esse bloco está ligado à parte superior do plano por um fio ideal. Sendo assim, assinale a opção que
pode representar a variação do módulo das três forças que atuam sobre o bloco em função do
ângulo de inclinação 𝜃.

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 79


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a) d)

b) e)

c)

(EFOMM – 2018)
A figura que se segue mostra uma plataforma, cuja massa é de 100 kg, com um ângulo de inclinação
de 30° em relação à horizontal, sobre a qual um bloco de 5 kg de massa desliza sem atrito. Também
não há atrito entre a plataforma e o chão, de modo que poderia haver movimento relativo entre o
sistema e o solo. Entretanto, a plataforma é mantida em repouso em relação ao chão por meio de
uma corda horizontal que a prende ao ponto A de uma parede fixa. A tração na referida corda possui
módulo de:
25
a) 𝑁
2

b) 25 𝑁
c) 25√3 𝑁
25
d) 𝑁
4
25
e) 2
√3 𝑁
(EFOMM – 2015)

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 80


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Duas pessoas tentam desempacar uma mula, usando uma corda longa amarrada no animal. Uma
delas puxa com força 𝐹𝐴 , cuja intensidade é de 200 𝑁, e a outra com força 𝐹𝐵 . Ambas desejam
mover a mula apenas na direção perpendicular à linha horizontal representada na figura dada por
𝐹𝑅 . Considere que os ângulos são os dados na figura, que a mula está no ponto 𝑃 e que essas
pessoas, após um tempo de 0,1 micros século, conseguem finalmente mover o animal na direção
desejada. Pode-se afirmar, em valores aproximados, que a intensidade da força 𝐹𝐵 aplicada e o
tempo em minutos levado para mover o animal são, respectivamente,
a) 230 N e 25 min. b) 230 N e 5 min. c) 348 N e 25 min.
d) 348 N e 5 min. e) 348 N e 15 min.
(EFOMM – 2013)
Na máquina de Atwood representada na figura 𝑀1 = 2,0 𝑘𝑔 e 𝑀2 = 3,0 𝑘𝑔. Assumindo que o fio é
inextensível e tem massa desprezível, assim como a polia, a tração no fio, em newtons, é
Dado: 𝑔 = 10 𝑚/𝑠 2 .

a) 6,0
b) 9,0
c) 12
d) 18
e) 24
(EFOMM – 2008)

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 81


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Parte do núcleo de um reator nuclear, de massa 2,3 toneladas, deve ser suspenso por dois cabos
para manutenção, conforme diagrama acima. A razão entre as tensões 𝑇1 e 𝑇2 nos cabos de
sustentação é, aproximadamente,
Dados: 𝑠𝑒𝑛 45° = cos 45° = 0,707, 𝑠𝑒𝑛 60° = 0,866 e cos 60° = 0,5.
a) 0,707 b) 0,810 c) 0,931 d) 1,056 e) 2,441
(EsPCEx – 2015)
Um cilindro maciço e homogêneo de peso igual a 1000 𝑁 encontra-se apoiado, em equilíbrio, sobre
uma estrutura composta de duas peças rígidas e iguais, 𝐷𝐵 e 𝐸𝐴, de pesos desprezíveis, que formam
entre si um ângulo de 90°, e estão unidas por um eixo articulado em 𝐶. As extremidades 𝐴 e 𝐵 estão
apoiadas em um solo plano e horizontal. O eixo divide as peças de tal modo que 𝐷𝐶 = 𝐸𝐶 e 𝐶𝐴 =
𝐶𝐵, conforme a figura abaixo.
Um cabo inextensível e de massa desprezível encontra-se na posição horizontal em relação ao solo,
unindo as extremidades 𝐷 e 𝐸 das duas peças. Desprezando o atrito no eixo articulado e o atrito
das peças com o solo e do cilindro com as peças, a tensão no cabo 𝐷𝐸 é:
Dados: cos 45° = 𝑠𝑒𝑛 45° = √2/2 e 𝑔⃗ é a aceleração da gravidade.
a) 200 𝑁
b) 400 𝑁
c) 500 𝑁
d) 600 𝑁
e) 800 𝑁

(Simulado AFA)
A figura abaixo mostra um bloco de 2 kg preso a uma polia móvel, interligada aos blocos A e C. As
massas de A e de C valem, respectivamente, 2 kg e 6 kg. Se o sistema é abandonado do repouso,
enquanto tempo o bloco A leva para percorrer 5 m sobre o bloco C?
Despreze eventuais forças de atrito.

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 82


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a) 1 s b) 2 s c) 3 s d) 4 s
(Simulado AFA)

Na figura acima, uma carga de massa 𝑚 está sobre uma superfície lisa de um plano inclinado com
ângulo 𝜃. A carga está conectada a uma polia móvel, a qual está ligada a uma polia fixa. Essa polia
fixa é puxada em uma de suas extremidades por uma força constante horizontal 𝐹. Assumindo que
todas as cordas de conexão e todas as polias são ideais, sobre o movimento da carga, é válido afirmar
que:
𝐹
(A) Se 𝑠𝑒𝑛𝜃 = 𝑚𝑔, a carga estará em equilíbrio.
2𝐹
(B) Se 𝑐𝑜𝑠𝜃 = 𝑚𝑔, a carga estará em equilíbrio.
2𝐹
(C) Se 𝑠𝑒𝑛𝜃 < 𝑚𝑔, a carga subirá o plano.
𝐹
(D) Se 𝑠𝑒𝑛𝜃 > 𝑚𝑔: a carga descerá o plano.

(Simulado EFOMM)
Um bloco de 20 kg está em repouso preso a uma mola e uma polia móvel, conforme figura abaixo.

Sabendo que a mola tem constante elástica de 50 N/cm e ela está comprimida de 3 cm, então o peso
da polia móvel é igual a:
(A) 50 N (B) 100 N (C) 150 N (D) 200 N (E) 250 N

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 83


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(Simulado EN)

Dois blocos iguais de mesma massa 𝑚 estão ligados por uma corda ideal, como na figura acima.
Após o sistema ser abandonado do repouso, a distância percorrida por A até que ele pare pela
primeira vez é de:
Considere que:
- 𝑔 = 10 𝑚/𝑠 2 .
- cos(53°) = 0,6.
a) 1 𝑚 b) 1,125 𝑚 c) 1,25 𝑚 d) 1,5 𝑚 e) 1,75 𝑚
(Simulado EN)
Um sistema mecânico é formado pelos blocos de massa 𝑚1 e 𝑚2 , conforme figura abaixo. As polias
e as cordas são ideais. A aceleração do bloco 𝑚1 é igual a:

(𝑚1 𝑠𝑒𝑛(𝜃)−2𝑚2 ) (2𝑚1 𝑠𝑒𝑛(𝜃)−𝑚2 ) (2𝑚1 𝑠𝑒𝑛(𝜃)−𝑚2 )


(A) 𝑔 (B) 𝑔 (C) 𝑔
𝑚1 +2𝑚2 𝑚1 +2𝑚2 2𝑚1 +𝑚2
2(2𝑚1 𝑠𝑒𝑛(𝜃)−𝑚2 ) 2(2𝑚1 𝑠𝑒𝑛(𝜃)−𝑚2 )
(D) 𝑔 (E) 𝑔
4𝑚1 +𝑚2 𝑚1 +4𝑚2

(Simulado EN)
Em uma extremidade livre de um corda, uma pessoa desloca o ponto de 6 cm para baixo. As molas
e as polias são ideais.

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 84


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Chamando de Δ𝑥1 a deformação da mola 1 e Δ𝑥2 a deformação da mola 2, então os valores de Δ𝑥1
e Δ𝑥2 , valem, respectivamente.
Considere que 𝑘1 = 4𝑘2 , em que 𝑘1 é a constante elástica da mola na vertical e 𝑘2 é a constante
elástica da mola na horizontal.
(A) 1,5 cm e 1,5 cm (B) 3 cm e 1,5 cm (C) 1,5 cm e 3 cm
(D) 3 cm e 3 cm (E) 2 cm e 2 cm
(Simulado EN)

Na situação referente à figura acima, um bloco de 80 𝑔 está sendo puxado por uma força constante
𝐹 = 1 𝑁. Se o fio é inextensível, o plano horizontal é liso, e a polia é ideal, com que aceleração estará
𝑚
movendo-se o bloco no instante em que saltar do plano? Considere 𝑔 = 10 𝑠2
𝑚 𝑚 𝑚 𝑚 𝑚
(A) 7,5 (B) 10 (C) 5 (D) 12,5 (E) 2,5
𝑠2 𝑠2 𝑠2 𝑠2 𝑠2

(Simulado AFA)
Um corpo é abandonado do ponto O, descendo um plano inclinado sem atrito, conforme figura
abaixo. Para que o corpo desça o plano inclinado no menor intervalo de tempo possível, o valor de
𝐻 é igual a:

(A) 𝐿/2 (B) 𝐿 (C) 𝐿√2 (D) 𝐿/√2


(Simulado AFA)
A figura abaixo mostra um sistema em equilíbrio. Em um dado instante, uma tesoura corta uma das
cordas que prende o bloco A a uma parede vertical. O módulo da aceleração do bloco A,
imediatamente após ter cortado a corda, em m/s², é de:

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 85


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Considere: 𝑚𝐴 = 16 𝑘𝑔, 𝑚𝐵 = 6 𝑘𝑔 e sen(37°) = 0,6.

(A) 2,5 (B) 7,5 (C) 3,0 (D) 5,0


(Simulado AFA)
Um bloco está sobre um plano inclinado de 37°, conforme a figura abaixo. Sabe-se que a sua massa
é de 20 kg e é aplicada uma força horizontal F de intensidade igual a 250 N. Dessa forma, a
aceleração do bloco, em m/s², é de:

(A) 3 (B) 4 (C) 5 (D) 6


(Simulado EFOMM)
Um pintor, cuja massa é de 72 kg, trabalha utilizando uma plataforma e deseja elevar-se. Para isso,
ele começa a puxar a corda de tal forma que a força exercida pela plataforma sobre o pintor tem
intensidade de 400 N. Sabe-se que a platafroma tem uma massa de 12 kg. Adotando 𝑔 = 10 𝑚/𝑠²,
a aceleração do pinntor, em m/s², é de:

(A) 10/3 (B) 4 (C) 5 (D) 13/3 (E) 3


(Simulado ITA)
No sistema mostrado na figura abaixo, a massa do bloco vale 2 𝑘𝑔 e da partícula suspensa vale
500 𝑔. O plano inclinado é fixo, a polia e o fio são ideais e não existe nenhum tipo de atrito.
Inicialmente, o bloco está no topo e a partícula a uma distância 𝑑 = 8 𝑚 abaixo dele. Sabendo que

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 86


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os corpos são liberados do repouso, determine o intervalo de tempo em que a distância entre os
corpos será mínima.

(A) 1 𝑠 (B) 2 𝑠 (C) 4 𝑠 (D) √3 𝑠 (E) 2√3 𝑠

7. Gabarito sem comentários nível 2


1. C 12. C

2. A 13. B

3. A 14. D

4. D 15. C

5. E 16. A

6. D 17. B

7. E 18. D

8. A 19. B

9. C 20. A

10. B 21. B

11. C

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 87


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8. Lista de questões nível 2 comentada


(AFA – 2020)
O sistema ilustrado na figura abaixo é composto de três blocos, A, B e C, de dimensões desprezíveis
e de mesma massa, duas roldanas e dois fios, todos ideais. Quando o sistema é abandonado, a partir
da configuração indicada na figura, o bloco A passa, então, a deslizar sobre o plano horizontal da
mesa, enquanto os blocos B e C descem na vertical e a tração estabelecida no fio que liga os blocos
A e B vale 𝑇𝐵 . Em determinado instante, o bloco C se apoia sobre uma cadeira, enquanto B continua
descendo e puxando A, agora através de uma tração 𝑇𝐵′ . Desprezando quaisquer resistências
𝑇′
durante o movimento dos blocos, pode-se afirmar que a razão 𝑇𝐵 vale
𝐵

1 3
(A) 3 (B) 1 (C) 2 (D) 2

Comentários:

Antes de B se apoiar na cadeira, temos:

Bloco B:

𝑚𝑔 − 𝑇𝐵 = 𝑚𝑎 → 𝑇𝐵 = 𝑚(𝑔 − 𝑎)

Bloco C:

𝑚𝑔 − 𝑇𝑐 = 𝑚𝑎 → 𝑇𝐶 = 𝑚(𝑔 − 𝑎)

Bloco A:

𝑇𝐵 + 𝑇𝐶 = 𝑚𝑎

2𝑔
2𝑚(𝑔 − 𝑎) = 𝑚𝑎 → 𝑎 =
3

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 88


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𝑚𝑔
𝑇𝐵 =
3

Depois que o bloco B se apoia na cadeira, temos:

Bloco B:

𝑚𝑔 − 𝑇𝐵′ = 𝑚𝑎′ → 𝑇𝐵′ = 𝑚(𝑔 − 𝑎′ )

Bloco A:

𝑇𝐵′ = 𝑚𝑎′

𝑚(𝑔 − 𝑎′ ) = 𝑚𝑎′
𝑔
𝑎′ =
2
𝑚𝑔
𝑇𝐵′ =
2

Consequentemente:

𝑇𝐵′ 3
=
𝑇𝐵 2

Gabarito: C

(AFA – 2010)
Um vagão movimenta-se sobre trilhos retos e horizontais obedecendo à equação horária 𝑆 = 20𝑡 −
5𝑡 2 (SI). Um fio ideal tem uma de suas extremidades presa ao teto do vagão e, na outra, existe uma
esfera formando um pêndulo. As figuras que melhor representam as configurações do sistema
vagão-pêndulo de velocidade 𝑣⃗ e aceleração 𝑎⃗, nos instantes 1 s, 2 s e 3 s, são respectivamente

a)

b)

c)

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 89


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d)

Comentários:

Dada a equação horária do espaço, podemos determinar a função horária da velocidade por
comparação:

𝑆 = 20𝑡 − 5𝑡 2 𝑎
{ 𝑎𝑡 2 → 𝑆0 = 0, 𝑣0 = 20 𝑚/𝑠, = −5 𝑜𝑢 𝑎 = −10 𝑚/𝑠 2
𝑆 = 𝑆0 + 𝑣0 𝑡 + 2
2

Logo, a função horária da velocidade é de:

𝑣 = 𝑣0 + 𝑎𝑡

𝑣 = 20 − 10𝑡

Para cada instante de tempo, temos as seguintes velocidades:

𝑡 = 1 𝑠 → 𝑣(1) = 20 − 10 ⋅ 1 = 10 𝑚/𝑠
{ 𝑡 = 2 𝑠 → 𝑣(2) = 20 − 10 ⋅ 2 = 0
𝑡 = 3 → 𝑣(3) = 20 − 10 ⋅ 3 = −10 𝑚/𝑠

Se o corpo possui uma função horária dada por uma função são do segundo grau, sabendo que ele
está descrevendo um movimento uniformemente variado, com aceleração igual a −10 𝑚/𝑠 2 . Portanto,
a aceleração sempre terá o mesmo sentido.

Devemos notar ainda que em 𝑡 = 2 𝑠, a velocidade é nula, portanto, somente as letras a) e b)


podem estarem corretas.

Se o vagão está em um movimento uniformemente variado, devemos notar que o pêndulo não
pode permanecer na vertical, pois não haveria uma componente horizontal, que seria responsável pelo
movimento uniformemente variado da massa pendular. Logo, a letra b) está errada, já que a massa
pendular permanece na vertical.

Gabarito: A
(EN – 2019)
A figura representa o perfil de um plano inclinado de um ângulo 𝜃 no qual estão fixas duas polias
ideais de modo que o trecho de fio 1 é horizontal e o trecho de fio 2 é paralelo ao plano inclinado.
Os fios são ideais e os atritos são desprezíveis. Sabendo-se que os blocos A e B têm o mesmo peso
P, qual deve ser o peso do bloco C para que o sistema permaneça em equilíbrio?

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 90


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a) 𝑃(𝑠𝑒𝑛 𝜃 + cos 𝜃) b) 𝑃(𝑠𝑒𝑛 𝜃 − cos 𝜃) c) 2𝑃 ⋅ 𝑠𝑒𝑛 𝜃


𝑃
d) 2𝑃 ⋅ cos 𝜃 e) 2 ⋅ (𝑠𝑒𝑛 𝜃 + cos 𝜃)

Comentários:

Fazendo o diagrama de forças, temos:

Dado que o sistema está em equilíbrios, na direção normal, temos:

𝑇2 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(𝜃) + 𝑁 = 𝑃𝐴 ⋅ cos(𝜃)

Na direção tangente:

𝑇1 = 𝑇2 ⋅ cos(𝜃) + 𝑃𝐴 ⋅ 𝑠𝑒𝑛 (𝜃)

Além disso, para 𝐵 e 𝐶, devemos ter:

𝑃𝐵 = 𝑇2 e 𝑃𝐶 = 𝑇1

Se 𝑃𝐴 = 𝑃𝐵 = 𝑃, vem:

𝑇2 = 𝑃

𝑃𝐶 = 𝑃 ⋅ 𝑐𝑜𝑠 (𝜃) + 𝑃 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(𝜃)

𝑃𝐶 = 𝑃(cos(𝜃) + 𝑠𝑒𝑛(𝜃))

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 91


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Gabarito: A
(EN – 2016)
Analise a figura abaixo.

Na figura acima, tem-se um bloco de massa 𝑚 que se encontra sobre um plano inclinado sem atrito.
Esse bloco está ligado à parte superior do plano por um fio ideal. Sendo assim, assinale a opção que
pode representar a variação do módulo das três forças que atuam sobre o bloco em função do
ângulo de inclinação 𝜃.

a) d)

b) e)

c)

Comentários:

Escrevendo as forças no corpo, temos:

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 92


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Assim, decompondo as forças, vem:

𝑁 = 𝑃 ⋅ 𝑐𝑜𝑠(𝜃) e 𝑇 = 𝑃 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(𝜃)

Devemos notar que a força peso é constante, já que ela é o produto da massa e a aceleração da
gravidade.

Para 𝜃 = 0°, a normal é igual ao peso e a tração deve ser nula. Assim, eliminamos as letras a) e b).
Como as funções seno e cosseno não são lineares, podemos descartar a letra e). Quando 𝜃 = 45°, temos
𝑠𝑒𝑛(𝜃) = cos(𝜃) = √2/2 ≅ 0,7. Portanto, a normal e a tração são aproximadamente 70% do peso, como
na letra d).

Gabarito: D
(EFOMM – 2018)
A figura que se segue mostra uma plataforma, cuja massa é de 100 kg, com um ângulo de inclinação
de 30° em relação à horizontal, sobre a qual um bloco de 5 kg de massa desliza sem atrito. Também
não há atrito entre a plataforma e o chão, de modo que poderia haver movimento relativo entre o
sistema e o solo. Entretanto, a plataforma é mantida em repouso em relação ao chão por meio de
uma corda horizontal que a prende ao ponto A de uma parede fixa. A tração na referida corda possui
módulo de:
25
a) 𝑁
2

b) 25 𝑁
c) 25√3 𝑁
25
d) 𝑁
4
25
e) 2
√3 𝑁

Comentários:

Fazendo o diagrama de forças no sistema, temos:

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 93


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Decompondo a normal no bloco de massa 𝑀 nas direções 𝑥 e 𝑦, temos:

𝑁𝑀𝑚 𝑥 = 𝑁𝑀𝑚 ⋅ 𝑠𝑒𝑛 𝜃

𝑁𝑀𝑚 𝑦 = 𝑀𝑀𝑛 ⋅ cos 𝜃

Olhando apenas para 𝑚, podemos determinar o módulo de 𝑁𝑀𝑚 , que é para ação-reação de 𝑁𝑚𝑀 :

𝑁𝑚𝑀 = 𝑚 ⋅ 𝑔 ⋅ cos 𝜃

Conforme visto no exemplo do plano inclinado. Assim, para que o corpo de massa 𝑀 permaneça
em equilíbrio na direção 𝑥, devemos ter que:

𝑇 = 𝑁𝑀𝑚 𝑥

𝑇 = 𝑁𝑀𝑚 ⋅ 𝑠𝑒𝑛 𝜃

𝑇 = 𝑚 ⋅ 𝑔 ⋅ cos 𝜃 ⋅ 𝑠𝑒𝑛 𝜃

Substituindo valores, temos:

𝑇 = 5 ⋅ 10 ⋅ cos 30° ⋅ 𝑠𝑒𝑛 30°

√3 1
𝑇 = 5 ⋅ 10 ⋅ ⋅
2 2

25√3
𝑇= 𝑁
2

Gabarito: E
(EFOMM – 2015)

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 94


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Duas pessoas tentam desempacar uma mula, usando uma corda longa amarrada no animal. Uma
delas puxa com força 𝐹𝐴 , cuja intensidade é de 200 𝑁, e a outra com força 𝐹𝐵 . Ambas desejam
mover a mula apenas na direção perpendicular à linha horizontal representada na figura dada por
𝐹𝑅 . Considere que os ângulos são os dados na figura, que a mula está no ponto 𝑃 e que essas
pessoas, após um tempo de 0,1 micros século, conseguem finalmente mover o animal na direção
desejada. Pode-se afirmar, em valores aproximados, que a intensidade da força 𝐹𝐵 aplicada e o
tempo em minutos levado para mover o animal são, respectivamente,
a) 230 N e 25 min. b) 230 N e 5 min. c) 348 N e 25 min.
d) 348 N e 5 min. e) 348 N e 15 min.

Comentários:

De acordo com o diagrama de força em questão, podemos decompor as forças 𝐹𝐴 e 𝐹𝐵 da seguinte


forma:

Em 𝑥, temos:

𝐹𝐴 ⋅ cos 30° = 𝐹𝐵 ⋅ cos 60°

1
200 ⋅ 0,87 = 𝐹𝐵 ⋅
2

𝐹𝐵 = 348 𝑁

Convertendo o tempo para minutos, temos:

𝑡 = 0,1 ⋅ 10−6 ⋅ 100 ⋅ 365 ⋅ 24 ⋅ 60 = 5,26 𝑚𝑖𝑛

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 95


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Gabarito: D
(EFOMM – 2013)
Na máquina de Atwood representada na figura 𝑀1 = 2,0 𝑘𝑔 e 𝑀2 = 3,0 𝑘𝑔. Assumindo que o fio é
inextensível e tem massa desprezível, assim como a polia, a tração no fio, em newtons, é
Dado: 𝑔 = 10 𝑚/𝑠 2 .

a) 6,0
b) 9,0
c) 12
d) 18
e) 24

Comentários:

Fazendo o diagrama de forças, temos:

𝑀2 ⋅ 𝑔 − 𝑇 = 𝑀2 ⋅ 𝑎

𝑇 − 𝑀1 ⋅ 𝑔 = 𝑀1 ⋅ 𝑎

Dividindo as duas equações, temos:

30 − 𝑇 3
=
𝑇 − 20 2

2 ⋅ 30 − 2𝑇 = 3𝑇 − 3 ⋅ 20

5𝑇 = 60 + 60

𝑇 = 24 𝑁

Gabarito: E
(EFOMM – 2008)

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 96


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Parte do núcleo de um reator nuclear, de massa 2,3 toneladas, deve ser suspenso por dois cabos
para manutenção, conforme diagrama acima. A razão entre as tensões 𝑇1 e 𝑇2 nos cabos de
sustentação é, aproximadamente,
Dados: 𝑠𝑒𝑛 45° = cos 45° = 0,707, 𝑠𝑒𝑛 60° = 0,866 e cos 60° = 0,5.
a) 0,707 b) 0,810 c) 0,931 d) 1,056 e) 2,441

Comentários:

De acordo com o diagrama de forças, temos:

- Na direção 𝑦:

𝑇1 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(45°) + 𝑇2 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(60°) = 𝑃

- Na direção 𝑥:

𝑇1 ⋅ cos(45°) = 𝑇2 ⋅ cos(60°)

Logo:

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 97


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𝑇1 √2 𝑇2
=
2 2

𝑇1 1 √2
= = ≅ 0,7
𝑇2 √2 2

Gabarito: A
(EsPCEx – 2015)
Um cilindro maciço e homogêneo de peso igual a 1000 𝑁 encontra-se apoiado, em equilíbrio, sobre
uma estrutura composta de duas peças rígidas e iguais, 𝐷𝐵 e 𝐸𝐴, de pesos desprezíveis, que formam
entre si um ângulo de 90°, e estão unidas por um eixo articulado em 𝐶. As extremidades 𝐴 e 𝐵 estão
apoiadas em um solo plano e horizontal. O eixo divide as peças de tal modo que 𝐷𝐶 = 𝐸𝐶 e 𝐶𝐴 =
𝐶𝐵, conforme a figura abaixo.
Um cabo inextensível e de massa desprezível encontra-se na posição horizontal em relação ao solo,
unindo as extremidades 𝐷 e 𝐸 das duas peças. Desprezando o atrito no eixo articulado e o atrito
das peças com o solo e do cilindro com as peças, a tensão no cabo 𝐷𝐸 é:
Dados: cos 45° = 𝑠𝑒𝑛 45° = √2/2 e 𝑔⃗ é a aceleração da gravidade.
a) 200 𝑁
b) 400 𝑁
c) 500 𝑁
d) 600 𝑁
e) 800 𝑁

Comentários:

Escrevendo as forças no cilindro, temos:

Analisando a simetria do problema, podemos decompor as forças na direção 𝑥 e 𝑦, temos:

a) Na direção 𝑥:

𝑁𝐶𝐸 ⋅ cos 45° = 𝑁𝐷𝐶 ⋅ 𝑠𝑒𝑛 45°

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 98


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√2 √2
𝑁𝐶𝐸 ⋅ = 𝑁𝐷𝐶 ⋅
2 2

𝑁𝐶𝐸 = 𝑁𝐷𝐶

A partir de agora, chamaremos 𝑁𝐶𝐸 e 𝑁𝐷𝐶 de 𝑁.

b) Na direção 𝑦:

𝑁𝐶𝐸 ⋅ 𝑠𝑒𝑛 45° + 𝑁𝐷𝐶 ⋅ cos 45° = 𝑃

√2 √2
𝑁⋅ +𝑁⋅ = 𝑃 ⇒ 𝑁 ⋅ √2 = 𝑃
2 2

𝑃
𝑁=
√2

Na estrutura, temos:

Na direção da tração, para que a barra DC permaneça em equilíbrio, devemos ter:

𝑁 ⋅ 𝑠𝑒𝑛 45° = 𝑇

𝑃 √2
𝑇= ⋅
√2 2
𝑃 1000
𝑇= ⇒𝑇=
2 2

𝑇 = 500 𝑁

Gabarito: C
(Simulado AFA)
A figura abaixo mostra um bloco de 2 kg preso a uma polia móvel, interligada aos blocos A e C. As
massas de A e de C valem, respectivamente, 2 kg e 6 kg. Se o sistema é abandonado do repouso,
enquanto tempo o bloco A leva para percorrer 5 m sobre o bloco C?
Despreze eventuais forças de atrito.

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 99


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a) 1 s b) 2 s c) 3 s d) 4 s
Comentários:
Para o bloco A, apenas existe tração na direção horizontal, então:
𝑇 = 𝑚𝐴 ⋅ 𝑎𝐴
𝑇
𝑎𝐴 = (𝑒𝑞. 1)
2
Para o bloco C, apenas a tração 𝑇 é a força na direção horizontal, então:
𝑇 = 𝑚𝐶 ⋅ 𝑎𝐶
𝑇
𝑎𝐶 = (𝑒𝑞. 2)
6
Isolando a polia móvel, temos:

Além disso, pelo vínculo geométrico na polia móvel, sabemos que:


𝑎𝐴 + 𝑎𝐶
𝑎𝐵 = (𝑒𝑞. 3)
2
Para o movimento vertical de B, temos:
𝑚𝐵 ⋅ 𝑔 − 2𝑇 = 𝑚𝐵 ⋅ 𝑎𝐵
2 ⋅ 10 − 2𝑇 = 2 ⋅ 𝑎𝐵
𝑎𝐵 = 10 − 𝑇(𝑒𝑞. 4)
Substituindo as acelerações em 3, vem:
𝑇 𝑇
2 ⋅ (10 − 𝑇) = +
2 6
𝑇 = 7,5 𝑁
Portanto:

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 100


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𝑎𝐴 = 3,75 𝑚/𝑠 2
𝑎𝐵 = 2,5 𝑚/𝑠 2
𝑎𝐶 = 1,25 𝑚/𝑠 2
Agora, devemos analisar o movimento acelerado de A e de C, que deve se mover na mesma
direção de A. Esquematicamente, temos:

Lembre-se que o sistema parte do repouso. Logo, temos:


𝑒𝐴 = 𝑒𝐶 + 𝑑
𝑎𝐴 𝑡 2 𝑎𝑐 𝑡 2
= +𝑑
2 2
Note que a distância de 5 metros fornecida no enunciado é o quanto A anda sobre C, não
o quanto A anda em relação a Terra. Portanto:
3,75 ⋅ 𝑡 2 1,25 ⋅ 𝑡 2
− =5
2 2
2,5𝑡 2 = 10
𝑡 =2𝑠
Gabarito: B
(Simulado AFA)

Na figura acima, uma carga de massa 𝑚 está sobre uma superfície lisa de um plano inclinado com
ângulo 𝜃. A carga está conectada a uma polia móvel, a qual está ligada a uma polia fixa. Essa polia
fixa é puxada em uma de suas extremidades por uma força constante horizontal 𝐹. Assumindo que
todas as cordas de conexão e todas as polias são ideais, sobre o movimento da carga, é válido afirmar
que:
𝐹
(A) Se 𝑠𝑒𝑛𝜃 = 𝑚𝑔, a carga estará em equilíbrio.
2𝐹
(B) Se 𝑐𝑜𝑠𝜃 = 𝑚𝑔, a carga estará em equilíbrio.
2𝐹
(C) Se 𝑠𝑒𝑛𝜃 < 𝑚𝑔, a carga subirá o plano.

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 101


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𝐹
(D) Se 𝑠𝑒𝑛𝜃 > 𝑚𝑔: a carga descerá o plano.

Comentários:
Note que como as polias são ideais, conclui-se que a tração no fio que puxa a carga é 2𝐹.
Assim, na direção do plano, temos:
𝑚𝑎 = 2𝐹 − 𝑚𝑔𝑠𝑒𝑛𝜃
Daí, temos:
2𝐹
 Se 𝑠𝑒𝑛𝜃 = : a carga estará em equilíbrio.
𝑚𝑔
2𝐹
 Se 𝑠𝑒𝑛𝜃 > : a carga descerá o plano.
𝑚𝑔
2𝐹
 Se 𝑠𝑒𝑛𝜃 < : a carga subirá o plano.
𝑚𝑔

Gabarito: C
(Simulado EFOMM)
Um bloco de 20 kg está em repouso preso a uma mola e uma polia móvel, conforme figura abaixo.

Sabendo que a mola tem constante elástica de 50 N/cm e ela está comprimida de 3 cm, então o peso
da polia móvel é igual a:
(A) 50 N (B) 100 N (C) 150 N (D) 200 N (E) 250 N
Comentários:
Fazendo o diagrama de corpo livre, temos:

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 102


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Em que 𝐹𝐸 é a força elástica e 𝑊𝑃𝐹 é o peso da polia. O módulo da força elástica 𝐹𝐸 é dado
por:
𝐹𝐸 = 𝑘 ⋅ Δ𝑥
𝐹𝐸 = 50 ⋅ 3 = 150 𝑁
Analisando o bloco de 5 kg, temos:
2𝑇 = 𝐹𝐸 + 50
2𝑇 = 150 + 50
𝑇 = 100 𝑁
Agora, olhando para o bloco de 20 kg mais a polia móvel, temos:
2𝑇 + 𝐹𝐸 = 200 + 𝑊𝑃𝐹
200 + 150 = 200 + 𝑊𝑃𝐹
𝑊𝑃𝐹 = 150 𝑁
Gabarito: C
(Simulado EN)

Dois blocos iguais de mesma massa 𝑚 estão ligados por uma corda ideal, como na figura acima.
Após o sistema ser abandonado do repouso, a distância percorrida por A até que ele pare pela
primeira vez é de:
Considere que:
- 𝑔 = 10 𝑚/𝑠 2 .
- cos(53°) = 0,6.
a) 1 𝑚 b) 1,125 𝑚 c) 1,25 𝑚 d) 1,5 𝑚 e) 1,75 𝑚
Comentários:
Para o sistema em questão, sabendo que a força peso do bloco no plano inclinado, na
direção do plano é 𝑚𝑔𝑠𝑒𝑛(53°), podemos escrever que:
𝑇 − 𝑚 ⋅ 𝑔 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(53°) = 𝑚 ⋅ 𝑎 (𝑒𝑞. 1)
Como o fio é inextensível, o deslocamento de A tem que ser igual ao deslocamento de B,
em outras palavras, a aceleração de A é igual a aceleração de B. Logo, para o bloco B temos:

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 103


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𝑚 ⋅ 𝑔 − 𝑇 = 𝑚 ⋅ 𝑎(𝑒𝑞. 2)
Somando as duas equações, temos:
𝑚 ⋅ 𝑔 − 𝑚 ⋅ 𝑔 ⋅ 0,8 = 2𝑚 ⋅ 𝑎
𝑎 = 0,1𝑔 = 1 𝑚/𝑠 2
Assim, a velocidade dos blocos após B chegar ao chão (percorrer a distância de 1 m) é de:
𝑣 2 = 𝑣02 + 2 ⋅ 𝑎 ⋅ 𝑑
𝑣 2 = 02 + 2 ⋅ 1 ⋅ 1
𝑣 = √2 𝑚/𝑠
Após o bloco B chegar ao solo, o fio fica frouxo e o bloco A começa a subir o plano sem a
ação da tração no fio. Portanto, a única força que atua em A é a componente da força peso para
baixo do plano inclinado. Assim, o bloco A descreverá um movimento retardado, cuja aceleração
é dada por:
𝐹𝑅 = 𝑃 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(53°)
𝑚 ⋅ 𝑎′ = 𝑚 ⋅ 𝑔 ⋅ 0,8
𝑎′ = 8 𝑚/𝑠 2
Portanto, a distância percorrida por A nessa nova fase de movimento é de:
𝑣𝑓2 = 𝑣 2 + 2 ⋅ 𝑎′ ⋅ 𝑑 ′
2
0 = √2 + 2 ⋅ (⏟
−8) ⋅ 𝑑′
𝑚𝑜𝑣.𝑟𝑒𝑡𝑎𝑟𝑑𝑎𝑑𝑜

𝑑 ′ = 0,125 𝑚
Logo, a distância total percorrida por A é de:
Δ𝑆𝐴 = 1 + 0,125 = 1,125 𝑚
Gabarito: B
(Simulado EN)
Um sistema mecânico é formado pelos blocos de massa 𝑚1 e 𝑚2 , conforme figura abaixo. As polias
e as cordas são ideais. A aceleração do bloco 𝑚1 é igual a:

(𝑚1 𝑠𝑒𝑛(𝜃)−2𝑚2 ) (2𝑚1 𝑠𝑒𝑛(𝜃)−𝑚2 ) (2𝑚1 𝑠𝑒𝑛(𝜃)−𝑚2 )


(A) 𝑔 (B) 𝑔 (C) 𝑔
𝑚1 +2𝑚2 𝑚1 +2𝑚2 2𝑚1 +𝑚2

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 104


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2(2𝑚1 𝑠𝑒𝑛(𝜃)−𝑚2 ) 2(2𝑚1 𝑠𝑒𝑛(𝜃)−𝑚2 )


(D) 𝑔 (E) 𝑔
4𝑚1 +𝑚2 𝑚1 +4𝑚2

Comentários:
Fazendo o diagrama de forças, supondo a massa 𝑚1 maior que 𝑚2 de tal forma que a
massa 𝑚1 desce o plano inclinado, temos:

Pelo vínculo geométricos, sabemos que 𝑎1 = 2𝑎2 . Aplicando a segunda lei para o bloco 1,
vem:

𝑚1 𝑔𝑠𝑒𝑛(𝜃) − 𝑇 = 𝑚1 𝑎1 (𝑒𝑞. 1)
Para o bloco 2, temos:

2𝑇 − 𝑚2 𝑔 = 𝑚2 𝑎2 (𝑒𝑞. 2)
Substituindo a tração de 1 em 2, temos:
2(𝑚1 𝑔𝑠𝑒𝑛(𝜃) − 𝑚1 𝑎1 ) − 𝑚2 𝑔 = 𝑚2 𝑎2
Substituindo a aceleração 2, temos:
𝑚2 𝑎1
2𝑚1 𝑔𝑠𝑒𝑛(𝜃) − 2𝑚1 𝑎1 − 𝑚2 𝑔 =
2

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 105


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4𝑚1 + 𝑚2
𝑔(2𝑚1 𝑠𝑒𝑛(𝜃) − 𝑚2 ) = ( ) 𝑎1
2
2(2𝑚1 𝑠𝑒𝑛(𝜃) − 𝑚2 )
𝑎1 = 𝑔
4𝑚1 + 𝑚2
Gabarito: D
(Simulado EN)
Em uma extremidade livre de um corda, uma pessoa desloca o ponto de 6 cm para baixo. As molas
e as polias são ideais.

Chamando de Δ𝑥1 a deformação da mola 1 e Δ𝑥2 a deformação da mola 2, então os valores de Δ𝑥1
e Δ𝑥2 , valem, respectivamente.
Considere que 𝑘1 = 4𝑘2 , em que 𝑘1 é a constante elástica da mola na vertical e 𝑘2 é a constante
elástica da mola na horizontal.
(A) 1,5 cm e 1,5 cm (B) 3 cm e 1,5 cm (C) 1,5 cm e 3 cm
(D) 3 cm e 3 cm (E) 2 cm e 2 cm
Comentários:
Pela disposição das molas, temos a posição inicial e a posição final do sistema:

Pelo vínculo geométrico, então:


(Δ𝑥2 + (−𝑑 ))
Δ𝑥1 =
2
𝑑 = 2Δx1 + Δx2 (𝑒𝑞. 1)
Pela análise das forças, temos:

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 106


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Na mola 1, temos:
2𝑇 = 𝑘1 ⋅ Δ𝑥1
Na mola 2, temos:
𝑇 = 𝑘2 ⋅ Δ𝑥2
Dividindo as equações logo acima, temos:
2𝑇 (𝑘1 ⋅ Δ𝑥1 )
=
𝑇 (𝑘2 ⋅ Δ𝑥2 )
4𝑘2 ⋅ Δ𝑥1
2=
𝑘2 ⋅ Δ𝑥2
Δ𝑥2 = 2Δ𝑥1 (𝑒𝑞. 2)
Substituindo 2 em 1, vem:
𝑑 = 2Δ𝑥1 + 2Δ𝑥1
𝑑 6
Δ𝑥1 = =
4 4
Δ𝑥1 = 1,5 𝑐𝑚
E:
Δ𝑥2 = 2Δ𝑥1 = 3 𝑐𝑚
Gabarito: C
(Simulado EN)

Na situação referente à figura acima, um bloco de 80 𝑔 está sendo puxado por uma força constante
𝐹 = 1 𝑁. Se o fio é inextensível, o plano horizontal é liso, e a polia é ideal, com que aceleração estará
𝑚
movendo-se o bloco no instante em que saltar do plano? Considere 𝑔 = 10 𝑠2

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 107


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𝑚 𝑚 𝑚 𝑚 𝑚
(A) 7,5 (B) 10 (C) 5 (D) 12,5 (E) 2,5
𝑠2 𝑠2 𝑠2 𝑠2 𝑠2

Comentários:
O instante pedido é aquele em que o bloco “salta” do plano horizontal, isto é, perde o
contato com o mesmo (𝑁 = 0). Assim, sendo 𝜃 o ângulo que o fio faz com a horizontal nesse
instante, temos:
𝐹𝑠𝑒𝑛𝜃 = 𝑚𝑔 (𝑣𝑒𝑟𝑡𝑖𝑐𝑎𝑙)
𝑚𝑔
𝑠𝑒𝑛𝜃 = = 0,8
𝐹
Como cos2 𝜃 + 𝑠𝑒𝑛2 𝜃 = 1, segue que 𝑐𝑜𝑠𝜃 = 0,6.
Além disso:
𝐹𝑐𝑜𝑠𝜃 = 𝑚𝑎 (ℎ𝑜𝑟𝑖𝑧𝑜𝑛𝑡𝑎𝑙 )
𝐹𝑐𝑜𝑠𝜃 𝑚
𝑎= = 7,5 2
𝑚 𝑠
Gabarito: A
(Simulado AFA)
Um corpo é abandonado do ponto O, descendo um plano inclinado sem atrito, conforme figura
abaixo. Para que o corpo desça o plano inclinado no menor intervalo de tempo possível, o valor de
𝐻 é igual a:

(A) 𝐿/2 (B) 𝐿 (C) 𝐿√2 (D) 𝐿/√2

Comentários:

Fazendo a decomposição de forças no bloco, sabemos que na direção do plano inclinado ele desce
com aceleração 𝑔𝑠𝑒𝑛(𝛼). Assim, o deslocamento no plano inclinado é dado por:

1
Δ𝑥 = ⋅ 𝑔𝑠𝑒𝑛(𝛼) ⋅ 𝑡 2
2
1 𝐻
√𝐻 2 + 𝐿2 = ⋅𝑔⋅ ⋅ 𝑡2
2 2
√𝐻 + 𝐿2

2(𝐻 2 + 𝐿2 )
𝑡=√
𝑔𝐻

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 108


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Agora, vamos completar quadrado no numerador, para ficar uma expressão em H mais fácil de
analisar.

2(𝐻 2 + 𝐿2 − 2𝐻𝐿 + 2𝐻𝐿)


𝑡=√
𝑔𝐻

2(𝐿 − 𝐻)2 + 4𝐻𝐿


𝑡=√
𝑔𝐻

Note que para minimizar 𝑡, nós devemos minimizar o numerador. Como no numerador temos a
soma de dois termos positivos, então para que o tempo seja mínimo, 𝐿 − 𝐻 = 0, ou seja, 𝐻 = 𝐿.

Dessa forma o tempo é igual a:

𝐿
𝑡𝑚í𝑛 = 2√
𝑔

Gabarito: B
(Simulado AFA)
A figura abaixo mostra um sistema em equilíbrio. Em um dado instante, uma tesoura corta uma das
cordas que prende o bloco A a uma parede vertical. O módulo da aceleração do bloco A,
imediatamente após ter cortado a corda, em m/s², é de:
Considere: 𝑚𝐴 = 16 𝑘𝑔, 𝑚𝐵 = 6 𝑘𝑔 e sen(37°) = 0,6.

(A) 2,5 (B) 7,5 (C) 3,0 (D) 5,0

Comentários:

Antes de cortar a corda, temos o seguinte sistema em equilíbrio:

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 109


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Pelo triângulo das forças, temos:


𝑚𝐵 𝑔
𝑡𝑔(37°) =
𝑇
𝑚𝐵 𝑔
𝑇=
𝑡𝑔(37°)

Após cortar a corda, temos:

Aplicando a 2ª lei de Newton em A, temos:

𝑚𝐴 ⋅ 𝑎𝐴 = 𝑇

6 ⋅ 10
16𝑎𝐴 =
3
4

16𝑎𝐴 = 2 ⋅ 4 ⋅ 10

∴ 𝑎𝐴 = 5 𝑚/𝑠 2

Gabarito: D
(Simulado AFA)
Um bloco está sobre um plano inclinado de 37°, conforme a figura abaixo. Sabe-se que a sua massa
é de 20 kg e é aplicada uma força horizontal F de intensidade igual a 250 N. Dessa forma, a
aceleração do bloco, em m/s², é de:

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 110


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(A) 3 (B) 4 (C) 5 (D) 6

Comentários:

Fazendo o diagrama de corpo livre, já decompondo o peso e a força F, temos:

Logo, na direção 𝑥, temos:

𝐹𝑐𝑜𝑠(𝜃) − 𝑚𝑔𝑠𝑒𝑛(𝜃) = 𝑚𝑎

250 ⋅ cos(37°)
⏟ − 20 ⋅ 10 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(37°)
⏟ = 20 ⋅ 𝑎
=0,8 =0,6

250 ⋅ 0,8 − 200 ⋅ 0,6 = 20𝑎

200 − 120 = 20𝑎

20𝑎 = 80

∴ 𝑎 = 4 𝑚/𝑠 2

Gabarito: B
(Simulado EFOMM)
Um pintor, cuja massa é de 72 kg, trabalha utilizando uma plataforma e deseja elevar-se. Para isso,
ele começa a puxar a corda de tal forma que a força exercida pela plataforma sobre o pintor tem
intensidade de 400 N. Sabe-se que a platafroma tem uma massa de 12 kg. Adotando 𝑔 = 10 𝑚/𝑠²,
a aceleração do pinntor, em m/s², é de:

(A) 10/3 (B) 4 (C) 5 (D) 13/3 (E) 3

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 111


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Comentários:

Olhando para o sistema como um todo, temos:

Portanto:

2𝐹 − (72 + 12) ⋅ 10 = (72 + 12) ⋅ 𝑎

𝐹 = 42𝑎 + 420

Para o operador, temos:

Logo:

𝐹 + 400 − 72 ⋅ 10 = 72 ⋅ 𝑎

𝐹 = 72𝑎 + 320

Portanto:

42𝑎 + 420 = 72𝑎 + 320

100 = 30𝑎

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 112


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10
∴ 𝑎= 𝑚/𝑠 2
3

Gabarito: A
(Simulado ITA)
No sistema mostrado na figura abaixo, a massa do bloco vale 2 𝑘𝑔 e da partícula suspensa vale
500 𝑔. O plano inclinado é fixo, a polia e o fio são ideais e não existe nenhum tipo de atrito.
Inicialmente, o bloco está no topo e a partícula a uma distância 𝑑 = 8 𝑚 abaixo dele. Sabendo que
os corpos são liberados do repouso, determine o intervalo de tempo em que a distância entre os
corpos será mínima.

(A) 1 𝑠 (B) 2 𝑠 (C) 4 𝑠 (D) √3 𝑠 (E) 2√3 𝑠

Comentários:

Como o fio é ideal, seu comprimento se mantém constante. Assim, temos:

𝐷2 = (𝑑 − 𝑥)2 + 𝑥 2 − 2(𝑑 − 𝑥)𝑥𝑐𝑜𝑠60°

𝐷2 = 3𝑥 2 − 3𝑑𝑥 + 𝑑 2

Minimizando 𝐷2 e, portanto, 𝐷, segue:

𝑑
𝑥= = 4𝑚
2

Daí, como (𝑚 + 𝑀)𝑎 = 𝑀𝑔𝑠𝑒𝑛30° − 𝑚𝑔 → 𝑎 = 2 𝑚/𝑠 2 , temos:

𝑎𝑡 2
𝑥=
2

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 113


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2𝑡 2
4=
2

𝑡 = 2𝑠

Gabarito: B

9. Lista de questões nível 3


(Simulado AFA)
Um bloco se encontrar em repouso, apoiado sobre uma prancha. Em um dado momento começa a
agir uma força horizontal igual a 𝐹⃗ = 4 𝑖̂ 𝑁, de tal forma que após 2 segundos o bloco perde contato
com a prancha. Sabendo que a massa da prancha é de 10 kg e que todos os atritos são desprezíveis,
podemos afirmar que o comprimento da prancha é de:

a) 60 cm b) 70 cm c) 80 cm d) 90 cm e) 1 m
(ITA – 1982)
O plano inclinado da figura 4 tem massa 𝑀 e sobre ele se apoia um objeto de massa 𝑚. O ângulo de
inclinação é a e não há atrito nem entre o plano inclinado e o objeto, nem entre o plano inclinado e
o apoio horizontal. Aplica-se uma força 𝐹 horizontal ao plano inclinado e constata-se que o sistema
todo se move horizontalmente sem que o objeto deslize em relação ao plano inclinado. Podemos
afirmar que, sendo 𝑔 a aceleração da gravidade local:
a) 𝐹 = 𝑚𝑔
b) 𝐹 = (𝑀 + 𝑚)𝑔
c) F tem que ser infinitamente grande
d) 𝐹 = (𝑀 + 𝑚)𝑔 ∙ 𝑡𝑔𝛼
e) 𝐹 = 𝑀𝑔 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝛼
(ITA – 1986)
Na figura a seguir, as duas massas 𝑚1 = 1,0 𝑘𝑔 e 𝑚2 = 2,0 𝑘𝑔, estão ligadas por um fio de massa
desprezível que passa por uma polia também de massa desprezível, e raio R. Inicialmente 𝑚2 , é
colocada em movimento ascendente, gastando 0,20 segundos para percorrer a distância 𝑑 = 1,0 𝑚
indicada.Nessas condições 𝑚2 passará novamente pelo ponto “0” após aproximadamente:

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 114


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Obs: adotar para 𝑔 = 10,0 𝑚 ∙ 𝑠 −2.

a) 0,4 s b) 1,4 s c) 1,6 s d) 2,8 s e) 3,2 s


(ITA-2011)
Um corpo de massa 𝑀, inicialmente em repouso, é erguido por uma corda de massa desprezível até
uma altura 𝐻, onde fica novamente em repouso. Considere que a maior tração que a corda pode
suportar tenha módulo igual a 𝑛𝑀𝑔, em que 𝑛 > 1. Qual deve ser o menor tempo possível para ser
feito o erguimento desse corpo?
2𝐻 2𝑛𝐻 𝑛𝐻
a) √(𝑛−1)𝑔 b) √(𝑛−1)𝑔 c) √2(𝑛−1)2 𝑔

4𝑛𝐻 4𝑛𝐻
d) √(𝑛−2)𝑔 e) √(𝑛−1)𝑔

(Tópicos de Física)
Uma corda homogênea tem secção transversal constante e comprimento total L. A corda encontra-
se inicialmente em repouso, com um trecho de seu comprimento apoiado em uma mesa horizontal
e perfeitamente lisa, conforme indica a figura. Num determinado instante, a corda é abandonada,
adquirindo movimento acelerado. Não considerando a resistência do ar e assumindo para o módulo
da aceleração da gravidade o valor g, aponte a alternativa que apresenta como varia o módulo da
aceleração da corda em função do comprimento pendente x:

𝑥 𝑥 2 𝐿 𝑥 3
a) 𝑎 = 𝑔 ∙ (𝐿 ) b) 𝑎 = 𝑔 ∙ (𝐿 ) c) 𝑎 = 𝑔 ∙ (𝑥) d) 𝑎 = 𝑔 ∙ (𝐿 )

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 115


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e) Não existem elementos suficientes para determinar a aceleração, pois, não foi informada a
velocidade da corda.
(Física Clássica)
O carrinho da figura desliza no plano horizontal com aceleração 8,0 𝑚/𝑠 2 . O corpo A possui 4,0 𝑘𝑔
de massa e não há atrito entre o corpo e os planos de apoio. Sendo dado 𝑠𝑒𝑛𝜃 = 0,6 e 𝑔 =
10 𝑚/𝑠 2, determine a força horizontal que a a parede vertical exerce no corpo, considerando-o em
repouso em relação ao carrinho.

Na situação esquematizada na figura, o bloco A de massa 𝑚 está apoiado sobre o prisma B de massa
𝑀. O bloco A deverá ser mantido em repouso em relação ao prisma B. Para tanto, utiliza-se um fio
ideal paralelo à face do prisma inclinada de um ângulo 𝜃 em relação à superfície de apoio do sistema,
considerada plana e horizontal. Todos os atritos são desprezíveis e a aceleração da gravidade local
tem módulo 𝑔.

Aplica-se em B uma força constante horizontal 𝐹⃗ e o sistema é acelerado para a esquerda, admitindo
que A permanece em contato com B, determine a máxima intensidade admissível para 𝐹⃗ .
(ITA-SP)
Um homem cuja massa é 70 kg está sentado sobre um andaime pendurado num sistema de
roldanas. Ele se eleva puxando a corda que passa pela roldana fixa, conforme a figura. Considerando
𝑔 = 9,8 𝑚/𝑠 2 , desprezando os atritos, resistências e a massa do andaime e supondo que o homem
se eleva muito lentamente. Calcule a intensidade da força que ele precisa exercer.

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 116


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Física Clássica
Um atleta cuja massa é 𝑚, está sobre uma balança de molas, a qual está fixa num carrinho que pode
descer uma rampa sem atrito, como na figura.

Dados 𝑔 e 𝑠𝑒𝑛𝜃, determine a marcação da balança, supondo que seu marcador esteja calibrado em
newtons.
(OBF 2016)
Em uma obra é necessário baixar pilhas de entulho usando uma caçamba, uma polia e um cabo. O
material deve deixar o andar superior com velocidade nula e chegar ao térreo, situado 10,0 m
abaixo, também com velocidade nula. Em cada viagem, a caçamba transporta 50,0 kg de material e
o cabo utilizado pode se romper caso for submetido a uma tensão superior a 2000 N. Considere um
esquema que faz a viagem de descida no menor intervalo possível sujeito ainda à condição de
segurança que a tensão no cabo não ultrapasse 70% do seu valor de ruptura. Nesse esquema,
quanto tempo leva cada viagem de descida? (Considere desprezíveis as forças dissipativas e as
massas da polia, da caçamba e do cabo). Dado 𝑔 = 10 𝑚/𝑠 2 .
(Simulado ITA)
Uma esfera de massa 𝑚 é apoiada sobre uma semiesfera, conforme mostra a figura. Sabe-se que o
raio da esfera é metade do raio da semiesfera.

Desconsiderando as forças de atrito, sendo 𝑔 a aceleração da gravidade local, a força de tração na


corda para que o sistema permaneça em equilíbrio é igual a:
𝑚𝑔 𝑚𝑔 𝑚𝑔 𝑚𝑔
(A) (B) (C) 2𝑚𝑔 (D) (E)
2 √3 √2 √5

(Simulado CN)

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 117


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Na figura mostra acima, uma esfera de massa 𝑚 está presa por uma corda e não se move em relação
ao vagão, que desce um plano inclinado perfeitamente liso. Dessa forma, o ângulo 𝛽 é igual a:
a) 37° b) 30° c) 26,5° d) 15° e) 0°
(ITA-2013)
Num certo experimento, três cilindros idênticos encontram-se em contato pleno entre si, apoiados
sobre uma mesa e sob a ação de uma força horizontal 𝐹, constante, aplicada na altura do centro de
massa do cilindro da esquerda, perpendicularmente ao seu eixo, conforme a figura.
Desconsiderando qualquer tipo de atrito, para que os três cilindros permaneçam em contato entre
si, a aceleração 𝑎 provocada pela força deve ser tal que

𝑔 2𝑔 𝑔
a) 3√3 ≤ 𝑎 ≤ 𝑔/√3. b) 3√3 ≤ 𝑎 ≤ 4𝑔/√2. c) 2√3 ≤ 𝑎 ≤ 4𝑔/(3√3).
2𝑔 𝑔
d) 3√2 ≤ 𝑎 ≤ 3𝑔/(4√2). e) 2√3 ≤ 𝑎 ≤ 3𝑔/(4√3).

Determine as acelerações dos blocos, em função da gravidade.

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 118


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A figura mostra uma cunha A de massa 𝑀 em repouso sobre uma superfície horizontal lisa. Um
bloco B de massa 𝑚 é abandonado sobre a superfície inclinada em um ângulo 𝜃 com a horizontal.
Sabendo-se que a aceleração da gravidade vale 𝑔 e desprezando-se os atritos, determine as
acelerações da cunha em relação a terra e do bloco em relação a cunha.

Na figura a seguir, a barra A e massa 𝑚𝐴 está inicialmente em repouso sobre a cunha B de massa
𝑚𝐵 . Sabendo-se que os atritos são desprezíveis e que a aceleração da gravidade vale 𝑔, determine
as acelerações de A e de B.

No sistema representado na figura, não há atritos e o fio é ideal. Sabendo-se que a aceleração da
gravidade vale g e ignorando-se a influência do ar, calcule o intervalo de tempo que o corpo A leva
para atingir a base do corpo B quando abandonado de uma altura h em relação a B. Considere as
massas de A e de B iguais a m e M, respectivamente.

Na figura, após o pêndulo ser abandonado do repouso, sua inclinação α com a vertical permanece
constante. Determine a massa M do bloco e a sua aceleração em função da massa m da esfera, da
aceleração da gravidade g e do ângulo α. Considere o fio e a polia ideais e despreze os atritos.

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 119


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10. Gabarito sem comentários nível 3


1) D

2) D

3) E

4) B

5) A

6) 2,0 N

7) 𝐹 ≤ (𝑀 + 𝑚) ⋅ 𝑔 ⋅ 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝜃

8) 229 N

9) 𝑁 = 𝑚 ∙ 𝑔(1 − sen2 𝜃)

10) 1,76 s

11) E

12) E

13) A

14) 9𝑔/49 1𝑔/49 e −11𝑔/49

𝑚𝑔𝑠𝑒𝑛𝜃𝑐𝑜𝑠𝜃 (𝑚+𝑀)𝑔𝑠𝑒𝑛𝜃
15) 𝑎𝑚 = e 𝑎𝑀 =
𝑀+𝑚𝑠𝑒𝑛2 𝜃 𝑀+𝑚𝑠𝑒𝑛2 𝜃

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 120


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𝑚𝐴 𝑔 tg2 𝛼 𝑚𝐴 𝑔 tg 𝛼
16) 𝑚 e𝑚
𝐵 +𝑚𝐴 tg2 𝛼 𝐵 +𝑚𝐴 tg
2𝛼

(5𝑚+𝑀)ℎ
17) √ 2𝑚𝑔

𝑚(1−sen 𝛼)2
18) 𝑀 = e 𝑎 = 𝑔𝑡𝑔(𝛼)
sen 𝛼

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 121


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11. Lista de questões nível 3 comentada


(Simulado AFA)
Um bloco se encontrar em repouso, apoiado sobre uma prancha. Em um dado momento começa a
agir uma força horizontal igual a 𝐹⃗ = 4 𝑖̂ 𝑁, de tal forma que após 2 segundos o bloco perde contato
com a prancha. Sabendo que a massa da prancha é de 10 kg e que todos os atritos são desprezíveis,
podemos afirmar que o comprimento da prancha é de:

a) 60 cm b) 70 cm c) 80 cm d) 90 cm e) 1 m

Comentários:

Pelo diagrama de forças, como no bloco menor não existe força na direção horizontal, apenas na
vertical e inicialmente ele está em repouso, portanto ele permanece com velocidade nula, já que não há
forças atuando na direção horizontal.

Por outro lado, na prancha há uma força resultante na horizontal cujo módulo é igual a 4 N. Assim,
a aceleração da prancha na direção horizontal é dada por:

𝐹 = 𝐹𝑅

4=𝑚⋅𝑎

4 = 10 ⋅ 𝑎 ⇒ 𝑎 = 0,4 𝑚/𝑠 2

Para a condição do problema de quando o bloco irá perder contato com a prancha, temos:

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 122


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Assim, temos que:

𝑎𝑡 2
Δ𝑠𝑝𝑟𝑎𝑛𝑐ℎ𝑎 =
2

22
𝐿 − 0,1 = 0,4 ⋅
2

𝐿 = 0,9 𝑚 ∴ 𝐿 = 90 𝑐𝑚

Gabarito: D
(ITA – 1982)
O plano inclinado da figura 4 tem massa 𝑀 e sobre ele se apoia um objeto de massa 𝑚. O ângulo de
inclinação é a e não há atrito nem entre o plano inclinado e o objeto, nem entre o plano inclinado e
o apoio horizontal. Aplica-se uma força 𝐹 horizontal ao plano inclinado e constata-se que o sistema
todo se move horizontalmente sem que o objeto deslize em relação ao plano inclinado. Podemos
afirmar que, sendo 𝑔 a aceleração da gravidade local:
a) 𝐹 = 𝑚𝑔
b) 𝐹 = (𝑀 + 𝑚)𝑔
c) F tem que ser infinitamente grande
d) 𝐹 = (𝑀 + 𝑚)𝑔 ∙ 𝑡𝑔𝛼
e) 𝐹 = 𝑀𝑔 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝛼

Comentários:

Vamos fazer este exercício utilizando o conceito de força fictícia. Aplicando este conceito, temos
o seguinte diagrama de forças no bloco de massa 𝑚:

Fechando o triângulos das forças, vem:

Pela 𝑡𝑔𝛼, encontramos que:

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 123


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𝑚∙𝑎
𝑡𝑔𝛼 =
𝑚∙𝑔

𝑎 = 𝑔 ∙ 𝑡𝑔𝛼

Mas, como os dois blocos caminham juntos para a esquerda, podemos escrever a segunda lei de
Newton para o sistema:

𝐹 = 𝐹𝑅

𝐹 = (𝑚 + 𝑀) ∙ 𝑎 ∴ 𝐹 = (𝑚 + 𝑀) ∙ 𝑔 ∙ 𝑡𝑔𝛼

Gabarito: D
(ITA – 1986)
Na figura a seguir, as duas massas 𝑚1 = 1,0 𝑘𝑔 e 𝑚2 = 2,0 𝑘𝑔, estão ligadas por um fio de massa
desprezível que passa por uma polia também de massa desprezível, e raio R. Inicialmente 𝑚2 , é
colocada em movimento ascendente, gastando 0,20 segundos para percorrer a distância 𝑑 = 1,0 𝑚
indicada.Nessas condições 𝑚2 passará novamente pelo ponto “0” após aproximadamente:
Obs: adotar para 𝑔 = 10,0 𝑚 ∙ 𝑠 −2.

a) 0,4 s b) 1,4 s c) 1,6 s d) 2,8 s e) 3,2 s

Comentários:

A questão menciona que o bloco 2 é colocado em movimento ascendente. Vamos dizer que isso é
feito muito suavemente. Após colocar a massa dois, sabemos que a aceleração do sistema é dada por:
𝑚2 − 𝑚1
𝑎= ∙𝑔
𝑚2 + 𝑚1

Para os valores dados, temos que:


𝑔
𝑎=
3

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 124


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Dado o tempo que o bloco levou para percorrer 1 metro, podemos calcular a velocidade inicial,
quando o bloco 2 é colocado no sistema:

𝑎𝑦 ∙ 𝑡 2
Δ𝑦 = 𝑣0 ∙ 𝑡 −
2
𝑔
∙ 0,22
1 = 𝑣0 . 0,2 − 3
2
16
𝑣0 = 𝑚/𝑠
3

Trata-se de um lançamento na vertical com aceleração de módulo constante, então, podemos


calcular o tempo de subida pela equação horária da velocidade:

𝑣 = 𝑣0 + 𝑎𝑦 ∙ 𝑡

16 10
0= − ∙𝑡
3 3 𝑠𝑢𝑏𝑖𝑑𝑎

𝑡𝑠𝑢𝑏𝑖𝑑𝑎 = 1,6 𝑠

Logo o tempo total é:

𝑡𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 = 2𝑡𝑠𝑢𝑏𝑖𝑑𝑎

𝑡𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 = 3,2 𝑠

Gabarito: E
(ITA-2011)
Um corpo de massa 𝑀, inicialmente em repouso, é erguido por uma corda de massa desprezível até
uma altura 𝐻, onde fica novamente em repouso. Considere que a maior tração que a corda pode
suportar tenha módulo igual a 𝑛𝑀𝑔, em que 𝑛 > 1. Qual deve ser o menor tempo possível para ser
feito o erguimento desse corpo?
2𝐻 2𝑛𝐻 𝑛𝐻
a) √(𝑛−1)𝑔 b) √(𝑛−1)𝑔 c) √
2(𝑛−1)2 𝑔

4𝑛𝐻 4𝑛𝐻
d) √(𝑛−2)𝑔 e) √(𝑛−1)𝑔

Comentários:

Para o corpo ser erguido no menor tempo possível teremos que imprimir a maior aceleração
possível nele, lembrando, porém, que ele deve alcançar o fim do trajeto em repouso, então a força
exercida pela corda deve cessar em algum ponto antes do fim do movimento. Considere a representação
do movimento abaixo:

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 125


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𝐵 representa o corpo e 𝐴 o ponto onde a corda é puxada. Pela Segunda Lei de Newton:

𝑀𝑎 = 𝑇 − 𝑀𝑔

𝑇 = 𝑀(𝑎 + 𝑔) ≤ 𝑛𝑀𝑔 ⇒ 𝑎 ≤ (𝑛 − 1)𝑔

𝑎𝑚𝑎𝑥 = (𝑛 − 1)𝑔

Chamaremos esse de trecho 1 do movimento.

Quando a força for cessada o corpo terá uma aceleração negativa – 𝑔 da gravidade, chamaremos
esse de trecho 2 do movimento.

Chamaremos a velocidade do corpo no momento de transição entre o trecho 1 e 2 de 𝑣.

Pelo movimento do primeiro trecho, temos:

𝑣 = 𝑎𝑚𝑎𝑥 𝑡1

𝑣 = (𝑛 − 1)𝑔𝑡1 (𝑒𝑞. 1)

Pelo movimento do segundo trecho:

𝑣𝑓 = 𝑣0 − 𝑔𝑡 ⇒ 0 = 𝑣 − 𝑔𝑡2

𝑣 = 𝑔𝑡2 (𝑒𝑞 .2)

Igualando (1) e (2), obtemos:

𝑡2 = (𝑛 − 1)𝑡1

O tempo total é dado por:

𝑡
𝑡 = 𝑡1 + 𝑡2 ⇒ 𝑡1 = (𝑒𝑞. 3)
𝑛

Substituindo (3) em (1), temos:

𝑛−1
𝑣= 𝑔𝑡
𝑛

Graficamente:

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 126


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A área abaixo do gráfico é o deslocamento do corpo no intervalo:

1𝑛 − 1 2
𝐻= 𝑔𝑡
2 𝑛

2𝐻𝑛
𝑡=√
(𝑛 − 1)𝑔

Gabarito: B
(Tópicos de Física)
Uma corda homogênea tem secção transversal constante e comprimento total L. A corda encontra-
se inicialmente em repouso, com um trecho de seu comprimento apoiado em uma mesa horizontal
e perfeitamente lisa, conforme indica a figura. Num determinado instante, a corda é abandonada,
adquirindo movimento acelerado. Não considerando a resistência do ar e assumindo para o módulo
da aceleração da gravidade o valor g, aponte a alternativa que apresenta como varia o módulo da
aceleração da corda em função do comprimento pendente x:

𝑥 𝑥 2 𝐿 𝑥 3
a) 𝑎 = 𝑔 ∙ (𝐿 ) b) 𝑎 = 𝑔 ∙ (𝐿 ) c) 𝑎 = 𝑔 ∙ (𝑥) d) 𝑎 = 𝑔 ∙ (𝐿 )
e) Não existem elementos suficientes para determinar a aceleração, pois, não foi informada a
velocidade da corda.

Comentários:

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 127


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Considere as duas partes da corda como sistemas separados. Chamaremos a força entre elas de
𝑇.

Podemos escrever cada massa como uma porcentagem da massa total da corda e seu respectivo
comprimento, quando consideramos sua densidade linear de massa constante:

𝑥 𝐿−𝑥
𝑀𝑥 = ∙ 𝑀 𝑒 𝑀𝐿−𝑥 = ∙𝑀
𝐿 𝐿

Dessa forma, temos que a tração em 𝑀𝐿−𝑥 é dada por:

(𝐿 − 𝑥)
𝑇= 𝑀𝑎 (𝑒𝑞. 1)
𝐿

Sendo 𝑀 a massa total da corda. Aplicando a Segunda Lei para a parte que está pendurada,
obtemos:
𝑥 𝑥
𝑀𝑔 − 𝑇 = 𝑀𝑎 (𝑒𝑞. 2)
𝐿 𝐿

Somando (1) e (2), obtemos:


𝑥
𝑀𝑔 = 𝑀𝑎
𝐿
𝑥
𝑎 = ( )𝑔
𝐿

Gabarito: A
(Física Clássica)
O carrinho da figura desliza no plano horizontal com aceleração 8,0 𝑚/𝑠 2 . O corpo A possui 4,0 𝑘𝑔
de massa e não há atrito entre o corpo e os planos de apoio. Sendo dado 𝑠𝑒𝑛𝜃 = 0,6 e 𝑔 =
10 𝑚/𝑠 2, determine a força horizontal que a a parede vertical exerce no corpo, considerando-o em
repouso em relação ao carrinho.

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 128


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Comentários:

Considere a esquematizando das forças agindo corpo abaixo:

Como o corpo está em repouso em relação ao carrinho e se mantém assim, suas acelerações são
as mesmas em ambos os eixos. Usando a Segunda Lei:

Eixo y –

𝑁2 cos 𝜃 = 𝑀𝐴 𝑔

𝑀𝐴 𝑔
𝑁2 =
cos 𝜃

𝑁2 = 50𝑁

Eixo x –

𝑁1 + 𝑁2 sen 𝜃 = 𝑀𝐴 𝑎

𝑁1 + 50 . 0,6 = 32

𝑁1 = 2 𝑁

Gabarito: 2,0 N

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 129


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Na situação esquematizada na figura, o bloco A de massa 𝑚 está apoiado sobre o prisma B de massa
𝑀. O bloco A deverá ser mantido em repouso em relação ao prisma B. Para tanto, utiliza-se um fio
ideal paralelo à face do prisma inclinada de um ângulo 𝜃 em relação à superfície de apoio do sistema,
considerada plana e horizontal. Todos os atritos são desprezíveis e a aceleração da gravidade local
tem módulo 𝑔.

Aplica-se em B uma força constante horizontal 𝐹⃗ e o sistema é acelerado para a esquerda, admitindo
que A permanece em contato com B, determine a máxima intensidade admissível para 𝐹⃗ .

Comentários:

Analisando as forças sobre 𝐴 no referencial de 𝐵, vemos a existência de uma força fictícia


horizontal direcionada para a direita.

Na direção perpendicular a 𝐵, temos uma componente do peso agindo e uma dessa força de
Einstein, quando a componente da força de Einstein tiver maior intensidade o bloco A perderá contato
com 𝐵. Na direção perpendicular a B temos:

𝑚 ⋅ 𝑔 ⋅ cos 𝜃 = 𝑚 ⋅ 𝑎 ⋅ sen 𝜃 + 𝑁

𝑁 = 𝑚 ⋅ (𝑔 ⋅ cos 𝜃 − 𝑎 ⋅ sen 𝜃)

Como o corpo 𝐵 está em repouso em relação a 𝐴, temos:

𝑁≥0

𝑚 ⋅ (𝑔 ⋅ cos 𝜃 − 𝑎 ⋅ sen 𝜃) ≥ 0

𝑔 ⋅ cos 𝜃 − 𝑎 ⋅ 𝑠𝑒𝑛 𝜃 ≥ 0

cos 𝜃
𝑎≤𝑔⋅
𝑠𝑒𝑛 𝜃

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 130


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𝑎 ≤ 𝑔 ⋅ 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝜃 (𝑒𝑞. 1)

Perceba que o sistema todo tem a mesma aceleração horizontal 𝑎. Usando a Segunda Lei no
sistema:

𝐹 = (𝑀 + 𝑚) ⋅ 𝑎

Usando (1):

𝐹 ≤ (𝑀 + 𝑚) ⋅ 𝑔 ⋅ 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝜃

Gabarito: 𝑭𝒎𝒂𝒙 = (𝑴 + 𝒎) ∙ 𝒈 ∙ 𝒄𝒐𝒕𝒈𝜽


(ITA-SP)
Um homem cuja massa é 70 kg está sentado sobre um andaime pendurado num sistema de
roldanas. Ele se eleva puxando a corda que passa pela roldana fixa, conforme a figura. Considerando
𝑔 = 9,8 𝑚/𝑠 2 , desprezando os atritos, resistências e a massa do andaime e supondo que o homem
se eleva muito lentamente. Calcule a intensidade da força que ele precisa exercer.

Comentários:

A questão quer dizer que sistema está aproximadamente em equilíbrio durante todo o processo.
Perceba que todos os três braços de cordas que vemos fazem parte da mesma corda, logo todos possuem
a mesma tração 𝑇. Usando a Segunda Lei:

3𝑇 − 𝑚𝑔 = 0

70 . 9,8
𝑇= ≈ 229 𝑁
3

Perceba que o homem puxa um dos braços da corda, e como foi dito anteriormente o sistema está
em equilíbrio, então a força que ele imprime é igual a tração na corda.

Gabarito: 229 N
Física Clássica
Um atleta cuja massa é 𝑚, está sobre uma balança de molas, a qual está fixa num carrinho que pode
descer uma rampa sem atrito, como na figura.

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 131


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Dados 𝑔 e 𝑠𝑒𝑛𝜃, determine a marcação da balança, supondo que seu marcador esteja calibrado em
newtons.

Comentários:

Perceba que essa situação é similar à do elevador descendo acelerado, devemos apenas decompor
a aceleração da balança (que está na direção do plano) e encontrar a componente vertical, que é 𝑔 sen 𝜃
para baixo, assim a gravidade aparente sentida pelo atleta é:

𝑔𝑎𝑝𝑎 = 𝑔 − 𝑔𝑠𝑒𝑛𝜃 sen 𝜃

⇒ 𝑁 = 𝑚𝑔𝑎𝑝𝑎

∴ 𝑁 = 𝑚 ∙ 𝑔(1 − sen2 𝜃)

Gabarito: 𝑵 = 𝒎 ∙ 𝒈(𝟏 − 𝒔𝒆𝒏𝟐 𝜽)


(OBF 2016)
Em uma obra é necessário baixar pilhas de entulho usando uma caçamba, uma polia e um cabo. O
material deve deixar o andar superior com velocidade nula e chegar ao térreo, situado 10,0 m
abaixo, também com velocidade nula. Em cada viagem, a caçamba transporta 50,0 kg de material e
o cabo utilizado pode se romper caso for submetido a uma tensão superior a 2000 N. Considere um
esquema que faz a viagem de descida no menor intervalo possível sujeito ainda à condição de
segurança que a tensão no cabo não ultrapasse 70% do seu valor de ruptura. Nesse esquema,
quanto tempo leva cada viagem de descida? (Considere desprezíveis as forças dissipativas e as
massas da polia, da caçamba e do cabo). Dado 𝑔 = 10 𝑚/𝑠 2 .

Comentários:

Considere o movimento composto de dois trechos:

1° O material caí somente sobre o efeito do campo gravitacional, em queda livre.

2° O material sofre uma desasceleração provinda da tensão no cabo, o qual deverá ser 70% da
máxima suportada.

Note que para termos o tempo mínimo o corpo deve passar o máximo de tempo possível no
movimento com aceleração positiva. O limitante disso é a tensão suportada pelo cabo: se o cabo
suportasse maior tensão o trecho dois começaria instantes depois com uma aceleração mais intensa (de
modo que o corpo parasse a tempo).

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 132


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Chamaremos o tempo transcorrido no trecho 1 e 2 de 𝑡1 e 𝑡2 , respectivamente. A aceleração do


trecho 1 é apenas a gravidade. Calculando a aceleração do trecho 2:

𝑚𝑎 = 0,7𝑇𝑚𝑎𝑥 − 𝑃 ⇒ 50𝑎 = 1400 − 500

𝑎 = 18 𝑚/𝑠 2 (𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑐𝑖𝑚𝑎)

Graficamente temos:

Usando triângulo da direita para calcular a altura mostrada na figura, obtemos:


𝑔
𝑔𝑡1 = 𝑎𝑡2 ⇒ 𝑡2 = 𝑡 (𝑒𝑞. 1)
𝑎 1

Considere o tempo total do deslocamento como:

𝑡 = 𝑡1 + 𝑡2

Substituindo (1), temos:

𝑡1 (𝑎 + 𝑔) 𝑎𝑡
𝑡= ⇒ 𝑡1 =
𝑎 𝑎+𝑔

Sabendo que a distância percorrida em movimento pode ser calculada através da área do gráfico
v x t, temos:

(𝑡1 + 𝑡2 )𝑔𝑡1 𝑎𝑔𝑡 2


𝐻= ⇒𝐻=
2 2(𝑎 + 𝑔)

2(𝑎 + 𝑔)𝐻 2 ⋅ 28 ⋅ 10
𝑡=√ ⇒𝑡=√ ≈ 1,76 𝑠
𝑎𝑔 18 ⋅ 10

Gabarito: 1,76 s
(Simulado ITA)
Uma esfera de massa 𝑚 é apoiada sobre uma semiesfera, conforme mostra a figura. Sabe-se que o
raio da esfera é metade do raio da semiesfera.

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 133


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Desconsiderando as forças de atrito, sendo 𝑔 a aceleração da gravidade local, a força de tração na


corda para que o sistema permaneça em equilíbrio é igual a:
𝑚𝑔 𝑚𝑔 𝑚𝑔 𝑚𝑔
(A) (B) (C) 2𝑚𝑔 (D) (E)
2 √3 √2 √5

Comentários:

Fazendo o diagrama de forças na esfera, temos que:

O sinal de menos na frente de 𝑅2 é só para lembrar que a força de contato 𝑅2 forma um par ação-
reação. Pela figura, vemos que:

𝑥 2𝑟 2
cos(𝜃) = = =
3𝑟 3𝑟 3

Além disso:

(3𝑟)2 = (2𝑟)2 + 𝑦 2

9𝑟 2 = 4𝑟 2 + 𝑦 2

𝑦 = √5𝑟

Portanto:

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 134


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𝑦 √5𝑟 √5
𝑠𝑒𝑛(𝜃) = = =
3𝑟 3𝑟 3

Pelo diagrama de forças na esfera, para que ela se mantenha em equilíbrio, devemos ter que:

Portanto:
𝑚𝑔
𝑠𝑒𝑛(𝜃) =
𝑅2

√5 𝑚𝑔
=
3 𝑅2

3
𝑅2 = 𝑚𝑔
√5

Para o equilíbrio da semiesfera, temos:

Portanto:

𝑇 = 𝑅2 ⋅ cos(𝜃)

3 2
𝑇= 𝑚𝑔 ⋅
√5 3

𝑚𝑔
𝑇=
√5

Gabarito: E
(Simulado CN)

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 135


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Na figura mostra acima, uma esfera de massa 𝑚 está presa por uma corda e não se move em relação
ao vagão, que desce um plano inclinado perfeitamente liso. Dessa forma, o ângulo 𝛽 é igual a:
a) 37° b) 30° c) 26,5° d) 15° e) 0°

Comentários:

Quando todo o sistema está descendo o plano inclinado sem atrito, sabemos que a aceleração de
todo o carrinho é igual a 𝑔 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(53°), conforme visto em teoria.

Fazendo o diagrama de forças na esfera, temos:

Na direção tangente, podemos concluir pela segunda lei de Newton que:

𝑇 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(𝛽) + 𝑚 ⋅ 𝑔 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(53°) = 𝑚 ⋅ ⏟
𝑎
=𝑔⋅𝑠𝑒𝑛(53°)

𝑇 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(𝛽) = 0

Portanto:

𝛽 = 0°

Gabarito: E

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 136


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(ITA-2013)
Num certo experimento, três cilindros idênticos encontram-se em contato pleno entre si, apoiados
sobre uma mesa e sob a ação de uma força horizontal 𝐹, constante, aplicada na altura do centro de
massa do cilindro da esquerda, perpendicularmente ao seu eixo, conforme a figura.
Desconsiderando qualquer tipo de atrito, para que os três cilindros permaneçam em contato entre
si, a aceleração 𝑎 provocada pela força deve ser tal que

𝑔 2𝑔 𝑔
a) 3√3 ≤ 𝑎 ≤ 𝑔/√3. b) 3√3 ≤ 𝑎 ≤ 4𝑔/√2. c) 2√3 ≤ 𝑎 ≤ 4𝑔/(3√3).
2𝑔 𝑔
d) 3√2 ≤ 𝑎 ≤ 3𝑔/(4√2). e) 2√3 ≤ 𝑎 ≤ 3𝑔/(4√3).

Comentários:

Seja 𝑁 a normal horizontal entre os cilindros em contato com o solo e 𝑁1 e 𝑁2 as normais entre o
cilindro de cima e o da esquerda e o cilindro de cima e o da direita, respectivamente. Intuitivamente,
esperamos que ao aplicarmos uma força muito alta o cilindro de cima ira rolar para trás e se aplicarmos
uma força insuficiente a estrutura irá se desfazer com o cilindro de cima descendo entre os dois debaixo.

Considere a esquematização do movimento:

Consideraremos primeira a situação de máximo. Em um referencial acelerado, com a mesma


aceleração e velocidade do sistema, todos os corpos sentirão a Força de Einstein para trás. Nesse
referencial todos os corpos estão em repouso, fazendo torque em relação ao ponto de contato entre o
cilindro de cima e o cilindro da direita devemos achar um valor nulo:

𝜏 = 𝑚𝑔𝑟 sen 30° − 𝑚𝑎𝑟 cos 30°

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 137


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𝑔
𝑎𝑚𝑎𝑥 = 𝑔 tan 30° =
√3

Aplicando a Segunda Lei de Newton ao sistema como um todo, obtemos:

𝐹 = 3𝑚𝑎

Na situação de mínimo, como discutido acima, o cilindro de cima estará na iminência de descer,
assim os cilindros debaixo deixaram de se tocar:

𝑁=0

Aplicando a Segunda Lei no primeiro cilindro na direção horizontal:

𝐹 − 𝑁1 sen 30° = 𝑚𝑎 ⇒ 𝑁1 = 4𝑚𝑎

Aplicando a Segunda Lei no segundo cilindro na direção horizontal:

𝑁2 sen 30° = 𝑚𝑎 ⇒ 𝑁2 = 2𝑚𝑎

Por fim, aplicando a Segunda Lei no cilindro de cima na vertical, obtemos:

√3
(𝑁1 + 𝑁2 ) sen 60° = 𝑚𝑔 ⇒ 6𝑚𝑎𝑚𝑖𝑛 ⋅ = 𝑚𝑔
2
𝑔
𝑎𝑚𝑖𝑛 =
3√3

Gabarito: A

Determine as acelerações dos blocos, em função da gravidade.

Comentários:

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 138


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Adotaremos um sistema de referência no qual as grandezas direcionas para baixo são positivas.
Sejam 𝑙1, 𝑙2 e 𝑙3 o comprimento dos braços de corda conectados às massas 3𝑚, 5𝑚 e 2𝑚,
respectivamente. Como a corda mantém seu comprimento constante, temos:

𝑙1 + 2𝑙2 + 𝑙3 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡.

Fazendo a variação da equação acima em relação ao tempo duas vezes obtemos:

𝑎1 + 2𝑎2 + 𝑎3 = 0

Uma relação entre as acelerações. Usando a Segunda Lei nos três blocos:

3𝑚𝑔 − 𝑇 = 3𝑚𝑎1 (𝑒𝑞. 1)

5𝑚𝑔 − 2𝑇 = 5𝑚𝑎2 (𝑒𝑞. 2)

2𝑚𝑔 − 𝑇 = 2𝑚𝑎3 (𝑒𝑞. 3)

Isolando as acelerações e substituindo na equação do vínculo geométrico, temos:

𝑇 2𝑇 𝑇
𝑔− + 2 ⋅ (𝑔 − )+𝑔− =0
3𝑚 5𝑚 2𝑚

120
𝑇= 𝑚𝑔
49

Substituindo o valor encontrado nas três equações iniciais, obtemos 9𝑔/49, 1𝑔/49 e −11𝑔/49.

Gabarito: 𝟗𝒈/𝟒𝟗 𝟏𝒈/𝟒𝟗 e −𝟏𝟏𝒈/𝟒𝟗

A figura mostra uma cunha A de massa 𝑀 em repouso sobre uma superfície horizontal lisa. Um
bloco B de massa 𝑚 é abandonado sobre a superfície inclinada em um ângulo 𝜃 com a horizontal.
Sabendo-se que a aceleração da gravidade vale 𝑔 e desprezando-se os atritos, determine as
acelerações da cunha em relação a terra e do bloco em relação a cunha.

Comentários:

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 139


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Considere o movimento no referencial da cunha: (a aceleração da cunha é direcinada para a


esquerda em relação à um referencial inercial)

Usando a Segunda Lei no bloco na direção perpendicular à superfície da cunha, temos:

𝑚𝑔 cos 𝜃 = 𝑁 + 𝑚𝑎𝑀 sen 𝜃 (𝑒𝑞. 1)

Usando a Segunda Lei na cunha na direção horizontal, temos:

𝑁 sen 𝜃 = 𝑀𝑎𝑀

𝑀𝑎𝑀
𝑁= (𝑒𝑞. 2)
sen 𝜃

Substituindo (2) em (1), obtemos:

𝑚𝑔 sen 𝜃 cos 𝜃
𝑎𝑀 =
𝑀 + 𝑚 sen2 𝜃

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 140


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Fazendo o triângulo das acelerações, temos que:

Assim, tiramos as relações:


𝑎𝑚𝑦
𝑡𝑔𝛼 =
𝑎𝑚𝑥 + 𝑎𝑀
2 2 2
𝑎𝑚 = 𝑎𝑚𝑦 + 𝑎𝑚𝑥

Substituindo o valor de 𝑎𝑀 encontrado e manipulando as equações, temos que:

(𝑀 + 𝑚)𝑔 sen 𝜃
𝑎𝑚 =
𝑀 + 𝑚 sen2 𝜃

𝒎𝒈𝒔𝒆𝒏𝜽𝒄𝒐𝒔𝜽 (𝒎+𝑴)𝒈𝒔𝒆𝒏𝜽
Gabarito: 𝒂𝒎 = e 𝒂𝑴 =
𝑴+𝒎𝒔𝒆𝒏𝟐 𝜽 𝑴+𝒎𝒔𝒆𝒏𝟐 𝜽

Na figura a seguir, a barra A e massa 𝑚𝐴 está inicialmente em repouso sobre a cunha B de massa
𝑚𝐵 . Sabendo-se que os atritos são desprezíveis e que a aceleração da gravidade vale 𝑔, determine
as acelerações de A e de B.

Comentários:

O movimento dos dois corpos está ligado pelo seguinte vínculo geométrico:

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 141


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Onde 𝑥 representa um deslocamento arbitrário. Da figura acima, temos:

𝑥𝐴 = 𝑥𝐵 tg 𝛼

Variando essa equação em relação ao tempo duas vezes, obtemos:

𝑎𝐴 = 𝑎𝐵 tg 𝛼 (𝑒𝑞. 1)

Aplicando a Segunda Lei na barra 𝐴 na direção vertical, temos:

𝑚𝐴 𝑔 − 𝑁 cos 𝛼 = 𝑚𝐴 𝑎𝐴 (𝑒𝑞. 2)

Aplicando a Segunda Lei na cunha B na direção horizontal, temos:

𝑁 sen 𝛼 = 𝑚𝐵 𝑎𝐵 (𝑒𝑞. 3)

Substituindo (3) em (2), obtemos:


𝑚𝐵 𝑎 𝐵
𝑚𝐴 𝑔 − = 𝑚𝐴 𝑎𝐴
tg 𝛼

Substituindo (1) na equação acima, temos:


𝑚𝐵 𝑎𝐴
𝑚𝐴 𝑔 − = 𝑚𝐴 𝑎𝐴
tg 2 𝛼

𝑚𝐴 𝑔 tg 2 𝛼
𝑎𝐴 =
𝑚𝐵 + 𝑚𝐴 tg 2 𝛼

Substituindo o resultado encontrado acima em (1):

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 142


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𝑚𝐴 𝑔 tg 𝛼
𝑎𝐵 =
𝑚𝐵 + 𝑚𝐴 tg 2 𝛼

𝒎𝑨 ∙𝒈∙𝒕𝒈𝟐 𝜶 𝒎𝑨 ∙𝒈∙𝒕𝒈𝜶
Gabarito: 𝒂𝑨 = 𝒎 𝟐
e 𝒂𝑩 = 𝒎 𝟐
𝑩 +𝒎𝑨 𝒕𝒈 𝜶 𝑩 +𝒎𝑨 ∙𝒕𝒈 𝜶

No sistema representado na figura, não há atritos e o fio é ideal. Sabendo-se que a aceleração da
gravidade vale g e ignorando-se a influência do ar, calcule o intervalo de tempo que o corpo A leva
para atingir a base do corpo B quando abandonado de uma altura h em relação a B. Considere as
massas de A e de B iguais a m e M, respectivamente.

Comentários:

Seja 𝑁 a normal entre 𝐴 e 𝐵 e 𝑇 a tensão na corda. Seja 𝑙𝐴 o comprimento da corda de A à polia,


𝑙𝐵 o comprimento da corda de B à polia e 𝑙 o comprimento da corda entre as polias. Como o comprimento
da corda é constante, podemos escrever:

𝑙𝐴 + 2𝑙𝐵 + 𝑙 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡.

Tirando a variação da equação acima em relação ao tempo duas vezes, temos:

𝑎𝐴 + 2𝑎𝐵 = 0

Aplicando a Segunda Lei no corpo 𝐴, obtemos:

𝑚𝑔 − 𝑇 = 𝑚𝑎𝐴 (𝑒𝑞. 1)

−𝑁 = 𝑚𝑎𝐵 (𝑒𝑞. 2)

Note: Na horizontal ambos os corpos possuem a mesma aceleração. As grandezas são


consideradas positivas para cada corpo no sentido de crescimento do segmento de corda que os liga à
polia.

Aplicando a Segunda Lei no corpo B na horizontal, obtemos:

𝑁 − 2𝑇 = 𝑀𝑎𝐵 (𝑒𝑞. 3)

Usando (2) para eliminar 𝑁 de (3), obtemos:

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 143


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−2𝑇 = (𝑀 + 𝑚)𝑎𝐵 (𝑒𝑞. 4)

Substituindo (4) em (1), temos:

2𝑚𝑔 + (𝑀 + 𝑚)𝑎𝐵 = 2𝑚𝑎𝐴

Por fim, substituindo o vínculo geométrico na equação acima:

4𝑚𝑔 − (𝑀 + 𝑚)𝑎𝐴 = 4𝑚𝑎𝐴

4𝑚𝑔
𝑎𝐴 =
5𝑚 + 𝑀

Usando a equação de horária do bloco A:

𝑎𝐴 𝑡 2 2𝑚𝑔𝑡 2
ℎ= ⇒ℎ=
2 5𝑚 + 𝑀

(5𝑚 + 𝑀)ℎ
∴𝑡=√
2𝑚𝑔

(𝟓𝒎+𝑴)𝒉
Gabarito: √ .
𝟐𝒎𝒈

Na figura, após o pêndulo ser abandonado do repouso, sua inclinação α com a vertical permanece
constante. Determine a massa M do bloco e a sua aceleração em função da massa m da esfera, da
aceleração da gravidade g e do ângulo α. Considere o fio e a polia ideais e despreze os atritos.

Comentários:

No referencial acelerado de 𝑀 a esfera sofre uma força de Einstein para a direita. Nesse referencial
a esfera se move somente na direção do fio, mostrada na figura.

Aplicando a Segunda Lei na esfera direção perpendicular à do fio:

𝑚𝑔 sen 𝛼 = 𝑚𝑎 cos 𝛼

𝑎 = 𝑔 tg 𝛼

Aplicando a segunda Lei no bloco na direção horizontal:

𝑇 − 𝑇 sen 𝛼 = 𝑀𝑎

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 144


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𝑀𝑔 tg 𝛼
𝑇= (𝑒𝑞. 1)
1 − sen 𝛼

Note que a aceleração radial da esfera deve ser igual a aceleração do bloco, por compartilharem
o mesmo fio. Aplicando a Segunda Lei na esfera na direção radial:

𝑚𝑔 cos 𝛼 + 𝑚𝑎 sen 𝛼 − 𝑇 = 𝑚𝑎

Substituindo (1) na equação acima, obtemos:

𝑚𝑔 𝑀𝑔 tg 𝛼
− = 𝑚𝑔 tg 𝛼
cos 𝛼 1 − sen 𝛼
𝑀𝑔 tg 𝛼 1 − sen 𝛼
= 𝑚𝑔
1 − sen 𝛼 cos 𝛼

𝑚(1 − sen 𝛼)2


𝑀=
sen 𝛼
(𝟏−𝒔𝒆𝒏𝜶)𝟐
Gabarito: 𝑴 = ∙ 𝒎 e 𝒂 = 𝒈 ∙ 𝒕𝒈𝜶
𝒔𝒆𝒏𝜶

12. Referências Bibliográficas


[1] Calçada, Caio Sérgio. Física Clássica. 1. ed. Saraiva Didáticos, 2012. 576p.

[2] Bukhovtsev, B.B. Krivtchenkov, V.D. Miakishev, G.Ya. Saraeva, I. M. Problemas Selecionados de Física
Elementar. 1 ed. MIR, 1977.518p.

[3] Brito, Renato. Fundamentos de Mecânica. 2 ed. VestSeller, 2010. 496p.

[4] Departamento de Física do ITA. Algarismos significativos. Disponível em:


<http://www.fis.ita.br/labfis45/erros/errostextos/erros1.htm>

[5] IM-UFRJ. Aula 8 Produto Escalar. Disponível em <http://www.im.ufrj.br/nuno/aula8.pdf>

[6] Camargo, Ivan de. Boulos, Paulo. Geometria analítica: Um tratamento vetorial. 3. Ed. Person Education,
2004, 560p.

13. Considerações Finais


Chegamos ao final da nossa aula. Relembramos conceitos estudados no ensino médio e
aprofundamos o nosso conhecimento em alguns assuntos como vínculos geométricos, referenciais não
inerciais, forças fictícias e gravidade aparente. Esses últimos tópicos não são tão cobrados pela EN, então
fique muito tempo preso a eles.

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 145


Prof. Toni Burgatto

É muito importante saber bem as leis de Newton e como aplicá-las. A EN tem cobrado em um nível
bem difícil esse tema. Com nossa teoria e lista de exercícios, acredito que você tem condições para fazer
qualquer questão de Dinâmica I na prova.

Na próxima aula, trabalharemos a Dinâmica II - força de atrito e as forças no movimento curvilíneo.


Com isso, você terá toda base teórica e todos os exercícios difíceis que já apareceram na EN e ir um pouco
mais além nas questões.

Tome nota nos exercícios mais difíceis e faça mais de uma vez, principalmente o exercício do plano
inclinado na qual o plano também se movimenta. Já caíram várias vertentes deste exercício cobrando
assuntos como centro de massa. Por isso, entender esse problema é fundamental na sua preparação.

Eu sei que o caminho para a aprovação é árduo, mas comentarei o maior número de questões da
EN e passarei todos os bizus que precisei para minha aprovação.

Conte comigo nessa jornada. Quaisquer dúvidas, críticas ou sugestões entre em contato pelo
fórum de dúvidas do Estratégia ou se preferir:

@proftoniburgatto

AULA 04 – Os princípios da Dinâmica 146

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