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O desenvolvimento

da chamada para o
magistério cristão
REPORTAGEM
RÓXIMA PARADA:
OSSO DESTINO FINA
21 Editorial

EXPEDIEN TE
Presidente da CCADB
A doutrina bíbiica sobre a Igreja de
José Wellington Costa Júnior
Cristo na EBD : conscientização da
Presidente do Conselho Administrativo
José Wellington Bezerra da Costa sua natureza e m issão
Diretor-executivo
Ronaldo Rodrigues de Souza
A Eclesiologia será o tema da edição do primeiro trimestre
Editor-chefe
Silas Daniel de 2024 da revista Lições Bíblcias Adultos da CPA D . A revista
Gerente de Publicações tratará sobre a origem da Igreja de C risto , a sua natureza, o
Alexandre Claudino Coelho
seu desenvolvim ento desde os prim órdios e a sua missão. O
Gerente Financeiro
Josafá Franklin Santos Bomfim com entarista é o já conhecido pastor e teólogo Jo sé G onçal­
Gerente Comercial ves, que é presidente do Conselho de Doutrina da Convenção
Cícero da Silva Estadual das Assem bléias de Deus no Piauí, vice-presidente da
Gerente de Produção Com issão de A p olo gética da C G A D B e líder da A ssem bléia
Jarbas Ramires Silva
de Deus em Agua Branca (PI), além de autor de vários livros
Gerente de Comunicação
Leandro Souza da Silva editados pela CPAD.
Chefe de Arte & Design A im portância de se tratar deste tem a é a conscientização
Wagner de Almeida
Projeto Gráfico, Diagramação e capa que trará a cada aluno sobre a natureza da igreja e os com ­
Suzane Barboza promissos que cada membro dela tem hoje uns com os outros
Projeto Digital e perante este mundo como membros do Corpo de Cristo na
Alan Valle
Terra. Mas, além desse tem a, os tem as das Lições Bíblicas das
Fotos
Shutterstock dem ais faixas etárias tam bém estão em foco nesta edição ,
como de praxe. Além disso, nesta edição o leitor encontrará
TELEMARKETING
artigos que objetivam ajudar no desempenho de suas funções
0800 021 7373
2a a 6a das 8h as 17:30min enquanto professor da Escola Dominical.
Opção 1 - Igrejas, cotas e assinaturas Alguns dos artigos desta edição são "Feliz por inteiro: O
Opção 2 - Colportores e Lojistas
que Deus preparou para m im ", "O Desenvolvim ento da C ha­
Opção 3 - Pastores e demais clientes
mada para o Magistério Cristão", "A História da Salvação", "O
WHATSAPP - (21) 2406-7373
ASSINATURA IMPRESSA Professor de Crianças e suas Peculiaridades", "A Pedagogia de
R$ 110,00 - (2 anos) Jesus Aplicada à Escola Dominical" e "Liderança A colhedora".
ASSINATURA DIGITAL Crem os que o conteúdo desses artigos será bênção para a sua
R$ 29,00 (1 ano)
vida e para o seu ministério como educador cristão.
www.cpaddigital.com.br
ATENDIMENTO ASSINATURA IMPRESSA As seções "Boas Idéias" trazem, como sempre, sugestões de
(21) 2406-7432 atividades que podem ser desenvolvidas em sala de aula para
E-mail: assinaturas@cpad.com.br ilustrar e fixar o assunto de cada lição; e além da entrevista com
SUPORTE ASSINATURA DIGITAL
o com entarista, a revista traz os subsídios de "Lições Bíblicas
(21) 2406-7315
E-mail: cpadweb@cpad.com.br Adultos", lição por lição, de maneira a oferecer aos professores
orientações que irão enriquecer suas aulas na Escola Dominical.
Ano 25 I n°96 I jan/fev/mar de 2024
Certos de que o conteúdo desta edição será bênção para a
Ensinador Cristão - revista evangélica trimestral,
lançada em novembro de 1999, editada pela Casa sua vida como acontece em todas as edições, desde já deseja­
Publicadora das Assembléias de Deus.
mos ao leitor uma boa leitura e também um Feliz 2024 laureado
Correspondência para publicação deve ser endere­
çada ao Departamento de Dornalismo. As remessas pelas bênçãos de Deus gerando assim o desenvolvim ento na
de valor (pagamento de assinatura, publicidade
área de ensino com vistas a propagação do Evangelho na so­
etc.) exclusivamente à CPAD. A direção é respon­
sável perante a Lei por toda matéria publicada. ciedade, o am adurecim ento de professores, alunos e demais
Perante a igreja, os artigos assinados são de res­
ponsabilidade de seus autores, não representando
membros das igrejas espalhadas por todo o país. O objetivo é a
necessariamente a opinião da revista. Assegura-se formação de cidadãos para o Reino e sim ultanteam ente para a
a publicação, apenas, das colaborações solicitadas.
O mesmo princípio vale para anúncios.
atual sociedade, carente de pessoas transformadas pelo poder
Revista Ensinador Cristão de Deus a fim de influenciá-la de forma positiva.
E-mail: ensinador@cpad.com.br
Sumário

06 Q CAPA
O Desenvolvimento do Chamada
para o Magistério Cristão

14 @ ARTIGO
O Fundamento dos
Apóstolos e dos Profetas
A Doutrino Bíblico como Base poro
uma Caminhado Cristo Vitorioso

18 (E ) ARTIGO
Feliz por inteiro: o que Deus
preparou poro mim

36 @ SUBSÍDIOS
O Corpo de Cristo: Origem,
Natureza e Vocação do
Igreja no Mundo

Q ESPAÇO DO LEITOR

0 ED EM FOCO Divulgue as atividades


do departamento de
ensino de sua igreja
(Q CONVERSA FRANCA
Entre em contato com
^ REPORTAGEM ENSINADOR CRISTÃO
Avenida Brasil, 34.401
(Q ENTREVISTA DO COMENTARISTA Bangu • Rio de Daneiro • R3
CEP 21852-002
Telefone 21 2406-7371
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SETOR DE ASSINATURAS
(§ ) ARTIGO Atendimento a todos
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0 EM EVIDÊNCIA M ENSAGEIRO DA PAZ
MANUAL DO O B R EIR O
ENSINADOR CRISTÃO
Espaço de Leitor

® Ajuda no desem penho e d u c a c io n a l do


p ro fesso r
Somos instruídos pela Palavra de Deus que o exercício do en­
sino deve ser feito com dedicação (Rm 12.7), logo percebemos a
importância e o desafio que o educador enfrenta no exercício dessa
vocação. Nesse contexto, a revista Ensinador Cristão tem a proposta
de auxiliar o educador no desempenho de seu papel de instruir,
edificando vidas e levando o leitor ao conhecimento da verdade.
Pb. Jorair Alberto, Cuiabá (MT)

® Am paro e d u ca cio n a l poro o leitor


A EBD como pilar de firmeza doutrinária de nossa Assembléia
de Deus tem na revista Ensinador Cristão uma fonte de amparo
educacional que nos proporciona um conteúdo atual, sadio e bíblico,
discorrido através das sínteses das lições bem como pelos artigos
que fazem parte de seu conteúdo. Parabenizo a editora por nos
presentear com um periódico tão enriquecedor.
Pr. André Luís Oliveira, Ariquemes (RO)

® Recurso de p ro p a g a çã o de ensino teológico


A revista Ensinador Cristão é um importante recurso para a pro­
pagação do conhecimento pedagógico no meio evangélico. Essa
obra contribui para que nós, leitores, nos aproximemos ainda mais
de recursos práticos, artigos científicos, cases de sucesso, mensa­
gens de orientação etc. Enfim, através dela, podemos ter subsídios
especiais e ver na prática ações que estão sendo desenvolvidas para
a propagação do evangelho. Sou grata à CPAD pelas pautas e pela
relevante qualidade técnica da revista.
Renata de Souza Damasceno, Salvador (BA)
C O M U N IQ U E-SE COM A
ENSINADOR CRISTÃO ® Desenvolvim ento in te le ctu a l dos evan g élico s
A revista Ensinador Cristão é um periódico de grande relevância,
Por carta: Av. Brasil, 34,401 - Bangu apresentando em suas edições artigos que muito contribuem para
21852-002 - Rio da Janeiro/RJ o desenvolvimento intelectual e espiritual do povo evangélico. Os
Por fax: 21 2406-7370 conteúdos publicados na revista têm servido de ponto de apoio para
Por email: ensinador@cpad.com.br
os educadores cristãos, mormente para aqueles que lecionam na
Escola Bíblica Dominical. As matérias da revista Ensinador Cristão
Entre em contato com a ajudam seus leitores na compreensão e na ampliação dos temas
revista Ensinador Cristão. propostos nas revistas de EBD, possibilitando uma ministração bí­
blica consistente em sala de aula e edificante para o povo de Deus.
Sua opinião é
Pr. Edimar Ribeiro, São Paulo (SP)
im portante para nós!
ens!nador@cpad:com,br ® F e rra m e n ta valio so poro o e d u ca d o r cristã o
Eu aprecio a leitura da revista Ensinador Cristão, dentre outros
Devido às limitações de espaço, as motivos, devido justamente o que a torna uma leitura especial: o
cartas serão selecionadas e transcritas seu material eminentemente prático, cristocêntrico e, não poucas
na íntegra ou em trechos considerados vezes, atuando como uma ponte entre o academicismo cristão e a
mais significativos. Serio publicadas prática do ensino testamentário, eivado de informações relevantes
as correspondências assinadas e para a manutenção da doutrina e a formação de novos crentes. A
que contenham nome e endereço pluralidade dos temas, a seriedade dos escritores na abordagem de
completos e legíveis. No caso de uso cada assunto e a simplicidade de sua linguagem, que não obstante
de fax ou e-mail, só serão publicadas rica, faz conexão com todos os públicos. Todo este rico material
as cartas que informarem também a transforma o periódico em uma ferramenta valiosa a todo educador
cidade e o Estado onde o leitor reside. cristão. Deus seja louvado!
Pr. José Dantas Barreto Junior, Maceió (AL)

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Weliano Pires

6 ENSINADOR CRISTÃO
O DESENVOLVIMENTO DA CHAMADA
PARA O MAGISTÉRIO CRISTÃO
As cinco etapas necessárias para a formação de
verdadeiros educadores cristãos

Muitas pessoas pensam que, para ensinar a Pa­ o magistério cristão. Mas, o fato de ser um teólogo
lavra de Deus, basta ser uma pessoa comunicativa, não faz de alguém um ensinador cristão.
que fala pausada, clara e educadamente, e que tem E xiste tam bém o "g ru p o dos c lé rig o s ", que
uma formação na área pedagógica. Esses fatores são pensam que pelo fato de serem obreiros são au­
muito im portantes no m agistério, mas só isso não tom aticam ente ensinadores cristãos. Conheci um
faz de uma pessoa um ensinador cristão. presbítero que ficou irritado porque o superintendente
No meio pentecostal, há aqueles que espirituali­ da Escola Dom inical falou que iria testá-lo com o
zam tudo e pensam que não precisa se preparar para professor. Ele sentiu-se diminuído, pois entendia que
ensinar a Palavra de Deus, pois Deus revelará tudo o o fato de ser presbítero fazia dele naturalmente um
que precisa no momento da aula. E só "abrir a boca professor. Bom, seria, se todos os presbíteros fossem
e Deus a encherá". Confundem o ensino bíblico com tam bém professores, pois a Bíblia recomenda que
profecia. Sendo assim, durante a aula, abandonam os presbíteros estejam aptos para ensinar (1Tm 3.2).
a lição e agem com o se estivessem profetizando. Mas, infelizmente, esta não é a realidade atual em
Evidentem ente, ninguém precisa se preparar para todos os lugares.
pro fetizar ou entreg ar uma revelação de D eus à Deus chamou algumas pessoas para o ministério
Igreja. Isso vem do Espírito Santo, instantaneamente, do ensino, mas o ensinador cristão precisa desen­
e cabe ao portador do dom apenas entregar o que volver a sua chamada. Esse desenvolvimento é um
Deus mandou. Não é assim com o ensino bíblico. pro cesso que, naturalm ente, passa por algum as
Há ainda o grupo dos intelectuais, que pensam etapas ou estágios até chegar à sua execução final.
que, para ser um ensinador cristão, basta ter uma Destaco abaixo cinco etapas do desenvolvim ento
boa formação acadêm ica, principalmente nas áreas da chamada para o magistério cristão.
de Teologia, Letras, Pedagogia, História e Filosofia. 1. Ter a cham ada. Existem dois tipos de cha­
Estes normalmente gostam de exibir o próprio cur­ m adas: a cham ada g eral para a e va n g e liza çã o ,
rículo e desprezam pessoas que não tiveram uma que é para todos os crentes°profetas e outros para
form ação com o a d e le s. Durante as aulas, usam pastores e m estres" (Ef 4.11). Paulo, por exem plo,
palavras difíceis e não se preocupam se os alunos sem pre iniciava as suas epístolas dizendo que ele
aprenderam. Querem apenas demonstrar erudição. fora "ch am ad o para ser ap ó sto lo " (Rm 1.1; 1Co
E evidente que uma boa formação, principalmente 1.1). O próprio Senhor Je s u s falou para A nan ias
na área teológica, contribui significativamente para que Saulo era um "va so e sco lh id o para levar o

ENSINADOR CRISTÃO 7
Evangelho diante dos reis e dos filhos de Israel"
(At 9.15). O professor da Escola Dominical também
precisa ter convicção de que Deus o chamou para
esse m inistério. Se não tiver a cham ada de Deus,
é m elhor não ir, pois a tarefa se tornará um peso
para o professor e para os alunos.
2. Entender a chamada. Depois da convicção
de que Deus nos chamou para o magistério cristão,
devemos entender as dimensões da nossa chamada.
Normalmente, um homem ou uma mulher de Deus,
quando é cham ado(a) por Deus para algum traba­
lho, sente-se incapaz. Isso se dá porque a pessoa
ainda não tem noção do que será a sua cham ada.
Por isso, é preciso orar a Deus pedindo que Ele nos
faça ente n d e r o que Ele quer que façam os para
Ele. Tam bém devem os buscar inform ações com
p esso as mais e xp e rie n te s sobre as dim ensõ es e
características do ministério para o qual o Senhor
nos chamou.
3. Responder à cham ada. O terceiro passo
desse processo é responder à cham ada de Deus,
como fez Isaías: "Eis-m e aqui, envia-me a mim" (Is
6.8). Não basta ser chamado e entender a chamada.
É preciso estar disposto a fazer aquilo que Deus
nos cham ou para fazer e fazê-lo com fid elid ad e.
Ao responder à cham ada de D eus, não podem os
im por condições ou escolher o que vam os fazer,
com o vam os fazer ou onde fazer. Ele cham ou e
o co m an d o é d E le . Se D eus nos cham ou p ara
ensinar a Sua Palavra em uma aldeia indígena, ou
em uma casinha de p alha, com p o uco s ou com
nenhum recurso didático m oderno à d isp o sição ,
não podem os querer ensinar em uma igreja sede
com ar-condicionado, com putador, retroprojetor,
telão e salas de aulas bem equipadas.

tíÊêiÍiÊÊIÊÊ8Ê

8 ENSINAOOR CRISTÃO
4. Preparar-se para a chamada. Deus nos cha­ métodos e técnicas eficazes de ensino. Como nem
ma e nos capacita para a obra que Ele nos chamou. sem pre isso é possível, podem os buscar estudos
No caso dos dons espirituais, não há necessidade de e dicas de profissionais da área pedag ógica. Nas
preparo, pois iremos entregar aquilo que Deus nos A sse m b lé ias de Deus, tem os m uitos pedag ogo s
deu em um determinado momento. Entretanto, no p ied o so s que têm muito a nos ensinar. O m aior
caso de dons ministeriais e de serviço, precisamos exemplo é o saudoso pastor Antonio Gilberto.
fazer a nossa parte e nos preparar. d. P r e p a r o t e o ló g ic o . Fom os cham ados para
o. P re p a r o e s p iritu a l. Antes de sermos profes­ ensin ar a Palavra de D eus e, p o rtan to , p re c is a ­
sores, somos crentes salvos e, como tal, precisamos mos conhecê-la bem . O ideal seria que todos os
nos e x e rc ita r na p ie d a d e , com o ração , jeju m e p ro fe sso re s fize sse m um curso de Bach arel em
m editação bíblica. O apóstolo Paulo, escrevendo Teologia para ter um conhecim ento am plo sobre
a Tim óteo, disse: "Tem cuidado de ti mesmo e da as doutrinas b íblicas. Se não for possível, p recisa­
doutrina. Persevera nestas coisas; porque, fazendo mos fazer, pelo m enos, o curso m édio, que, além
isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te da form ação básica em Teologia, traz disciplinas
ouvem " (1Tm 4.16). Isso nos ensina que antes do destinadas a obreiros.
professor cuidar da doutrina, ou seja, daquilo que 5. Executar a cham ada. O último estágio do
ele vai ensinar, deve cuidar da sua espiritualidade. desenvolvim ento da cham ada é a sua execu ção.
Para ter autoridade, um ensinador cristão precisa Não podem os passar a vida inteira orando e nos
ter vida com Deus através da oração, da leitura da preparando e não assum irm os a nossa cham ada.
Bíblia e de uma vida em santidade. O professor deve ser exem plo para os fiéis: na vida
b. P re p a ro in te le ctu a l. Assim como acontece na espiritual, no asseio, na pontualidade, na obediência
área secular, não se pode ser professor sem ter uma e na subm issão ao pastor, e na organização da sua
formação. Claro que nem sempre é possível termos aula. O professor deve planejar m inuciosam ente a
professores na Escola Dominical com graduação ou sua aula e executá-la, na medida do possível, com
pós-graduação. Mas, não podem os ter professores criatividade, muita dedicação e eficiência.
semi-analfabetos, que não entendem sequer o que Deus continua cham ando p ro fesso res para a
estão lendo. Devem os estudar o máximo que pu­ Sua obra! Vivem os na era da inform ação e o co ­
derm os e ler bastante para ser um bom professor. nhecimento está ao alcance de todos. Entretanto,
Não dá para o ensinador cristão trazer informações o ensino da Palavra de Deus ainda encontra gran­ Weliano Pires é
incorretas de geo política, conhecim entos gerais, des dificuldades em nossas Igrejas. Temos poucos evangetista da
Assembléia de
língua portuguesa, arqueologia, história etc. professores dispostos a ensinar a Palavra de Deus
Deus Ministério
c. P r e p a r o p e d a g ó g i c o . O ideal seria que e, entre os poucos que temos, ainda falta preparo. do Belém em
todos os nossos professores fizessem um curso de Essas dificuldades às vezes obrigam os pastores a São Carlos (SP)
e professor da
Licenciatura em Pedagogia ou, no mínimo, fizessem usarem pessoas que não foram chamadas para este
Escola Bíblica
curso de preparação para o magistério, para aprender ministério. Q ue não seja assim. • Dominical.
ASSEM BLÉIA DE DEUS EM MACEIÓ
CRIA CURSO DE FORMAÇÃO DE
DISCIPULADORES
Objetivo é formar e aperfeiçoar discipuladores
para a evangelização e a consolidação da fé
e Discipulado da igreja alagoana,
e responsável pelo curso, explica
que, "após a conclusão do curso, o
formando só receberá o certificado
como discipulador quando concluir
tam bém , na prática, um grupo de
discipulado. O curso não cobra men­
salidades, apenas o valor de inscrição
de R$ 20,00 e a inscrição é realizada
A primeira edição do CFD foi o marco zero na formação de discipuladores na AD alagoana online. O valor é pago no primeiro
dia de aula do curso, quando o aluno
ensinando-os a guardar todas as receberá a sua apostila".
coisas que eu vos tenho mandado; e A apostila adotada é formada
eis que eu estou convosco todos os por quatro p ilares fundam entais
dias, até a consumação dos séculos. que devem ser observados pelo
Amém" (Mt 28.19,20). Hoje em dia, a discipulador para estruturar o cres­
estratégia continua sendo colocada cimento espiritual do discípulo. Os
em prática com o mesmo objetivo: quatro pilares são o compromisso
ensinar os rudimentos da fé em Cris­ do discipulado de Jesus, a prática
O discipulado realizado nas casas é outra estratégia eficaz
com resultados satisfatórios na consolidação dos novos to e a consolidar os novos crentes na do devocional diário, a comunhão
decididos em Alagoas com unidade, conforme Atos 5.42: com o Espírito Santo e a convicção
"E todos os dias, no templo e nas da ressurreição.
casas, não cessavam de ensinar, e Na mais recente edição do cur­
de anunciar a Jesus Cristo". so, há uma meta a mais. "A proposta
Com o o b jetivo de m elhorar da 3a edição do Curso de Formação
a qualidade do discipulado, a A s­ de Discipuladores seria ter uma esco­
sembléia de Deus em Maceió (AL), la para que os professores tenham a
liderada pelo pastor José Orisvaldo função de mentorar o convertido no
Nunes de Lima, também presidente processo de aprendizado. A primeira
O pastor Jo sé Orisvaldo é um entusiasta do ensino bíblico da Convenção dos Ministros da Igre­ e da segunda edições tiveram como
e oferece total apoio à formação de novos discipuladores
ja Evangélica Assembléia de Deus meta a realização de um discipulado
na igreja em Maceió
em A lagoas (Com adal), lançou o nas casas e a conclusão do curso
O discipulado é uma ferramenta Curso de Formação de Discipulado­ com a exibição de fotos provando
essencial para a vida da Igreja e res (CFD), que possui carga horária a prática do discipulado por parte
que remonta à Era Apostólica, mas de a p ro xim ad a m e n te 60 horas, do form ando. J á a conclusão da
propriam ente à missão dada por incluindo 10 encontros, atividades 3a edição teve a apresentação de
Cristo a Seus discípulos: "Portanto de casa e seminário prático. respostas de questionários em torno
ide, fazei discípulos de todas as O presbítero Tiago Cavalcanti do processo de ensino", informa o
nações, batizando-os em nome do Alves, coordenador do Departamento presbítero Tiago, coordenador do
Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; de Evangelismo, Missões, Integração projeto. •

10 ENSINADOR CRISTÃO
A ESCOLA BÍBLICA
DOMINICAL E A MANUTENÇÃO
DA DOUTRINA CRISTÃ NA
IGREJA DE CRISTO
O pastor e teólogo Claiton Ivan Pom m erening é o entrevistado
desta edição da Ensinador C ristão. A o longo desta conversa, ele
discorreu sobre os principais desafios enfren tados na área de
educação cristã hoje, sobre a im portância da Escola Dom ini­
cal em sua vida e para a vida da igreja, sobre o alcance do
co lé g io C E E D U C às fam ílias em Jo in v ille (SC) através do
ensino secular influenciado pela Palavra de D eus, sobre a
necessidade de a Teologia e star a serviço da Igreja e traz
alg u m a s o rie n ta ç õ e s fu n d a m e n ta is para quem q u e r se
d e d icar à área do ensino de form a relevante.
O p asto r C la ito n é co m en tarista de Liçõ e s B íb lica s de
Escola Dominical da CPA D e serve a Deus na Igreja Evangélica
A ssem bléia de Deus em Jo in ville (SC) como pastor-auxiliar. Ele
é graduado em Teologia e Ciências Contábeis, com doutorado
e m estrado em Teologia pelas Faculdades EST; é diretor, pro­
fe sso r e pesquisado r de Teologia na Faculd ade Refidim , em
Santa C atarina; diretor do Colégio C E E D U C ; editor-chefe da
A zusa R evista d e E stu d o s P e n te co sta is e editor-executivo
da Revista REP A S/C P A D .

//
A minha
Qual a importância da Escola encantado com aquele m aterial. experiência na
Dominical para a sua vida, Sendo freq u en tad o r assíduo da
Escola Dominical
em particular, e para a vida Escola Dom inical desde criança,
da igreja? aos 13 anos com ecei a ministrar a e a de inúmeros
Com o assem bleiano desde o lição de adultos na classe de jovens, outros irmãos e
berço, eu cresci no am biente da pois ainda não haviam sido criadas irmãs atestam a
Escola Dominical. Tenho lembranças as lições específicas de jovens; e
depois disso, nunca mais parei de
importância da
de quando era crian ça, em que
meu pai, sendo pastor e professor ser aluno e pro fesso r de Escola Escola Dominical
de Escola Dominical, preparava e Dom inical. Essas experiências na na vida da igreja
estudava as lições da CPA D em Escola Dominical forjaram minha
casa. D epo is, quando aprendi a
ler, um dos meus passatempos era
vivência e compreensão do Evan­
gelho, me fizeram conhecer Jesus, //
ler a lição e ver as observações que bem como os primeiros rudimentos
meu pai havia feito. Ficava muito teológicos.

ENSINADOR Crístõo 11
A minha experiência na Escola presentes, ciente de que o aparelho As escolas cristãs devem lidar
Dominical e a de inúmeros outros celular é uma potente sala de aula com os altos custos operacionais, os
irmãos e irmãs atestam para a im­ com tudo à disposição do aluno. impostos, a concorrência acirrada,
portância da Escola Dominical na O estudo sistemático e contínuo é a inadimplência dos alunos, a falta
vida da igreja. Sem Escola Dominical, outra ferramenta imprescindível. Não de recursos para investimentos e a
a igreja, e consequentem ente os há nada pior na Escola Dominical do legislação educacional com plexa.
crentes, definham espiritualmente que um professor despreparado. Esses fatores podem comprometer
e se tornam superficiais na vivência As ferramentas de administração, a sustentabilidade e a viabilidade
do Evangelho. A Escola Dominical liderança e marketing também são das instituições de ensino cristãs.
é a m elhor agência geradora de necessárias. Por isso, é essencial que as escolas
discípulos de Jesus que seguem os cristãs tenham uma gestão p ro ­
O senhor trabalha há um
passos do mestre da Galileia. fissional, transparente e eficiente,
bom tempo na área da
Além disso, a Escola Dominical que busque otim izar os recursos
educação, inclusive com o
é um instrumento de evangelização, disponíveis, reduzir os gastos des­
Colégio CEEDUC. Devido ao
discipulado e missão. Ela ajuda a necessários, captar novos alunos e
atual contexto cultural do
formar novos líderes, a fortalecer a fidelizar os antigos.
país, muitas famílias, inclusive
comunhão entre os irmãos e a ampliar Além disso, as escolas cristãs não
não-evangélicas, têm procu­
o testemunho cristão na sociedade. podem deixar se levar pela grande
rado as instituições de ensino
A Escola Dominical também é uma onda de desinformação que invade
cristãs. Quais os principais
forma de preservar e transm itir a o país, oriunda de vários espectros
desafios nessa área?
tradição e a identidade da igreja, id e o ló g ico s, po is p re ju d icam o
As escolas cristãs devem oferecer ap ren d izad o . Isso re q u e r muito
bem como de promover a renovação
uma educação integral, que considere discernimento dos tempos que es­
e a atualização da sua mensagem.
as dimensões cognitiva, afetiva, social tamos vivendo, oração e sabedoria
Que ferramentas podem ser e espiritual dos alunos. Para isso, é para tom ar as decisões corretas.
utilizadas na Escola Dominical preciso que os professores, gestores Envolve tam bém constante atua­
a fim de otimizar o ensino e e funcionários estejam alinhados com lização pedagógica e teórica, pois
conquistar mais alunos cons­ os princípios e valores cristãos que muito rapidamente as informações
cientes de suas responsabili­ norteiam a proposta educacional da que neste momento são relevantes
dades no Reino de Deus? instituição. Além disso, é necessário daqui a pouco não serão mais. Outra
A mais nobre das ferramentas que as escolas cristãs estejam abertas necessidade de discernimento é a
- se é que podem os chamá-la de ao diálogo e ao respeito à diversidade não politização da educação, pois,
ferramenta - é a exposição contex- religiosa, cultural e étnica, sem perder ao acontecer, perde-se o propó­
tualizada, inteligente e atrativa da a sua identidade confessional e sua sito da escola, que é educar para
Palavra de Deus numa linguagem ética pautada no Evangelho. o futuro, para que o educando se
acessível ao cidadão do século 21. A s escolas devem buscar co­ torne mais colaborativo, participa­
O preparo didático e pedagógico nheceras necessidades, os anseios tivo, humanizado e praticante das
do professor, bem como o acesso a e as dificuldades das famílias que virtudes do Evangelho.
subsídios teológicos disponíveis em procuram seus serviços educacio­ Para além disso, o grande de­
vários meios midiáticos e textos, são nais, inclusive as não-evangélicas. E safio é co n v e n ce r as lid eran ças
imprescindíveis. Estes precisam fazer fundamental que as escolas cristãs evangélicas que chegou o grande
frente às inúmeras concorrências apresentem um diferencial de quali­ momento de as igrejas terem suas
tecnológicas e midiáticas que cha­ dade em relação às demais escolas, p ró p rias e sco la s que, de início,
mam atenção do aluno, geralmente tanto no aspecto acadêmico quanto poderão demandar grandes investi­
mais do que a própria sala de aula. no aspecto pastoral, não apenas mentos financeiros e pouco retorno,
Outra ferramenta é a apropriação, tendo o diferencial de serem cristãs, m as que, com uma boa g estão
por parte do professor, das tecnolo­ mas também tendo o diferencial da administrativa, poderão se tornar
gias disponíveis, sabendo que cada qualidade e da excelência, tendo em em grandes rendimentos sociais e
vez mais elas estarão evoluindo e vista a excelência do Reino de Deus. especialmente espirituais.

12 ENSINADOR Cristão
Como teólogo, fale sobre a que não seja apenas acadêm ica, cristã, pois revela a vontade de Deus
importância de não apenas m as tam b é m p rá tic a ; q ue não para a vida do ser humano e da
se fazer teologia academi­ seja apenas teórica, mas tam bém igreja. É preciso se dedicar ao estudo
camente, mas de colocá-la vivencial; que não seja apenas in­ sistemático, exegético e prático das
a serviço da comunidade de formativa, mas também formativa; Escrituras.
irmãos, tornando-a relevante que não seja apenas racional, mas Outra coisa muito importante é
para a vida da igreja tam bém do coração. Assim , a Te­ saber ouvir a voz do Espírito Santo
Sempre oriento nossos alunos ologia pode servir à com unidade e, para isso, é preciso desenvolver

à necessidade de que a Teologia de irmãos como um instrumento de a disciplina da oração, da súplica e


deve tornar a pessoa mais humilde edificação, orientação e capacitação do silêncio, algo negligenciado num

e servidora. Se o estudo faz com que para o serviço do Reino de Deus. mundo agitado, competitivo e mer­

a pessoa se ensoberbeça e a faz se cadológico. Somente os que ouvem


Quais conselhos o senhor da­
voltar contra a igreja ou sua liderança, o Espírito conseguem discernir a
ria para quem almeja ingres­
é prova de que não lhe está fazendo confusão que o nosso mundo vive
sar na área do ensino?
bem. Jesus mesmo enfatizou que e assim atingirem as necessidades
Gostar de ler e de estudar, ou
entre Seus discípulos não imperam os do co ra çã o das p e sso as com a
ao menos se esforçar para fazê-lo. Palavra de Deus.
valores do mundo (Mc 10.43), mas os
Som ente quem faz a autogestão Deve-se tam bém desenvolver
valores do Reino de Deus. Ele mesmo
do seu conhecim ento consegue uma visão integral da educação
pegou a toalha e a bacia e serviu
ter amplitude e profundidade para
Seus discípulos. A atitude principal cristã. A educação cristã não se limita
ensinar. E buscar uma form ação ao ensino formal ou informal da
de todo teólogo ou estudante de
acadêmica adequada. Existem cur­ doutrina cristã, mas abrange todas
Teologia deve ser o serviço e jamais
sos de graduação, pós-graduação as dimensões da vida do educando:
orgulhar-se de seu conhecimento ou
e extensão em Educação Cristã, cognitiva, afetiva, social e espiritual.
nível intelectual. Assim, a Teologia
Teologia, Pedagogia, Psicologia e Por fim, é preciso participar de
sempre deve se colocar a serviço da
outras áreas afins que podem con­ uma comunidade de fé e de apren­
igreja e da com unidade. O ponto
tribuir para o preparo profissional dizagem. A educação cristã é uma
de partida é a comunidade de fé. O
e m inisterial. Tam bém é preciso tarefa coletiva e cooperativa, que
teólogo deve agir e pensar em função
desenvolver as habilidades de lei­ envolve a participação ativa e res­
de sua comunidade, servindo-a com
tura, interpretação, com unicação ponsável de toda a igreja. Assim, é
humildade e estando inserido em
e expressão. salutar integrar-se a uma comunidade
sua vida e missão. A Teologia leva a
É necessário estudar a Bíblia de fé que valorize e apoie a educa­
servir os outros, conduzindo-os na sã
com profundidade e ção cristã em seus diversos
doutrina de Cristo. A Teologia deve
fidelidade. A Palavra níveis e modalidades. •
ainda ser espiritual, fruto da comunhão
de Deus é a fonte
com Deus pelo Espírito Santo, que
prim ária e supre­
ilumina a mente, aquece o coração e
ma da educação
inspira a vontade do teólogo cristão.
Dessa forma, para ser relevante, a
Teologia deve ser crítica de si mesma;
deve dar ferramentas à igreja e à sua
liderança; deve ser crítica da pregação
e do agir da Igreja para que as ações e
palavras da Igreja sejam reslmente re­
flexo das ações e da Palavra de Deus.
Assim agindo, a Teologia e o teólogo
não buscam a autoglorificação, mas
a glorificação de Deus.
Esses princípios podem ajudar o
teólogo cristão a fazer uma teologia
Artigo Revista Jovens
_______ Elia s Rangel Torrolbo (Ml

O FUNDAMENTO DOS
APÓSTOLOS E DOS PROFETAS
A Doutrina Bíblica como Base para uma
Caminhada Cristã Vitoriosa

As Lições Bíblicas dos Jovens deste trimestre pro­ Portanto, a expressão "Fundamento dos Apóstolos
põem uma reflexão sobre a importância e o valor da e dos Profetas" não quer dizer que a igreja e a doutrina
Doutrina Bíblica. O principal objetivo é o de reafirmar cristã estão firmadas nos apóstolos ou nos profetas,
a essencialidade da doutrina para que o crente seja mas diz respeito ao que eles ensinaram e falaram so­
bem-sucedido em sua vida e consiga mantê-la espiri­ bre Cristo, que é o fundamento da Igreja e de toda a
tualmente saudável. Na dinâmica de ministração das doutrina sobre a qual a nossa fé está firmada. Sendo
aulas, o professor deve trabalhar para alcançar esse assim, durante as aulas, é importante que o professor
objetivo em cada uma das treze lições. enfatize que Cristo é a base de toda doutrina bíblica.
Antes de tratar dos temas dessas lições, é impres­ Nesse sentido, estas lições cumprem dois propósitos:
cindível uma com preensão da expressão "O Funda­ 1) exaltar o nome de Cristo e 2) reafirmar que Cristo, e
m ento dos A p ó sto lo s e dos Pro fe tas", que indica nenhum outro nome, é a base da Igreja e de sua doutrina.
Cristo como a base firme do conjunto de doutrinas A s lições estão expostas de forma a facilitar a sua
que norteia e sustenta a fé cristã (Ef 2.20,21), e sobre com preensão, e podem ser divididas assim: 1) ênfa­
este texto Matthew Henry, em seu Comentário Bíblico se à centralidade da Bíblia; 2) alerta sobre as falsas
publicado pela CPAD, escreve: doutrinas; e 3) o lugar da doutrina na vida do crente
e da igreja. A sugestão é que o professor considere
Os apóstolos e os profetas são o fundam ento essa divisão à medida que leciona, pois favorecerá o
d e s s e e d ifíc io . E le s p o d e m s e r ch a m a d o s processo de ensino-aprendizagem.
assim em um sentid o secundário, o n d e Cristo Sob o título "Bíblia: Fonte da Genuína Doutrina",
é o fundam ento principal. Mas, nós tem os de a primeira lição reafirma a centralidade da Bíblia na
entender esse aspecto no contexto da doutrina apresentação da doutrina cristã. Panoramicamente, essa
anunciada p e lo s p ro fe ta s d o A n tig o Testa­ lição se vale do que a Bibliologia - parte importante da
m ento e os apóstolos d o Novo. Lem os então: Teologia Sistemática - oferece de informações sobre
"...d e qu e Je su s Cristo é a principal pedra da a origem divina e humana da Bíblia, a sua inspiração
esquina". Nele, ju d e u s e gentios se reúnem e e a sua elevada importância.
constituem uma igreja; e Cristo sustenta o e d i­ Entre as lições 2 e 4, são dados exem plos bíblicos
fício pela sua força: "...n o qual todo o edifício, do A ntigo Testam ento que mostram a im portância
bem ajustado... "(v. 21). do conhecim ento e da m anutenção da verdade de

H H Ü
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IÍÍH I w* iqgpwgp
m jj*;
Desde a Antiga
Aliança, os
Deus, e de como ela contribui com equilibradamente em favor da saúde
a firmeza do crente em tem pos de
princípios de Deus espiritual da igreja.
adversidades. A lição 2, cujo título é são ensinados ao Entre as liçõ e s 7 e 9, a in te n ­
"A Doutrina de Moisés", mostra que ção é m ostrar os m eios eficazes
Seu povo com
desde a Antiga Aliança os princípios no com bate aos falsos ensinos e
de Deus são ensinados ao Seu povo,
0 propósito de em favor da firm eza doutrinária e
com o propósito de este refletir o este refletir o Seu do fervor esp iritual. A lição 7, "A
Seu caráter diante dos outros povos, caráter diante D o utrina que dá V ida e Exp u lsa
tanto pelas ações litúrgicas como os D em ônios", elucida a doutrina
dos outros povos, de Cristo, cuja marca principal é a
pelo seu com portam ento moral.
Com o título "O Cativeiro Mo­ tanto pelas ações autoridade e os resultados são de
tivado pelo Desprezo ao Ensino", litúrgicas como pelo vida e de liberdade.
a lição 3 adverte a igreja sobre os A lição 8 fala sobre "A Sã Dou­
seu comportamento
perigos e as consequências de uma trina" e reafirma o significado de
geração que negligencia ou rejeita moral d o u trin a , a sua natureza d ivina,
o ensino da verdade de Deus, ao se a igreja com o o seu alvo e a sua
esquecer da Lei de Deus, ao deixar PP função de sustentar a fé cristã. Já a
de ouvir as Escrituras, ou ainda ao lição 9 discorre sobre "A Doutrina
tolerar falsos ensinos, dos Apóstolos" e mostra a sua pra-
Com o exemplo de Sadraque, Mesaque e Abede- ticidade, o seu compromisso em produzir o genuíno
-Nego, a lição 4 mostra à juventude cristã que, além amor e a sua capacidade em treinar os crentes para
de ser possível manter-se firme na doutrina em meio o serviço cristão.
a uma geração divorciada da verdade, Deus sempre Com o título "A Doutrina Deve Fazer Parte do Cul­
recompensa os fiéis. Nesse sentido, essa lição oferece to", a lição 11 traz uma particularidade, ao mostrar que
recursos para que o jovem cristão decida permanecer a doutrina deve ser apresentada em toda a liturgia do
Elias Rangel firm e no confronto às falsas doutrinas e no viver a culto, inclusive por meio dos hinos que são cantados,
Torralbo é pastor, obedecendo sempre a ordem do culto, ainda que em
verdade de Deus.
graduado em
Teologia, licenciado A lição 5, com o título "A s Falsas D outrinas", e sua diversidade.
em Pedagogia, a lição 10, intitulada "O C uidado com o Vento de A lição 12, "Perseverando na Doutrina de Cristo",
mestrado Doutrina", cumprem a função de mostrar os perigos, convoca a igreja - em um mundo imoral - a permanecer
em Teologia
a realidade e a contem poraneidade dos falsos ensi­ vigilante e fiel aos ensinos de Cristo que, conforme a
Sistemática e
Prática, atualmente nos e de seus danos. Essas lições revelam - à luz das lição 13 ("A Igreja não Sobrevive sem Doutrina"), é um
é diretor-executivo Escrituras - a presença de doutrinas de demônios, a fundamento eterno, capaz de desmascarar a mentira
da Faculdade
sedução desses falsos ensinos e como o crente pode e capacitar o crente a agradar a Deus.
Evangélica de São
Paulo (FAESP) e deve enfrentá-los e vencê-los. Assim , o professor levará os seus alunos a amar a
e pastor da A lição 6 tem o título "A Doutrina e o Am or pelo Deus e à Sua Palavra, reafirmando o compromisso das
Assembléia de Deus Assembléias de Deus com a doutrina bíblica pentecos-
Senhor", onde, a partir do exem plo da igreja de Éfe-
Ministério do Belém.
so, mostramos que conhecim ento bíblico e o fervor tal. Ore, leia as Escrituras e bons livros sobre doutrina
4 . Setor 41 em Mogil
idas Cruzes (SP) espiritual não se opõem, mas devem caminhar juntos e aprofunde-se na Declaração de Fé de nossa igreja.*
:

M *
Exemplo de Mestre

ANTHONY D.
PALMA
Grande teólogo
e educador das
Assembléias
de Deus nos
Estados Unidos

Anthony David Palma foi um pastor e educador das posto de comandante. Na Marinha, ele "experimentou
Assembléias de Deus nos Estados Unidos, e autor semi­ uma revolução espiritual que culminou numa apreciação
nal de teologia pentecostal. Ele nasceu em uma família mais profunda da nossa herança pentecostal". Isso o
católica romana nominal, filho dos imigrantes italianos levou a fundar uma igreja em Hoboken, Nova Jersey,
Philip e Maria Palma, em 22 de dezembro de 1926, em onde crescera. Ele pastoreou essa igreja durante três
Moonachie, Nova Jersey. Um de cinco filhos, Anthony anos enquanto frequentava o seminário. Anthony fora
passou a primeira infância no bairro italiano de Hoboken, ordenado ao ministério em 19 de maio de 1960.
em Nova Jersey. Aos 12 anos, sua família mudou-se A principal vocação de Anthony era ensinar. Ele
para Jersey City. Ali, três senhoras imigrantes italianas lecionou no South-Eastern Bible College (agora Sou-
que frequentavam uma igreja pentecostal italiana local theastern University) em Lakeland, Flórida; no Central
evangelizaram a família Palma, levando Anthony, seus Bible College de 1962 a 1970; no Evangel College (agora
pais e sua irmã mais velha, Susan, a frequentar a igreja Evangel University) de 1970 a 1973); e na Escola de Pós-
e aceitaram a Cristo. Anthony tinha 14 anos na época. -Graduação das Assembléias de Deus (agora Seminário
Três anos depois, em 1943, ele foi batizado no Espírito Teológico das Assem bléias de Deus) de 1973 a 1981,
Santo. A partir daí, procurou crescer no conhecimento da todas localizadas em Springfield. Ele também lecionou
Bíblia, se matriculando no ano seguinte no Central Bible no Valley Forge Christian College (agora University de
Institute em Springfield, Missouri. De 1945 a 1947, ele Valley Forge) em Phoenixville, Pensilvânia, de 1981 a
frequentou o Eastern Bible Institute (agora Universidade 1986), e no American Indian Bible College, em Phoenix,
de Valley Forge) e retornou ao Central Bible Institute de Arizona, de 1990 a 1993. Ele foi reitor de Teologia, reitor
1948 a 1949, graduando-se em Bíblia. Depois, obteve acadêmico e diretor de faculdades de 1974 a 1989, e
o mestrado em Educação pela Universidade de Nova presidiu a Sociedade de Estudos Pentecostais em 1978.
York em 1957, o bacharelado em Teologia pelo Semi­ De 1993 a 2004, ele e sua esposa ministraram como
nário Teológico de Nova York em 1960 e o mestrado professores de curto prazo em faculdades bíblicas e se­
(1966) e doutorado (1974) em Teologia pelo Seminário minários na Bélgica, Itália, Ilhas Filipinas, Coréia, Nigéria,
Concordia em St. Louis, Missouri. Colômbia, Peru e Brasil. Em 1993, ele foi homenageado
Palma ingressou na Marinha dos EUA em 1950, servindo pelo Concilio Geral das Assembléias de Deus dos EUA
durante a Guerra da Coréia. Ele escreveu artigos para o com o Prêmio Educador Distinto.
Chrisfs Ambassadors Herald enquanto estava no serviço, Escritor prolífico, escreveu vários artigos e livros. No
vendo as forças armadas como um "tremendo campo Brasil, foi publicado pela CPAD sua obra O Batismo no
missionário". Após a guerra, casou-se, em 1959, com Betty Espírito Santo e com Fogo. Após contribuir na formação
Leskela, de Illinois, e tiveram dois filhos. Palma serviu mais de milhares de ministros e educadores, Anthony partiu
tarde como capelão da Marinha dos EUA, alcançando o para Glória em 2023; e sua esposa, Betty, em 2020. •

ENSINADOR CRISTÃO 17
Artigo
Revista Juvenis

FELIZ POP
INTEIRO: O
QUE DEUS
PREPAROU
PARA MIM
Jonas Jose de Oliveira
— W Maria é pastor,
Nessa fase da idade de nossos alunos da Classe não distribuir texto s bíblicos graduado em Teologia
Juvenis, inúmeros desafios são enfrentados. A infância que falam sobre o tema e pedir pela Universidade
e parte da adolescência dão lugar aos diversos em ­ que cada um participe, além de Mackenzie, mestre em
teologia pela Fabapar
blemas da juventude e, futuramente, da vida adulta. incentivá-los para convidar um e doutorando em
A mente e o corpo passam por transform ações e as amigo não crente para a aula? teologia pela PUC-PR,
interações sociais são cada vez mais desafiadoras. Ao discorrer sobre a questão e líder da Assembléia
de Deus em Regente
Com quem constituir uma fam ília, qual faculd ad e do preconceito e discrim ina­
Feijó (SP), setor
e sco lh e r e qual p ro fissão d e c id ir são alguns dos ção, você poderá realizar uma de Presidente
em bates enfrentados pelos meninos e m eninas de com unicação multilateral, em Prudente (SP).

nossas igrejas. E é nesse momento que um tema que que a sala é m ontada em
trata de problemas pontuais e que vão de encontro a formato de círculo.
essas necessidades se faz necessário. D e u s d e s e ja que
Neste trimestre o tema de nossa revista Juvenis é nossos meninos e me­
"Feliz por Inteiro: O que Deus preparou para mim". ninas sejam felizes por
Por toda a Escritura percebemos que Deus deseja nos inteiro e que saibam
abençoar deform a integral (Dt 28.1-2,12; Pv 10.22; Mc que Deus tem coisas
10.29, 30). Deus não compartimenta suas bênçãos e grandes, sólidas e ma­
nem categoriza suas promessas. Nossos adolescentes e ravilh osas para suas
jovens precisam estar cônscios sobre a sua identidade vidas (Jr 33.3). Neste
cristã, sobre o exercício de sua fé e sua postura diante trimestre discorreremos
de um mundo que cada vez mais tenta afastá-los da sobre vários temas, desde
presença do Senhor (Ec 12.1; 1Tm 4.12). a d ep ressão, passando
A proposta do trimestre, portanto, não é apenas pelo tem a de como
falar sobre os conflitos inerentes à idade dos alunos vencer o medo e a
ou dos problem as que estão ou terão de enfrentar. timidez, até sobre
Acima disso, o objetivo é apresentar uma abordagem as e sc o lh a s para
bíblica. Em outras palavras, nossos Juvenis precisam o futuro, a paixão
saber lidar com a depressão, a timidez, o medo, es­ que pulsa o cora­
colhas, influências e sentimentos à luz da Palavra de ção e a vivência pe­
Deus. O que a Bíblia fala sobre esses assuntos? São los valores do Reino
respostas para esta questão que a revista do primeiro de Deus, além de
trimestre de 2024 buscará a fim de orientar, esclarecer refletir sobre uma
e conduzir nossos ad olescentes e jovens para uma vida vitoriosa, equili­
vida cristã vitoriosa. brada e fiel ao Senhor
Desta forma, como os tem as das lições são práti­ Jesus. Que Deus te aben­
cos, é importante que você, professor e professora, çoe muito neste primeiro
também conduza as lições não apenas no formato da trimestre de 2024 e que seus
aula expositiva, em que o professor fala e os alunos alunos saibam que Deus
ouvem. Ao tratar sobre o tema "Estender as m ãos", q uer abençoá-los in te­
porque não convidar seus alunos para a arrumação gralmente, preparando
da sala, pontuando que ao ajudar uns aos outros es­ um futuro de bênçãos
tam os cumprindo com um mandamento do Senhor? e vitórias para cada um
Ao tratar sobre a importância das amizades, porque deles (Jr 29.11). •
Mister dizer do
compromisso que
todo cristão possui dos ad olescentes precisam se
na C la sse dos A d o le sce n te s, de ser luz e sal no apoiar em ilustrações práticas.
estudarem os sobre "A História meio de uma geração Por e x e m p lo : ao fa la r so b re
da Salvação", um tema curioso, corrompida e perversa justificação, conte o episódio de
porque Deus, o A utor da Sal­ alguém que foi condenado em
• • * vação , não tem história. Haja face de um crime cometido, mas,
• • • • no ato da sentença, o juiz absol­
vista que, para se ter história,
necessário se faz que haja um veu o réu e ele mesmo assumiu
• • • • • • • • ponto inicial, mas Deus é eterno do o professor — ninguém se a culpa. A justiça foi feita, mas
• • • • • (Gn 2 1.3 3). P o rtan to , não há iluda com a pouca idade dos o condenado foi liberto, porque
• • • • * que se falar em uma história do alunos - ap resen tar asp ectos alguém assumiu seu lugar.
• • • • • No q u a rto b lo c o , o m ais
Todo-Poderoso. Todos os seres científicos do Criacionismo (quiçá
• • • • • • • •
humanos, ao contrário, possu­ mostrando vídeos de cientistas prático e desafiador: o olhar se
f l % ímos uma história, porque não cristãos) e as consequências da volta para o que fazer quando
Q C Q T R som os eternos, mas im ortais, entrada do pecado no mundo. se é alcançado pela salvação.
Í E i S Y x ir x Nesse momento, mister dizer do
tivemos um marco temporal que No segundo bloco de lições,
nos designa, mas não terem os será estudado sobre o Salvador, com prom isso que todo cristão
fim; da mesma forma, a salvação, Ele foi prometido e nasceu de possui de ser luz e sal no meio
a qual será contada nas lições uma mulher, na plenitude dos de uma geração corrompida e
minuciosamente: passado, pre­ tempos. Aqui, abordagens acer­ perversa. A experiência do pro­
sente e futuro. ca da historicidade de Jesus não fessor com Cristo falará muito
C o m o , po rém , os a d o le s­ po dem faltar, o fe re ce n d o -se alto para a classe. Afinal, como
Reynaldo OdiLo centes acessarão assuntos tão su b síd io s o riu n d o s de obras sabem os, "o exem plo arrasta".
Martins Soares A história da salvação se inicia
profundos? Nesse passo, aqui, cristãs, notadamente da CPAD,
|é pastor na
\ssembleia de elencaremos algumas sugestões que demonstrem a veracidade no Calvário, mas, como pode ser
iDeus em Natal que facilitarão essa abordagem, histórica dos fatos narrados. observado, a revista lança luzes
|(RN) e diretor do so b re o p assad o da salvação
a fim de que cada professor, No terceiro bloco de lições
Departamento de
com o auxílio do Espírito Santo, — tudo está entrelaçado — , o (ou seja, sobre acontecimentos
Ensino e Educação
ICristã(DENEC); encontre a chave que abrirá o tem a é a paixão de C risto no que a n te ce d e ram o sa crifico
1 0 articulista está entendimento dos adolescentes, Calvário, e as consequências do supremo do Filho de Deus que
substituindo a
levando-os ao conh ecim en to Seu sacrifício: redenção, novo nos outorgou "uma tão grande
^com entarista da
revista, professora mais importante de suas vidas. nascimento, justificação santifi­ salvação". Hb 2.3), o presente
Thaís de Paula As lições podem ser divididas cação. Esses assuntos precisam e também o futuro da salvação,
Martins, por a convidando-nos a pensar se es­
em quatro blocos: no primeiro, ser explicados sem voracidade
|mesma estar|
|em situação de será abordado acerca da criação teológica, mas com complacên­ tamos, de fato, cumprindo nossa
puerpério. e da queda do homem, deven- cia didática. Afinal, as m entes missão neste mundo. •

ENSINADOR CRISTÃO
TENHAO CONHECIMENTO
PER FEITO DA LÍNGUA
PO RTU G U ESA p a r a
PREGAR E ENSINAR
COM EX CELÊN CIA

Em diversas passagens, a Bíblia ensina que o cristão


deve fazer qualquer ta re fa com zelo e excelência.
Esta verdade não é menor ao falarm os do estudo
e transm issão das Escrituras Sagrad as.

I
>
MANUAL DE Nesta obra, o professor de Língua Portuguesa e

LÍNGUA PORTUGUESA Literatura, Mareio Estevan, lhe levará a um mergulho


I I ao mundo das p ala vra s. Fornecendo conceitos
P A R A O B R E IR O S CRISTÃOS
b ásico s de g ra m á tic a , a b ra n g e n d o fonologia,
oS
morfologia, sintaxe e sem ântica, além da citação
sC ,
de diversos versículos, o Manual de Língua Portuguesa para
UMA FERRAMENTA
ao
e s s e n c ia l pa ra
Obreiros Cristãos abre um caminho para uma maior
<A com preensão da Pa la vra de Deus, e ajuda
M E L H O R QUALIFICAÇÃO
Da
($o D O S E U MINISTÉRIO na busca da excelência no estudo e tra n sm issã o

y a d e e n sin a m e n to s bíblicos.

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Reportagem

CONFERÊNCIA DE ESCOLA DOMINICAL


EM PORTO VELHO É MARCADA
PELA QUALIDADE DO ENSINO E A
MANIFESTAÇÃO DO PODER DE DEUS

Resultados positivos do evento


no norte do país são ressaltados pelas
lideranças da igreja rondoniense e da
CPAD, promotora do evento

22 ENSINADOR CRISTÃO
A Igreja Assem bléia de Deus em Porto Velho (RO) Os preletores convidados foram os pastores Ese ­
recebeu, nos dias 20 a 23 de julho, a 33a Conferência quias Soares (SP), Douglas Baptista (DF), Alexandre
de Escola Dom inical (C O ED ) da C asa Publicadora Coelho (RJ), Claiton Pommerening (SC), Jam iel Lopes
das A ssem bléias de Deus (CPAD ), com a presença (SP), Valmir Nascimento (MT), Jader Cruz (RJ), Joelson
de 2.124 inscritos, incluindo pastores, professores de Lemos (RS) e Marcos Tedesco (SC); os evangelistas
todas as faixas etárias, gestores e alunos da Escola Marcelo Oliveira (RJ) e Thiago Santos (RJ); e as pro­
Dominical. Esse foi, em número de inscritos, a maior fessoras Telma Bueno (RJ), Anita Oyaizu (SP), Joani
C O E D já realizada pela CPAD. O tema que norteou Bentes (ES) e Siléia Chiquini (PR).
os trabalhos foi "O Espírito Santo capacitando a Igreja Na sexta-feira e no sábado, os conferencistas parti­
para o ensino da verdade", baseado em João 14.26. ciparam de atividades desde a manhã até à noite, em
Ao longo da program ação, os participantes tiveram plenárias, seminários e worshops no G rande Templo
acesso às plenárias, seminários e workshops com os e em locais externos: as congregações dos setores 15
preletores convidados. e 16, e o Clube Raimundo Cantuária. O traslado dos
Estiveram presente ao evento o pastor Silas Paulo conferencistas foi possível através de ônibus fornecido
de Souza, 5° vice-presidente da C o nven ção G eral pela igreja rondoniense.
dos M inistros das Igrejas Evan g é licas A ssem b léia
de Deus do Brasil (C G A D B) e presidente da A D em
Cuiabá (MT), que declarou abertos os trabalhos da
33a edição da Conferência, representando o pastor
presidente da C G A D B , José Wellington Costa Junior.
Também compareceu o pastor Pedro Abreu de Lima,
1° secretário da C G A D B e presidente da Convenção
Estadual de Igrejas e Ministros das A ssem bléias de
Deus no Acre (CEIM ADAC); pastor Esequias Soares da
Silva, presidente da Comissão Apologética da CGADB
e presidente da So ciedade Bíblica do Brasil (SBB);
pastor Douglas Baptista, presidente do Conselho de
Educação e Cultura da C G A D B ; e o diretor-executivo
da CPAD, Ronaldo Rodrigues de Souza. O s cantores
M arcelo Santos (CPAD M usic), e Em erson Pedrosa Ronalc

(SP) conduziram os momentos de adoração a Deus


com louvores durante o culto de abertura e também
em todo o evento.

ENSINADOR CRISTÃO 23
A 4a aula das Lições Bíblicas Adultos, intitulada "Quan­ das A ssem b léias de Deus no Estado de Rondônia
do a criatura vale mais que o Criador", foi aplicada no (C EM A D ER O N ), foi alvo de homenagem ao receber
domingo pela manhã pelo comentarista da revista, pastor placa comemorativa pelas mãos do pastor Silas Paulo,
Douglas Baptista. Em seguida, aconteceu a última ple­ representando a C G A D B , por seu em penho para a
nária com a professora Joani Bentes (Tia Jô), sob o tema realização do evento. O diretor-executivo da CPAD,
"Deixai vir a mim todas as crianças". Após sua palestra irmão Ronaldo Rodrigues de Souza, destacou o êxito
e com autorização do pastor da AD em Porto Velho, ela da 33a Conferência de Escola Dominical e declarou
convidou os pais e as crianças à frente do altar para um que ele só foi possível devido ao trabalho intenso
momento de oração, ocasião em que houve uma notável feito nas igrejas locais. "R o ndô nia sem pre esteve
manifestação divina, levando muitos conferencistas a sentir presente nos nossos eventos em todo o Brasil. É uma
a presença do Senhor. Durante a oração, o jovem Lucas região que ama a Palavra de Deus e a gente percebe
Tamo Salazar da Silva, de 23 anos, foi batizado no Espírito o interesse das pessoas pelo ensino da Palavra. O
Santo. Ele é descendente de bolivianos e professor da êxito desta Conferência é fruto do trabalho feito nas
Classe de Novos Convertidos da A D em Nova Mamoré Escolas Dom inicais desse estado. Além do número
(RO), congregação Novo Horizonte. de inscritos, a participação foi muito relevante. Com
O pastor Nelson Luchtenberg, líder da A D em certeza, a igreja em Rondônia só tem a crescer, pois
Porto Velho e da Convenção Estadual dos Ministros prioriza a Palavra de D eus". •

24 ENSINADOR CRISTÃO
© Entrevista do Comentarista

ECLESIOLOGIA: A
DOUTRINA ACERCA DA
IGREJA DE CRISTO
O pastor Jo sé G onçalves da Costa G om es é o entrevistado
desta edição da revista Ensinador Cristão. Ele é o comentarista
da revista Lições Bíblicas do primeiro trimestre de 2024, que
aborda o tem a Eclesiologia ("O Corpo de Cristo: Origem ,
Natureza e a Vocação da Igreja no M undo") e suas impli­
cações para a vida do salvo em Cristo.
O pastor Jo sé Gonçalves é líder da Assembléia de Deus
em Água Branca (PI), com entarista de Lições Bíblicas de
A d u lto s da Escola Bíblica Dom inical ed itad as pela Casa
Publicadora das Assembléias de Deus (CPAD), autor de vários
títulos lançados pela Casa, bacharel em Teologia pelo Seminário
Batista de Teresina e graduado em Filosofia pela Universidade
Federal do Piauí, além de m estre em Teologia e esp ecialista em
Interpretação Bíblica pela Faculdade Batista do Paraná (FABATPAR).
Nesta entrevista, o pastor José Gonçalves fala sobre a importância de
se tratar da Eclesiologia nesses dias, sobre o fenômeno dos desigrejados,
sobre a doutrina do sacerdócio universal dos crentes, sobre a função de
cada membro do Corpo de Cristo e acerca da missão da Igreja.

Qual a importância, para os Essa é uma Igreja ra d ica lm e n te Este é um fenôm eno que, se ­
nossos dias, de uma lição institucional, onde pouco ou ne­ gundo as estatísticas, vem crescen­
tratando sobre eclesiologia? nhum v e stíg io do C ristia n ism o do. Isso pode ser visto no fato de
A meu ver, a prin cip al razão bíblico pode ser p erceb id o . Por que muitas pessoas dizem gostar
que justifica um estudo sistemático outro lado, os muitos escândalos, de Je s u s , mas não da Igreja. Na
so b re a Igreja neste m om ento - quer no contexto católico quer no v e rd a d e , há alg uns fa to re s por
além de ser uma doutrina bíblica protestante, ajudaram tam bém a trás d e sse fato . Prim eiram ente,
- está no fato de que d e vem o s construir essa im agem negativa acredito que seja a forte presença
construir uma cosmovisão correta da Igreja. Logo, um estudo siste­ do espírito anárquico desta era.
mático sobre a Igreja, onde a sua Há uma rejeição por tudo aquilo
sobre a Igreja. Isso porque o que
verdadeira natureza e identidade que e xija o b e d iê n cia por parte
prevalece no imaginário social hoje
b íb lic a é po sta em re a lce , sem de algum líder ou liderança. Em
são im agens negativas da Igreja.
dúvida ajudará o cristão a conhecer outras palavras, ninguém quer ser
G e ra lm e n te , o que se co n h ece
melhor aquela por quem Cristo se com andado por ninguém. Prefe­
sobre a Igreja é aquilo que é d i­
sacrificou e morreu. rem ser andorinhas solitárias. Por
vulgado na mídia e o que nela se
veicula quase sempre é uma visão Um dos fenômenos religio­ outro lado, os d e sig rejad o s são
distorcida sobre a Igreja. A Igreja sos dos últimos anos no Oci­ uma forma de reação ao institu-
retratada nos livros acad êm ico s dente é o dos desigrejados. cionalism o rígido que em alguns
é aq u ela do p e río d o m e d ie val, A seu ver, a que se deve esse lugares im pera so b eranam ente.
das cruzadas e das inq u isiçõ e s. fenômeno? Nesse caso, as pessoas preferem

ENSINADOR CRISTÃO 25
ficar de fora da igreja do que estar Cada cristão tem uma função cristão tem o seu lugar e função no
sob a estrutura organizada de uma no corpo de Cristo. Contudo, de Corpo de Cristo (1 Coríntios 12.12-
instituição. Evidentemente que isso fato, nem todos têm essa consci­ 31). Q uando isso não aco ntece,
é um equívoco, pois não se corrige ência. Biblicamente, um discípulo é então, temos uma disfunção, isto
um erro criando outro. alguém que é a capaz de reproduzir é, o corpo trabalhando de forma
ou fazer o que o seu mestre fez ou anômala.
De forma sim plificada, o que
ensinou. Q uando isso aco ntece,
é a doutrina do sacerdócio Nos últimos tempos, a
então o processo de discipulado é
universal dos crentes e qual missão da Igreja e/ou suas
eficaz. O apóstolo Paulo trabalhou
a sua importância para a prioridades têm sido detur­
vida do crente e da igreja? padas em alguns lugares,
No contexto bíblico e da Refor­ sob a influência de teologias
ma Protestante, é a doutrina segun­ // equivocadas ou de conjun­
turas políticas e sociais. Fale
do a qual todo cristão é sacerdote de
alguém, e que, dessa forma, somos A Igreja deve sinteticam ente sobre qual a
todos sacerdotes uns dos outros: ocupar todos os missão da igreja biblicam en­
"M as vòs sois a geração eleita, o te e como se precaver dessas
espaços na cultura
sacerdócio real, a nação santa, o influências corruptoras.
povo adquirido, para que anuncieis
e na sociedade.
A Igreja tem um papel social a
as virtudes daquele que vos chamou Isso significa, por cumprir e isso não deve ser negli­
das trevas para a sua maravilhosa exemplo, a Igreja g enciad o . D essa form a, a Igreja
luz" (1 Pedro 2.9). Essa doutrina atuando na esfera d e ve o cu p a r to d o s os e sp a ço s
se contrapõe ao ensino elitista do pública. Contudo, na cultura e na s o cie d a d e . Isso
catolicismo, que deixou o sacerdócio
não devemos sig n ifica , po r e xe m p lo , a Igreja
restrito a uma classe privilegiada: o atuando na esfera pública. Contu­
clero. Contudo, convém dizer que,
nos esquecer da
do, não devemos esquecer do que
por outro lado, devem os evitar o
soberania das
comumente já se denominou como
erro de rejeitar qualquer outra forma esferas. A Igreja e o "soberania das esferas". Isso quer
de governo da Igreja. A doutrina Estado são esferas dizer que a Igreja e o Estado são
do sacerdócio universal de todos distintas, cada um esferas distintas, cada um com seu
os crentes não exclui os ministérios com seu raio de raio de atuação. Q uando isso não
criados pelo próprio Deus para o
atuação. A Igreja é levado em conta, então caímos
bem da Igreja: "E ele mesmo deu em erros do passado, onde a Igreja
uns para apóstolos, e outros para
não deve tomar o
tomava o lugar do Estado e vice-
profetas, e outros para evangelistas, lugar do Estado e
-versa. A propósito, o que se tem
e outros para pastores e doutores, vice-versa observado no contexto brasileiro
querendo o aperfeiçoam ento dos nos últimos anos, por exemplo, é a
santos, para a obra do ministério, // predominância de uma ideologia na
para edificação do corpo de Cristo"
esfera estatal que vem dando um
(Efésios 4.11,12).
novo formato ao processo educati­
À luz da Bíblia, cada cristão duro para produzir essa consciên­ vo. Via de regra, essa configuração
tem uma função no Corpo cia na vida da Igreja. Vem os isso ideológica se contrapõe, salvo raras
de Cristo, porém sabemos acontecendo na analogia que ele exceções, àquilo que a Igreja prega
que nem todos os crentes faz da igreja com o corpo humano e ensina. Nesse aspecto, a Igreja
estão conscientes disso. na sua Primeira Carta aos Coríntios, precisa manter a sua atenção em
Logo, como orientar o cristão no c a p ítu lo 12. A li, o ap ó sto lo um discipulado centrado em valo­
para que saiba discernir a Paulo diz que assim como o corpo res e princípios cristãos como uma
sua função dentro do Corpo humano tem diferentes funções, resposta à doutrinação cultural de
de Cristo? da m esm a form a a Igreja. Cada nossos dias. •

26 ENSINADOR CRISTÃO
O P R O FESSO R D E CRIA N ÇA S
E SU A S P EC U LIA R ID A D ES
Quando falamos das características de um professor mente as fases do desenvolvimento infantil: Primeira
de crianças, vemos que o fato de ser professor de crian­ Infancia, Segunda Infancia, M eninice e Puberdade.
ça não difere este em nada, essencialm ente falando, Isso o ajudará a ensinar crianças com êxito.
dos demais educadores que lecionam para as outras As dinâmicas e brincadeiras sadias fazem parte do
faixas etárias. A responsabilidade, o compromisso e processo de crescimento do aprendizado da criança e
a dedicação são inerentes a ambos. Nesse artigo, tra­ ajudam no entendimento da lição. Para isso, é preciso
taremos especificamente das peculiaridades, ou seja, uma ligação entre a lição m inistrada e a dinâm ica
da dinâmica do professor da EBD infantil na arte de ap licad a. Se não for assim , todo o trabalho ficará
ensinar os pequeninos. É necessário que o professor prejudicado. Um bom exemplo é a lição dos amigos
da área infantil tenha pleno conhecim ento do conte­ de Jesus junto com a dinâmica dos diferentes tipos de
údo que está ministrando, porque está trabalhando personalidades. O professor pode falar sobre os doze
com formação e transformação de caráter. Contudo, apóstolos e explicar que cada um tinha uma perso­
o fato de ser primordial transmitir de forma genuína nalidade diferente e pedir que a criança escreva uma
a Palavra de Deus não exclui o lúdico, tão essencial qualidade boa de seu amigo. "M eu amigo é ... legal,
no aprendizado da criança. amoroso, divertido, paciente, bondoso, alegre etc". A
O filósofo e teórico político suíço Je an-Jacq ues criança descobrirá uma qualidade em seu amigo e no
Rousseau foi um dos primeiros a afirmar que a criança final relacionará ela com os discípulos de Jesus. E se
precisa ser estudada antes de ser educada. Trazendo fará a pergunta: "Com qual deles eu sou parecido?"
esse conceito para a vida do professor, podemos dizer É im portante frisar que cada criança tam bém é
que é de suma importância que ele conheça minima­ peculiar, portanto deve-se observar a idade cronoló-
gica e psicológica dos alunos na hora de aplicar o seu vendo isto, indignou-se e disse-lhes: 'Deixem que os
ensino. A primeira idade é a idade cronológica, que pequeninos venham a mim; não os impeçam, porque
corresponde ao número de anos, m eses e dias que dos tais é o reino de Deus'.Então, tomando as crianças
tem os desde o dia em que nascem os. É a principal nos braços e impondo-lhes as mãos, as abençoava".
forma como as pessoas definem sua idade. A idade A versatilidade do professor no uso da metodologia
psicológica é identificada através das com petências faz com que a sua aula seja mais atraente, eletrizante
comportamentais, incluindo as capacidades mnésicas e produtiva. Toda criança ama histórias bem contadas
(a memória), as capacidades intelectuais (a inteligência) e a Bíblia está cheia delas. Se pararmos para obser­
e as motivações para o empreendimento proposto. var, verem os que Jesus, como excelente mestre que
Durante a semana, além de estudar a lição, o pro­ é, nos deixou uma metodologia fantástica de como
fessor deve buscar diferentes formas de apresentá-la apresentarmos o Evangelho para as crianças. Ele nos
aos pequeninos, conform e as suas necessidades e ensinou a contar histórias com perfeição . Q uando
capacidades, quer seja utilizando fantoches, carta­ nos debruçam os sobre o m inistério de Je su s, com
zes, teatros, instrumentos musicais, figuras em EVA, a visão de mestre e aluno, vemos quão precioso é o
bonecos, roupas típicas, malas missionárias, animais Seu ensino.
de pelúcia ou fatos ocorridos nos dias anteriores que Eu convido você a mergulhar nos quatro evange­
possam agregar na com preensão do seu ensino. A lhos, mas agora com uma visão diferente. Imagine-se
criança aprende muito mais fazendo do que somente lendo um livro que foi escrito esp ecialm ente para
ouvindo. Nesse contexto, são importantes trabalhos você. Agora, veja o Mestre ao seu lado ensinando com
onde ela esteja inserida como ator, como, por exem ­ toda paciência uma, duas, tres, quatro vezes até você
plo, teatrinhos, culto infantil, cântico com movimento entender a matéria. É assim que aprendemos quando
para os menores, roda de conversa, chuva de idéias, lemos a mesma passagem em Mateus, Marcos, Lucas
maquetes, gincanas para os maiores etc. e Jo ã o . Jesus é mestre por excelência! •
Após conhecer os seus alunos, o educador montará
a sua aula de acordo com o nível de sua classe. Outro
detalhe é que os pequenos aprendem muito através
da música e dos sentidos, sendo ideal o trabalho com
Vera Lúcia da
músicas para incentivar a audição, bem como imagens
Silva é membro
da Assembléia de para a visão e também objetos com diferentes super­
Deus de Várzea fícies para estimular o tato.
Paulista (SP), Cabe ao professor, assim como Jesus fez, "descer"
pedagoga formada
ao nível dos seus alunos para conseguir interagir com
pela ULBRA (RS)
e bacharel em os mesmos. O olho no olho é necessário tanto para
Teologia pela transm itir a m ensagem com o para impor disciplina
Escola Superior
sem ditadura. Diz Marcos 10.13-16: "Então trouxeram
de Teologia Pr.
Etyseu Queiroz de algum as crianças a Je su s para que as abençoasse,
Souza (Eteqs) mas os d iscíp u lo s os repreendiam . Je s u s , porém ,

28 ENSINADOR CRISTÃO
o Sala de leitura

fgwswj

O Corpo Igreja Identidade Doutrinas


de Cristo e Símbolos Bíblicas
José Gonçalves Esdras Costo Bentho Stanley M. Horton e W. Menzies
De autoria do pastor José Gon­ Ao atravessarem eras e culturas, Visando a um aprofundamento
çalve s, com en tarista da revista muitas palavras mudam de significado. dentro das Doutrinas Bíblicas, os
Lições Bíblicas de Adultos da CPAD E o caso de uma das mais importantes autores desta obra, os célebres
deste trimestre, que versa sobre palavras da Bíblia: ekklesia, muitas teólogos pentecostais Stanley Hor­
esse assunto, esta obra serve de vezes traduzida no Novo Testamen­ ton e W illiam M enzies, mostram
livro-texto para os professores e to como "igreja". Modernamente, 16 verdades bíblicas, promovendo
alunos que usarão a referida revista o vocábulo "igreja" tem designado um estudo sobre crescimento, ma­
nas salas da Escola Bíblica Dominical denominações, o templo e até mesmo turidade e estabilidade espiritual,
. O autor é líder da Assembléia de grupos heréticos, mas qual era o seu além de abordarem os aspectos da
Deus em Água Branca (PI), graduado real significado, ou significados, no Salvação, do Batismo no Espírito
em Filosofia, mestre em Teologia Antigo e no Novo Testamento? Qual Santo, da Santificação, da Cura
e esp ecialista em Interpretação a relação existente entre a igreja do Divina e do Juízo Final. Esta obra
Bíblica. Nesta obra, ele amplia os Novo Testamento, as assembléias da tem como seu principal objetivo
temas tratados na revista, trazendo polis grega e a sinagoga judaica, todas apresentar de forma simples e com­
uma rica abordagem sobre o que é traduzidas pela palavra ekklesia? O preensível o ensino das principais
a Igreja à luz das Sagradas Escritu­ autor preocupou-se em reunir subsídios doutrinas da Palavra de Deus em
ras, o fenômeno dos desigrejados para compor uma obra que busca com­ uma perspectiva pentecostal e au­
e conceitos equivocados sobre a preender o significado de ekklesia em xiliar seus leitores na apresentação
Igreja de Cristo. É imprescindível sua dimensão lexical, cultural, bíblica e bem-sucedida do ensino bíblico nas
para os professores e alunos que teológica com o objetivo de enfatizar salas da Escola Bíblica Dominical e
querem se aprofundar no tema do ao leitor a identidade e a natureza da nas demais reuniões doutrinárias
trimestre. igreja neotestamentária, algo necessário da igreja.
nesse período de apostasia religiosa
que grassa uma humanidade aturdida
e divorciada de Deus.

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e passa a fazer pane dafam .T g u a n d o nasce
^ S Z » ^ * > * '< * * * > jamais voltar à * £ £ £ ^ ” *> Pode
terreno é trocado pelo DNA c e le s liíl* ™ ^ ° NA
■Esequias Soares
Professor Responde
Lisandro Bacedônio
9 '
.a

É PRECISO SER TEÓLOGO


PARA SER UM BOM PROFESSOR
DA ESCOLA DOMINICAL?

A form a çã o em Teologia não é


im prescindível p a ra se r um bom
p ro fesso r de EBD, m a s é fu n d a m en ta l
p a ra o p ro fesso r q u e q u er se a p rim o ra r

Alguns elementos são fundamentais para a forma­ existiu um campo de batalha entre a propagação do
ção de um professor. A vocação é o primeiro deles. conhecim ento de Deus e a difusão de outros noci­
Lisandro A paixão pela aprendizagem, pela busca do conheci­ vos conhecim entos e informações. A concorrência é
Bacedônio é pastor, mento e pelo compartilhamento do saber adquirido, desleal. É preciso que o professor seja capacitado a
líder da Assembléia
também são. No entanto, nenhum professor alcançará ponto de prender a atenção dos seus alunos, apre­
de Deus em São
Marcos (RS), a excelência nos seus ensinos se não for interessado sentando domínio pleno sobre o tema abordado em
bacharel em o bastante por sua qualificação pessoal. Aquele que aula. Somos motivados pelo apóstolo Paulo em sua
Administração instrução aos filipenses: "O que também aprendestes,
se propõe a ensinar na Escola Bíb lica D o m in ical,
de Empresas
p o rtan to , deve e sp e cia lm e n te b uscar o dom ínio e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso fazei;
e Teologia,
especialista do co n h ecim en to b íb lic o -te o ló g ico . A fo rm ação e o Deus de paz será convosco" (Fp 4.9). Esse texto
em Ensino teológica é fundam ental para um aprim oram ento. paulinbo apresenta um mestre não apenas teórico,
Religioso, Gestão
H oje, por conta de vastas opçõ es de cursos livres mas prático. O apóstolo apresenta suas credencias e
e Docência do
Ensino Superior e graduações de qualidade em Teologia, não resta admoesta a viverem seus ensinamentos. Ele ensinou,
e Psicologia espaço para desculpas. O cenário de um mundo cada doou, falou e pôs em prática seu conhecim ento. Fez
Organizacional. tam bém uma promessa aos que o seguirem: " ...e o
vez mais tecnológico exige o preparo ainda maior do
É intérprete e
tradutor da língua ensinador cristão. É im perativo que aquele que se Deus de paz será convosco". Ele revolucionou o mundo
inglesa, acadêmico propõe a ensinar uma determinada matéria domine-a da sua época, pois era um ensinador vocacionado e
em Filosofia preparado. "Pregando o reino de Deus, e, com toda
plenamente e prossiga em estudá-la a fim de instruir
(U FR G S-R S )e
mais e melhor seus alunos. A assertiva é verdadeira: a intrepidez, sem im pedim ento algum, ensinava as
mestrando em
Teologia. não é possível falar do que não se conhece. Sempre coisas referentes ao Senhor Jesus Cristo" (At 28.31). •

30 ENSINADOR CRISTÃO
SI Boas Idéias

O CORPO DE CRISTO
Origem, natureza e a vocação
da igreja no mundo

A ORIGEM DA IGREJA IMAGENS BÍBLICAS DA IGREJA


L IÇ A O 1 L IÇ Ã O 2

Prezado(a) professor(a), você ama a Casa de Professor(a), na segunda lição aprenderemos


Deus? Então não terá dificuldades em preparar e que a Igreja é retratada por uma série de conceitos
ensinar a respeito do tema do trimestre: eclesiolo- e figuras no Novo Testamento. Cada uma delas
gia. Tenha cuidado para que suas aulas não sejam revela um determinado aspecto da Igreja de Jesus
apenas informativas, mas que seus alunos possam Cristo com os seguintes propósitos: comunicar o
refletir, questionar e compreender que a Igreja não relacionamento com Ele e apresentar a função e
nasceu da vontade do homem, mas de Deus. Que a habitação dessa instituição com seu Criador.
eles tenham uma visão correta a respeito da Casa O bjetivo: Que os alunos com preendam que,
de Deus, tendo a consciência de que a Igreja é um por meio de cada figura que retrata a Igreja, o
lugar onde nos reunimos para louvar e exaltar o Espírito Santo revela-nos quão gloriosa ela é.
Todo-Poderoso. Que Deus venha desenvolver em M aterial: Cópias do esquem a abaixo ou, se
nós um amor profundo pela Igreja e por aquEle que desejar, reproduza-o no quadro.
é o verdadeiro dono da casa: Deus. Procedim ento: Depois de orar para iniciar a
Objetivo: Apresentar o tema do trimestre. aula e fazer a Leitura Bíblica em Classe, explique
Material: Caixa de papelão e tiras de papel com que em todo o Novo Testam ento encontram os
as palavras Edifício de Deus, Lavoura de Deus, Corpo conceitos que revelam o que a Igreja é e o seu
de Cristo, Farol, Família de Deus, Lugar de Adoração. relacionamento com Cristo. Em seguida, mostre
Procedimento: Apresente a nova revista. Explique o quadro abaixo e discuta com os alunos cada
que as Escrituras, em especial o Novo Testamento, uma dessas imagens (figuras). Enfatize que por
revelam o que a Igreja de fato é e que importância meio de cada uma o Espírito Santo revela-nos
tem na atualidade. Paulo a chamou de "coluna e quão gloriosa a Igreja é.
baluarte da verdade" (1Tm 3.15) e Pedro, de "geração
FIGURAS DA IG R EJA NO NOVO TESTAM EN TO
eleita" (1 Pe 2.9). Nesta lição, veremos o que a Bíblia,
de fato, revela sobre a Igreja de Deus. Mais do que FIGURA REFERÊN CIA SIG N IFIC A D O
uma reunião de pessoas, ela é uma instituição divi­ NOIVA 2 Coríntios A Igreja deve ser casta, pura e fiel a Cristo.
DE CRISTO 11.2
na. Em seguida, peça aos alunos que formem dois
ESPOSA Efésios O relacionamento da Igreja com Cristo deve
grupos e que cada grupo retire um papel da caixa. DE CRISTO 5.25,26 ser fundamentado no amor - "Cristo amou a
Só os componentes do grupo podem saber o que Igreja" (Ef 5.25).
está escrito. Devem manter segredo. Após todos REBANHO Atos Ilustra a relação entre a ovelha e o pastor. Esse
DE DEUS 20.28 rebanho custou um alto preço - o sangue de
os grupos retirarem os papéis, explique que cada Jesus Cristo.
grupo terá que representar o que está no seu papel CORPO 1 Coríntios Revela que a Igreja é mais do que uma orga­
através de gestos, mímica ou desenhos (distribua DE CRISTO 12.12 nização, é um organismo vivo.
lápis e papel). O outro grupo terá que descobrir o CASA 1 Timóteo Significa que a Igreja é uma família que tem
DE DEUS 3.15 a presença constante do Pai.
que estão tentando representar. Conclua enfatizando
NAÇÃO 1 Pedro Essa figura retrata que a Igreja deve ser intei­
que a Igreja foi fundada por Jesus, não foi idealizada SANTA E 2.9 ramente consagrada a Cristo.
por homens e seu fundamento é Cristo. UM POVO
ADQUIRIDO

ENSINADOR CRISTÃO 31
A MISSÃO DA IGREJA O PAPEL DA PREGAÇAO
DE CRISTO NO CULTO
L IÇ A O 5 L IÇ A O 12

Professor(a), na quinta lição, estudarem os a Por interm édio da atividade proposta para
respeito da missão da Igreja de Cristo. Veremos esta lição, verem os a im portância da pregação
que ela foi estabelecida na Terra para proclamar b íb lica na Igreja. O o b jetivo é m ostrar o real
a poderosa m ensagem da cruz. Logo, ela cum ­ propósito da pregação. Ela não tem com o alvo
pre a sua vocação de eleita quando participa da prover o pregador ou a pregadora, mas revelar a
G rand e Com issão d eixada pelo seu fundador, Deus, exortar e edificar a igreja. Por interm édio
Jesus Cristo (Mt 28.19). da pregação bíblica e cristocêntrica, a igreja é
Objetivo: Mostrar a missão da Igreja de Cristo. m oldada segundo os valores do Reino de Deus
M aterial: Jarra de vidro com água. e assim ela cum pre com a sua m issão.
Atividade: Depois de orar com os alunos e realizar O b je tiv o : M ostrar as funções da p regação
as atividades de rotina, apresente o tema da lição. bíblica.
Depois mostre a jarra com água (uma jarra pequena e M aterial: Q uadro
de vidro transparente). Em seguida, faça a pergunta: A tiv id a d e : D epois de orar com seus alunos
"Para que serve a água?". Diga que serve para saciar p ara in icia r a au la, p eça a e le s que fo rm em
a nossa sede, mas essa é apenas uma das muitas três g rup o s. Em se g u id a , e scre va no quadro
utilidades dela. Explique que a Igreja de Cristo, ao a seguinte pergunta: "Q u ais os três principais
longo dos séculos, tem experimentado a presença propósitos da pregação na ig re ja ?". Dê alguns
dEle para que ela seja igual a água que está no copo, minutos para que os alunos respondam e citem
clara, cristalina, e assim cumpra sua missão. Depois, pelo menos uma referência bíblica. Em seguida,
pergunte: "Qual a missão principal da Igreja?". Ouça peça que os alunos form em um único grupo.
os alunos com atenção e incentive a participação Ouça os alunos e peça que leiam as referências.
de todos. Diga que a missão primordial da Igreja é Conclua dizendo que os principais propósitos
a proclamação das Boas Novas. Peça a um aluno(a) da pregação bíblica é a proclam ação de Cristo,
que leia Mateus 16.18 e diga que a Igreja foi fundada a instrução dos salvos e a edificação de todos.
por Cristo (Mt 16.18) como uma comunidade para E para que cumpra o seu propósito, a pregação
abençoar o mundo, proclamando a "água viva", deve ser b íb lica , o rtodoxa e cristo cê n trica , e
única que pode saciar a sede da humanidade (Jo não uma mensagem de autoajuda. Esse tipo de
4). Essa missão é exercida por meio da pregação m ensagem está em alta, pois em geral am acia
do Evangelho. Leia com os alunos Mateus 28.19,20. o ego dos o u vin te s, mas não cum p re com o
Enfatize que a Igreja tem uma grande missão na propósito divino.
Terra: anunciar a mensagem de Jesus ao mundo e
formar discípulos. Conclua pedindo aos alunos que
digam o que têm feito ou gostariam de fazer para
que sua igreja cumpra sua missão.

32 ENSINADOR CRISTÃO
O PODER DE DEUS NA MISSÃO
DA IGREJA ENCONTRANDO COM DEUS

P R IM Á R IO S

Professor(a), é importante que, na última lição Um novo an o, uma nova re vista e novos
do trimestre, seja feita uma avaliação da apren­ desafios. E para com eçar, seus alunos terão a
dizagem. Aproveite para ouvir os alunos e saber o p ortunid ade ím par de estudar a respeito de
o que mais gostaram no trim estre e o porquê. personagens bíblicos que tiveram um encontro
Enfatize que a Igreja tem uma missão que lhe foi com Deus. Ainda na primeira infância, eles vão
outorgada por Je su s antes de Ele ascender aos ap render que Deus é o C riad o r e sustentador
céus e que ela precisa, até a Volta de Cristo, agir de todo o Universo e deseja que tenham os um
como "sal" e "luz" deste mundo (Mt 5.13). Como encontro pessoal com Ele. Não somos resultado
Igreja, temos a função de influenciar o mundo e, de uma explosão cósmica ou de uma evolução.
para isso, podemos contar com o poder de Deus Fomos criados à imagem e semelhança de Deus
derramado em nossas vidas pelo Espírito Santo. para termos um relacionamento pessoal com Ele.
O b je tiv o : Fazer uma avaliação do trimestre. O b je tiv o : M ostrar que Deus deseja se rela­
M aterial: Papel e caneta. cionar conosco.
A tiv id a d e : Depois de concluir a lição, escre­ M aterial: Folhas de papel 40 quilos, canetinha
va no quadro, sem as respo stas, as perguntas hidrocor e giz de cera.
ab aixo . Peça que os alunos form em duplas e A tividade: Sente-se em círculo com as crianças
distribua papel e caneta. Dê um tempo para que no chão da classe. Converse com elas e apresente
os alunos, em dupla, respondam às perguntas. o tema do trimestre - "Encontrando com Deus" - e
Não vale consultar a revista. Depois que todos a nova revista de aluno. Diga que Adão e Eva foram
terminarem, peça que as duplas falem e discutam criados por Deus e colocados em um lindo jardim.
as respostas. Ouça com atenção os alunos e tire Ali eles conversavam com Deus e desfrutavam da
as dúvidas que surgirem. sua companhia. Em seguida, estenda uma folha
1. O que é a igreja? R: A igreja é uma comuni­ de papel 40 quilos no chão da classe. Providencie
d ade d e p esso a s que, pela fé, aceitaram a Je su s canetinha hidrocor e giz de cera. Pergunte às
Cristo com o seu Salvador e Senhor. crianças: "Q uem Deus criou prim eiro: Adão ou
2. C o m o a igreja se o rig in o u ? R: A Igreja de Eva?". Diga que Ele criou primeiro Adão. Então,
Cristo se originou d e p o is da ascensão d e Je su s, peça que elas desenhem na folha Adão. Depois
no Dia de P entecostes, quando os discípulos do pergunte: "Com o Deus criou Eva?". Ouça os alu­
Sen h or se reuniram para orar em um cenáculo. nos e depois peça que desenhem Eva. Enquanto
3. Quais são os propósitos da igreja? R: A igreja as crianças desenham , explique que Deus criou
do Senhor tem com o p rop ósito a evangelização, o homem e a mulher para se relacionar com Ele.
o discipulado e a com unhão. Diga que nos relacionam os com Deus, quando
4. O q u e v o c ê diria a um " d e s ig r e ija d o " a oramos e cantamos louvores a Ele, conversamos
respeito da Igreja d e C risto ? R: Resposta pessoal. com Ele; quando lemos a Bíblia, Ele fala conosco.

ENSINADOR CRISTÃO 33
DEUS E A CRIAÇÃO A BÍBLIA, UM LIVRO INSPIRADO

J U N IO R E S P R É -A D O LE S C EN T E S

N este prim eiro trim estre do ano, a classe Professor(a), neste trim estre, a tem ática é a
de Ju n io re s e stu d a rá a re sp e ito da c ria ç ã o . respeito da Bíblia, o Livro de Deus. Seus alunos
Diante de tantas teorias a respeito da criação, crêem que a B íb lia é o m anual de D eus para
é im portante que seus alunos aprendam a res­ nós? Crêem na atualidade da sua m ensagem ?
peito do Deus C riad o r e sustentado r de todo Então, eles irão gostar de todo s os tem as que
o universo . N ós, assim com o o u niverso , não serão estudados neste trimestre. Para introduzir
somos o resultado de uma explosão cósmica ou o tem a, sugerimos uma atividade bem divertida
de uma evolução. Durante as lições, enfatize que vai dinam izar a sua aula e fazer com que
que fom os criados à im agem e sem elhança de os seu s aluno s m anejem bem o "m an u al do
Deus. Ele é o grande Criador. fa b rica n te ".
O b jetivo : Mostrar que Deus é o nosso Criador. O b je t iv o : Introduzir o trim estre e m ostrar

M aterial: Cascas de ovos, algumas mudinhas aos alunos a im portância da Palavra de Deus.
de planta (em e sp e cia l as su cu le n ta s), te rra, M aterial: Caixa de papelão com os seguintes

em balagem de ovos e um borrifador com água. objetos: m artelo, espelho, uma sem ente, uma
A tiv id a d e : Sente-se com as crianças no chão lâmpada, uma espada de brinquedo, um potinho
da classe form ando um círculo. Converse com com mel, um pãozinho.
elas e apresente o tem a do trim estre e a nova A t i v i d a d e : S e n te - s e com os a lu n o s em

revista de aluno . D iga que D eus é o grand e círcu lo e faça a se g u in te p erg u n ta: " A B íb lia
criador de todo o universo. Ele tudo criou para é o nosso manual de fé e co n d u ta ?". O uça-os
o nosso bem . Por isso, precisam os cuidar bem com atenção. D ep o is, divida a classe em dois
da natureza e ajudar a preservá-la. Em seguida, g ru p o s (m enino s ve rsu s m e n in as). Peça que
disponibilize todo o material necessário. Oriente um com p onente de cada vez retire, de olhos
os alunos para que colo quem um pouquinho vendado s, um objeto da caixa. O aluno deverá
de terra nas cascas do s ovos. Na se q u ê n cia , retirar a venda e o grupo terá um minuto para
distribua algumas mudinhas para que eles fixem encontrar uma referência bíblica que relacione
na terra usando os dedinhos. Com ajuda de um a Bíblia ao objeto escolhido. Vence o grupo que
borrifador, peça que as crianças borrifem água tive r enco ntrad o m ais re fe rê n cia s. C o n clu a a
nas m udinhas. C o lo q u e as cascas nas e m b a­ atividade lendo, juntam ente com os alunos, o
lagens. Exp liq u e que durante o trim estre eles texto de 2 Tim ó teo 3.16.
terão que cuidar bem do "jard im ", borrifando
água e colocando as plantinhas no sol.

34 ENSINAOOR CRISTÃO
A HISTÓRIA DA SALVAÇÃO FELIZ POR INTEIRO: O QUE
DEUS PREPAROU PARA MIM
A D O LESCEN TES JU V EN IS

A salvação é uma das maiores dádivas de Deus Neste primeiro trimestre do ano, os Juvenis vão
aos homens. Jesus morreu e ressusdtou para o perdão aprender que Deus nos ama e deseja nos dar uma
dos nossos pecados e para nos trazer novamente vida plena (Jo 10.10), feliz e saudável em todas as
para perto de Deus. Neste trimestre, o tema geral áreas. O Senhor deseja que tenhamos saúde física,
da classe de adolescentes é a História da Salvação. mental e espiritual. Cabe a nós tomar as decisões
O b je tivo : Introduzir o tema do trimestre apre­ certas e fazer escolhas sábias. A Bíblia nos garante
sentando o plano da salvação. que um dia nós teremos um corpo glorificado, não
Material: Folha de papel pardo, caneta hidrocor. mais sujeito aos males deste mundo, como, por
O quadro abaixo já com os desenhos. exemplo, a depressão, o estresse, o medo, a timidez
Atividade: Sente-se com seus alunos em círculo etc. Enquanto esse dia não chega, devemos fazer a
e em seguida mostre o quadro com os desenhos. nossa parte, cuidando de nossa saúde física e mental.
Depois, peça que os alunos observem bem os O b je tivo : Apresentar a temática do trimestre.
desenhos e pergunte: "Qual é a mensagem deste M aterial: Folha de papel ofício com as ques­
quadro? O que os desenhos representam?". Ouça tões e canetas.
os alunos com atenção q diga que o quadro con­ A tiv id a d e : Professor(a), peça aos alunos que
tém uma mensagem importante. Explique que se formem dois grupos. Depois que os grupos estive­
trata de um plano muito especial, um plano para rem formados, entregue a cada grupo uma folha
toda a humanidade. Então, aponte os desenhos com duas das questões abaixo (sem as respos­
e explane a respeito do significado de cada um. tas). Cada grupo terá um tempo para discutir as
A linha na horizontal significa que todos pecaram perguntas e depois responder com suas próprias
(Rm 3.23) e o pecado nos separa de Deus. Mas palavras. Depois que responderem às questões,
Deus nos ama (coração), por isso Ele enviou Jesus, peça aos alunos que formem um único grupo. Em
Seu único filho, ao mundo (globo terrestre) para um único grupo, eles vão partilhar as respostas e
morrer por nossos pecados e nos unir novamente discutir com a turma as questões.
a Deus (Jo 3.16; Ef 2.16). Jesus é o único caminho 1. O q u e é d e p r e s s ã o ? “ Um sentim en to de
que nos aproxima de Deus (Jo 14.6), as duas linhas vazio qu e invade a alma, se n d o mais qu e uma
paralelas, (figura da cruz.) Ele morreu na cruz por profunda tristeza" (Sônia Pires).
nós (Rm 5.8). Mas, ao terceiro dia Ele ressuscitou 2. Q uais os principais sintom as da d e p re ssã o ?
(Lc 24.6,7) (A palavra "V ivo "). A salvação é um Tristeza profunda, sentimento de fracasso, cansaço
presente que recebem os m ediante a nossa fé p o r não dorm ir bem ou p o r dorm ir demais.
Telm a Bueno
em Je su s (Ef 2.8) (figura do presente). Conclua 3. O crente pode ter depressão? Sim. Enquanto Pedagoga,
a dinâmica agradecendo a Deus por tão grande não receberm os um corpo glorificado, estam os Jo rnalista e
salvação. Caso deseje, faça o apelo convidando sujeitos as doenças. bacharel em
aqueles que querem receber Jesus como Salvador. 4. O q ue vo cê a cred ita q u e leva as p e sso a s à
Teologia. Pós-
graduada em
d e p re ssã o ? Inúmeros fatores: doenças físicas, me­
Gestão Escolar
dicamentos, autoestima baixa, pecado oculto etc. e editora das
revistas de Jovens
e Maternal da
CPAD. Palestrante
das conferências ,
$ 0 da CPAD e do

VIVO ■ ■
CAPED. Autora
de diversas obras,
todas publicadas
peta CPAD.

ENSINADOR CRISTÃO 35
Lições Bíblicas

O CORPO DE Caríssimo(a) professor(a), a paz do Senhor! Esta­


mos iniciando um novo trimestre de estudos com a
revista Lições Bíblicas Adultos, editada pela CPAD.
CRISTO Neste trim estre, seus alunos aprenderão sobre a
origem, a natureza e o desenvolvimento da Igreja

Origem, Natureza como instituição estabelecida pelo Senhor Jesus


neste mundo. Veremos que a Igreja existe para o
cumprimento de uma missão muito especial. Para
e Vocação da Igreja tanto, ela possui ordenanças e funções ministeriais
que possibilitam a sua atuação como representante
no Mundo de Cristo neste mundo.
A história da Igreja perpassa os século s e a
compreensão do que significa a Igreja mudou de
acordo com as épocas. Contudo, há uma perspectiva
presente na sua origem que nunca deixou de existir,
haja vista a obra do Espírito Santo em preservá-la: a
Igreja foi chamada para viver como uma comunidade
de fé, avulsa ao pecado, fora do sistema mundano
que tem a Satanás como seu principal regente, e
foi delegada a servir o Senhor e a compartilhar das
bênçãos espirituais disponíveis em Seu Reino. Do
ponto de vista atual, a Igreja, conforme discorre
Stanley M. Horton, na obra Teologia Sistem ática:
Uma Perspectiva Pentecostal (CPAD, 1996), "refere-
-se frequentemente ao prédio onde os crentes se
reúnem (por exemplo: 'Estamos indo à igreja'). Pode
indicar a nossa comunhão local ou denominação
('Minha igreja ensina o batismo por imersão') ou
um grupo religioso regional ou nacional ('a igreja da
Inglaterra'). A palavra é empregada frequentemente
com referência a todos os crentes nascidos de novo,
independentemente de suas diferenças geográficas e
culturais ('a Igreja do Senhor Jesus Cristo'). Mas, seja
como for, o significado bíblico de 'igreja' refere-se
primariamente não às instituições e culturas, mas,
sim, às pessoas reconciliadas com Deus mediante
a obra salvífica de Cristo e que agora pertencem a
Ele" (pp. 537e 538).
Nesse sentido, podemos concluir que, apesar das
diversas faces apresentadas pela Igreja ao longo dos
séculos, o mais preocupante não sãos suas versões
institucionais, embora não deixem de ter a devida
importância, mas sua essência. A Igreja, independen­
temente da época, não pode se furtar de preservar
Envie sua carta ou email para CPAD os valores e a fidelidade aos ensinamentos das Es­
Suas críticas e sugestões são muito importantes crituras, que tornam santos os que compartilham da
para a equipe de produção de Ensinador Cristão.
cristandade. Em tempos trabalhosos, "quem é justo
Av. Brasil, 34401, Bangu - 21852-000 faça justiça ainda; e quem é santo seja santificado
Rio de Janeiro - ensinador@cpad.com.br ainda" (Ap 22.11).
TeL: 21 2406-7371 / Fax: 212406-7370

36 ENSINADOR CRISTÃO
IMAGENS BÍBLICAS DA IGREJA

De modo geral, a simbologia está presente em A aula desta semana tem como propósito apresentar
várias ocasiões da história bíblica. Desde Gênesis a a natureza da Igreja. Nesse sentido, a intenção é mostrar a
Apocalipse, o Senhor inspirou os diversos autores sua essência, dimensão, propósito e razão de existir. Nesta
bíblicos a utilizar-se de figuras de linguagem para lição, veremos que a natureza da Igreja está fundamentada
transmitir uma ideia ou mensagem direta a Seu povo. nas dimensões confessional, local, universal e comunitária.
No contexto representativo da Igreja, não é diferente. A dimensão confessional se deve ao fato de a Igreja estar
A Igreja do Senhor é representada por vários símbo­ fundamentada nas Sagradas Escrituras. Logo, o manual e
los que transmitem uma ideia do que é a Igreja em regra de fé e prática da Igreja é a Palavra de Deus. Todos
diferentes propósitos e ocasiões. A Igreja é chamada quantos são membros do Corpo de Cristo seguem o en­
de "virgem pura", "noiva", "esposa", "nação santa", sinamento bíblico e o adotam como código de ética (1Co
"geração eleita", "Corpo de Cristo" e "Casa de Deus". 12.12). Esse compromisso coaduna com a ação do Espírito
Dentre esses títulos, devemos destacar a Igreja (não Santo que capacita o crente a ser fervoroso e atuante na
no sentido de estrutura predial) como Casa de Deus, Seara do Senhor.
família de Deus, ambiente onde se manifestam as
No que diz respeito à dimensão local, considera-se o
virtudes do Espírito Santo, a saber, o amor, a comu­
aspecto geográfico, isto é, a localidade onde a igreja se
nhão, a cordialidade, a alegria e a paz. Essas virtudes,
reúne para adorar, servir ao Senhor e atuar pela salvação
somadas a outras que derivam do Fruto do Espírito,
de almas. Em contrapartida, ao se tratar do seu contexto
servem como espelho à sociedade que distorce o
universal, a igreja existe também na dimensão invisível. Ela
conceito bíblico de família.
é formada por todos os crentes regenerados, presentes
A imagem de família é empregada para descrever
em todos os lugres e diferentes épocas. Este será o povo
a relação de Deus com Seu povo. Essa relação é
que fará parte do grande encontro com o Senhor nos ares
descrita não apenas quando Paulo chama a Igreja
quando Ele voltar para buscar a sua igreja (1Ts 4.15-17).
de "Casa de Deus", "Igreja do Deus Vivo", "coluna
Por fim, a igreja possui caráter comunitário em razão
e firmeza da verdade", mas também nas ocasiões
da sua indivisibilidade. Chama a atenção neste tópico a
em que compara o amor e a submissão presentes
capacidade de a Igreja comportar ao mesmo tempo grande
no casam ento e na criação dos filhos ao amor e
entrega de Cristo por Sua Igreja e à submissão da diversidade de pessoas, temperamentos, culturas e etnias,
Igreja a Ele (Ef 5.22-27,32). O Com entário Bíblico porém sem perder as qualidades espirituais, morais e éti­
P entecostal do N ovo Testam ento (CPAD, 2003), cas. Todos os crentes que entendem a dimensão da Igreja
disco rre que "Pau lo m escla suas m etáforas da como um só Corpo sabem que preservar a comunhão, o
igreja como família (cf. 'Casa de Deus') com a igreja amor e a cordialidade são exercícios indispensáveis para
como templo ('coluna e firmeza'). O grego tem duas a continuidade da Igreja do Senhor.
palavras para 'templo': hieron é todo o complexo Além dos aspectos dimensionais que constituem a
de templo, o lugar onde as pessoas se congregam Igreja, há uma perspectiva que norteia todas as ações de
para a adoração; naos é o santuário interior (por seu trabalho. A Igreja existe neste mundo em razão da sua
exem plo, o Lugar Santíssimo), o lugar onde Deus existência missional. A ordem imperativa do Mestre era para
habita. [...] A imagem que Paulo mostra da igreja que seus discípulos fossem por todo mundo e anunciassem
como naos de Deus não consiste em que Ele se o Evangelho a todas as pessoas, independentemente da
una conosco, a congregação, no lugar onde nos etnia, língua ou cultura (Mt 28.19,20). Conforme destaca
reunimos para a adoração, mas que a Igreja (o cor­ Stanley M. Horton, "a missão de Deus, que é reconciliar
po de crentes) é o próprio santuário no qual Deus consigo mesmo a humanidade, segundo os registros auto­
tem prazer em habitar (cf. 1Co 3.16,17; 2Co 6.16; Ef rizados das Escrituras, revela a origem de nossa motivação
2.21)" (pp. 661 e 662). Essa relação entre Cristo e Sua suprema quanto à missão da Igreja" (Teologia Sistemática:
Igreja, representada pela família, mostra o nível de Uma Perspectiva Pentecostal, CPAD, 1996, pp. 579, 580).
profundidade no relacionamento que Deus deseja Logo, a igreja existe para a salvação de almas. Ela tem o
ter com Seu povo. Não é uma relação protocolar, dever de pregar o Evangelho, praticar a Palavra e mostrar
mas pautada no amor de uma família que vive uma aos pecadores, por meio do seu estilo de vida, que é
relação pacífica, afetuosa e respeitosa. Esse amor possível reconciliar-se com Deus e viver neste mundo de
deve reger nossas relações énquanto povo de Deus. modo piedoso. Em breve, Cristo voltará para nos buscar
e estaremos para sempre Ele na eternidade.

ENSINAOOR CRISTÃO 37
A IGREJA E O REINO DE DEUS A MISSÃO DA IGREJA DE CRISTO

Nesta aula, veremos uma explanação clara sobre a A aula desta semana apresenta a missão da Igreja
dimensão do Reino de Deus e a sua atuação. É importante enquanto agência espiritual que tem a atribuição de
entender que a Igreja, embora tenha a sua relevância en­ evangelizar e discipular pessoas com o fim de integrá-las
quanto instituição representante de Cristo neste mundo, ao Reino de Deus. Para o cumprimento desta missão a
não compendia em si a dimensão do Reino de Deus. Antes, igreja atua pelo menos em duas frentes: a primeira, na
a igreja faz parte do Reino que possui uma dimensão muito pregação do Evangelho aos pecadores a fim de que se
maior dentro do propósito eterno do Criador. O Senhor convertam e tornem-se discípulos de Cristo; a segunda,
Jesus, durante o tempo de seu ministério terreno, instruiu discipular os novos convertidos a fim de que se tornem
seus discípulos a respeito dos critérios do Reino de Deus. parecidos com Cristo. Para o cumprimento desta honrosa
O Mestre, por várias vezes, mostrou que o funcionamento missão a igreja utiliza-se de algumas metodologias. A
de seu Reino era completamente oposto ao deste mundo. pregação, por exemplo, é a estratégia mais aplicada na
Um exemplo é a analogia feita por Jesus a respeito de intenção de tornar conhecida a mensagem da Salvação
quem são os maiores no Reino celestial. "Neste mundo", aos pecadores. Nesse sentido, a intenção do pregador
disse Jesus, os que exercem "autoridade" e "domínio" é apresentar a razão pela qual todos precisam ser salvos;
são considerados grandes (Mt 20.25, 26). Mas o Reino de qual a relação do pecado com a vida após a morte; e,
Deus não segue a mesma perspectiva, pois, para Deus, por fim, qual o único meio pelo qual podemos alcançar
maiores não são aqueles que dominam, e sim aqueles a salvação. Após cumprir essa etapa, a pessoa convertida
que servem. O próprio Senhor Jesus exemplificou essa segue para o próximo estágio, que é o discipulado. Uma
natureza do Reino celestial ao lavar os pés dos discípulos vez que aceitou a Cristo como seu Salvador pessoal, o novo
(Jo 13.13-15). Observe que o Mestre deixou clara a lição convertido precisa aprender como deve se comportar para
da humildade e disse que se Ele, mesmo sendo Senhor e viver de modo justo, santo e agradável a Deus. Para isso,
Mestre, se sujeitou a servir às pessoas, nós, também, como a Igreja deve dispor de irmãos preparados a ensinar aos
bons discípulos dEle, devemos fazer a mesma coisa. Não novos convertidos as verdades fundamentais do Evangelho
se trata de uma perspectiva terrena de serviço, pois no que servirão de base para uma fé cristã forte e madura.
contexto dos homens sempre haverá uma expectativa de Vale destacar que o processo de discipulado cristão
recompensa, e sim de uma visão espiritual. Neste Reino deve ser contínuo. Como afirmou Paulo, "até que Cristo
espiritual, tudo quanto somos encorajados a fazer não é seja formado em vós" (Gl 4.19). Logo, o crescimento do
para agradar homens, e sim para a glória de Deus (Ef 6.6-8). novo convertido não termina no batismo e nem mesmo
De acordo com a Declaração de Fé das Assembléias após alguns anos como membro de uma congregação.
de Deus (CPAD, 2017), "A Igreja atuante é aquela Antes, é um processo que ocorre durante todo o tempo
que ainda milita na terra, formada por todos aqueles em que o cristão vive neste mundo, "até que todos
que seguem a Cristo, lutam contra a carne, o mundo, cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do
o Diabo, o pecado e a morte. A Igreja triunfante é Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura
constituída dos irmãos que já partiram deste mundo, completa de Cristo" (Ef 4.13). O Comentário Bíblico
tendo vencido todos os seus inimigos e que agora Pentecostal do Novo Testamento (CPAD, 2003) aponta
estão com o Senhor Jesus. Eles e nós pertencemos a plena maturidade da seguinte maneira: "1. Que todos
à mesma Igreja: 'do qual toda a família nos céus e na os crentes possam alcançar não apenas a fé em Cristo,
terra toma o nome' (Ef 3.15). A Igreja atuante emprega mas a 'unidade da fé'; 2. Que eles possam não apenas
armas espirituais no bom combate: 'Porque as armas ter um conhecimento a respeito de Cristo, mas ter 'o
da nossa milícia não são carnais, mas, sim, poderosas conhecimento (epignosis, ou total conhecimento) do
em Deus, para destruição das fortalezas' (2 Co 10.4). Filho de Deus'; e 3. Que possam não apenas conhecer
Ela permanece firme nessa batalha contra o mal, e a Cristo, mas chegar 'à medida da estatura completa
isso vai durar até a vinda de Cristo" (pp. 121,122). de Cristo'. Somente então se 'tornarão pessoas per­
Nesse sentido, é importante destacar que o serviço feitas e totalmente amadurecidas')" (p. 439). Portanto,
é uma qualidade imprescindível a ser encontrada na­ esse crescimento espiritual deve ocorrer não apenas
quele que afirma pertencer ao Reino celestial. O grande quantitativamente, mas também quafitativamente. A
dilema da igreja neste século presente é lidar com crise Igreja deve ser constituída de crentes maduros, com­
de identidade. Uma igreja militante no Reino de Deus prometidos em praticar as verdades do Evangelho e
deve se parecer mais com Cristo e mostrar-se distante que não desfalecem da fé quando suas expectativas
dos valores invertidos que imperam neste mundo. terrenas não são atendidas.

38 ENSINADOR CRISTÃO
A IGREJA: ORGANISMO E
O MINISTÉRIO DA IGREJA
ORGANIZAÇÃO

Nesta lição, veremos de que forma a Igreja do Senhor Deus instituiu o ministério na Igreja com o propósito de
se organizou ao longo dos anos enquanto instituição os crentes O servirem de maneira organizada e eficiente. As
religiosa. Veremos também que é o fato de a Igreja ser Escrituras declaram quais as exigências para o reconheci­
compreendida como organismo vivo que dá vida a todas mento e exercício dos dons ministeriais. O apóstolo Paulo
as ações realizadas por ela neste mundo. É evidente recebeu da parte de Deus a incumbência de instruir, por
que, após os primeiros 300 anos de existência, a Igreja meio das Cartas Pastorais (1 e 2 Timóteo, e Tito), sobre a
se institucionalizou a partir dos primeiros concílios que forma como os ministros deveríam se comportar tanto na
definiram e organizaram as doutrinas cristãs (Niceia, 325 relação com a Igreja quanto nas suas respectivas famílias
d.C.; Constantinopla, 381 d.C.; Éfeso, 431 d.C.; Calcedônia, a fim de serem exemplo aos demais irmãos.
451 d.C.). Contudo, o desafio da Igreja nestes últimos Uma qualidade inerente ao ministério é o "serviço".
dias é não perder a perspectiva de que sua existência não Embora a palavra "ministério" seja usada para indicar
se deve apenas ao aspecto institucional, mas, acima de os separados para cumprir um ofício, seja de natureza
tudo, à sua qualidade espiritual. Assim como na visão da secular ou religiosa, o exercício dessa função envolve
tricotomia humana temos espirito, alma e corpo, a Igreja muito mais responsabilidade para com a Obra de Deus
do Senhor não existe apenas a partir da sua estrutura do que privilégios. Jesus, antes da crucificação, instruiu
física. Ela existe pela qualidade dos seus membros e, em claramente aqueles que escolheu para que entendessem
razão da união com Cristo, bem como pela preservação que o chamado divino para anunciar o Reino de Deus
do Espírito Santo, continua viva e atuante na sociedade. teria como base o serviço. O Mestre lavou os pés dos
Um ensinamento extraído das Cartas apocalíticas discípulos como exemplo de humildade e disse-lhes:
enviadas às igrejas da Ásia Menor endossa a necessi­ "Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis
dade de a igreja do Senhor manter-se viva e unida a também lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei o
Cristo. Ao anunciar a mensagem ao anjo da igreja de exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também"
Laodiceia, chama a atenção o fato de que era uma igreja (Jo 13.14,15). Logo, a orientação aos discípulos aponta a
que tinha aparência de riqueza e abastança e dizia-se natureza serviçal do ministério apostólico. Nessa mesma
não ter falta de nada. Contudo, a mornidão imperava perspectiva, a Igreja do Senhor tem a responsabilidade
entre os seus membros (Ap 3.15-17). O dilema vivido de levar adiante a mensagem do Evangelho, entendendo
por essa igreja se assemelha ao que pode ser notado que os ofícios que ocupam devem ser cumpridos com
nos dias atuais. Temos uma igreja que existe enquanto compromisso, amor e serviço.
instituição religiosa e pessoa jurídica, porém, carente De acordo com o Dicionário Bíblico Wycliffe (CPAD,
do ardor do Espírito Santo. Isso pode ser percebido 2006), "na Bíblia Sagrada, os termos 'serviço' e 'servo'
pela ausência de manifestações espirituais como o são usados no sentido de servir e ministrar. [...] Outra raiz
batismo no Espírito Santo e os dons espirituais entre grega geralmente traduzida como 'servir' ou 'serviço'
os seus membros. Entretanto, o que mais chama a é diakoneo, que significa servir alguém por exemplo
atenção no tocante à sua frieza espiritual é a ausência como um garçom, como no caso de Marta que estava
de comunhão e cordialidade entre os seus membros. preparando a comida para servir aos seus visitantes (Jo
O comentário da Bíblia de Estudo Pentecostal (CPAD, 12.2; Lc 10.40; cf. 12.37; 17.8; 22.26; At 6.2). Por extensão,
1995), endossa que " 1. A igreja morna é aquela que tran­ o termo passou a significar qualquer ministério de ajuda
sige com o mundo e, em comportamento, se assemelha à física ou financeira a outras pessoas (Mt 8.15; 25.44; Lc
sociedade ímpia ao seu redor, professa o Cristianismo, mas, 8.3; At 11.29; 12.25; 19.22; Rm 15.25,31; 2 Tm 1.18; Hb
na realidade, é espiritualmente 'desgraçada e miserável' 6.10). O uso mais importante no Novo Testamento está
(w. 17,18); 2. Cristo faz a esta igreja uma séria advertência ligado à ministração (diakonia) do Evangelho (At 6.4;
no tocante ao seu julgamento contra a mornidão espiritual 20.24; 21.19) recebido do Senhor (Cl 4.17; 2 Tm 4.5; 2
(w. 15-17); 3. Cristo faz também um convite sincero para Co 5.18) e direcionamento pelo Espírito (1 Co 12.4-11;
que se arrependa e seja restaurada a uma posição de fé, 2 Co 3.8)" (pp. 1807, 1808). Todo servo de Deus que é
justiça, revelação e comunhão (w. 18, 19)" (p. 1988). O chamado ao ministério deve compreender a natureza
convite do Senhor Jesus se estende à Sua Igreja nos dias de cada ofício. Deus não nos chamou para ficarmos
atuais. Como organização institucional, e também como inoperantes, mas para sermos atuantes em Sua obra,
organismo vivo, a Igreja do Senhor deve zelar pela sua servindo aos irmãos, sabendo que teremos de prestar
identidade enquanto Corpo de Cristo e canal de salvação contas de tudo que fomos chamados a fazer em prol
para todos os povos. do Seu Reino.

ENSINADOR CRISTÃO 39
i

Lição 9

O BATISMO — A PRIMEIRA
A DISCIPLINA NA IGREJA ORDENANÇA DA IGREJA

A Igreja foi instruída a adotar a disciplina como medida Caríssimo(a) professor(a), a aula desta semana tem
para preservar sua identidade cristã, bem como manter-se como pretensão apresentar aos alunos a relevância do
como coluna e firmeza da verdade (1 Tm 3.15). A disciplina batismo nas águas como primeira ordenança de Jesus
faz-se necessária na igreja haja vista o seu caráter santo. Cristo à Sua Igreja (Mt 28.19). Em nossos dias, vemos a
Deus chamou o seu povo a viver em santidade porque Ele interpretação e prática incorreta do batismo por certos
mesmo tem em si a santidade como uma das suas princi­ grupos religiosos que se dizem protestantes. Atestam
pais qualidades (1 Pe 1.15,16). Entende-se por santidade que o batismo pode ser realizado por meio da asper-
a separação completa do pecado. E, por não aceitar o são. Todavia, a própria palavra "batismo" (baptismo)
pecado, Deus inseriu a disciplina entre o seu povo tanto significa mergulho, imersão, logo não podemos aplicá-lo
no Antigo quanto no Novo Testamento para manter a incorretamente.
honra à sua Palavra e frear o comportamento pecaminoso. Além da prática indevida do batismo é importante res­
A disciplina bíblica é caracterizada como instrumento de saltar à classe de ensino a relevância do cumprimento dessa
correção (Hb 12.5-11). Muitas vezes, o pecado na Antiga ordenança para a vida espiritual do crente recém-convertido.
Aliança foi punido para servir de exemplo a fim de que Nesse sentido, o batismo deve ser compreendido como
não se tornasse um comportamento contumaz. Na Nova um passo importante na caminhada com Cristo. Trata-se
Aliança, o Senhor também não tolerou a prática pecami­ do testemunho público de fé por parte daquele que se
nosa a fim de manter a sua igreja pura, santa e justa. Na arrependeu da sua velha maneira de viver, converteu-se a
ocasião em que o apóstolo Paulo orienta aos coríntios a fé em Cristo e, desde então, tornou-se uma nova criatura
não tolerarem o pecado e invoca a exclusão daquele que (1Co 5.17). Para aqueles que têm experimentado a nova
permanecia na prática pecaminosa, apóstolo Paulo não vida em Cristo, batizar-se não é uma escolha difícil haja
estava incentivando a completa destruição do pecador, vista que já entenderam que não há recompensa em viver
e sim preservando a igreja de ser incoerente com a ética morto em pecados. Logo, é importante explicar ao novo
bíblica. Aos crentes, cabe a responsabilidade de não convertido que, apesar da sua nobre decisão em Cristo,
apenas crer, mas, também, viver aquilo que se afirma resta ainda durante o tempo que resta nesta vida, resistir
crer. De acordo com Eurico Bergstén, na obra Teologia dia após dia ao pecado (1Co 10.13).
Sistemática (CPAD, 1999), "Quando outras medidas não De acordo com Stanley M. Horton, na obra Teologia
surtirem efeito, então resta somente o último recurso: Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal (CPAD, 1996),
a exclusão da igreja. O faltoso é, então, separado da "O batismo nas águas também significa que os crentes
comunhão com a igreja, isto é, não é mais considerado se identificaram com o Corpo de Cristo, a Igreja. Os
membro, mas 'como um gentio e publicano' (cf. Mt 18.17). crentes batizados são admitidos na comunidade da fé
A Bíblia diz que devemos julgar os que estão de dentro da e, com a sua atitude, testificam publicamente diante do
igreja (cf. 1 Co 5.12). Quando a Bíblia se expressa sobre a mundo sua lealdade a Cristo, juntamente com o povo
disciplina, dizendo que o faltoso seja 'entregue a Satanás de Deus. Essa parece ser uma das razões principais por
para destruição da carne, para que o espírito seja salvo no que os crentes neotestamentários eram batizados quase
Dia do Senhor Jesus' (1 Co 5.5), fala simplesmente sobre a imediatamente após a conversão. Num mundo hostil à fé
realidade que está acontecendo com a exclusão. O faltoso, cristã, era importante que os recém-convertidos tomas­
tentado pelo Diabo, escolheu o pecado, rejeitando assim sem posição lado a lado com os discípulos de Cristo e se
a Jesus. Através da exclusão, a igreja somente executa envolvessem imediatamente na vida total da comunidade
visivelmente aquilo que ele já interiormente fez quando cristã. Talvez um dos motivos por que o batismo com água
separou-se de Cristo. Fica ele, agora, separado do Corpo não ocupa mais lugar de destaque em muitas igrejas
de Cristo, lugar protegido contra Satanás pelos muros da seja por estar tão frequentemente separado do ato da
salvação. Que tristeza!" (p. 236). conversão. O batismo é mais do que ser obediente ao
Assim sendo, a disciplina trata-se de um instru­ mandamento de Cristo. Relaciona-se com o ato de se
mento de proteção para a igreja, e não um excesso tornar seu discípulo" (pp. 570, 571).
de rigor como alguns costumam rotular os cristãos. Por essa razão, o novo crente deve aprender a "andar
Deus deseja que o pecador se arrependa e viva, mas em Espírito" para não cumprir as concupiscências da
aborrece e rejeita qualquer prática pecaminosa que carne (Gl 5.16). Mais do que apenas cumprir um ritual, o
venha contaminar a comunhão e santidade entre os batismo deve ser considerado como um novo nível de
crentes. Que Deus ajude a sua igreja a manter-se pura relacionamento com o Mestre no processo contínuo de
para o Dia da Vinda do Senhor! discipulado para uma vida cristã.

40 ENSINAOOR CRISTÃO
Lição 11

A CEIA DO SENHOR — A SECUNDA


O CULTO DA IGREJA CRISTÃ
ORDENANÇA DA IGREJA

Nesta aula, veremos a finalidade da segunda orde­ O culto é a forma pela qual expressamos nossa gratidão,
nança instituída por nosso Senhor Jesus Cristo à sua reverência e adoração ao Criador. Ao rendermos louvores
Igreja. A Ceia do Senhor trata-se de uma celebração da a Deus estamos reconhecendo a sua soberania, poder e
comunhão do crente com Cristo. Enquanto esteve com autoridade. Nesse sentido, os cristãos são ensinados a
seus discípulos, o Mestre os instruiu a todas as vezes que adotar uma liturgia de culto que tenha como primazia a
se reunissem para comer o pão e o cálice em memória adoração somente a Deus. Logo, qualquer distração que
da sua morte, este cerimonial seria uma forma de anun­ interfira na prática da devoção a Deus durante o culto deve
ciarem os benefícios espirituais do seu sacrifício sobre a ser rejeitada. Há vários elementos que constituem um culto
cruz (1Co 11.23-26). Logo, o crente que participa da Ceia de adoração a Deus nas igrejas dos dias atuais, bem como
do Senhor compartilha de um memorial que tem como havia nos cultos da igreja primitiva (Ef 5.19-21; Cl 3.16). Por
função celebrar a morte de Cristo não com lamento, mas essa razão, o apóstolo Paulo ressaltou a importância de
com alegria, haja vista que a Sua morte é a razão pela qual haver ordem e decência nos cultos (1Co 14.26).
alcançamos o perdão de nossos pecados e a reconciliação No culto prestado a Deus deve haver adoração, ora­
com Deus. Assim sendo, convém que os crentes lavados ção, comunhão, manifestação dos dons espirituais com
e remidos compreendam que a participação desse ceri­ vista na edificação espiritual individual e coletiva, mas,
monial significa compartilhar da plena comunhão com o acima de tudo, não pode faltar o ensino sistemático das
Senhor sem que haja alguma coisa que desabone a sua Escrituras Sagradas. Em várias ocasiões, o apóstolo Paulo
conduta diante de Deus ou dos homens. se reunia com os irmãos das igrejas por onde passava e
O grande dilema que repercute entre os cristãos é compartilhava com eles o conhecimento que o Espírito
a condição espiritual para participar desse momento de Santo o havia concedido (At 18.11). Considerando os
comunhão. Nota-se, no caso dos coríntios, que a condição elementos que se fazem presente no culto, torna-se
para participar da Ceia já era conhecida dos irmãos, isto indispensável que haja ordem para que cada exercício
é, somente os crentes santificados e em comunhão com seja realizado de maneira proveitosa. Entende-se por
o Corpo de Cristo deveriam participar da Ceia. Paulo ordem o modo inteligível e racional pelo qual conduzimos
enfatiza o modo como a Ceia vinha sendo celebrada, e lidamos com as práticas espirituais presentes no culto.
isto é, sem reverência e com rasa compreensão do seu O Comentário Pentecostal do Novo Testamento
sentido real. (CPAD, 2003) endossa a orientação do apóstolo: "Não
De acordo com o Comentário Pentecostal do Novo é somente o exercício dos dons de expressão verbal
Testamento (CPAD, 2003), "Por um lado, ninguém é que deve ser inteligível; o próprio ato de adoração deve
verdadeiramente digno de comer e beber à mesa do estar de acordo com a livre obra do Espírito implícita nos
Senhor, a não ser por meio da graça e do perdão de dons. O exercício dos dons deve estar sujeito a certas
Deus que são recebidos pela fé, e que tornam o coração regras (w. 26-33a); as adoradoras não devem se mostrar
de uma pessoa justo para com Deus. Uma pessoa só é desordenadas (33b-35); a autoridade apostólica de Paulo
indigna quando persiste no pecado; e pecar, especial­ em toda a instrução precedente sobre os dons deve ser
mente neste contexto, é pecar contra os irmãos crentes, reconhecida para que a adoração coletiva seja ajustada
e consequentemente contra o próprio Cristo. Então, tal e ordenada (vv. 36-40)" (p. 226).
pessoa compartilha a culpa daqueles que crucificaram A exortação de Paulo não buscava tratar os coríntios
o Senhor (veja Hb 6.6). Em vista disso, os crentes devem como crentes incapazes de administrar as manifestações
examinar ou provar a si mesmos antes de participarem, dos dons do Espírito na igreja. Ao contrário, apontava a
para que não participem de uma maneira indigna" (p. 203). beleza espiritual de uma igreja que desfrutava das bênçãos
Esse mesmo erro é cometido por muitos crentes dos dons do Espírito presentes de forma abundante em
atualmente, pois não consideram o modo como parti­ seus dias. A intenção do apóstolo era endossar e ajustar
cipam desse momento e, portanto, participam de modo suas práticas querendo o aperfeiçoamento dos santos,
inapropriado. Nesse sentido, a Ceia não tem a pretensão para que não perdessem de vista o maior propósito de
de melhorar a conduta de quem vive de modo contumaz Deus por meio dos dons: a edificação da Igreja. Seme­
no pecado. Antes, a Ceia deve ser celebrada como um lhantemente, a igreja dos dias atuais deve regulamentar
ato de gratidão por aqueles que já compreenderam a o culto, não para torná-lo mecânico, enfadonho ou de­
dimensão da graça que trouxe-lhes a salvação e, por masiadamente racional, mas para encorajar os crentes
esse motivo, não vivem na prática do pecado. Que a fazerem uso dos dons espirituais de maneira honrosa
Deus ajude a Sua igreja a conservar o temor no coração! e responsável.

ENSINADOR CRISTÃO 41
O PODER DE DEUS NA
MISSÃO DA IGREJA

Estimado(a) professor(a), nesta lição, veremos a Caro(a) professor(a), chegamos ao final de mais um
relevância da pregação como principal momento do trimestre e, certamente, sua classe aprendeu preciosos
culto, reservado para o ensino dos valores bíblicos in­ e ricos ensinamentos. Nesta última lição, veremos que
dispensáveis para a edificação espiritual. O ensino das o Espírito Santo é a força-motriz que impulsiona a igreja
Escrituras Sagradas deve ser tratado com primazia pela a cumprir a sua missão neste mundo. A manifestação
igreja de Cristo, inclusive, nos dias atuais marcados por do Espírito foi anunciada por Cristo aos seus discípulos
grande inversão de valores e predomínio do secularismo. nos dias que antecederam a ascensão. Disse o Senhor:
Tratar a pregação da Palavra de Deus como prioridade "E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai,
significa atentar não apenas para a urgência do estudo porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais
da Palavra, mas, também para a qualidade desse ensino. revestidos de poder" (Lc 24.49). Dessa forma, o Espírito
Em tempos difíceis é importante considerar a natureza Santo fortalecería e capacitaria os discípulos do Senhor
da mensagem que está sendo pregada. Uma igreja no cumprimento da missão para a qual os havia separado.
espiritualmente saudável requer um estudo bíblico Com o avanço da pregação do Evangelho e a
que não seja tendencioso a atender às necessidades consolidação da Igreja Primitiva,os primeiros crentes
emocionais e materiais humanas, e sim que tenha o experimentaram da ação mais direta do Espírito Santo
compromisso com o ensino bíblico forjador do caráter no cotidiano (At 2). Além do revestimento de poder para
cristão. O ensino que molda o estilo de vida para se anunciar a mensagem da salvação, o Espírito distribuía
opor aos valores invertidos de uma sociedade sem Deus. dons espirituais e ministeriais com vista no serviço ecle­
Nessa perspectiva, não há meio termo ou tolerância siástico e edificação espiritual da igreja (1 Co 12.4-11; Ef
ao pecado. O verdadeiro ensino bíblico é aquele que 4.11). E importante destacar que a operação dos dons,
confronta o ser humano a afastar-se do pecado, a manter- bem como as ações realizadas pela igreja têm como
-se santificado e, mostra-se prontamente arrependido, fonte o poder do Espírito. Embora Deus considere a
se porventura pecar contra o Senhor. Portanto, prevalece ação do homem ao se tornar canal do Espírito para a
a máxima instrução do apóstolo Paulo a Timoteo: "Toda realização do serviço no Reino, é fundamental que não
a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para se perca de vista que sem o Espírito Santo atuando e
ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em capacitando o crente nada seria possível. O próprio
justiça" (2 Tm 3.16). Lawrence O. Richards discorre no Jesus declarou aos seus discípulos a dependência que
Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento eles teriam dEle para realizar todas as coisas (Jo 15.5).
(CPAD, 2007) que "Paulo afirma que as Escrituras são Nesse sentido, o Comentário Pentecostal do Novo
proveitosas para 'ensinar, para redarguir [condenar], Testamento (CPAD, 2003) discorre: "Notamos em pri­
para corrigir [restaurar ao estado correto], para instruir meiro lugar a frase 'a manifestação do Espírito' (v. 7). A
em justiça'. Aqui há um padrão. 'Ensinar' é uma palavra expressão 'do Espírito' poderia significar que o Espírito
genérica que podemos assumir como a informação a é a fonte da manifestação (subjetivo genitivo), ou que
respeito da realidade que Deus conhece e revelou. Por os dons manifestam o Espírito (objetivo genitivo), Em­
um lado, esta revelação nos condena, por nos mostrar bora todos os aspectos sejam verdadeiros, o contexto
onde os nossos caminhos estão em conflito com os geral favorece o Espírito como fonte. Paulo não fala
caminhos de Deus. Por outro lado, esta mesma reve­ de 'manifestações'; antes, refere-se a 'nove formas de
lação nos corrige, restaurando-nos, ao nos conduzir de manifestação espiritual'!...]. A manifestação do Espírito
Thiago Santos volta àquilo que é correto. Restaurados novamente à é dada 'a cada um'. O consenso entre os escritores
é evangelista, harmonia com Deus, esta mesma revelação nos instrui do Novo Testamento é que todo crente recebe pelo
pedagogo, em justiça ensinando-nos diariamente como devemos menos um dom (Rm 12.3; 1Co 1.7; 3.5; 12.7,11; 14.1,26;
especialista em louvar ao Senhor e viver para Ele" (p. 480). Logo, é Ef 4.7,11; 1Pe 4.10; cf. Mt 25.15). Os dons são dados
D ocência e Gestão dessa mensagem instrutiva e corretiva que os crentes aos indivíduos não para o seu benefício pessoal, mas
Escolar, editor do precisam para assumir uma conduta verdadeiramente para o benefício de outros ('para o que for útil'). Uma
Seto r de Educação comprometida com a vontade de Deus. Vivemos dias exceção seria a função de autoedificação das línguas
C ristã da CPAD e carentes não apenas de crentes desejosos de aprender não interpretadas (1Co 14.4)" (p. 207). Nesse sentido,
co m entarista do as Escrituras Sagradas, mas, principalmente, de crentes sem a graça e o auxílio do Espírito Santo o crente não
Novo C u rríc u lo de desejosos de assumir um estilo de vida compatível o pode ter vida espiritual, muito menos exercer o seu
Esco la D o m in ical Evangelho que se diz crer. Que Deus conceda graça ministério. Que possamos reconhecera nossa depen­
da CPAD. aos seus servos nestes últimos dias! dência do Espírito em tudo o que somos e realizamos!

42 ENSINADOR CRISTÃO
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O0 OO
Artigo
Maurício Brito

PEDAGOGIA DE JESUS
APLICADA À ESCOLA

Ela é focada no crescimento


integral da pessoa (espiritual,
emocional e intelectual), logo
é de suma importância para
a Escola Bíblica Dominical,
que é a responsável pela
sistematização dos ensinos
de Cristo no contexto geral
da igreja local
Je s u s trouxe um ensinam ento contrário ao que as p e sso as não são bem su ce d id a s na vida cristã
se ensinava em sua época e ainda hoje. Ele disse: porque não foram alunas da EBD e não aprenderam
"O u viste o que foi dito aos a n tig o s... Eu, po rém , a servir, a serem servas. A n te s de serm os m estres
vo s d ig o ..." (M t 5.21,22); "O u v iste o que foi dito do povo de Deus precisam os ser servos, servidores
aos a n tig o s... Eu , po rém , vos d ig o ... (Mt 5.27,28). (N m 1 1.28). O p ro fe sso r da E B D q ue ap ren d e u a
Por várias vezes, Je su s repetiu a frase: "E u , porém , servir d esenvolve três h ab ilidades:
vo s d ig o " , q ue sig n ifica p e d a g o g ic a m e n te uma 1) Vive na dependência de Deus: Q uem vive
q u e b ra de p a ra d ig m a s . O u s e ja , E le m u d ou o na d e p e n d ê n c ia de D e u s não s e ,fru s tra , su p e ra
conceito de ensin o/aprendizagem e ensinou uma trauma. A educação cristã e libertadora (H b3.17-19).
nova m eto dolo gia. Esta era focada em três áreas: A d e p e n d ê n cia de D eus nos ensina três coisas: a
aprender, ensinar e servir p ro atividade, o au to co nhecim en to e a resiliência.
A lógica pedag ógica de Je su s prim eiram ente é 2) Sabe lidar com a graça de Deus: Q u e m
focada no aprender. Ele disse: "A p rend ei de m im " ap re n d e u a lid ar com a g raça d e D e u s não tem
(M t1 1.29). A n te s de q u e re m o s e n sin ar os outros ciúm e, inveja, rancor, ressentim ento , vingança, or­
precisam os aprender. Aprender a humildade, a man­ gulho, m ágoa etc. A graça ensina (Tito 2.12) e nos
sidão, a g en e ro sid ad e , a com p aixão, a fid elid ad e, torna hum ildes (Jo 3.30; E f 2.7). Ela é im ensurável
o amor, o perdão, a b o n d ad e , o arrependim ento , (Lc 6.3-4), ab u n d an te (Rm 5.20), m ultiform e (1 Pe
a renúncia, o o fertar e outros ele m e n to s práticos 4.10) e, o m ais im p ortan te, nos p ad roniza, isto é,
q ue form am o c a rá te r cristão . J e s u s não ad m ite nos colo ca no m esm o nível. To d os, in d e p e n d e n ­
ensino farisaico , hipó crita, m entiro so , b aju lad o r;. tem en te de título, foram salvos pela graça (E f 2.8).
Para Je su s, antes de ensinar precisam os ensinar a É fu n d am ental que alunos e p ro fesso res da E B D
nós mesm os (Mt 7.3-5; Rm 2.21). Disse Ele: "Porque entendam a dim ensão da graça.
re p a ra s tu no arg u e iro q ue esta no olho do teu 3) Estabelece prioridade em sua vida: "B u scai
irm ã o ? ". Prim eiro a p re n d e , d e p o is e n sin a : "Id e primeiro o Reino de Deus" (Mt 6.33). A s prioridades
ensinai todas n açõ es" (Mt 28.19,20). na vida do e d u cad o r são:
Para Jesus, o ensino precisa resultar em prática (Jo
13.12-15) e alcançar as áreas espirituais, em ocionais 1) Reino: Buscar o Reino é nossa prioridade, pre­
e intelectuais. É preciso servir " O filho do hom em cisam os estar focados no Reino (Mt 22.37-40).
[...] não veio para se r servido, mas para se rvir" (Mc 2) Família: Ela é a base do desenvolvim ento do
10.45). "Sou com o aq uele que se rve" (Lc 22.27). m inistério educacio nal cristão (1Tm 5.8).
O professor da EB D precisa entender que ele foi 3) Trabalho: Foi criado por Deus antes da queda
cham ado para servir no ensino da Palavra de Deus. no Éd en e dignifica o hom em (2Ts 3.10). Por
Quatro palavras que estão intimamente ligadas àque­ m eio do trabalho, o Reino de D eus na terra
les que se dispõem a servir no ensino da E B D são: é b eneficiad o , a fam ília e a igreja.
4) Igreja: Priorize a sua igreja, fale bem dela, mo­
1) Gratidão: G ratid ão em servir a D eus, fam ília, tive seus pastores, ore por eles etc (Hb10.25).
igreja e so cie d a d e . Por que a igreja ficou por ultim o lista? Ela é
2) Privilégio: É privilégio ser escolhido por Deus "a coluna e firm eza da v e rd a d e " (1Tm 3.15)
para m inistrar aulas na E B D . e, para cuidar dela e m inistrar nela, a pessoa
3) Humildade: A p a la v ra h u m ild a d e vem de precisa estar antes focada no Reino, ter uma
"h u m u s", que quer dizer "te rra ", de onde se fam ília equilibrada e ter um trabalho, porque
originou a palavra humano. Logo, uma pessoa D eus não cham a p reguiço para a Sua obra.
humilde é aquela que tem consciência de sua Maurício Brito é
origem : a terra (Gn 2.7). Portanto, na visão pedagógica de Jesus, ser um pastor, graduado
4) Serviço: Ministrar na EB D é um serviço que se em Psicologia,
professor de E B D é atuar com o um servidor. Q uem
especialista em
presta a D eus, portanto esse serviço precisa não estiver disposto a servir não poderá ser um pro­ Psicopatologia,
ser da m elhor q ualidade e feito com alegria fessor no serviço educacional da igreja local. A EBD é Neuropsicologia
(S1100.2). reconhecido como um serviço espiritual que se presta e Saúde Mental,
e psicoterapeuta,
a Deus, e esse serviço precisa ser de qualidade (Lc
professor
A n te s de ser um p ro fe sso r/e d u cad o r de E B D , 17.10; Mt 25.14-30). Portanto, nobres colegas de mi­ Universitário e
precisam os ser servos, alunos, aprendizes. À s vezes nistério, sirvamos "ao Senhor com Alegria" (S1100.2).* escritor.

ENSINAOOR CRISTÃO 45
PEDAS EM LORENA (SP)
E LINHARES (ES) RECEBEM
CA PED DA CPAD
perfeiçomento
de Professores de Escola
Dominical completa 50 anos

União de Jo v e n s e A d o lescentes
Fotos: Equipe de Mídia ADEL

(UMADEL & UDAADEL) e Departa­


mento Infantil (DIADEL), incluindo
a participação de vários acorde- *
onistas, vio leiro s, p an d eiristas e
violonistas de diversas cidades do
Vale do Paraíba. A p ós o evento,
m as ainda dentro da fe sta, veio
o CA PED .
O líder assembleiano disse que
"o C A P E D é conhecido nacional­
m ente nas A ssem b léias de Deus
brasileiras, mas, em obediência às
restrições im p lem entad as pelas
a u to rid a d e s s a n itá ria s d u ra n te
a p a n d e m ia , o e ve n to não era
realizado . Passada a p an d em ia,
O pastor Pedro Pernas (de terno claro), líder da AD em Lorena (SP), ladeado à recebem os a 102a edição do C A ­
esquerda (a partir da esquerda) pelo Pr. Douglas Baptista e prof. Thiago Santos, e
à direita pelo Pr. Alexandre Coelho, Ev. Marcelo de Oliveira e prof. Telma Bueno PED aqui em Lo rena".
M inistraram as aulas do C A ­
a com em oração pelos 90 anos da PED em Lorena o pastor Douglas
O Curso de A perfeiçoam ento
igreja, que com eçou no dia 1 de Baptista, líder da A ssem b léia de
Professores de Escola Dom inical
julho. Nos dias 2 a 5, aconteceram Deus Missão em Brasília (DF), vice-
(C A P E D ), pro m o vido pela C asa
cultos festivos, tendo com o pre- -presidente da Rede Assembleiana
Publicadora das A ssem b léias de
letores os pastores Pedro Pernas, de Ensino (R A E), p re sid e n te do
D e u s (C P A D ), te ve d u a s novas
A b n er G rang eiro , Jo s é C aetano Conselho de Educação e Cultura
edições nas Assem bléias de Deus
e Renato A nanias, e o louvor foi da Convenção Geral dos Ministros
em Lorena (SP) e Linhares (ES) nos
conduzido pela Orquestra Sinfôni­ das Igrejas Evangélicas Assembléia
dias 7 a 9 de julho e 18 a 20 de
ca Asafe, Coral Harmonia Celeste, de D e u s do B ra s il (C G A D B ) e
ag osto, resp ectivam en te. Sob a
Banda Ebenézer, Coral Orvalho de com entarista de Lições Bíb licas;
liderança do pastor Pedro Pernas
Hermon, Banda U JO A D E B , C o n ­ o pastor A lexand re Claudino C o ­
Pasqualete, os crentes da A D em
junto União Fem inina (U FA D EL), elho, atual coordenador do curso
Lorena tiveram , além do C A P ED ,

46 ENSINADOR CRISTÃO
e também gerente de Publicações
da CPA D ; o evangelista M arcelo
R o b e rto de O liv e ira e
chefe do Setor de
da CPAD; e os

de Educaão Cristã da C PA D .
Na cidade de Linhares, os fiéis
da Prim eira Igreja A ssem bléia de
Deus Interlagos em Linhares (ES),
liderada pelo pastor Orlando Luiz
de C a rva lh o , re ce b e ra m a 103a
edição do C A P E D nos dias 18 a
20 de agosto, com 134 inscritos. Em Lorena, os centenas de participantes estiveram atentos às palestras
"Tivem os um estande de vendas m/n/síradas P e,a eP uiP e de P u s e r e s do CAPED
da C PA D , sob a coordenação do
e vang elista M arcos A urélio , g e ­
rente da loja em Vila Velha (ES).
Todos os inscritos receberam três
refeições diárias oferecidas pela
ig re ja lo ca l. O p asto r A ristid e s
Ferreira apoiou toda coordenação
do trabalho, juntamente com uma
equipe de 10 irmãos auxiliando o
sistema administrativo. Recepcio­
namos diversas lideranças do Esta­
do, dentre elas o vice-presidente
do C o n se lh o A d m in istrativo de
nossa CPAD e líder da Assembléia
Hp H p i i í om A rih iri \/;u \/0 |u = Alunos do CAPED em Linhares posam para foto oficial do evento acompa-
' nhados da liderança da igreja anfitriã e os preletores da CPAD convidados
(ES), o pastor Kemuel Sotero; e o ao evento na igreja capixaba
p residente da C E M A D E S e líder
da A sse m b lé ia de Deus em Vila A program ação incluiu homena-
Velha, pastor Álvaro Lima, dentre g e n s, com a e n tre g a de p lacas
o utros", declara pastor O rlando. aos m inistrantes convidados. Os
Na sua p re le ç ã o , o p a s to r p asto res A le xan d re C o elh o (RJ)
D ouglas Baptista tam bém abor- e o evangelista M arcelo O liveira
dou o tem a "Tran sg ê n e ro : Q ue (RJ) estiveram ausentes do evento
Transrealidade é E ssa ", uma das por m otivo de força maior, mas
lições estudadas ao longo do 3o foram hom enageados. O diretor-
trim estre de EB D . O evangelista -e x e c u tiv o da C P A D , R o n a ld o
Thiago Santos (RJ) ministrou sobre Rodrigues de Souza, tam bém foi
Pedagogia; e a professora Telma contemplado com a homenagem.
B u e n o fa lo u so b re P s ic o lo g ia O 2° sup erin tend en te da Escola
Educacional. Também compondo Dom inical local, presbítero Heri-
a grade do curso , as d iscip lin as velto França, foi destacado para
B ib lio lo g ia e E sc o la D o m in ica l a entrega das p lacas no evento O pastor Orlando Luiz de Carvalho e
sua equipe esmeraram-se na recepção
foram m in istrad a s de form a in- dedicado ao ensino da Palavra de
aos inscritos e preletores no evento
te rca lad a p elo s três p re le to re s. Deus aos fiéis na cidade capixaba. • na igreja em Linhares

ENSINADOR CRISTÃO 47
O ministério de Jesus sempre foi um ministério de
. . IMPORTÂNCIA acolhimento. Salvo raras exceções, como, por exem ­
plo, a que ele expulsou os cambistas que vendiam no
DO ACOLHIMENTO tem plo (Mt 21.12,13), bem com o a ocasião em que
pregou enfaticam ente com vistas a corrigir aqueles

DOS NECESSITADOS que O seguiam , fazendo-os se retirar um a um por


acharem duro o Seu discurso (Jo 6.22-71), Jesus sempre
NO DIA-A-DIA procurou acolher aqueles que se aproximavam dEle.
Essa liderança acolhedora tam bém era o que Jesus
I F^ÓA IGREJA ensinava aos Seus discípulos. Certa vez, na ocasião
da primeira multiplicação de pães e peixes, em que
os discípulos se aproximaram de Jesus e intentaram
despedir a multidão para que fossem pelas aldeias e
comprassem pão para se alimentar (Mt 14.15), o Mestre
mostrou que não se despede seguidores sem pelo
menos prover o alimento de que precisam (Mt 14.16).
A igreja tem a missão de acolher uns aos outros
como Cristo acolheu a todos nós (Rm 15.5-7), e muito
mais tem essa missão os líderes que são os responsáveis
pelo direcionam ento daqueles chegam à igreja em
busca de uma vida na presença de Deus. Isso significa
que o líder precisa ser um instrumento de Deus para
a vida das pessoas que lidera, tornando a trajetória
da fé m enos dolorosa p o ssível. Mas, o líder deve
aceitar a tudo e tolerar os maus hábitos daqueles que
estão sob a sua responsabilidade? Veja, em nenhum
momento estamos dizendo que o líder deve ser co­
nivente com o pecado de seus liderados. Isso não é
acolher. O acolhimento é a porta de entrada para uma
vida na presença de Deus e, ao mesmo tem po, pode
se tornar um grande elem ento para a perm anência
do novo converso na igreja. Todo líder precisa estar
pronto para amparar a todos que se chegam até ele,
principalmente aqueles que mais precisam.

1.A igreja que acolhe


O papel da igreja é extremamente importante no
processo de transformação daquele que resolveu acei­
tar a Jesus como seu único e suficiente salvador. Esse
primeiro contato, em que se dá a devida importância
ao outro como uma alma carente de Deus, faz uma
enorme diferença na vida de quem está chegando.
Imagine ainda como isso pode agregar significativa­
mente no processo de estabelecimento de uma nova
vida. Sabem os que existem pessoas que chegam às
nossas igrejas decididas a aceitar a Jesus e a mudar
de vida, e muitas vezes permanecem sem precisar de
nenhum apoio para isso, a não ser o de D eus; mas
existem outras pessoas que estão à procura de refúgio,
amparo e acolhimento, e se a igreja não lhes acolher,
elas acabarão voltando para o mundo ou procurando
outro lugar em que possam encontrar alguém que
lhes oriente e acompanhe.

Je s u s acolheu os bons e os ruins


As vezes, alguns não dão conta de que o chamado
para liderança exige de nós a capacidade de lidar com
pessoas boas e ruins. Jesus precisou lidar com pessoas
de diferentes comportamentos para nos mostrar que
acolher nada tem a ver com conveniência, mas sobre­
tudo com com paixão e misericórdia. Exem plo disso
é o discípulo Jud as. Jesus sabia que estava lidando
com alguém de uma personalidade difícil e um cará­
ter duvidoso (Jo 12.5,6), mas, mesmo assim, resolveu
acolhê-lo. Tomé tam bém não era um dos melhores,
tinha uma personalidade forte e não aceitava qualquer
argumentação sem provas (Jo 20.25), porém também
encontrou amparo e refúgio em Jesus Cristo. Alguns
líderes parecem muitas vezes estarem arrebanhando
seguidores para si e não para o Reino de Deus, pois
dedicam-se a tratar bem apenas os que lhes agradam,
quando, na verdade, devem acolher a todos.

Acolho os fra c o s e d is ta n te s , m as não


esqueça dos fortes e envolvidos
No Reino de Deus, existem pessoas que decidiram,
em um ato voluntário, se envolver com a obra de Deus.
São aqueles que não precisam ser constrangidos constan­
temente para desenvolverem determinadas tarefas. Basta
uma convocação e eles estão lá, prontos para cumprir o
chamado. Mas existem também os fracos e distantes,
aqueles que nunca se envolvem e que, ao mesmo tempo,
exigem mais do seu líder. No entanto, a liderança cristã
deve acolher essas pessoas, porém devem acolher tam­
bém aqueles que estão envolvidos no Reino. Muitas vezes
nós gastamos mais tempo com aqueles que não estão
dispostos do que com aqueles que estão ao nosso lado
trabalhando em prol do Reino de Deus. Dedique-se aos
que estão longe e precisam de cuidados, porém não se
esqueça de fortalecer mais ainda aqueles que já estão ao
seu lado e são parceiros na obra do Senhor.

Uma lid e ra n ça a co lh e d o ra olha p ara o


Reino de Deus
Não se pode conceber a ideia de um reino sem
acolhimento. Aliás, todo reino precisa estar pronto para
acolher os seus súditos. Por isso, no Reino de Deus
não pode ser diferente. A própria obra da salvação
por intermédio de Jesus Cristo já alude a uma atitude
de acolhim ento. Mesmo mortos em nossos delitos
e pecados (Ef 2.1), ele resolveu nos aproximar dEle,
concedendo-nos a graça de receberm os a salvação recepção preparada para receber os visitantes e se
(Ef 2.11-14). Nisso consiste a grandeza do acolhimento não fosse a apresentação generalizada que se faz em
no Reino de Deus: em olhar para o próximo nas suas algum momento do culto, certamente elas não seriam
n e ce ssid a d e s espirituais e recebê-lo com alegria, notadas. Todo departamento precisa ter uma pessoa
fazendo-o se sentir bem em nosso meio. de apoio que note aq ueles que estão visitando e
Não à toa, essa atitude se tornou uma grande ferra­ procure conhecer quem são estas pessoas.
menta para as igrejas em nossos dias. Entendemos que C ham e-as p e lo n om e - O nom e é m ais que a
tínhamos uma grande dificuldade em receber e acolher identificação de uma pessoa, diz muito sobre a sua
as pessoas que chegavam à igreja e que, por isso, aca- im portância. Por isso, chamar alguém pelo nome é
bávamos perdendo muitos cristãos em vez de ganhar. tam bém dar valor a essa pessoa. Ao se aproximar de
qualquer visitante, se apresente e, logo em seguida,
Com o se to r n a r um líd e r a c o lh e d o r em
pergunte o seu nome.
n ossos d ias Escute-as antes d e falar ou e xe rce r qu alqu er ju ­
O Evangelho é poder de Deus para a salvação de
ízo d e v a lo r- A liderança acolhedora é geralm ente
todo aquele que crer (Rm 1.16). Isso por si só já nos aquela que se propõe mais a ouvir e só emitir qual­
faz pensar na dinam icidade da Palavra de Deus e de quer com entário quando necessário. Em algum as
como ela nos conduz para uma vida diferente e res­
ocasiões, líderes acabam provocando mais estresse
taurada. Você já parou para pensar no que fazia com
em seus grupos porque sim plesm ente não se pro­
que o ministério de Jesus fosse tão procurado em sua
põem a ouvir seus liderados. É importante notar que
época? O que fazia com que as pessoas deixassem
ouvir seus liderados não significa que você fará tudo
suas casas para segui-IO ? É claro que o p o d er de o que eles querem , mas que suas d e cisõ e s serão
Cristo, revelado em todas as Suas obras e milagres, p au tad as na escuta atenta de cada indivíduo em
eram fatores muito relevantes para que as multidões
sua particularidade.
aflorassem dos mais longínquos lugares, mas a ma­
Fale de maneira que possa ser com preendido - Um
neira como Jesus recebia as pessoas era inteiramente
dos nossos grandes problemas é que muitas vezes não
importante para o fortalecimento do Seu ministério. nos fazem os com preendidos pelas pessoas à nossa
A Bíblia conta, por exem plo, quando uma mulher
volta. Em uma era em que as pessoas tiram suas con­
se aproximou de Jesus com um vaso de alabastro e
clusões apenas de uma expressão facial, é importante
derram ou o conteúdo sobre a Sua cabeça na o ca­ ser claro e compreensível em suas idéias e palavras.
sião em que Ele estava assentado à mesa na casa Mostre que se importa com as pessoas - As pessoas
de Simão, o leproso (Mt 26.6-13). Naquela ocasião, as quais você lidera, bem como aquelas que vão chegar
enquanto todos desprezavam a atitude da mulher, o até você, precisam perceber que você realmente se
Mestre a acolheu: "Je su s, porém, conhecendo isso, importa com elas. Todos nós somos assim, desejamos
disse-lhes: Por que afligis esta mulher? Pois praticou ser de alguma forma importantes para as pessoas que
uma boa ação para com igo" (Mt 26.10). Veja como estão à nossa volta e perceber a preocupação delas
Jesus tratou a pecadora que ungiu os Seus pés (Lc conosco, o que nos faz sentir que pertencemos de fato
7.36-50). Acusando Je su s de não saber de quem se
àquele grupo.*
tratava a mulher que estava ungindo os seus pés, o
fariseu se esqueceu de que ele mesmo não acolheu
Je su s com o deveria em sua casa, mas condenava CONCLUSÃO
veementemente a Cristo pela maneira como acolhera A m aneira com o aco lh e m o s as p e sso as que
aquela mulher. Logo, o ministério de Jesus nos ensina chegam à igreja im pactará na d ecisão d elas
Edeilson Santos que a liderança deve, antes de tudo, acolher aqueles se p erm anecerão ou não conosco. Nunca me
é evangelista na
que chegam à igreja. E como é que o líder deve se esquecerei das palavras de um casal que pas­
Assembléia de Deus
em Parauapebas portar de maneira acolhedora na Igreja? sou uma tem porada congregando conosco em
(PA), Teólogo, Procure co n h e ce r as p e sso a s - Muitas vezes, as nossa igreja. Ao se despedirem para voltar para
Lincenciado em pessoas entram e saem de nossas igrejas sem que ao sua terra de origem, disseram: "Visitamos várias
Língua Portuguesa
pela UFPA e
menos sejam recebidas de maneira cordial e hospi­ igrejas, mas não havíamos nos sentido bem em
Pedagogia pelaUEPA taleira. Nossos cultos nem sempre contam com uma nenhuma. Todavia, quando chegam os aqui e a
irmã Maria veio nos cumprimentar, sentimos que
era aqui que deveriamos nos congregar". Acolher
50 ENSINADOR CRISTÃO deve ser uma marca de todo cristão.
Em Descanse em Deus, Joanna Weaver,
autora best-seller de Como ter o Coração de Maria
COMPACTO, ACESSÍVEL
RICO CONTEÚDO

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