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VENDA PROIBIDA

A RTIG O S
Com o otim izar o aprend izad o bí­
blico das crianças durante as férias
escolares - A conexão entre a EBD
e as atividades m issionárias trans-
culturais - Apoio: um modelo para o
corpo docente da Escola Dominical
Através do Devocional Os Escolhidos,
0 roteirista e diretor da série The Chosen,
Dallas Jenkins, junto com Amanda Jenkins
e Kristen Hendricks, nos conduziu a uma
jornada com Jesus, através dos olhos
das pessoas cujas vidas Ele absolutamente
transformou com Suas palavras,
Seu amor e Suas obras.
Editorial
a
E X P E D IE N T E
Presidente da C CA D B
Os exemplos e orientações bíblicas
Jo sé W ellington Costa Júnior para a família em foco neste trimestre
Presidente do Conselho Adm inistrativo
Jo sé W ellington Bezerra da Costa
Nos últimos anos, a família tem sido alvo de im placáveis ataques,
Di retor-executivo
Ronaldo Rodrigues de Souza seja a tra vé s de prog ram as d ito s so cia is que têm o intuito de
Editor-chefe oferecer-lhe uma nova roupagem , to talm ente fora dos padrões
Silas Daniel
b íb lico s, seja através dos m eios de co m u n icação glo rifican d o
G erente de Publicações
Alexandre Claudino Coelho norm as e p o stu ras a b e rra n te s e sem nenhum a co m p ro vação
G erente Financeiro científica. Nesse contexto, a Escola Dominical é o local adequado
Josafá Franklin Santos Bomfim em que aluno e o professor discutem tem as hodiernos, sem pre
G erente Com ercial dando ênfase à ortod oxia b íb lica , e os assuntos refe ren te s ao
Cícero da Silva
núcleo fam iliar estão sem pre em fo co nos últim os te m p o s no
G erente de Produção
Jarbas Ram ires Silva am biente eclesial. Logo, o assunto da revista Lições B íb licas de
Gerente de Com unicação A dulto s da C P A D neste segundo trim estre chega em boa hora,
Leandro Souza da Silva abordando tem as relevantes que, sem dúvida algum a, ajudarão
Chefe de Arte & Design
W agner de Almeida as fam ílias a resolverem pend ên cias e reverem seus co n ceito s.
Projeto G rá fic o / Designer As p re cip itaçõ e s na vida co n ju g al, a p refe rên cia dos pais por
Suzane Barboza
um dos filho s, o zelo dos pais na O b ra de D eus co ntrastan d o
Projeto Digital
A lan Valle com suas falhas na criação dos h erdeiro s, os prejuízos da m en­
Fotos tira no seio fam iliar etc. Esses são só alguns dos tem as a serem
Shutterstock estudados neste trim estre. Lem brando que a fam ília é a prim eira
CENTRAL DE VENDAS CPAD instituição co ncebida por Deus quando da criação do m undo e
2a a 6a das 9h às 1730h
do ser hum ano, conform e reg istrad o no livro de G ên e sis.
0800-021-7373
W h atsA p p : (21) 96471-4716 Além de tratar do tema da revista Lições Bíblicas deste trim estre,
LIV R A R IA V IR TU A L
esta e d ição da revista Ensinador Cristão tam b ém traz para o
w w w .cpad.com .br
leito r os tra d icio n a is artig o s so b re e d u ca ção cristã , além dos
W H A TSA P P DE ASSIN A TURAS:
sub sídio s e dinâm icas para as revistas de E sco la Dom inical da
(21) 97030-2093
C P A D das dem ais faixas e tárias, bem com o inform ações sobre
O pções da URA
O p çã o 2 - Igrejas, Cotas e Assinaturas eventos, projetos e estratégias voltadas para a Escola Dom inical
O p çã o 3 - Colportores e Lojistas que estão sendo desenvolvidos e utilizados nas igrejas pelo país.
O p çã o 4 - Pastores e dem ais clientes
O p çã o 5 - SAC Os entrevistados desta edição da revista são a irmã Joani Pimentel
B en te s, que tem se d e d icad o há d é cad a s na e va n g e lizaçã o e
Ano 24 i n°93 ! abr/mai/jun de 2023 educação cristã das crianças pelo Brasil, e o co nhecido pastor
Número avulso: R$ 13,95 e teó lo go Elienai C ab ral, com entarista da revista Lições Bíblicas
Assinatura bianual: R$ 111,60 d e ste trim e stre , q u e, com o ad ia n tam o s, ab o rd a as q u e stõ e s
Assinatura coletiva (5 revistas) anual: R$ 195,30
Assinatura Digital: cpad.digital.com.br relativas à fam ília e ao cuidado na sua m anutenção.
Ensinador Cristão - revista evangélica trimestral,
lançada em novembro de 1999, editada pela Casa 0 aprim oram ento bíblico do povo de Deus é uma das preocupa­
Publicadora das Assembléias de D eus ções da C PA D e, por este motivo, a editora pentecostal trabalha
Correspondência para publicação deve ser endere­
çada ao Departamento de Jornalismo. As remessas no sentido de oferecer o que há de melhor na literatura evangélica,
de valor (pagam ento de assinatura, publicidade focando nas exo rtaçõ es do apó sto lo Paulo em Rom anos 12.7 e
etc.) exclusivam ente à CPAD. A direção é respon­
sável perante a Lei por toda m atéria publicada. 1 Tim óteo 4.13-16, para que nos aprim orem os no conhecim ento
Perante a igreja, os artigos assinados são de res­ b íb lico e na vo ca ção que rece b e m o s de D eus para a área do
ponsabilidade de seus autores, não representando
necessariam ente a opinião da revista. Assegura-se ensino. C e rto s de estarm os cum prindo essa m issão, desejam o s
a publicação, apenas, das colaborações solicitadas. ao querido ed ucad o r uma boa leitu ra. E até a próxim a edição!
O m esm o princípio vale para anúncios.
Revista Ensinador Cristão
Fone (21) 2406-7371 / Fax (21) 2406-7370
E-mail: ensinador@ cpad.com .br
Sumário

06 Q CAPA
Como o Escola Dominical pode
ser usado poro alca n ça r
fam ílias para Cristo

14 (J) ARTIGO
En co rajam en to, In stru ção e
Conselho: A lcan ce um a V id a C ristã
Feliz com os En sin o s dos Salm os

1Ô @ ARTIGO
O que C risto fez por nós e o que
podem os fa ze r pelo Reino de Deus

© SUBSÍDIOS
A prendendo com os Fa m ília s
d a s S a g ra d a s E sc ritu ra s

05 Q ESPAÇO DO l&TOR

10 @ ED EM FOCO
Divulgue as atividades
do departamento de
11 O CONVERSA FRANCA ensino de sua igreja

22 REPORTAGEM Entre em contato com


ENSINADOR CRISTÃO
25 (Q EN TREVISTA DO COMENTARISTA Avenida Brasil, 34.401
Bangu • Rio de Janeiro • RJ
CEP 21852-002
29 Q SALA DE LEITURA Telefone 21 2406-7371
Fax 21 2406-7370
30 Q O PROFESSOR RESPONDE ensinador@cpad.com.br
Reclamação, crítica e/ou
31 BOAS IDÉIAS sugestão? Ligue:
21 2 4 0 6 - 7 4 1 6
44 ARTIGO 21 2 4 0 6 -7 4 1 8
S E T O R D E A S S IN A T U R A S
46 Q EM EVIDÊNCIA A tendim ento a todos
os nossos periódicos
M E N S A G E IR O D A PA Z
M A N U A L D O O B R E IR O
E N S IN A D O R C R ISTÃ O
Espaço de Leitor

© Dificuldades do corpo docente


No artigo de capa da edição 91 da revista Ensinador Cristão,
intitulado "Como Otimizar a EBD e Evitar a Evasão de Alunos",
de autoria do pastor Paulo André Barbosa, da Assembléia de
Deus gaúcha, dentre tantas razões por ele apresentadas para
essa evasão, acrescentaria o fator analfabetismo funcional. E
impossível promover todos os ajustes necessários para uma
Escola Dominical sem levar em consideração essa triste realidade
na qual vive grande parte de nossos alunos oriundos de escolas
públicas e privadas. Ao concluir o ensino fundamental e médio,
eles estão parcamente alfabetizados, sem conseguir interpretar
textos. Como pensar, por exemplo, em capacitação dos profes­
sores que, em grande parte, também encontram dificuldades
em compreender termos técnicos, pedagógicos e teológicos,
uma vez que se quer apresentam formação básica completa?
Como investir em material humano, se os próprios membros e
congregados não frequentam as reuniões da igreja? Quanto às
Relacionamentos as razões expostas para "justificar" essa evasão, eu discordaria,
em Família em parte, apenas do fator espaço físico e equipamento.
Superando Desafios e Problemas Ananias Rocha, Barcarena (PA)
com Exemplos da Palavra de Deus
© Reciclagem de conhecimentos
Desejo fazer uma observação sobre uma chamada de capa
da revista E n sin a d o r C ristã o número 91, sobre o "Projeto
COMUNIQUE-SE COM A Universidade Corporativa", que apresenta cursos técnicos e
ENSINADOR CRISTÃO teológicos visando à reciclagem de conhecimentos. O termo
"reciclagem" geralmente é utilizado quando nos referimos ao
Por carta: Av. Brasil, 34.401 lixo (reciclagem) e, no tocante a adquirir conhecimentos, nós
- Bangu 21852-002 - Rio de utilizamos o termo "formação continuada".
Janeiro/RJ Ana Maria M e d e iro s d e A ssis (DF)

Por fax: 21 2406-7370


Nota da redação: Prezada irmã Ana, a Paz do Senhor Jesus!
Por email: ensinador@cpad. Obrigado pelo envio de seu questionamento. O verbo "reciclar",
com.br além de ser utilizado para a reutilização de produtos, também
tem sido utilizado no contexto profissional para indicar a requa-
En tre em co n tato co m a
lificação de alguém através da atualização ou aquisição de novos
conhecimentos, capacidades e atitudes. Logo, é nesse sentido
revista En sin a d o r C ristão .
que utilizamos o termo na referida matéria em questão.
Su a opin ião é
im p o rtan te para nós! ® Q ualidade editorial
ensinador@ cpad.com.br Desejo parabenizar o belo e maravilhoso trabalho da equipe
responsável pela edição da revista En sin ad o r C ristão . Eu a
considero ótima. Eu a adquiri pela primeira vez e gostei muito!
Devido às limitações de espaço, Carla M ilucia, via email
as cartas serão selecionadas e
transcritas na íntegra ou em ® Conteúdo rico em informações
trechos considerados mais sig­ A revista Ensinador Cristão tem sido uma grande ferramenta
nificativos. Serão publicadas as para nós, professores da Escola Dominical. Seu conteúdo, rico
em matérias que tratam sobre o bom desempenho do professor,
correspondências assinadas e
aliado às mais diversas formas de transmitir o ensino, ajudam os
que contenham nome e ende­ professores de todas as faixas etárias na nobre tarefa de instruir
reço completos e legíveis. No e orientar alunos e alunas na Palavra de Deus. Parabéns a toda
caso de uso de fax ou e-mail, só a equipe da revista Ensinador Cristão!
serão publicadas as cartas que Pr Jo n a s J o s é d e Oliveira Maria, R e g e n te Feijó (SP)
informarem também a cidade
e o Estado onde o leitor reside.
Capa
Joory Jossué Corlesso E

6 ENSINADOR CRISTÃO
COMO A ESCOLA
DOMINICAL
PODE
UTILIZADA PARA
ALCANÇAR A
FAMÍLIA DO NOVO
CONVERTIDO PARA
CRISTO?
A evangelização como houve uma verdadeira revolução
prioridade na Escola Do­ social na Inglaterra, que posteríor-
minical mente se espalhou pelo mundo. A
A Escola Dominical é uma agên­ Escola Dominical serviu, inclusive,
cia evangelizadora por excelência. como base do sistem a público de
Ganhar almas está no D N A da ensino em sua época. A s fam ílias
Escola Bíblica Dominical desde daqueles trabalhadores ingleses,
a sua criação em 1780 na cidade em p le n a re vo lu ç ã o in d u s tria l,
de Gloucester, na Inglaterra. A foram alcançadas pelo Evangelho
EBD surgiu quando Robert Raikes e tiveram suas vidas transformadas
teve a visão de ensinar o Evan­ através do protagonísmo da Escola
gelho para crianças, filhas dos Dominical.
trabalhadores das fábricas, que Evangelizar, integrar e disdpular
viviam desocupadas nas ruas aos são as funções básicas da Grande
domingos. Além de evangelizar, ele Comissão. O objetivo da Escola
ensinava os fundamentos da vida Dominical conecta-se à missão da
cristã, boas maneiras e educação Igreja. O pastor Antonio G ilberto,
moral e cívica. O resultado desse maior entusiasta da EB D no Brasil,
trabalho foi extraordinário. Além afirmou que "a Escola Dom inical
da salvação de milhares de almas, é a e sco la de e nsin o b íb lico da

ENSINADOR CRISTÃO 7
"limitar a Escola
Igreja, que evangeliza enquanto sional é um grande desafio em uma
ensina, conjugando assim os dois
ôíblica Dominical sociedade relativista, individualista,
la d o s da c o m issã o de J e s u s à apenas a ensinar hedonista e secularizada, mas é o
Igreja conform e M ateus 28.20 e aqueles que já são melhor caminho para cada crente
M arcos 1 6 .1 5 ". Q u a n d o a E B D crentes em Jesus é alcançar as pessoas ao seu redor
cumpre o seu papel, ela se torna ignorar o principal com as Boas-Novas da Salvação.
o ambiente propício para alcançar Ser missional é interessar-se
propósito para o
a família do novo convertido para mais por pesso a s e m enos por
qual ela foi criada
Cristo. Limitar a Escola Dominical coisas. É valo rizar os re la cio n a­
apenas a ensinar àqueles que já
originalmente" mentos em detrimento do ativismo
são crentes em Je su s é ignorar o religioso. É criar oportunidades
principal propósito para o qual ela para encontros e relacionamentos.
foi criada originalmente. É convidar os novos convertidos e
A lcan çando pessoas num a perspectiva seus familiares para frequentar nossa casa. É participar
m issional de momentos "sociais" fora do ambiente eclesiástico,
£ p reciso integrar d e forma eficaz os novos mantendo o foco de comunicar o Evangelho, principal­
convertidos na EBD. É comum os novos convertidos mente com nossas atitudes. Ser missional é caminhar
ficarem isolados A prática pecam inosa dos antigos na contramão do mundo, é confrontar nosso próprio
grupos de convivência podem levar o novo crente egoísm o, é sair da nossa "zona de conforto" e ter
a perder seu círculo de am izade. Muitos se sentem um interesse genuíno pela conversão dos pecadores.
isolados, pois custam a ser integrados à igreja local. Práticas necessárias para alcan çar os fam i­
E quando são acolhidos, seus fam iliares não-crentes liares do novo convertido
são deixados de lado. Portanto, é necessária uma
Uma vez que a liderança da Igreja e a su p e rin ­
integração eficaz, sem esquecer dos entes queridos
te n d ê n cia da E B D entend em que ser m issional é
d e ste novo c o n v e rtid o , que podem e devem ser
prioridade para o crescim ento da Escola Dominical,
alcançados pelo Evangelho. Precisam os evitar esse
faz-se necessário realizar ajustes de visão na estrutura
isolam ento, sendo intencionais em nossos esforços
organizacional e proporcionar meios práticos para que,
p ela in te g ração total das p e sso as que chegam à
de fato, os fam iliares dos alunos novos convertidos
Escola Dom inical.
possam ser alcançados.
Para que EBD possa alcançar a família do novo
convertido, é necessário que a sua liderança tenha No aspecto organizacional a EB D deve:
uma visão missional. Ser missional é ser intencional em - Realizar capacitação continuada dos professo­
buscar um relacionamento autêntico com as pessoas res, para que o foco das aulas seja evangelizador e a
ao nosso redor. É se interessar por elas e linguagem de ensino alcance os não-crentes e novos
valores do Evangelho para, através do convertidos. Os professores precisam desenvolver um
testem unho, tornar Cristo conhecido. Ser mis­ amor especial para serem discipuladores de vidas.
- Trabalhar em sinergia com os departamentos de - Promover momentos de convivência e lazer entre
evangelism o e discipulado da igreja local, sem pre as famílias, tanto no espaço do templo quanto em
trocando informações sobre o crescim ento espiritual outros lugares, como parques, chácaras, retiros etc.
dos alunos. O evangelismo e o discipulado conduzem tendo em mente que o relacionamento é fundamental
seus discípulos para a EBD ; da mesma forma, a EBD para alcançá-los para Jesus;
conduz seus alunos para serem evangelizadores e - Preparar momentos especiais no trimestre e pro­
discipuladores, criando um círculo virtuoso. mover premiações para incentivar os alunos a trazerem Joary Jossué Carles-
- Treinar as equipes para que realizem um acolhi­ visitantes, especialmente seus familiares, à EBD. so é pastor-auxiliar
na AD em Joinville
mento eficaz, desde o estacionam ento até o púlpito, - Realizar formaturas trimestrais das classes de
(SC), supervisor do
concentrando esforços na integração. Pastor Antônio novos convertidos como estratégia para trazer seus Setor 8 - Shalom,
Gilberto dizia: "As pessoas vão onde são convidadas, familiares não-crentes para o ambiente da EBD. coordenador geral
do Departamento
ficam onde são bem recebidas e voltam onde são - Ao final de cada aula, fazer uma comunicação
de Discipulado da
bem tratadas". Além de equipes específicas, alunos rápida dos pontos básicos do Evangelho e um apelo AD em Joinivlle
com visão missional sabem que seu papel é acolher para a conversão a Cristo. Dar oportunidade às pes­ (Discipulado para o
soas para se decidirem por Jesus, porém sem "forçar Brasil); presidente da
bem as pessoas.
Comissão de Planos
- Promover uma ampla sensibilização de todos os a barra", fazendo isso de forma sábia e amorosa. e Estratégias de
integrantes da EBD sobre a importância de amar vidas, - Manter um acompanhamento inteligente, tanto Evangelismo e Dis­
ganhá-las e integrá-las à igreja. Cada aluno, professor e dos novos convertidos como de seus familiares, e cipulado da CGADB;
bacharel em Teologia
colaborador é relevante no processo da evangelização manter contato constante para que os encontros
e pós-graduado em
e discipulado. Se os visitantes se sentirem am ados e de discipulado não se resumam aos domingos pela Aconselhamento
notarem o interesse dos irm ãos, com certeza todas manhã. • Cristão.

as barreiras cairão por terra.


- Motivar os alunos da EBD a serem intencional­
m ente agentes de evangelização e integração das
famílias dos novos convertidos na igreja. CONCLUSÃO
- Criar um am biente propício para o ensino dos "A alegria de ganhar uma alma é indescritível.
familiares dos novos convertidos. Para tanto, a igreja Quando ganhamos uma alma ficamos possuídos
deve possuir uma classe específica para não-crentes, de paixão pelas almas. Ganhe uma e você desejará
com a lição C am inho para o C éu (três m eses), da uma multidão" (John Henry Jowett).
CPAD, e classes para novos convertidos com as lições Concluím os que a evangelização faz parte da
D iscipulado 1 e 2 (seis meses) ou Discipulando 1, 2, 3 essência da Escola Dominical. Negar isso seria
e 4 (um ano), tam bém da CPAD. "destruir" a sua história. Entretanto, se faz neces­
sário dar a prioridade devida à evangelização, à
Passos práticos que podem ser adotados: integração e ao discipulado no contexto da EBD.
- Realizar cam panhas de oração com as classes, Creio que a resposta seja motivar cada aluno a
orando junto com os novos convertidos pela salvação viver uma vida missional, não se contentando em
dos seus familiares. ser um mero frequentador, mas sendo um agente
- Pro fesso res e co la b o ra d o re s da E B D p re via ­ de transformação, dentro e fora de sala de aula,
m ente capacitado s podem realizar visitas às casas saindo de sua zona de conforto para alcançar os
dos novos convertidos, procurando estabelecer um familiares dos novos convertidos.
relacionam ento intencional com os fam iliares dos É possível termos uma EBD evangelizadora e
novos convertidos e realizar convites para frequen­ missional se ajustarm os o foco, tanto em sua
tarem a Escola Dom inical. estrutura organizacional quanto nas ações prá­
- Incluir no discipulado dos novos convertidos trei­ ticas, sempre colocando a salvação das almas
namentos sobre evangelismo pessoal, aproveitando o como prioridade. Creio que, assim, nossa amada
seu "primeiro am or", para que eles tenham segurança Escola Bíblica Dominical poderá fazer jus ao lema
para com partilhar o Evangelho com seus fam iliares "evangeliza enquanto ensina". Que Deus nos dê
(pesquisas mostram que cerca de 50% dos evangélicos este propósito!
se converteram através da influência de familiares).

ENSIIMAOOR CRISTÃO 9
EO em Foco
- Fotos; Abner Lamberty ©
ISk
AD DO INTERIOR GAÚCHO REALIZA
24a EDIÇÃO DO SEMINÁRIO DE
ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL A FIM
DE APRIMORAR CORPO DOCENTE
Evento recebeu o apoio e a visita de
autoridades eclesiásticas e civis ao longo da
program ação
O amor ao ensino bíblico sem ­ sença de professores, diretores da
pre foi uma das marcas registradas Escola Dom inical e alunos locais,
da Assembléia de Deus, e na igreja mais uma representação da cidade
na cidade gaúcha de Santa Maria de São Pedro do Sul. O tema que
não foi diferente: nos dias 22 e 23 norteou as atividades foi 'Espírito
de outubro de 2022, aconteceu a Santo - A g e n te C a p a c ita d o r"',
24a edição do Seminário de Esco ­ explicou o líder da A D gaúcha.
la Bíb lica D o m in ical na referida A lém das p le n á ria s, a c o n te ­
igreja do interior gaúcho. O líder ceram duas oficinas m inistradas
preletoras convidadas ao evento, no qual os participantes da A s s e m b lé ia de D e u s lo ca l, pelas professoras, com os tem as
elucidaram dúvidas e puderam abordar os preletores pastor M oisés Adriano Lamberty, "Metodologia de Ensino na EBD ",
ju n ta m e n te com a sua e q u ip e , a b o rd a d a p e la p ro fe sso ra A na
não poupou esforços para que o Paula M aciel; e "P rá tic a s P e d a ­
conteúdo das palestras superasse g ó g ic a s p ara C la s s e In fa n til" ,
as exp ectativas dos inscritos. ministrada pela professora Lucélia
O projeto nasceu dos esforços Portugal. Am bas fazem parte do
da professora O ndina A lves, que corpo d o cente local. "O evento
preocupou-se com a qualificação foi re alizad o no te m p lo -se d e e
d o s p r o fe s s o re s , p ara q u e os foram computadas 285 inscrições,
m esm os p udessem refletir o sa­ m as d e ste s houve p a rticip a çã o
Palestrantes e diretoria da igreja: a partir da direita, pastor ber nas salas de aula, após terem efetiva de 264 sem inaristas, que
Cláudio Moisés, Elisângela Medeiros Ferreira, Regina Macha­
do, evangelista Clairton Machado, Eliane e o esposo pastor participado do ciclo de palestras receberam apostila e lanche du­
Agnaldo Betti, evangelista Sandro Portugal e a esposa Lucélia, e aprim orado seu conhecim ento rante o evento, mais certificado a
e Miriâ e o esposo pastor Moséis Lamberty.
bíblico. A partir de então, o evento quem solicitou", informa o pastor
passou a fazer parte da agenda M oisés Lamberty.
da igreja santa-m ariense. O líder assembleiano acrescen­
O s p r e le t o r e s c o n v id a d o s tou que a realização do evento foi
fo ram o p a s to r A g n a ld o B e tti po ssível g raças aos esfo rço s do
(C a m p in a s - S P ), com a e sp o sa pastor C láudio M oisés Ferreira e
Eliane, e as professoras Ana Paula dos evangelistas Clairton Machado
M aciel de A zevedo e Lucélia Por­ e Sandro Portugal, sup erviso res
tugal, de Santa M aria. O evento da Escola Dominical, em conjunto
foi abrilhantado pelas caravanas com os dem ais fiéis que ab raça­
O pastor Agnaldo Betti no momento em que ministrava o ensino
da Palavra de Deus aos inscritos do seminário promovido pela e a presença de autoridades civis ram o pro jeto e trab alharam na
Assembléia de Deus em Santa Maria e eclesiais. "O evento teve a pre­ logística do sem inário. •

10 ENSINADOR CRISTÃO
o
“PRECISAMOS CHEGAR PRIMEIRO
COM A MEHSAGEM DO EVANGELHO,
PORQUE O CORAÇÃO DE UMA
CRIANÇA É DE QUEM CHEGAR
PRIMEIRO”
Tia Jô fala dos seus projetos
para o público infantil, da
importância da educação
cristã aos pequenos e de
alguns milagres viven-
ciados em seu ministério
com as crianças
"O s ataques contra as crianças desta geração não são os mesmos que
sofremos no passado. As nossas armas precisam ser atualizadas. São diários
os ataques contra a infância, no aspecto cultural - música, moda - e em todas as
demais áreas. A s ideologias anticristãs cercam as nossas crianças e nós devemos
nos levantar como agentes de proteção". É dessa forma que a irmã Joani Pí-
mentel Bentes descreve o cenário hoje de ataque aos valores cristãos ainda na
infância. Joani é conhecida em todo o país por sua atividade educacional entre
os pequenos. A o longo de seus 34 anos de militância junto ao público infantil,
Tia Jô , como é conhecida, enfrentou inúmeros reveses e colheu grandes vi­
tórias nesse árduo, mas gratificante ministério. A educadora já visitou todo o
//
território brasileiro e 40 países a fim de levar a mensagem do Evangelho de A parte obscura
Jesus por intermédio de palestras, atividades lúdicas, encontros e em orações
das mídias tem
direcionadas ao público infantil e adulto. Há muitos anos ela é preletora dos
corrompido as
congresso nacionais e conferências de Escola Dominical da CPAD,
Graduanda em Psicanálise Cristã, conferencista Internacional, professora
crianças ao mostrar
de Educação Infantil Cristã, apresentadora de televisão e rádio, escritora a banalizaçao do
com três livros publicados, ela também já gravou como cantora cinco CDS sexo, da violência
e 10 DVDs, além de ser embaixadora de crianças africanas (Instituto Tia e da própria
Jô) e idealizadora do Conectar Kids (Seminário de Educação Cristã) e linguagem, que
do Amanhecer Extraordinário (mentoria para mulheres e famílias que
muitas vezes é
buscam equilíbrio emocional).
Em entrevista concedida à revista Ensinador Cristão, a educadora
grotesca e obscena
fala de sua carreira na área infantil, alerta quanto aos riscos da secu-
larização da educação dos dias atuais e dos perigos que rondam as
crianças com novas roupagens, e dos milagres ocorridos em suas
palestras em território nacional .e mundo afora.
ENSINADOR C ristã o 11
Irmã Joani, quais seus últimos tema revelado por Deus: "Jesus me para alguém ou vamos vender?", o
projetos na área lúdica e didá­ faz feliz!". Abordamos cinco episó­ menino respondeu: "Não, pai. Lixo
tica para as crianças? dios que envolveram a vida terrena se joga no lixo. Lixo ninguém dá para
Nos últimos três anos, vivemos o de Jesus, como as ressurreições da ninguém". Essa foi uma experiência
maior desafio para o ministério infantil filha de Jaíro e do filho da viúva de recente que me marcou muito, além
O mundo parou com a pandemia e Naim, além de outras histórias que de muitas outras experiências na área
fomos oor: gados a nos reinventar. A pautamos naquele instante. Jamais de libertação das crianças nestes últi­
Escola Bíblica Dominical e os cultos nos esqueceremos da EB F on line. mos anos com o uso de ferramentas
:infantis se tom aram on Une e muitos lúdicas para falar verdades eternas ao
Você já foi procurada por
'Iíderes de crianças e professores de coração das nossas crianças.
algum pai compartilhando o
cEBD sem experiência com o mundo
resultado do seu ministério na Vivemos tem pos difíceis, com
virtual precisaram se adaptar para o
vida dos filhos? crianças à m ercê de ideologias
ensin o cm ürae. T iv e um m omento
A m aioria dos responsáveis é anticristãs. Como agir?
impactante no meu ministério, porque
agradedda pelo nosso trabalho. Dia­ Sim, vivemos dias difíceis nessa
me desafiei a gerar uma Escala Bíblica
riamente, ouço paíavras de gratidão, era globalizada e, com o avanço
de Férias em .2021 completamente
seja presencialmente ou pelas redes da tecnologia, a família tem sofrido
cBfi fine. A aula deveria ser dinâmica,
sociais. Recebo inúmeros testemu­ avassaladoras consequências. Os
.atrativa às crianças, e nos permitimos
nhos. Como estamos pontuando aqui ataques contra as crianças desta
passarporirm processo de CTÍativsdade
©vo iüí iva para aquele ‘"novo normal". esta parte mais lúdica e didática do geração não são os mesm os que

Trabalhamos com professores que ensino, nós temos um personagem sofremos no passado. Nossas armas
aceitaram o desafio, gravamos as aulas cham ado Juquinha, que trata dos precisam ser atualizadas. São diários
© irtteragimcB também com aulas ao assuntos do desequilíbrio no uso os ataques contra a infância, no as­
vivo. Alcançamos um público no Brasil de telas, o perigo dos games, entre pecto cultural - musical, moda - e em
d e cerca 2 mil crianças nesta EBF, e outros assuntos. De forma lúdica, o todas as demais áreas. As ideologias
tam bém crianças d e outros países, Juquinha sempre consegue acessar anticristãs cercam as nossas crianças
corno Estad o s Unidos, Inglaterra, o coração das crianças. Certa feita, e nós devemos nos levantar como
íRortugál, Alemanha, Suíça, Paraguai, em uma de minhas ministrações, um agentes de proteção. Precisamos
Peru, Argentina, Bolívia e Nova Ze­ pai que também exerce o cargo de chegar primeiro com a mensagem
lândia, numa classe especial para as maestro me procurou no dia seguinte do Evangelho, pois o coração de uma
crianças. Muitas igrejas conseguiram depois de um congresso de crianças. criança é de quem chegar primeiro.
•reuniras crianças em um espaço com Em lágrimas, ele me contou que não Precisamos fazer um cordão de três
os devidos cuidados exigidos, isto é, sabia o risco que o filho dele corria. dobras pela infância: família, igreja e
o uso obrigatório de máscaras. Outras O filho possuía jogos de adultos que ministério infantil juntos. Culto do­
levaram a E B F d e porta em porta. o pai não admitia, mas um parente méstico, Escola Dominical e o ensinar
Eoi um divisor d e águas para meu havia presenteado o menino e ainda com ludicidade precisam se tornar
■ministérioe para muitas pessoas que o instruiu a esconder debaixo do nossa prioridade. Em uma pesquisa
se envolveram nesta missão. A EBF colchão. A criança de 8 anos estava recente, foi informado que o tempo
on 1'meresultou em dh/ensos testemu­ tendo acesso a mídias com altíssimo que as crianças passam na frente da
nhos: eriarças foram ouradas, houve teor de violência. Após a apresentação televisão, smartphones, tablets e com­
batismo no Espírito Santo, salvação do Juquinha, ele chegou em casa, putadores chega a absurdas 14 horas
de almas, mrnistériDSsurgiram, mães chamou o pai no quarto e mostrou o diárias. A parte obscura das mídias tem
se tornaram professoras de crianças, que ele havia escondido. O menino corrompido as crianças ao mostrar a
rasas foram compfetemente deco­ disse que não queria mais aquele lixo banalização do sexo, da violência e da
radas para a EBF, porque trouxemos na vida dele, porque o Juquinha disse própria linguagem, que muitas vezes
o desafio da decoração e do lanche que ele não era lixeiro. Um persona­ é grotesca e obscena. O desrespeito
saudável. Uma nutricionista cristã gem foi o instrumento, e quando o pai para com a família tradicional e o apelo
nos preparou um cardápio saudável abordou aquele menino e perguntou para a desconstrução da mesma tem
para os cinco dias de EB F, com o "O que vam os fazer? Vamos dar sido também uma marca dessa mídia

12 ENSINADOR C ristão
corrompida. A erotização infantil tem na vila de Charry, fronteira entre Mo­ compaixão de Cristo, e a compaixão
sido bastante discutida nos últimos çambique e Malawi. Eu estava em nos leva ao lugar do outro. Abracei
tempos e se caracteriza na exposição uma ação missionária com crianças Antônio e seu sangue, que escorria
da criança a conteúdos inapropriados na linha da desnutrição. 90% delas pela boca, começou a sujar minha
à sua idade. Essa erotização é nociva estavam desnutridas. É uma região camisa. As manchas pretas em sua
para a criança à medida que atravessa assolada por AIDS, cólera, tuberculose camiseta eram de.sangue seco que
seu processo natural de desenvolvi­ e malária. Era meu último culto e em ele limpava da boca. Gritei: "Sopra
mento e a expõe a experiências com dia de culto nem os doentes ficavam vida, Deus! Sopra vida!". No terceiro
as quais ainda não está preparada em casa. Todos comparecem à reu­ grito, o m enino, que estava com
para lidar ou mesmo se defender. A nião. Aqueles em fase terminal ficam febre altíssima, esfriou na palma das
mídia também tem uma participação do lado de fora. Assisti a essa cena. minhas mãos e dos meus amigos que
Eu ministrava em um ambiente sem oravam comigo. Tiramos as mãos e
considerável nesse processo, uma
luz elétrica e sem saber que estava olhei para sua boca. Não havia mais
vez que promove a adultização das
com malária. A fraqueza tomou meu sangue na boca e ele respirava pelo
crianças. Eu concordo com a frase:
corpo, mas a compaixão de Cristo nos nariz, com os olhos brilhando e cheio
"Cuidar para que a infância seja vivi­
faz fortes nesses momentos. Ao ser de vida! Mas eu sabia da infecção,
da de forma plena é permitir que as
observada por aquele povo doente, então aproximei o meu nariz de sua
crianças sejam crianças". É tempo de
passei a falar que Jesus era a ressur­ boca para sentir o odor e acabei
conduzir as crianças a serem abenço­
reição e a vida, e contei a história de sentindo o cheiro de selva amazônica,
adas por Jesus. É tempo de mostrar
Lázaro. Nesse momento, entra um pai onde nasci. Senti cheiro de oxigênio
aos pequeninos o caminho que se
com um garoto de 9 anos, cujo nome puro, cheiro de floresta, e ouvi a voz
deve andar, instruí-los no caminho da
era Antônio. Suas roupas estavam de Deus falando comigo: "Esse é o
justiça, do amor, da lealdade e, princi­
rasgadas e ele respirava pela boca cheiro de vida, Jô! Esse é o cheiro de
palmente, do temor a Deus. É tempo
na ânsia por oxigênio. O sangue vida que Eu sopro no improvável". A
de realizar o culto doméstico. E tempo
descia pela sua boca, que exalava última notícia que recebi, há quatro
de ensinar as Sagradas Letras, de a
forte cheiro de infecção. O pai o anos, era que Antônio era o dirigente
família e a igreja se levantarem como
coloca diante de mim, o menino cai daquela congregação.»
agências de ensino para a educação
ética, moral e espiritual das crianças. aos meus pés tentando respirar e o

Crianças instruídas na verdade serão pai me diz: "Missionária, meu filho vai

instrumentos de Deus prontos para morrer agora. Você pode levá-lo até

toda boa obra (2Tm 3.17). Ainda que o encontro de Deus?". Nessa hora,

doutrinas vãs e antibíblicas surjam mesmo com febre, fraca e cansada,


sem nenhum comprimido para dar
como "verdades" para confundir a
àquela criança que agonizava, ouvi a
mente e deturpar o sagrado, elas
voz do amado Espírito Santo dizendo:
permanecerão inabaláveis, porque
"Ele não vai morrer, porque Eu vou
sua fé está alicerçada na Rocha.
soprar vida. Clam a pela vida! Eu
São 34 anos de ministério, logo vou soprar a vida e ele será o futuro
há muito a contar. Comparti­ dirigente desta congregação". Era
lhe mais uma experiência. uma igrejinha na beira do caminho.
Realmente, já contabilizei inúme­ Não olhei para as circunstâncias, eu
ras experiências. Há crianças para as ouvi somente o Céu e não a Terra.
quais ministrei que hoje são pastores E fui testemunha, mais uma vez, do

IESUS
e missionários, e já tive o privilégio Senhor realizando um milagre ins­
de pregar em suas igrejas e estar tantaneamente. Quando abracei o
com eles em missões. Mas, há uma menino, fui aconselhada pelos líderes
experiência que, todas as vezes que da missão a não fazer isso, porque a
uma pergunta como essa me é feita, doença dele era tuberculose, que é
flui na memória. Aconteceu em 2006, transmissível, mas eu estava cheia de

UNADOR Cristão 13
Artigo

ENCORAJAM ENTO,
INSTRUÇÃO E CONSELHO
Alcance uma Vida Cristã Feliz
com os Ensinos dos Salmos
Já imaginou um culto sem música, sem a combina­ Do orgonizoçõo do livro
ção de palavras, melodia e ritmo no desdobram ento É im p ortante d e sta ca r a organização do Livro
da sua liturgia? Em sua obra, Vivendo Salmos, editada dos Salmos. Tudo nele tem um propósito espiritual,
pela CPAD, Charles R. Swindoll nos convida a refletir de sobremaneira, a sua organização. Na obra Como
a respeito do valor da música em nossa sociedade. Ler a Bíblia Livro por Livro, os autores Gordon Fee e
A partir de sua reflexão generalista a respeito dessa Douglas Stuart mostram que ele foi escrito para ser
maravilhosa arte, no caso do am biente eclesiástico, declamado. Isso quer dizer que a sua leitura dos Salmos
percebem os que sem a música sacra os cultos não é mais proveitosa quando você a faz em voz alta. Esse
seriam os mesmos. A presença da música no culto é é o elemento básico de toda poesia e canção. Ambas
como a presença da alma no corpo, ela traz fôlego, foram escritas para serem declamadas ou cantaroladas.
afeto e sentimentos que irradiam do céu para tocar O s salm os tam bém foram e scrito s para serem
a terra. Ela tem a força para consolar os que choram, memorizados. O maior exemplo disso é o salmo 119
aliviar o sofrimento e preparar o caminho para uma em que o poem a está organizado em acróstico, ou
perfeita adoração pública entre irmãos. seja, numa estrutura de 22 estrofes organizadas de
A Bíblia tem um livro constituído de canções. Essas acordo com as 22 letras do alfabeto hebraico (álefe,
canções cumpriam o papel de trazer um am biente bet, guímel até a letra tau). Essas 22 estrofes são com­
propício ao culto a Deus no Templo. Nesse sentido, postas de oito versos cada. E cada verso inicia com a
o Livro dos Salmos cumpria uma função preciosa na respectiva letra que forma cada estrofe. Por exemplo,
prática do culto da Antiga Aliança. Naturalm ente, o a primeira estrofe (vv.1-8) é formada por oito versos e
saltério não era usado apenas no culto público, mas cada verso se inicia com a primeira letra do alfabeto
tam bém na devoção pessoal do fiel no Templo. Essa hebraico Aléfe. Esse salmo está organizado assim para
herança judaica pode ser constatada ao longo da facilitar a memorização. Decorá-lo era esperando na
História da Igreja. Em primeiro lugar, notamos que os antiguidade judaica. Inclusive, a palavra decorar tem
Salmos estava muito presente no ministério de Jesus um significado muito bonito em sua etim ologia. Ela
(Lc 24.44). No período apostólico, era um elemento deriva do substantivo latino cor, cordis que quer dizer
presente nos primórdios do culto cristão (1 Co 14.26; Ef "coração, sede da afetividade". A ideia dos antigos
5.19). Assim, as poesias sacras unidas à vida de oração era enfatizar que apenas decoram os o que amamos
e m editação nas Sagradas Escrituras, consequente­ e m em orizam os o que estab elece afeto dentro de
m ente, tornaram-se preciosas aliadas ao cultivo da nós. Por isso, o Livro dos Salmos sem pre foi amado
vida devocional dos cristãos ao longo da história. Não tanto pelos judeus e cristãos, pois ele expressa uma
por acaso, a hinologia cristã traz muitas canções que relação de am or do fiel com Deus. Portanto, ele se
tiveram no Livro dos Salmos sua inspiração primária. encontra na boca do fiel porque primeiro foi gerado
Dentre muitas coisas importantes, devemos desta­ no seu coração.
car que o Livro dos Salmos potencializa a nossa vida O Livro dos Salmos também está dividido em cinco
devocional. Por ser um livro de tem as variados, por outros livros. Conforme estudaremos neste trimestre,
exem plo, encontram os salmos que falam de louvor ele está organizado assim: a) Livro I: O primeiro livro é
a Deus, confissão de pecados, soberania divina, pro­ formado pelos salmos 1-41; b) Livro II: O segundo livro
fecias messiânicas. E, por isso, ele toca o coração do é formado pelos salmos 42-72; c) Livro III: O terceiro
ser humano, fortalecendo a nossa vida interior, porque livro é dos salmos 73-89; d) Livro IV: O quarto livro é
fala a respeito do que está dentro de nós. Assim, esse uma coleção dos salmos 90-106; e) Livro V: Finalmente,
livro nos ajuda a orar melhor e a louvar ao Senhor de o último livro é formado pelos salmos 107-150. Todos
maneira mais íntima dEle. O s Salmos trazem para a esses livros trazem diferentes categorias de salmos:
nossa vida toda uma realidade celestial. os salmos de lam entação, de sabedoria, régios, de
louvor, de ação de graças, messiânicos, enfim. Assim, Nesse sentido, os poemas dos Salmos nos auxiliam
toda a ordem do Livro atua para tocar a mente, por na disciplina da oração e do jejum, na meditação diária
m eio da m em orização , e o co ração , por m eio do das Sagradas Escrituras, na memorização das porções
afeto e da presença real de Deus dentro de nós como da Palavra de Deus para que o nosso coração esteja
consequência natural da leitura e meditação dele. pronto diante de muitas tentaçõ es e agitações da
alma e no bom exercício de conhecer e lidar melhor
A q u ecen d o o vido e sp iritu a l com o Livro
a natureza da própria alma diante de Deus. Enfim,
dos Salm os
muitas são as razões para se ler e estudar os salmos.
Há razões literárias para ler salmos. Sem dúvida,
Entretanto, a percepção de que a vida espiritual ga­
pois do ponto de vista literário, é um livro de muita
nhará muito pela leitura desse precioso livro deve ser
beleza estética. A pena dos com positores sagrados
o fator de motivação para você e seus alunos lerem
mostra o quanto os salmos revelam o coração do ser
e meditarem neste livro querido e amado pela Igreja
humano, que este pode ser enganoso e, ao mesmo,
de Cristo ao longo do tem po. •
tempo o quanto ele pode se quebrantar na presença
de Deus.
Nesse caso, a maior razão para se ler o Livro de CONSIDERAÇÕES FINAIS
Salmos e estudá-lo é a espiritual. Esse Livro é a Palavra O meu desejo é que o estudo deste trimestre seja uma bên­
de Deus inspirada pelo Santo Espírito da maneira mais ção para a sua vida intelectual e espiritual, bem como a de
poética da Bíblia. É a palavra divina revelando os mais seus alunos. Que você possa perceber, não apenas a beleza
profundos sentim entos humanos. Temos essa noção estética do Livro de Salmos, mas contemplar e adentrar a
Marcelo Oliveira quando lemos afirmações como estas; "Assim como beleza espiritual desse livro que é a inspirada Palavra de
Chefe do Setor Deus inerrante e infalível para o coração do ser humano.
de Educação
a corça suspira pelas correntes das águas, assim, por
Cristã da CPAD; ti, ó Deus, suspira a minha alma" (SI 42.1 - NAA). Que
Comentarista de declaração mais linda e profunda! Talvez, podem os
Lições Bíblicas REFERÊNCIAS
afirmar que, por isso, o Livro dos Salmos seja o livro
Jovens; Ev. na FEE, Gordon; STUART, Douglas. Como Ler a Bíblia Livro
AD em Augusto da Bíblia que mais revele a necessidade da alma por
por Livro: Um guia de Estudo Panorâmico da Bíblia. São
Vasconcelos Deus. Ele evidencia isso por meios das expressões do
(RJ); especialista Paulo: Vida Nova, 2013.
salm ista. Não por acaso, o saudoso pastor G eorge
em Educação; SWINDOLL, Charles R. Vivendo Salmos: Motivação para
graduado O . W ood, no prefácio de sua obra, Um Salm o em
os desafios da vida moderna. Río de Janeiro: editora
em Teologia; seu C o ração , editada pela C PA D , particularizou o
CPAD, 2014.
licenciado quanto essa porção das Escrituras era um antídoto
em Letras; Wood, George O. Um Salmo em seu Coração. Rio de
acadêmico em
que não perm itia que ele afundasse na depressão Janeiro: editora CPAD, 2006.
Psicologia. dos seus sentim entos.

16 ENSINAOOR CRISTÃO

r..i.JíÊÊkÁk'..!
HOWARD
CARTER
Pioneiro do
ensino bíblico
pentecostal na
Grã-Bretanha
Pioneiro do pentecostalismo na Inglaterra, Alfred período breve de tempo, até outra pessoa assumir o seu
Howard Carter (1891-1971), mais conhecido como Howard lugar, já que ele tinha muitas outras obrigações. Porém,
Carter, nasceu em Birmingham, cidade que fica a 190 isso nunca aconteceu. Durante cerca de 27 anos, Howard
quilômetros de Londres. Ele liderou a primeira Escola Carter liderou aquela instituição, que formou as primeiras
Bíblica Pentecostal da Inglaterra e foi um dos fundadores gerações de obreiros do Movimento Pentecostal inglês.
das Assembléias de Deus na Grã-Bretanha e Irlanda. Sob a sua liderança, a escola cresceu tanto que tiveram
Seu ministério começou em 1913, quando assumiu que comprar um novo prédio e mais duas extensões
a liderança de uma organização pentecostal chamada da escola bíblica foram abertas. Todo dinheiro doado à
Crown Mission, que começou em sua cidade. Depois, em escola era aplicado somente na escola, nunca para uso
1916, quando assumiu a liderança de outra comunidade próprio, a menos que fosse direcionado especificamente
pentecostal, Carter deixou seu trabalho regular para se para uso de Carter, que pagava sua própria hospedagem
dedicar totalmente à Obra de Deus, vivendo exclusiva­ e alimentação para trabalhar na escola do seu próprio
mente da Obra do Senhor. salário.
Na Primeira Guerra Mundial, Carter foi preso em Em 1924, Howard Carter fundou, juntamente com
Wormwood Scrubs como um objetor de consciência. outros obreiros pentecostais, as Assembléias de Deus na
Enquanto estava na prisão, ele se aprofundou no conhe­ Grã-Bretanha e Irlanda, servindo como vice-presidente do
cimento dos nove dons do Espírito Santo listados em 1 Conselho Geral da denominação de 1929 a 1934 e como
Coríntios 12.8-10, desenvolvendo uma exposição deles presidente de 1935 a 1945. Antes de assumir a presidência
que acabou servindo de base para os principais grupos da entidade, Carter viajou pelo mundo com seu colega,
pentecostais no mundo. Essa exposição foi publicada o evangelista Lester Sumrall, pregando o Evangelho de
em livro, intitulado The Gifts of the Holy Spirit, publicado Cristo. Eles estiveram, inclusive, pregando no Brasil nos
nos anos 20. Ele seria republicado em 1968 com o título anos 30, inclusive em uma Assembléia Geral da Conven­
Spiritual Gifts and Their Operation. Carter viajaria o mundo ção Geral das Assembléias de Deus no Brasil (CGADB).
pregando o evangelho e ministrando estudos bíblicos. Em 1948, após 27 anos à frente da Escola Bíblica
De 4 de setembro de 1918a 11 de junho de 1919, em Ham pstead, pastor Carter mudou-se para os E s­
pastor Carter fez parte da equipe da Colônia de Trei­ tados Unidos, onde se casou com a viúva Ruth (Fisher)
namento na Fazenda de Wallingford, uma instituição Steelberg, filha de Elmer Kirk Fisher, que foi o fundador
dirigida pela União Nacional para o Serviço Social Cristão da Missão Cenáculo em Los Angeles, Califórnia. Ruth
voltada para meninos considerados "difíceis" e que eram havia sido casada com Wesley Rowland Steelberg, que
encaminhados para lá principalmente pelos Conselhos foi superintendente-geral das Assembléias de Deus nos
de Guardiões na Inglaterra. EUA e faleceu em 1952, em uma viagem ao País de Gales.
Em 1921, Carter assumiu a direção da primeira Es­ Carter passou o resto de sua vida morando nos Estados
cola Bíblica Pentecostal da Inglaterra, em Hampstead. Unidos e viajando pelo mundo como pregador até a sua
Inicialmente, a ideia era ele liderar a instituição por um morte em Springfield, Missouri, em 1971. •

ENSINADOR CRISTÃO 17
Artigo
Revista Ju v e n is

0 QUE CRISTO FEZ POR NÓS


9 E O QUE PODEMOS FAZER
, PELO REINO DE DEUS
Prezado(a) professor(a), com o já revela o título
deste artigo, neste trim estre a tem ática das Lições
jardim do Éden. O texto de G ênesis 3.15, segundo
a Bíblia de Estudo Pentecostal "contém a primeira
Bíblicas Juvenis será a respeito do que Cristo fez por promessa implícita do plano de Deus para a redenção
nós e o que podemos fazer pelo Reino de Deus. Nos­ do m undo". De todos os m ilagres do Novo Testa­
so objetivo é que os jovens venham conhecer mais a m ento, a ressurreição de Je su s Cristo é o m ilagre
respeito da obra e do poderio de Jesus Cristo, o Filho mais significativo, por isso querem os enfatizá-la. Se
de Deus. Na primeira lição será mostrado que Jesus Cristo não tivesse ressuscitado, nossa fé seria em vão.
se fez carne por amor a nós. O Filho de Deus fez por Estaríamos vivendo uma farsa. Mas graças a Deus que
nós o que ninguém mais poderia ter feito. Cristo ressuscitou (1 Co 15.14).

Je su s veio ao mundo com uma missão: "salvar o Como o morte entrou no mundo
que se havia perdido" (Lc 19.10). Ele morreu na cruz Deus nos criou para a morte? Não! OTodo-Poderoso
por nossos pecados, mas ao terceiro dia depois de não nos criou para morrer fisicam ente. Então como
sua morte, ressuscitou. Se Cristo não ressuscitasse a a morte entrou no mundo? Ela é uma consequência
nossa fé seria em vão. A ressurreição é parte da sua da Queda. Depois do pecado, a morte passou a toda
obra redentora que foi planejada pelo Pai ainda no a hum anidade. C o ntudo , a vida e a morte sem pre

18 ENSINADOR CRISTÃO
estiveram debaixo da autoridade divina. Deus, ainda Elias clamou ao Senhor em favor daquele menino
na Antiga Aliança, deu vida aos mortos revelando o e ele voltou a viver novamente. O filho da viúva res­
seu poder. Jesus, o "Verbo que se fez carne" veio ao suscitou mediante a oração poderosa do profeta do
mundo para a nossa redenção. Ele morreu e ressuscitou Senhor. Mas, um dia este mesmo menino teve que
para que tenhamos vida e vida eterna. Jesus venceu a enfrentar a morte novamente e, assim, a eternidade.
morte e hoje, mediante a nossa fé nEle, nós também Mediante algumas passagens do Antigo Testamen­
podem os vencê-la. to podemos assegurar que a ressurreição era algo já
conhecido, em parte, pelos hebreus. O texto bíblico
J e s u s ressu scito u
de Hebreus nos afirma que A braão acreditou que
Existem muitas polêmicas a respeito da ressurreição
Deus era poderoso para dos mortos ressuscitar seu
de Jesus. Os soldados que estavam responsáveis por
filho Isaque. Esta era uma das razões pelo fato dele
guardar o túmulo do Salvador, receberam dinheiro
não ter nenhum receio de oferecer seu filho ao Senhor
das autoridades para mentir dizendo que seus discí­
porque "[...] considerou que Deus era poderoso para
pulos furtaram o seu corpo enquanto eles dormiam Telma Bueno
até dos mortos o ressuscitar" (Hb 11.18).
(Mt 28.12-15). Muitos, na atualidade, ainda insistem Bacharel em Te-|

em criar polêm icas quanto à ressurreição do Filho Exem p lo s de r e s s u r r e iç ã o no Novo Tes­ ologia, Jornalista, 1
Pedagoga, escrito-)
de Deus. Segundo as Escrituras Sagradas, podemos tam ento
ra, conferencista |
afirmar que a ressurreição de Jesus foi física, literal e No Novo Testamento também podemos ver o mi­ e editora das |

real. O próprio Jesus, depois de ressuscitar, afirmou lagre da ressurreição acontecendo. Em seu ministério revistas Lições $
terreno, o Filho de Deus ressuscitou a filha de Jairo, Bíblicas Jovens e|
aos seus discípulos: "Vede as minhas mãos e os meus Maternal.
um líder da sinagoga. A menina estava morta, mas
pés, que sou eu; tocai-m e e vede, pois um espírito
Je su s, mediante o seu poder, lhe deu novamente a
não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho"
vida (Mc 5.21-14; 35-43).
(Lc 24.38). O Senhor Jesus ressuscitou com o mesmo
Na cidade de Naim, Je su s tam bém ficou muito
corpo físico em que foi crucificado e sepultado. Tanto
comovido ao ver uma mãe chorando pela morte de seu
que Maria M adalena, Joana e Maria mãe de Tiago e
único filho, sendo ela viúva. Diante da dor da morte
outras mulheres que estavam com elas reconheceram
Je su s demonstrou em patia. Ela não foi indiferente.
Jesus (Mt 24. 9-12).
Aliás, Jesus nunca estará indiferente às nossas dores.
A r e s s u r r e iç ã o no A ntigo e Novo T e sta ­ Então, Ele manda parar o cortejo, tocou no esquife e
m entos ordenou o jovem a retornar a vida (Lc 7.11-17).
No Antigo Testam ento, o povo de Deus já tinha Jesus também ressuscitou seu amigo Lázaro que
conhecimento do milagre da ressurreição? A resposta estava morto há quatro dias. Havia uma crença
é sim. Mediante o poder do Senhor, algumas pessoas entre os judeus de que até o terceiro dia
foram trazidas à vida novamente.A/eremos, como um um m orto p o d e ria viver n o vam ente.
dos muitos exem plos, a oração do profeta Elias em Para mostrar que tinha poder sobre
favor do filho de uma viúva que havia lhe ajudado (1 a morte e não deixar dúvidas, Jesus
Rs 17.17-24). Contudo, é im portante ressaltar que a chegou até o sep ulcro de Lázaro
doutrina da ressurreição era conhecida, em parte, pelo depois de quatro dias e realizou o
povo de Deus. No Antigo Testamento, as pessoas ainda milagre (Jo 11.1 -44).
não conheciam toda a obra redentiva de Jesus Cristo.
Podemos dizer que elas viam apenas alguns flashes.
O texto bíblico de 1 Reis 17.17-24 diz que certo Jesus venceu a morte e foi feito as prim ícias dos
dia, o filho desta mulher ficou muito doente e veio a que dormem . Um dia, todos aqueles que dorm i­
falecer. A mulher ficou muito triste e se lamentou com ram no Senhor, crendo nEle e no seu sacrifício,
o profeta dizendo: "Por que Deus deixou meu filho ressuscitarão para a vida eterna ao lado do Pai.
morrer?" Diante deste mal terrível, chamado morte, Conhecer as evidências da ressurreição de Jesus
muitas vezes agimos como esta mulher perguntando e crer nelas, é fundam ental para que você possa
o porquê ao Senhor. Por que Deus permite a morte de ter a resposta certa para quem vier confrontá-lo(a)
pessoas amorosas, bondosas e ainda muito jovens? sobre a nossa fé no Cristo ressurreto.
Ele é soberano! A vida e a morte estão em suas mãos.
Artigo
Revista Adolescentes

A HISTÓRIA DO POVO
ESCO LH IDO DESCRITO NA
PALAVRA DE DEUS
A re v ista L iç õ e s B íb lic a s -se aplicar esse conceito à vida
A d olescen tes do atual trimestre dos alunos.
mostra-nos a história do povo
escolhido: Israel. E o ponto de
// Em seguida, a instituição da
monarquia é trabalhada. Nesse
partida é a sua estada no Egito É importante salientar p e río d o , a narrativa b íb lica é
desde quando o povo foi recebi­ que a história do povo centralizada na pessoa de Davi
do como hóspede durante o go­ escolhido serve-nos como o principal rei de Israel. A
verno do patriarca José, indicado de exemplo escolha de Davi, as circunstân­
pelo faraó como primeiro-ministro cias pelas quais atravessou até
de seu reinado, passando depois cheg ar ao trono e as grandes
pelo governo de um outro mo­ conquistas do seu reinado são
narca que não conheceu Jo sé e pontos que merecem destaque.
continuando até a ascensão de sendo gratos pela providência Por c o n se g u in te , Sa lo m ã o é
Moisés como o grande libertador diária. A não m urm uração e a destacado e a divisão do reino
do povo hebreu. O chamado de gratidão podem , portanto, ser após a sua morte. Com a divisão,
Moisés é ponto fundamental na destacados pelo professor como é trabalhado o tem a da nação
história de Israel, pois foi através exemplos para todos nós. dividida e os seus respectivos
dele que o faraó que mantinha o O aluno tam bém aprenderá reinos, Reino do Norte e Reino
povo escravizado foi confrontado sobre a im portância de Jo su é do Sul. Por fim, os exílios, tanto
e, por fim, o povo foi liberto da com o su ce sso r de M oisés. O do Reino do N orte com o do
escravidão egípcia com mão po­ general hebreu liderou seu povo Reino do Sul, são tratados, bem
derosa, passando com os pés em rumo à conquista da Terra Pro­ como a atuação profética nesse
seco pelo Mar Vermelho, aberto m etid a e entrou em c id a d e s p e río d o , com a p ro m essa de
milagrosamente pelo Senhor. poderosas com a ajuda de Deus, restituição.
A instituição da Páscoa como p o r m eio de m ila g re s . A lém Um povo que não conhece
principal festa, que ocorreu du­ disso, Jo su é foi im portante na a sua própria história tend e a
rante a libertação antes da última divisão das terras conquistadas cometer os mesmos erros. Essa
Thiago Panzariello: das dez pragas, também ganha para cada tribo. pode ser a tônica do trimestre,
graduado em Teo­ O p e río d o se g u in te a ser
destaque. Além disso, a jornada uma vez que nós, com o povo
logia; graduado em
pelo deserto e a maneira como tratado é o dos juizes, que teve de Deus, somos a continuidade
Letras; revisor de
textos teológicos; co­ Deus trabalhou milagrosamente um contexto histórico no qual do Israel do Antigo Testamento.
mentarista das Lições o povo negligencio u a sua fi­
nesse lugar, sustentando o Seu A história desse povo serve de
Bíblicas da CPAD; ar­
povo em meio à escassez, são delidade a Deus, cada um em exemplo para a Igreja atual, pois
ticulista; professor no
seminário teológico de extrem a relevância. N esse sua tribo, gerando muitas con­ é a história de uma nação que
IETECG;e professor
ponto, é importante salientar que seq u ê n cias à nação. C ab e ao se relacionava com o seu Deus,
^J e EBD da classe de professor destacar que, quando
a história do povo escolhido no muitas vezes de maneiras que O
dolescentes. Serve a
Deus como presbí- deserto serve-nos de exemplo. o povo desobedecia a Palavra , desagradavam. Devemos ressal-
ero na Assembléia Os hebreus murmuraram contra de D eus e fazia suas próprias • tar que o relacionamento entre
e Deus em Augusto escolhas, as consequências eram
M oisés e contra o Senhor, por Israel e Deus é um arquétipo do
asconcelos
a (ADAV),|
conta de estarem no deserto, não desastrosas. Além disso, deve- relacionamento a Igreja e Deus. •
olRio de Janeiro (RJ).I
o

20 ENSINADOR CRISTÃO
A INCRÍVEL historia
SOBRE A FAMÍLIA DE DEUS
Um livro grande com ilustrações coloridas, que apresenta uma ampla visão sobre
a criação e o amor ao próximo, pois celebra as diferenças. Este livro ajudará as
crianças a verem como pessoas de todas as origens étnicas e sociais são valiosas
para Deus e, como Jesus veio para resgatar todos os tipos de pessoas.

Formato: 22 x 26 cm / Páginas: 32

INDICADO PARA CRIANÇAS A PARTIR DE 3 ANOS,


PAIS E PROFESSORES.

O (DOO
NAS LI VRARI AS CP A D /jyPSft
0 8 0 0 021 7 3 7 3
w w w . c p a d . c o m . br CB©
Reportagem

PROJETO “INVESTIGADORES
DA BÍBLIA” ESTIMULA
CRIANÇAS A SE DEDICAREM
À LEITURA E ESTUDO DA
PALAVRA DE DEUS PARA
FORMAÇÃO DO CARÁTER E
PROMOVE O SURGIMENTO DE
NOVOS TALENTOS NA IGREJA

O projeto também alcança


os pais dos alunos que ainda
não são evangélicos e são
influenciados pelo teor dos
ensinamentos absorvidos pelos
seus filhos na Casa de Deus

22 ENSINADOR CRISTÃO
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eus
A A sse m b lé ia de Deus na cid ad e de A çaiteu a O projeto é coordenado pelas professoras Jucilene
Viseu (PA), liderada pelo pastor Jaco b Soares C o s­ Corrêa Silva, Em ilene Costa e Kaylaine Santana, e as
ta, criou e tem d e d ic a d o to tal ap o io ao p ro jeto aulas acontecem às terças-feiras, das 19h às 21 h no
"Investigadores da Bíb lia", no qual o ensino bíblico tem plo-sede. A professora Ju cilen e Silva expressa o
é direcionado ao público infantil. "O projeto surgiu seu cuidado com o projeto voltado ao público infantil
com o objetivo de levar as crianças à com preensão ao exp licar que o ensino bíblico é um trabalho que
e à interpretação da Bíblia Sagrada, contribuindo e xig e m uito am or e d e d ic a ç ã o , e que as crianças
assim no conhecim ento da Palavra do Senhor e isto precisam conhecer a Deus através do ensino de Sua
com muito am or e d edicação . Por sua vez, os pais
m anifestaram interesse em co n h ece r o pro jeto e
alegraram-se com o conhecimento de nível espiritual
ab sorvido por seus filhos. Trata-se de um projeto
que está sendo aplicado em nossa igreja já há um
te m p o ", explica o pastor Ja c o b C o sta, cuja igreja
é filiada à Convenção Interestadual de M inistros e
Igrejas Evangélicas A ssem bléias de Deus no Estado
do Pará (C O M IEA D EP A ), sob a liderança do pastor
G ilberto M arques de Souza.
Pastor Jacob continua: "Trata-se de um programa
em ocionante, que tem por objetivo levar as crianças
a aprender as grandes verdades da Bíblia, para que
possam conhecer e receber C risto com o Salvador
pessoal e se aproximarem dEle. Através desse curso
a criança terá o com prom isso de estudar a Bíblia e
co nh ecer m elhor o nosso D eus e Seu Filho Je su s
Cristo. Trabalhamos da seguinte maneira: o primeiro
módulo fala acerca de Deus e o segundo aborda o
Senhor Je su s. Cada módulo inclui 12 aulas. Nós tra­ As crianças durante
balhamos a fim de que as nossas crianças conheçam
a Palavra de D eus". pefa "a 0 ta ^

ENSINADOR CRISTÃO 23
"Um a das nossas crianças pediu para contar o seu
testem unho e confessou que a mãe estava doente
e que, diante da situação em ergencial, ela clamou
ao Senhor em favor de sua genitora e ela foi curada
instantaneam ente. Em seguida, a criança abordou o
amor de Deus que havia aprendido na aula anterior.
Sim, as crianças expressam o amor de Deus para seus
coleguinhas, trazendo-os para as nossas reuniões",
relata pastor Jaco b .
E quanto ao que é en sin ad o nas reuniões do
grupo? Os pais que não com ungam a fé evangélica
são alcançados pelos filhos? A professora Ju cile n e
Silva afirma que sim, que há crianças que evangelizam
os genitores e que lhes dão conta de que o Senhor
os ama e deseja salvá-los. A coordenadora confirma
que os p equeno s não se lim itam apenas às aulas
nas dependências da igreja, mas que testificam das
grandezas divinas no recôndito do lar.
"Há crianças cujos pais não são evangélicos que
nos abordam para dizer que elas falaram aos seus
pais acerca da Palavra de Deus que aprenderam no
projeto e observam os que a m ensagem bíblica já
está sendo plantada em seus corações. Verificam os
o prazer estampado nos semblantes dos pais ao levar
os filhos para as aulas", declara a professora Jucilene,
que frisa que o curso admite as crianças a partir de
sete anos. A professora destaca ainda que o projeto
foi concebido por causa da necessidade espiritual
das crianças e da falta do ensino da Palavra nos lares.
Ele surgiu da carência de uma estratégia em que o
público infantil fosse contemplado mais de perto por
professores e com uma m etodologia diferenciada
e a prom essa de resultados prom issores visando à
form ação de uma geração voltada para D eus. Os
resultados da d ed icação da liderança local e dos
professores não tardaram a aparecer no departamento
infantil da igreja. "O bservam os que estam os tendo
resultados espirituais e Deus nos surpreende através
da curiosidade infantil em torno do conhecimento bí­
blico, da salvação através da m ensagem da Cruz e
do amor de Deus. Temos a devida paciência com os
Palavra. "N ó s, que tem o s e sse ch am ad o , som os pequenos alunos", acrescenta Ju cile n e ..
encarregados pelo Senhor a ensiná-las o caminho O pastor Jacob Costa frisa ainda a assiduidade dos
da Salvação. A m em bresia recebeu o projeto com alunos e a satisfação em receber o material didático
muito am or", conta a professora. que ajuda-as a entender melhor a doutrina cristã. "As
O p a sto r Ja c o b C o sta co n g ra tu la -se com os crianças amaram a novidade e se envolveram . Elas
coordenadores do projeto pelos resultados obtidos são assíduas e m anifestam felicidade no momento
na Seara do Mestre através de testem unhos dos p e­ de receber as suas revistas com as atividades disci­
quenos que colocam em prática o que aprenderam . plinares", jubila o líder. •

24 ENSINADOR CRISTÃO
Entrevista do Comentarista
o ___

A PA LA V R A D E D EU S E O S
RELA CIO N A M EN TO S
EM FA M ÍLIA
Nesta edição, o nosso entrevistado é o veterano pastor
Elienai Cabral. Consultor Doutrinário e Teológico da Conven­
ção Geral dos Ministros das Igrejas Evangélicas Assembléias
de Deus (CGADB) e da Casa Publicadora das Assembléias
de Deus (CPAD), membro da Casa de Letras Emílio Conde,
teólogo e escritor de diversas obras publicadas pela CPAD,
como comentarista de Lições Bíblicas A d u lto s da editora,
ele aborda nesta conversa alguns pontos do tema geral da
revista do 2° trimestre de 2023, intitulada Relacionam entos
em Fam ília: S up eran do D esafios e Problem as com E xem p lo s
da Palavra d e D eus, da qual é o autor.

Nos últim os anos, tem os um evitados, confessados e anulados da e inveja. Logo, de que maneira
recrudescim ento dos ataques vida das pessoas dentro da família. podemos controlá-los?
contra a família tradicional. Na Bíblia, especialmente no An­
Tem os na Palavra de Deus
Logo, gostaria que o senhor tigo Testamento, na língua hebraica,
inúm eros exem plos de pais
falasse sobre a im portância a palavra ciúme aparece como qináh,
que acertaram e falharam
dessa lição no atual contexto. com o sentido de zelo por algo que
na criação dos filhos. Que
Especialistas em assuntos de famí­ não lhe pertence, mas que se deseja
princípios bíblicos gerais o
lia escreveram e comentaram Lições ardentemente (Gn 26.14; 30; 37.11);
senhor ressaltaria para uma
Bíblicas de Escola Dominical sobre mas, também com o sentido nega­
boa criação dos filhos?
esse assunto, entre os quais Estevam tivo de paixão em relação a outra
A Bíblia não esconde os problemas
Ângelo de Souza, Elinaldo Renovato e pessoa, no caso de marido e esposa
e as falhas humanas dos seus perso­
outros mais. Nessa oportunidade, me (Nm 5.14,15,29). Tal paixão pode ser
nagens. A ênfase dessa revista está
foi sugerido alguns temas que tratam podridão para os ossos (Pv 14.30).
nos bons e maus exemplos de pais
de problemas da vida íntima das famí­ No Novo Testamento, o sentido de
na criação de filhos. Em cada uma das
lias. Os temas trazem à tona histórias ciúme pode ser entendido como um
lições, temos os exemplos registrados
bíblicas de famílias que enfrentaram sentimento causador de problemas
nas Escrituras que nos ensinam o que
problemas de ciúme, inveja, rebeldia sociais na igreja local (1Co 3.3), bem
podemos fazer e o que não devemos
de filhos, idolatria, displicência na com o, na vida conjugal. O termo
fazer. Naturalmente, todos os pais
criação de filhos, mentira nas relações grego phthonos aparece também
cristãos almejam ser melhores pais
conjugais e familiares, incesto, adul­ como inveja. Na lição da revista de
para seus filhos. Quando se decide
tério, traições e outros assuntos mais. Escola Dominical do 2otrimestre deste
educar os filhos nos princípios da
Creio que essa revista irá confrontar ano, vemos que a inveja dos irmãos
Palavra de Deus, sem dúvida se obterá
problemas antigos que se repetem na de José, filhos de Jacó, surgiu pela
resultados positivos. atitude preferencial do velho pai por
atualidade. Está na natureza humana
pecaminosa a tendência pára a prática Todo ser hum ano em algum seu filho José. O ciúme ou inveja den­
desses pecados, mas que podem ser m omento pode sofrer ciúm es tro da família fere emoções, provoca

ENSINADOR CRISTÃO 25
mágoas e rancores. Para controlar o bem a própria família. A situação também na igreja, através da Escola
ciúme é preciso cultivar o fruto do dos filhos de Eli era muito séria, pois Dominical. Os pais, fiéis a Deus e aos
Espírito (Gl 5.22,23). eles já eram sacerdotes, mas "não princípios da Sua Palavra, não devem
conheciam ao Senhor" (1 Sm 2.12). A aceitar essas imposições corruptas do
A Bíblia afirm a que o sacer­
história demonstra que nem Eli, nem mundo, especialmente das escolas
dote Eli e o profeta Sam uel
Samuel, passaram para seus filhos onde seus filhos estudam. Ensinem,
não tiveram êxito na ed u­
o conhecim ento do Senhor, Seus antes de tudo, em casa aos seus
cação dos filhos. É verdade
mandamentos e leis, por isso tiveram filhos e mostrem a eles quem são:
que Eli tinha suas falhas, m as
que amargar com as consequências se meninos, meninos; se meninas,
qual a razão de pais zelosos
dos pecados de seus filhos. meninas. Essa interferência diabóli­
na Obra de Deus, com o foi o
ca de políticos e falsos educadores
caso de Sam uel, às vezes não Hoje existem instituições de
deve ser rechaçada. Essa educação
serem vitoriosos na m issão ensino com banheiros in-
subversiva da ideologia de gênero
de criação dos filhos? clusivos e ensinos m oldados
não pode impor aos nossos filhos
O sacerdote Eli e o profeta e no secularism o. Com o deve
nem desrespeitar as famílias dos seus
sacerdote Samuel foram homens ser o procedim ento dos pais
valores sagrados.
tementes a Deus e fieis no exercício cristãos nesse am biente con ­
de seus ministérios na vida do povo tam inado? A saúde emocional é tão im ­
de Israel. Entretanto, como chefes O problema ético da educação portante quanto a física. Logo,
de fam ília e com o pais, eles não sexual e da moral relativista é uma com o a família deve agir para
souberam administrar suas casas. realidade secular. A implantação de que seus m embros sejam ap­
Na verdade, ambos foram relapsos "banheiros inclusivos", que podem tos emocional e espiritualmen­
com os filhos, porque não tinham ser usados por meninos e meninas, é te para não se contaminarem
tempo para cuidar deles e de suas uma distorção de valores. A ideia da com as ofertas deste m undo?
almas. Os dois eram extremamente "ideologia de gênero" trata a sexu­ No mundo científico da Psicologia,
zelosos com os assuntos espirituais alidade humana de forma plural. Os segundo a Organização Mundial de
do Tabernáculo, mas esqueceram ativistas da ideologia de gênero de­ Saúde (OMS), a saúde emocional
dos filhos, que, a despeito de fazerem senvolvem uma doutrinação massiva, pode ser definida como "um estado
parte das responsabilidades sacerdo­ especialmente sobre nossas crianças de bem-estar onde o indivíduo realiza
tais, agiam com total desrespeito às nas escolas públicas. A identidade de suas próprias habilidades, lida com os
coisas sagradas, sem que seus pais gênero refere-se à orientação sexual e, fatores estressantes normais da vida,
soubessem de seus comportamentos. segundo a ideia dos que promovem trabalha produtivamente e é capaz
E lamentável que, em nossos tempos essa ideologia, classifica-se o gênero de contribuir com a sociedade". Do
atuais, pastores tenham a mesma ideia humano como "plural". Afirmam os ponto de vista cristão, a saúde emo­
de que a responsabilidade maior de defensores dessa ideologia que "o ser cional de uma família tem a ver, antes
um pastor é com a igreja e que a fa­ humano tem múltiplas capacidades de tudo, com a saúde espiritual dos
mília vem em segundo lugar em sua de se envolver afetiva e sexualmen­ pais, os quais devem possuir um bom
vida pessoal. Geralmente, deixam a te", como aponta a psicóloga Marisa fundamento bíblico em que valores
responsabilidade de criação e disci­ Lobo. Porém, quando escolas públicas como amor, sinceridade, generosi­
plina com a esposa, obrigando-as a criam "banheiros inclusivos", estão, dade, paciência e compartilhamento
fazerem o trabalho que é pertinente de fato, confundindo a mente de estejam presentes no dia a dia da
a eles. Antes de serm os pastores nossos filhos com a ideia de que não família. Os desajustes emocionais
das famílias da igreja, devemos ser há diferença biológica e que todos acontecem quando pais e filhos não
pastores e assumir a responsabilidade nós somos iguais. A Igreja de Cristo possuem boa comunicação entre si.
paternal dos nossos filhos. Esta é uma tem um papel importante na educa­ Os pais devem estabelecer convicções
das razões porque tantos filhos de ção cristã, quando ensina e orienta espirituais de modo que o comporta­
pastores se tornam rebeldes e não os pais sobre o dever de doutrinar mento de todos dentro de casa sejam
perm anecem na igreja. A Bíblia é seus filhos acerca dos valores morais com patíveis com os princípios da
bem explícita quando declara que o e espirituais. E dentro dos lares que Palavra de Deus para nortear a vida
ministro do Evangelho deve governar são ensinados esses valores e, depois, dos membros da família. •
!□ = IgO
Leonardo Albuquerque

PRO FESSO R APO LO , UM


MODELO PARA O CORPO
DOCENTE DA ESCO LA
DOMINICAL N ESSES
TEM POS DE APATIA
ESPIRITUAL
A relevância do professor de
EBD é sempre sentida por seus
alunos e demais membros
da igreja local com quem ele
compartilha seus ensinamen
e suas experiências com o
Mestre Jesus

Poucos detalhes são apresentados nas páginas


da Bíblia sobre A poio , um dedicado obreiro da
Igreja Primitiva. Seu nome é mencionado de forma
direta apenas sete vezes nas Sagradas Escrituras,
o que não perm ite obter muitos detalhes sobre
sua vida. Por outro lado, o registro feito por Lucas
no livro dos Atos dos Apóstolos oferece preciosas
informações de sua atuação no cotidiano da igreja.
Ao observar o eficiente m inistério de ensino da
Palavra de Deus exercido por A poio , é possível
obter lições inspiradoras para encorajar o professor
. . . '. . a .

da Escola Dominical do século 21.


Um p ro fesso r culto e com g ra n d e co n h e ­ conhecia o batismo de João. Por esse motivo, Priscila
cim ento d o s E sc ritu ra s e Áquila, um casal de amigos leais que cooperaram
A p o io era natural de A le xa n d ria , no Egito (At muito com o ministério do apóstolo Paulo, ao ouvi­
18.24) . Esta cidade era reconhecidam ente um centro rem a mensagem de Apoio, lhe convidaram para sua
de educação. Ela possuía uma universidade e uma casa.O proposito dessa visita era ensiná-lo sobre tudo
grande biblioteca. Por ter crescido nesta cidade, al­ que havia acontecido com Jesus, passando pela Sua
guns estudiosos dizem que Apoio "recebeu formação vida, morte e ressureição (At 18.26). Ao compreender
de nível universitário em retórica na grandem ente melhor sobre "o caminho de D eus", Apoio passou a
valorizada educação g re g a". A versão NVI de Atos ser ainda mais bem sucedido no seu ministério. Isso
18.24 o qualifica como culto e com grande conheci­
fica evidente ao ch e g ar em A ca ia, pois agora ele
mento das Escrituras.
passa a provar nas Sagradas Escrituras que Jesus é o
Em Atos 18.25, o nível de conhecimento de Apoio
Cristo (At 18.27,28).
é reforçado pela expressão "ele era instruído [gr. lo-
O professor da Escola Dominical deve ser humilde
gios] no caminho do Senhor". Ao comentar sobre este
e estar disposto a obter instrução. Afinal, quem pode
versículo, o teólogo French L. Arrington diz que alguns
dizer que sabe tudo e que não tem mais nada a apren­
eruditos traduzem esta palavra por "eloquente" e ou­
der? O professor precisa ser ávido pelo conhecimento
tros por "literato". Portanto, pode-se dizer que Apoio
das Escrituras, bem como pela leitura de bons livros.
era um hábil orador e detinha amplo conhecimento.
A própria Bíblia exorta os educadores à dedicação:
O professor da Escola Dominical precisa possuir
" . .. se é ensinar, haja dedicação ao ensino" (Rm 12.7).
Leonardo conhecimento das Sagradas Escrituras, necessita manu­
Albuquerque é sear bem a Palavra da Verdade (2Tm 2.15). O educador Quem não se senta para aprender não pode se le­
pastor, vice- vantar para ensinar!
presidente da
cristão deve ser um modelo para os seus alunos (1Tm
Assembléia 4.12). Seu progresso deve ser notório (1 Tm 4.15). Como Um p ro fesso r que tra b a lh a na ed ificaçã o
de Deus em ele pode ensinar sobre algo que não conhece? e ap erfe iço a m e n to do igreja
Village, Rio
das Ostras (RJ), Um p ro fe sso r q u e en sin o diligentem ente Ao chegar em Corinto, capital de A caia, A poio
superintendente prossegue sendo uma bênção para a igreja e muito
e com g ra n d e p o der
e professor de
Embora conhecesse somente o batismo de João, útil para fortalecer a fé dos irmãos (Atos 18.27). A efi­
EBD; graduado
em Engenharia o ensino m inistrado por A poio estava centrado na ciência de seu ministério é confirmada por Paulo em
de Petróleo e pessoa de Je su s e era realizado com diligência (At sua Primeira Epístola aos Coríntios. O apóstolo, que
Teologia pela
18.25) . Adicionalm ente, o ensino da Palavra de Deus havia plantado a igreja ali, reconhece que Apoio foi
Universidade
Unigranrio; era realizado por Apoio com poder, sob a inspiração um instrumento de Deus para regá-la (1Co 3.6), isto é,
e cursando e autoridade do Espírito Santo. para cooperar com sua edificação e aperfeiçoamento.
mestrado em
O professor da Escola Dominical vocacionado por O professor da Escola Dominical precisa ser um ins­
Teologia com
ênfase em Deus deve ensinar com diligência, bem como estar sob trumento do Senhor para edificação e aperfeiçoamento
espiritualidade, a inspiração e autoridade do Espírito Santo. Para isso, da comunidade de fé através do ensino sistemático e
educação e
não deve apenas se dedicar ao estudo das Sagradas didático das Sagradas Letras. Foi com este propósito
docência nos
processos Letras, mas aplicar-se tam bém à oração e ao jejum . que Jesus deu mestres à igreja (Ef 4.11). É dever do
formativos pelas
Um p ro fesso r d isp o sto o a p re n d e r educador cristão cooperar para formação de crentes
Faculdades
Batistas do Embora Apoio ensinasse com diligência e poder, mais comprometidos, amorosos, obedientes e zelosos
Paraná sua mensagem ainda não estava com pleta, pois, só pela Palavra de Deus. •

CONCLUSÃO
A atuação do m estre A p o io é um e xe m p lo para os e n sin a d o re s c ristã o s do sé cu lo 21. O p ro fesso r
da Esco la D o m inical p recisa se d e d ic a r à o ra ção , ao jeju m e ao relacio nam en to d iário com o E sp írito
S a n to , sem se d e s c u id a r do e stu d o d isc ip lin a d o e d e d ic a d o d as S a g ra d a s L e tra s . S o m e n te assim
cum prirá seu p ap el d ian te do S e n h o r Je s u s e d e Sua igreja.

28 ENSINADOR CRISTÃO
Sala de leitura

ELIENAI CABRAL

O Discipulado
EFICAZ e o
Crescim ento
da IG REJA

Relacionamentos
em Família
Superandodmaltosc praòn-nua
com etempbida Palavrade Onn

Fam ília O Discipulado Eficaz e Missões a Hora chegou


Aprendendo com as Famílias o Crescimento da Igreja
das Sagradas Escrituras Olinto de Oliveira
Rayfran Batista da Silva
Elienai Cabral Fazendo uso de suas experiên­
Discipulado é um processo que cias pessoais bem como de diversas
A família foi a primeira institui­
revela o propósito divino para res­ passagens bíblicas o pastor Olinto
ção criada por Deus a fim de per­
gatar a hum anidade, transmitindo Furtado de Oliveira procura motivar
petuar a humanidade neste mundo
vida e aperfeiço ando o caráter. o leitor a refletir em maneiras criati­
além de m anifestar a sua graça a vas e inovadoras para fazer avançar
O pastor Rayfran Batista, preo­
todos os hom ens. Hoje, a fam ília a obra missionária, mesmo em sua
cupado com o acom panham ento
tradicional tem sido atacada pelos cidade. No final de cada capítulo
dos novos membros, ensina o que
defensores de uma sociedade afas­ há textos adicionais e recursos para
é ser discipulador e a im portância
tada dos reclam es da Palavra de pequenos grupos de estudo.
do d iscipulado para que a igreja O autor é missionário radicado
Deus. O s veículos de informação
cresça saudável. O livro ap resen­ em solo chinês desde os anos de
tem servid o com o instrum entos
ta e stra té g ia s que com eçam na 1980 e, juntam ente com a esposa
neste objetivo tenebroso de não
evangelização, passam pela con­ Dalzilea, tem se esforçado em anun­
somente enfraquecer, mas sepultar
solidação e perduram até que ele ciar a salvação por meio da Cruz de
para sem pre o projeto da fam ília
tam bém esteja apto a d iscip ular Cristo. O avanço da obra missionária
form ada por pai, mãe e filhos. O
outras pessoas. faz parte dos reclam es da G rande
conhecido pastor Elienai Cabral é
O discipulado é algo tão sério Com issão outorgada pelo Mestre
o autor desta relevante obra que
na caminhada do novo convertido aos seus discípulos (Mt 28.16-20) e
serve como livro base para Lições
que a Bíblia Sagrada cita o exem ­ que ainda vigora nos dias atuais,
Bíblicas do segundo trimestre onde
plo de Barnab é que cicero neo u principalm ente em uma época em
revela os problem as enfrentados
Saulo de Tarso, o futuro apóstolo que os homens estão cada vez mais
pelos personagens bíblicos e suas
Paulo, junto aos demais discípulos distantes das verdades bíblicas.
lições às fam ílias do século 21.
que ainda não sentiam segurança
em sua conversão.

ín+eqras seg uerí]


ENTRE ASPAS

"As peSf í diferente. Elas nao


umm0d1lrfeÍntesval0reS^ CAUSA
DE
pen tro voce poder f f ' Vejrtrabalhan
‘S KSr.sr P o d e r e autoridade de De
realizando a causa dEle p a
23f-S 3 pro p o sito s d E le / então te n
menores" P- Jí> ° nj f r Que Ele fará v o c ê l
as dificuldades, " p . 757
VWe n d °“ ' r ' " K 9 '
Steve Doughty t i C^ uSa dentro de Você
Matthew Barnett
Professor Responde
Levi Matos Marins
9 '
.o

“QUAL O TEM PO CONSIDERADO


N ECESSÁRIO PARA O
PRO FESSO R PLAN EJAR UMA
A U LA SATISFATÓRIA? UMA
SEM ANA?”

O p la n e ja m e n to é im p re s c in d ív e l
a fim de q u e o p rofessor
te n h o c o m o se o rg a n iz a r p o ro
a p re s e n ta r co m sucesso o
c o n te ú d o aos seus a lu n o s

O bom uso da tecnologia é um "divisor de águas" a experiência tem demonstrado que, para cada hora/
quando se trata de planejamento de aula. O mestre que aula, sem o bom uso da tecnologia, o mestre leva cerca
ainda não faz uso de tecnologia terá um tempo para de 5 horas nesse planejam ento. Com o bom uso da
preparar uma boa aula muito maior do que aquele que tecnologia, esse tempo é reduzido para 3 horas. Esse
usa. Para o leitor entender a diferença do bom uso da tempo terá uma variação decorrente da: complexidade
tecnologia, eu apresento uma comparação com a desco­ do tema (Por exemplo: um tema escatológico analisando
Levi Matos
berta do Brasil: o navio que partiu para informar a coroa sinais que se cumprem nos dias atuais, terá seu tempo
Marins é pastor,
pedagogo, portuguesa da descoberta da nova terra demorou trinta estendido) e da escassez de fonte de consulta. Se o
especiaLista em dias para cruzar o oceano, Hoje em dia, com a utilização tema for uma questão nova, tal como as descobertas
Docência do da tecnologia, os portugueses em questão poderíam no campo DNA que favorecem a fé cristã, terá o seu
Ensino Superior,
especiaLista
conferir a descoberta ao vivo apenas acessando a in­ tempo estendido.
em Ciências ternet. Assim é o mestre sem o uso da tecnologia! ELe Para estar atualizado no mundo tecnológico, o mestre
da Religião e consegue se preparar, mas com a tecnologia é mais fácil. deve conhecer aplicativos como Google Slides, Google
especialista
Se aplicarmos as cinco etapas para o planejamento Does e Google Classroom, dentre outros. Para publicar
em Gestão de
Tecnologia da da aula (tema, conteúdo a ser ensinado, objetivo, me­ suas vídeo-aulas, o mestre deve recorrer ao Youtube
Informação. todologia de aprendizagem e método de avaliação), EDU, que é uma plataforma voltada para a educação. •

30 ENSINADOR CRISTÃO
r Q l i Boas Idéias

RELACIONAMENTOS EM FAMÍLIA
Superando desafios e problemas com
exemplos da Palavra de Deus

Q U AN D O A FA M ÍLIA A G E A P R E D IL E Ç Ã O D O S PAIS
PO R CO N TA P R Ó P R IA POR UM D O S F IL H O S
LIÇÃO 1 LIÇAO 2

Prezado(a) professor(a), neste trimestre estu­ Em geral, os pais não gostam de tratar do assunto
daremos a respeito da mais importante instituição predileção dos filhos, mas ela é real e causa disfunção
social da terra, pois foi criada por Deus: a família. familiar. Um estudo feito pela Universidade da Califórnia
O Senhor a criou com uma finalidade sublime, pois e publicada no site do jornal El País mostrou que 65%
o ser humano não consegue viver sozinho. Entre­ das mães e 70% dos pais admitiram sentir fraqueza
tanto, o Inimigo, tem feito de tudo para destruí-la, por um dos filhos. Nesta lição, veremos que tal atitude
trazendo desordem e caos social. Mas, Deus, na Sua precisa ser evitada, pois é extremamente prejudicial à
misericórdia e bondade, deseja abençoar a família, saúde mental dos filhos e da família. Toda predileção,
dando-lhe vitória. além de injusta, traz muitos conflitos que vão fazer
Objetivo: Apresentar o tema do trimestre. do lar um ambiente hostil. Logicamente, essa não é
Material: Folha de papel ofício, quadro. a vontade de Deus para a família.
Procedimento: Peça aos alunos que formem um Objetivo: Compreender que a jaredileção dos pais
círculo e sugira que cada um, usando apenas uma por um dos filhos traz prejuízos para toda a família.
palavra, diga o que pode atrapalhar o relacionamento Material: Folhas de papel ofício e caneta.
familiar (Ex: agir por conta própria, orgulho, mentira etc). Sente-se com seus alunos em círculo. Ore para
À medida que forem falando, vá pondo as palavras no iniciar a aula e depois apresente o título da lição. Em
quadro. Após todos falarem, repita as palavras colocadas seguida, peça que formem dois grupos. Distribua as
no quadro. Explique que tudo que disseram atrapalha folhas e canetas. Peça que em grupo discutam o tema
nosso relacionamento e causa divisões e então peça e relacionem algumas das causas do favoritismo dos
que dividam a folha de papel em dois. Explique que pais por determinado filho(a). Estabeleça o tempo de
tudo aquilo que eles falaram divide a família, assim 5 minutos para conclusão da atividade. Em seguida,
como a folha de papel foi dividida. Depois, peça que reúna os dois grupos e peça que um aluno de cada
amassem um dos lados da folha. Diga que quando não grupo apresente o que foi relacionado. Conclua en­
consultamos a Deus e agimos por conta própria, toda fatizando que a preferência de filhos dentro lar gera
família se machuca. Enfatize que a precipitação a respeito divisão promovendo a disfunção familiar, por isso
dos planos de Deus terá consequências inevitáveis. "E os pais precisam ter cuidado e sabedoria para que
o que precisamos fazer?". Pedir a orientação de Deus não venham preterir nenhum dos filhos; eles devem
e aguardar até que Sua vontade se cumpra. Explique buscar a sabedoria divina para que todos os filhos se
que quando nos precipitamos e erramos devemos sintam amados e aceitos. Abaixo, alguns motivos de
buscar o perdão de Deus, que restaura, fazendo tudo predileção segundo alguns psicólogos:
novo. Peça que balancem a folha. Enfatize o perigo
de nos precipitarmos e interferir no cumprimento das ORDEM DE NASCIMENTO (PRIMOGÊNITO OU CAÇULA)
promessas do Senhor para nossa vida e família. Diga GÊNERO
que essa atitude trouxe consequências graves à casa APARÊNCIA FÍSICA
de Abraão. Conclua orando com os alunos para que AFINIDADE EM GOSTOS
Deus nos livre de tentar interferir em Seus planos. TEMPERAMENTO DOS FILHOS

ENSINADOR CRISTÃO 31
O C IÚ M E , M AL Q U E
ÍD O LO S NA FA M ÍLIA
P R E JU D IC A A FA M ÍLIA
LIÇÃO 3 LIÇAO 4

O enfoque da terceira lição é a respeito do Deus abomina a idolatria. O primeiro mandamen­


ciúme no am biente fam iliar. Este sentim ento to divino ensinava aos Israelitas quanto à idolatria.
pernicioso é capaz de destruir os relacionamentos Eles eram o povo escolhido por Deus para revelá-
familiares trazendo separação e dor. Tal verdade -IO às demais nações pagãs que estavam ao redor.
pode ser constada na família do patriarca Jacó . Por isso, deveriam adorar somente a Ele de todo o
O favoritismo dele por Jo sé e o ciúme de seus coração a fim de que todas as nações soubessem
irmãos quase levaram Jo sé à morte. Segundo que o Todo-Poderoso é único. O povo de Deus
a Palavra de Deus, o am or é o único antidoto jam ais poderia esquecer que quem os resgatou
contra o ciúme: "O amor é sofredor, é benigno; da escravidão do Egito foi o Senhor. A gora, suas
o am or não é invejoso; o amor não trata com vidas pertenciam não mais a Faraó, mas ao Criador
leviandade, não se ensoberbece" (1 Co 13.4). e Libertador. Explique aos alunos que assim como
Que venham os encher os nossos corações do Deus libertou Israel e tornou-se o seu Senhor, Jesus
amor de Deus. Cristo nos redimiu e nos libertou mediante o Seu
Objetivo: Mostrar o que é o ciúme e as suas sacrifício na cruz. Agora, pertencemos a Ele e deve­
consequências na vida familiar. mos adorá-IO em espírito e em verdade (Jo 4. 23).
M aterial: Quadro. Objetivo: Mostrar que o crente não pode per­
A tividade: Escreva no quadro a palavra "ci­ mitir que nada e ninguém tome o lugar de Deus
úm e". Em seguida, pergunte aos alunos o que em seus corações.
vem à mente deles quando ouvem essa palavra. Material: Figura de revistas usadas: casa, carro,
À medida que forem falando, vá anotando no filhos, líderes evangélicos, crianças.
quadro. O uça todos com atenção e com ente Atividade: Mostre as figuras, uma a uma, para
as palavras que eles disseram . D epois, faça a a sua turma. Pergunte se essas figuras têm relação
seguinte indagação: "O que é ciúm e?". Ouça com a idolatria. Incentive a participação e ouça os
os alunos e explique que, segundo o Dicionário alunos. Em seguida, pergunte: "O que é idolatria?".
Houaiss, ciúme é "estado emocional complexo Ouça os alunos com atenção. Diga que idolatria
que envolve um sentimento penoso provocado é o amor excessivo por alguma pessoa ou objeto.
em relação a uma pessoa de que se pretende Mostre a figura da casa e explique que sua casa
o amor exclusivo; receio de que o ente amado pode se tornar um ídolo. Seu carro também pode
dedique seu afeto a outrem ; in veja". Em se ­ se tornar um ídolo (Mostre todas as figuras dizendo
guida, leia Tiago 3.16. Depois pergunte: "Deus que podem se tornar ídolos). Qualquer coisa que
aceita o ciú m e ?". Ouça os alunos e explique tome o lugar de Deus em nossos corações é ido­
que, segundo as Escrituras Sagradas, o ciúme latria. Muitos, erroneamente, pensam que idolatria
e a inveja são obras da carne. Estes sentim en­ é adorar somente imagens. Mostre que Deus tem
tos tam bém são inspirados pelo Diabo e têm aversão à idolatria, por isso encontram os várias
um poder destrutivo muito grande. Por isso, referências tanto no Antigo como no Novo Testa­
precisam os desenvolver o fruto do Espírito e mentos que nos mostram que precisamos evitá-la.
rejeitar as obras da carne. Conclua lendo com seus alunos os seguintes textos
bíblicos: Deuteronômio 4.23,24; 6.14; Josué 23.7;
Juizes 6.10; 2 Reis 17.35,37,38; 1 Coríntios 10.7,14;
Colossenses 3.5; e Apocalipse 22.15.

32 ENSINADOR CRISTÃO
O R E LA C IO N A M E N T O E N T R E
MEU JESU S É PODEROSO
N O RA E SO G RA
PRIMÁRIOS

Na sétima lição, estudaremos a respeito do Lição: 5 - Jesus: Até o vento e o mar o obedecem!
relacionamento entre nora e sogra. O texto bíblico Objetivo: Incentivar a confiança em Jesus
escolhido como base para a lição trata a respeito M ateriais: Papel su lfite , bacia com água e
do amor e deferência entre nora e sogra: Rute e ventilador portátil.
Noemi. Este texto é uma das mais belas histórias A tivid ade: Esta lição apresentará a história
bíblicas, na qual se exalta o amor nos relacio­ na qual Jesus acalma a tem pestade. Após a lição,
namentos familiares em meio às circunstâncias visando ao reforço da aprendizagem , faça a se ­
adversas. Temos muito o que aprender com Rute guinte dinâmica: (1) Com antecedência, prepare
e sua sogra Noemi. uma bacia com água e separe um ventilador, de
O b jetivo : Ressaltar a im portância do bom preferência, um portátil. (2) Entregue para cada
relacionamento entre sogra e nora. aluno uma folha de papel sulfite de qualquer cor
Material: Um pedaço de madeira, martelo e e faça com os alunos a conhecida dobradura de
pregos. barquinho. Os alunos podem receber folhas de cores
A tiv id a d e : Inicie m ostrando o pedaço de diferentes e colocar o nome deles no barquinho.
madeira. Diga que ele está representando o re­ (3) Em seguida, convide cada aluno a colocar o
lacionamento entre sogra e nora. Explique que seu barquinho na água e, então, explique que os
Deus criou a família para que ela seja funcional, discípulos começaram a atravessar o mar em uma
porém o pecado destrói e causa marcas profundas viagem bem tranquila. (4) Da mesma forma como
e sérias nas famílias, em especial no relacionamento foi na história, sim ule, usando um ventilador, o
entre sogra e nora. Em seguida, pegue o martelo início de uma tem pestade. Mostre aos alunos que
e pregue alguns pregos na madeira. A medida os barcos estão se molhando mais e correm o risco
que for pregando, fale que a mentira, o ciúme, de afundar. (5) Então, faça uma pausa e faça uma
o egoísmo, a falta de respeito etc prejudicam o aplicação: "Na nossa vida, também enfrentamos
relacionamento de qualquer sogra com a sua nora momentos que são como uma tempestade. Momen­
e vice-versa. Peça que um aluno leia Rute 1.16. tos que nos deixam com m edo". (6) Para encerrar,
Enfatize o amor e o respeito de Rute por Noemi. Em desligue o ventilador lembrando que apenas com
seguida, diga que a Bíblia diz que a falta de amor, uma ordem Jesus acalmou a tempestade. Destaque
o ciúme, a falta de perdão e a incompreensão são o poder de Jesus dem onstrado nesse milagre e
tolices, pois tais práticas prejudicam os relaciona­ aplique: "N ós tam bém podem os cham ar Je su s
mentos. Quando há esses sentimentos, todos são quando enfrentarm os grandes dificuldades. Da
feridos, não somente sogra e nora. Muitas vezes mesma forma que Ele esteve com os discípulos,
temos dificuldades em nossos relacionamentos, Jesus estará ao nosso lado".
mas quando nos arrependemos de nosso pecado,
confessamos e o abandonamos, Deus nos perdoa
(neste momento, vá retirando os pregos um a um).
O sangue de Jesus nos purifica de todo pecado
(1Jo 1.7). Deus perdoa e vai retirando tudo que
está impedindo que tenhamos um relacionamento
saudável. Relacionamento saudável é decisão. Que
venhamos ter como propósito relacionamentos
saudáveis com todos que fazem parte das nossas
fam ílias até que o Senhor Jesus Cristo volte e
vivamos unidos em família no Céu.

ENSINAOOR CRISTÃO 33
A HISTÓRIA DOS PROFETAS IGREJA, UM LUGAR DE COMUNHÃO

JUN IORES PRÉ-AD O LESCEN TES

Lição: 4 - 0 profeta do cativeiro na Babilônia Lição: 6 - 0 pastor e o seu rebanho


Objetivo: Incentivar os juniores a terem uma O bjetivo: Ensinar o aluno a im portância do
rotina de oração. trabalho do pastor.
Materiais: Post-it coloridos, lápis e um mural Material: Um terno e uma caixa de papelão.
Atividade: Nesta lição, os alunos aprenderão Atividade: Esta lição aborda o tema do minis­
sobre a vida e ministério do profeta Daniel. Ele era tério pastoral. A seguinte atividade visa reforçar a
um homem que praticava a oração. Então, utilize aprendizagem e ilustrar de forma pedagógica para
essa dinâmica para incentivar seus alunos à prática os pré-adolescentes o grande valor do trabalho pas­
da oração. Vamos construir um "Mural de Oração". toral. Então, após a lição, faça a seguinte atividade
Se você não tiver um mural disponível para uso em com as crianças. (1) Separe uma caixa de papelão e
sua sala de aula, você pode criar um mural utilizan­ a disponha sobre uma mesa para que ela lembre o
do uma cartolina colorida. Convide sua turma para formato do púlpito. Você pode decorar a caixa com
fazer o "Mural de Oração": (1) Distribua para cada uma cor apropriada. (2) Peça para que cada aluno
aluno alguns post-it coloridos e lápis (ou caneta). (2) encontre em sua Bíblia um versículo que goste para
Incentive cada aluno a escrever um pedido de ora­ recitá-lo para toda turma. Se alguma criança tiver
ção e um agradecimento a Deus. Ajude as crianças dificuldades para isso, indique você mesmo um
a pensar em suas questões pessoais. (3) Depois, versículo e ajude a criança a encontrá-lo na Bíblia.
convide cada aluno a fazer uma oração silenciosa a (3) Então, convide cada aluno para ir à frente da
Deus apresentando seu pedido e agradecimento. (4) classe, vestir o terno (apenas a parte de cima), para
Em seguida, oriente cada um a colar seus post-it no que, como um pastor, recite o versículo para toda
mural. Você pode colocar um louvor pra tocar nesse classe. Durante essa atividade, as crianças estarão
momento. (5) Para encerrar, comunique aos alunos praticando a leitura da Bíblia, ouvindo versículos
a importância de orarmos todos os dias e faça uma variados e vendo de forma prática um aspecto do
linda foto com sua turma em frente ao mural. serviço pastoral. (4) Após a participação de todos
os alunos, explique para a turma que o pastor tem
a grande responsabilidade de ensinar a Palavra de
Deus para toda a igreja. Ressalte que a Bíblia orienta
que devemos amar, obedecer, respeitar e orar pelos
pastores. (5) Para encerrar, faça uma oração pelo
pastor da igreja juntamente com todos os alunos.

34 ENSINADOR CRISTÃO
O QUE CRISTO FEZ POR NÓS E O QUE
A HISTÓRIA DO POVO ESCOLHIDO PODEMOS FAZER PELO REINO DE DEUS
A D O LESC EN TES JU V EN IS

Lição: 9 - 0 reinado de Davi Lição: 8 - Posso perdoar e amar


Objetivo: Incentivar a leitura e a pesquisa bíblica. Objetivo: Ensinar o conceito de perdão.
Material: Blocos de papel, canetas e Bíblias. Materiais: Sacos de lixo.
Atividade: Nesta lição, os alunos estudarão a vida Atividade: Nesta aula, os juvenis serão incenti­
de Davi. A fim de incentivar a turma a aprofundar seus vados à prática do perdão. Então, faça a seguinte
conhecimentos sobre o rei Davi, faça a seguinte ativi­ dinâmica, a fim de reforçar o conceito: (1) Prepare
dade: (1) Separe a turma em 4 grupos. Garanta que com antecedências alguns sacos de lixo e os encha
cada grupo tenha pelos menos uma Bíblia disponível com materiais diversificados, para simulação. Não
para consulta. (2) Informe a todos que Davi escreveu use nenhum material que vá expor seus alunos a Telma Bueno
dezenas de salmos que estão presentes na Palavra riscos quando à saúde ou segurança. (2) Já no início Pedagoga,
de Deus e que esses salmos trazem informações e da aula, escolha aleatoriamente alguns alunos para
Jornalista, bacharel
mensagens preciosas. (3) Apresente o desafio: cada segurar o saco de lixo. Eles deverão segurar o saco
em teologia
grupo terá que ler e interpretar um salmo de Davi. de lixo durante toda aula, inclusive se saírem da
sala para ir beber água ou qualquer outra coisa. (3) e editora das
A saber, os Salmos 16, 36, 51 e 63. (4) Ofereça um
tempo médio de 10 minutos para que cada grupo Ministre a lição normalmente e, ao final, pergunte revistas de jovens e
leia e discuta o significado do salmo. (5) Então, cada para os alunos como foi a experiência de ficar se­ Maternal da CPA D .
grupo deve apresentar para toda turma o salmo gurando o saco de lixo o tempo todo. Pergunte se Palestrante das
estudado destacando sua mensagem central. (6) eles estão gostando ou se isso atrapalhou eles em conferências da
Após a participação de todos os grupos, parabenize algum momento. (4) Após as participações, faça
CPA D e do C A P E D ,
os alunos e os incentive a continuar pesquisando a seguinte reflexão: "Quando insistirmos em não
e autora da CPAD.
curiosidades sobre a vida de Davi durante a semana. perdoar alguém, acabamos carregando junto com a
gente um certo lixo emocional. São mágoas, ressen­
timentos, memórias ruins, dores e traumas. Esse lixo
Flavianne Vaz
emocional que vem junto com a mágoa atrapalha a
Bacharel em
nossa vida. É como se o tempo todo estivéssemos
História (UGF) e
andando com um saco de lixo. Jesus nos ordenou
a perdoar porque esse é o melhor caminho para a Teologia (FTSA).
cura e para a vida". (5) Peça para que cada aluno Pós-graduada em
entregue o saco de lixo e conclua: "A melhor opção Teologia Bíblica do
é praticar o perdão, porque isso nos libera do peso Novo Testamento
da dor e da mágoa". (6) Encerre fazendo uma oração
(FA EC A D ). Autora
para que o Espírito Santo ensine cada aluno a liberar
do Livro Liderando
perdão sempre que for necessário.
Adolescentes
(CPAD), Editora
responsável das
Revistas Lições
Bíblicas Berçário,
A dolescentes e
O Caminho para
o Céu, da CPA D .

ENSINADOR CRISTÃO 35
lições Bíblicas

Q U A N D O A FAMÍLIA AGE
POR CO N TA PRÓPRIA

Amigo(a) professor(a), a paz do Senhor. Neste


RELACIONAMENTOS trimestre, a revista Lições Bíblicas Adultos, editada
pela CPAD, tem como tema "O Relacionamento
EM FAMÍLIA em Família: Superando desafios e problemas com
exemplos da Palavra de Deus". Nesta primeira
lição, seus alunos aprenderão, a partir do exemplo
SUPERANDO DESAFIOS de Abrão e Sarai, que as decisões sobre assuntos
que envolvem o bem-estar da família não podem
E PROBLEMAS COM ser tomadas no calor da emoção. A precipitação
do casal no tocante à espera pelo cumprimento
EXEMPLOS DA PALAVRA da promessa divina com relação a quem seria o

DE DEUS herdeiro de Abraão trouxe graves problemas para


toda a família. Quando o ser humano se precipita a
respeito dos planos de Deus, as consequências são
desastrosas.
A decisão de trazer a serva Agar ao seio
familiar na intenção de atender a uma necessidade
patriarcal, sobre a qual Deus já havia prometido
solucionar, expressava alguns sinais de incredulidade
e infidelidade para com providencia divina. Em
consequência, "emoções profundas e intensas no
coração de cada participante estavam emaranhadas
^ it o s i v TaiMestw: 2 o «
com o problema de interpretar uma promessa
divina por meio de providências legais. Agar (v.4)
ficou arrogante com sua senhora, e Sarai ficou
amarga e abusiva (v.5). Indo ao marido, ela o acusou
de privá-la dos direitos básicos de esposa e exigiu
que tomasse uma atitude" (BEACON, 2005, p. 63).
O embrolho familiar agravou a compreensão
Relacionamentos sobre os planos de Deus. Nesse sentido, em
primeiro lugar, é importante entender que o
e m F a m ília
Superando Desafios e Problema^ Senhor tem Seus próprios caminhos para cumprir
com Exemplos da Palavraae Seus desígnios (Pv 16.4). Muitas vezes, essa forma
de Deus trabalhar é completamente complexa e
nebulosa à compreensão humana (1Co 2.14). Diga-
se de passagem, o silêncio de Deus nessas ocasiões
é uma forma de provar a fé de seus servos que
receberam a promessa (SI 83.1). Em segundo lugar,
é também importante destacar que as promessas
de Deus aos Seus servos não tem como objetivo
principal atender às suas necessidades materiais
ou emocionais. Antes, a ideia central imbuída nas
promessas divinas implica em tornar o nome do
Envie sua carta ou email para CPAD Senhor conhecido e glorificado entre os homens.
Suas críticas e su gestões são m uito im portantes Persigamos o desfrutar das promessas de Deus,
para a equipe de produção de Ensinador Cristão. sabendo que o tempo e os propósitos de Deus são
melhores do que os nossos.
Av. Brasil, 34.401, Bangu - 21852-000
Rio d e Janeiro - ensinador@ cpad.com .br
Tel.: 21 2406-7371 / Fax: 21 2406-7370

36 EMSINADOR CRISTÃO
PREDILEÇÃO DOS PAIS CIÚME, O MAL QUE
POR UM DOS FILHOS PREJUDICA A FAMÍLIA
A criação dos filhos requer dos pais senso de
justiça, respeito ao próximo e empatia. A preferência Na última anterior, vimos que a trágica postura
por um dos filhos dentro do lar gera divisão e dos pais de Esaú e Jacó resultou no conflito entre
promove egoísmo na formação deles. Nesta lição, irmãos que transpassou gerações. O ódio entre eles
é considerado o comportamento de Isaque e foi provocado pela displicência dos pais. Nesta lição, a
Rebeca na criação dos seus filhos. Gênesis narra que história se repete na velhice de Jacó. O patriarca viveu
Isaque tinha preferência por Esaú, porque a caça muitas experiências com Deus, tornou-se pai de muitos
era do seu gosto e seu filho primogênito costumava filhos e prosperou conforme a palavra anunciada pelo
preparar um delicioso guisado para ele. Rebeca, em próprio Criador. Porém, o comportamento de Jacó
contrapartida, tinha preferência por Jacó, pois era o ao privilegiar José em detrimento de seus irmãos
filho que mais amava. mostra que o patriarca não aprendeu a lição do seu
Na ocasião em que Isaque percebeu que a sua relacionamento com seu irmão Esaú. Ele não apenas
idade já era avançada, decidiu convidar seu filho repetiu os males da preferência entre filhos como
primogênito para estender sobre ele a bênção cometeu o mesmo erro de sua mãe ao presentear
patriarcal. Esaú era o primogênito por herança e, na José com o traje de várias cores.
ausência do pai (Gn 42.37), exercería a autoridade Na cultura antiga, a capa colorida era composta
sobre a família, recebería porção dobrada da herança por muitas peças. As peças adicionais eram
(Dt 21.17) e o direito ao sacerdócio (PFEIFFER, 2006, provavelmente mangas compridas que atrapalhavam
p. 1595). A preferência de Rebeca por Jacó, a ponto quando havia serviço a fazer. Quando as mulheres
de defraudar o direito de primogenitura de Esaú, que usavam mangas longas e largas, elas as amarravam
também era seu filho, trouxe uma ruptura significativa atrás do pescoço para que os braços ficassem livres.
na família. Como bem sabemos, o destino de Esaú No caso de José, o uso dessa veste indicava que ele
foi alimentado pela mágoa do irmão (Gn 27.41) e a não devia fazer trabalho pesado; ele era o herdeiro
depreciação de sua mãe, enquanto que Jacó tornou- escolhido para governar a família (GOW ER, 2012, p.
se fugitivo de seu irmão e um filho distante de seu 12). O presente dado por Jacó a José evidenciava a
pai Isaque (Gn 28.1-10). Esse cenário ensina que preferência de seu pai por ele. A túnica destacava José
pais não devem expressar preferências por nenhum e o colocava em uma posição de superioridade com
de seus filhos, embora cada um deles demonstre relação aos seus irmãos. O final dessa história, como
características distintas que, muitas vezes, resultam sabemos, foi amargo para José, que teve de enfrentar
em maiores afinidades. a separação da família, bem como lidar com a mágoa
Conforme Young (2007), "para estabelecer os de seus irmãos.
seus filhos numa identidade forte e positiva, em Quando os pais manipulam os filhos por meio
primeiro lugar você precisa entender como eles se de comparações com o fim de torná-los a trazer à
sentem. Sempre que um filho diz ao seu pai: 'você obediência, na verdade, estão causando prejuízos
não entente', sinos de alarme deveríam disparar na emocionais sem medida. Ao invés de aproximá-los,
mente desse pai. Isso não quer dizer que seus filhos estão despertando em seus filhos os sentimentos de
sempre tenham razão quanto ao que sentem. No rejeição e desprezo que nem tão cedo poderão ser
entanto, o passo essencial para ajudar uma pessoa esquecidos.
é lidar com as suas percepções" (p. 44). A ausência Não são poucos os casos de irmãos que não se
de compreensão de ISaque e Rebeca em relação às falam ou são completamente distantes em razão das
necessidades emocionais mais urgentes de seus filhos preferências dos pais durante o processo de educação
se revela na reação deles à preferência de seus pais. O no lar. No caso de José, ele compreendeu que toda
mesmo se replica nos dias atuais, pois não são poucos dor causada pelo ciúme e inveja de seus irmãos Deus
os filhos que relutam em perdoar os pais e se rebelam transformou em bênçãos porque o seu coração se fez
contra sua autoridade. Que Deus nos conceda a maleável para perdoar. Esta é uma lição preciosa que
graça de amar os filhos incondicionalmente, ouvir o os irmãos devem aprender a fim de que encontrem
que pensam e perceber suas dores. a cura e a regeneração do relacionamento familiar
saudável. Que Deus nos ajude nesse aprendizado.

ENSINADOR CRISTÃO 37
ÍDOLOS NA FAMÍLIA MOTIM EM FAMÍLIA

É preciso atentar para os perigos da idolatria A convivência familiar sadia é um desafio nos
moderna dentro dos lares. A idolatria se mostra de últimos anos. Cada dia, as relações familiares
maneira sutil, quase que imperceptível no cotidiano tem se tornado dificultosas, haja vista que a
das famílias. Em linhas gerais, o ídolo é tudo inversão de valores pregada na sociedade tem
aquilo que assume lugar de importância na vida provocado a distorção dos papéis no núcleo
das pessoas de modo a receber lealdade e honra familiar. A consequência é a perda de autoridade
acima de Deus. Os ídolos, por mais falsos e vazios dos pais sobre os filhos e do respeito mútuo entre
que sejam, oferecem enganosamente a sensação os membros da família. Os episódios citados
de presença e sentimento. A Bíblia nos mostra que na lição mostram que a ingratidão a Deus por
a idolatria, embora seja personificada no ídolo de conta de circunstâncias temporárias e a falta
madeira, pedra ou barro, não se resume ao aspecto de discernimento sobre o exercício dos papéis
religioso. Nosso Senhor, na ocasião de seu ministério ministeriais em detrimento dos familiares têm
terreno, ensinou: "Nenhum servo pode servir a dois origem na maldade do coração.
senhores, porque ou há de aborrecer a um e amar ao Na primeira cena, Israel enfrenta um período
outro ou se há de chegar a um e desprezar ao outro. de escassez após deixar o Egito para seguir à
Não podeis servir a Deus e a Mamom" (Lc 16.13). Terra Prometida (Nm 11). Embora estivesse livre da
De acordo com o Dicionário Bíblico Wyciiffe, escravidão e com sinais e maravilhas operados, o
Mamom "é uma transliteração do aramaico mamon, povo murmurava devido ao desconforto do deserto.
que significa 'propriedade', 'bens terrenos', 'riquezas' No segundo cenário, vemos o conflito familiar
ou 'dinheiro'. Os textos em Mateus 6.24 e Lucas entre Moisés e seus irmãos, que reivindicavam o
165.13 são paralelos, e neles o Senhor Jesus Cristo direito de serem reconhecidos como autoridades
ensina que a riqueza requer o coração e o serviço espirituais na mesma condição de Moisés (Nm
do indivíduo; consequentemente, não se pode 12.1-8). Esse comportamento desagradou muito o
servir a ambos, a Deus e à riqueza" (2006, p. 1204). Senhor. Arão e Miriã, estavam com seus corações
Semelhantemente, a Bíblia declara que a cobiça carregados de ciúmes e inveja de Moisés. Nos
também é um tipo de idolatria (Cl 3.5). dois cenários, nota-se a concupiscência da carne, a
De modo geral, "a idolatria manifesta-se de concupiscência dos olhos e a soberba da vida (1Jo
diversas formas hoje em dia. Aparece abertamente 2.16). De acordo com o Guia Cristão de Leitura
nas falsas religiões mundiais, bem como na feitiçaria, da Bíblia, "o termo 'carne' [...], à parte do sentido
no satanismo e noutras formas de ocultismo. A comum, refere-se à tendência ao pecado que todos
idolatria está presente sempre que as pessoas nós temos. Essa pecaminosidade é indulgência
dão lugar à cobiça e ao materialismo, ao invés de egoísta, tanto óbvia quanto a secreta. Todos nós
confiarem em Deus somente. Finalmente, ela ocorre carregamos essa natureza caída ao longo da vida.
dentro da igreja, quando seus membros acreditam O cristão, por já ter o Espírito de Cristo, mas por
que, a um só tempo, poderão servir a Deus, desfrutar ainda estar também na carne, transforma-se, por
da experiência da salvação e as bênçãos divinas, e assim dizer, no campo de batalha entre a carne e o
também participar das práticas imorais e ímpias do espírito. Entretanto, aprendemos a viver de acordo
mundo. Daí o Novo Testamento nos admoesta a não com o Espírito, e não conforme a carne (Rm 8.9)"
sermos cobiçosos, avarentos, nem imorais (Cl 3.5; Mt (2013, p. 468). Nosso compromisso é monitorar
6.19-24; Rm 7.7; Hb 13.5,6)" (STAMPS, 1995, p. 447). nossas emoções para nenhuma raiz de amargura
Tais práticas afetam o bem-estar espiritual da família brotar e causar perturbações na alma e muitos
cristã. Muitas, sem perceber, estão permitindo entrar se contaminarem (Hb 12.15). Assim, ingratidão,
em seus lares toda sorte de informação nociva cobiça, raiva, ciúme e inveja não prevalecerão
e idólatra. Os ídolos nem sempre se mostram sobre o caráter cristão. O coração insatisfeito, que
como figuras concretas, de madeira ou pedra, mas não se contenta com o que tem, é solo fértil para
abstratos e dominando a atenção do crente. A Bíblia pensamentos e sentimentos que trazem contenda,
alerta: "Sede sóbrios" (1 Pe 4.7). divisão e aflição de espírito (Tg 3.16).

38 ENSINADOR CRISTÃO
PAIS ZELOSOS E O RELA C IO N A M EN TO
FILHOS REBELDES ENTRE NORA E SOGRA

É muito comum ouvir dos mais antigos que Nesta lição, veremos a história de uma sogra e
na época em que eram mais jovens os costumes de uma nora que, mesmo diante da crise causada
e hábitos eram completamente diferentes com pela perda de seus respectivos maridos, souberam
relação à forma como os filhos tratavam seus pais. encontrar forças em Deus, confiaram na provisão
Infelizmente, a inversão de valores na sociedade dEle e não ficaram desamparadas. Nesse drama
não comprometeu apenas o conceito de certo ou familiar, a obstinação de Rute se destaca, pois ela
errado, moral ou imoral, mas afetou também as foi capaz de superar as dificuldades com atitudes de
boas práticas de respeito para com os mais velhos. fé, inteligência, lealdade, persistência e esperança.
Filho rebelde sempre existiu, desde Caim O contexto da época dos juizes era muito difícil,
matando seu irmão e recebendo a reprimenda haja vista que se tratava de um período em que não
do Senhor. Não são poucos os que adentram havia rei em Israel e cada um fazia o que parecia
pelo mesmo caminho e colhem os frutos de suas reto a seus olhos (Jz 21.25). A falta de compromisso
escolhas. A Lei de Moisés deixou instruções claras com os ensinamentos da lei mosaica resultava no
quanto à rebeldia dos filhos: "Se alguém tiver desprezo e falta de cuidado do Tabernáculo em
um filho teimoso e rebelde, que não obedece à relação a prover o amparo aos órfãos e às viúvas,
voz de seu pai nem à voz de sua mãe e, mesmo conforme ordenava a lei (Dt 24.17). Mas Deus é
quando castigado, não lhes dá ouvidos, seu pai Pai de órfãos e juiz de viúvas no seu lugar santo (SI
e sua mãe o pegarão e o levarão aos anciãos da 68.5). Ele não deixa desamparados os que temem
cidade, junto ao portão daquele lugar [...]. Então Seu nome. Por isso, cuidou de Noemi e sua nora
todos os homens da cidade o apedrejarão até naquele momento tão difícil.
que morra. Assim vocês eliminarão o mal do De acordo com alguns estudiosos, a fome era
meio de vocês; todo o Israel ouvirá e temerá" um dos instrumentos de julgamento nas mãos de
(Dt 21.18,19,21). De acordo com a lei mosaica, Deus; e os eventos, tanto gerais quanto pessoais,
ao filho rebelde, quando rejeitava a correção e com frequência são determinados por algum modo
a instrução, não restava outra alternativa a não de julgamento do pecado (CHAMPLIN, 2000, p.
ser a punição mais severa. A severidade da lei 1097). Certamente, era uma forma do Criador
mosaica no tocante à rebelião dos filhos denota despertar Seu povo a buscar Sua face, converter-
a gravidade dos pecados cometidos pelos filhos se de seus caminhos idólatras e aproximar-se de
contra a honra dos pais. No caso de Sansão, Deus para alcançar dias melhores. Muitas vezes, o
além de não considerar o conselho de seus pais Senhor usa circunstâncias difíceis para atrair Seus
na decisão de casar-se com uma mulher que não servos a uma posição de obediência à Sua vontade.
fazia parte do seu povo, o juiz de Israel alimentou O autor da Carta aos Hebreus endossa essa ideia
em seu coração a impunidade e a falta de temor quando afirma que o fato de sermos repreendidos
aos valores da Lei de Deus. Por fim, ele colheu o pelo nosso Pai celestial ratifica que somos Seus
fruto de suas escolhas equivocadas. filhos, haja vista que Deus repreende e castiga
Não é à toa que as Escrituras admoestam os aqueles que Ele ama no intuito de que aprendam
filhos a honrar seus pais para terem uma vida de a fazer escolhas certas (Hb 12.5-8). A despeito dos
bênçãos e possam viver muitos dias sobre a terra sofrimentos e necessidades vividos dentro daquela
(Ef 6.2). Tal honra não se limita ao espaço de tempo família, Rute descobriu que o Deus de sua sogra era
em que estão sob a tutela dos pais, mas estende- o Deus verdadeiro, que supre nossas necessidades
se por toda a vida. Os filhos, mesmo depois de (Fp 4.19). Rute se apegou a sua sogra Noemi, não só
casados, devem honrar seus pais, ouvir seus pelos laços familiares, mas também pela fé no Deus
conselhos e estender seus cuidados principalmente de Noemi, porque sua sogra dava o exemplo de
na velhice. Certamente, o Senhor sabe honrar uma mulher temente a Deus, que confiava no seu
aqueles que honram seus pais e dedicam amor e poder de providência. Quando sogra e nora estão
cuidados como formas de gratidão pelos esforços unidas na presença de Deus é bênção para a família.
empregados por eles de longa data.

ENSINADOR CRISTÃO 39
m i 1 *
A IMPORTÂNCIA DA PATERNIDADE
NA VIDA DO S F IL H O S

Os fi Ihos dos sacerdotes Eli e Samuel são descritos Boa parte dos desajustes morais e de caráter
na Bíblia como exemplos de profanação espiritual, encontrados nos filhos são o resultado de uma
avareza e ganância. Há um completo paradoxo criação indisciplinada em um lar onde os valores
nessas famílias, haja vista que os pais eram sacerdotes bíblicos são mencionados regularmente, porém
reconhecidos e respeitados em Israel. Entretanto, pouco praticados. A história da família do rei Davi
foram irresponsáveis quanto à boa formação moral comprova essa tese, embora fosse ele um "homem
e espiritual de seus filhos. Naquele tempo, o papel segundo o coração de Deus". Segundo narra os
de cada integrante da família era bem definido. Mas livros de 1o e 2o Samuel, Davi era muito dedicado
apenas ter ciência da responsabilidade não atendia a governar a nação, porém pouco empenhado a
às demandas familiares. Os pais deveríam estar atentar para sua própria casa. Os episódios que
envolvidos integralmente com a criação dos filhos. discorrem sobre o incesto provocado por um de
Não se tratava de apenas cumprir um papel, e sim seus filhos, Amnom, contra a própria irmã (1Sm
de desenvolver relacionamentos sadios com vista ao 13.1-22); a raiva e vingança de Absalão em razão
bem-estar material, emocional e espiritual de toda a da inércia do pai no tocante ao ultraje sofrido por
família. Apesar de serem extremamente dedicados Tamar (13.23-36); e o adultério de Davi e a rebelião
ao serviço no Tabernáculo, não investiam tempo e humilhação provocada por seu próprio filho
com suas respectivas famílias. Os filhos de pais que (2Sm 12.1-25) revelam o completo desequilíbrio
exercem o ministério muitas vezes são pressionados emocional dessa família. Se consultássemos os
e destratados injustamente. Por essa razão, a psicólogos dos dias atuais, certamente ouviriamos
educação dos filhos e o tratamento adequado nos que havia muito que ser tratado entre os membros
ambientes eclesiásticos requer amor, cuidado e da grandiosa família de Davi, a começar pelo pai.
paciência para que eles alcancem vida cristã sadia. O exemplo dessa família nos concede a
A formação do caráter de qualquer indivíduo oportunidade de extrair importantes lições quanto
recebe influência direta das referências. E comum à gerência familiar. Em primeiro lugar, vale ressaltar
que crianças observem e imitem comportamentos o cuidado com a própria saúde emocional. Se o
dos pais: a forma como falam, se posicionam ou líder da família não estiver estável, como poderá
se locomovem, o jeito de se expressar, até mesmo prover a segurança, apoio emocional, atenção
condutas negativas. Warren e Howard discorrem e presença de que a esposa e os filhos tanto
que "a melhor forma de evitar conflitos é ser precisam? Logo, a administração das emoções e
sempre a mesma pessoa o tempo todo. Um lar e o domínio próprio diante das crises são reflexões
uma igreja feliz precisam dos mesmos ingredientes: que precisam ser feitas periodicamente. De acordo
amor, disciplina, sacrifício, a Palavra e oração. com o pastor Jamiel Lopes, na obra Psicologia
Devemos demonstrar na igreja o mesmo amor que Pastoral: "A pessoa que está em crise pode deixar-
demonstramos e casa e sertão disciplinados em casa se dominar pela ira, tornando-se até agressiva. Essa
como o somos na igreja. É quando separamos a vida agressividade é direcionada, principalmente, às
doméstica da vida na igreja que nos metemos em pessoas mais próximas, como familiares e amigos.
confusão. Um pastor deve ser íntegro, não um ator Também emerge um sentimento de revolta contra
que muda o personagem a cada instante. Não há Deus e a igreja. Um forte sentimento de culpa
lugar para dissimulações no ministério — uma outra passa a afligir a pessoa, principalmente nos poucos
palavra para isso é hipocrisia (WIERSBE & SUGDEN, momentos de sanidade, ou melhor, de consciência
2006, p. 153). No lar cristão, o pai é referência para do seu problema" (2017, p. 149).
eles de segurança, equilíbrio, controle das emoções A administração dos conflitos pessoais e das
e estabelecimento de prioridades para vida. De crises existenciais é uma habilidade que todo
modo geral, os pais ensinam aos filhos quanto à crente precisa desenvolver, inclusive os que são
bondade, à gentiliza, o falar correto, dentre outros pais, pastores e obreiros na Casa de Deus. Boa
aprendizados. Infelizmente, se isso é negligenciado, parte dos problemas do rei Davi seriam evitados se
o resultado pode ser desastroso. Mas a Palavra de ele dedicasse um tempo para cuidar da sua saúde
Deus oferece a orientação que os pais precisam. emocional e zelar pelo bem-estar da sua família.

40 ENSINADOR CRISTÃO
A morte é um dos maiores desafios enfrentados A mentira é um pecado que produz problemas
pela humanidade. É uma etapa natural da vida, graves para o relacionamento com Deus e o
porém a mais difícil de ser enfrentada, porquanto próximo. Quando descoberta, compromete a
se trata de aceitar a perda. Nenhum ser humano credibilidade e a confiança na integridade do
nasceu preparado para perder. Essa é uma lição que praticante. As Escrituras asseveram que "mais digno
se aprende ao longo da vida e a perda para a morte de ser escolhido é o bom nome do que as muitas
talvez seja a mais dolorosa. A história de Jó é um dos riquezas; e a graça é melhor do que a riqueza e o
exemplos mais emblemáticos de como é possível o ouro" (Pv 22.1). A mentira compromete a imagem de
ser humano lidar com a morte e os impactos que quem a profere, haja vista que o mentiroso, seja na
ela traz para toda família. No caso de Jó, ele era um família, na igreja, no trabalho ou entre amigos pode
homem farto de recursos, próspero financeiramente causar prejuízos materiais e imateriais em razão da
e espiritualmente. Ele tinha muitos criados à sua conduta. A mentira de Ananias e Safira sobre o
disposição e muitas propriedades. Além disso, Deus valor entregue aos apóstolos recebeu a reprimenda
ratifica que Jó não era uma pessoa qualquer, antes divina. O aspecto da motivação é considerado nesse
se tratava de um servo sincero, reto, justo, temente episódio. Primeiramente pelo fato de que não há
a Deus e que sempre se desviva de tudo aquilo que nada que fique escondido aos olhos de Deus (Hb
desagradasse o Criador. Apesar de todos recursos, 4.13). Ele esquadrinha o coração do homem e prova
Jó e sua esposa foram surpreendidos com a perda seus pensamentos para dar a cada um conforme suas
de rebanhos, morte de empregados e, sobretudo, obas (Jr 17.10). Deus sabia que a motivação quanto
com a morte de seus dez filhos (Jó 1.18,19). à entrega do valor adulterado tratava-se não apenas
Como pai piedoso, Jó tinha zelo pelo bem-estar de materialismo ou avareza, mas perversidade de
espiritual de seus filhos. Vivia atento à conduta e ao um coração não convertido e sem temor para mentir
modo de vida deles, orando a Deus para que os não aos homens, mas ao Espírito Santo.
protegesse do mal e que experimentassem da parte Mais do que conduta inapropriada ou mesmo
de Deus a salvação e suas bênçãos. Jó exemplifica atitude isolada, a mentira de Ananias e Safira era
o pai de coração voltado para os filhos, dedicando- sistemática. O casal intencionalmente planejou se
lhes tempo e atenção necessários para mantê- comportar indignamente contra a Obra de Deus.
los afastados do pecado (STAMPS, 1995, p. 769). Infere-se que tratava-se de um hábito contumaz
Mas, apesar de ser extremamente cuidadoso para e vicioso do casal no tocante a lidar com questões
com a família, Deus permitiu que o mal alcançasse espirituais. "Deus feriu com severidade a Ananias e
exatamente o que o patriarca mais zelava. Foi Safira (w.5,10) para que se manifestasse Sua aversão
enorme a dor que ele teve de enfrentar com a morte a todo engano, mentira e desonestidade no Reino
dos filhos. Ele é um exemplo aos servos de Deus de Deus. Um dos pecados mais abomináveis na
que enfrentam a mesma adversidade atualmente. O igreja é enganar o povo de Deus no tocante ao
que se sabe pela história de Jó é que ele aprendeu nosso relacionamento com Cristo, trabalho para Ele
a aceitar a soberana vontade de Deus apesar de e a dimensão do nosso ministério. Entregar-se a esse
tamanha dor e experimentou da restituição divina tipo de hipocrisia significa usar o sangue derramado
em todas as áreas em que o Senhor o havia provado. de Cristo para exaltar e glorificar o próprio 'eu'
O maior desafio de lidar com a morte não é sua diante dos outros. Esse pecado desconsidera o
previsibilidade ou mesmo o evento devastador da propósito dos sofrimentos e da morte de Cristo (Ef
morte em si, acompanhado de velório extremamente 1.4; Hb 13.12) e revela ausência de temor do Senhor
difícil, doloroso e melancólico. O momento mais (w. 5,11) e de respeito e honra ao Espírito Santo (v.
difícil é ter de lidar com a ausência do ente querido. 3), e merece o justo juízo de Deus" (STAMPS, 1995,
A morte provoca um vazio inexplicável que somente p. 1638). Façamos autoexame quanto às intenções
os órfãos, viúvos e pais que perdem seus filhos de nosso coração e quais medidas devemos tomar
sabem expressar, quando conseguem. Só o consolo para nutrir ações que expressem o desejo sincero de
do Espírito fortalece o coração nesta hora tão difícil. andar no Espírito e não cumprir a vontade da carne.

ENSINADOR CRISTÃO 41
Cotidianamente, tomamos conhecimentos de A estadia de Jesus em Betânia nos ensina que
adultos emocionalmente abalados porque foram a nossa intimidade com o Senhor não se resume
criados em lares onde as relações eram hostis. aos aspectos da vida espiritual. Ele se preocupa
Estes ambientes são marcados por agressões também que desfrutemos de Suas bênçãos em
físicas e morais entre pais, gritarias e ofensas entre outras áreas da vida. Nesse sentido, o cristão
irmãos, sem contar as preferências por um filho em não deve limitar seu relacionamento com Cristo
detrimento do outro, provocando uma série de apenas ao exercício ministerial ou mesmo aos
problemas de relacionamento no seio familiar. O serviços eclesiásticos como se isso resumisse a
cenário das famílias dos tempos bíblicos não era tão vida cristã. A caminhada com Cristo é marcada
diferente dos atuais. Isso pode ser visto nas histórias por etapas de aprendizado e amadurecimento da
de Abraão, Isaque, Jacó, José, Davi e muitos outros. fé. Todos que seguem as pegadas de Jesus estão
Outrossim, o lar onde Jesus foi criado também em processo de crescimento espiritual, tanto no
apresentou suas dificuldades. Podemos inferir que diz respeito a conhecer quem é Deus quanto
dessa maneira pelo fato de que os próprios irmãos à importância da influência do Evangelho em sua
de Jesus rejeitavam a crença de que seu irmão mais própria vida. Nesse contexto, a amizade com Cristo
velho era o Messias prometido, esperado por Israel. é um discipulado contínuo em que desfrutamos da
Apesar disso, o relato dos momentos iniciais Sua amizade e aprendizado.
da vida de Jesus (Lc 2.1-24) e a breve narrativa da No Evangelho de João, "a palavra 'amigo' tem
sua adolescência (Lc 2.39-52) apontam que Cristo um significado especial. Abraão 'foi chamado de
desenvolveu-se humanamente com características amigo de Deus' (cf. 2 Cr 20.7; Is 41.8; Tg 2.23). A
peculiares de um adolescente. O que tornava nosso palavra aqui enfatiza a 'intimidade do amor'. Este
Senhor tão especial era a consciência de que era o relacionamento de amizade não é o de um servo
Filho Unigênito de Deus, assim como a renúncia a (lit., 'escravo'), porque este não sabe o que faz o
qualquer mínima atitude pecaminosa que pudesse seu senhor. Mas os amigos, os discípulos, sabem:
comprometer Sua missão como Salvador do mundo. 'porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho
"Como verdadeiro homem, Jesus experimentou feito conhecer' (v. 15). A base do relacionamento
o crescimento físico e mental. Crescia em sabedoria, de amizade não está no mérito nem no trabalho
conforme a graça de Deus. Era perfeito quanto à do homem" (BEACON, 2006, p. 129). A nossa
natureza humana, prosseguindo para a maturidade, amizade com Jesus não se baseia no tempo de
segundo a vontade de Deus" (STAMPS, 1995, p. trabalho que realizamos em Sua Obra. Embora
1505). No que diz respeito à Sua criação, José e Ele seja nosso Senhor, a quem prestaremos contas
Maria cuidaram de prover a Jesus as condições para dos dons recebidos para servi-IO (Mt 25.21,29),
seu desenvolvimento físico, cognitivo e social (Lc nosso relacionamento com Cristo não é relação
2.52). Ele aprendeu a profissão de carpinteiro com patronal. Podemos depositar nEle total confiança,
seu pai e exerceu a liderança do lar, cumprindo o compartilhar nossos segredos, angústias, sonhos
seu papel como irmão mais velho de uma família e confessar nossas culpas. Os amigos sinceros e
composta por muitos filhos (Jo 19.26,27; Mc 6.3). verdadeiros são os que nos ajudam nas horas mais
Jesus desfrutou da companhia de seus irmãos, haja complexas da vida. Mesmo quando não sabem o
Thiago Santos
vista que residiu em Nazaré até que atingisse a idade que dizer, permanecem ao nosso lado. E a amizade
é evangelista,
pedagogo, apropriada para iniciar seu ministério terreno (Mt de Jesus é perfeita, pois Ele tem a palavra certa
12.46,47; Mc 6.1-6). Se nem mesmo o Filho de Deus que precisamos para nos confortar. Na demora
especialista
em Docência e se viu livre de enfrentar as intempéries da rejeição, para ir a Betânia, parecia que Ele não se importava
Gestão Escolar, da descrença e dos conflitos do seio familiar, quanto com a dor de seus amigos (Jo 11.6), mas era só o
editor do setor de mais nós, seus servos, que estamos nos esforçando método de Deus para realizar um dos maiores
para preservar os valores da Palavra de Deus a fim milagres registrados nos Evangelhos: a ressurreição
Educação Cristã e
comentarista do de nutrir um ambiente saudável para o bem-estar de Lázaro. Nosso Senhor é o amigo Fiel! Ele tem a
Novo Currículo de de nossas famílias. resposta certo para o tempo certo.
Escola Dominical
da CPAD.

42 ENSINADOR CRISTÃO
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ENTENDA COMO h K it
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A IGREJA PRIMITIVA J
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A BÍBLIA
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A BÍBLIA NA IGREJA ANTIGA


Justo L. González

O prestigiado historiador da Igreja Justo González


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A BÍBLIA se propõe a conduzir o leitor a características
importantes das primeiras Bíblias - suas línguas

NA IGREJA originais, divisão em capítulos e versículos, bem


como as primeiras formas de sua aparência física.

ANTIGA González tam bém mergulha no mundo dos


primeiros cristãos para nos mostrar com o era
seu relacionamento com as Escrituras na prática
Sua criação, Uso diária, na adoração e sua interpretação, dando


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J «x e Interpretação uma noção plena do surgimento da Bíblia como
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-%i v >: í N pedra angular da vida cristã, desde seus primórdios
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até os tempos atuais.
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Justo I^Gonza 176 páginas | 14,5 x 2 2 ,5 cm

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Artigo
Tatiane Souza
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DE QUE MANEIRA A EBD


PODE APROVEITAR AS
FÉRIA S ESCO LA RES DAS
CRIANÇAS A FIM DE
OTIMIZAR O APRENDIZADO

A Escola Bíblica Dominical é a maior escola bíbli­ correlacionando-os aos acontecim entos atuais para
ca existente. Isto é verdade por diversas razões. Por facilitar o ap ren d izad o e viab ilizar a a p lica çã o do
exem plo: a EBD é democrática e muito abrangente, conhecim ento. E além de tudo, ela é gratuita. Uma
acolhendo a todos que desejam aprender a Palavra igreja evangélica séria não deve jam ais desprezar ou
de Deus, independente de classe social ou idade. Ela mesmo negligenciar a EBD .
tam bém é uma escola perm anente; na verdade, um Para as crianças, a EBD é tam bém um momento
discipulado contínuo. Ela aborda os tem as da especial no qual podem encontrar os am igos para
Bíblia Sagrada de maneira prática e didática, aprenderem juntos as histórias dos personagens bíblicos
e os princípios que nortearão suas vidas. Os professores
das classes infantis são verdadeiros instrumentos nas
mãos do Senhor, os quais Ele usa para ajudar a forjar o
caráter de Cristo na vida dos pequeninos. Meninos e
meninas que crescem frequentando a EBD constroem
ali uma sólida base para uma vida espiritual saudável.
Por isso, é de suma im portância realizar o trabalho
iüSi

com amor, dedicar atenção às necessidades da turma


e realizar um bom planejam ento.
Com as férias escolares se aproxim ando, é muito
significativo pensarmos em como o ensino das Escrituras
pode ser reforçado neste período em que as crianças
terão mais tempo livre e mais energia acumulada. Os
professores podem aproveitar para realizar atividades
que podem ser estendidas aos lares. Atividades para
serem feitas com o auxílio dos pais ou algum tipo de
minipesquisa para os maiores.
Seria tam bém muito interessante escolher algum
tema para ser trabalhado durante o mês das férias. O
assunto poderá ser dividido para ser abordado gra­
dativamente nas aulas, de modo que não atrapalhe o
ensino das Lições Bíblicas. Por isso, o planejamento
é necessário. Pensando com an tecedência, é pos­
sível determ inar o tem a, as divisõ es, as atividades
relacio nad as e o tem po que se p reten de d ed icar desejar. O im portante é que o tem a seja an tecip a­
para o trabalho extracurricular. Abaixo, apresentarei dam ente bem definido para que tam bém seja bem
algumas sugestões de temas. Usarei a última sugestão executado. Q uanto ao tem po, reservar no máximo
para dem onstrar como pode ser feita a abordagem 20 minutos da aula para este fim. Será enriquecedor
dõ assunto. fazer uso de atividades ou dinâmicas para reforçar o
A lgo muito bom de ser trabalhado é a biografia tema. O livro Boas Idéias para Professores de Educação
de algum ou alguns personagens bíblicos. Moisés, Cristã, de Telma Bueno, editado pela CPAD, apresenta
por exem plo, pode ter sua história dividida em três opções de atividades relacionadas à família para todas
p e río d o s de 40 anos. O apó stolo Paulo pode ser as classes. Lembre-se de que a qualidade do ensino
abordado desta maneira: Saulo, Paulo, as viagens e as é primordial; portanto, faça os 10, 15 ou 20 minutos
cartas. Escolher um livro da Bíblia para ser estudado, valerem a pena!
incentivando sua leitura em casa, poderia ser muito Ser professor da Escola Bíblica Dom inical é um
privilégio. Tem os a nobre missão de transm itir ver­ Tatiane de Souza
produtivo. Imagine como seria em polgante contar a
é professora de
história das Assem bléias de Deus no Brasil I Há tantas dades eternas que têm o poder de limpar, santificar
Escola Dominical
narrativas e acontecimentos interessantes! Peça ajuda e transform ar vid as. O Senhor nos cham ou e nos e do curso de
ao Espírito Santo e use a criatividade! ajudará em cada detalhe desta boa obra. Façam os Teologia para
Adolescentes na
Uma última sugestão é que os professores trabalhem com excelência a nossa parte, permanecendo naquilo
AD em Rio Verde
o seguinte tema, que vem sofrendo ataques veementes que ap ren d e m o s (2Tm 3.14), nos d e d ican d o (Rm (GO), e formada
por ideologias satânicas: a família. E imprescindível 12.7) e m editando continuam ente na Lei do Senhor em Letras.

que o conceito bíblico de fam ília seja ensinado e (SI 1.2), para que a sem en te lançada dê frutos em
constantemente reforçado na igreja. A seguir, vejamos abundância (Mt 13.23). •
um modelo de como o assunto pode ser abordado.
Parte A: Deus criou a família. Conte como Deus
criou o homem e a mulher e como os uniu para vive­
rem num mesmo propósito (Gn 1.27,28). Fale sobre
as crianças que não vivem com seus pais e mostre
que elas tam bém têm uma família. Reforce que tudo
quanto Deus criou é para Sua glória, e com a família
não é diferente.
Parte B: O dever dos filhos. Leia com eles versículos
que tratam do com portam ento que os filhos devem
ter para com seus pais (Ef 6.1-3; Cl 3.20). Há muitos
capítulos e versículos de Provérbios que podem ser
proveitosos nesta parte, como, por exem plo, Provér­
bios 6.20 e 12.1.
Parte C: Como ser uma bênção para sua família?
Faça essa pergunta aos alunos e com ente suas
respostas. Depois, mostre a eles algumas
outras maneiras pelas quais eles podem
contribuir para fazer da casa um lar (ex­
plique a diferença). Algum as sugestões:
não sendo preguiçosos (Pv 6.1); sendo
gentis e am áveis (2Tm 2.24); tendo
paciência (Gl 5.2) etc.
Você pode usar esse crono-
grama, bem como adaptá-lo. Ou
usá-lo apenas como referência
para criar um com o tema que

ENSINADOR CRISTÃO 45
Em Evi

SENHORA VOLTA
MILAGROSAM ENTE A
ESCUTAR A PÓ S QUASE 30
ANOS AO CO M PARECER
A UMA AULA DE EBD
NO RIO DE JAN EIRO
Irmã Áurea foi à Escola Dominical
apenas para aprender e amadurecer
a sua fé em Cristo, mas o Senhor
havia preparado uma grata surpresa
naquele despretensioso domingo na
Classe Débora

Parecia ser apenas mais um dom ingo em que


A u riste la G o n ça lve s de A raújo - ou irmã Á urea,
como prefere ser chamada - se congraçaria com as
demais senhoras da Classe Débora e encontraria a
professora Maria Olívia Maciel da Silva para assistir
a m ais uma aula na Esco la Bíb lica D o m in ical da
Assem bléia de Deus em Benfica, na Zona Norte do
Rio de Janeiro (RJ). Contudo, o Senhor operou algo
extraordinário em sua vida. Na verd ade, naquele
momento, a própria irmã Áurea afirmou que jam ais
havia imaginado congregar na Assembléia de Deus,
uma vez que era m em bro da Igreja Batista, mas,
por ser a A D mais próxim a de sua casa, já estava
particip an do das aulas e m anifestava satisfação ,
por isso, ela continuou a frequentar as aulas.
As irmãs da Classe Débora são testemunhas do milagre
operado por Deus na vida da irmã Áurea, que aparece na A irmã Áurea, baiana de Feira de Santana (BA),
foto abraçada à sua professora Maria Olívia viúva, mãe de cinco filhos e avó de oito netos, mi-

46 ENSINADOR CRISTÃO
grou para o Rio de Janeiro com 20 anos de idade. digo que aquele que crê em mim
A tualm en te está com 80 anos, sendo 50 de vida também fará as obras que eu faço,
cristã - ela aceitou Je su s com o Salvador pessoal e as fará m aiores do que estas,
na Igreja Batista em Irajá, na Zona Norte da capital porque eu vou para meu Pai' (Jo
flum inense. A p esar disso, havia algo que incom o­ 14.12). Em meio a esse am biente
dava a veterana e que a limitava em sua lide diária: polvilhado da Palavra de D eus, a
a perda da audição do ouvido direito há 29 anos irmã Áurea deu um grande salto
por causa de 50 rad io terap ias que fez para uma e fa lo u : 'E u esto u o u vin d o ! Eu
cirurgia de retirada de um câncer na m andíbula. e sto u o u v in d o !'" . A p ro fe s s o ­
"C o m o a n o ssa irm ã havia fic a d o surd a de ra e d e m a is alu n a s, co m o vid as
ap en as um o uvid o, quando m anifestava d ificu l­ p ela m a n ifesta çã o de a le g ria e
dade em ouvir, ela pedia às pessoas que falassem assom bro da aluna, deram glória
pausadam ente e com um pouco mais de volum e. ao Senhor. A própria aluna disse
Áurea convivia, a princípio, bem com sua dificul­ que "enquanto a professora falava,
d ade, haja vista que ela não pediu a D eus a sua as suas palavras iam 'entrando e
cura, estava conform ada com a sua condição, mas abrindo o meu o u vid o '".
o Senhor decidiu surpreendê-la e a todos nós ao A professora Maria Olívia havia
mostrar que Ele é o mesmo Deus que ainda realiza percebido que a aluna havia sen­
cura de enferm idades em nosso m eio ", explica a tado próxim o a ela por conta de
professora Maria O lívia. sua dificuldade no ouvido direito.
"E mais do que uma bênção, é um milagre!" de­ N aquele instante, o m ovim ento
claro u a irm ã Á u re a ap ó s c o n sta ta r q ue ouvia do S e n h o r em r e s t a b e le c e r a
A irmã Áurea assombrou-se com o
p erfeitam ente através do ouvido danificado pela au d ição de sua aluna foi com o milagre divino em sua vida, no qual a
intervenção hum ana. O m ilagre aconteceu no dia se Ele "d e sco lasse o ouvido que sua audição direita voltou ao normal
24 de abril de 2022, no templo-sede da Assem bléia parecia estar com o que co lado ". longo do estudo bíblico em plena
Escola Dominical
de Deus no bairro de Benfica, na Zona Norte do "Houve intensa alegria entre as
Rio de Janeiro (RJ). "N ós servimos a um Deus que alunas, porque todas conheciam
ainda su rp re e n d e com seus fe ito s p o d e ro so s e o seu problem a auditivo . Todas
resta-nos agradecê-lo por Sua bondade dispensada nós levam o s ao c o n h e c im e n to
a todos nós, da mesma maneira com o aconteceu do su p e rin te n d e n te da E sc o la
na vida de nossa irmã Á u re a ", ju b ila o líd e r da B íb lic a D o m in ic a l e ao p a s to r
igreja carioca, o pastor Itam ir G erald o Cardoso. Itam ir C ardo so o ocorrido e, no
M as, co m o a c o n te c e u o m ila g re n a q u e le m om ento op ortuno , a todo s os
m em orável dom ingo? A professora M aria O lívia d e m a is irm ãos naquela m anhã,
e x p lic a : "H o u ve uma troca de p ro fe sso ra s por q ue lo uvaram e g lo rific a ra m a
m otivos p e sso a is e eu fui in d ica d a para m in is­ D eus com o ra ç õ e s de a g ra d e ­
trar a aula naquele dia na revista Lições Bíblicas cim ento por tão grande am o r",
A d u lto s do se g u n d o se m e stre , lição 4, com o conta a professora.
título 'Resguardando-se dos Sentim entos Ruins', A aluna também manifestou-se
para a C lasse D ébora, que reúne as senhoras de e rendeu graças ao Senhor por Sua
nossa igreja. A co nteceu um debate sobre o tema m isericórdia em ter devolvido a
autoridade e uma de nossas irmãs havia citado o sua audição. "Foi na A ssem bléia
reform ador alem ão Martinho Lutero a respeito da de Deus em Benfica que eu obser­
autoridade incontestável da Palavra de Deus, mas vei o am adurecim ento de minha
eu disse que respeitava a declaração do reformador, fé e declaro que o Senhor ainda
corroborando com ele que a Bíblia é a autoridade é um Deus que cura e opera mi­ O pastor Itamir Cardoso enalteceu
m áxim a, mas que tam bém o próprio Je su s disse lagres! A g o ra , a A sse m b lé ia de o nome do Senhor por este milagre
operado na vida da irmã Áurea e
que se créssemos nEle faríamos obras maiores que D e u s é m inha ig re ja " , d e c la ra
enfatizou que D eus ainda realiza
as que Ele realizou: 'Na verd ade, na verd ade vos irmã Á urea. • milagres nos dias atuais

ENSINADOR CRISTÃO 47
¥
Artigo
Eduardo Leandro Alves m
ebD'
\ A CONEXÃO ENTRE
BÍBLICA
DOMINICAL E AS
A t iv id a d e s m is s io n á r ia s
TRANSCULTURAIS
Os objetivos da EBD e a necessidade
do preparo missionário
O s o b jetivo s da Esco la D om inical, conform e o O COM IBAN (Cooperação Missionária Íbero-Ame-
Manual do Superintendente, publicado pela Casa Pu- ricana), com toda a sua experiência, declara de forma
blicadora das Assembléias de Deus (CPAD), identificam assertiva em relação aos missionários: "Você precisa de
quatro pontos fundamentais: ganhar almas, educar o preparação teológica!". Um missionário sem formação é
ser humano na Palavra de Deus, desenvolver o caráter como um soldado indefeso ou um médico sem estudos
cristão e treinar obreiros. Todos esses quatro pontos de anatomia. Por exemplo, se seu filho foi diagnosticado
são fundam entais na form ação de um m issionário, com uma doença terminal, você vai querer a intervenção
em especial para servir na M issão Transcultural. O de alguém preparado para a tarefa. Da mesma forma, o
Missiólogo William D. Taylor diz que em média 5% dos missionário deve proclamar fielmente o Deus revelado
missionários voltam prematuramente e, infelizmente, nas Escrituras, explicar o Plano de Salvação, discipular
o Brasil é um dos países que possui a maior taxa de biblicamente, ser modelo e ensinar a obediência, e acon­
| retorno prematuro do mundo: 8,5%. A principal causa selhar biblicamente em um mundo perverso (Fp 2.15).
# ¥ identificada é a falta de preparo. Este problema faz O preparo te o ló g ico está d isp o nível em aulas
parte das causas evitáveis e as agências missionárias bíblicas em uma igreja local, institutos, seminários. A
e igrejas podem contribuir para diminuir esse índice Escola Bíblica Dominical cumpre um papel importan­
investindo num bom preparo de seus candidatos ao tíssimo nesse preparo, pois um aluno que frequenta
campo missionário."Embora não seja um seminário, nem a EBD regularm ente possui uma sólida base bíblica
possua uma impressionante grade curricular, é a Escola que servirá por toda a sua vida e sobre a qual novos
Dominical uma eficientíssima oficina de obreiros", nos aprendizados poderão ser colocados, pois a estrutura,
diz o pastor Claudionor de Andrade no referido manual. os alicerces colocados pela EBD , perduram.
pois um aluno que
frequenta a E 6 0
regularmente possui
uma sólida base
bíblica que servira
por toda a sua vida" £30
Para o missionário, essa preparação é indispensá­ O Objetivo d a s M issões
vel, pois como vamos apresentar Deus, o Evangelho Já sabem os que o objetivo de Missões é anunciar
e a fé que não conhecem os nem com preendem os? Cristo como Salvador a toda humanidade. A Missão é
Além disso, lembre-se que ser um missionário trans- de Deus e fazer Missões é cumprir a Missão de Deus.
cultural exige pregar principalm ente em contextos Isto é provado em Mateus 28.19, Marcos 16.15 e Tito
onde existam religiões com uma teo lo g ia robusta 2.11, que tam bém mostram que todos os hom ens
diferente da bíblica e que a defend erão com zelo estão incluídos no Plano de Salvação. O Evangelho é
(1 Pe 3.15). para todos em todos os lugares. Atos 1.8 estabelece
Um nome muito conhecido no meio de missões os lugares onde deve ser proclam ado o Evangelho.
transculturais é Ronaldo Lidório, pastor e missionário. O livro de A tos tam bém nos dá um programa geral
Ele ensina que o Evangelho é supracultural, pois define da exp an são da p ro clam ação através do trabalho
o ser humano e não o contrário; m ulticultural, pois missionário. Havia um crescim ento quantitativo:
atrai ao Senhor Je su s pessoas de toda tribo, língua 1. Alm as "acrescidas" (At 2. 41-42,47)
e nação; intercu ltu ral, pois a igreja é viva e deve 2. O número de discípulos "continuava a se mul­
viver em com unhão; cultural, pois o próprio Senhor tiplicar" (At 6. 1,7; 9.31).
Je s u s se revela em nossos dias, na nossa história, Crescimento quantitativo era evidente por causa do
mas sem pecar o nosso pecado; transcultural, pois
deve ser levado de uma cultura para outra pela obra
crescimento espiritual, comunhão, compartilhamento,
adoração e testemunhos dos crentes (Atos 2.41,47). Os
/
missionária; e, por fim, contracultural, pois alcança o apóstolos e alguns outros ouviram a ordem do Senhor
ser humano onde ele está e o transform a. como relatada em Mateus 28.18-20. Certam ente eles

Q / ENSINADOR CRISTÃO 49
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não puderam esquecer aquelas palavras e o registro
CONCLUSÃO
da extensão do crescim ento da Igreja segue o perfil
geográfico de Atos 1.8. É preciso reconhecer ainda As alterações na sociedade atual são rápidas e
que não há mais qualquer referência em Atos à ordem constantes. Vivemos em um mundo onde as nações
do Senhor após Atos 1.8. se aproximam umas das outras velozmente pelos
Além dos pontos estratégicos para se fazer Missões, meios de transporte e a com unicação quebra as
Atos 1.8 diz que o trabalho missionário deve ser feito barreiras da distância, divulgando toda e qualquer
ao m esm o te m p o em cada um dos quatro lugares notícia, falsa ou verdadeira.
(Jerusalém , Judeia, Samaria, confins da terra). O tra­ A Igreja precisa agir ensinando ao nosso povo
balho dos discípulos não deveria primeiro ser iniciado com o utilizar as ferram entas de nosso tem po.
e completado em um lugar para depois partirem para De novo, reforçamos que a EBD é fundam ental
outro. Essa simultaneidade está expressa nas palavras para que essas ferram entas sejam apresentadas
"tanto em ", "como em" e "até os". à igreja local. Por meio da EB D , entendem os (e
A Igreja hodierna tem avançado consideravelmente reforçamos) questões que são basilares: a Bíblia é
na conquista dos povos, mas temos que observar que a nossa regra de fé e praticar missões é o objetivo
existem aproxim adamente 1,7 bilhão de pessoas no principal dela. Jesus ordenou a permanência dos
mundo que ainda não ouviram o evangelho . Essa Seus discípulos em Jerusalém até o revestimento
grande massa tem as barreiras transculturais da re­ de poder (Lc 24.29). Retornar ao ensino básico é
ligião milenar e os costum es que às vezes parecem sentir a necessidade de revestim ento de poder
intransponíveis ao nosso mundo moderno. Os povos para que o mundo de hoje seja alcançado não pela
não alcançados ainda são os que vivem na miséria palavra persuasiva, mas pela dem onstração do
social, cultural e econôm ica. Só o Evangelho pode Espírito Santo que transforma a vida das nações.
mudar este quadro. A descida do Espírito Santo, o revestim ento de
Existem ainda, em nosso te m p o , d eu ses d e s ­ poder, capacita os crentes a serem testem unhas
co nh ecid o s que são ad orado s, ocup ando o lugar de Jesus por todo mundo, e essa capacitação não
Eduardo Leandro
Alves é secretário- do ve rd a d e iro Sen h o r po r d e sc o n h e cim e n to do nos isenta da responsabilidade do estudo siste­
executivo de Missões
Evangelho. O apóstolo Paulo se deparou com esta mático das Escrituras, mas deve estar aliada a ele.
e diretor do Centro
de Estudos da re alid ad e quando encontrou entre os ate n ie n se s
Assembléia de Deus essa adoração ao inexistente (At 17.23). Conform e BIBLIOGRAFIA:
em João Pessoa (PB);
este texto, existem santuários, altares e deuses que - AN D RAD E, Claudionor Corrêa de Andrade. Manual do
e doutor e mestre
precisam ser«ubstituído s na vida dos superintendente da escola dominical. 15‘ im pressão. Rio
em Teologia pelas
. de Janeiro: CPAD, 2020, p. 17.
Faculdades EST. verdadeira aoloração a Deus.

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"A Igreja precisa agir


ensinando ao nosso
povo como utilizar
as Ferramentas de
nosso tempo. De
novo, refçyçamos que
a E6D é fundamental
para que essas
ferramentas sejam
apresentadas a
igreja local"
SEJAM O S IM ITAD O RES
D E CR ISTO EM ESP ÍR ITO
E V ER D A D E
Para a m aioria dos cristãos, a san tid ad e é um estilo de vida ou um a ética que se espera atingir.
Escrito de form a ab ran g en te para leigos e estudiosos, S a n tid a d e d esafia esta ideia co m u m e n te
aceita, ao m ergulhar no seu conceito teológico. Buscando ocupar um espaço não antes desbravado
no estudo do tem a, o pastor e doutor em filosofia Bernie A. Van De W alle preparou esta introdução
teológica para que você red escubra a santid ad e bíblica.

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