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DIVERSIDADE CULTURAL
UNIASSELVI-PÓS
Programa de Pós-Graduação EAD
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Equipe Multidisciplinar da
Pós-Graduação EAD: Prof.ª Bárbara Pricila Franz
Prof.ª Tathyane Lucas Simão
Prof. Ivan Tesck
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
370
A243e Adriano, Graciele Alice Carvalho
Educação integral e diversidade cultural / Graciele Alice Carvalho
Adriano. Indaial : UNIASSELVI, 2017.
150 p. : il.
ISBN 978-85-69910-65-7
1. Educação.
I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
Graciele Alice Carvalho Adriano
APRESENTAÇÃO.............................................................................7
CAPÍTULO 1
Educação Integral e Diversidade Cultural: a Escola na
Contemporaneidade ......................................................................9
CAPÍTULO 2
Multiculturalismo e Interculturalidade: a Diversidade
Étnico-racial no Contexto Educacional..................................39
CAPÍTULO 3
Diversidade, Alteridade e Questões de Gênero......................61
CAPÍTULO 4
A Relação da Diversidade Social com a Desigualdade
Econômica......................................................................................97
CAPÍTULO 5
Estudos Sobre a Diversidade no Contexto Escolar............127
APRESENTAÇÃO
A disciplina de Educação Integral e Diversidade Cultural apresenta como
objetivo auxiliar no entendimento de conceitos referentes à diversidade que
compõem o território nacional. Destacar temas referentes à diversidade cultural
que explicitem fundamentos para uma reflexão quanto às desigualdades sociais
presentes na contemporaneidade.
Desta forma, convido você a iniciar os estudos sobre um tema polêmico, que
necessita ter seus conceitos desmistificados para um amplo entendimento sobre o
assunto: as discussões que orientam os entendimentos sobre a diversidade cultural.
Bons estudos!
A autora.
C APÍTULO 1
Educação Integral e Diversidade
Cultura:aEscolanaContemporaneidade
10
Capítulo 1 EDUCAÇÃO INTEGRAL E DIVERSIDADE CULTURAL:
A ESCOLA NA CONTEMPORANEIDADE
ContextualiZação
Neste primeiro capítulo da disciplina estudaremos assuntos referentes à
educação integral e à diversidade cultural nas relações que ocorrem na escola
contemporânea. Para compreendermos o contexto da discussão, abordaremos
conceitos quanto à relação entre a educação integral e a diversidade cultural.
Assim, destacamos as principais premissas sobre a educação integral, no intuito
de você, acadêmico, conseguir relembrar para mediar seus conhecimentos com o
tema que será estudado nesta disciplina: a diversidade cultural.
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Educação Integral e Diversidade Cultural
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Capítulo 1 EDUCAÇÃO INTEGRAL E DIVERSIDADE CULTURAL:
A ESCOLA NA CONTEMPORANEIDADE
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Educação Integral e Diversidade Cultural
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Capítulo 1 EDUCAÇÃO INTEGRAL E DIVERSIDADE CULTURAL:
A ESCOLA NA CONTEMPORANEIDADE
15
Educação Integral e Diversidade Cultural
Temas como a
diversidade cultural O programa de Educação Integral permite uma nova organização
são desenvolvidos escolar, com novos tempos, espaços e saberes. Temas como a
de forma integrada, diversidade cultural são desenvolvidos de forma integrada, globalizada,
globalizada,
presentes nas presentes nas discussões e estudos segundo a reorganização curricular
discussões e necessária para a demanda escolar.
estudos segundo
a reorganização
curricular necessária
para a demanda
escolar.
16
Capítulo 1 EDUCAÇÃO INTEGRAL E DIVERSIDADE CULTURAL:
A ESCOLA NA CONTEMPORANEIDADE
Atividade de Estudos:
17
Educação Integral e Diversidade Cultural
Kersten (2014) nos Porém, Kersten (2014) nos lembra que para os antropólogos o
lembra que para
os antropólogos conceito de cultura transcende as características atribuídas pelo senso-
o conceito de comum. No final do século XVIII, na Alemanha, o termo cultura começou
cultura transcende a ser discutido no sentido aceito pela Antropologia.
as características
atribuídas pelo senso-
comum. O conceito de cultura, ou Kultur, para os burgueses alemães
assinalava que "[...] as diferenças culturais eram essenciais na defesa
de sua unidade política. [...] a cultura identificaria e diferenciava um povo e
deveria ser compreendido no plural" (KERSTEN, 2014, p. 712). Em contrapartida
do pensamento idealizado pela expansão anglo-francesa que apontava as outras
sociedades como estágios a serem vencidos até alcançarem a sua própria forma
de organização social, a "civilização".
18
Capítulo 1 EDUCAÇÃO INTEGRAL E DIVERSIDADE CULTURAL:
A ESCOLA NA CONTEMPORANEIDADE
A cultura seria
A cultura seria então uma premissa que demarcava a constituição então uma premissa
que demarcava a
de um povo e contradizia a ideia de civilização. Segundo Kersten constituição de um
(2014, p. 712-713): povo e contradizia a
ideia de civilização.
19
Educação Integral e Diversidade Cultural
20
Capítulo 1 EDUCAÇÃO INTEGRAL E DIVERSIDADE CULTURAL:
A ESCOLA NA CONTEMPORANEIDADE
Cult Boas afirmava ainda que, cada cultura apresenta um estilo próprio
expresso por meio da língua, crenças, costumes, arte e no comportamento das
pessoas. Para ele as várias expressões culturais se encontram inter-relacionadas,
onde qualquer alteração que ocorra com uma afetará sistematicamente as restantes.
Atividade de Estudos:
DeFiniçãodeCulturanaContemporaneidade
Podemos notar que desde o século passado pesquisadores têm revelado
preocupações sobre a concepção dos estudos da cultura humana. Atualmente, os
estudos se intensificaram com o aumento do contato entre as nações e povos, um
dos efeitos da globalização.
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Educação Integral e Diversidade Cultural
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Capítulo 1 EDUCAÇÃO INTEGRAL E DIVERSIDADE CULTURAL:
A ESCOLA NA CONTEMPORANEIDADE
Com base nos estudos sobre cultura, como poderíamos definir a cultura
brasileira? No seu entendimento, como você explicaria o conceito de cultura
referindo ao contexto nacional brasileiro?
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Educação Integral e Diversidade Cultural
Atividade de Estudos:
A DesmistiFicação da Diversidade
Cultural: Garantia de Direitos
As discussões sobre a diversidade cultural foram acompanhadas pela
Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura – UNESCO,
a partir do ano de 1967, com a inserção de um programa específico para a área
de políticas culturais.
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Capítulo 1 EDUCAÇÃO INTEGRAL E DIVERSIDADE CULTURAL:
A ESCOLA NA CONTEMPORANEIDADE
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Educação Integral e Diversidade Cultural
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Capítulo 1 EDUCAÇÃO INTEGRAL E DIVERSIDADE CULTURAL:
A ESCOLA NA CONTEMPORANEIDADE
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Educação Integral e Diversidade Cultural
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Capítulo 1 EDUCAÇÃO INTEGRAL E DIVERSIDADE CULTURAL:
A ESCOLA NA CONTEMPORANEIDADE
os direitos culturais
O país reconhece os direitos culturais contemplados no artigo 215 são reconhecidos
da Constituição Federal de 1988, "o Estado garantirá a todos o pleno como parte dos
direitos humanos,
exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, garantidos nos
e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações fundamentos da
culturais" (BRASIL, 2010, p. 139). Desta forma, podemos afirmar República Brasileira
e expressos
que os direitos culturais são reconhecidos como parte dos direitos no conceito de
humanos, garantidos nos fundamentos da República Brasileira e cidadania.
expressos no conceito de cidadania.
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Educação Integral e Diversidade Cultural
Atividade de Estudos:
30
Capítulo 1 EDUCAÇÃO INTEGRAL E DIVERSIDADE CULTURAL:
A ESCOLA NA CONTEMPORANEIDADE
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Educação Integral e Diversidade Cultural
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Capítulo 1 EDUCAÇÃO INTEGRAL E DIVERSIDADE CULTURAL:
A ESCOLA NA CONTEMPORANEIDADE
33
Educação Integral e Diversidade Cultural
Um dos pontos Um dos pontos principais a ser desenvolvido nas escolas seria
principais a ser
desenvolvido nas o entendimento sobre o conceito de diversidade na educação. Assim,
escolas seria o os professores, ao considerarem uma educação inclusiva passam a
entendimento valorizar e compreender a diversidade humana brasileira, a garantia
sobre o conceito
de diversidade na de igualdade dos direitos humanos, efetivando a premissa do acesso à
educação. escola para todos.
Atividade de Estudos:
34
Capítulo 1 EDUCAÇÃO INTEGRAL E DIVERSIDADE CULTURAL:
A ESCOLA NA CONTEMPORANEIDADE
Algumas Considerações
Ao final dos nossos estudos sobre a diversidade cultural em relação
à Educação Integral podemos perceber a presença constante dos efeitos da
globalização no desenvolvimento social. São situações que refletem nos
entendimentos das pessoas em relação aos modos de sentir, viver e pensar
numa nova modalidade social, inventada por determinadas organizações
políticas supranacionais.
35
Educação Integral e Diversidade Cultural
ReFerências
ARROYO, Miguel. Ofício de mestre: imagens e autoimagens. Petrópolis (RJ):
Vozes, 2002.
FLEURI, Reinaldo Matias. Intercultura: estudos emergentes. Ijuí: Ed. Unijuí, 2001.
37
Educação Integral e Diversidade Cultural
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C APÍTULO 2
MulticulturalismoeInterculturalidade:
aDiversidadeÉtnico-RacialnoContexto
Educacional
40
Capítulo 2 MULTICULTURALISMOEINTERCULTURALIDADE:ADIVERSIDADEÉTNICO-RACIAL
NO CONTEXTO EDUCACIONAL
ContextualiZação
Prosseguimos nossos estudos sobre outros temas que compõem as
discussões sobre a diversidade cultural. Apresentaremos conceitos referentes ao
multiculturalismo e interculturalidade. Iniciamos nossos estudos com uma reflexão
inicial: será que há diferença entre os dois termos?
DeFinição de Multiculturalismo
Para entender a definição de multiculturalismo se faz necessário analisar o
contexto histórico de sua formação. Gonçalves e Silva (2006) afirmam que o termo
multiculturalismo se originou em países onde a diversidade cultural
constitui-se como um problema na construção da unidade nacional. O multiculturalismo
surge como um
princípio ético para
São países que possuem uma diversidade cultural, em que orientar a ação
alguns membros da sociedade de uma cultura acabaram se impondo daqueles grupos
dominados, a
como superiores aos demais, por meio de processos autoritários. garantir os direitos
Nesse sentido, o multiculturalismo surge como um princípio ético para de preservação de
orientar a ação daqueles grupos dominados, a garantir os direitos de suas características
culturais.
preservação de suas características culturais.
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Educação Integral e Diversidade Cultural
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Capítulo 2 MULTICULTURALISMOEINTERCULTURALIDADE:ADIVERSIDADEÉTNICO-RACIAL
NO CONTEXTO EDUCACIONAL
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Educação Integral e Diversidade Cultural
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Capítulo 2 MULTICULTURALISMOEINTERCULTURALIDADE:ADIVERSIDADEÉTNICO-RACIAL
NO CONTEXTO EDUCACIONAL
Atividade de Estudos:
45
Educação Integral e Diversidade Cultural
Perspectivas do Interculturalismo
As discussões sobre a diversidade cultural na América Latina surgiram na
década de 1980, ocultas até então, defendidas pela concepção do Estado-Nação,
ou seja, defendiam uma homogeneização aparente, que procurava excluir as
diferenças na sociedade.
Figura 17 – Interculturalismo
46
Capítulo 2 MULTICULTURALISMOEINTERCULTURALIDADE:ADIVERSIDADEÉTNICO-RACIAL
NO CONTEXTO EDUCACIONAL
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Educação Integral e Diversidade Cultural
Atividade de Estudos:
48
Capítulo 2 MULTICULTURALISMOEINTERCULTURALIDADE:ADIVERSIDADEÉTNICO-RACIAL
NO CONTEXTO EDUCACIONAL
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Educação Integral e Diversidade Cultural
50
Capítulo 2 MULTICULTURALISMOEINTERCULTURALIDADE:ADIVERSIDADEÉTNICO-RACIAL
NO CONTEXTO EDUCACIONAL
O conceito de racismo foi criado nos anos de 1920, e desde então recebeu
várias interpretações com significados diversos. Geralmente, conforme Munanga
(2003), o termo racismo apresenta um sentido a partir da raça, teoricamente uma
ideologia essencialista que divide a humanidade em grandes grupos denominados
de raças com contrastes diferenciados, ou seja, são as diversas características
físicas hereditárias que determinam as psicológicas, morais, intelectuais e
estéticas, esquematizadas numa escala de valores desiguais.
51
Educação Integral e Diversidade Cultural
Para Munanga Para Munanga (2003, s.p.), o racismo consiste na "[...] crença na
(2003, s.p.), o existência das raças naturalmente hierarquizadas pela relação intrínseca
racismo consiste
na “[...] crença entre o físico e o moral, o físico e o intelecto, o físico e o cultural". Nesse
na existência das sentido, o racista atribui um sentido sociológico ao conceito de raça,
raças naturalmente
hierarquizadas pela transcende as diferenças físicas e contempla exclusivamente os traços
relação intrínseca culturais, linguísticos, religiosos, entre outros. Em seguida, atribui um
entre o físico e o valor inferior aos grupos com características culturais diferentes do seu,
moral, o físico e o
intelecto, o físico e o como consequências das suas características físicas ou biológicas.
cultural”.
Atualmente, o sentido do racismo não se fundamenta mais
exclusivamente no conceito de raça com caráter biológico, que decretava as
diferenças entre os diversos grupos culturais. Assim, atualmente, os estudos
sobre o racismo identificam outros tipos de essencialização, como a histórico-
cultural, sustentada pelas representações do imaginário coletivo. Outrora, o
racismo clássico se baseava na noção de raças, o novo racismo se sustenta na
noção de etnia que passa a definir os grupos culturais (MUNANGA, 2003).
relação
culturas.
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estudiosos Apesar de alguns estudiosos substituírem o conceito de raça
substituírem o por etnia e justificarem seus significados e práticas sociais, ainda
conceito de raça por no cotidiano a sociedade vela um racismo baseado na relação
etnia e justificarem
seus significados hierarquizada entre as diferentes culturas. O racismo atualmente
e práticas sociais, praticado não se fundamenta nos conceitos de raça biologicamente,
ainda no cotidiano a
sociedade vela um mas nos conceitos de etnia, da diferença cultural ou identidade cultural.
racismo baseado na Vale lembrar ainda, caro acadêmico, que os entendimentos sobre as
relação hierarquizada mesmas raças de ontem consistem na concepção de etnias atualmente
entre as diferentes
culturas. (MUNANGA, 2003).
52
Capítulo 2 MULTICULTURALISMOEINTERCULTURALIDADE:ADIVERSIDADEÉTNICO-RACIAL
NO CONTEXTO EDUCACIONAL
doutrina,
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em: <http://www.geledes.org.br/kabengele-munanga-
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Atividade de Estudos:
53
Educação Integral e Diversidade Cultural
Relação do Multiculturalismo e
Interculturalidade com a Educação
ContemporÂnea
O início das discussões sobre a perspectiva do multiculturalismo na
educação, de acordo com Gonçalves e Silva (2006), surgiu dos estudos de
professores doutores afro-americanos, da área dos Estudos Sociais: Gwedolyn
C. Baker, James Banks, Geneva Gay e Carl A. Grant. Os professores tiveram
influências dos Estudos Negros e dos Black Studies nas escolas, e passaram a
contribuir nas pesquisas e práticas pedagógicas sobre o tema.
das produções id
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54
Capítulo 2 MULTICULTURALISMOEINTERCULTURALIDADE:ADIVERSIDADEÉTNICO-RACIAL
NO CONTEXTO EDUCACIONAL
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(McLAREN, 2000, p. 43).
Paulo Freire, para ler tanto a palavra quanto o mundo
para o desenvolvimento de uma pedagogia, como diria
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gociar e traduzir criticamente suas próprias experiências
tenta oferecer aos estudantes os meios críticos para ne-
étnico ouvezes
racial.contraditório. [...] Em segundo lugar, tal pedagogia
tório deacesso
uais de mesmo significados, construído
para todos em camadas
os estudantes,
e a subjetividade do estudante é vista como um reposi-
grande
e muitas
independente
formulação nas instituições de ensino. O objetivo seria possibilitar
te é validado como uma fonte primária de conhecimento,
ofessoresEmafro-americanos
primeiro lugar, ao conceito
inserção de daexperiência
educação multicultural
do estudan-
aprendizagem nos estudantes, no momento em que realizam a leitura da palavra,
imagem e dos sentidos empreendidos no mundo, de forma crítica. Com o objetivo
dos estudantes desenvolverem uma consciência cultural, baseada na percepção
das produções ideológicas que imperam na vida social.
55
Educação Integral e Diversidade Cultural
56
Capítulo 2 MULTICULTURALISMOEINTERCULTURALIDADE:ADIVERSIDADEÉTNICO-RACIAL
NO CONTEXTO EDUCACIONAL
57
Educação Integral e Diversidade Cultural
Atividade de Estudos:
Algumas Considerações
Nessa etapa de estudos percebemos que a clareza na definição quanto
à multiculturalidade e interculturalidade se integram nos estudos sobre as
relações étnico-raciais desenvolvidas no contexto educacional. Sobretudo,
podemos destacar que o início das discussões sobre os estudos da
interculturalidade iniciaram com a globalização, ou seja, a globalização incidiu
uma sucessão de acontecimentos que desencadeou mudanças na sociedade,
expandindo o contato intercultural, principalmente por meio das tecnologias de
comunicação e informação.
58
Capítulo 2 MULTICULTURALISMOEINTERCULTURALIDADE:ADIVERSIDADEÉTNICO-RACIAL
NO CONTEXTO EDUCACIONAL
ReFerências
ASTRAIN, R. S. Ética intercultural e pensamento latino-americano: problemas
e perspectivas de uma ética intercultural no marco da globalização cultural. In:
SIDEKUM, A. (Org.). Alteridade e Multiculturalismo. Ijuí: Ed. Unijuí, 2003, p.
319-347.
59
Educação Integral e Diversidade Cultural
60
C APÍTULO 3
Diversidade,Alteridade e Questões de
Gênero
62
Capítulo 3 DIVERSIDADE, ALTERIDADE E QUESTÕES DE GÊNERO
ContextualiZação
Neste capítulo, você aprofundará seus conhecimentos sobre os conceitos de
alteridade, gênero e diversidade. Serão apresentadas definições e o percurso histórico
dos estudos e discussões que permeiam as discussões sobre gênero e diversidade.
AspectosHistÓricosSobreoEstudode
Gênero e Diversidade
Os estudos sobre as questões de gênero e diversidade na educação
brasileira são recentes, baseados na perspectiva de valorização da igualdade de
gênero e no respeito e reconhecimento cultural da diversidade sexual. O objetivo
atual pontua a transformação das práticas escolares, na busca de problematizar
as lógicas que reproduzem as concepções de desigualdade e opressão.
63
Educação Integral e Diversidade Cultural
O início dos estudos O início dos estudos eclodiu a partir da década de 1970, por
eclodiu a partir da meio dos movimentos feministas, que acabaram influenciando as
década de 1970, por
meio dos movimentos formas de pensar sobre o assunto nas escolas. Neste contexto, os
feministas, estudos incitaram reflexões sobre a condição da mulher na sociedade
que acabaram
influenciando as brasileira, principalmente voltados ao espaço escolar, entendido como
formas de pensar meio formador e reprodutor de desigualdades sociais, e facilitador das
sobre o assunto nas discussões sobre as práticas educativas não sexistas.
escolas.
64
Capítulo 3 DIVERSIDADE, ALTERIDADE E QUESTÕES DE GÊNERO
65
Educação Integral e Diversidade Cultural
Em seus estudos, Joan Scott (1986), citada por Louro (2003), corrobora com
a concepção de desconstrução do caráter permanente da oposição
A proposta de
desconstrução das binária presente na sociedade quanto ao masculino e feminino.
dicotomias sustenta Desta forma, as sociedades apresentam um pensamento dicotômico
a premissa que cada a respeito de gênero que necessita ser desconstruído, apontando o
polo; masculino ou
feminino, não se homem e mulher como seres opostos que se relacionam numa lógica
constitui unicamente, de dominação-submissão.
mas apresenta
características
de cada um, A proposta de desconstrução das dicotomias sustenta a premissa
evidenciando um que cada polo; masculino ou feminino, não se constitui unicamente, mas
caráter plural de
pensamento. apresenta características de cada um, evidenciando um caráter plural
de pensamento. A oposição passa a ser construída socialmente, sendo
66
Capítulo 3 DIVERSIDADE, ALTERIDADE E QUESTÕES DE GÊNERO
67
Educação Integral e Diversidade Cultural
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Atividade de Estudos:
68
Capítulo 3 DIVERSIDADE, ALTERIDADE E QUESTÕES DE GÊNERO
DeFinições de Sexualidade,
Orientação Sexual e Teoria QUEER
Estudiosos e cientistas sociais apresentam uma noção de sexualidade voltada
para a construção da percepção dos corpos, desejos, comportamentos e identidades
que as pessoas desenvolvem ao longo de sua existência, com influências da
apropriação subjetiva cultural, social e histórica. Nesse sentido, as concepções sobre
gênero variam conforme os aspectos culturais, de classe social e de acordo com os
momentos históricos. A cultura ocidental atribui as diferenças sexuais como princípios
para a construção da identidade de gênero (CEPESC, 2009).
A orientação sexual
A orientação sexual trata sobre o sexo das pessoas que são eleitos trata sobre o sexo
das pessoas que são
como objetos de desejo e afeto, a divisão da orientação sexual acontece eleitos como objetos
de diversas formas como algumas exemplificadas na figura 27: de desejo e afeto.,
_______________________________________________
_______________________________________________
a:
_______________________________________________
desejo e afeto, a divisão da orientação sexual acontece
o_______________________________________________
sexual trata sobre o sexo das pessoas que são eleitos
_______________________________________________
o_______________________________________________
da identidade de gênero (CEPESC, 2009).
_______________________________________________
a
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Sexualidade,
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Estudos:
26
(2003), –de
sociais
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Adaptado 27
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voltada
no
de
Assim, o termo
Assim, o termo "orientação sexual" contrapõe a noção de "opção “orientação sexual”
contrapõe a noção
sexual", compreendida como uma escolha pessoal, independente das de “opção sexual”,
influências do contexto social. As maneiras como expressamos nossas compreendida como
uma escolha pessoal,
formas de agir, pensar e sentir refletem sutilmente as experiências que independente das
vivenciamos socialmente (CEPESC, 2009). influências do
contexto social.
69
Educação Integral e Diversidade Cultural
70
Capítulo 3 DIVERSIDADE, ALTERIDADE E QUESTÕES DE GÊNERO
71
Educação Integral e Diversidade Cultural
72
Capítulo 3 DIVERSIDADE, ALTERIDADE E QUESTÕES DE GÊNERO
73
Educação Integral e Diversidade Cultural
Homossexual Queer
Regime de verdade Binário hetero-homo Normal-anormal
Defesa da Crítica aos regimes
Luta política
homossexualidade de normalização
Perspectiva Diversidade Diferença
Concepção de poder Repressora Disciplinar/Controle
Atividade de Estudos:
74
Capítulo 3 DIVERSIDADE, ALTERIDADE E QUESTÕES DE GÊNERO
75
Educação Integral e Diversidade Cultural
Para Butler (apud SALIH, 2012), a crítica genealógica quanto ao ser "sujeito"
está de acordo com sua identidade generificada e sexuada, constituída de forma
performática, afirma ainda que as pessoas não nascem mulheres ou homens,
mas tornam-se, conforme as ações e o que fazem, acima do que são fisicamente.
As ConQuistas da MulHer na
Contemporaneidade
Para compreendermos a posição da mulher na sociedade contemporânea,
precisamos relembrar de alguns fatos que ocorreram na história quanto às
discussões sobre gênero. Somente assim conseguiremos expor a importância
sobre os estudos da temática, bem como apresentar subsídios que nortearão
possíveis reflexões em relação à posição da mulher na sociedade.
76
Capítulo 3 DIVERSIDADE, ALTERIDADE E QUESTÕES DE GÊNERO
77
Educação Integral e Diversidade Cultural
78
Capítulo 3 DIVERSIDADE, ALTERIDADE E QUESTÕES DE GÊNERO
79
Educação Integral e Diversidade Cultural
Atividade de Estudos:
80
Capítulo 3 DIVERSIDADE, ALTERIDADE E QUESTÕES DE GÊNERO
81
Educação Integral e Diversidade Cultural
As feministas
usam o termo Em consonância com Batliwala (1994, p. 129), o termo
empoderamento para
definir o poder em empoderamento atribui o conceito à palavra poder segundo um "[...]
algumas vertentes, controle sobre recursos materiais, intelectuais e ideologia", ou seja,
como considerar: os um controle sobre os recursos disponíveis que estão sob controle
oprimidos ao invés
dos opressores; masculino patriarcal, o controle sobre as decisões e a igualdade de
utilizar o “poder direitos humanos.
para” ao contrário
de “poder sobre”; e
o poder no sentido As feministas usam o termo empoderamento para definir o poder
de substituir a
dominação por em algumas vertentes, como considerar: os oprimidos ao invés dos
competência. opressores; utilizar o "poder para" ao contrário de "poder sobre";
82
Capítulo 3 DIVERSIDADE, ALTERIDADE E QUESTÕES DE GÊNERO
83
Educação Integral e Diversidade Cultural
Igualdade de Gênero
Por muito tempo o Brasil sustentou os princípios discriminatórios
Por muito tempo do Código Civil de 1916. O documento privilegiava o sistema patriarcal
o Brasil sustentou em detrimento da figura feminina na sociedade, assegurando a
os princípios anulação do casamento caso a mulher não fosse virgem. A mulher
discriminatórios do
Código Civil de 1916. também ficava isenta de receber herança caso apresentasse um
comportamento desonesto, não legitimava os filhos nascidos fora
do casamento. Assim que casava, a mulher perdia sua capacidade civil, sendo
igualada aos menores de idade, necessitando da permissão de seu marido.
O Código Civil perdurou até o ano de 1962, quando foi revogado pelo
"estatuto da mulher casada" com a Lei nº 4.121/1962. O texto avançou no
sentido do tratamento paritário entre os cônjuges, mas ainda continuou afirmando
sobre as diferenças de gênero, como no caso das mulheres consideradas como
concubinas.
84
Capítulo 3 DIVERSIDADE, ALTERIDADE E QUESTÕES DE GÊNERO
85
Educação Integral e Diversidade Cultural
O movimento das
mulheres infere O movimento das mulheres infere sobre a necessidade da
sobre a necessidade construção de novas formas de relações entre homens e mulheres,
da construção de preconizando uma sociedade plural e democrática. Uma organização
novas formas de
relações entre social que contrapõe a subordinação e dependência das mulheres,
homens e mulheres, que sustente a igualdade, relações mais justas e democráticas com a
preconizando uma
sociedade plural e efetiva atuação e compromisso do Estado.
democrática.
86
Capítulo 3 DIVERSIDADE, ALTERIDADE E QUESTÕES DE GÊNERO
Soares (2004) lembra Soares (2004) lembra que nas discussões sobre o tema
que nas discussões surgem três termos que se complementam na relação intrínseca
sobre o tema surgem que estabelecem de forma conceitual: desigualdade, exclusão e
três termos que se
complementam na vulnerabilidade. A desigualdade de renda, oriunda da estrutura
relação intrínseca econômica baseada na pobreza, na carência de acesso e dos recursos.
que estabelecem
de forma conceitual: A exclusão como resultado da carência de acesso aos diversos
desigualdade, recursos, que influenciam nas desvantagens da pessoa em atuar no
exclusão e cotidiano. A vulnerabilidade que apresenta os processos sociais como
vulnerabilidade.
condutores de adversidades, gerando uma ausência de adaptação das
pessoas às novas situações.
88
Capítulo 3 DIVERSIDADE, ALTERIDADE E QUESTÕES DE GÊNERO
89
Educação Integral e Diversidade Cultural
90
Capítulo 3 DIVERSIDADE, ALTERIDADE E QUESTÕES DE GÊNERO
91
Educação Integral e Diversidade Cultural
Atividade de Estudos:
92
Capítulo 3 DIVERSIDADE, ALTERIDADE E QUESTÕES DE GÊNERO
A linguagem, como indica Louro (2003), seria o principal provedor A linguagem, como
de divulgação subjetiva do sexismo, racismo e etnocentrismo. Uma indica Louro (2003),
seria o principal
alternativa apontada revela o uso dos questionamentos como forma provedor de
propulsora de implosão das ideias enrijecidas sobre as relações que divulgação subjetiva
do sexismo, racismo e
inferem a desigualdade nos espaços educativos. etnocentrismo.
93
Educação Integral e Diversidade Cultural
Algumas Considerações
Com o término dos estudos desse capítulo percebemos que as discussões
sobre as questões de gênero e diversidade na sociedade brasileira não se
encerram por enquanto. Consistem em temas atuais, de fundamental relevância
nos debates e embates que ocorrem nos espaços escolares. Imprimem um sentido
de se analisar os entendimentos dos professores e outros profissionais quanto ao
assunto, expressos nos discursos escolares. E você, o que pensa a respeito?
Qual seu entendimento em relação às discussões de gênero e diversidade? Qual
sentido tem seu discurso?
ReFerências
ALVES, J. E. D; CORREA, S. Igualdade e desigualdade de gênero no Brasil: um
panorama preliminar, 15 anos depois do Cairo. In: Seminário Brasil, 15 anos
após a Conferência do Cairo. Belo Horizonte: ABEP, 2009.
94
Capítulo 3 DIVERSIDADE, ALTERIDADE E QUESTÕES DE GÊNERO
95
Educação Integral e Diversidade Cultural
SALIH, S. Judith Butler e a Teoria Queer. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2012.
96
C APÍTULO 4
A Relação da Diversidade Social com a
Desigualdade Econômica
98
Capítulo 4 ARELAÇÃODADIVERSIDADESOCIALCOMADESIGUALDADEECONÔMICA
ContextualiZação
Você estudará nesse capítulo sobre as relações que existem entre a
diversidade social e a desigualdade econômica, e ao longo de seus estudos
verificará a presença constante de termos como globalização e capitalismo.
Assim, apresentaremos um breve contexto histórico para situar os elementos que
acentuaram a desigualdade econômica.
99
Educação Integral e Diversidade Cultural
Dowbor (1994) Desse modo, Dowbor (1994) aponta que a partir do século XVI
aponta que a partir os dois movimentos responsáveis pelas desigualdades e a atual
do século XVI os concepção de pobreza foram: o Capitalismo e a Revolução Industrial. O
dois movimentos
responsáveis pelas capitalismo, entendido como uma forma de governo e mercantilização,
desigualdades e a surgiu entre os séculos XIII e XIV, com o aparecimento da burguesia.
atual concepção
de pobreza foram: Apresentamos uma organização sintetizada da evolução do
o Capitalismo e a capitalismo ao longo dos séculos, até os primórdios da globalização,
Revolução Industrial. com a finalidade de auxiliar no entendimento do assunto.
100
Capítulo 4 ARELAÇÃODADIVERSIDADESOCIALCOMADESIGUALDADEECONÔMICA
2º Guerra
Mundial
Imperialismo Descolonização Terceira Revolução Industrial
monopolios e ologopolios Subdesenvolvimento EUA / Japão
NIC s periodo tecníco e cientifico
(trutes e carteis)
conglomerados
101
Educação Integral e Diversidade Cultural
102
Capítulo 4 ARELAÇÃODADIVERSIDADESOCIALCOMADESIGUALDADEECONÔMICA
O novo mundo que surgia, oriundo do Capitalismo e da Revolução O novo mundo que
Industrial, desencadeou a migração das pessoas em busca de surgia, oriundo do
Capitalismo e da
empregos, forçando-as a abandonar as terras e o trabalho artesanal. Revolução Industrial,
A demanda resultou na perda da identidade cultural e social e no desencadeou
aumento da população urbana. a migração das
pessoas em busca de
empregos, forçando-
A modificação da estrutura social gerou um diferencial entre o as a abandonar as
número das oportunidades de emprego e a quantidade de pessoas terras e o trabalho
artesanal.
que procuravam empregos, resultando na marginalização, pobreza e
subemprego. As pessoas, em sua maioria, acostumadas com os afazeres rurais,
desconheciam as habilidades técnicas exigidas pela produção industrial, o que
favoreceu a exploração e a oferta de baixos salários aos operários.
Atividade de Estudos:
103
Educação Integral e Diversidade Cultural
Conceito de PobreZa
O conceito de O conceito de pobreza sofreu alterações conforme o percurso
pobreza sofreu
alterações conforme histórico dos entendimentos sobre as representações sociais, ou seja,
o percurso a figura do pobre sempre esteve presente na sociedade humana. Na
histórico dos antiguidade teocêntrica, o pobre era considerado um estado definitivo
entendimentos sobre
as representações da vontade divina. Aceitável socialmente, acabou desencadeando
sociais, ou seja, uma série de ações religiosas voltadas para a caridade (REZENDE
a figura do pobre
sempre esteve FILHO, 2009).
presente na
sociedade humana. Nesse período, a Igreja mantinha o pobre na condição de pobreza
por meio da doação de donativos financeiros, sistematizando um
assistencialismo e comodismo social. Para a sociedade da época, enfrentar
a pobreza significava ir contra a vontade de Deus, ou melhor, da organização
religiosa. O pobre era interpretado como uma situação naturalizada que
complementava a existência da Igreja, em que um dos principais trabalhos era
a caridade aos pobres, repassando os donativos dos ricos aos desafortunados
(FELTRAN, 2005). Nas palavras de Castel (1998, p. 64-65):
104
Capítulo 4 ARELAÇÃODADIVERSIDADESOCIALCOMADESIGUALDADEECONÔMICA
105
Educação Integral e Diversidade Cultural
Segundo Telles (1993), o termo pobre provém do latim pauper, que significa
a ligação com elementos agrícolas, como as terras e gados, sem capacidade
produtiva adequada. Ao longo dos tempos e da consequente industrialização e
urbanização, o termo passou a assumir outro conceito, voltado para a condição
humana, representando o empobrecimento dos trabalhadores, desigualdades
sociais, privação material e inexistência de políticas públicas. Assume um caráter
de ausência de direitos quanto à cidadania e representação social.
Há necessidade
de se resgatar a Para Castel (1998), o conceito de pobreza deve transcender a
definição de pobreza, premissa financeira, assumindo um caráter sociológico e antropológico.
personificando o
pobre como um Há necessidade de se resgatar a definição de pobreza, personificando
sujeito que faz o pobre como um sujeito que faz parte e interage na sociedade.
parte e interage na
sociedade.
Lavinas (2003, p. 29) contribui na discussão e aponta que "[...]
ser pobre é ter, portanto, sua humanidade ameaçada, seja pela não satisfação de
necessidades básicas (fisiológicas e outras), seja pela incapacidade de mobilizar
esforços e meios em prol da satisfação de tais necessidades". Aponta a pobreza
como um processo de desumanização da pessoa que se encontra no estado de
pobreza, que perde automaticamente o direito de cidadania plena.
Atividade de Estudos:
106
Capítulo 4 ARELAÇÃODADIVERSIDADESOCIALCOMADESIGUALDADEECONÔMICA
107
Educação Integral e Diversidade Cultural
108
Capítulo 4 ARELAÇÃODADIVERSIDADESOCIALCOMADESIGUALDADEECONÔMICA
109
Educação Integral e Diversidade Cultural
110
Capítulo 4 ARELAÇÃODADIVERSIDADESOCIALCOMADESIGUALDADEECONÔMICA
O autor Kliksberg
O autor Kliksberg (2000) infere sobre a existência de algumas (2000) infere sobre
"falácias" criadas para amenizar os efeitos das desigualdades sociais a existência de
vivenciadas, e ainda promovem esperança para sua erradicação. algumas “falácias”
criadas para
Afirma ainda sobre a necessidade da superação de tais pressupostos, amenizar os efeitos
que alimentam falsas esperanças sobre uma nova ética ou uma das desigualdades
sociais vivenciadas,
democracia mundial. Organizamos um quadro para que você consiga e ainda promovem
perceber e distinguir as dez falácias apresentadas, que discorrem esperança para sua
justificando as desigualdades sociais. erradicação.
111
Educação Integral e Diversidade Cultural
112
Capítulo 4 ARELAÇÃODADIVERSIDADESOCIALCOMADESIGUALDADEECONÔMICA
Para que tais falácias sejam extintas, há necessidade de uma nova matriz
conceitual do desenvolvimento a médio e a longo prazos, com o propósito de
romper o hábito da fatalidade do atraso ou crise, mas objetivar uma visão ampla
do desenvolvimento no contexto necessita de uma efetiva política que combata a
exclusão social, por meio de revisões na matriz dos planos externo e
Giddens (2001)
interno em nível nacional. aponta sobre o
imperativo de uma
nova interpretação
Para tanto, Giddens (2001) aponta sobre o imperativo de uma da globalização,
nova interpretação da globalização, em que todos se beneficiariam em que todos
com uma nova administração baseada na ética de um novo direito se beneficiariam
com uma nova
mundial, ou seja, de as lideranças mundiais encontrarem formas de administração
desenvolvimento, que proporcionem a todos os mesmos direitos e o baseada na ética
de um novo direito
atendimento as suas necessidades básicas, o que seria um grande mundial.
desafio na história da sociedade.
Atividade de Estudos:
113
Educação Integral e Diversidade Cultural
De acordo
com Campos e
Canavazes (2007), Fonte: Disponível em:<http://geoconceicao.blogspot.com.br/2012/09/a-
a globalização globalizacao-mundializacao-do.html>. Acesso em: 10 jul. 2017.
apresenta
características
que produzem De acordo com Campos e Canavazes (2007), a globalização
o crescimento
do comércio apresenta características que produzem o crescimento do
internacional de comércio internacional de bens, produtos e serviços, ou seja, a
bens, produtos e
serviços, ou seja, a transnacionalização das grandes empresas. Tal situação influencia
transnacionalização diretamente sobre a livre circulação de capitais, como a privatização da
das grandes
economia e redução da atuação do governo e dos Estados-nação.
empresas.
114
Capítulo 4 ARELAÇÃODADIVERSIDADESOCIALCOMADESIGUALDADEECONÔMICA
115
Educação Integral e Diversidade Cultural
Santos (2011) indica três contextos que estão presentes e atuam no mundo
globalizado. O primeiro consiste nos Estados Predominantes, que incidiram na
redução da liberdade política e na soberania dos Estados marginalizados. O segundo
constitui o aumento de Alianças Políticas entre os Estados, como na formação de
blocos econômicos como a União Europeia, NAFTA e o Mercosul. O
O conjunto de terceiro seria o incentivo à Privatização do Poder, na realização de
ações oriundas
da globalização algumas determinações econômicas, sociais e políticas, outrora realizadas
influencia a pelos Estados-nação.
reestruturação do
Estado, refletindo
nas privatizações Nesse sentido, o conjunto de ações oriundas da globalização
de organizações influencia a reestruturação do Estado, refletindo nas privatizações de
públicas e no
consequente organizações públicas e no consequente enfraquecimento da relação
enfraquecimento entre o Estado e a sociedade. Com a presença do neoliberalismo e da
da relação entre globalização, o Estado-nação surge com um novo propósito. Objetiva
o Estado e a
sociedade. sanar os problemas de crescimento e das diferenças de estruturas,
com interesses na proteção da economia, enfatizando a competição e
as privatizações (BRESSER-PEREIRA, 1996).
116
Capítulo 4 ARELAÇÃODADIVERSIDADESOCIALCOMADESIGUALDADEECONÔMICA
117
Educação Integral e Diversidade Cultural
Atividade de Estudos:
118
Capítulo 4 ARELAÇÃODADIVERSIDADESOCIALCOMADESIGUALDADEECONÔMICA
InFluênciasdaDesigualdadenaEducação
Brasileira e a Educação Integral
As desigualdades sociais expressas na deficiente distribuição de renda, bem
como das oportunidades econômicas, políticas e sociais, suscitam a construção
de uma proposta de Educação Integral. Para tanto, primeiramente há necessidade
de se acentuar os estudos e discussões sobre a qualidade da educação em
termos do valor das diferenças, os efeitos da globalização, alterações no mercado
de trabalho, transformações técnico-científicas e socioambientais globais. São
eventos que impõem às políticas públicas e às educacionais novas formas de (re)
agir e conceber a situação contemporânea (BRASIL, 2009).
119
Educação Integral e Diversidade Cultural
A organização da Com base nos preceitos que afirmam sobre a garantia e o acesso à
escola precisa educação, e a igualdade de direitos a todos, as demandas sociais inferem
ser repensada
e reestruturada dados quanto aos processos escolares que enfatizam a perspectiva de
numa condição uma atenção e Educação Integral. A organização da escola precisa ser
que favoreça a repensada e reestruturada numa condição que favoreça a ampliação
ampliação da jornada
escolar, objetivando da jornada escolar, objetivando a qualidade de ensino pautada nas
a qualidade de dimensões de maior tempo e espaço para o aprendizado escolar.
ensino pautada nas
dimensões de maior Dessa maneira, a ampliação da permanência do estudante necessita de
tempo e espaço uma reflexão para ressignificar os tempos e espaços da escola, para
para o aprendizado que atendam aos desafios impostos pela sociedade contemporânea,
escolar.
buscando a igualdade de oportunidades para todos.
Contribuindo para a discussão, Giroux (1997, p. 38) lembra que “[...] deve-se
fazer uma tentativa de analisar as escolas como locais que, embora reproduzam
basicamente a sociedade dominante, também contêm a possibilidade de educar
os estudantes para torná-los cidadãos críticos e ativos (e não simplesmente
trabalhadores)”.
120
Capítulo 4 ARELAÇÃODADIVERSIDADESOCIALCOMADESIGUALDADEECONÔMICA
Os processos
Nesse sentido, notamos que a escola se constitui numa instituição de ensino e
social que busca aprimorar as potencialidades físicas, cognitivas e aprendizagem
afetivas dos estudantes. Os processos de ensino e aprendizagem enfatizam a
construção
enfatizam a construção conceitual por meio dos conteúdos, conceitual por meio
conhecimentos, aprimorando as habilidades, atitudes e valores, de dos conteúdos,
conhecimentos,
maneira contextualizada e participativa. aprimorando as
habilidades, atitudes
A desigualdade social e a organização do sistema educacional e valores, de maneira
contextualizada e
apresentam suas estruturas vinculadas aos processos produtivos, ou participativa.
seja, a sociedade capitalista. A afirmação procede fundamentada nos
preceitos da Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 2010), quando associa a
educação à qualificação para o trabalho, também expressa na LDB/96 (1996, s.
p.) no artigo 2º dos princípios e fins da educação nacional.
121
Educação Integral e Diversidade Cultural
Atividade de Estudos:
122
Capítulo 4 ARELAÇÃODADIVERSIDADESOCIALCOMADESIGUALDADEECONÔMICA
Algumas Considerações
Os estudos desse capítulo apontaram para definições conceituais que
caracterizaram sobre o tema da desigualdade social e sua relação com a economia,
política e sociedade, desde o início do capitalismo e da globalização. Dessa forma,
podemos observar a influência dos novos modos de se conceber a sociedade como
produtora de bens, interferindo nas formas de pensar e agir das pessoas.
123
Educação Integral e Diversidade Cultural
ReFerências
BLASS, L. M. da S. (Org). Ato de trabalhar: imagens e representações. São
Paulo: Annablume, 2006.
124
Capítulo 4 ARELAÇÃODADIVERSIDADESOCIALCOMADESIGUALDADEECONÔMICA
MARX, K.; ENGELS, F. A ideologia alemã. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
125
Educação Integral e Diversidade Cultural
NETTO, J. P.; BRAZ, M. Economia Política: uma introdução crítica. 2. ed. São
Paulo: Cortez, 2007. (Biblioteca Básica de Serviço Social, v. 1).
126
C APÍTULO 5
Estudos Sobre a Diversidade no
Contexto Escolar
128
Capítulo 5 ESTUDOS SOBRE A DIVERSIDADE NO CONTEXTO ESCOLAR
ContextualiZação
No último capítulo privilegiamos os estudos sobre a diversidade presentes no
contexto escolar, mais precisamente os preconizados nas Diretrizes Curriculares
Nacionais da Educação Básica (BRASIL, 2013). O documento infere sobre as
diretrizes que estabelecem a base nacional comum, responsável pela organização,
articulação, desenvolvimento e avaliação das propostas pedagógicas das redes
de ensino no contexto nacional.
OrganiZação do CurrÍculo e o
Multiculturalismo
O termo currículo surgiu em 1633 nos registros da Universidade de Glasgow,
referindo-se a um curso que era ofertado aos estudantes. O curso apresentava
características que indicavam a organização da experiência escolar das pessoas,
aspecto presente nos sentidos atribuídos ao currículo.
129
Educação Integral e Diversidade Cultural
Para Macedo e Lopes (2011, p. 29), "[...] o currículo não forma apenas os
alunos, mas o próprio conhecimento, a partir do momento em que seleciona de
forma interessada aquilo que é objeto da escolarização". Dessa forma, o currículo
passa a ser interpretado como criadores ou reprodutores de uma hegemonia
ideológica de determinados grupos sociais.
130
Capítulo 5 ESTUDOS SOBRE A DIVERSIDADE NO CONTEXTO ESCOLAR
Figura 53 – Multiculturalismo
131
Educação Integral e Diversidade Cultural
132
Capítulo 5 ESTUDOS SOBRE A DIVERSIDADE NO CONTEXTO ESCOLAR
133
Educação Integral e Diversidade Cultural
Atividade de Estudos:
DiretriZesCurricularesNacionaisparaa
Educação Escolar IndÍgena
Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (BRASIL,
2013), nas últimas décadas as comunidades indígenas construíram projetos
de educação escolar diferenciados dos vivenciados no período colonial. As
experiências educacionais atribuem novos significados, afirmando identidades e
sentidos de pertencimento étnico.
134
Capítulo 5 ESTUDOS SOBRE A DIVERSIDADE NO CONTEXTO ESCOLAR
135
Educação Integral e Diversidade Cultural
136
Capítulo 5 ESTUDOS SOBRE A DIVERSIDADE NO CONTEXTO ESCOLAR
137
Educação Integral e Diversidade Cultural
Atividade de Estudos:
138
Capítulo 5 ESTUDOS SOBRE A DIVERSIDADE NO CONTEXTO ESCOLAR
139
Educação Integral e Diversidade Cultural
140
Capítulo 5 ESTUDOS SOBRE A DIVERSIDADE NO CONTEXTO ESCOLAR
Na Constituição Federal de 1988, o artigo 5º, inciso XLII, afirma que "a
prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de
reclusão, nos termos de lei" (BRASIL, 2010, p. 17). Portanto, a lei se aplica a
todos na sociedade brasileira, incluindo os que atuam nas escolas, nos discursos
que inferem aos estudantes.
Os sistemas
Os sistemas de ensino e os professores deverão assumir como de ensino e os
base filosófica e pedagógica os princípios que apontam sobre a professores deverão
consciência política e histórica da diversidade. São pressupostos que assumir como
base filosófica e
deverão nortear os fazeres desenvolvidos nas escolas, objetivando pedagógica os
práticas que garantam os direitos preconizados na Constituição Federal princípios que
apontam sobre a
de 1988 (BRASIL, 2010), no artigo 5º, quanto à liberdade, igualdade e consciência política
inviolabilidade de direitos a todos. e histórica da
diversidade.
141
Educação Integral e Diversidade Cultural
142
Capítulo 5 ESTUDOS SOBRE A DIVERSIDADE NO CONTEXTO ESCOLAR
Atividade de Estudos:
143
Educação Integral e Diversidade Cultural
144
Capítulo 5 ESTUDOS SOBRE A DIVERSIDADE NO CONTEXTO ESCOLAR
145
Educação Integral e Diversidade Cultural
A Educação em
Direitos Humanos
fundamenta-se em As intencionalidades são possíveis somente por meio do diálogo
alguns princípios, e aproximações entre os diferentes sujeitos, na promoção de uma
como a dignidade educação que objetiva a mudança e a transformação social. A
humana, igualdade
de direitos, Educação em Direitos Humanos fundamenta-se em alguns princípios,
reconhecimento como a dignidade humana, igualdade de direitos, reconhecimento e
e valorização das
diferenças e das valorização das diferenças e das diversidades, laicidade do Estado,
diversidades, democracia na educação, transversalidade, vivência e globalidade e
laicidade do sustentabilidade socioambiental.
Estado, democracia
na educação,
transversalidade, Estudaremos cada princípio para compreendermos seus conceitos
vivência e
globalidade e quando associados à Educação em Direitos Humanos.
sustentabilidade
socioambiental.
146
Capítulo 5 ESTUDOS SOBRE A DIVERSIDADE NO CONTEXTO ESCOLAR
147
Educação Integral e Diversidade Cultural
São processos São processos que precisam ser evidenciados para que a
que precisam ser promoção dos Direitos Humanos aconteça de forma a respeitar as
evidenciados para
que a promoção dos diferenças e garantir práticas democráticas e inclusivas. Sobretudo,
Direitos Humanos isentas de preconceitos, discriminações, violências, assédios, abusos
aconteça de forma
a respeitar as e outras formas de violação à dignidade humana. Quanto à gestão,
diferenças e garantir precisa se pautar em relações que desenvolvam os processos
práticas democráticas democráticos, participativos e transparentes.
e inclusivas.
Atividade de Estudos:
148
Capítulo 5 ESTUDOS SOBRE A DIVERSIDADE NO CONTEXTO ESCOLAR
Algumas Considerações
Concluímos nossos estudos quanto à diversidade no contexto escolar
destacando conceitos e referências preconizadas na legislação educacional,
representada por meio das Diretrizes Curriculares Nacionais. O documento
aponta para a organização curricular e toda estrutura que envolve os fazeres na
escola, suscitando a reflexão sobre as práticas educativas. Será que no cotidiano
escolar, após a leitura desse capítulo, as práticas desenvolvidas estão de acordo
com as Diretrizes Curriculares Nacionais? Houve uma ampla divulgação textual
do documento nas escolas? Um momento de parada para estudos?
São questionamentos que incitam uma profunda análise sobre como caminha
o percurso histórico, temporal e espacial, da organização curricular das escolas
em relação aos documentos legais preconizados em nível nacional. Nesse
sentido, podemos pensar sobre as discussões quanto à diversidade no meio
escolar, como ou acaso ocorrem, de qual maneira, sob qual condição e preceitos.
149
Educação Integral e Diversidade Cultural
ReFerências
ARROYO, M. G. Imagens quebradas: trajetórias e tempos de alunos e mestres.
Petrópolis: Vozes, 2004.
150