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EleVeio

EleVirá
DEVOCIONÁRIO DE ADVENTO
Prepare o
seu coração
para o
Natal
Direção Executiva Fabiano e Jaqueline Krehnke

Edição de Conteúdo Gabriela Marold

Diagramação Jaqueline Krehnke

Fotografia e Produção de Cena Jaqueline Krehnke

Revisão Geral Fabiano Krehnke


Índice
DIA 01 A História das Histórias (Fabiano Krehnke)
DIA 02 Precisamos do Teu Socorro (Vanessa Belmonte)
DIA 03 A Alegria da Obediência (Isabella Oliveira)
DIA 04 Silêncio! Eu Sou Deus (Beatriz Gonçalves)
DIA 05 Um Deus que Faz Casa (Bruno Maroni)
DIA 06 Natal e Solidariedade (Darli Lopes)
DIA 07 Brilha a Luz (Dayse Fontoura)
DIA 08 O Deus Refugiado (Enio A. T. Marques)
DIA 09 Ele Ilumina o Mundo (Everton Gonçalves)
DIA 10 Frutos Permanentes (Felipe Bartoszewski)
DIA 11 O Fim da Escuridão (Gabriela Marold)
DIA 12 Ele se fez Deus Conosco (Liliane Lau)
DIA 13 O Caminho Nasceu (Lucas César Ribas)
DIA 14 O Rei Frutífero (Lucas Gonçalves)
DIA 15 O Amor do Príncipe (Lucas Gregory)
DIA 16 Uma Profunda Avaliação (Luzia Gavina)
DIA 17 Ecoando o Amor de Deus (Mayara M. Henriques)
DIA 18 Uma Visita Inesperada (Neto Silveira)
DIA 19 Plena Reconciliação (Raquel Borges)
DIA 20 A Face da Esperança (Rodrigo Kaminski)
DIA 21 Grama Verde, Chão Rachado (Samuel Palmeira)
DIA 22 Vestidos da Justiça de Deus (Ana K.)
DIA 23 Um Homem Divino (Jaqueline Krehnke)
DIA 24 Surpreendidos pela Alegria (Ana Carolina C. Lopes)
DIA 25 Ele Voltará (Vanessa Soeiro Carneiro)
EXTRAS Arranjo de Velas + Receita de Natal
Olá,
QUERIDOS LEITORES
Que estação maravilhosa a que estamos vivendo! O Advento,
a lembrança da vinda do Cristo que veio e que virá. Os dias
que antecedem o Natal despertam em nós sensações,
trazidas pelos cheiros, brilhos e memórias revividas a cada
ano. Mesmo não ordenadas, as tradições podem ser
inspiradoras e fundamentadas pela Bíblia. O calendário
cristão tem um uso pedagógico, é um meio de comunicar o
Evangelho. Estamos falando de celebrações que emergem
plenamente das Escrituras e da vida de Cristo!

A despeito de todas as interpretações diferentes sobre o


futuro escatológico, todo cristão afirma que a volta de Cristo
será: pessoal, visível e em Glória. A parousia traz o conceito
de uma vinda que manifesta presença, em oposição à
ausência. É como conhecer alguém que somente
conhecíamos a uma certa distância. Hoje Jesus está conosco
por meio do Espírito, da Palavra, dos meios de graça — um
dia o veremos face a face.

Querido leitor, lembre-se que Deus invadiu o mundo através


da encarnação, morte e ressurreição de Seu Filho. Que nestes
dias de Advento e Natal você possa beber profundamente da
água que só Ele pode dar. Que passado e futuro afetem o seu
presente com a gloriosa realidade de que Ele veio e com a
bendita esperança de que um dia Ele virá pessoal e
gloriosamente.

Fabiano eJaqueline Krehnke


Fundadores da CULTIVAR & GUARDAR
DIA 01
A História das Histórias
FABIANO KREHNKE

“Livro da genealogia de Jesus Cristo […] Judá gerou, de Tamar, Farés e Zará; […] Boaz
gerou, de Rute, Obede; […] José, marido de Maria, da qual nasceu Jesus, chamado
Cristo. Assim, todas as gerações de Abraão até Davi foram catorze, de Davi até o exílio
na Babilônia, catorze, e do exílio na Babilônia até o Cristo, catorze.”
— Mateus 1:1,3,5,6,16,17

Todo mundo gosta de uma boa história. Uma narrativa que prende nossa atenção é
capaz de nos transportar para uma realidade passada ou até futura. Temos nossos
personagens favoritos, aqueles com os quais nos apegamos e identificamos. Mas toda
boa história tem contextos nem sempre tão bons e belos.

A história da redenção, que tem nosso foco aqui na chegada do filho de Deus, começa
bem antes deste ápice de brilho e luz chamado Natal. Deus escreveu essa história de
habitar conosco há muito tempo atrás — o envio de Jesus não é um “plano b” de um
Deus decepcionado. A graça permeou gerações mesmo antes de nascer, todas as
gerações citadas por Mateus foram diretamente afetadas por aquele que viria, veio e virá
— o menino Jesus, Cordeiro imolado antes da fundação do mundo.

Natal é muito mais do que nascimento. Natal é vinda, e Advento nos fala disso. Natal é
um plano eterno sendo executado em amor e graça. Graça que alcança as mais escuras
realidades com a luz divina. A genealogia de Cristo, no início dos Evangelhos, é como
que um pano de fundo, que nos mostra de onde veio este Homem perfeito: das alturas
celestes, mas também de uma família conturbada.

Tamar, Raabe, Rute, a mulher de Urias, todas essas “mães de Jesus” (conforme diz Tim
Keller em seus sermões de Natal), eram mulheres comuns e algumas vindas de
contextos trágicos de incesto, prostituição e assassinato — ambientes tão “adequados”
quanto uma manjedoura preparada para o nascimento do Messias esperado — estamos
falando do filho de Deus, o Deus que planejou a vinda do seu filho a fim de manifestar a
Graça do Evangelho.

Se nossas raízes, genealogia e descendência nos contam uma história, o Natal anuncia
uma narrativa superior. Enquanto uma é falha e inadequada, a outra é uma reviravolta
jamais esperada, mesmo que há muito tempo profetizada. A primeira é sobre o que nós
fazemos, ou como achamos que devemos agir — a má notícia das nossas tentativas
frustradas de construir alguma história memorável. A segunda é sobre o que já
aconteceu, uma Boa Nova de grande alegria que é para todos os povos. Um chamado a
reconhecermos o filho de Deus e reagirmos alegremente àquele que invadiu e invadirá
nossa realidade com o mundo ideal. Jesus nasceu, Ele virá!
DIA 01

Oração
Deus Criador e Sustentador, reconhecemos a beleza do teu
plano perfeito, uma história superior, mas humilde o
suficiente para nos alcançar. Reconhecemos nossas
tentativas frustradas de fazermos algo para mudar nossa
realidade. Reconhecemos que necessitamos de um
salvador. Reconhecemos que Cristo é o Salvador do mundo.
Ajuda-nos, na estação do Advento, a lembrar da preparação
para a tua vinda. Bendito és, santo Jesus. Amém.
DIA 02
Precisamos do Teu Socorro
VANESSA BELMONTE

“Ouve, ó Pastor de Israel, que conduz os descendentes de José como um rebanho. Tu


que estás entronizado acima dos querubins, manifesta teu esplendor a Efraim, a
Benjamim e a Manassés. Mostra-nos teu poder e vem salvar-nos! Restaura-nos, ó Deus!
Que a luz do teu rosto brilhe sobre nós; só então seremos salvos. Ó Senhor, Deus dos
Exércitos, até quando ficarás irado com as orações do teu povo? Tu nos deste tristeza
como alimento e nos fizeste beber copos cheios de lágrimas. [...] Restaura-nos, ó Deus
dos Exércitos! Que a luz do teu rosto brilhe sobre nós; só então seremos salvos.”
— Salmos 80:1-7

Este é um salmo de lamento. Um salmo onde o povo reconhece que precisa de socorro.
Podemos fazer destas palavras nossa oração, hoje, e clamar junto com Asafe: “Vem
salvar-nos, Senhor! Precisamos do teu socorro. Restaura-nos, ó Deus!”.

A estação do Advento é uma estação de espera. Estamos esperando pela segunda vinda
de Jesus para fazer novas todas as coisas de forma completa e restaurar as nossas vidas e
toda a criação. Podemos trazer todas as nossas esperas à luz desta grande espera. E,
como nosso Deus é fiel em cumprir todas as suas promessas, nós aguardamos com
esperança de que ele ouve nossa voz e vem em nosso socorro.

Também é uma estação de lamento. Olhamos para nossas circunstâncias e sofremos sob
o peso de muitos sofrimentos. Olhamos para o nosso coração e sofremos as
consequências de nossos pecados. Por isso, olhamos para Deus. Levantamos nossos
olhos ao único que pode nos salvar e clamamos: “Ajuda-nos, Senhor!”.

Ao invés de confiarmos em nossa capacidade de fazer a vida dar certo, em nossa


segurança financeira ou emocional, nós reconhecemos que não sabemos como viver e
temos nos afastado do único Senhor, o Deus dos Exércitos. Por isso, essa também é uma
estação para confissão e arrependimento.

Olhamos para o Natal e vemos as promessas de redenção diante de nós, por isso,
buscamos ao Senhor de todo nosso coração. Ele é misericordioso, não nos abandonará
nem nos destruirá, nem se esquecerá da aliança que fez conosco. O Senhor é bom,
pronto a perdoar e cheio de amor por todos que o buscam.

Vamos juntos clamar, ao longo da Estação do Advento, para que a luz do rosto do Senhor
brilhe sobre nós, lançando fora toda escuridão, medo, tristeza, ansiedade e angústia.
Vamos crer que da mesma forma que o Senhor cumpriu sua promessa de enviar Jesus, a
luz do mundo, para nascer como um bebê, ele vai cumprir todas as demais promessas
de nos dar uma nova vida, trazer salvação sobre nós, restauração em nossas
circunstâncias e cura para nossas feridas.
DIA 02

Oração
Senhor Jesus, nosso bom pastor, esperamos em Ti e
esperamos por Ti, trazemos tudo aquilo que nos pesa nos
ombros e no coração e clamamos por teu socorro. Leva-nos
de novo aos pastos verdejantes e renova-nos junto às águas
de proteção e consolo. Por causa do teu cuidado fiel, nós
adoramos e louvamos teu santo nome. Amém.
DIA 03
A Alegria da Obediência
ISABELLA OLIVEIRA

“O anjo, aproximando-se dela, disse: ‘Alegre-se, agraciada! O Senhor está com você!’”
— Lucas 1:28

A alegria e o nascimento de um bebezinho são praticamente inseparáveis — a chegada


de uma nova vida tem o poder de nos alegrar mesmo antes de seu nascimento.

Esperar por um bebê é a chance de observar de perto um milagre palpável. Como pode
não ser maravilhoso o fato de um mini ser humano crescer e se desenvolver dentro de
alguém? Quer deixar mais maravilhoso ainda? É só lembrar que Deus se fez bebê e
nasceu de uma mulher.

Há mais de dois milênios, uma jovem virgem recebeu uma notícia digna de muita
alegria: Deus a escolheu para dar à luz o Salvador do mundo. Maria, a mulher agraciada
por Deus, experimentou a alegria do nascimento, mas isso só foi possível porque antes,
se mostrou disposta a obedecer.

Acostumamo-nos com recompensas imediatas, e por isso nem sempre somos capazes
de nos alegrarmos diante de alguma tarefa que nos foi dada. A obediência quase sempre
nos custa algo. Maria então nos mostra que há uma certa alegria na obediência, não uma
alegria imediata, mas uma alegria pela qual vale a pena esperar.

Se, pela desobediência de uma mulher, hoje provamos de todo tipo de tristezas e dores,
a obediência de outra mulher está conectada a possibilidade de nos alegrarmos
novamente. Se o nascimento de um bebê nos traz alegria, muito mais o nascimento do
Salvador deve encher o nosso coração de júbilo e louvor.

Jesus Cristo nasceu, e é por isso que o Natal existe. Quando nos sentamos à mesa com
pessoas queridas e celebramos o Natal, lembramos também que uma mulher foi
obediente à voz do Senhor. Há uma certa alegria que vem da obediência. A obediência
gerou a vida do Salvador — a nossa obediência também nos traz vida.

Hoje podemos nos alegrar porque Cristo nasceu. Deus se fez bebê para nos salvar.
Podemos nos alegrar em sermos obedientes ao Senhor mesmo que a ordem pareça tão
absurda quanto uma virgem dar à luz aquele que seria o Messias prometido. Que a
celebração do Natal também nos leve à seguinte reflexão devota: somos servos do
Senhor, que aconteça conosco conforme a tua palavra.
DIA 03

Oração
Querido Senhor, obrigada por experimentarmos a alegria da
obediência no nascimento de Jesus, nosso Senhor. Que nos
lembremos neste Natal que a obediência antecede a
celebração. Que sejamos obedientes ao Senhor em nossa
jornada, sabendo que no fim, cearemos e nos alegraremos
com o Cordeiro em suas bodas. Amém.
DIA 04
Silêncio! Eu Sou Deus
BEATRIZ GONÇALVES

“Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus.” — Salmos 46:10

Eu não gosto de ficar esperando sem fazer nada. Quem me conhece de perto sabe o
quanto sou agitada. Enquanto aguardo, especialmente na hora de sair, costumo ocupar
meu tempo arrumando, limpando e organizando algo. Meu marido, com paciência,
sempre me pergunta: “Por que você está correndo tanto?”.

Bem, nem preciso dizer que no final deste ano nada mudou, né? Mas, imagino que aí
também não seja muito diferente. A época do Advento costuma ser a mais agitada do
ano. Corremos para deixar tudo em ordem: decoração, comida, roupas, o presente do
amigo secreto, as metas que não foram batidas... Não há espaço para uma espera
confiante.

Acho curioso olhar para o Salmo 46 da perspectiva dessa alma agitada, e encontrar o
Deus Todo-Poderoso ordenando os seus filhos a descansarem nele. Isso contrasta de
maneira marcante com os falsos deuses do sucesso autônomo, que nos dizem:
“trabalhem enquanto eles dormem”.

O Deus exaltado entre as nações nos instrui a silenciarmos, a confiarmos nele e a


reconhecermos Sua soberania absoluta. Ele nos convoca a compreendermos que Ele
está no controle de todas as coisas e que Ele cumpre todas suas boas promessas.

No Advento, somos convidados a desacelerar e a esperar pelas bênçãos trazidas pela


chegada do Messias. Conduzidos pelo Espírito, devemos nos examinar, confessar nossa
autonomia e darmos o espaço devido àquele que conhece e sustenta cada aspecto de
nossas vidas. É necessário nos lembrarmos que não dependemos de nós mesmos, mas
do Deus Vivo.

Não é preciso nos ocupar com demandas idólatras enquanto aguardamos os


cumprimentos das promessas. Porque Cristo veio, podemos esperar em paz no meio do
caos; desfrutar da graça em silêncio no meio dos gemidos da vida presente. Não
pertencemos a nós mesmos, mas ao Deus que governa amorosamente toda a existência.
Que o mundo seja iluminado pela nossa fé no bondoso cuidado divino.
DIA 04

Oração
Senhor, em pleno final de ano, nossas agendas tendem a
ficar apertadas e barulhentas. Nos ajude a silenciar nossas
mentes e corações, tão iludidos em seu protagonismo e
autonomia. Nos ajude a descansar no Deus Filho, que
encarnou para nos dar graciosamente a plenitude de sua
vida. Que o Espírito promova em nossos corações um lugar
calmo para o Cristo se manifestar e trabalhar. Em nome de
Jesus, amém.
DIA 05
Um Deus que Faz Casa
BRUNO MARONI

“Mas nisto Deus demonstra o seu amor por nós: Cristo morreu em nosso lugar, apesar
de sermos pecadores.” — Romanos 5:8

Hoje, enquanto escrevo, estou no meio de uma mudança. Enquanto você lê, espero que
ela já tenha chegado ao fim. Mudança é assim, uma mistura de expectativa otimista e
apreensão negativa. E se os móveis não couberem? E se ficar algo para trás? E se a conta
de água vier alta demais? Por um lado, os receios típicos de um momento de transição.
Por outro, a sensação de que, agora sim, seremos mais felizes.

Mas não seremos. Vivo como se mudar a posição da estante mudaria a direção do meu
coração? Pois é. Quem estou enganando? Eu sei: a mudança vai funcionar, os móveis
vão chegar, as contas serão pagas — e a vista da varanda será justamente apreciada. Em
alguns dias, montaremos nossa árvore de Natal, empilharemos nossos devocionários de
Advento e, claro, ouviremos as melhores playlists natalinas.

O velho eu em mim, contudo, me seguirá até lá. Passado o furor da mudança, fechando
a porta para as caixas e abrindo-a para a rotina monótona, sei que serei ingrato — o que
antes era motivo de euforia, se tornará razão de estresse. Persistirei no orgulho, na
teimosia, no descuido, no desamor. Promessa enganosa. Assim viveríamos, em um
eterno ciclo de casas novas e corações mortos se o próprio Deus não tivesse feito casa —
andado, habitado e sofrido — neste velho mundo para renová-lo.

A natividade conta não sobre Cristo abandonando a sua glória, mas mostrando-nos que
ela está no doar-se. Encontrando-nos não com um perdão terapêutico, uma ética etérea
ou uma gentileza abstrata, e sim um amor radical, pessoal e incondicional. Se, como eu,
você teme não ser amado e lamenta sua incapacidade de amar, lembre-se que na
encarnação, prelúdio da cruz, Deus prova seu amor por nós, como lemos no versículo
do início.

Se tem dúvidas de que Ele te ama hoje, no presente, descanse na boa notícia do que Ele
fez no passado. Espere confiante pelo que se cumprirá no futuro, entre as mobílias da
Nova Criação. Ainda não estou em casa. Não estamos. Insensato pensar que um novo
endereço refaz corações exilados. Somente o exílio do próprio Filho para nos abrigar no
eterno lar. Que até lá, enquanto, nos movemos e nos mudamos, confiemos no amor fiel
do Senhor, que não muda.
DIA 05

Oração
Pai, enquanto os dias correm, não nos deixe esquecer que o
Senhor correu até nós: veio e tabernaculou, fez-se carne e
nos abraçou. Lembre-nos que nossos corações persistem no
exílio, que somente em Cristo há verdadeiro lar. Pela graça
fizeste casa entre nós, e é desta mesma graça que
precisamos para, enquanto andamos e nos mudamos,
vivermos a verdade de que nosso lar é o Senhor. Oramos no
nome de Jesus, amém.
DIA 06
Natal e Solidariedade
DARLI LOPES

“E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o
meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, isso de nada me adiantará.”
— 1 Coríntios 13:3

Uma das definições que o dicionário de Oxford tem para a palavra solidariedade é a
seguinte: “compromisso pelo qual as pessoas se obrigam umas às outras e cada uma
delas a todas”. A palavra “obrigam” me chamou a atenção pois, a partir do nascimento
do Cristo, toda a obrigação tornou-se desnecessária, até porque, como li recentemente, o
amor faz coisas que a obrigação é incapaz de fazer.

Cristo, ao nascer, inaugurou o Reino de Deus, o Reino do Filho de seu amor. Um reino
onde nada é feito por obrigação, mas sim feito por amor, porque é a única forma
daqueles que pertencem a este reino agirem. Paulo em sua primeira carta aos Coríntios
diz o que acabamos de ler acima — e Jesus inaugura um reino de amor.

Entendo que a solidariedade trata-se de um meio da graça comum permear nosso


mundo, e glória a Deus por isso. Mas o amor vai além da solidariedade, ele é paciente,
bondoso, se alegra com a verdade, tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo suporta.

Ao olharmos as características do amor, vemos o próprio Cristo que jamais buscou seus
interesses ou até mesmo direitos. Vemos o Cristo que foi enviado a nascer neste mundo
e que foi gerado na mulher que ele mesmo formou. Vemos o Cristo humilhado a favor
de outros. O Cristo que não questionou, mas obedeceu em amor, e fez o que foi enviado
pelo Pai a fazer, aquilo que tinha que ser feito. A história da redenção é uma história de
amor.

A nós, criaturas feitas à imagem e semelhança de Deus, que aguardam o fim da dor e da
injustiça, e que enquanto aguardam vivem dia após dia buscando tornar-se um pouco
mais como Jesus, pergunto: vivemos cumprindo obrigações ou amando o nosso irmão e
o nosso próximo? O que fazemos, fazemos por mera vaidade ou orgulho? Ou amamos ao
ponto de doar nossas vidas, tempo e recursos ao outro?

Irmãos, Cristo tudo fez por amor, o amor ágape, o amor que se doa, o amor
incondicional, o amor que se entrega. Celebremos o nascimento do Cristo que nasceu,
viveu e ressuscitou por amor, não por obrigação.
DIA 06

Oração
Querido Deus, tu que és um Pai bondoso e amoroso, nos
ensina a ser como Teu Filho é. Nos ensina a amar e a
transformar o amor em boas obras. Nos dê um coração
pronto a perdoar, se alegrar e chorar, mas também nos dê
um espírito que doa, abre mão e perde para que teu nome
seja glorificado. Amém.
DIA 07
Brilha a Luz
DAYSE FONTOURA

“Estava chegando ao mundo a verdadeira luz, que ilumina todos os homens.”


— João 1:9

Para mim, não há nada mais assustador do que a escuridão. Nela, todos os sons e todos
os cheiros se intensificam e todas as sensações e sentidos se tornam mais aguçados.
Ficamos em estado constante de alerta e temor. Há apenas o frio, a desorientação, o
sentimento de insuficiência e a incerteza do que está à frente.

Por mais que o homem não se reconheça como perdido, essa é a descrição da alma
humana antes da chegada de Cristo, a Luz, ao mundo. Contudo, quando essa Luz
chegou, por mais brilhante que fosse, veio em forma de uma pequena centelha, oculta
em um berço humilde. Aquele que é Deus (Fl 2:6), que tem em si escondidos “todos os
tesouros da sabedoria e do conhecimento” (Cl 2:3), repousava em uma rude
manjedoura. Que modelo de autoesvaziamento, de abnegação, de amor ao Pai e ao ser
humano alienado de Deus!

A Luz veio, mas, mesmo entre o povo escolhido de Deus, poucos a reconheceram em
Sua fragilidade infantil. Alguns pastores no campo da pequena Belém viram anjos no
céu anunciando o glorioso Rei recém-nascido e foram adorá-lo. Dois idosos, que
mantinham a expectativa da derrota das trevas imperantes, o tomaram em seus braços e
glorificaram ao Senhor quando Ele foi apresentado no templo (Lc 2:21-39). Também, no
distante Oriente, a Luz raiou e despertou alguns forasteiros a buscá-la. Eles vieram de
longe para adorar ao Rei. Com exceção desses, a Luz brilhava, mas o mundo, pela
indiferença, escolhia permanecer em escuridão.

No entanto, para aqueles que receberam essa Luz, ela trouxe a revelação do amor
salvador, o calor, a direção, a paz, como é descrita em Seus títulos: “Maravilhoso
Conselheiro, Deus Poderoso, Pai Eterno, Príncipe da Paz” (Is 9:6). Esses são aqueles que
louvam Cristo hoje enquanto aguardam a Sua manifestação final, naquele dia quando o
império das trevas será enfim derrotado, e implementado o Reino em que o sol será
substituído pelo brilho da própria presença radiante de Deus.

A Luz já veio. A Luz está aqui. A Luz voltará em toda a Sua glória!
DIA 07

Oração
Pai amado, te agradeço por teres enviado Teu Filho ao
mundo para trazer luz às trevas em que eu vivia! Ajuda-me a
não ficar alheio ao Cristo, que pode se revelar pequeno em
uma manjedoura, ou grande, andando sobre as águas e
acalmando o mar. Não permitas que eu perca de vista a
esperança de que essa Luz, que habita em mim, voltará para
me levar ao Reino onde Teu rosto brilha mais do que o sol.
DIA 08
O Deus Refugiado
ENIO A. T. MARQUES

“Tenham a mesma atitude demonstrada por Cristo Jesus. Embora sendo Deus, não
considerou que ser igual a Deus fosse algo a que devesse se apegar. Em vez disso,
esvaziou a si mesmo; assumiu a forma de escravo e nasceu como ser humano. Quando
veio em forma humana, humilhou-se e foi obediente até a morte, e morte de cruz. Por
isso Deus o elevou ao lugar de mais alta honra e lhe deu o nome que está acima de
todos os nomes, para que, ao nome de Jesus, todo joelho se dobre, nos céus, na terra e
debaixo da terra, e toda língua declare que Jesus Cristo é Senhor, para a glória de Deus,
o Pai.” — Filipenses 2:3-11

O que comemoramos no Natal? Qual a relação entre essa celebração e o nosso mundo
em guerra? Embora vivamos dias tenebrosos, nem sempre foi assim. O início da história
— o “era uma vez, num reino muito distante” — registrado no livro de Gênesis, narra
Deus criando toda a realidade física que conhecemos. Porém, com a rebelião da raça
humana, toda a Criação, que era muito boa, foi atingida em uma guerra de proporções
cósmicas!

Como uma herança maldita do pai Adão e da mãe Eva, geração após geração, toda
humanidade e natureza experimentam sofrimento, exílio e morte. Mas o Autor da
História nunca perdeu o controle da narrativa. Como resposta à Queda da Criação, o
Criador, proferiu sua primeira promessa (Gn 3:15) e o Natal é o cumprimento dessa
palavra de esperança.

Parte da história — como nos dias de hoje — foi manchada com o sangue de muitos
inocentes. Toda uma geração de meninos com até dois anos foi assassinada em Belém a
mando de um governante mau que se sentiu ameaçado pelo nascimento de um “novo
Rei dos judeus”. Alertados por um mensageiro celeste, para livrar o menino Jesus dessa
chacina, José e Maria fogem com seu filhinho. Assim, o Evangelho de Mateus apresenta
a Sagrada Família no caminho doloroso do exílio, em busca de refúgio no Egito, como a
história de milhares de famílias que vemos noticiadas diariamente.

Exílio e retorno para casa é um dos principais temas retratados na Bíblia e não é
coincidência que de Gênesis a Apocalipse essa mensagem se repita. A raça humana é
um bando de exilados tentando voltar para casa. Penso que Jesus quis pertencer a uma
família que experimentou o exílio para que ninguém se sinta exilado da presença
acolhedora de Deus. E muito mais que um refugiado natural, Jesus se fez um refugiado
sobrenatural.

Ele abriu mão do seu status divino e se exilou na Terra para lutar uma guerra que não
era dele, mas dos humanos, para resgatar-nos do exílio e nos levar de volta pra casa.
Essa é nossa esperança. Comemorar o Natal nos lembra disso: Jesus se fazendo de
refugiado para que nós pudéssemos fazer dele nosso refúgio.
DIA 08

Oração
Senhor Jesus, obrigado por se fazer de refugiado por nós,
para que nós pudéssemos fazer de Ti o nosso refúgio. Ajuda-
nos a firmarmos em Ti a nossa Esperança, a enfrentar
contigo as nossas batalhas. Ajuda-nos a permanecermos em
Ti, o Caminho. Ajuda-nos a percorrermos contigo nossos
exílios neste Natal e sempre. Até voltarmos contigo para
Casa. Em teu nome, o Príncipe da Paz, oramos. Amém.
DIA 09
Ele Ilumina o Mundo
EVERTON GONÇALVES

“O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; sobre os que habitavam na terra da
sombra da morte resplandeceu a luz.” — Isaías 9:2

Algumas pessoas acreditam que o fim de ano é uma data especial por causa da “magia
do natal”. Mas a história da redenção nos dá uma outra perspectiva — agora, em Cristo,
o que estava morto encontrou vida, o que estava em trevas encontrou a luz. Para o
cristão, não há apenas a “magia do natal”, há uma história que celebra a inauguração do
Reino de Deus.

O Natal não é especial por causa das confraternizações ou dos presentes, ele é único
porque é a data em que lembramos: o Salvador veio ao mundo cumprir a missão de
Deus: salvar pecadores. Quando temos a consciência de que Cristo é o Senhor e
Salvador, não somos movidos por vãs filosofias ou por caricaturas do Natal.

Graças a Jesus Cristo, não andamos mais nas trevas, agora fomos transportados para o
reino da Maravilhosa Luz. Somos um povo que foi comprado pelo precioso sangue de
Jesus, e agora já não há mais temor, pois o Sol da Justiça brilhou intensamente na
escuridão do nosso pecado.

A Bíblia relata a diferença das trevas e da Luz, seja no Antigo ou no Novo Testamento,
nós percebemos que a Luz é o próprio Cristo, o Cordeiro que ilumina o mundo.

Não há maior desgraça que uma vida na escuridão, sem esperança e sem a glória do
Eterno repousando em nós. Neste período de Advento e Natal, somos convidados a
cultuar Jesus Cristo, a Luz Eterna, Ele que veio para trazer vida em abundância.
DIA 09

Oração
Pai, agradecemos pela tua imensa bondade, obrigado por ter
nos dado o Seu Filho Jesus. Através dele enxergamos a vida
com os olhos da fé. Pela graça do Senhor nós temos luz na
escuridão, esperança em tempos áridos e salvação dos
nossos pecados. Te louvamos, Pai bondoso.
DIA 10
Frutos Permanentes
FELIPE BARTOSZEWSKI

“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua
glória, glória como do unigênito do Pai.” — João 1:14

Foi nesse momento em que o Salvador foi manifesto perante os homens. E, como todos
os que creem sabem, esse maravilhoso evento traria implicações permanentes na
Criação. Quando esse plano alcançar o objetivo final, tudo será transformado e
renovado.

Contudo, a Criação não é o único elemento que recebe mudanças permanentes através
da encarnação do Messias, pois o próprio Filho de Deus jamais será como era antes.

A afirmação de que Deus sofreu algum tipo de mudança em virtude do Seu plano eterno
soa como heresia perante os olhos dos mais criteriosos. Mas, se considerarmos que não
estamos falando contra a imutabilidade de Deus, no que se refere à sua natureza, caráter
e atributos, temos a oportunidade de contemplar um plano maravilhoso!

Cristo agora não é mais o Filho único, ou seja, Ele continua sendo o unigênito do Pai,
mas agora recebe o titulo de primogênito dentre muitos irmãos.

O Espírito Santo continua presente em cada átomo do universo, afinal de contas, a


presença de Deus está em tudo. No entanto, agora, Ele voluntariamente passa a ter um
lugar para chamar de lar, a saber, em e entre Seu povo.

O Deus Pai continua tendo Jesus como Seu Filho amado, porém, Ele passa a ser Pai de
muitos, que no devido tempo, irão compor uma família de filhos semelhantes a Jesus.

Cristo veio em carne, ressuscitou em carne e ascendeu ao céu em carne. Ele se fez
homem e agora esse é Seu corpo eterno e definitivo. Por meio da encarnação, agora
temos um homem assentado no trono mais sublime do universo, e assim será para
sempre.

Nem o judeu mais esperançoso no primeiro século poderia prever um plano com
implicações tão maravilhosas, que revelam um Deus envolvido completamente com a
vida de Sua Criação e do Seu povo. Já nos primeiros frutos da Nova Criação, podemos ter
certeza que ela será muito mais grandiosa e gloriosa do que a primeira. Algo começou
aqui, entre nós, mas o que vemos hoje são apenas os brotos dos muitos frutos
permanentes que a encarnação do Verbo trará sobre o novo mundo de Deus.
DIA 10

Oração
Senhor, nos ajude a compreender as maravilhas de Seu
glorioso Plano redentor, bem como desfrutar e antecipar por
meio da vida de Deus que está em nós, as realidades de Sua
nova Criação e do acesso que agora temos à família do Pai.
Que a consciência da manifestação do Salvador seja uma
porta para que possamos contemplar e nos render àquele
que agora é Pai de muitos filhos, irmão dentre muitos
irmãos, e proprietário de uma morada eterna na qual Ele
voluntariamente veio habitar. Amém.
DIA 11
O Fim da Escuridão
GABRIELA MAROLD

“A minha alma espera somente em Deus; dele vem a minha salvação”.


— Salmos 62:1

O ano chegou ao fim mais rápido do que nunca e, como geralmente ocorre em todos os
fins de ano, a gente faz algumas reflexões sobre as coisas que aconteceram ao longo dos
últimos meses. Na minha retrospectiva mental, percebi que esse ano de 2023
proporcionou algumas coisas muito boas, mas também algumas ruins. E dentre elas,
um dos meus mais novos “perrengues recém-descobertos” foi o seguinte: há uns dias
me consultei com um oftalmologista para exames de rotina e recebi uma notícia não
muito agradável. Segundo o médico, o uso de um determinado colírio, de agora em
diante, até o fim da minha vida, seria fundamental para “salvar a minha visão no longo
prazo”. De repente precisei digerir a informação de que se eu quisesse continuar
enxergando, precisaria me render a um colírio salvador para resolver um problema que
eu nem sabia que existia.

Embora eu lute para não transformar as intempéries da vida em drama, fiquei triste
com essa notícia e na mesma hora em que um pensamento ruim sobre a minha nova
realidade de “refém do colírio” veio, fui minha própria coach repetindo para mim
mesma que “são só duas gotinhas” ao mesmo tempo em que também dizia “a idade está
chegando mesmo, paciência…”.

Nesse clima de reflexão anual e de vivenciar a estação do Advento, o meu “não desejado
colírio salvador” foi só mais um apontamento sobre a certeza de que, mesmo em meio a
dores, celebramos um outro tipo de salvação: a maior de todas elas. O verdadeiro
Salvador veio para todos os homens, trazendo cura para a nossa cegueira eterna. Em
uma noite, uma estrela brilhou trazendo luz nas trevas e nos libertando da maior das
chagas: nosso pecado.

Talvez você tenha passado por alguma experiência neste ano que se pudesse escolher,
teria se “salvado” de tal situação. A tempestade chegou subitamente e você nem teve
tempo de fechar as janelas de casa, mas calibre o seu coração de esperança e de
confiança. Mesmo nos dias maus, nos laudos difíceis e nas desgraças com as quais nos
deparamos, conseguimos encontrar graça. Como diz o puritano John Brown de
Haddington: “Deus é gracioso comigo. Ele me dá vida, saúde, comida e vestes; oferece-
me seu Cristo e todas as boas coisas com Ele”.

Cristo se fez humano, se fez bebê, abrindo mão de toda sua glória para nos salvar
daquilo que verdadeiramente precisávamos e nem sabíamos! Viveu uma vida com
aflições, dores e sofrimento, permanecendo fiel até o fim. A luz brilhou e continua
brilhando, nos mostrando o caminho de esperança e de consolo, até que estejamos para
todo o sempre com Ele.
DIA 11

Oração
Senhor Jesus, nosso único e suficiente Salvador. Obrigado
por entrar na História e nos trazer vida e redenção. Nós não
tínhamos noção do quão cegos estávamos, mas o Senhor
veio e trouxe luz nas nossas trevas. Bendita noite em que o
Senhor se despiu de sua majestade para nos fazer enxergar
nossa real e maravilhosa esperança. Obrigado por nos
sustentar nos momentos difíceis que passamos ao longo
deste ano e da nossa vida. Bendito sejas, Emanuel, Deus
conosco. Amém.
DIA 12
Ele se fez Deus Conosco
LILIANE LAU

“Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que o Senhor havia dito através do
profeta: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e Ele será chamado de
Emanuel, que significa Deus conosco.” — Mateus 1:22-23

Por meio de Cristo, o Emanuel, fomos feitos filhos, noiva, morada, um corpo. No
mesmo momento em que o tempo se dividiu, o abismo entre céus e terra se desfez. Ser
parte da família de Deus nos foi restituído, de graça.

A autora Nancy Guthrie fala, em seu livro “Ainda Melhor que o Éden”, que o grande
desejo do coração de Deus, revelado de Gênesis a Apocalipse, é estar em casa com seu
povo. Desejo realizado por meio da vinda de Cristo e em sua obra completa a ser
consumada.

Ainda que nem sempre o nosso maior anseio seja o de estar com Deus tanto quanto Ele
almeja por isso, o nosso espírito clama por sua presença. Temos em nossa natureza de
filhos a necessidade de estar em comunhão — com o Pai, com o Filho, com o Espírito
Santo e com Seu povo — como uma família em um lar.

Para mim, a alegria da celebração do Natal em família não foi construída pela mídia,
pela indústria ou pela sociedade. Este momento é o símbolo do motivo pelo qual Jesus
nasceu neste mundo. Embora a origem da festa seja questionada por alguns, é nesta
data que muitos pais reencontram filhos que quase não vêem. É no Natal que famílias se
sentam à mesa em paz. É no Natal que as diferenças se calam, ainda que por um
momento, seja por respeito, reverência ou esperança.

Na minha família, celebrar é tradição. Quando criança, me parecia uma festa enorme,
com fartura de gente, comida, presente e barulho. Estas memórias me fizeram amar o
Natal e seu significado. E eu espero perpetuar nos meus filhos a alegria dessa data,
permitindo que associem o ambiente de união, reciprocidade e serviço mútuo ao
nascimento de Jesus e à plenitude do que viveremos na glória.

Deus nos fez família com Ele. Uma família enorme e diversa, que não é feita de partes
iguais, nem concorda em todas as amenidades, mas que se reúne sem ressalvas em
torno de um único e definitivo presente: Cristo.

Seja com decoração e mesa grande ou com os mais próximos e sem presentes, Ele é
motivo suficiente para celebrarmos com os nossos.
DIA 12

Oração
Senhor Deus, te agradecemos por enviar Jesus Cristo e nos
permitir ser família contigo. Oramos para que o teu Espírito
nos ajude a amar, perdoar e nos aproximar da nossa família
terrena, para que vivamos esta vida com abundância e
esperança plena no porvir. Nos ensine também a amar,
discernir, servir e somar com a família que tu nos deste, a
tua Igreja. Em nome de teu filho Jesus, amém.
DIA 13
O Caminho Nasceu
LUCAS CÉSAR RIBAS

“E ali haverá uma grande estrada, um caminho que será chamado Caminho de
Santidade. Os impuros não passarão por ele; servirá apenas aos que são do Caminho;
os insensatos não o tomarão.” — Isaías 35:8

Qual o desejo do coração humano? Cobiça e inveja brotam no coração por influência da
natureza pecadora, são guerras interiores que manifestam inimizade contra Deus (Tg
4:1-4). Porém, um desejo santo e sublime nasce no coração do ser humano regenerado
pelo Deus eterno, é o anseio por santidade (Ef 4:24).

Qual homem ou mulher poderia alcançar tal lugar de justiça? Exatamente ninguém
poderia, pois, todos estavam mortos em transgressões e pecados, separados de Deus no
mundo (Ef 2:1,12). Mas, Deus gerou um caminho de Santidade, este é o Caminho que foi
profetizado por Isaías, é o Filho de Deus prometido através do qual toda a guerra de
paixões sujas do coração humano seria vencida.

Isaías ao profetizar que haveria uma estrada de Santidade para as pessoas caminharem,
estava, mesmo que sem saber, apontando para a vinda do Filho de Deus que se
encarnaria para pôr um desejo santo no coração humano ao regenerar pureza nele!

Quando ouvimos sobre a vinda de Jesus, sobre seu nascimento, não há como não saltar
de alegria, pois, Ele veio para ser o Caminho de Santidade no qual todo aquele que foi
atraído por Deus até a cruz anda, com um desejo por pureza cravado no peito.

É entrando e caminhando neste caminho que devotamos toda nossa vida à Deus. Pode
alguém que está preso em um cativeiro, sendo esbofeteado, não sair correndo de lá na
primeira oportunidade que tem quando alguém quebra suas correntes e abre a porta?
Ele verá a luz e correrá o mais rápido possível em sua liberdade.

Pode alguém ser liberto das paixões más do seu coração para viver uma vida devota a
Deus e não trilhar um caminho de entrega em adoração, oração, jejuns e serviços de
justiça? Não há como! Pois ele agora está no caminho chamado Caminho de Santidade, e
tudo o que mais deseja com seu coração regenerado é se jubilar em Cristo à medida que
desfruta da profunda comunhão com Deus e da liberdade que recebeu.

A devoção provém de um profundo desejo por santidade: ser igual a Deus em seu
caráter, estar junto a Deus, caminhar no Caminho de Deus. E, Cristo nasceu, o Caminho
nasceu entre as pessoas para que elas andassem por Ele, para que vivessem para Deus.
Hoje é o dia de dar novos passos neste caminho, com um coração grato a Deus por Cristo
Jesus.
DIA 13

Oração
Pai, nos ajude em nossas fraquezas, pois, ainda vemos
guerras interiores em nosso coração. Mas, há um desejo por
santidade em nós! Que a cada novo dia possamos orar,
jejuar, agir em justiça e te adorar. Que a cada novo dia, neste
belo Caminho, façamos parte da Tua história, proclamando
entre as nações que há uma estrada para Deus e para
agradar a Deus: o Filho que nos foi dado. Nós queremos te
amar mais, nos dê mais to Teu amor, amém.
DIA 14
O Rei Frutífero
LUCAS GONÇALVES

“Do tronco de Jessé sairá um rebento, e das suas raízes brotará um renovo.
Repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o Espírito de sabedoria e de entendimento,
o Espírito de conselho e de fortaleza, o Espírito de conhecimento e de temor do
Senhor. Ele terá o seu prazer no temor do Senhor. Não julgará segundo a aparência,
nem decidirá pelo que ouviu dizer, mas julgará com justiça os pobres e decidirá com
equidade a favor dos mansos da terra. Castigará a terra com a vara de sua boca e com
o sopro dos seus lábios matará o perverso. O cinto dele será a justiça, e a verdade será
a faixa na cintura.” — Isaías 11:1-5

Se você observar minhas fotos antigas, notará facilmente uma conexão entre as bandas
que eu ouvia e as roupas que eu usava. Eu me identificava e admirava os membros das
bandas, suas ideias e comportamentos, e queria expressar isso imitando-os. É fato que
as pessoas têm o poder de nos inspirar e liderar pelo exemplo. Essa perspectiva também
é válida para o Povo de Deus. A ausência de um rei causou o caos descrito em Juízes,
segundo lemos no último versículo do livro: “Naqueles dias, não havia rei em Israel;
cada um fazia o que achava certo” (Jz 21:25).

No entanto, a presença de um péssimo rei também é prejudicial. Esperava-se que um rei


fosse uma inspiração para o Povo, o personificando e vivendo sabiamente com base nas
instruções divinas; e que os liderasse, conduzindo-os a viver para a glória de Deus,
segundo seu exemplo. Em ambos os casos, o Povo experimentaria as bênçãos de Deus e
as transmitiria às outras nações (Gn 12:1-3). No entanto, foram os péssimos reis de Israel
e Judá que levaram o Senhor a podar seu povo com o Exílio.

Que esperança podemos ter? Ao olharmos para nós mesmos, vemos o mesmo padrão
antigo. Nossos líderes são limitados e naturalmente insensatos, e nós não somos
melhores. Quem poderia nos conduzir a viver, desfrutar e compartilhar o tão almejado
paraíso? Naturalmente, não podemos nutrir nenhuma boa expectativa. Graças a Deus,
não somos relegados ao “naturalmente”. Seria esperado que a poda divina fosse a última
palavra do Senhor em relação à humanidade. No entanto, conforme lemos em Isaías
11:1-5, do meio dos nossos troncos cortados, um descendente de Jessé, o pai de Davi,
floresce.

Essa é uma boa notícia porque, ao contrário de todos os outros reis, este não é afetado
pelo pecado. Ele foi separado e capacitado pelo Espírito Santo. Ele reina com sabedoria,
justiça e verdade. Amando a Deus, ele vive de acordo com seus princípios e promove o
bem ao seu povo e às outras nações. Jesus é o Deus encarnado, que se tornou o nosso Rei
e em nós frutifica. Não precisamos mais nos inspirar em homens falhos como nós;
tampouco esperar que líderes limitados nos conduzam à alegria. Jesus Cristo é o rei em
quem podemos nos inspirar e em quem podemos confiar.
DIA 14

Oração
Pai, reconhecemos nossa carência de um rei que nos inspire
e nos lidere a te amar acima de tudo e todos. Sozinhos não
conseguimos viver de modo apropriado, razão pela qual
experimentamos as podas do Exílio. Que teu Filho, o Rei
Jesus, brote em nossos corações; que o Espírito nos incline a
frutificar teu amor, ao nos submetermos ao governo
amoroso de Cristo. Em nome de Jesus, amém.
DIA 15
O Amor do Príncipe
LUCAS GREGORY

“Depois dessa conversa de Davi com Saul, surgiu tão grande amizade entre Jônatas e
Davi que Jônatas tornou-se o seu melhor amigo.” — 1 Samuel 18:1

Encontramos na narrativa bíblica um drama redentivo que se desenvolve


progressivamente. Este drama encontra seu clímax na vida e obra de Jesus Cristo.
Entretanto, vemos que, mesmo antes da encarnação de Cristo, vários relatos se
apresentavam como sombra, um prefácio, daquilo que seria feito por Jesus. Uma dessas
sombras pode ser encontrada na relação entre Jônatas e Davi.

Jônatas era o herdeiro do trono de Israel por direito. Filho de Saul, era a sucessor real.
Davi, por sua vez, foi encontrado por Deus e escolhido por Ele para suceder a Saul.
Jônatas amou a Davi, tornando-se seu melhor amigo, e fez um pacto com ele. Quão
maravilhoso é encontrarmos em Jesus um amor ainda maior para conosco, pobres
pecadores.

Assim como no pacto entre Jônatas e Davi, a aliança feita por Deus conosco em Cristo
Jesus está baseada no amor de um príncipe por alguém indigno. Uma aliança baseada
não em amor mútuo. Jônatas amou a Davi, assim como Deus nos amou quando ainda
éramos seus inimigos. Jesus se atou a nós por meio de um pacto de amor sacrificial.

Jônatas tirou sua capa e a deu a Davi, Jesus nos cobriu com seu sangue, nos purificando
de nossos pecados, revestindo-nos com o Espírito Santo, dando-nos vestes santas. Ele
vestiu a nossa natureza e nos representou, como o segundo Adão (1Co 15:47). Nos fez
herdeiros, nos entregando aquilo que era apenas seu por direito. Jônatas renunciou a
seu direito e se aliançou a Davi; Cristo se entregou por nós (Gl 2:20), abrindo mão de sua
majestade (Fp 2:5-8).

Quão maravilhosa graça nos é apresentada em Cristo Jesus. Nós, incapazes em cumprir
nossa parte na aliança com Deus, somos justificados pelo próprio Deus, que encarnou e
fez aquilo que não éramos capazes de fazer. Nossa resposta, diante de tão maravilhosa
notícia, deve ser a submissão ao poder salvador de seu amor; que o amemos pelo grande
amor que Ele demonstrou por nós. Que sejamos seus por escolha e por direito, nos
entregando totalmente.

E assim como Davi estendeu sua aliança para com os descendentes de Jônatas, trazendo
seu filho Mefibosete para sua mesa (2Sm 2), que possamos estender a graça e
misericórdia que recebemos da parte de Deus aos seus filhos, demonstrando bondade
para todos os que são dele.
DIA 15

Oração
Gracioso Deus, te louvamos por sua terna misericórdia, por
nos amar quando ainda éramos pecadores e por vir ao nosso
encontro. Te agradecemos por tão maravilhoso pacto de
amor, e pedimos perdão pelas diversas vezes que
negligenciamos sua aliança. Nos ajude, misericordioso Deus,
a amarmos ao Senhor acima de todas as coisas, e ao nosso
próximo como o Senhor nos amou.
DIA 16
Uma Profunda Avaliação
LUZIA GAVINA

“Bem-aventurado é aquele que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no
caminho dos pecadores... Pelo contrário, o seu prazer está na lei do Senhor, e na sua
lei medita de dia e de noite. Ele é como árvore plantada junto a uma corrente de
águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo o
que ele faz será bem-sucedido.” — Salmos 1:3

Geralmente no final do ano, costumamos fazer uma retrospectiva e avaliar tudo aquilo
que produzimos e conquistamos com aquela expectativa de analisar quantos frutos
produzimos. Como agricultores que semeiam almejando o dia da colheita dos frutos tão
esperados, nos dedicamos a projetos ansiando alcançar os objetivos desejados. Mas e
quando os frutos que esperávamos produzir não vêm na época ou da maneira que
imaginávamos?

É nesse momento que geralmente nosso coração murcha, pois caímos no erro de
avaliarmos nosso sucesso a partir de uma perspectiva limitada. Metas, sonhos e
objetivos fazem parte da vida, mas se nosso contentamento se limita ao cumprimento
deles, talvez estejamos definindo nossa existência e nosso sucesso a partir de aspectos
puramente terrenos. Quem sabe essa insatisfação angustiante comum no final do ano
aponte de alguma maneira para a nossa falta de contentamento em Deus e nos
processos Dele para nós. Focamos tanto no produto final que podemos desvalorizar a
presença daquele que sempre está conosco em todos os processos.

O fato é que a vida não deveria girar em torno da quantidade de frutos produzidos, mas
da presença perpétua Daquele que gera vida em nós, para que, no tempo oportuno, os
frutos venham. Afinal, o crescimento de uma árvore não é observado apenas a partir do
número de frutos. Ele se revela também através da força do seu tronco, da beleza da sua
folhagem e ainda por aspectos internos dificilmente percebidos, como a firmeza de suas
raízes. No Salmo 1 o salmista orienta que não andemos segundo uma perspectiva
terrena (conselho dos ímpios), mas a partir do olhar constante (dia e noite) na Lei do
Senhor, encontrando prazer nela. Dessa forma, se encontramos deleite e
contentamento na palavra de Deus, que é uma pessoa, Jesus (João 1:1-4), seremos como
árvores plantadas na beira de águas correntes, dando fruto no tempo certo, sendo
constantemente nutridos e saciados.

Nessa perspectiva, a satisfação da vida não está mais centrada naquilo que podemos
produzir, mas no deleite de estarmos enraizados em Cristo; certos de que nossas folhas
não murcharão (v.3) e nosso coração não se angustiará, mas será cheio de esperança e fé
naquele que sustenta o nosso crescimento. Faça sua autoavaliação de fim de ano, mas
não conte apenas frutos, pense também nas suas raízes. Em quê elas estão firmadas?
Quão mais firmes elas se tornaram nesse ano?
DIA 16

Oração
Eleva os nosso olhos, Senhor e nos lembre em quem
estamos firmados. Que nossa satisfação não esteja
fundamentada naquilo que produzimos ou não, mas em Ti.
Obrigado por cada conquista e cada adversidade vividas até
aqui que, para a tua glória, nos ajudaram a crescer e firmar
raízes. Ainda que os frutos não sejam aparentes, ensina-nos
a desfrutar do refrigério que só pode ser experimentado por
aqueles que estão firmados e satisfeitos em Cristo. Amém.
DIA 17
Ecoando o Amor de Deus
MAYARA M. HENRIQUES

“Assim conhecemos o amor que Deus tem por nós e confiamos nesse amor. Deus é
amor. Todo aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele.”
— 1 João 4:16

Já parou para pensar na verdade eterna de que o Deus Criador nos ama de tal forma que
entregou o Seu Filho para morrer por nós? Deus simplesmente nos ama. O menino Deus
que nasceu numa manjedoura em Nazaré numa noite em que anjos anunciaram aos
pastores as boas novas; o Messias morreu em nosso lugar porque Deus nos ama (Lc 2:8-
20).

John Piper em seu livro, “O Alvorecer da Alegria Indestrutível”, relaciona o amor e o


serviço de Deus da seguinte maneira: “Dar o que é bom e servir pelo benefício dos
outros está mais próximo da essência de Deus do que receber e ser servido. Deus é
alguém que não tem necessidade de nada. Deus se inclina para atender às necessidades.
Deus é um doador. Deus é amor”.

A “magia” do Natal é esta: ecoar o Amor de Deus em meio ao caos deste mundo e viver
uma vida de serviço. Afinal, amar é servir e servir é um ato de amor. Com Cristo
aprendemos e através dele praticamos. Existe época mais propícia para demonstrarmos
nosso amor e afeto do que essa? A época das luzes, do nascimento, da esperança!

O Natal reserva para nós a oportunidade de falar ao mundo sobre as boas novas. É certo
que devemos amar em todo tempo, mas este tempo traz consigo um motivo ainda mais
precioso: Jesus. Como disse o teólogo Tim Keller: “Compreender o Natal é compreender
os fundamentos do Cristianismo, o evangelho”.

O Advento é a lembrança viva de que o Amor nasceu e nos convida a amarmos também.
Não só no Natal, não só na alegria ou nas vitórias, mas em todo tempo aprendendo com
aquele que é o Amor. Trazer consolo, esperança e ajuda no meio da aflição de um amigo
— isso é de fato amar. Nossa forma de vivenciar o amor pelo outro revela a quem
servimos, quem de fato reina em nossos corações.

Por isso, façamos deste Natal uma vida de amor na prática. Hoje nós somos como os
pastores que anunciam as Boas Novas de Cristo ao mundo, a Igreja é como a multidão do
exército-celestial que louva a Deus e nossa mesa se torna como a manjedoura, onde
todos se reúnem em volta maravilhados porque o Pai nos ama. O Natal é sobre amar,
logo, amemos uns aos outros como Cristo nos amou.
DIA 17

Oração
Querido Deus, te rendemos graças pelo privilégio de sermos
amados por Ti. Amados ao ponto de ter teu Filho morto em
nosso lugar para nos salvar. Te pedimos que esse amor seja
transbordado em nossas vidas para com os outros ao nosso
redor. Que este Advento seja uma época de poder servir com
o coração grato. Com amor e afeição pelos mais
necessitados, pelo próximo, pelo desconhecido, pelos
irmãos da fé, pelos inimigos da cruz. Em nome do Teu filho
amado oramos, amém.
DIA 18
Uma Visita Inesperada
NETO SILVEIRA

“... que grande honra é para mim receber a visita da mãe do meu Senhor! Pois, logo
que me chegou aos ouvidos a voz da saudação que você fez, a criança estremeceu de
alegria dentro de mim.” — Lucas 1:43-44

Qual é um motivo de grande honra para você? Quase sempre damos preferência às
coisas que temos ou fazemos: bens, riquezas, formações ou seguidores; mas quase
ninguém considera os momentos ordinários. Este não foi o caso de Isabel. Aquela idosa
grávida recebeu uma jovem em pré-natal, e, para ela, isso foi motivo de grande honra.

O que te traz alegria? Todas as pessoas são movidas por algo. Talvez o sonho de ir a um
grande show? Uma viagem para o exterior, ou, até aquele smartphone novo? Coisas que
podem trazer felicidade, mas a Isabel e Maria foi dada uma alegria superior à realidade
que as cercava.

Jesus entrou naquela amizade e levou a jovem a visitar uma idosa, e elas viveram um
momento único, que, depois seria conhecido como “O Magnificat”. Cristo entrou em sua
história, e essa, é, a maior de todas as honras. Jesus é a Alegria verdadeira. Ele está com
você nos momentos inesperados, em amizades mais improváveis e naquelas coisas
ordinárias que por causa da presença dele se tornam extraordinárias.

O Natal, na era secular, é capaz de nos inclinar aos caminhos do ter e do fazer. Sabe
aquela decoração na paleta de cores? Um panetone feito à mão ou um belo presente
com cartão natalino? Essas coisas são agradáveis, mas, e se, assim como aquela gestante,
nos colocássemos à disposição de Deus, o Espírito Santo, e, voltássemos nossos olhos
somente para o nosso Senhor?

A verdadeira beleza do Advento está nas coisas simples. Já esteve no ventre de uma
visita inesperada. Ter e fazer coisas no Natal pode até trazer algum tipo de bem estar
mas, infinitamente superior a essas coisas, é o nosso Senhor.

Ele restaura em nós a capacidade extraordinária de sermos semelhantes a Deus, Ele nos
ensina a amar, servir e ser graça para outras pessoas, iguais a nós, com circunstâncias
semelhantes às nossas. Isabel e Maria, são retratos de como podemos ser surpreendidos
por Cristo em amizades antigas, nas visitas inesperadas e em instantes atípicos, com a
plena certeza que Deus, o Pai, nos dará graça nesses momentos ordinários e imprevistos
de nos deleitarmos com a presença de Jesus.
DIA 18

Oração
Pai, nós te rendemos graças pela maior de todas as honras:
Jesus, seu Filho, a Boa Nova de grande Alegria para nós.
Ensina-nos a ser como Isabel, sensíveis ao Teu Santo
Espírito. Pedimos que nos conceda a mesma disposição
daquela jovem, de visitar aqueles que precisam da presença
de Jesus. Suplicamos por afeições ordenadas para vivermos
para sua glória em amor, honra e alegria, sendo sua graça a
outras pessoas. Esperamos com fé que o Senhor nos dê a
graça de, em momentos ordinários, nos alegrarmos com a
Tua Presença. Tu que vives e reinas com Jesus e o Espírito
Santo, um só Deus, agora e sempre, amém.
DIA 19
Plena Reconciliação
RAQUEL BORGES

“Já não os chamo servos, porque o servo não sabe o que o seu senhor faz. Em vez
disso, eu os tenho chamado amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai eu tornei
conhecido a vocês. Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi para irem e darem
fruto, fruto que permaneça, a fim de que o Pai conceda a vocês o que pedirem em
meu nome. Este é o meu mandamento: Amem-se uns aos outros.” — João 15:15-17

Essa é uma das passagens joaninas mais conhecidas. Aqui, Jesus estava dando suas
últimas instruções aos discípulos. Antes de sua crucificação, o Mestre desejava mostrar
àqueles homens a maneira que deveriam proceder após sua partida. Naquela época, a
única função do servo era estar à disposição para as necessidades de seu superior e
servi-lo. Mas Jesus, utilizando o mesmo conceito, nos dá um novo sentido, afirmando
que os seus discípulos não apenas o servem, mas são seus amigos. Nosso
relacionamento com o Senhor é transformado numa íntima comunhão de amizade. Por
causa disso, podemos frutificar em toda boa obra, e isso significa cumprir o
mandamento de amar nossos irmãos.

Porém, nossa cultura hoje é utilitarista e insiste em relacionamentos distantes,


impessoais, desistindo facilmente das pessoas no primeiro desafio. E é justamente aqui
que entra a radicalidade e a necessidade do Evangelho: nós não fomos criados para
vivermos sozinhos. O ser humano é um ser de relacionamento, chamado a viver em
comunhão com Deus e com seu próximo. Somos de fato imago Dei quando assumimos
uma existência preocupada/responsiva isto é, quando colocamos as prioridades do outro
como nossas também. Nossas relações devem ser marcadas pela intimidade e
proximidade, pela “vida-na-vida”, em que conhecemos as virtudes e os vícios do outro e
ainda assim permanecemos, numa espécie de amizade baseada na graça de ser um com
os outros.

Nessa época, celebramos o nascimento de Jesus, nosso Salvador. Sua vinda nos
possibilitou não apenas reconciliação com o Pai, mas também com nossos semelhantes.
Agora nós podemos desenvolver relações preocupadas, acolhedoras e servis,
espelhando o que o próprio Deus fez conosco! A Lei do Amor não pode ser revogada e o
cumprimento fiel desse mandamento deve ser nosso testemunho ao mundo mau.

Porque Cristo vive, podemos viver. Mas não uma vida isolada; antes, plena de
comunhão e laços fortes. Durante essa jornada do Advento, permita que o Senhor inicie
a obra de lhe tornar um servo-amigo.
DIA 19

Oração
Querido amigo Jesus, graças te dou por restaurar meu
relacionamento com o Criador. Perdoa-me por todas as
vezes em que pequei quando não considerei teus
mandamentos, esquecendo-me das necessidades do meu
irmão. Ajuda-me, Espírito Santo, a desenvolver
relacionamentos profundos com meus semelhantes, a ser
um servo fiel e um bom amigo. No precioso nome de Jesus
eu oro, amém.
DIA 20
A Face da Esperança
RODRIGO KAMINSKI

“E, no mesmo instante, apareceu com o anjo uma multidão dos exércitos celestiais,
louvando a Deus e dizendo: Glória a Deus nas alturas, paz na terra, boa vontade para
com os homens!” — Lucas 2:13-14

O caos por vezes nos faz esperar aquilo que acreditamos ser a solução para os conflitos
da nossa realidade. Por conta do nosso pecado, somos levados a tentar achar em Deus a
resposta para os nossos dilemas pessoais e vinganças irracionais que nos fazem perder
de vista o propósito e o senso da beleza de uma Esperança que nada tem a ver com o que
queremos — mas sim, com o que precisamos.

Por isso, devemos ter em mente que não basta esperar: precisamos esperar pela coisa
correta, a qual também deverá nos conduzir a uma mensagem correta da Esperança.

Sabemos que o homem caído procura nas resoluções desta Era a forma de alcançar sua
própria salvação, seja por meio de ideologias filosóficas ou motivos que potencializam
nossos próprios desejos hedonistas de conquistar a felicidade a todo custo.
Consequentemente, idealizamos um falso deus, uma falsa religião, uma falsa esperança,
um falso contentamento.

Por isso, a melhor resposta talvez não seja a mais esperada. Talvez, a solução que
adentra o cosmos em uma realidade dimensional transcendente, não seja a que
aguardamos por tantas gerações e que repassamos pela tradição.

Como falar sobre o Príncipe da Paz a um povo que ansiava por aquele que guerrearia?
Como compreender a Cruz diante desejo de saciar as nossas próprias vontades e
encontrar a felicidade acima de tudo?

O presépio é um escândalo para quem procura por lugares altos de glória e poder,
porém, para aqueles se deixam encorajar em mergulhar no misterioso mar de graça que
ele proporciona, é uma fonte inesgotável de alegria e plenitude.

Por isso, o dilema da manjedoura nos assombra: ali encontramos a verdadeira faceta da
alegria que a verdadeira esperança proporciona a todo aquele que dela experimenta. Eis
o motivo que fez os mártires se entregarem, o respaldo pelo qual viveram os apóstolos e
o anseio dos santos escolhidos pelo Senhor — a verdadeira Esperança tem a face de um
recém-nascido, concebido nos subúrbios de Belém, guardado e envolto nos braços de
uma jovem virgem, gerado pelo milagre da encarnação de um Deus que deu o Seu filho
unigênito para se tornar o primogênito de muitos e muitos irmãos.

Eis a nossa Bendita e alegre Esperança!


DIA 20

Oração
Senhor, obrigado pela Esperança depositada no coração de
nossos pais e antepassados e que de geração em geração
chegou até nós por meio da propagação do Seu Evangelho.
Não nos permita desviar nossos olhos de tão grandiosa
Verdade: Cristo em nós, a esperança da glória. Ajude-nos a
esperar com confiança e nos dê plena alegria mediante a Sua
eminente vinda. Em nome de Jesus, te pedimos. Amém.
DIA 21
Grama Verde, Chão Rachado
SAMUEL PALMEIRA

“Eu sou a luz do mundo.” — João 8:12

Era por volta das 17 horas, a força do sol já diminuía e eu ainda não havia acendido a luz
do quarto. Parte da luz externa, vinda do quintal, entrava naquele ambiente cheio de
tons escuros e eu me sentia como dentro de um quadro de Caravaggio. Eu estava
sentado na cama dedilhando alguma melodia chorosa ao violão e ela combinava com o
ambiente também tristonho. Quando olhei para a janela por onde a luz entrava e que era
na direção do nosso quintal, vi o coqueiro que ficava nos fundos da casa do vizinho,
balançando para lá e para cá como se dançasse ao som da melodia do vento.

Naquele dia, o meu quarto estava triste e merecedor de toda aquela tristeza. Mas a
beleza do simples balançar de um coqueiro invadiu o meu peito e me prendeu o olhar
como se me agarrasse pelos olhos. A luz que invadia o quarto me apontava para a beleza
que havia lá fora daquela escuridão em que eu estava.

Bem, você pode achar isso bobo ou engraçado, mas ver aquele coqueiro balançando me
fez refletir sobre os meus dias. Eu me perguntei, então, como pode ter tanta coisa boa e
bela no mundo se ele é tão mau e tão merecedor das tristezas que o permeiam? Em
outras palavras, se o mundo é tão mau, como pode haver tanta beleza e bondade? Como
é que tem o riso da criança, ao comprar doce no armazém, a sombra que protege do sol
quente, gente que diz que ama e outro responde que ama também, como é que existe
cor no preto e branco da memória e perdão nos quintais da nossa história? Eu me
perguntava.

Cristo é a resposta. Ele é a luz do mundo. O nascimento do Filho de Deus resulta num
derramar de Graça sobre toda a criação e impede que o mundo receba aquilo que lhe é
devido. Ele é o motivo das nossas orações serem escutadas, dos nossos traumas serem
cicatrizados, dos nossos relacionamentos serem saudáveis; é a paz que excede toda
explicação, é o que permite que cresça grama verde no chão rachado da humanidade, é
a luz do mundo, é também a luz que invade os quartos escuros da nossa alma e nos atrai
o olhar para vermos sua bondade derramada em todas as coisas, como nos coqueiros
que balançam, nas sombras que nos protegem do sol, nos risos das crianças, nos
sorvetes divididos e nas belas declarações de amor.
DIA 21

Oração
Pai, somos gratos por tantas coisas boas que o Senhor tem
nos dado; faz aumentar a nossa gratidão. Nos lembre que
toda bondade e beleza que percebemos no mundo só vemos
graças ao nascimento de Cristo; que nele tenhamos nossas
lágrimas enxugadas; que encontremos nele o conforto; e que
vejamos nele a luz que dissipa as sombras de nossos dias,
mostrando Seu amor em cada detalhe do cotidiano.
DIA 22
Vestidos da Justiça de Deus
ANA K.

“Assim, José também foi da cidade de Nazaré da Galiléia para a Judéia, para Belém,
cidade de Davi, porque pertencia à casa e à linhagem de Davi. Ele foi a fim de alistar-se,
com Maria, que lhe estava prometida em casamento e esperava um filho. Enquanto
estavam lá, chegou o tempo de nascer o bebê, e ela deu à luz o seu primogênito.
Envolveu-o em panos e o colocou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles
na hospedaria.” — Lucas 2:4-7

A história de Cristo, na nossa realidade, teve início de uma maneira nada esperada.
Quem poderia imaginar que “Aquele que chama as estrelas pelo nome” (Sl 147:4)
nasceria como uma frágil expressão da criação: um bebê nu.

O Senhor do Universo foi um recém-nascido que precisou ser envolvido em panos. Ele
se vestiu da cultura, seu primeiro contato com ela foi através das vestes. Mais do que
isso, antes mesmo de vir ao mundo e ser coberto de panos, ele se revestiu da pele
humana. O Deus Filho inicia sua jornada na terra se vestindo.

A história das vestimentas nas Escrituras é uma história de promessa e esperança. Deus
as escolheu no jardim para ser um símbolo vivo de esperança, um memorial da
promessa da redenção. Adão e Eva receberam-na por meio das roupas de pele que o
próprio Deus costurou para eles (Gn 3:21). E elas, de maneira surpreendente,
apontavam para a promessa do Descendente que viria para esmagar a cabeça da
serpente. De igual modo, nós quando salvos pela fé neste Descendente, recebemos
vestes novas dadas por Ele mesmo, a Bíblia diz que Deus “nos cobriu com vestes de
salvação e nos envolveu com o manto de justiça” (Is 61:10).

A nossa jornada na terra é marcada por aquilo que vestimos. Não surpreendente, a
Escritura está cheia de analogias a respeito das roupas. Deus ordenou que elas fossem
um memorial visível de uma realidade maior invisível. De maneira gloriosa, Ele próprio
nos revestiu de Cristo. Então, finalmente, a narrativa bíblica nos ensina que quando o
vermos face a face, Ele nos dará novas vestes, assim como prometeu.

Que neste natal, ao se vestir, você se lembre que de forma extraordinária Deus invadiu o
seu ordinário. O menino que nos nasceu, o filho que se nos deu se manifestou ao mundo
revestido de humano, para que Nele pudéssemos ser vestidos da justiça de Deus (2Co
5:21).
DIA 22

Oração
Deus Maravilhoso, sua promessa para nós é de que um dia
o Senhor irá nos vestir. Não com roupas que desgastam
com o tempo ou passam com as estações, mas de
incorruptibilidade. Nossas vestes hoje apontam apenas
para a nossa condição caída: somos incompletos, vazios e
nus. Mas o Natal nos lembra que Jesus se vestiu como um
de nós, para que, por meio da fé, pudéssemos nos revestir
dele. Faça com que isso seja verdade em nós, Senhor. Te
suplicamos pelo teu grande amor. Amém.
DIA 23
Um Homem Divino
JAQUELINE KREHNKE

“Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando tudo o
que há pela Palavra do seu poder. Depois de haver realizado a purificação dos pecados,
Ele se assentou à direita da Majestade nas alturas.” — Hebreus 1:3

Cristo era plenamente humano mas também era plenamente divino. Não podemos falar
da Humanidade de Cristo sem compreendermos a Sua Divindade, e vice-versa. Essas
duas realidades andam juntas. De acordo com R. C. Sproul, “o importante é que façamos
distinção entre a natureza divina e a natureza humana para que não as confundamos ou
as mesclemos de modo que obscureçamos a realidade de uma ou de outra”.

O Deus-Homem possui atributos divinos. Cristo é a exata expressão do ser de Deus, e por
isso vimos a sua glória, glória que compreende todos os atributos de Deus. Ele era o
resplendor da glória de Deus.

Em seus dias aqui na terra podemos ver, por exemplo, a Sua onipotência quando Ele
acalma a tempestade, sua onisciência quando vê Natanael sob a figueira, a sua
onipresença ao afirmar que Ele estaria presente onde dois ou três se reunissem no nome
dele, além de outros atributos como: imutabilidade, amor, sabedoria, verdade,
imortalidade, santidade e eternidade.

Nós precisávamos de um representante 100% humano e 100% divino. Só alguém que


fosse Deus infinito poderia arcar com toda a pena de todos os pecados de todos os que
cressem nele. Nenhum ser humano ou criatura conseguiria salvar o homem. Somente
Deus. Só alguém que fosse plenamente Deus poderia ser o mediador entre Deus e o
homem (1Tm 2:5).

Esse é o glorioso mistério da encarnação. Uma realidade que ultrapassa uma mera
história, ela invade a nossa vida exatamente agora onde estamos. Hoje não podemos ver
o nosso Cristo, mas nós sabemos, temos convicção, através da obra do Espírito em nós,
de que temos um representante nosso assentado à direita de Deus. Após ressuscitar, Ele
subiu aos céus com um corpo glorificado e humano.

Cristo — o glorioso Deus-Homem — permanece eternamente e intercede por nós, chora


conosco, Ele sabe exatamente o que estamos sentindo, conhece o nosso sofrimento
presente e momentâneo. Aquele que é a exata expressão do ser de Deus se humilhou no
instante em que tornou-se um feto, morreu por nós, ressuscitou, ascendeu aos céus e
um dia voltará pessoalmente e gloriosamente. Emanuel, Deus Conosco, habitou e
habitará entre nós.
DIA 23

Oração
Divino Deus, eu vivo nesse corpo corruptível, passo por
tentações todos os dias, mas sei que tenho Cristo, o Deus-
Homem, que é o padrão de como devo viver agora. Se por
ventura eu cair, tenho acesso ao dom do arrependimento,
tenho a garantia do perdão através de Seu sangue
derramado na Cruz. Obrigado por ser glorioso e obrigado
por ser tão acessível e cheio de compaixão, infinitamente
mais do que qualquer ser humano poderia ser. Enxarque o
meu coração com a esperança de que um dia serei
plenamente restaurado e então o verei pessoalmente e
gloriosamente.
DIA 24
Surpreendidos pela Alegria
ANA CAROLINA C. LOPES

“O anjo, porém, lhes disse: Não tenham medo! Estou aqui para lhes trazer boa-nova de
grande alegria, que será para todo o povo: é que hoje, na cidade de Davi, lhes nasceu o
Salvador, que é Cristo, o Senhor.” — Lucas 2:10-11

Os dois primeiros capítulos do evangelho de Lucas destacam a alegria das boas novas:
Cristo, o Salvador tão esperado, está entre nós. A Esperança da humanidade, a promessa
de redenção, finalmente se cumpriu no nascimento mais feliz e celestial da história.

O mundo não entende esta alegria e, por isso, não se surpreende com nossa tamanha
expectativa e preparo mental e espiritual. “Festa estranha com gente esquisita”, como
diz a letra de uma música que parece refletir bem como vêem o Natal aqueles que não
creem nas Escrituras. De cartões, mensagens nos grupos de Whatsapp e posts nas redes
sociais, até saem alguns cumprimentos natalinos vagos desejando “boas festas” e “feliz
natal”, mas sabemos que a ausência de Cristo não garante a alegria que todos almejam.

Como bem descreve Heber Campos, em seu livro “A Humilhação do Redentor:


Encarnação e Sofrimento”, dizendo que somente os que são de Deus possuem e
entendem a santa alegria vinda de Deus, pela presença do Redentor. É uma espécie de
alegria produzida pela presença do Rei entre nós. Assim como a bandeira tremula no
alto de um castelo anunciando que o rei está presente, assim os corações dos filhos de
Deus ficam embandeirados, cheios de alegria, pela presença do Rei junto deles.

Ao ler o relato de Lucas 2, só consigo enxergar alegria, risadas e deleite, vindo do canto
dos anjos, dos campos onde estavam os pastores e ao redor da manjedoura. A alegria do
Natal é muito mais do que um sentimento passageiro, é algo provindo do céu e que
alcança todas as nações do mundo.

O Natal também é motivo de alegria nas reuniões familiares e de amigos que organizam
jantares, “amigos secretos” ou qualquer outra desculpa para passarem um tempo de boa
qualidade. Seria hipocrisia dizer que não gosto de ganhar presentes, de rever pessoas
queridas, de dar risada de velhas piadas ou das gracinhas que as crianças da família
aprenderam a fazer. O cuidado que precisamos ter é de não destituir o significado da
celebração e manter do lado de fora aquele que deve sempre ser celebrado.

Que possamos viver este Natal com a alegre consciência da presença do Rei encarnado.
Divirta-se, o Natal nos proporciona a benção de sermos parte da família de Deus!
DIA 24

Oração
Amado Senhor, faz jorrar em meu coração a santa alegria
de pertencer a Ti e ter sido redimido pelo Sangue. Limpa a
minha visão das dificuldades desta vida e faz-me deleitar na
alegria da tua salvação. E enquanto aguardo teu retorno
glorioso, ajuda-me a sorrir, me divertir e aproveitar as
bençãos que Tua Graça proporciona. Em nome de Cristo,
amém.
DIA 25
Ele Voltará
VANESSA SOEIRO CARNEIRO

“Todo vale será aterrado, e nivelados, todos os montes e outeiros; o que é tortuoso será
retificado, e os lugares escabrosos, aplanados. A glória do Senhor se manifestará, e toda
carne a verá, pois a boca do Senhor o disse.” — Isaías 40:4-5

Você já parou para pensar no tempo que os hebreus passaram aguardando a vinda do
Messias? Foram séculos de espera ouvindo a promessa ser anunciada não apenas por
Isaías, mas também por vários outros profetas.

Ao ler as palavras de Isaías, especialmente o versículo 5, somos lembrados que a


promessa já se cumpriu, porém outra foi feita. Jesus, o Messias Prometido, já veio;
quebrando as correntes do pecado e nos redimindo. Por meio do seu sangue, somos
feitos seus irmãos, filhos adotivos do Pai. Entretanto, Ele retornará; manifestando sua
glória para que todos vejam. A obra de Cristo já se cumpriu na eternidade, mas ainda
aguardamos que ela se cumpra em nosso tempo.

Assim como o povo do Antigo Testamento, estamos vivendo um momento de espera.


Enquanto aguardava o nascimento do Messias, foram incontáveis as vezes em que o
povo esqueceu dessa promessa e se desviou dos caminhos do Senhor. Além disso,
quando a promessa finalmente se cumpriu e Jesus encarnou em nosso mundo, muitos o
rejeitaram porque Ele não estava em conformidade com as expectativas que criaram em
seus corações.

Infelizmente, muitas vezes agimos da mesma maneira que o povo de Israel. Em vez de
moldarmos nosso coração conforme a Palavra de Deus, agimos como se ela é que
devesse se moldar a nós e nossos desejos. Porém, o fato de sabermos que Jesus
retornará, deve nos levar a agir de modo diferente.

Os hebreus viviam pela fé na promessa que se cumpriria, mas nós devemos viver pela fé
tanto na promessa que se cumpriu quanto na que se cumprirá. Porque é justamente por
sabermos que Jesus um dia veio que cremos que Ele voltará. Tal conhecimento deve nos
levar a aguardar o seu retorno com alegria, buscando conhecê-lo de modo cada vez mais
íntimo e permanecendo fiéis. Além disso, deve fazer arder em nossos corações o desejo
de proclamar as boas novas de seu retorno a todos que ainda não o conhecem.

Que nesse Natal possamos celebrar não apenas o fato de que um dia Jesus nasceu, mas
também de que um dia Ele retornará. Que possamos aguardar a sua volta felizes,
ansiando pelo dia em que seremos feitos plenamente santos, em que não haverá mais
caminhos tortos e lugares escabrosos, e tudo se fará novo.
DIA 25

Oração
Querido Deus, quão maravilhoso és por um dia ter enviado
o teu Filho para nascer entre nós! Te agradecemos porque
por meio do seu sangue fomos redimidos. Porque o fato de
Ele ter vencido a morte e ressuscitado nos dá confiança na
promessa de que um dia voltará para nos buscar. Que nesse
Natal possamos testemunhar o quão Fiel tu és e
compartilhar com outros as boas novas das tuas vindas.
Amém.
Extras
ARRANJO DE VELAS
APRENDA A FAZER
UM ARRANJO DE VELAS
Essa é uma sugestão para você aproveitar com sua família os quatro domingos do
Advento que antecedem o Natal! Nesse ano de 2023, o primeiro domingo será no dia
3 de Dezembro e o Advento terminará no dia 24 de Dezembro, o quarto domingo!
Você pode fazer uma leitura bíblica dentro da temática do Advento/Natal ou até
mesmo usar o nosso devocional! Fazer o arranjo de velas proporciona intencionalidade
no culto familiar e nos lembra que é tempo de desacelerar ao ver aquela velinha
queimar, recordando que Cristo é a luz do mundo e que os nossos corações estão
crescendo em expectativa e queimando ardentemente pelo seu retorno.

MATERIAIS

SUPORTE DE MADEIRA OU VIDRO FUNDO


FOLHAGENS (Eucaliptos ou outra Folhagem)
ESPUMA PARA FLORES
4 VELAS (Velas mais grossas duram mais)

MODO DE FAZER

Encharque a espuma com água (se as folhagens forem


naturais) e coloque a espuma dentro do recipiente. Depois,
com a própria vela, demarque o local para cada uma. Em
seguida, afunde-as na espuma. Agora, divirta-se fincando
as folhagens por toda a espuma. Você pode decorar com
pinhas e bolinhas de Natal também!
BOLACHAS DE NATAL
BOLACHAS DE NATAL
Por Ana Luiza Gonsalves

INGREDIENTES

Bolachas Glacê real


¼ xícara (chá) de açúcar refinado 1 clara
¼ xícara (chá) de açúcar mascavo 1 xícara (chá) de açúcar de confeiteiro
¼ xícara (chá) de melado de cana ou mel 1 colher (chá) de suco de limão
½ xícara (chá) de manteiga temperatura ambiente (100g)
1 colher (chá) de essência de baunilha (5ml)
2 xícaras (chá) de farinha de trigo
1 colher (chá) de bicarbonato de sódio
1 colher (chá) de canela em pó
1 colher (chá) de gengibre em pó
1 colher (café) de cravo moído
noz moscada a gosto (ralada na hora)
1 ovo

MODO DE FAZER

Coloque em um bowl: o ovo, manteiga, melado, açúcar refinado, açúcar mascavo, canela, gengibre, cravo e a noz
moscada; adicione a baunilha e mexa com uma colher. Adicione aos poucos a farinha de trigo e mexa. Acrescente o
bicarbonato de sódio e o restante do trigo para incorporar e formar a massa. Caso sinta a massa um pouco pesada para
mexer com a espátula, use uma das mãos para incorporar o restante da farinha. Coloque, em uma bancada, uma folha
de papel plástico ou um pedaço de papel manteiga, e sob essa folha coloque metade da massa dos biscoitos já pronta,
cubra a massa com outra parte de folha de plástico ou mais um pedaço de papel manteiga e estique a massa com a
ajuda de um rolo de macarrão para que ela fique numa espessura de mais ou menos 0,5cm. A massa não deve ficar
muito fina para que não fique quebradiça e nem muito grossa pois pode não ficar tão crocante. Transfira a metade da
massa já aberta e esticada entre os plásticos (ou papéis manteiga) para uma forma ou superfície lisa e leve a geladeira
por 40 minutos para que a massa resfrie e fique mais fácil de manipular quando for cortada com os aros de metal.
Repita o mesmo processo citado com a outra metade da massa. Passado os 40 minutos e com a massa já resfriada,
agora é hora de usar os moldes de metal com formatos natalinos da sua preferência (estrela, pinheiro, anjo, boneco...).
Pressione os moldes na massa e comece pelos cantos para facilitar. Retire com cuidado a massa em torno e coloque o
biscoito numa assadeira com uma distância de aproximadamente um dedo entre eles. Não há necessidade de untar a
assadeira uma vez que nos biscoitos já usamos manteiga. Caso sinta necessidade, enfarinhe a forma antes de colocar os
biscoitos.

Leve ao forno pré aquecido a 180ºC, 15 a 20 minutos até dourar levemente. Depois de assados, espere esfriar para então
começar a decorar com o glacê.

Para o glacê, coloque a clara de ovo em um bowl e use a batedeira ou um fouet, até formar uma espuma branca.
Adicione aos poucos o açúcar de confeiteiro e o sumo de limão. Bata essa mistura por mais uns minutos até o glacê
atingir uma consistência mais firme. Para decorar use uma manga de confeitar e um bico perlê nº2, caso não tenha ou
não encontre o bico de confeitar, corte uma pontinha bem pequena da manga de confeitar com a ajuda de uma tesoura
para que os traços do seu desenho fiquem finos e delicados. Agora use a criatividade! Decore seus biscoitos da forma
que mais lhe agradar, chame as crianças, chame sua família! Depois de decorar espere cerca de uma hora antes de
embalar seus biscoitos em pacotes ou em potes de vidros bem fechados. Os biscoitos duram quinze dias com glacê ou
trinta dias sem glacê.
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