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GIGANTES
JORGEVAN ALVES DA SILVA
ÍNDICE
1 - Introdução
2 - Seja Um Sonhador
11 - Conclusão
Àqueles que vivem na expectativa de
dias melhores, que se alimentam da fé e
da esperança de ver os problemas
sucumbirem ante a soberania do Deus
Altíssimo.
Era essa a visão que o povo de Israel tinha do “poderoso” Golias. Para
aqueles homens ele era aparentemente invencível, mas para Deus era tão
frágil que uma pequena pedra era o bastante para destruí-lo. Assim são os
nossos maiores gigantes: insignificantes diante de Deus.
2 - SEJA UM SONHADOR
A Bíblia está cheia de sonhadores, Davi não foi o único com esta
característica, podemos encontrar vários personagens. Noé, certamente foi
visto como um velho maluco quando começou a construir o sonho (a arca) de
salvar sua vida, a da sua família, e das demais espécies existentes. Só um
sonhador poderia acreditar que dos céus cairiam chuvas em abundância, o
suficiente para destruir a Terra e que seu “barquinho” poderia suportar o
temporal e salvá-los. Aquele barco não foi construído em um dia, ou em
poucos dias, mas as críticas, que certamente os curiosos fizeram, não foram
suficientes para que ele abandonasse seu sonho.
Como Davi que creu na vitória contra Golias, como Noé que se
dedicou por um longo tempo na construção de um barco que salvaria a raça
humana; como Abraão que em obediência ao chamado de Deus deixou sua
terra natal e os familiares, para realizar seus ideais; como vários outros
personagens bíblicos que viveram em busca das suas aspirações; como Jesus
que abriu mão da sua glória, vindo ao mundo concretizar o sonho de unir
novamente o homem a Deus; como tantos outros: missionários, líderes e
pastores. Seja você também um sonhador. Acredite! O Senhor é contigo.
3 - NÃO DÊ OUVIDOS AOS QUE QUEREM
DESANIMAR
Na nossa vida sempre vamos encontrar aqueles que têm uma palavra
de desânimo. Poucos, na verdade, são os que trazem uma palavra de conforto
e apoio, foi assim com Jó: após ter passados pelas piores situações, as mais
inimagináveis possíveis, seus “amigos” veem lhes visitar com palavras, que
ao invés de consolá-lo e animá-lo, o acusava e o humilhava. É bem verdade
que sempre deixavam uma palavra de encorajamento, mas todas com tom de
acusação, sempre dando a entender que os problemas de Jó eram oriundos do
pecado ou de sua negligência. Não conseguiam ver, como Jó, que o Senhor é
soberano sobre todas as coisas, que foi ”Ele quem deu, Ele quem tomou, por
isso bendito seja o nome do Senhor”. (Jó 1.21)
Era como se Saul falasse a Davi: ô menino, você não tá vendo que
não dá pra ganhar daquele grandalhão? O problema aqui é que Saul olhava
para Davi como olhamos para as pessoas, mas nós não olhamos como Deus
nos olha. Há um texto em Amós no capítulo 7 e versículo 14, realmente
impressionante, após o sacerdote Amazias, como que questionando a
autoridade do profeta Amós, ter exigido a sua saída da cidade de Betel por
causa das palavras duras lançadas contra a cidade e seu rei, Amós diz que
realmente “não era profeta, nem filho de profeta, mas boieiro, e cultivador de
sicômoros”, porém o Senhor o tirou de após o gado e disse: “vai, profetiza ao
meu povo Israel”.
É óbvio que nosso relato é figurativo, pois Davi não pegava os leões
necessariamente pelas barbas, entretanto também não resta dúvida de que o
texto bíblico nos revela que Deus sempre lhe dava o socorro, e que Davi na
defesa por suas ovelhas sempre conseguia sair ileso e vitorioso contra as feras
que investiam contra seu rebanho. Essas experiências de Davi com Deus
bastavam para manter acessa a sua esperança e a certeza de vitória contra o
gigante Golias.
Ver nossos ideais realizados pode delongar, mas não importa o quanto
de tempo será necessário para que o gigante caia, o que importa é que a
demora não deve nos separar da esperança de ver a vitória do Senhor.
Podemos confiar que Deus, no seu tempo, destruirá o que nos afronta. Esta
deve ser a nossa confiança.
Davi percebeu que aquela veste de combate não lhe daria nenhuma
proteção, na verdade iria atrapalhá-lo até a andar, era necessário, então,
livrar-se de tudo aquilo. O texto nos traz duas lições práticas: primeiro, nem
sempre o que serve para as outras pessoas tem a mesma serventia para nós.
Segundo, se temos algo que em nada nos ajuda, devemos nos livrar disso.
O que deve ser destacado neste momento é que nem sempre o que é
útil ou bom para alguém, será também para mim, ou seja, não adianta querer
imitar alguém ou seus atos na expectativa de que vamos, igualmente, nos dar
bem em algo, porque somos diferentes uns dos outros. Assim como aquela
roupa não era adequada para Davi, as fórmulas criadas por alguém para
melhorar seu relacionamento, seus negócios, sua igreja e etc., não significa
que serão ideais para que você tenha o mesmo sucesso na vida. É necessário,
portanto, buscar em Deus o melhor meio para lutar contra nossos problemas e
entender quais são os propósitos do Pai para você nas circunstâncias.
Logo quando aceitei a Cristo, ouvi uma missionária num dos seus
programas de TV afirmando que “...se quando você aceitou a Jesus não sentiu
como se tivesse sido arrebatado, se você não lembra daquele dia e se no dia
seguinte tudo não estava diferente é porque você ainda não teve uma
experiência com Cristo, e precisa se converter...”, para mim aquelas palavras
foram assustadoras porque, apesar da minha certeza de salvação, as coisas
não haviam sido assim arrebatadoras, (não obstante a alegria e emoção
sentida naquele momento) por alguns dias fiquei preocupado, até que uma
outra palavra, vinda de Deus, me fez arrancar da mente qualquer dúvida a
este respeito, decidi fazer uso a partir daquele dia do capacete da salvação.
Talvez você não tenha vivido uma experiência arrebatadora na sua conversão,
talvez nem se quer lembre a mensagem ou dia, há ainda aqueles que
nasceram em lares evangélicos e suas experiências foram na infância, mas o
que importa é que você deve ter em mente que a caracterização da salvação
está na prática de vida que levamos, refletindo a pessoa de Cristo, e na
certeza de que Ele é o Salvador, de que não há outro nome pelo qual devamos
ser salvos.
Davi utilizou como arma para a luta contra o gigante Golias uma
funda e pedras, nós temos uma armadura espiritual dada por Deus com a qual
podemos vencer as mais terríveis batalhas, portanto tome posse dessa
armadura, vista-se com a camiseta da verdade, revista-se com a couraça da
justiça, calce seus pés com as botas do evangelho da paz, aproprie-se do seu
escudo da fé, coloque o capacete da salvação e avance com a espada do
Espírito em punho na certeza da vitória.
Naquela batalha foi fácil para Davi lutar em nome do Senhor, isso
porque era propósito de Deus a vitória contra os filisteus, entretanto nem
sempre as coisas foram tão simples assim para Davi. Podemos imaginar que
não foi nada fácil para ele, ter um dos seus grandes ideais frustrados por Deus
quando lhe negou o direito de construir o templo, sob a alegação de que Davi
era sanguinário e de que esta tarefa ficaria a cargo do seu filho Salomão. Em I
Crônicas no capítulo 28 Davi convoca o povo e se lamenta por não ter tido a
autorização do Senhor de concretizar o desejo de edificação do templo de
Deus.
A decisão a ser tomada poderia parecer óbvia: “Nós, que temos tido
tantas vitórias nestes dias, concedidas pelo Senhor, vamos ao encalce desses
saqueadores rever nossas famílias e nossos bens, pois certamente Deus nos
restituirá”. Entretanto não foi assim, no ímpeto, que Davi agiu. Só após ter
chorado até não encontrar mais forças, decidiu consultar a Deus para entender
os seus propósitos para aquela situação. Os versículos 7 e 8 relatam que Davi
chamou o sacerdote Abiatar e lhe falou: “traze-me aqui a estola sacerdotal. E
consultou ao Senhor: Perseguirei eu a esta tropa? Alcançá-la-ei? Respondeu-
lhe o Senhor: Persegue-a. De certo a alcançarás, e tudo libertarás”.
Quando Abraão foi convidado por Deus para partir para uma nova
terra, onde o Senhor o faria prosperar abundantemente, e aceitou, ele recebeu
uma poderosa promessa: “Abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei
os que te amaldiçoarem”, (Gênesis 12.3) disse o próprio Deus.
Esta promessa hoje, recai sobre nós, filho de Abraão na fé, “pois os
que são da fé são filhos de Abraão” (Gálatas 3.7), de forma que os que nos
abençoam são abençoados por Deus e sempre que enfrentamos problemas,
Ele toma partido em nosso favor.
As diversidades que vez por outra enfrentamos, por mais terríveis que
sejam, devemos confiar ao Senhor, pois elas não nos pertencem, são afrontas
ao nosso Deus. Cremos nisto porque entendemos que na vida do cristão,
nada, absolutamente nada, está desassociado do reino espiritual, como já
dissemos antes, portanto muitos dos nossos problemas têm raízes em ações
de hostes espirituais com o fim de nos atingir, e sabendo disto não devemos
tentar resolver nossas questões na força, mas dar vazão para que Deus aja em
nosso lugar.
Não obstante, Deus tem promessas para nós que deverão acontecer
hoje, ou seja, nesta vida. Talvez o hoje do Senhor, não seja para este dia,
afinal o tempo cronológico não existe para Ele, mas no Seu tempo, no melhor
momento.
Se pensar que Deus tem obrigação de nos dar algo é errado, imaginar
que Ele não poderá fazer nada para nós ajudar é torná-lo impotente. Em
ambos os casos o indivíduo está mantendo um relacionamento equivocado
com Deus, pois Ele é nosso Pai, e como pai, somos nós, os filhos, que
devemos explicações. Da mesma maneira, sendo Deus nosso Pai, Ele nutre
um amor incondicional por nós, o que o faz interessar-se por nossas
dificuldades.
Quem sabe, você imagine que para sair de certas situações em que se
encontre precisará de coisas grandes, que as “pedrinhas” não serão capazes
para destruir o teu gigante. Já ouvi muitas pessoas afirmarem que não irão ao
culto da sua igreja, pois irão à outra igreja porque estão precisando de
“orações fortes”, outros que participarão de uma corrente realizada pela igreja
tal para alcançarem as bênçãos que almejam. Estas pessoas desconhecem que
Deus pode fazer muito no pouco que temos.
É bom que se saiba que o milagre começa com o que temos. Há dois
exemplos clássicos na bíblia em relação a esta verdade, ambos tendo como
figura principal uma viúva. O primeiro, registrado em I Reis capítulo 17, nos
mostra que em meio a uma terrível estiagem que ocorria na região, o profeta
Elias pede a uma viúva que lhe sirva algo para comer e tem como resposta
daquela senhora: “não tenho nem um bolo, senão somente um punhado de
farinha e um pouco de azeite. E vou prepará-lo para mim e para meu filho, a
fim de que o comamos e morramos”. O profeta então a orientou para que o
servisse primeiro, pois havia uma promessa do Senhor para ela se assim o
fizesse: aquele pouco de farinha e de azeite não acabaria enquanto a seca
durasse. A mulher cumpriu a ordem e foi abençoada com o pouco que tinha.
No ímpeto ela afirmou que nada possuía para comer, sem saber que Deus
começa o milagre com o que temos. Que Deus pode transformar o pouco no
infinito.
A grande lição que devemos tirar aqui é que se tivermos uma fé tão
pequena quanto um grão de mostarda, ela, ainda assim, será o necessário para
que vejamos o gigante tombar diante de nós, pois o milagre começa com o
que temos.
11 - CONCLUSÃO
Conheço pessoas que têm sérias enfermidades e que não tiveram até
então uma cura, e algumas delas inclusive morrerão por causa dessas
doenças, no entanto o Senhor permite que elas tenham uma vida normal
apesar da constatação da enfermidade. Essas pessoas são alimentadas pela
esperança em Deus, de serem curadas ou de viverem até o dia que o Senhor
determinar, o que importa é que vivem bem porque já vislumbram, na sua
esperança, o gigante derrotado.
Em outros casos as coisas são bem mais sérias, nos livrar de algo
não será o bastante, teremos que nos apropriar de outras, a saber as armas que
Deus nos fornece para lutar contra as ciladas que Satanás maquina contra
nossas vidas. É importante que você saiba que as armas apontadas na carta
aos Efésios capítulo 6, e abordadas aqui, não são as únicas que Deus nos dá
para combater o mal, há outras que também devem ser utilizadas. Entre elas
está o amor, a qual sem dúvida é a mais poderosa de todas. O Diabo nada
pode, ele fica neutralizado ante nosso amor pelo Pai e ao amor de Deus
dispensado a nós. Ainda temos os dons concedidos pelo Espírito Santo e os
frutos do Espírito (gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade,
fidelidade...), todas essas armas tornam-se um verdadeiro arsenal contra as
hostes malignas na guerra espiritual.
Colocar o reino de Deus em primeiro lugar é mais uma tática
infalível, basta dizer que o próprio Jesus nos orienta a “buscar primeiro o
reino de Deus, e a sua justiça, e as demais coisas nos serão acrescentadas”
(Mateus 6.33). Deus conhece nossas necessidades e trata de supri-las à
medida que nos envolvemos com seus negócios e vivemos segundo a sua
vontade –Isso é ir à luta em nome do Senhor.
[1]1 Conta as Bênçãos, Letra de Johnson Oatman Jr. – Hino de nº 329 do cantor cristão.
O Cantor Cristão é um livro de músicas, comumente utilizado em Igrejas Batistas da Convenção
Batista Brasileira.
[2] As vezes mencionamos com frequência o termo e sequer sabemos o que significa, então vai aí o
significado de PALAVRAS TORPES, conforme dicionário: que contraria ou fere os bons costumes, a
decência, a moral; que revela caráter vil; ignóbil, indecoroso, infame, que causa repulsa; asqueroso,
nojento.