Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ARTIGOS
RAÍZES DA UNIDADE
Anderson Torres & Eduardo Tengan 33
PROBLEMAS PROPOSTOS 59
AGENDA OLÍMPICA 61
COORDENADORES REGIONAIS 62
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 1
Um recipiente fechado com formato de paralelepípedo retangular contém 1 litro de
água. Se o recipiente se apoia horizontalmente sobre três faces distintas, o nível da
água é de 2cm, 4cm e 5cm.
Calcule o volume do paralelepípedo.
PROBLEMA 2
Na etapa 0 escrevem-se os números 1, 1.
Na etapa 1 intercala-se a soma dos números 1, 2, 1.
Na etapa 2 entre cada par de números da etapa anterior intercala-se a soma deles:
1, 3, 2, 3, 1.
Uma etapa mais: 1, 4, 3, 5, 2, 5, 3, 4, 1.
Quantos números há na etapa 10?
Qual é a soma de todos os números que há na etapa 10?
PROBLEMA 3
É possível pintar os inteiros positivos com três cores de modo que, sempre que se
somam dois números de cores distintas, o resultado da soma seja da terceira cor?
(Há que usar as três cores.) Se a resposta é afirmativa, indique um possível modo
de pintar; se não é possível, explique o porquê.
PROBLEMA 4
Encontre todos os números naturais de 90 dígitos que são múltiplos de 13 e têm os
primeiros 43 dígitos iguais entre si e distintos de zero, os últimos 43 dígitos iguais
entre si, e os 4 dígitos do meio são 2, 0, 1, 0, nessa ordem.
PROBLEMA 5
Num tabuleiro de 2 × 7 quadriculado em casas de 1 × 1 se consideram os 24 pontos
que são vértices das casas. João e Matias jogam sobre este tabuleiro. João pinta de
vermelho uma quantidade igual de pontos em cada uma das três linhas horizontais.
Se Matias pode escolher três pontos vermelhos que sejam vértices de um triângulo
acutângulo, Matias vence o jogo. Qual é a máxima quantidade de pontos que João
pode pintar para ter certeza de que Matias não vencerá? (Para o número
encontrado, dê um exemplo de pintura que impeça que Matias vença e justifique
por quê Matias vence sempre se o número é maior.)
2
Sociedade Brasileira de Matemática
SEGUNDO NÍVEL
PROBLEMA 1
Determine o menor inteiro positivo que tenha todos seus dígitos iguais a 4, e que
seja múltiplo de 169.
PROBLEMA 2
Consideramos o retângulo ABCD e a circunferência de centro D e raio DA, que
corta o prolongamento do lado AD no ponto P. A reta PC corta a circunferência no
ponto Q e o prolongamento do lado AB no ponto R. Demonstre que QB = BR.
PROBLEMA 3
Encontre o menor k > 2 para o qual existem k números inteiros consecutivos, tais
que a soma dos seus quadrados é um quadrado.
PROBLEMA 4
Seja n um inteiro tal que 1 < n < 2010. Dado um polígono regular de 2010 lados e
n moedas, devemos pintar os vértices do polígono utilizando n cores dadas, e logo
colocar as n moedas em n vértices do polígono. Em seguida, a cada segundo, todas
as moedas se deslocam para o vértice vizinho, girando no sentido dos ponteiros do
relógio.
Determine os valores de n para os quais é possível pintar e escolher as posições
iniciais das moedas, de forma que em todo momento as n moedas estejam todas em
vértices de cores distintas.
PROBLEMA 5
Temos as seguintes peças: um retângulo de 4 × 1, dois retângulos de 3 × 1, três
retângulos de 2 × 1 e quatro quadrados de 1 × 1. Ariel e Bernardo jogam o seguinte
jogo num tabuleiro de n × n , onde n é um número escolhido por Ariel. A cada
movimento, Bernardo recebe de Ariel uma peça R. Em seguida Bernardo analisa se
poderá colocar R no tabuleiro de modo que não tenha pontos em comum com
nenhuma das peças colocadas anteriormente (nem sequer um vértice em comum).
Se existe uma tal colocação para R, Bernardo deve escolher uma delas e colocar R.
3
Sociedade Brasileira de Matemática
RESULTADO BRASILEIRO
4
Sociedade Brasileira de Matemática
PRIMEIRO DIA
PROBLEMA 1
Pedro tem que escolher duas frações irrredutíveis, cada uma com numerador e
denominador positivos, tais que:
PROBLEMA 2
Marcam-se em uma reta 44 pontos, numerados 1, 2, 3, ..., 44 da esquerda para a
direita. Vários grilos saltam na reta. Cada grilo parte do ponto 1, salta por pontos
marcados e termina no ponto 44. Além disso, cada grilo sempre salta de um ponto
marcado a outro marcado com um número maior.
Quando todos os grilos terminaram da saltar, notou-se que para cada par i, j, com
1 ≤ i ≤ j ≤ 44, há um grilo que saltou diretamente do ponto i para o ponto j, sem
pousar em nenhum dos pontos entre eles.
Determine a menor quantidade de grilos para que isso seja possível.
5
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 3
Recortar um polígono convexo de n lados significa escolher um par de lados
consecutivos AB, BC do polígono e substituí-los por três segmentos AM, MN, e
NC, sendo M o ponto médio de AB e N o ponto médio de BC. Em outras palavras,
corta-se o triângulo MBN e obtem-se um polígono convexo de n + 1 lados.
Seja P6 um hexágono regular de área 1. Recorta-se P6 e obtém-se o polígono P7.
Então recorta-se P7, de uma das sete maneiras possíveis, e obtém-se o polígono P8,
e assim sucessivamente. Prove que, independentemente de como sejam feitos os
recortes, a área de Pn é sempre maior do que 2 3.
SEGUNDO DIA
PROBLEMA 4
Pablo e Sílvia jogam em um tabuleiro 2010 × 2010. Primeiro Pablo escreve um
número inteiro em cada casa. Feito isso, Sílvia repete tantas vezes quanto quiser a
seguinte operação: escolher três casas que formem um L, como uma figura, e
somar 1 a cada número dessas três casas. Sílvia ganha se fizer com que todos os
números do tabuleiro sejam múltiplos de 10.
Demonstre que Sílvia sempre pode escolher uma sequência de operações com as
quais ela ganha o jogo.
PROBLEMA 5
O incírculo do triângulo ABC toca os lados BC, CA, e AB em D, E e F,
respectivamente. Sejam ωa , ωb e ωc os circuncírculos dos triângulos EAF, DBF e
DCE, respectivamente. As retas DE e DF cortam ωa em Ea ≠ E e
Fa ≠ F , respectivamente. Seja rA a reta Ea Fa . Defina rB e rC de modo análogo.
Prove que as retas rA , rB e rC determinam um triângulo cujos vértices pertencem
aos lados do triângulo ABC.
PROBLEMA 6
Determine se existe uma sequência infinita a0 , a1 , a2 , a3 ,... de inteiros não negativos
que satisfaz as seguintes condiciones:
(i) Todos os números inteiros não negativos aparecem na sequência uma única vez;
(ii) A sequência bn = an + n, n ≥ 0, é formada por todos os números primos, cada
um aparecendo uma única vez.
6
Sociedade Brasileira de Matemática
PRIMEIRO DIA
PROBLEMA 1
Determine todas as funções f : → tais que
f ( x y ) = f ( x ) f ( y )
para os números x, y ∈ . ( z designa o maior inteiro que é menor ou igual a z).
PROBLEMA 2
Seja ABC um triângulo, I o seu incentro e Γ a sua circunferência circunscrita. A
recta AI intersecta novamente Γ no ponto D. Sejam E um ponto do arco BDC e F
um ponto do lado BC tais que
1
B AF = C AE < B AC.
2
Seja G o ponto médio do segmento IF. Mostre que as rectas DG e EI se intersectam
sobre Γ .
PROBLEMA 3
Seja * o conjunto dos inteiros positivos. Determine todas as funções
g : * → * tais que
7
Sociedade Brasileira de Matemática
( g ( m) + n ) ( m + g ( n))
é um quadrado perfeito para todos m, n ∈ *.
SEGUNDO DIA
PROBLEMA 4
Seja Γ a circunferência circunscrita ao triângulo ABC e P um ponto no interior do
triângulo. As rectas AP, BP e CP intersectam novamente Γ nos pontos K, L, e M,
respectivamente.
A recta tangente a Γ em C intersecta a recta AB em S. Supondo que SC = SP,
mostre que MK = ML.
PROBLEMA 5
Em cada uma das seis caixas B1 , B2 , B3 , B4 , B5 , B6 há inicialmente só uma moeda.
Dois tipos de operações são possíveis:
Tipo 1: Escolher uma caixa não vazia B j , com 1 ≤ j ≤ 5. Retirar uma moeda da B j e
adicionar duas moedas a B j +1.
Tipo 2: Escolher uma caixa não vazia Bk , com 1 ≤ k ≤ 4. Retirar uma moeda da Bk e
trocar os conteúdos das caixas (possivelmente vazias) Bk +1 e Bk + 2 .
Determine se existe uma sucessão finita destas operações que deixa as caixas
2010
B1 , B2 , B3 , B4 , B5 vazias e a caixa B6 com exactamente 20102010 moedas. (Observe
que a b = a
c (b ) . )
c
PROBLEMA 6
Seja a1 , a2 , a3 ,... uma sucessão de números reais positivos. Sabe-se que para algum
inteiro positivo s,
an = max {ak + an − k tal que 1 ≤ k ≤ n − 1}
para todo n > s. Mostre que existem inteiros positivos e N, com ≤ s, tais que
an = a + an − para todo n ≥ N .
8
Sociedade Brasileira de Matemática
PRIMEIRO DIA
PROBLEMA 1
Numa fila de dez moedas indistinguíveis há duas delas que são falsas, ocupando
posições consecutivas. Para cada conjunto de posições, pode-se perguntar quantas
moedas falsas ele contém. É possível determinar quais são as moedas falsas
fazendo apenas duas destas perguntas? Não se sabe a resposta da primeira pergunta
antes de se formular a segunda.
PROBLEMA 2
Determinar se existem números inteiros positivos a e b tais que todos os termos da
sucesão definida por x1 = 2010, x2 = 2011,
xn + 2 = xn + xn +1 + a xn xn +1 + b , n ≥ 1,
sejam inteiros.
PROBLEMA 2
A circunferência Γ inscrita ao triângulo escaleno ABC é tangente aos lados BC,
CA e AB nos pontos D, E e F respectivamente. A recta EF corta a recta BC em G.
A circunferência de diâmetro GD corta Γ em R ( R ≠ D ) . Sejam P e Q
( P ≠ R, Q ≠ R ) as intersecções de BR e CR com Γ , respectivamente. As rectas BQ
9
Sociedade Brasileira de Matemática
SEGUNDO DIA
PROBLEMA 4
As médias aritmética, geométrica e harmônica de dois números inteiros positivos
distintos são números inteiros. Encontrar o menor valor possível para a média
aritmética.
Nota: Se a e b são números positivos, suas médias aritméticas, geométrica e
a+b 2
harmônica são respectivamente: , a ⋅b e .
2 1 1
+
a b
PROBLEMA 5
Seja ABCD um quadrilátero cíclico sujas diagonais AC e BD são perpendiculares.
Sejam O o circuncentro de ABDC, K a intersecção das diagonais, L ≠ O a
intersecção das circunferências circunscritas a OAC e OBD, e G a intersecção das
diagonais do quadrilátero cujos vértices são os pontos médios dos lados de ABCD.
Provar que O, K, L e G são colineares.
PROBLEMA 6
Ao redor de uma mesa circular sentam-se 12 pessoas e sobre a mesa há 28 vasos de
flores. Duas pessoas podem ver-se uma à outra se, e somente se, não há nenhum
vaso alinhado com elas. Provar que existem pelo menos duas pessoas que podem
ver-se.
10
Sociedade Brasileira de Matemática
♦ Nível Intermediário
O objetivo deste artigo é mostrar uma técnica que pode ser bastante útil na
hora de resolver problemas de olimpíadas de Matemática.Tal técnica consiste em
você associar um polinômio a uma determina expressão. Com isso você pode
calcular o valor de expressões trigonométricas, expressões algébricas e mostrar que
um determinado número é irracional.
I) EXPRESSÕES TRIGONOMÉTRICAS
SOLUÇÃO:
a) cos ( 4α ) = cos ( 3α ) ⇔ 4α = 3α + 2kπ ou 4α = −3α + 2kπ ⇔ α = 2kπ ou
2kπ 2π 4π 6π
α= , logo 1,cos ,cos , cos são as raízes dessa equação.
7 7 7 7
Por outro lado temos que cos ( 4α ) = 8 ⋅ cos 4 α − 8 ⋅ cos 2 α + 1 e
cos ( 3α ) = 4 ⋅ cos3 α − 3 ⋅ cos α . Faça cos α = t. Daí temos que
cos ( 4α ) = cos ( 3α ) ⇔ ( t − 1) ⋅ ( 8t 3 + 4t 2 − 4t − 1) = 8 ⋅ t 4 − 4 ⋅ t 3 − 8 ⋅ t 2 + 3 ⋅ t + 1 = 0.
Assim, a equação (8t 3
+ 4t 2 − 4t − 1) = 0 tem como
2π 4π 6π
soluções cos ,cos ,cos .
7 7 7
11
Sociedade Brasileira de Matemática
π 2π 3π 1
EXERCÍCIO RESOLVIDO 3 (IMO 1963): Prove que cos − cos + cos = .
7 7 7 2
SOLUÇÃO: Note que
π π 3π 3π 5π 5π π 3π 5π
3⋅ + 4⋅ = π ,3 ⋅
+ 4⋅ = 3π e 3 ⋅ + 4⋅ = 5π , logo , , são
7 7 7 7 7 7 7 7 7
soluções da equação cos 4 x = − cos3x.
7x x 7x
Essa equação equivale a cos 4 x + cos3 x = 0 ⇔ 2 ⋅ cos ⋅ cos = 0 ⇔ cos = 0 ou
2 2 2
x
cos = 0.
2
7x
PARTE 1: Resolver a equação cos =0
2
7x π π 2 kπ π 3π 5π 9π 11π 13π
= + kπ ⇒ x = + ⇒ x = , , ,π , , , , mas
2 2 7 7 7 7 7 7 7 7
π 13π 3π 11π 5π 9π
cos = cos ,cos = cos ,cos = cos , logo há 4 soluções distintas
7 7 7 7 7 7
π 3π 5π
entre 0 e 2π : , , , π .
7 7 7
x
PARTE 2: Resolver a equação cos = 0
2
12
Sociedade Brasileira de Matemática
x π
= + kπ ⇒ x = π + 2kπ , logo x = π é a única solução entre 0 e 2π .
2 2
Por outro lado temos que cos 4 x = 8cos 4 x − 8cos 2 x + 1 e cos3 x = 4cos3 x − 3cos x.
cos4 x = − cos3x ⇔ 8cos4 x + 4cos3 x − 8cos2 x − 3cos x + 1 = 0 ⇔ 8t 4 + 4t 3 − 8t 2 − 3t + 1 = 0,
onde t = cos x.
Claramente –1 é raiz desse polinômio, e temos 8t4 +4t3 – 8t2 – 3t + 1 =
(t +1) · (8t3 – 4t2 – 4t + 1), donde o polinômio 8t3 – 4t2 – 4t + 1 tem como raízes
π 3π 5π
cos ,cos ,cos . Logo temos pelas relações de Girard que:
7 7 7
π 3π 5π 4 1 π 2π 3π
cos + cos + cos = = = cos − cos − cos .
7 7 7 8 2 7 7 7
13
Sociedade Brasileira de Matemática
14
Sociedade Brasileira de Matemática
EXERCÍCIOS PROPOSTOS:
π 2π 3π 7
1) (EUA) Prove que sen ⋅ sen
⋅ sen = .
7 7 7 8
2) (Vietnã 1982) Ache a, b, c inteiros tais que as raízes da equação ax2 + bx + c = 0
são cos 720 e cos 1440.
3) (Prova de Seleção da Romênia para a IMO 1970): Prove que para todo inteiro
positivo n:
tg
π
⋅ tg
2π
⋅ tg
3π
...tg
( n − 1) π ⋅ tg nπ = 2n + 1.
2n + 1 2n + 1 2n + 1 2n + 1 2n + 1
15
Sociedade Brasileira de Matemática
1
11) Prove que cos 200. cos 400.cos 800 = .
8
12) Prove que:
π 2π 3π
a) tg ⋅ tg
⋅ tg = 7.
7 7 7
π 2π 3π 4π 5π 6π
b) tg ⋅ tg ⋅ tg ⋅ tg ⋅ tg ⋅ tg = 13 .
13 13 13 13 13 13
13) Prove que cossec 6° + cossec 78° − cossec 42° − cossec 66° = 8.
16
Sociedade Brasileira de Matemática
SITES ACESSADOS
[1] The IMO Compendium, Disponível em
<http://www.imomath.com/index.php?options=oth|other&p=0>, Acesso em: 10/08/2009.
[2] Treinamento do Cone Sul. Disponível em: < http://treinamentoconesul.blogspot.com/>,
Acesso em: 12/08/2009.
[3]Notas de Aula de Kin Yin Li. Disponível em:
<http://www.math.ust.hk/~makyli/190_2003Fa/lect-notes_03fa.pdf>, Acesso em:
15/08/2009.
[4] Página de Olimpíada da Sociedade Canadense de Matemática. Disponível em:
< http://www.cms.math.ca/Olympiads/ >, Acesso em: 20/07/2009.
[5] Matemática Nick Puzzles. Disponível em: < http://www.qbyte.org/puzzles/>, Acesso
em : 15/11/2009.
[6] Olimpíada Brasileira de Matemática. Disponível em: <http://www.obm.org.br >, Acesso
em: 20 /11/2009.
17
Sociedade Brasileira de Matemática
♦ Nível Intermediário
INTRODUÇÃO
18
Sociedade Brasileira de Matemática
α+β α −β
Fazendo a + b = α e a − b = β teremos que a = e b= , cujos
2 2
valores substituídos nas relações (e), (f), (g) e (h) fornecerão as seguintes relações
α + β α − β
sen α + sen β = 2 sen cos
2 2
α − β α + β
sen α − sen β = 2 sen cos
2 2
α + β α − β
cos α + cos β = 2 cos cos
2 2
α + β α − β
cos α − cos β = −2 sen sen , que são as conhecidas
2 2
Fórmulas de Transformação de soma em produto ou Fórmulas de Prostaférese.
A FÓRMULA DE EULER
x 2 x3 xn x 2 x3
e x = lim1 + x + + + … + = 1 + x + + + … (j)
n →∞
2 3! n! 2 3!
A expressão da direita pode ser usada para definir ex para x para x complexo.
Analogamente demonstra-se que
19
Sociedade Brasileira de Matemática
x3 x5
n −1
xn x3 x5
sen x = lim x − + − … + (−1) 2 = x− + −… (k)
n →∞
3! 5! n! 3! 5!
e que
x2 x4 n x
2n
x2 x4
cos x = lim1 − + + … + (−1) = 1− + −… (l)
n →∞
2 4! (2n)! 2! 4!
Y2 Y4 Y3 Y5
e iY = 1 − + − … + i Y − + − … = cos Y + i sen Y (m)
2 4! 3! 5!
( cosY cosY
1 2 − senY1senY2 + i ( senY1cosY2 + senY2 cosY1 ) = )
=e x1
( cosY1 + isen Y1 ) ⋅ e ( cosY2 + isen Y2 ) = e
x2 Z1
⋅ e Z2 .
PROBLEMAS DE APLICAÇÃO
20
Sociedade Brasileira de Matemática
3x x x
sen − sen = 2 sen cos x
2 2 2
5x 3x x
sen − sen = 2 sen cos 2 x
2 2 2
7x 5x x
sen − sen = 2 sen cos 3 x (3)
2 2 2
(2n − 1) x (2n − 3) x x
sen − sen = 2 sen cos(n − 1) x
2 2 2
(2n + 1) x (2n − 1) x x
sen − sen = 2 sen cos nx
2 2 2
(2n − 1) x (2n − 3) x x
cos − cos = −2 sen sen(n − 1) x
2 2 2
(2n + 1) x (2n − 1) x x
cos − cos = −2 sen sen nx
2 2 2
21
Sociedade Brasileira de Matemática
(2n + 1) x x x n
cos − cos = −2 sen ⋅ ∑ sen jx
2 2 2 j =1
nx (n + 1) x
n sen ⋅ sen
⇒ S1 = ∑ sen jx = 2 2 (6),
j =1
x
sen
2
que é a soma procurada.
Não obstante, este problema também pode ser resolvido utilizando-se a conhecida
ix
x x
Relação de Euler. Seja e 2 = C = cos + i sen , onde i 2 = −1 ; assim tem-se que
2 2
2
x x
C = cos + i sen = cos x + i sen x
2
2 2
4
x x
C 4 = cos + i sen = cos 2 x + i sen 2 x
2 2 (7)
2n
x x
C 2n
= cos + i sen = cos nx + i sen nx
2 2
C 2 (C 2 n − 1) (
C n C n − C −n n
) (cos jx + i sen jx )
⇒ C + C +…+ C =
2 4 2n
(C 2 − 1)
= C ⋅
C − C −1( =
)∑j =1
nx
sen
n
⇒ ∑ (cos jx + i sen jx ) = cos + i sen cos + i sen
x x nx nx 2 = S + iS
2 1
j =1 2 2 2 2 sen x
2
(n + 1) x nx (n + 1) x nx
cos ⋅ sen sen ⋅ sen
⇒ S 2 + iS1 = 2 2 +i 2 2 (8)
x x
sen sen
2 2
de onde tiramos os valores de interesse S1 e S 2 igualando-se as partes reais e
imaginárias da igualdade acima respectivamente.
22
Sociedade Brasileira de Matemática
1 1 1 1
Trigonometria que sen 2 x = − cos 2 x e cos 2 x = + cos 2 x , assim pode-
2 2 2 2
se reescrever S1 e S 2 como sendo
n
1 1 1 1
S1 = ∑ sen 2 jx = + + …+ − (cos 2 x + cos 4 x + … + cos 2nx ) (9)
j =1 2 2 "n " 2 2
(
C n C n − C −n )n
(cos 2 jx + i sen 2 jx )
C 2 + C 4 + … + C 2 n = C.
(C − C −1 ) = ∑
j =1
n
cos(n +1)x.sennx sen(n +1)x.sennx
⇒ ∑(cos2 jx + i sen2 jx) = +i = S´+iS´´ (10)
j =1 senx sen x
n
n 1
onde S´´= ∑ sen 2 jx . Sendo S1 = − S´
j =1 2 2
1 cos(n + 1) x. sen nx
∴ S1 = n − (11)
2 sen x
23
Sociedade Brasileira de Matemática
sen 3 kx =
C −C
k −k
=
3
C −C ( −3 k
−3 C −C
3k
) ( k −k
)
2i − 8i
3 sen kx − sen 3kx
⇒ sen 3 kx = (16)
4
n
1 n n
∴ S1 = ∑ sen 3 kx = 3∑ sen kx − ∑ sen 3kx (17)
k =1 4 k =1 k =1
nx (n + 1) x
n sen ⋅ sen
Por (6) tem-se que ∑ sen kx = 2 2 e observando-se que se
k =1
x
sen
2
D = cos 3 x + i sen 3 x teremos que:
24
Sociedade Brasileira de Matemática
D 2 = cos 6 x + i sen 6 x
D 3 = cos 9 x + i sen 9 x
(3n + 1) x 3nx
sen ⋅ sen
2
n
∑ sen 3kx = 2
3x (19)
k =1 sen
2
Logo, por (6) e (19) teremos que
nx (n + 1) x (3n + 1) x 3nx
3 sen ⋅ sen sen ⋅ sen
2
n
1
S1 = ∑ sen 3 kx = 2 2 − 2
(20)
4 x 3x
k =1
sen sen
2 2
n
Vale lembrar que a soma S = ∑ sen 3kx
k =1
também poderá ser calculada
25
Sociedade Brasileira de Matemática
9x 3x 3x
cos − cos = −2 sen ⋅ sen 3x
2 2 2
15 x 9x 3x
cos − cos = −2 sen ⋅ sen 6 x
2 2 2
3(2n − 1) x 3(2n − 3) x 3x
cos − cos = −2 sen ⋅ sen(3n − 1) x
2 2 2
3(2n + 1) x 3(2n − 1) x 3x
cos − cos = −2 sen ⋅ sen 3nx
2 2 2
3(2n + 1) x 3x 3x n
cos − cos = −2 sen ⋅ ∑ sen 3kx .
2 2 2 k =1
3nx 3(n + 1) x
n sen ⋅ sen
∴ ∑ sen 3kx = 2 2 , que é exatamente a expressão (19).
k =1
3 x
sen
2
n
Para o cálculo de S 2 = ∑ cos
k =1
3
kx elevando-se a expressão (14) ao cubo teremos
C k + C −k
que cos kx =
3
=
3
( ) (
C 3 k + C −3 k + 3 C k + C − k )
2 8
3 cos kx + cos 3kx
⇒ cos 3 kx = (21)
4
n
1 n n
∴ S 2 = ∑ cos 3 kx = 3∑ cos kx + ∑ cos 3kx (22)
k =1 4 k =1 k =1
Utilizando-se a relação (4) e a parte real da relação (18) e substituindo-as em (22)
tem-se que
nx (n + 1) x (3n + 1) x 3nx
3 sen ⋅ cos cos ⋅ sen
n
1 2
S 2 = ∑ cos kx =
3 2 2 + 2
(23)
4 x 3x
k =1
sen sen
2 2
26
Sociedade Brasileira de Matemática
n
Ressaltamos que a soma ∑ cos 3kx
k =1
também pode ser calculada através das
3(2n − 1) x 3(2n − 3) x 3x
sen − sen = 2 sen ⋅ cos(3n − 1) x
2 2 2
3(2n + 1) x 3(2n − 1) x 3x
sen − sen = 2 sen ⋅ cos 3nx
2 2 2
e somando-se as linhas teremos uma “Soma Telescópica”, cujo valor será
3(2n + 1) x 3x 3x n
sen − sen = 2 sen ⋅ ∑ cos 3kx
2 2 2 k =1
3nx 3(n + 1) x
n sen ⋅ cos
∴ ∑ cos 3kx = 2 2 , que é exatamente a parte real da
k =1
3x
sen
2
expressão (18).
27
Sociedade Brasileira de Matemática
Z 2 ( Z 6 − 1)
= (cos 4 x + i sen 4 x )
sen 3 x
⇒Z +Z +Z =
2 4 6
(B)
( Z − 1)
2
sen x
Tomando-se a parte real de (B) tem-se que
(cos 2 x + cos 4 x + cos 6 x ) = cos 4 x ⋅ sen 3x (C)
sen x
1
Como (sen 7 x − sen x) = sen 3x. cos 4 x , então teremos que a equação (A)
2
reduz-se a sen 7 x + sen x = 0 .
⇒ 2 sen 4 x. cos 3 x = 0
∴ sen 4 x = 0 ∨ cos 3 x = 0
kπ ( 2k + 1 )π ( 2k + 1 )π
S = x ∈ x= ∨x= ∨x= ,k ∈
2 4 6
28
Sociedade Brasileira de Matemática
Observando-se que a parte real de (1) nos dará o valor de S1 e que a parte
imaginária nos dará o valor de S 2 tem-se, após alguma manipulação algébrica que
n
S1 = ∑ jcosjx =
( n + 1) cosnx − ncos ( n + 1) x − 1 ,e
j =1
x
4sen 2
2
S2 = ∑
n
jsenjx =
( n + 1) sennx − nsen ( n + 1) x
j =1
x
4sen 2
2
PROBLEMAS PROPOSTOS:
5) Mostre que
29
Sociedade Brasileira de Matemática
a2 − 2a cosϕ +1
senϕ + asen ( ϕ + h) + … + ak sen ( ϕ + kh) =
b) ak +2sen ( ϕ + kh) − ak +1sen ϕ + ( k + 1) h − asen ( ϕ − h) + senϕ
a2 − 2acos h+ 1
0
6) Mostre que 72 é o menor ângulo positivo que satisfaz simultaneamente às
equações:
1 + cosx + cos2 x + cos3 x + cos4 x = 0
senx + sen2 x + sen3 x + sen4 x = 0
sen
( 2n + 1) x
1 2
7) (IME-92) Mostre que + cosx + cos2 x + … + cosnx = .
2 x
2sen
2
REFERÊNCIAS
[1] FADDEEV, D.; SOMINSKY, I. Problems in Higher Algebra, Moscou: Ed. MIR, 1968.
[2] GREITZER, S.L. International Mathematical Olympiads 1959-1977, Fifth Printing,
Washington D.C.: The Mathematical Association of America, 1978.
[3] GUIDORIZZI, H.L. Um curso de cálculo – Vol. 1, 2a Edição, São Paulo: Ed. Livros
Técnicos e Científicos, 1987.
[4] IEZZI, G. Fundamentos de Matemática Elementar, Vol. 3 (Trigonometria), 6a Edição,
São Paulo: Editora Moderna, 1985.
[5] IEZZI, G. Fundamentos de Matemática Elementar, Vol. 6 (Complexos – Polinômios -
Equações), 4a Edição, São Paulo: Editora Moderna, 1983.
[6] LIDSKI, V. B.; OVSIANIKOV, L. V.; TULAIKOV, A. N.; SHABUNIN M. I.
Problemas de Matematicas Elementales, Moscou: Ed. MIR, 1972.
[7] MORGADO, A. C; WAGNER, E.; DO CARMO, M. P., Trigonometria e Números
Complexos, 4a Edição, Rio de Janeiro: Publicação da Sociedade Brasileira de Matemática,
2001.
[8] SHKLARSKY, D.O., CHENTZOV, N.N., YAGLOM, I.M. The USSR Olympiad
Problem Book, New York, Dover Publications, Inc., 1994.
30
Sociedade Brasileira de Matemática
♦ Nível Intermediário
Nesta nota sugerimos uma dedução para a fascinante fórmula de Herão por meio
de aplicações dos números complexos à geometria.
Im
z2
Ө2 z1
Ө1
o Re
( z2 z1 − z1 z2 )
2
4 S 2 = Im { z2 z1} =
2
( 2i )
2
=
1
4
(2 z2
2
z1 − z22 z12 − z12 z22
2
)
31
Sociedade Brasileira de Matemática
=
1
4
[ 2 2 2
4
]
4 z2 z1 − (z2 z1 + z1 z2 ) = [2 z2 z1 − (z2 z1 + z1 z2 )] [2 z2 z1 + (z2 z1 + z1 z2 )]
1
=
1
4
[
z1 − z 2 − ( z1 − z 2
2
) ] [( z
2
1 + z2 ) 2
− z1 − z 2
2
].
Notemos que:
i) z1 − z 2 − ( z1 − z 2 ) = (z − z 2 + z 2 − z1 )( z1 − z 2 + z1 − z 2 ),
2 2
1
(
ii) z1 + z 2 )2
− z1 − z 2
2
= ( z1 + z 2 − z1 − z 2 )( z 1 + z 2 + z1 − z 2 ) .
Substituindo (i) e (ii) na expressão acima, vem:
=
1
( z1 − z2 + z2 − z1 )( z1 − z2 + z1 − z2 )( z1 + z2 − z1 − z2 )( z1 + z2 + z1 − z2 )
4
( z1 + z 2 + z1 − z 2 )
Nesse caso, pondo-se p = , onde p é o semi-perímetro,
2
concluímos que:
4S 2 =
1
(2 p − 2 z1 )(2 p − 2 z 2 )(2 p − 2 z 1 − z2 ) (2 p ) ⇒
4
4 S 2 = 4( p − z1 )( p − z 2 )( p − z 1 − z2 ) ( p) ⇒
S 2 = ( p − z1 )( p − z 2 )( p − z 1 − z2 ) ( p) ⇒
S= ( p ) ( p − z1 )( p − z 2 )( p − z1 − z 2 ) , que é a fórmula de Herão.
32
Sociedade Brasileira de Matemática
RAÍZES DA UNIDADE
Anderson Torres & Eduardo Tengan
♦ Nível Intermediário
conciso: ( e )
iθ n
= ei ( nθ ) . Mas, e as raízes da unidade? Elas são os complexos que
zeram o polinômio P ( z ) = z n − 1. Por De Moivre, sabemos que ζ k = e 2 k πi n são
raízes deste polinômio (com 0 ≤ k < n ), e, como são n no total, elas são todas as
raízes.
E assim temos o primeiro resultado do artigo:
zn −1 = ∏ (z − ζ ),
0≤ k < n
k
em que ζ = e 2k πi n .
e i θ + e − iθ e i θ − e − iθ
cosθ = ; senθ =
2 2i
kπ ζk − ζ−k 1 k
∑ sen = ∑ = ∑ ζ k − ∑ ( ζ −1 )
0≤ k < n n 0≤ k < n 2i 2i 0≤ k < n 0≤ k < n
33
Sociedade Brasileira de Matemática
kπ 1 ζn − 1 (ζ ) −1
−1 n
∑
0≤ k < n
sen =
n 2i ζ − 1
− −1
ζ −1
k π 1 −2 2 ζ1 2 + ζ −1 2 π
∑
0≤ k < n
sen = + −1 = i ⋅ 1 2
n 2i ζ − 1 ζ − 1 ζ +ζ −1 2
= cotg
2n
(
f n ( x )( x + 1) + g n ( x ) x 2 + 1 = 2
2r n
)
SOLUÇÃO: Primeiro, testar alguns casos pequenos: n = 1
f1 ( x )( x + 1) + g1 ( x ) ( x 2 + 1) = 2
2
2
f1 ( i )( i + 1) = 2 ⇔ f1 ( i ) = = −i
2
(1 + i )
2
34
Sociedade Brasileira de Matemática
n +1
x2 − 1
x +1 =
2n
são justamente as raízes 2n +1 -ésimas da unidade que não são
x2 − 1
n
n +1
raízes 2n -ésimas da unidade. Logo, se escolhermos ζ = e 2 πi 2 uma raiz 2n+1 -ésima
primitiva da unidade (isto é, que não é raiz t-ésima da unidade para nenhum t
menor que 2n+1 ), temos
x2 + 1 = ∏ (x − ζ )
n
k
1≤ k ≤ 2n +1
k ≡1 ( mod 2 )
Escrevendo x = –1,
( −1) ∏ ( −1 − ζ ) ⇔ 2 = ∏ ( −1 − ζ )
2n
+1 = k k
1≤ k ≤ 2n +1 1≤ k ≤ 2n +1
k ≡1 ( mod 2 ) k ≡1 ( mod 2 )
1 + ζ k = (1 + ζ ) (1 − ζ + ζ 2 − ζ 3 + ... − ζ k − 2 + ζ k −1 )
35
Sociedade Brasileira de Matemática
z + pqz = p + q
Temos então:
AO : z =z
BD : z + bd z = b + d
CE : z + cez = c + e
que equivale a
AO : z =z
BD : z + ω14 z = ω4 + ω1ω10
CE : z + ω17 z = ω6 + ω11
ω4 + ω10 ω6 + ω11
Basta provar que AO ∩ BD : z = ; AO ∩ CE : z =
1 + ω14 1 + ω17
36
Sociedade Brasileira de Matemática
se demonstrar (mas não será necessário) que este último fator é irredutível. Então
ω6 − ω3 + 1 = 0, e de quebra ω9 = −1.
Depois dessa volta toda, vamos ao que interessa: comparar as duas expressões de z:
ω4 + ω10 ω6 + ω11
=
1 + ω14 1 + ω17
( ω + ω )(1 + ω ) = ( ω
4 10 17 6
+ ω11 )(1 + ω14 )
( ω − ω )(1 − ω ) = ( ω
4 1 8 6
− ω2 )(1 − ω5 )
ω4 − ω1 − ω12 + ω9 = ω6 − ω2 − ω11 + ω7
ω4 − ω1 + ω3 − 1 = ω6 − ω2 + ω2 + ω7
ω4 − ω1 + ω3 − 1 = ω3 −1 + ω7
ω4 − ω1 = ω7
ω3 −1 = ω6
0=0
E fim!
Outra aplicação interessante das raízes da unidade é como “marcadores”. Veja este
problema:
n
∑ k
3k
SOLUÇÃO: Bem, alguém aí conhece algo parecido? Que tal o Binômio de Newton?
n
∑ k z = (1 + z )
k n
3k
Agora, já tem alguma ideia do que se pode fazer? Temos que filtrar os múltiplos de
3 desta expansão, e nada melhor que usar uma raiz cúbica da unidade ω = e2 πi 3 .
Substituindo z por 1, ω e ω2 , temos
37
Sociedade Brasileira de Matemática
n
∑ k = (1 + 1)
n
k
n k n
∑ k ω = (1 + ω) ⇒ ∑ k (1 + ω + ω ) = 2 + (1 + ω) + (1 + ω )
n k 2k n n 2 n
k k
n
∑ ω2 k = (1 + ω2 )
n
k
k
n n ω +ω
n −n
3∑ = 2n + (1 + ω ) + (1 + ω2 ) = 2n + ( −ω2 ) + ( −ω ) = 2n + 2 ( −1)
n n n n
3k k 2
2 nπ
2n + 2 ( −1) cos
n
n
3
∑
3k k
=
3
• A = p;
• p ∑ x∈A x.
A solução aqui apresentada é uma pequena modificação daquela dada por Nikolai
Nikolov, ganhador de um Special Prize (prêmio especial, dado pela originalidade).
38
Sociedade Brasileira de Matemática
Vamos pensar em uma raiz p-ésima da unidade, primitiva por sinal: ε = e2 πi p . Veja
que ω = εk também é uma raiz p-ésima da unidade, para k ∈{1,2,3,..., p − 1} .
Excluímos o 1 propositalmente, pois ele não terá propriedades tão interessantes
quanto as outras raízes (logo verás o porquê).
Os complexos {ω ,ω ,ω ,...,ω } = {1,ε ,ε
0 1 2 p −1 k 2k
}
,...,εk ( p −1) são raízes p-ésimas da
unidade. Elas são distintas: de fato, se ε = ε para 0 ≤ i ≤ j < p, temos ik jk
( f ( z )) = ( z − 1) = ∏ (z −ω )⋅ ∏ (z −ω ) = ∏ (z −ω )⋅ ∏ (z −ω ) =
2 p 2 j j j j
0≤ j ≤ p −1 0≤ j ≤ p −1 1≤ j ≤ p p +1≤ j ≤ 2 p
= ∏ (z − ω )
1≤ j ≤ 2 p
j
ap = ∏ ( −ω )( −ω ) ...( −ω ) = − ∑
j1 j2 jp
cr ωr
1≤ j1 ≤ j2 <...< j p ≤2 p 0≤r ≤ p −1
39
Sociedade Brasileira de Matemática
g ( z ) = ( c0 − 2 ) + c1 z + c2 z 2 + ... + c p −1ω p −1
Lembre-se que todo o raciocínio usado até aqui foi puramente combinatório, e é
válido para qualquer ω que seja raiz p-ésima da unidade (exceto o 1). Logo, todas
as raízes p-ésimas primitivas da unidade são raízes de g. Mas g tem grau p – 1,
portanto:
f ( z)
g ( z ) = c p −1 ⋅ = c p −1 (1 + z + z 2 + ... + z p −1 )
z −1
1 2p
c0 = 2 + − 2
p p
E fim!
Bem, que tal uns exercícios?
EXERCÍCIOS PROPOSTOS:
40
Sociedade Brasileira de Matemática
2π 4π 8π
4) Calcule sen + sen + sen .
7 7 7
2 iπ
Dica: sejam ζ = e 7 , p = ζ + ζ 2 + ζ 4 ,q = ζ 3 + ζ 5 + ζ 6 . O que queremos é calcular a
parte real de p. Calcule p + q e p · q e seja feliz!
∑ ω−lk p ( ωk ) 2i π
com 0 ≤ l ≤ m, temos ∑
k ≡ l ( mod m )
ak = 0≤ k ≤ m
m
em que ω = e m
.
n θ nθ
2
7) Mostre que ∑ cos ( k θ ) = 2 cos cos
0≤ k ≤ n k 2 2
( )
496
9) Seja 1 + x + x 2 + x 3 + x 4 = a0 + a1 x + a2 x 2 + ... + a1984 x1984 .
2n + 1 3 k
12) Prove que o número ∑ 2 não é múltiplo de 5 para qualquer
2k + 1
0≤ k ≤ n
n ≥ 0.
41
Sociedade Brasileira de Matemática
1) (Problema 109 – Suíça, 2000, proposto na Eureka! 11) Seja q ( n ) a soma dos
((
algarismos de n. Calcule q q q ( 20002000 ) )) (Proposto por Cícero Soares Furtado,
de Reriutaba – CE).
((
Portanto, q q 20002000 ) ) ≤ 6 + 9 + 9 + 9 = 33, e logo q ( q ( q ( 2000 ) ) ) ≤ 3 + 9 = 12.
2000
Por outro lado, como n e q(n) sempre deixam o mesmo resto na divisão por 9, o
(( )) ( (
resto da divisão de q q q ( 20002000 ) = q q q ( 20002000 ) )) por 9 é igual ao resto
da divisão de 22000 por 9. Mas, como 26 = 64 deixa resto 1 quando dividido por 9,
22000 = 26⋅333+ 2 = ( 26 )
333
⋅ 22 = 4 quando dividido por 9. Como
(( ))
q q q ( 20002000 ) ≤ 12 e 4 + 9 = 13 > 12, concluímos que necessariamente
q ( q ( q ( 2000 ) ) ) = 4.
2000
42
Sociedade Brasileira de Matemática
n2 n 3
todo n > 3 (pois − − > 0 para todo n > 3). Por outro lado, para todo
4 2 4
2
n n2
n ∈ , n 2 + = n 4 + n3 + < n 4 + n3 + n 2 + n + 1.
4 4
n n +1
Como, para todo k ∈ , temos k ≤ n 2 + ou k ≥ n 2 + , se n > 3 temos
2 2
k 2 < n 4 + n3 + n 2 + n + 1 ou k 2 > n 4 + n 3 + n 2 + n + 1 Assim, basta olhar os
casos n ∈ {0,1, 2, 3} . Para n = 0, n 4 + n3 + n 2 + n + 1 = 1 = 12. Para n = 1,
n 4 + n3 + n 2 + n + 1 = 5, que não é quadrado perfeito. Para n = 2,
n + n + n + n + 1 = 31, que não é quadrado perfeito, e,
4 3 2
para n = 3,
n + n + n + n + 1 = 121 = 11 .
4 3 2 2
Assim, o único primo p tal que 1 + p + p 2 + p3 + p4
é quadrado perfeito é p = 3.
( )
2
≥ y , donde y − x ≥ 2 y , e logo y − 1 = y − 2 y + 1 > x, donde
2
y > x + 1. Assim, se 22 n < x0 < x1 < ... < x22 n−1 < 32 n são os números em questão,
temos x j +1 > x j + 1, para todo j ≥ 0, e logo x j > 2n + j , ∀j ≥ 0.
4) (Problema 113 – Polônia, 2000, proposto na Eureka! 11) Uma sequência p1 , p2,...
de números primos satisfaz à seguinte condição: para n ≥ 3, pn é o maior divisor
43
Sociedade Brasileira de Matemática
44
Sociedade Brasileira de Matemática
45
Sociedade Brasileira de Matemática
2 ⋅ 4n +1 + 1
Em geral, podemos argumentar por indução: se A entrega a B, com
3
2 ⋅ 4n+1 − 2 4n+1 − 1
n ≥ 1, B pode devolver a A, caso em que A pode devolver a B,
3 3
2 ⋅ 4n+1 + 4
ganhando o jogo, ou B pode devolver a A, caso em que A pode devolver
3
2 ⋅ 4n + 1 4n+ 2 − 1
a B, ganhando o jogo. De modo similar, se A entrega a B, com
3 3
4n+ 2 − 4 4n+1 − 1
n ≥ 1, B pode devolver a A, caso em que A pode devolver a B,
3 3
4n+ 2 + 2
ganhando o jogo, ou B pode devolver a A , caso em que A pode devolver
3
2 ⋅ 4n+1 + 1
a B, ganahndo o jogo.
3
Notemos que A sempre pode no mínimo empatar o jogo se k ≥ 3. De fato, se em
algum momento do jogo A entrega m ≥ 3 a B, B devolve no mínimo m – 1, e A
pode devolver o triplo, que é no mínimo 3 ( m − 1) > m.
Assim, A pode devolver números cada vez maiores, que em algum momento
ultrapassarão 1000k, empatando o jogo.
Veremos agora que B pode garantir o empate se A entrega um número que não é
das formas descritas anteriormente. Mais precisamente, veremos que, se A envia
um número que não pertence ao conjunto
2 ⋅ 4 +1
n
4 −1
n +1
X := , n ≥ 0 ∪ , n ≥ 1 , então B pode devolver um número a
3 3
partir do qual A não pode devolver nenhum número pertencente a X (note que
1∈ X ). Temos X = {1,3,5,11, 21,...} . Se A envia a B um número par m, B pode
devolver m – 1 ou m + 1, que são ímpares, a A, que deve devolver o triplo a B.
Como não é possível que 3 ( m − 1) e 3 ( m + 1) pertençam ambos a X, isso mostra
nossa afirmação no caso m par. Se A envia a B um número ímpar m, que não
pertence a X, não é difícil ver que m − 1∉ {2k , k ∈ X } ∪ {4k , k ∈ X } ou
m + 1∉ {2k , k ∈ X } ∪ {4k , k ∈ X } . Isso implica a afirmação no caso m par.
46
Sociedade Brasileira de Matemática
decrescer, e , nos casos que empatavam, B ganha o jogo. Por outro lado, A ganha o
jogo, com a mesma estratégia, nos mesmos casos que no item A, pois nesses casos
sempre devolve números ímpares.
132) a) Considere uma família ℑ de 2000 círculos de raio 1 no plano tal que dois
círculos de ℑ nunca são tangentes e cada círculo de ℑ intersecta pelo menos dois
outros círculos de ℑ . Determine o número mínimo possível de pontos do plano
que pertencem a pelo menos dois círculos de ℑ .
47
Sociedade Brasileira de Matemática
Para isso, note que se n = 2 isso é claramente verdadeiro. Suponha agora que
m ≥ 2 e que isso vale para todo n com 2 ≤ n ≤ m, e considere uma configuração
de m + 1 círculos como antes.
Suponha inicialmente que algum desses círculos, digamos C1 , intersecta só um dos
outros círculos, digamos C2 , seja C1 ∩ C2 = { p, q}.
Temos dois casos: no primeiro, C2 só intersecta C1. Então associamos p a C1 , q a
C2 e usamos a hipótese de indução para os m – 1 círculos restantes. No segundo
caso, C2 intersecta algum dos outros círculos. Então associamos P a C1 e usamos a
hipótese de indução para os m círculos C2 , C3 ,..., Cm +1.
Se, por outro lado, cada um desses m + 1 círculos intersecta pelo menos dois dos
outros, temos de novo dois casos:
Se há no total pelo menos m + 1 pontos que pertencem a pelo menos dois dos
círculos, podemos separar um dos círculos, digamos Cm +1 , e fixar uma injecção de
{C1 , C2 ,..., Cm } no conjunto dos pontos que pertencem a pelo menos dois dos
círculos C j , j ≤ m tal que a imagem de cada Ci , que chamaremos de Pi , pertence a
Ci .
Para cada X ⊂ {C1 ,..., Cm } , o conjunto dos pontos que pertencem a pelo menos
dois círculos de X ∪ {Cm +1} tem pelo menos X + 1 elementos. Se algum ponto
P ∉ { P1 ,..., Pm } pertence a Cm +1 e a algum dos outros círculos, simplesmente
estendemos a injeção associando P a Cm +1 . Senão, construímos uma sequência de
conjuntos A1 , A2 ,... do seguinte modo: A1 = {i ≤ m Pi ∈ Cm +1}. Se A1 , A2 ,..., Ar já
estão definidos, se o conjunto (de pelo menos Ar + 1 ) pontos que pertencem a pelo
menos dois círculos de {Cm +1} ∪ {C j , j ∈ Ar } está contido em {P1 ,..., Pm } ,
definimos {
Ar +1 = Ar ∪ j ≤ m Pj pertence a pelo menos dois círculos de
48
Sociedade Brasileira de Matemática
tal que Pjs pertence a C js−1 ; associamos então C js−1 a Pjs . Fazemos isso até associar
C j1 a Pj2 . Como j1 ∈ A1 , podemos associar Cm +1 a Pj1 , estendendo nossa injeção a
{C1 , C2 ,..., Cm , Cm+1} ,
o que prova nossa afirmação.
Finalmente, suponhamos que há apenas m pontos que pertencem a pelo menos dois
dos círculos. Observamos que, como os círculos têm raio 1, se um par de pontos
está contido em dois círculos de família, não estará contido em nenhum outro
círculo de família, e portanto, se um ponto pertence a r ≥ 2 círculos da família,
cada um desses r círculos intersecta os outros r – 1 em outros r – 1 pontos distintos,
e distintos do ponto comum aos r círculos. Assim, cada um desses r círculos
contém pelo menos r pontos que pertecem a pelo menos dois círculos da família.
Podemos considerar uma injeção que leva {C1 , C2 ,..., Cm } no conjunto desses
pontos, a qual será uma bijeção. Sendo Pi a imagem de Ci , podemos considerar a
matriz ( aij ) ,1 ≤ i ≤ m + 1,1 ≤ j ≤ m, onde aij = 1 se Pj pertence a Ci e aij = 0, caso
{ } {
i ≤ m + 1, si := j Pj ∈ Ci = j aij = 1 , temos, } pelo que observamos acima,
m +1
∑ s = ∑ n = {( i, j ) a }
m m m
si ≥ ni , ∀i ≤ m, donde ∑s ≥ ∑n ,
i =1
i
i =1
i mas
i =1
i
j =1
j ij = 1 , e sm +1 > 0,
∏ (5 − d ) = F
j ≠i
2
j n
2
onde F1 = 0, F1 = 1 e Fn = Fn −1 , Fn − 2 se n ≥ 2.
j =0
2 jπ
e 2 jπ i n − 1 = ( e 2 jπ i n − 1)( e − 2 jπ i n − 1) = 2 − e
2 2 jπ i n
Temos − e −2 jπ i n = 2 − 2cos ;
n
queremos provar portanto que
49
Sociedade Brasileira de Matemática
n −1
2 jπ
∏ 3 + 2cos
j =1 n
= Fn . Considere agora a sequência de polinômios
2
( f ( x ))
n n≥0
dada por f 0 ( x ) = 2, f1 ( x ) = x e f n +1 ( x ) = xf n ( x ) − f n −1 ( x ) , ∀n ≥ 1.
Temos, para todo n ≥ 0 e todo θ ∈ , f n ( 2cos θ ) = 2cos ( nθ ) . De fato isso vale
para n = 0 e n = 1 e, por indução,
f n+1 ( 2cosθ ) = 2cosθ f n ( 2cosθ ) − f n−1 ( 2cosθ ) = 4cosθ cos ( nθ ) − 2cos ( ( n − 1)θ ) =
= 2cos ( ( n + 1)θ ) . Além disso, para todo n ≥ 1, f n ( x ) é um polinômio mônico de
2 kπ
grau n. Como as solução de 2cos ( nθ ) = 2 são dadas por θ = , k ∈ , temos
n
n −1
2 kπ n −1
2 jπ f n ( x ) − 2
f n ( x ) − 2 = ∏ x − 2cos , ∀n ≥ 1, donde ∏ x − 2cos = .
k =0 n j =1 n x−2
O que queremos provar equivale a
n −1
2 jπ f n ( −3) − 2
( −1) Fn2 = ∏ −3 − 2cos = − ( f n ( −3) − 2 ) , o que é
n −1 1
=
j =1 n − 3 − 2 5
equivalente a f n ( −3) = 2 + ( −1) ⋅ 5 Fn2 . Como
n
1 1 + 5 1 − 5
n n
Fn = − , ∀n ≥ 0, temos
5 2 2
n n
−3 + 5 −3 − 5
2 + ( −1) ⋅ 5F = +
n
. Por outro lado, a sequência
2
2 2
n
xn = f n ( −3) satisfaz x0 = 2, x1 = −3 e xn +1 = −3xn − xn −1 , ∀n ≥ 1, e logo (usando o
n n
−3± 5 −3+ 5 −3− 5
fato de as raízes de x 2 + 3 x + 1 = 0 serem ), xn = + ,∀n ≥ 0,
2 2 2
o que prova a igualdade desejada.
50
Sociedade Brasileira de Matemática
O1
R
O
R2
O2
O3
X
OA
ra
TA
Y
r
O
TB OC
OB
B C
Como sempre, ∠A = α , ∠B = β e ∠C = γ , α +β +γ =π .
Vamos calcular ra , para começar:
AOA + OATA + TAO = AO ⇔ AOA + OATA = AO − OTA
r r
∆AOA X : AOA = a ; ∆AOY ; AO = . Substituindo:
α α
sen sen
2 2
51
Sociedade Brasileira de Matemática
α α
ra r 1 − sen 2 ra
1 − sen
2
+r = − r ⇔ ra = r ⋅ , ou =
α a α α
1 + sen r α
sen sen 1 + sen
2 2 2 2
Como precisaremos de um “quadrado”, vamos aplicar um truque: a tangente do
meio arco.
α
2 tan
1− 4
α α α α α
2
1 − sen 1 + tan 2
1 − 2 tan 1 − tan + tan 2
2 = 4 = 4 4 = 4 .
α α α α α
1 + sen 2 tan 1 + 2 tan + tan 2 1 + tan
2 1+ 4 4 4 4
2α
1 + tan
4
Com isto, já podemos substituir na igualdade que queremos demonstrar:
α β α γ β γ
1 − tan 1 − tan 1 − tan 1 − tan 1 − tan 1 − tan
4⋅ 4 + 4⋅ 4+ 4⋅ 4 =1
α β α γ β γ
1 + tan 1 + tan 1 + tan 1 + tan 1 + tan 1 + tan
4 4 4 4 4 4
α β γ
Para escrever menos, seja a = tan , b = tan , c = tan . Abrindo os
4 4 4
denominadores,
(1 − a )(1 − b )(1 + c ) + (1 − a )(1 + b )(1 − c ) + (1 + a )(1 − b )(1 − c ) = (1 + a )(1 + b )(1 + c )
3 − ( a + b + c ) − ( ab + ac + bc ) + 3 ( abc ) = 1 + ( a + b + c ) + ( ab + ac + bc ) + ( abc )
1 − ( a + b + c ) − ( ab + ac + bc ) + ( abc ) = 0 .
Mas isto é fácil?
β γ α
+ tan + tan
π α β γ 4 4 4 =
1 = tan = tan + + =
4 4 4 4 1 − tan tan β + γ
α
4 4 4
52
Sociedade Brasileira de Matemática
β γ
tan + tan
α 4 4
tan +
4 β γ α β γ α β γ
1 − tan tan tan + tan + tan − tan tan tan
= 4 4 = 4 4 4 4 4 4
β γ α β α γ β γ
α tan 4 + tan 4 1 − tan
4
tan
2
− tan
4
tan
4
− tan
4
tan
4
1 − tan
4 β γ
1 − tan tan
4 4
137) Seja A um conjunto de quinze pontos de 2 tal que a distância de cada ponto
à origem é positiva e menor do que 1 e que quaisquer dois deles nunca sejam
colineares com a origem. Mostre que existe um triângulo com dois vértices em A e
1
um na origem cuja área é menor que .
4
y
α3
α2
α1
–1
0 α15 1
–1
53
Sociedade Brasileira de Matemática
Pelo fato de não existerem dois colineares com o centro, temos os 15 ângulos
representados na figura (α1 ,α 2 ,...,α15 ) . Obviamente:
α1 ,α 2 ,...,α15 = 360°.
Vamos provar que existe pelo menos um ângulo menor do que ou igual a 24° . Para
isso, suponha o contrário, ou seja, α n > 24, para todo n Então:
α1 + α 2 + ... + α15 > 15 × 24° = 360° → absurdo.
Então realmente existe pelo menos um ângulo α ≤ 24°. Suponha α i = ∠XOY .
Olhando para o triângulo XOY:
1
Área XOY = ⋅ OX ⋅ OY ⋅ senα1 . Contudo, OX e OY são menores do que 1 e
2
senα i ≤ sen24° < sen30°, substituindo:
1 1 1 1
A < ⋅ 1 ⋅ 1 ⋅ sen30° → A < ⋅ → A < .
2 2 2 4
1
Então existe um triângulo como no enunciado cuja área é menor do que .
4
54
Sociedade Brasileira de Matemática
inteiros positivos m e n.
Temos 4n 2 = 4 x 2 + 4 xy + 4 y 2 = (2 x + y ) 2 + 3 y 2 .
Então 3 y 2 = (2n + 2 x + y )(2n − 2 x − y ). Sendo y um primo, então existem três
possibilidades:
a) 2n + 2 x + y = 3 y 2 , 2n − 2 x − y = 1
55
Sociedade Brasileira de Matemática
b) 2n + 2 x + y = 3 y, 2n − 2 x − y = y
c) 2n + 2 x + y = y 2 , 2n − 2 x − y = 3
Em (a), após a subtração das equações temos:
3 y 2 − 1 = 2(2 x + y ) = 2(2m 2 + 3 y ).
Daí, m 2 + 1 = 3 y 2 − 6 y − 3m 2 ≡ 0 (mod 3).
Por outro lado, temos sempre m 2 + 1 ≡ 1 ou 2 (mod 3). Nós chegamos a uma
contradição.
Em (b), subtraindo as equações chegamos x = 0, o que é absurdo!
Subtraindo as equações em (c), chegamos em y 2 − 3 = 2(2 x + y ) = 2(2m 2 + 3 y ),
que pode ser escrito assim:
( y − 3) 2 − 4m 2 = 12, ou seja, ( y − 3 + 2m)( y − 3 − 2m) = 12.
Da equação chegamos a y = 7 e m = 1, pois devemos ter y − 3 + 2m = 6 e
y − 3 − 2m = 2 . Segue que x = y + m2 = 8 e z = 13 mn = m x + xy + y 2 .
Veja que de fato 83 − 73 = 132. Esta é a única solução.
140) Mostre que 2903n − 803n − 464n + 261n é divisível por 1897, para todo n ∈ .
Assim, temos, pelo Lema, que 2903n − 464n − 803n + 261n ≡ 0 ( mod1897 ) , ∀n ∈ ,
como se quis demonstrar.
56
Sociedade Brasileira de Matemática
1
S (T ) = ∑
n∈T n
1 1 1 d 8 ⋅ 9k −1
∑ n < (8 ⋅ 9 ) ⋅ 10 ( ) ( )
1 1−1
1−1
+ 8 ⋅ 9 2 −1
⋅ + ... + 8 ⋅ 9 d −1
⋅ =∑
n∈ X 102−1
10d −1 k =1 10k −1
9k −1
( )
d
∴ S ( X ) ≤ S X < 8∑ k −1
k =1 10
1 − ( 9 /10 )
d
S ( X ) < 8⋅ = 80 ⋅ 1 − ( 9 10 ) < 80
d
1 − ( 9 10 )
57
Sociedade Brasileira de Matemática
9 k −1 9k −1 9 k −1
( )
d d d
S ( X ) ≤ S X < 4∑ k −1
+ 5∑ k −1
= 5∑ k −1
k =1 10 k =1 5 ⋅ 10 k =1 10
1 − ( 9 10 )
d
1 − ( 9 10 )
58
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMAS PROPOSTOS
Convidamos o leitor a enviar soluções dos problemas propostos e sugestões de novos
problemas para próximos números.
142) Seja A = {4,8,9,16, 25, 27,36,64,...} o conjunto das potências não triviais
(números da forma a b , com a ≥ 2, b ≥ 2 naturais). Prove que, para todo natural
n ≥ 1, existe um natural k tal que todos os termos da progressão aritmética
k , 2k ,3k ,..., nk pertencem a A.
144) Seja x ≥ 1 um número racional tal que existe uma constante c ≠ 0 e uma
sequência ( an )n≥1 de inteiros tal que lim ( cx n − an ) = 0. Prove que x é inteiro.
n →∞
a) A ∩ B = B ∩ C = C ∩ A = ∅.
b) A ∪ B ∪ C = .
c) para quaisquer a ∈ A, b ∈ B e c ∈ C , temos: a + c ∈ A, b + c ∈ B e a + b ∈ C.
( −1) ( −1) −1
k n
n−2
147) Demonstre que ∑
k =0 ( 2k + 1) π
=n+
2
, para todo inteiro n ≥ 2.
sen
4n − 2
n −1
n − k
148) Sejam m e n inteiros positivos. Calcule ∑
k =0 m
.
59
Sociedade Brasileira de Matemática
1 1 1
Prove que + + ≥ 3 3.
(a − b) ( a − b) (c − a)
2 2 2
Problema 142 adaptado de um problema proposto por Anderson Torres (Santana de Parnaíba
– SP); 143 proposto por Anderson Torres (Santana de Parnaíba – SP); 144, 145 e 146
propostos por Carlos da Silva Ramos (Belém – PA); 147 e 148 propostos por Marcos
Martinelli; 149 adapatado de um problema proposto por Anderson Torres (Santana de
Parnaíba – SP); 150 adaptado de um problema proposto por Adriano Carneiro (Caucaia – CE).
60
Sociedade Brasileira de Matemática
AGENDA OLÍMPICA
XXXIII OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA
NÍVEIS 1, 2 e 3
Primeira Fase – sábado, 18 de junho de 2011
Segunda Fase – sábado, 3 de setembro de 2011
Terceira Fase – sábado, 15 de outubro de 2011 (níveis 1, 2 e 3)
domingo, 16 de outubro de 2011 (níveis 2 e 3 - segundo dia de prova)
NÍVEL UNIVERSITÁRIO
Primeira Fase – sábado, 3 de setembro de 2011
Segunda Fase – sábado, 15 e domingo, 16 de outubro de 2011
61
Sociedade Brasileira de Matemática
COORDENADORES REGIONAIS
Alberto Hassen Raad (UFJF) Juiz de Fora – MG
Américo López Gálvez (USP) Ribeirão Preto – SP
Antonio Carlos Nogueira (UFU) Uberlândia – MG
Benedito Tadeu Vasconcelos Freire (UFRN) Natal – RN
Bruno Holanda (CAEN – UFC) Fortaleza – CE
Carmen Vieira Mathias (UNIFRA) Santa María – RS
Claus Haetinger (UNIVATES) Lajeado – RS
Cláudio de Lima Vidal (UNESP) S.J. do Rio Preto – SP
Denice Fontana Nisxota Menegais (UNIPAMPA) Bagé – RS
Disney Douglas Lima de Oliveira (UFAM) Manaus – AM
Edson Roberto Abe (Colégio Objetivo de Campinas) Campinas – SP
Edney Aparecido Santulo Jr. (UEM) Maringá – PR
Fábio Brochero Martínez (UFMG) Belo Horizonte – MG
Florêncio Ferreira Guimarães Filho (UFES) Vitória – ES
Francinildo Nobre Ferreira (UFSJ) São João del Rei – MG
Genildo Alves Marinho (Centro Educacional Leonardo Da Vinci) Taguatingua – DF
Herivelto Martins (USP – São Carlos) São Carlos – SP
Gilson Tumelero (UTFPR) Pato Branco – PR
Ivanilde Fernandes Saad (UC. Dom Bosco) Campo Grande – MS
João Benício de Melo Neto (UFPI) Teresina – PI
João Francisco Melo Libonati (Grupo Educacional Ideal) Belém – PA
Diogo Diniz (UFPB) Campina Grande – PB
José Luiz Rosas Pinho (UFSC) Florianópolis – SC
José Vieira Alves (UFPB) Campina Grande – PB
José William Costa (Instituto Pueri Domus) Santo André – SP
Krerley Oliveira (UFAL) Maceió – AL
Licio Hernandes Bezerra (UFSC) Florianópolis – SC
Luciano G. Monteiro de Castro (Sistema Elite de Ensino) Rio de Janeiro – RJ
Luzinalva Miranda de Amorim (UFBA) Salvador – BA
Marcelo Dias (Grupo Educacional Etapa) São Paulo – SP
Marcelo Antonio dos Santos FACOS Osório – RS
Marcelo Rufino de Oliveira (Grupo Educacional Ideal) Belém – PA
Newman Simões (Cursinho CLQ Objetivo) Piracicaba – SP
Nivaldo Costa Muniz (UFMA) São Luis – MA
Osnel Broche Cristo (UFLA) Lavras – MG
Uberlândio Batista Severo (UFPB) João Pessoa – PB
Raul Cintra de Negreiros Ribeiro (Colégio Anglo) Atibaia – SP
Reginaldo de Lima Pereira (Escola Técnica Federal de Roraima) Boa Vista – RR
Reinaldo Gen Ichiro Arakaki (UNIFESP) SJ dos Campos – SP
Ricardo Amorim (Centro Educacional Logos) Nova Iguaçu – RJ
Ronaldo Alves Garcia (UFGO) Goiânia – GO
Rogério da Silva Ignácio (Col. Aplic. da UFPE) Recife – PE
Rosangela Ramon (UNOCHAPECÓ) Chapecó – SC
Sérgio Cláudio Ramos (IM-UFRGS) Porto Alegre – RS
Seme Gebara Neto (UFMG) Belo Horizonte – MG
Tadeu Ferreira Gomes (UEBA) Juazeiro – BA
Tomás Menéndez Rodrigues (U. Federal de Rondônia) Porto Velho – RO
Valdenberg Araújo da Silva (U. Federal de Sergipe) São Cristóvão – SE
Vânia Cristina Silva Rodrigues (U. Metodista de SP) S.B. do Campo – SP
Wagner Pereira Lopes (CEFET – GO) Jataí – GO
Wanderson Breder (CEFET – RJ) Nova Friburgo – RJ
William Serafim dos Reis (UFT – TO) Arraias – TO
62