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DESENHO BÁSICO

AULA 3

Prof.ª Eliza Yukiko Sawada Timm


CONVERSA INICIAL

Nesta aula, vamos categorizar os polígonos quanto a regulares,


irregulares e estrelados, conhecer as particularidades do triângulo, da
circunferência e das curvas cônicas.

CONTEXTUALIZANDO

Este conteúdo irá auxiliar o aluno no desenvolvimento lógico das


construções geométricas e da matemática. Em inúmeros casos nos deparamos
profissionalmente com questões de cálculo de área, perímetro, planejamento de
embalagens, mobiliário, produtos, sinalização, entre vários outros projetos.
Pensar de forma lógica, racional e organizada auxilia no processo criativo do
designer.

TEMA 1 – POLÍGONOS REGULARES

Polígonos regulares são polígonos convexos que possuem todos os lados


e ângulos iguais (fechado por apenas um segmento de reta), que não se cruzam
e estão em um mesmo plano.
Portanto, um polígono é regular somente quando for convexo, tiver todos
os lados com a mesma medida e seus ângulos forem congruentes.
Um polígono é convexo quando todos os pontos de um segmento reto
estiverem em seu interior, independentemente da localização. Se um ponto do
segmento estiver externo ao polígono, ele é dito não convexo.
No exemplo a seguir, podemos verificar que todas as formas são
convexas, pois todos os pontos da reta AB estão em seu interior.

Figura 1 – Polígonos regulares convexos

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Já no exemplo a seguir, podemos verificar que nem todos os pontos A da
reta AB estão no interior da figura, portanto, não é convexo.

Figura 2 – Polígonos irregulares (não convexos)

Todo polígono regular de um número qualquer de lados tem o mesmo


número de arestas, vértices e ângulos.

Figura 3 – Características dos polígonos regulares

É possível descobrir a medida dos ângulos internos de um polígono


regular calculando a soma dos ângulos internos e depois dividindo o resultado
pelo número de ângulos internos.

• L é a medida de um ângulo interno;


• n é o número de lados do polígono regular.

É possível também obter a medida do ângulo externo do polígono regular


dividindo a soma dos ângulos externos do polígono pelo número de ângulos
externos que ele possui.

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• M é a medida de um ângulo externo;
• n é o número de lados do polígono regular.

Quanto maior for o número de lados de um polígono regular, mais ele


parecerá com um círculo, portanto, podemos considerar o círculo como um
polígono regular de infinitos lados.

TEMA 2 – POLÍGONOS ESTRELADOS

Um polígono é dito estrelado quando os seus ângulos são alternadamente


salientes e reentrantes, e seus lados pertencem a uma linha quebrada, contínua
e fechada.
Os polígonos estrelados podem ser classificados em regulares e
irregulares.
O polígono estrelado é regular quando é o resultado da ligação de vértices
de um polígono regular e gera um polígono formado pela sobreposição de outros
dois.

Figura 4 – Polígonos estrelados regulares

E irregular quando os seus lados e ângulos são diferentes.

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Figura 5 – Polígonos estrelados irregular

TEMA 3 – TRIÂNGULO

3.1 Triângulo equilátero

É um triângulo que possui todos os lados congruentes, ou seja, possui


todos os lados iguais, assim como seus ângulos internos (equiângulo) são todos
de 60º (Figura 6). Este triângulo é um polígono regular.

Figura 6 – Triângulo equilátero

3.2 Triângulo isósceles

É um polígono que possui dois lados congruentes (lados iguais). O lado


com a medida diferente é chamado de base do triângulo isósceles, e o ângulo
formado pelos dois lados iguais é chamado de ângulo do vértice.
Na Figura 7, os lados AB e AC têm lados iguais e formam o ângulo do
vértice e o lado BC forma a base do triângulo.

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Figura 7 – Triângulo isósceles

3.3 Triângulo escaleno

Em um triângulo escaleno, nenhum dos lados são congruentes, assim


como nenhum de seus ângulos internos.

Figura 8 – Triângulo escaleno

3.4 Ângulos do triângulo

Os ângulos do triângulo também definem três tipos distintos de triângulos


que são o triângulo retângulo, o obtusângulo e o acutângulo.

3.4.1 Triângulo retângulo

Possui um ângulo reto (90º), o lado oposto ao ângulo reto é a hipotenusa,


e os demais lados são denominados catetos (Figura 9). Os ângulos agudos do
triângulo retângulo são complementares, sua soma é igual a 90º.

Figura 9 – Triângulo retângulo

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3.4.2 Triângulo obtusângulo

Este triângulo possui um ângulo obtuso (maior que 90º), e dois ângulos
agudos (menores que 90º).

Figura 10 – Triângulo obtusângulo

3.4.3 Triângulo acutângulo

Este triângulo tem os três ângulos agudos, menores que 90º.

Figura 11 – Triângulo acutângulo

3.5 Área do triângulo

A área do triângulo pode ser calculada utilizando a seguinte fórmula:


h é a altura do triângulo e B a sua base.

A altura é um segmento de reta perpendicular a um lado do triângulo, que


passa pelo vértice oposto.

3.6 Pontos, linhas e círculos associados a um triângulo

3.6.1 Mediatriz

É a reta perpendicular a um lado do triângulo que passa pelo seu ponto


médio. Traçando as três mediatrizes de um triângulo, encontramos um único

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ponto, que é o circuncentro da circunferência circunscrita ao triângulo, que passa
pelos três vértices do triângulo.

Figura 12 – Mediatriz do triângulo

3.6.2 Altura

Como visto anteriormente, altura é um segmento de reta perpendicular a


um lado do triângulo, que passa pelo vértice oposto.

Figura 13 – Altura do triângulo

A interseção das três alturas gera um ponto denominado ortocentro. No


triângulo acutângulo, o ortocentro é interno ao triângulo (Figura 14), no triângulo
retângulo é o vértice do ângulo reto (Figura 15) e no obtusângulo o ortocentro é
externo ao triângulo (Figura 16).

Figura 14 – Altura do triângulo acutângulo

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Figura 15 – Altura do triângulo retângulo

Figura 16 – Altura do triângulo obtusângulo

3.6.3 Mediana

A mediana é o segmento de reta que une cada vértice ao ponto médio do


lado oposto desse vértice.
Traçando as três medianas de um triângulo, encontramos um único ponto,
chamado de baricentro ou centro de gravidade.

Figura 17 – Mediana do triângulo

3.6.4 Bissetriz

A bissetriz interna de um triângulo corresponde ao segmento de reta que


parte de um vértice e o divide em duas partes iguais. O ponto de interseção das
bissetrizes gera um ponto denominado incentro.
Traçando um círculo tangente aos três lados do triângulo e com centro no
encentro é chamado círculo inscrito.

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Figura 18 – Bissetriz do triângulo

TEMA 4 – CIRCUNFERÊNCIA

Circunferências são figuras geométricas planas perfeitamente redondas e


são constituídas pelo conjunto de todos os pontos igualmente distantes do ponto
central desse plano, ou seja, o ponto O (centro da circunferência) e todos os
pontos da circunferência possuem a mesma distância de O.

Figura 19 – Circunferência

4.1 Raio e diâmetro

A distância de O a um ponto da circunferência é chamada de raio e é


indicada pela letra r. O raio é um segmento de reta que liga o centro da
circunferência a qualquer ponto da sua extremidade. O diâmetro é um segmento
que passa pelo centro da circunferência e o divide em duas partes iguais. O
diâmetro D é duas vezes o valor do raio de uma circunferência.

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Figura 20 – Raio e diâmetro

4.2 Área da circunferência

A área de uma circunferência é calculada utilizando a seguinte fórmula:

Figura 21 – Área da circunferência

4.3 Perímetro da circunferência

O perímetro de uma figura plana corresponde à soma de todos os seus


lados. Na circunferência, o perímetro é o comprimento total do seu contorno e
está intimamente ligado ao raio: quanto maior for o raio, maior será a sua área e
o seu perímetro. O cálculo do perímetro é realizado utilizando a seguinte fórmula:

Figura 22 – Perímetro da circunferência

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4.4 Circunferência e círculo

Apesar de muitas vezes utilizarmos circunferência e círculo como


sinônimos, eles são diferentes. A circunferência é a curva que limita o círculo, e
círculo é a sua área interna (Figura 23).

Figura 23 – Circunferência e círculo

4.5 Corda, secante e tangente

Corda é um segmento de reta que une dois pontos da circunferência sem


passar pelo centro.
Secante é um segmento de reta que passa pela circunferência e a cruza
em dois pontos sem passar pelo centro.
Tangente é um segmento de reta que passa pela circunferência e a toca
em apenas um ponto, chamado de ponto de tangência.

Figura 24 – Corda, secante e tangente

Toda reta secante define uma corda em uma circunferência,


consequentemente as secantes e as cordas possuem as mesmas propriedades.

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Toda corda é perpendicular ao raio da circunferência no seu ponto médio
e todo raio que passa pelo ponto médio de uma corda é perpendicular à mesma
corda.

Figura 25 – Secante

4.6 Posições relativas entre duas circunferências

Podemos fazer a classificação quanto à quantidade de intersecções que


as duas circunferências podem apresentar: tangentes externas e externas,
secantes, concêntricas ou não possuírem intersecção.

4.6.1 Circunferências tangentes

Duas circunferências são tangentes quando possuem apenas um ponto


em comum. Essa tangência pode ser externa ou interna. A condição para a
tangência interna é que a distância entre os dois centros seja igual à diferença
entre os dois raios.

Figura 26 – Circunferências tangentes externas

doc: distância entre os pontos O e C

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Figura 27 – Circunferências tangentes internas

doc: distância entre os pontos O e C

4.6.2 Circunferências externas

São consideradas circunferências externas quando não tiverem pontos


em comum. A condição para que isso ocorra é que a distância entre os centros
das circunferências seja maior que a soma dos raios.

Figura 28 – Circunferências externas

doc: distância entre os pontos O e C

4.6.3 Circunferências secantes

Duas circunferências são secantes quando possuem dois pontos em


comum. A condição para que isso ocorra é que a distância entre os centros das
circunferências seja menor que a soma dos raios. Diferente das circunferências
tangentes, quando tratamos de circunferências secantes, não temos secantes
internas e externas.

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Figura 29 – Circunferências secantes

doc: distância entre os pontos O e C

4.6.4 Circunferências concêntricas

Duas circunferências são concêntricas quando possuem o mesmo centro.


Neste caso, a distância entre os centros é nula.

Figura 30 – Circunferências concêntricas

4.6.5 Circunferências sem intersecção

Circunferências sem pontos em comum cuja intersecção não existe, ou


as circunferências são externas ou uma é interna à outra.

Figura 31 – Circunferências sem intersecção

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TEMA 5 – CURVAS CÔNICAS

As curvas cônicas são as intersecções de um plano com um cone duplo.


Conforme a inclinação do plano, a curva poderá ser uma elipse, parábola ou
hipérbole.
Quando o plano está paralelo à base, a curva é uma circunferência, o que
é considerado um caso particular da elipse. Se aumentarmos a inclinação do
plano, encontramos as outras curvas.

Figura 32 – Curvas cônicas

Não é de hoje o interesse das ciências exatas nas curvas cônicas. Os


gregos já a utilizavam na física, ótica, acústica, engenharia e astronomia,
exercendo ainda hoje papel importante no desenvolvimento de novas
tecnologias.
Na astronomia, Kepler mostrou que os planetas do sistema solar
descrevem órbitas elípticas, as quais têm o Sol num dos focos. Também os
satélites artificiais percorrem órbitas elípticas.
Uma lanterna apontada para a parede emitirá um feixe de luz cônico, isso
porque a luz emitida forma um cone, e a parede funciona como o plano.

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A superfície formada pela água em um copo é circular se este estiver
alinhado horizontalmente e elíptico se estiver inclinado (Lenz, 2014).

5.1 Elipse

Quando um plano corta toda a geratriz de um cone, gera uma curva


chamada de elipse. Nesse caso o plano não é paralelo à geratriz.

Figura 33 – Elipse

A elipse é um lugar geométrico dos pontos de um plano cuja soma das


distâncias d1+d2 a dois pontos fixos F1 e F2 (foco) é um valor constante.
A soma das distâncias d1 e d2 é indicada por 2a, ou seja 2a=d1+d2 e a
distância entre os focos é chamada de 2c, sendo que 2a é maior que 2c.

Figura 34 – Elipse

5.2 Parábola

Quando um plano corta um cone com uma inclinação paralela a uma de


suas geratrizes, a figura resultante é uma parábola.

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Saiba mais

Geratriz é um segmento de reta que, ao ser deslocado no espaço, forma


figuras geométricas, dependendo da sua localização no espaço.

Figura 35 – Parábola

A parábola é o lugar geométrico dos pontos pertencentes a um plano, que


são equidistantes de uma reta denominada diretriz e de um ponto externo fixo
denominado foco.
F é o foco
d é a diretriz
V é o vértice
P = 2.f é o parâmetro (FV = Vd = f)
VF é o eixo das simetrias

Figura 36 – Parábola

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5.3 Hipérbole

Quando um plano corta um cone paralelo ao seu eixo, a figura resultante


é uma hipérbole.

Figura 37 – Hipérbole

A hipérbole é o lugar geométrico dos pontos do plano em que a diferença


das distâncias a dois pontos fixos, denominados focos do plano, é um valor
constante.

Figura 38 – Hipérbole

TROCANDO IDEIAS

Note que, para realizar a construção de várias figuras desta aula, é


extremamente importante exercitar as construções geométricas. Se você
encontrar dificuldades para compreender ou até mesmo construir as atividades
a seguir, procure tirar as suas dúvidas com relação às construções geométricas
básicas como mediatriz e bissetriz.

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NA PRÁTICA

Exercite algumas atividades desta aula.


1. Trace as três mediatrizes dos lados do triângulo a seguir e encontre o
ponto O no interior do triângulo. Com o auxílio do compasso, trace uma
circunferência circunscrita ao triângulo que irá passa pelos três vértices do
triângulo.

2. Trace as três medianas do triângulo e encontre um único ponto em seu


interior do triângulo, chamado de baricentro ou centro de gravidade.

3. Trace as três bissetrizes internas do triângulo e encontre o incentro na


intersecção dessas bissetrizes. Com o auxílio do compasso, trace o círculo
inscrito tangente aos três lados do triângulo.

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FINALIZANDO

Nesta aula, conhecemos as características e o que define um polígono


regular, irregular, estrelado, o triângulo e a circunferência. No geral, não
sabemos que eles são tão subdivididos em categorias particulares. No entanto
essas particularidades são utilizadas em vários projetos de design, engenharias,
arquitetura e várias outras áreas.
Os conceitos de curvas cônicas ainda podem parecer vagos, mas nas
próximas aulas, quando falarmos de concordância, perspectiva e projeções, elas
ficarão mais claras.

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REFERÊNCIAS

LENZ, M. O estudo das cônicas a partir da construção geométrica. Dissertação


(Mestrado em Matemática) – Universidade Estadual Paulista, Instituto de
Geociências e Ciências Exatas. Rio Claro, 2014.

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