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A Aia
A Aia
ATO I
Cena I
(Rainha está na entrada do palácio. A Aia está ao lado dela, cuidando do príncipe e de seu
filho.)
Narrador – Num tempo de reis e rainhas, numa terra distante, a Rainha desolada perante a
ausência do seu amado Rei, anseia a segurança do seu reino.
Rainha (com tristeza) – Como suporto viver nesta incerteza? Meu coração dói só de pensar
nos perigos que rondam o nosso reino.
Aia – Minha senhora, temos que ser fortes. Seu filho, o príncipe, protegê-lo é nossa missão.
Cena II
(Ruídos de tumulto são ouvidos do lado de fora do palácio. O Mensageiro ofegante entra em
rompante.)
Mensageiro (ofegante, com as armas partidas e sujo de sangue seco) – Majestade, tenho
notícias devastadoras. Nosso querido Rei, dono destas terras, encontrou o seu fim durante a
nossa derrota. Foi trespassado por sete lanças à beira do grande rio. Minhas condolências.
Rainha (chorando desamparada) – O que hei-de fazer? O que será do meu filho sem o seu
pai? Quem o defenderá das ameaças deste mundo cruel?
Narrador – Desses inimigos o mais temeroso é seu tio, irmão bastardo do rei. É um homem
consumido de ganância e desejo por poder. Há anos que vivia num castelo sobre os montes
com sua horda, a espera do momento certo para atacar.
ATO II
Cena I
(A Aia entra no quarto com ambos meninos no colo acompanhada pela Rainha atrás dela)
(A Aia coloca ambos meninos nos seus respetivos berços)
Narrador – O principezinho dorme no seu berço de marfim com seu guizo de ouro em mãos,
e ao seu lado dorme o filho da aia no seu berço de pobre e de verga.
Rainha (sussurra enquanto beija a testa de ambos os bebês) – Boa noite (sai do quarto)
Cena II
Aia (olha para o céu pela janela) – Ó minha Majestade, não me preocupo com o seu destino,
tenho certeza que o senhor continua e continuará a reinar após a sua partida. (anda em
direção ao berço do principezinho e acaricia o seu rosto) Preocupo-me sim com o seu filho,
nosso príncipe, tão frágil, porém tão cobiçado. Tenho medo Majestade, medo da maldade de
seu irmão.
(A Aia vai até o berço do seu filho, pega ele no colo e o enche-o de beijinhos)
ATO III
Cena I
Rainha (preocupada) – Capitão, está certo que estas defesas serão suficientes?
Capitão da Guarda (num tom não muito convincente) – Sim, senhor Majestade. Os meus
melhores homens estão encarregues da proteção do palácio.
ATO IV
Cena I
Aia (sussurra rapidamente enquanto troca os bebês de lugar) – Vai ficar tudo bem, vai ficar
tudo bem. (beija seu filho desesperadamente)
Cena II
(O Tio entra bruscamente no quarto, logo atrás entram seus capangas com lampiões em
riste)
Narrador – Após muita espera, o bastardo chegara onde queria. Estava ali, o principezinho
estava bem na sua frente. Todo seu esforço, não fora em vão.
Cena III
Rainha (olhando para o berço de marfim, desaba chorando) – Não! Meu filho! Não!
(A Aia anda lentamente, muda, até o berço de verga e o descobre, mostrando o principezinho
são e salvo)
Cena IV
(O Capitão da Guarda, junto com seus guerreiros, entra bruscamente porta adentro)
Capitão da Guarda (triunfante, porém triste) – O bastardo morrera! O encontramos
enquanto fugia. Porém... o príncipe se foi juntamente. Perdão Majestade.
Rainha (entre lágrimas e risos, ergue os braços) – Ele está aqui! Meu filho está vivo!
Rainha (alegre, apontando para a aia, que está muda junto ao berço de marfim) – Fora
ela! Minha aia leal! (vai em direção a aia e a braça apaixonadamente) Minha irmã do
coração!
Cena V
Multidão (suplicando) – Ela precisa ser recompensada! A salvadora do nosso rei e do nosso
reino!
Rainha (tomando a mão da aia, a guiando em direção a Câmara dos Tesouros) – Terá as
riquezas que quiser. Todas as que seu desejo apetecer.
ATO V
Cena I
(Entram todos na Câmara dos Tesouros. Senhores, aias, homens de armas, seguem num
respeito tão comovido que apenas se ouve o roçar das sandálias nas lajes)