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O Processo de Aconselbamento Lewis E. Patterson S. Eisenberg Martins Fontes 3. Descoberta inicial No capitulo anterior, definimos o aconselhamento como um processo de interago pessoa-a-pessoa que cstimula a mudanga no comportamento € ho pensamento, Sdo mudangas desejaveis aquelas que ajudam o cliente ‘a tomar uma deciséo vital, a lidar de modo mais efetive com os probl mas de desenvolvimento ¢ tensdes da vida, a ter con: ‘pessoal, ea aprender a usar a liberdade de modo responsével mos também as trés fases interativas ¢ eriticas da thamento: descoberta inicial, exploragao em profundidad para agao. Este capitulo sera dedicado & compreensao das importantes pro: priedades ¢ habilidades da primeira fase. Sonstruir relagdes € 0 ri Ss IEG TA Gu a experiéncia tot jeve beneficiar . deve-se dedicar tempo e «1 wolver uma rela- ssa ser caracterizada por confianca | franqueza, bem mismo quanto a importincia de sess6 aconselha- reMs;-Essas conidigbes de apoio fornecem a base necessAria para 0 pro- ves ir numa exp oragao mais profunda, que a segunda fase do a Ao descrever a etapa inicial do aconselhamento, discutiremos antes de tudo as caracteristicas que 0s clientes trazem com eles na prim so do aconselhamento. A seguir, serdio expostas as caracteristicas ¢h lidades do conselfieiro que contribuem para a desc Finalmente, serdo apresentados 0 a fase da descoberta inicial © que os clientes trazem a experiéncia de aconselhamento ‘Alguns clientes iniciam a experiéncia de aconselhamento voluntariamen- te. Tornam-se conscientes da tensio, ansiedade, dissondncia, confusdo ou falta de finalidade em suas vidas, € pe ajuda, 38 0 PROCESSO DE ACONSEL HAMENTO grau da tenséo sentida pode variar de um nivel leve (como no caso de uum formando do 2? Grau, que mostra desejo por mais informagao a¢ ca de bolsas de estudo e empréstimos) até um bastante intenso (como no caso de um casal que percebe existir uma crise em seu casamento). Os cle tes voluntdrios ou auto-encaminhados tém diversas caracteristicas em ‘comum: experimentam tens motivam esforgo para bus- car ajuda e, pelo menos, iniciar alguma revelagdo sobre si mesmos ¢ suas preocupages) e estdo dispostos a fazer uma reflexio drdua. Para ele ‘uma pergunta inicial do conselheiro, do tipo “Como posso ajudar vor’ geralmente é suficiente pa : vant ‘Outros clientes hesitam em participar do aconselhamento. Poder estar expcrimentando tensao, mas nao reconhecem a necessidade de ajuda. Po: demos relutantes, estudantes cujos niveis. poderia esperar; estudantes com tamento incomum, com freqiientes expressdes de raiva; um cOn- jjuge que demonstra md v em relagao a um problema marital reco- inhecido pelo parceiro; e individuos que abusam de ‘alcool, Como sionados por uma barreiras para pasticipagao. Podem 0 trabalho de pensar que leva ao ‘vo com clientes relurantes requer. discutidas no capitulo 9. No presente capitulo, presumire te partiu ym alguma disposigao para iniciar uma exposigdo do problema e efetuar algum trabalho. Embora alguns clientes iniciem a experiéncia voluntariamente, todos principiam com ansiedade ¢ . Parte da ansiedade relaciona-se a condigao inerente & exper elhamente uer que 0 ente revele informagao sobre si mesmo e sua vida pessoal a uma pessoa relativamente estranha, Sao algumas das questdes basicas que os clientes col ‘© que essa pessoa fara com a informaedo que eu partilhel -om ela?” ¢ “Que impresses 0 cons m se cu descrever honest durante a fase da descoberta inicial visam ajudar o cliente a s vontade em relagao 20 processo de comunicagdo, © auxilié-lo a sentir-se ‘menos aNSOsO quanto @ efetuar Contato pleno, sincero e em profundida de com percepcdes, convicedes e emocdes relevantes para as preocupa- 0 € trabalho. DESCOBERTA INICIAL 39 Cs conselheiros promovem a descobertainiial através de trés proc: iments imterigados: provocando comunicel0, nao fazendo ou dizen- drrsas que bloqueiem a comunicagdo ¢ tomando Contato significative com o material relevante Modos de estimular a comunicagao Mensagens corporais do consetheiro tH pessoas euja lingwager corporal incentiva a comunicns80¢ 1 cu ja Hnguagem corporal indica desintresse ¢ tales ‘gual ansicdade para ae gr se. O guvinteatvo ¢interessado encara ¢ vada POTS pes sara fala com uma postura de atensao e igual entusiasmne’ Set colhos see alrigidos para a face do interlocutors seus bracos ¢ Went tém uma posta aberta, que passam a seguinte mensagem Bu estou muito inte aoe oe eceber, com todos 05 meus procesos sensoridl © vot {quot comtar para mim.” A energia que provoca es estualidade parece auet tural ¢ sem esforco planejado; ¢ uma representacao corporal de ‘uma conviegao sentida saree iado, 0 ouvinte que estd desineressado ou poueo | NE de nig use seu corpo para promover a comunicagao, O fo%9 facial pode rae ante do rosto da pessoa que fla, 45 graus ou mals; & angulo a o-abliquo 20 comunicader; os bragas, crurados: 04 9 Core em fosigao de defesa Tais sugestOes corpora trans eth rmensagens como: ies eatow inereseado”, “Eundo me preocupo”, “Ey AO tenho enet~ ‘Heasponivel para voce” ou "Eu teno medo de ser aero Co voce". rene indiios de fechamento poder ser suis e, multi irr ‘ineonscien- ee ao de equipamento de vdeo proporciona um feedback i to stil para se trabalhar esse aspecto. Mensagens verbais do conselhei 0 incentive & comunicagBo inicia-se, muitas vezes, Por Hm proposta sin- One conseleiro, Uina declaraqio como “De que modo pos ajudar?”, PROCESO DE ACONSELHAMEN co, Coloca 0 pr co cliente em posigao de- fensiva. © conselheiro pergunta ¢ o cliente responde. O pro! cliente tem pouca ini elo é especialmente destrutivo para © aconselhamento eficiente, com clientes que desenvolveram hostilidade fem relagdo a figuras de autoridade. Para eles, a experiéncia provoca uma reagio de transferéncia {questionamento excessivo significa que, Pr portantes esto sendo enc As perguntas iniciadas com “‘por que” so especialmente ‘as, pois levam 0 cliente a inteleetualizar, explanar ¢ justificar. las af tam o aconselhamento de uma experiéncia personalizante. ve7es, o conselheiro faz perguntas, para esti tras, para conseguir informacao. As ves a inrengao de uma pergunta é dirigir a atengdo do cliente para um uma ou problema especifico. Na fase da descoberta inicial, 0 no- dquestionamento geralmente & mais eficaz para se atingit esses objetivos. ira ajudet o cliente no-verbal, 0 conselheiro deve usar alternati- vas como: “Percebo que é dificil para voc conversar & vontade comig Util partilhar o que esta ‘endo em sua vida e que Ihe causa agitacao.’ ¢ que uma resposta como essa traballia com & energia do cliente, ¢ ndo contra ela, ‘Se ha uma informagao importante 12, o conselheiro deve tentar sma alternativa como: “Pre mpreender mai coisas foram vistas, sentidas e soaram para voc®, quando sua expo du partir, Ajude-me a compreender 0 que isso significou para vocé na- Gquele momento.” Tais reagdes promover reciprocidade na experiéncia do deonselhamento. Adicionalmente, antes de provocar tal resposta, 0 con iro deve primeiro esclarecer que a informa¢go solicitada é realmente importante ‘Para centralizar a atencdo do cliente num tema espe til uma alternativa como: ‘Voce tem dito que varias v ho no Snibus escolar. Con 5 pensa, quando isso acontece.’” Mais uma vez, tal alternativa ajuda o conselheiro a identificar os problemas que sio importantes para exploracdo, incita a exploracdo de om modo ayradavel e transmite ao cliente reciprocidade. vA menos que explore de maneira demasiadamente profunda c em cs bs w é pouco provével que uma pergunta eventual prejt- Gique o relacionamento. As perguntas sto prejudiciais quando se sornam spores. dem controlar a tendéncia para cair no questionamento, nunca fazendo duas pergunta a vez, seguindo -gunta com uma nao-pergunta relacionada a informagao recebida fem resposta & pergunta e, se nécessfrio, usando um estimulador para ex plorag “Conte-me mais sobre...” “Também é bastante itil distinguir as perguntas abertas e as fechadas. as geralmente sondam informagao factual especifica e podem ter res- tas curtas. As primeiras centram-se mais sobre idkias, 8 OU odes e necessitam de discussdio mais longa para uma resposta compl ta. “Vocé esta vivendo com seu marido agor inta fecha: da. 'O que voc? faz quando seu marido chega em casa bébado?” é uma nta aberta, (““Conte-me o que vocé faz, quando seu marido chega sa bébado” é uma inda melhor.) Se 0 conselheiro vé ne de de questionar, deve procurar fazer perguntas ao inv Consetheiro: _Lembro quando estava na 10? série. Nessa época, 05 tricos. Cada um parecia que hum de nds sabia nada sobre ser parecia colocar muita energia para subir, rebai 0s outros. Puxa, eu suponho que voce, aos 15 anos, tenha tido tuma vida muito solitaria. ‘Sim, realmente tive. Eu me lembro de uma ve7, ava (Os conselheiros muitas vezes contam histérias sobre das, para ajudar o client car-se com eles ¢ transmitir a me! gem “Eu compreendo 0 que voct esta sentindo, porque também passe! por isso”. Em geral esse provedimento, e facilitar, bloqueia Jocando-st 0 foc0 de atencho do cliente para o conse- io pelo cliente é interrompida. Além disso, uma supost- gio subj Iheiro experimentou rmesmas opini jente. Projetando suas proprias emo. {¢Bes no cliente, 0 conselheiro no o leva em cont introducio de ruido de interferéncia ou material desnecessério, na 0 Geralmente um conselheiro conta uma histéria pessoal, quando nio co: 0 PROCESSO DE ACONSELHAMENTO inhece outra forma de responder ao cliente. Contar histéria é, mul tes, um modo de o conselheico dominar sua ansiedade pessoal, Na pior das hipotesesy pode estar usando 6 cente como-aurdiencra para satsfazer suas préprias necessidades de atencao. Condigées interiores e a fase da descoberta inicial or, descrevemos alguns modelos especificos de respostas e. Nesta part sérias para estimular a des berta inicial. Sa Porque representam uma orientagdo para pessoas que cada c rentar consistentemente. Uma atmosfera de empatia, consideragao pos vautenticidade e concreyao promove o aconselhamento efetivo. A Guséneia de uma ou mais dessas condigdes bloqueia seriamente 0 trabalho de descoberta. Empati Carl Rogers (1942, 1951, 1961, 1965), que introduziu # empatia como condicao interior na experiéncia do aconsethamento, descreveu-a como a ‘cddae do conselheiro para “penetrar no mundo fenoménico do cliente — sentir o mundo do smo se Fosse o seu proprio, sem nunca per- der a condigio “como 4), Autores subseqti tes (Carkhutt, 1969 a, conclujram que existem difere cis de empatia e que, para estimular Cfetivamente o trabalho de aconselhamento, o nivel de empatia transmiti- do deve estar relacionado ao nivel de prontido do cliente para descober = exploracio. Considera-se a empatia priméria como sendo o nivel itativo para a fase de descoberta inicial do aconselhamento, ¢ o nivel avangado de empatia como sendo facilitative para a fase de exploracdo em profundidade, Nesta parte, inemos desenvolver alguns conhecimentos gerais sobre empatia enfocar o nivel primario. A empatia avancada sora Sfecutida no capitulo 4, como parte do proceso para incentivar a explo “a empatia envolve duas habilidades principais: pereeber ¢ comuni- car, Ao nivel de perceppao, a empatia envolve um intenso processo de pres ativamente a temas, problemas, Construtos pessoas © emordes. 3s temas pod mnsiderados como padrdes recorrentes: percep¢des ido cu, atitudes em relago aos outros, relagées interpessoais consistentes, SCOBERTA INICIAL medo de fracasso e busca de poder pessoal, Os problemas so a de conflito com as quais 0 cliente esta deparando: “O que eu meu futuro?””, “Deveria me separar de minha familia?” “Deveria mudar de profissio?” Em relacao a cada tema e problema, 0 cliente apres fortes emogtes de alegria, raiva, ansiedade, tristeza ou confu preender os investimentos emocionais é uma parte critica do elemento per ceptual da empatia, George Kelley (1955) desereveu o elemento perceptual da empatia co: ‘mo a compreenstio dos construtos pessoais do cliente. Definiu construtos ‘pessoais como conjunto singular de elementos cognitivos soa usa para processar informacao, dar significado a fatos da vida, or nar seu mundo, explicar relagdes de causa ¢ efeito e tomar decisdes. Os construtos pessoais estabelecem ordem ¢ regularidade no mundo da pes soa e dio sentido a vi sobre si mesmo e sobi ros, supasigdes sobi premissas ldgicas e morais part la pessoa. Partindo-se dessa orientagdo, a empatia pode ser vista como a compreen- sao dos construtos pessoais proeminentes de um individuo. O pode determinar quais sto nstrutos pessoais a partir das decisdes, agies e declara ém de suas respostas aos instrumen- s de avaliagdo da personalidad A medida que 0 cliente revela informago sobre si, alguns temas formam-se muito rapidamente no prim ro, enquanto outros permanecem no segundo plano. Alguns construtos pessoais (por exemplo, “O mundo ndo & um lugar seguro”, “As pessoas sas") podem emergir rapidamente, embora outros permanegam ina cessiveis. A empatia primdria & o processo de tomar contato com 0s te~ mas que sao evidentes aos dois participantes. A empatia avi provesso de ajudar o cliente a explorar temas, problemas ¢ emos' vos A sua consciéncia. ‘A empatia inclui no apenas uma compreensio dos temas e padres, mas também uma avaliaglo de quais temas o cliente esta pronto para explorar. Para essa avaliagZo, 0 conselhciro conta com indicadores no verbais de abertura versus defesa. -ontado, Ao nivel da comunicacdo, a empatia primaria envolve a cap: dade do conselheiro de fazer com que o cliente perceba que um tema sig nificativo foi entendido. Isso pod: ito pelo conselheiro através de comunicagdo verbal ou nio-verbal: cruzar os bracos pode indicar que 0 conselheiro entendeu a ansiedade do cliente; evantar o brago com 8 Far conseliefjo eo biceps eontraido pode significar uma compreensao d8 8 nho Srerbalmente, a empatia primaria pode ser transmitida com: Oot Yesposta permutavel que centralize a atenglo do cliente nurs tems signifi- atiwo e provoca mais consideragdes sobre O mesmo As respostas permutaveis sio afirmagdes que apré ‘0s temas es- Ae earn declaragio do cliente, mas nao vao além do material vie oa or seu teor, esas respostas ajudam a focalizar a atengo do cher significado eno sentimento, de modo que os temas essencittt podem 8 ee mais, clramente, comprcendides mais integralmente explorados em maior profundidade aasom exemplo desse tipo de resposta aparece num filme cléssee para o treinamento do conselheiro, onde Carl 5 (1965) aconseltia Gloria, uma cliente divorciada com duas criancas as, Em determi nado momento, Gloria diz a Rogers: ealmente nao sei como minha filha (que tem 7 anos) ird se sentir a men tespeito, se souber que eu durmo com un ‘om quet 0 Rogers coloca de forma di erente a prec Se sua filha soubesse de suas acdes, ela accitatia, po it Ela confirmou que Rogers a compreen- deu e continua a quanto a ser uma boa m ser aceita por sua filha. Observ’ cchave ¢o J) para Gildria, de um modo que a ajudo $rofundamente, Nao repetiu simplesmente a afimacso delay nem mora Fou, deu conselho ou bloguecu a comunicacdo. ania, transmitida de modo eficaz, produz uma stie de ef tos descjados na fase da descoberta iniial do aconselhamento. Com trimeiro efeito, tem-se que energia requerida para © tivamente Pepressa ineressee afirmacdo para o cliente. O conselnelio esta dizend ‘Eu me preocupo tanto com voce que de Jaramente indo eitto, 0 feedback, que surge do contato do conselhe stiyoe, ajuda o eiente a ver seus prOprios temas com mais ajuda a compreender-se mais profun cexami- jiudes ¢ conviegdes felevantes. sa forma de responder cria expectativas sob! reriéncia do aconseihamento, © qual apresenta-se ao cliente tera am processo que envolve prestar aLelGHo aU, Explorar, exANs sper mais claramente o eu, O m como uma speriénei ‘avolve trabalho, nio simplesmente 4a agdo do conselheiro vis ro trabalho de autodescoberta pelo cliente SCOBERTA INICIAL 47 Quarto efeito, se o conselheiro procura oferecer um nivel de empatia msistente com o nivel de prontidao do cliente, este se sente seguro para continuar a experiéncia do aconselha pereebe que nada de ruim ir acontecer como resultado da © que provavelmente algo Util ird resultar disso, Quinto efeito, a empatia transmite ao cliente que o conselheiro tem algo especial para oferecer. Geralmente, a empatia nao é viveneiada nos acontecimentos da vida didria. A pessoa que pode fazer contatos empati- 0s firma-se como tendo alguma habilidade especial, o que ajuda o cl te a experimentar uma sensagdo de otimismo quanto a sessdes futuras. Consideragio positiva Voo’ teve relazdes com pessoas que obviamente interessaram-se por voce €-com outras que pareciam ndo se importar. O ineress entusiagmo que uma pessoa exprime por estar nia p quantidade de tempo € eiergla que est Usps da outra, A experitncta dF 15 Fe de 0 resiaurar um senso de cuidado por si mesmo. 2 responder as demandas da vida. O interesse do conselheiro pode aum © entusiasmo do cliente pelo trabalho e pelo crescimento. E dificil para 6 profissional ocultar sua averséo. Quando revelada, sutil ou diretamen- tensio no relacionamento. Trabalhar com um cl nao se tem interes, é como tentar ingerir uma comida no muito apre vel passar pela experitncia, mas ela exige muito esforco. realista um conselheiro tera expectativa de que vai gostar de ‘ontudo, se nao for possiveltransmitir um interesse sin cia uma condigao interior vital Para trabalhar sentiments de indiferenca, o conselheiro deve primeiro ‘admit-tos eassumir a responsabilidad por sua existéncia — fazer dc 9 0s manterd fora da experiéncia do ac Apés o reconhecimento, sua tarefa é identificar caracterist do cliente que ele ndo aprecia. Para muitos conselheiros, a mentir atitude defensiva, a manipulacdo, a autodestruicio e a destruigao dos ou tros, a md vontade para conformar-se a rej ponsabilidade repugnancia e raiva, ponto, alguns prinefpios d amento humano p conselheiro a trabalhar suas emogdes. Um deles & que a maior parte da irritago humana provém de se fazerem afirmagdes do tipo “de (0 PROCESSO DE ACONSELHAMENTO 1", sobre o comportamento do outro. “Sally deveria ir & escola’ (20 de “‘cabular”). “Mark deveria ser honesto” (em lugar de mentit) m deveria estimular scus filhos"” (em vez de invitagdo ¢ indiferenca, o conselheiro deve re po “‘deveria”” que esto sendo impostas ao cliente; ao mesmo tempo, pre- cisa reconhecer que, impondo o ‘‘deveria”, estd julgando o comportamento do cliente, em vez de procurar compreender seu significado ¢ importn- cia. Na verdade, julear bloqueia a compreensio. Reconhecidas as men gens do tipo “deveria”, o conselheiro pode avaliar abertamente seus possiveis efeitos sobre o relacionamento € se € justo in Um segundo prine‘pio € que, muitas vezes, a ans © & encoberta pela irritagdo. O conselheiro que ndo gosta pode também se sentir ameacado A conscigncia da ansiedade sub: cente pode ajuda-lo a identificar qual atitude do cliente esté resultando ‘no senso de intimidagao. Lutas por poder, alienacio e resistencia sio fon- tes muito comuns da ansiedade do conselheiro dissimulada a Um terceiro principio & que algu azer com que © conselheiro lembre de uma outra pest qual existem sentimentos de raiva ou ressentimentos. Em tais circun cias, cle ndio percebe o cliente com inteira preciso; ao contrario, ha algu- mas distorgdes em sua imagem do cliente. Reage a ele como se fosse alguma ‘oa. Esse processo, que tipicamente ocorre de modo inconscien cchamado contrairansferéncia ¢ sera discutido de forma mais comple ta no capitulo 9 Com base nesses prineipios, trabalhar a aversio exige que 0 conse. iheiro dé respostas sinceras as seguintes perguntas: — “Que caracteristicas de meu cliente acho desagradaveis?” — “0 que penso que ele deveria estar fazendo, e que nao esta’ Como os meus ‘deveria’ esto afetando nosso relacionamento a sinceridade com ele?” — “Impondo ‘deveria’, © que estou perdenco de meu cliente?” tou experimentando, quando estou do de Im — “Em minha vida, com quem poderei ter importantes assuntos ndo- “Existem semelhangas entre essa pessoa € Para qualquer conselheiro, essas questdes so muito dificeis de ser respondidas, sem a assi uum profissional; por essa razo, reco- mendamos que se tenha um conselheiro consultor, que pode ser de gran- DESCOBERTA INICIAL de ajuda, simplesmente levantando as duesr0%% preceder aconselhamet Autenticidade Rogers (1942) originalmente defini da transparéncia Entenden, com iss0, uma disposicao P: rior e apresentar pen manipuld-to ou tamente ao cliente, sem dosamente mentOs © se mais seguro tar mais disposto a engajar-se no tr sham i -apacita o client 70s ¢ manipulacdes. tente um simph delas. LLembr as pessoas, Enguano relembra & tas abaixo. — Que abservact que ela é soa auténtica? to deseritas ne da veracidade, da hot vatrolélo. Autenticidade signifi ene rada, S40 sinOnimos de autenticidade ‘Sao antOnimos: ipulacao on control redita que, s¢ 0 conselhel nso de confi ntico. A pessoa B é um individ ene autentico. Desenvolva uma image ide uma ou duas experiencias si vAnote suas respastas OU disc 49 aliadas a boas fe ¢ no proximo capitulo. Jcidade como @ ca fade ou da autenticida proprio eu in de modo a n40 a apresentar bs ocultos ou uma imag sinceridade idade, defensividade iro for autentico, $1 5 do orientador ajudaré o cliente a 0 intensiva do ima de segura erimento juntamente com fa. A pessoa A é um indi que vo cada uma fcativas que teve com onda as pergun seu parceiro. 5 fiz sobre A que me d&0 a impressio ‘ficas fiz sobre B que me dao a impressao que ela no & uma pessoa anténtica Que diferengas observo no 1 = Como desereveria mina ext particularmente minhas em — Come des jcularmente mint reveria minha experi bes? vy partir de minha experiencia pessoal ave principios quamto & ‘em vilidos? acia interior na presenga de B, SELHAMENTO Para a maioria das p jecern estar en volvidos na percepsao dos outros como auténticas ou falsos. As pessoas Consideradas auténticas so aquelas que podem ser vistas por dentro. Ro- ‘se a isso como fransparéncia, A falsidade, ao contricio, € pe ente que esto a0 ior do outro, que estio ocultas a observacto. A & OC0F; endo em seu interior, mas nlio-passo perecber © que é Gi Tor, wie assusta, Temo a possibilidade de ser manipulado ou vitimad jo que esté acontecendo dentro do outro € que Ro posso ver.” tim segundo tipo de percepedo relaciona-se & sensacdo de a pessoa set manipulada por objetivos ocultos. Um objerivo oculto é wm fim fu intento ndo declarado que implica manipular Tar exemplo tipico é 0 adolescente do sexo masculing de um encontro com uma garota, diz: *Quero apenas pessoa; nio desejo fazer amo fida.”” Ela percebe que seu companheiro tem as que sto percebidas tando manipular os outros so Os outros protegemse em sua ocultos. so manipuladores. ‘As discrepancias percebidas no comportamento e pensament uma pessoa so a terceira varidvel que contribui para uma sensagao de autenticidade ou falsidade. Em relagio a uma pessoa considerada au xiste eoerEncia en 3 as idéias comportamentos nao-verbais. Como sera tus ito no capitulo 12, as discre fever contribuem para uma ensagdo 6 mento de desconfianga. O cliente pe O conselheiro como falso, quando este dz: “Eu respeitarei a escolha que fizer, qualquer que sela ela, e, mais tarde, Ihe questiona as deci- S- Ouro conselheiro pode dizer: "Nao quero forgé-lo a fazer algo que Voc® no deseja; quero apenas que pense sobre sua atitude para com seu mmarido.”” O profissional também pode ser pereebido como falso, quando tem dificuldade em manter os olhos nos olhos do cliente, enquanto diz: “Confio no que esta me contando”” Para ser plenamente auténtico no sentido descrito por Rogers-0 con -qiiito bem. Deve possuir um quadro claro das omo se expressam em DESCOBERTA INICIA Segundo o principio da autenticidade, o conselheiro nunca deve se omunicar de modo falso, apresentar informago que desorienta, e, con cientemente, dar de si uma imagem que ilude o cliente. Ao mesmo tempo, nao € necessdrio que o conselheiro zevele impulsivamente ao cliente todo (© Seu pensamento, opiniio ou sentimento. Partilhar informagdo sobre 0 proprio eu é uma decisdo, ndo um impulso, tanto para o conselheiro como para o cliente. © profissional deve decidir antes o que ¢ quando partithar baseado nas percepgdes da necessidade ou da capacidade do clien- te para beneficiar-se da informacéo revelada. Por exemplo, uma emocao experimentada na presenca do cliente ou uma observacdo sobre 0 que std acontecendo no momento, no relacionamento, comunicagao ime. diata com a qual o cliente pode ter dificuldades para trabalhar duran primeira fase. Na segunda fase, esse procedimento pode ser mais apro: priado, porque o cliente se sente mais seguro e esti mais preparado para trabalhié-lo, Por outro lado, revelar uma experiéncia passada que metha & do cliente pode ajudar a reduzir a distancia e a aumentar de reciprocidade; no entanto, entrar em detalhes sobre exp soais passadas pode transformar-se rapidamente em “ ndo a possibilidade de afastar o cliente de seu faco e bloquear seu trabalho contar hist6i de exploragiio. Se o conselheiro opta por revelar experiéneias pessoais, deve jona medida 0 possa ajudar o cliente a com preender essa experiéncia e jelos com a sua propria. Outros dois t gOes que tendem a diminuir percep, utenticidade e sobre 0 comportamento de outras pessoas ¢ jutizos a respeito do curso de ago que o cliente deveria tomar (dar conselho). Os clientes que experimentam tensio interpessoal muitas s desejam confitmacio de que esto certos e o outro errado, ou que- rem compreender os motivos da outra pessoa. Assim, por uma ou outra razo, pedem ao conselheiro uma opinido. Uma vez que este niio conhece ‘odas as circunstncias ou motivos envolvidos, € como falar do compor- tamento de uma outra pessoa é tagarelice, o sensato é que ele ndio expres se quaisquer juizos. Pode ser itil, ao conselheiro, explicar que nZo est em posigdo de julgar as agGes de outras pessoas. Dar opinides sobre o que um cliente deve ou nao fazer é dar conse Tho. Como jé foi dito anteriormente, em geral esse proc quado durante a primeir Concregio O trabalho do aconselhiamento visa ajudar os clientes a passarem de uma situagio de confusao para um estado de maior clareza sobre os proble (0 PROCESSO DE ACONSELHAMEN: sas com 0s quais esto se deparando. Esse processo requer que cliente te conselheiro se comuniquem clara e especificamente um com 0 outro. Imprecisao, abstragdo e obscuridade sto opostas & comunicacdo conere ta, interferindo no trabalho de esclarecimento. Pode ser dificil reconhecer a propria tendéncia para a linguagem ‘ura, especialmente para o profissional que trabalha com criancas pe- quenas. Algumas vezes, um indicio de confusdo do cliente pode servie Como feedback, Freqiientemente, entretanto, 0 feedback pode ser dado por um estranho que ouvir as gravagoe io de aconselhamen- ‘0 apontar a comunicag: ‘A linguagem obscura pode ser um sinal de algumas possiveis dificul dades, O conselheiro talvez nao tenha uma compreensao clara do pode querer impressioné-lo ou estar tentando ocultar-the algo. ‘O profissional deve explictar as origens da fala ndo-faclitativa a fim a linguagem vaga resulta de insuticiente com- preensio do cliente, pedir-Ihe esclarecimento pode ajudar; se € resultado de tentativa de impression: ente, ¢ preciso dar atenedo a esse medo 2 resulta de controle de suas falas, seu medo de fe- o cliente deve ser trabalhado. Se a fala sincera signi- fa também necessita de atencao. Sumario © objetivo primério da fase de descoberta inicial é trabalhar para 0 por uma.comunicacio Iho que envolva introversio ¢ A medida que a experiéncia evolui, © descobre mais informac&o sobre si mesmo ¢ sobre suas preo- ipagoes. A partilha dessa informagao ajuda o profisional s com der o cliente de modo mais completo ea trabalhar em diregao a objetivos experimentais. A medida que o cliente revela informacdo, a natureza do contato com o conselheiro davthe feedback sobre se € ou nao seguro continuar. Esse Contato também ajuda a estabelecer o aconselhamento como processo de anélise do eu, endo como uma simples conversa. © contato efetivo implica estimular a comunicagao com incentives verbais e ndo-verbais, ¢ transmitir empatia adequada ao nivel de promt fio do cliente, Varios padrdes de comportamento podem bloquear © processo, ‘A empatia, uma das quatro condig6es interiores relevantes para & DESCOBERTA INICIAL 33 fase da descoberta ical, pode ser desrita como a capacidade PAPA De ia Seenpreender os temas e problemas projetados através de fa do coe ee empatia também pode ser dscrita com a peroepgso ¢ © Soa Gimeno dos construtos pessoais que um cliente usa para ¢ npreender & dimervgas seu mundo. AS tespostastefletivase afirmaroes com> "COTE oeripais sobre...” sho duas boas formas de transmitir um mi de empa- tia, apropriado a fase de descoberta inicial. aris outras condighes interiores sto: consideragao positivas £1 ticidade e con ® dificuidade do profissional em sentir considera cho positiva em tel inte pode ser sinal importante de uma Gio Fo de contratransferénca, Trabathar uma contratrans(er@nes © re reaso fescimento Snificativa para todo conselneio, Seguit a5 St ss para transmitir autenticidade pode au as nessa ‘© desenvolvimento relagdo de trabalho efetiva, duran se de descoberta inicial, estabelece as condigdes eentrais necessirias ® segunda fagaio em profundidade. Referéncias caruitf,R. R. Helping and human relations (Vol. 1. New York: Holt, Ris hart and Winston, 1969. (a) can ae Helping and uran relations Vol. 2), New York: Holy Bins hart and Winston, 1969. (b) G. od helper: A model for systema and interpersonal ed,). 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