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A violência nas relações amorosas conjugais, muito ligada à violência de gênero, é um

fenômeno complexo de impacto global e que atravessa culturas e condições


socioeconômicas. Em 1996, a Organização Mundial da Saúde (OMS,2002) definiu a violência
“como o uso intencional da força ou do poder, real ou em ameaça, contra si próprio, contra
outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou tenha possibilidade
de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação.”

Independentemente das várias formas que possam ocorrer, a relação abusiva é, portanto,
baseada em um desequilíbrio de poder entre as partes, manifestado pelo uso geralmente
recorrente de violência física, violência psicológica, sexual ou econômica. A consciência
desse fenômeno como um problema para a sociedade aumentou nos últimos anos.
Dada a ampla e abrangente frequência desse fenômeno, muitos estudos têm se
concentrado em entender as razões por trás do comportamento violento nas relações
abusivas. Deve-se dizer que os fatores envolvidos em sua formação são numerosos. É lógico
pensar em um efeito múltiplo de diferentes fatores de risco, em que os fatores psicológicos,
sociológicos, biológicos, aspectos evolutivos e culturais funcionam para contribuir com
causas ou combinações de causas.

Ampliar a compreensão desse processo complexo poderá́ gerar conclusões


relevantes e aplicáveis às políticas públicas e aos serviços de prevenção –
no sentido do abandono precoce de relações que se mostrem violentas – e
de suporte a vítimas de violência.

Murta, S. G., & Parada, P. de O. (2021). Término de relacionamentos íntimos violentos: uma
revisão da literatura. Psicologia USP, 32, e200046. https://doi.org/10.1590/0103-
6564e200046

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