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PATOLOGIAS DAS

VEDAÇÕES

Engº Civil MSc. Fabiana Andrade Ribeiro


Norma de desempenho ABNT NBR 15575-1 a 6:2013
ABNT NBR 15575-1:2013 Parte 1:
• Edifícios habitacionais de até
Requisitos gerais
cinco pavimentos ABNT NBR 15575-2:2013 Parte 2:
• É um conjunto de 6 normas Requisitos para os
sistemas estruturais
• Faz referência a um conjunto ABNT NBR 15575-3:2013 Parte 3:
de várias outras normas Requisitos para os
para sua aplicação (ver site sistemas de pisos
da ABNT) internos
ABNT NBR 15575-4:2013 Parte 4:
• Em vigor a partir de Sistemas de vedações
fevereiro de 2013 com verticais externas e
vigência a partir de Junho de internas
2013. ABNT NBR 15575-5:2008 Parte 5:
Requisitos para sistemas
de coberturas
Fonte: www.abnt.org.br ABNT NBR 15575-6:2008 Parte 6:
Sistemas hidrossanitários
© Direitos autorais
reservados a Rita Cristina
Norma de desempenho ABNT NBR 15575-4:2013
1 Escopo

2 Referências normativas ABNT NBR 15575-1:2013 Parte 1:


3 Termos e Definições
Requisitos gerais
4 Exigências do usuário
ABNT NBR 15575-2:2013 Parte 2:
Requisitos para os
5 Incumbências dos intervenientes
sistemas estruturais
6 Avaliação do desempenho
ABNT NBR 15575-3:2013 Parte 3:
7 Segurança estrutural
Requisitos para os
7.2 Requisito – Deslocamentos, fissuração e descolamentos sistemas de pisos
nos sistemas de vedações verticais externas e internas

Limitar os deslocamentos, fissurações e descolamentos a


internos
valores aceitáveis de forma a assegurar o livre funcionamento ABNT NBR 15575-4:2013 Parte 4:
de elementos e componentes do edifício habitacional.
Sistemas de vedações
8 Segurança contra incêndio
verticais externas e
9 Uso e operação
internas
10 Estanqueidade ABNT NBR 15575-5:2013 Parte 5:
11 Desempenho térmico Requisitos para sistemas
12 Desempenho acústico de coberturas
13 Desempenho lumínico ABNT NBR 15575-6:2013 Parte 6:
14 Durabilidade e manutenabilidade Sistemas hidrossanitários
15 Saúde

16 Funcionalidade
Desempenho:

ABCP
Eng MSc Fabiana Ribeiro 4
Eng MSc Fabiana Ribeiro 5
Eng MSc Fabiana Ribeiro

Fonte: Concremat
6
NBR 15575:2013

Falhas que não


MANIFESTAÇÕES
decorrem do
PATOLÓGICAS
envelhecimento natural

Eng MSc Fabiana Ribeiro 7


São as situações em que o sistema construtivo, em
determinado momento da sua vida útil, deixam de
apresentar o desempenho esperado, ou seja, não
cumprem suas funções, deixando de atender às
necessidades dos usuários.
Ações que podem provocar Manifestações Patológicas em Vedações:
• Excesso de peso/sobrecargas;
• Deformações lentas das estruturas
• Assentamento das fundações;
• Variações de temperatura;
• Ação do Vento
• Eflorescências
• Criptoflorescências;
• Absorção de água;
• Poluição;
• Raios UV
• Aberturas inadequadas/excessivas
Erros no projeto e execução:

O desempenho das alvenarias de vedação é fortemente influenciado pela qualidade


do projeto (pormenorização e características dos materiais) e da execução (mão de
obra especializada).
Aberturas de rasgos

Armazenamento incorreto dos tijolos em


obra
Erros no projeto e execução:

Prumo!

Just, A., 2015


Recife: Concepção de prédios com elevados
índices de esbeltez revestidos com
cerâmicas
Ações atuantes: vento

Just, A., 2015


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8 - 25% (Vedação)
O material: 8 - 21% (Estrutural) (NBR 152702:2017)

O bloco é um material poroso com grande capacidade de absorção


de água.

A absorção de umidade provoca


a expansão da alvenaria (3 a 4
vezes maior que a dilatação
devida à temperatura).
Ação da água:

Principal agente causador de


Anomalias

- Chuvas/precipitações;
- Umidade do terreno;
- Condensação;
- Infiltrações;
Ação da
-… água

Fissuração Desagregação

 desagregação a longo prazo;


 redução do isolamento térmico.
Envelhecimento natural:

A falta de manutenção associada à avançada idade dos edifícios agravam


a generalidade das situações anómalas, contribuindo de forma decisiva
para o estado de degradação dos materiais e muitas vezes para o próprio
colapso da construção.

Várias formas de manifestação:

• Fluxos de águas;
• Materiais destacados dos paramentos;
• Zonas em que as alvenarias se
encontram à vista (degradação dos
revestimentos e / ou acabamentos do
exterior);
• Fissuração dispersa nos paramentos;
• Degradação dos caixilhos dos vãos
exteriores;
• Corrosão de elementos metálicos.
O sistema de vedação

ANOMALIAS E CAUSAS
Anomalias e Causas
• As características dos materiais e detalhes
construtivos (projeto), a execução e as ações de
manutenção são fatores decisivos para o bom
funcionamento das vedações durante o tempo da
vida útil, minimizando a ocorrência de anomalias.

• As principais anomalias que se desenvolvem em


sistemas de vedação estão relacionadas com os
fenômenos de fissuração ou associadas à ação da
água. É importante notar que estes dois fenômenos
não são independentes, podendo cada um deles
originar ou agravar o outro.
ORIGEM DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS
MANUTENÇÃO
MATERIAIS DIVERSOS
10%
18% 4%

MANUTENÇÃO

EXECUÇÃO PROJETO 33%


28% 40%
DIVERSOS
8%
MATERIAL
2%
GRUNAU (1981) apud HELENE (1992)

PROJETO
37%
EXECUÇÃO
19%

Eng MSc Fabiana Ribeiro SAHADE (n = 80, 2014)


19
ORIGEM DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS

Deficiente
Perda Precoce de Desempenho
Deterioração Acentuada

XV COBREAP – Congresso Brasileiro de Engenharia de Avaliações e Perícias – Palestra da Câmara de


Inspeção Predial do IBAPE/SP: Acidentes Prediais e a Incidência de Falhas e Anomalias em Edificações, 2009

Eng MSc Fabiana Ribeiro 20


Distribuição relativa da incidência de patologias em
edificações
CORROSÃO
FISSURAS 18%
24%
DEFORMAÇÃO
NINHOS ESTRUTURAL
1% 3%

DEGRADAÇÃO
ARGAMASSA
MANCHAS 9%
SUPERFICIAIS
8%

DESTACAMENTO
REVESTIMENTO
9%
INFILTRAÇÃO
28%

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SAHADE (n = 80 , 2014)
PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS

INFILTRAÇÃO DE FISSURAS
UMIDADE

VEDAÇÕES

DEGRADAÇÃO ESQUADRIAS

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Umidade

• (PEREZ, 1988)

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Eng MSc Fabiana Ribeiro 25
As anomalias em sistemas de
vedação devido à ação da
umidade são normalmente
classificadas em função da origem da
umidade.

A umidade manifesta-se de diversas


formas:

a. umidade de construção;
b. umidade de condensação (vapor);
c. umidade de Infiltração (chuva);
d. umidade ascendente (solo).
Umidade
Tipos de Umidade que afetam as edificações

15%

10%
Infiltração
60% Ascendente
15%
Condensação
Obra

THOMAZ, E. , 1990

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Infiltrações: lâminas d’água

“A percolação da água
através do material de
construção pode ser
causada pela ação
capilar ou por pressão
externa (força da
gravidade, ação do
vento)

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29
Eng MSc Fabiana Ribeiro
Infiltração: Lâminas d’água na fachada

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Umidade exterior (água da chuva batida pelo vento) que se
infiltra pelos elementos de vedação, poros e eventuais fissuras.

Zonas críticas:
• juntas de assentamento;
• parte inferior das
paredes;
• fissuras variadas;
• ligação alvenaria /
estrutura;
• ligação alvenaria / vãos.
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Saliências
• Pequenas Saliências
ou projeções nas
superfícies das
paredes conseguem
reduzir o volume de
água que escorre em
até 50%

(Xavier, 2010 apud Perez e Thomaz, 1990)

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Saliências

Eng MSc Fabiana Ribeiro 35


Eng MSc Fabiana Ribeiro 36
Eng MSc Fabiana Ribeiro 37
Eng MSc Fabiana Ribeiro 38
b) Umidade de Construção:

Este tipo de umidade decorre da construção dos edifícios e,


normalmente, diminui gradualmente até desaparecer, manifesta-
se pelo aparecimento de manchas, fungos ou eflorescências,
diminuindo o isolamento térmico.

Principais causas:
• elevado teor de água utilizado na construção da alvenaria;
• água que atinge os materiais durante a construção (chuva,
estocamento inadequado ou outras causas fortuitas).
Bloco Cerâmico x Concreto

• A porosidade do substrato é fundamental para o


desenvolvimento de microrganismos.

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Eng MSc Fabiana Ribeiro 42
Além dos problemas imediatamente decorrentes de umidade e
bolor, os elementos de alvenaria tenderão a se contrair por
ocasião da secagem posterior, o que pode conduzir a fissuração
da parede e a destacamentos entre compontentes e argamassa
de assentamentos.
Umidade de Construção

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Umidade de Construção

Absorção de água pelos blocos


e perda de umidade ao longo do
tempo!

45
Os blocos devem ser recebidos na obra e armazenados
protegendo-os do sol e da chuva.
Expansão das alvenarias por
absorção de umidade:
fissuração a prumo

47
48
31

49
c) Umidade do Solo: Ascendente

A umidade ascendente é o tipo mais comum e provém do terreno,


pela capilaridade dos materiais. Manifesta-se pelo aparecimento de
manchas, eflorescências, criptoeflorescências ou bolor na base da
construção (paredes térreas).

Principais causas:

• ascensão capilar, através das


fundações e/ou paredes, da água
existente no solo;

• pressão hidrostática em paredes


enterradas, quando o nível do
terreno for superior à cota do
elemento.
Umidade
do solo
Umidade Ascendente

CAPILARIDADE

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d) umidade de Condensação:

Provém do vapor de água que se condensa nos paramentos


expostos ou no interior dos elementos de construção. Ocorre
quando o ar quente e úmido de um local entra em contacto com
uma zona fria (ponte térmica). Esta anomalia pode ser
permanente ou temporária.

Principais causas:
• deficiente isolamento térmico;
• temperatura ambiente reduzida;
• deficiente ventilação.

Condensações
Condensação de vapor d’água

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Condensação de vapor d’água

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Condensação: estudos por simulação computacional

Eng MSc Fabiana Ribeiro https://wufi.de/en/ 58


MANCHAMENTOS
As manchas surgem pelo desenvolvimento de
microorganismos, tais como fungos, algas ou liquens, que se estabeleceram
sobre o revestimento superficial.
MANCHAMENTOS
CAUSAS
•pouca luz solar direta;
•existência de infiltrações provindas de falhas nas
impermeabilizações
•pela falta de manutenção do rejuntamento de pisos e paredes
das áreas molhadas internas (THOMAZ, 1992).
•comprometimento da impermeabilização do telhado
•acúmulo de sujidades na superfície superior da platibanda
que, com as chuvas, são lançadas nas fachadas, criando um
ambiente propício para o desenvolvimento dos agentes
biodeterioradores (ARGILÉS, 1999).
MANCHAMENTO - CAUSAS
•desenvolvimento de fungos nos trechos que se mantêm
úmidos por mais tempo. A região onde se encontra a alvenaria
absorve mais umidade do que a região de concreto, pois os
blocos cerâmicos são mais porosos, assim a região que
contem mais água (alvenaria) leva mais tempo para secar
permitindo o desenvolvimento mais acentuado de
microorganismos do que a região (concreto) com menos água
contida (SATO, 2002).
•falta de manutenção preventiva (lavações e repintura) das
superfícies;
•inexistência de protetores e pingadeiras sobre o topo das
platibandas.
Cultura e proliferação de
microorganismos

Manchas escuras
Fungos e líquens ácidos orgânicos

DESTRÓI
PROGRESSIVAMENTE

Materiais que compõem os revestimentos


Desenvolvimento de fungos, algas ou liquens sobre o revestimento
Desenvolvimento de fungos, algas ou liquens sobre o revestimento
TRATAMENTO
- Eliminar os possíveis focos de umidade:
•infiltrações nos banheiros e na área de serviço
•vazamentos em tubulações
•impermeabilizações de telhados e áreas molhadas
•Estado de conservação dos rejuntes
- Executar detalhes construtivos protetores, como pingadeiras
sobre as platibandas e janelas
TRATAMENTO

-Remoção dos agentes biodeterioradores através de:

▪Lavação com aplicação de solução à base de


hipoclorito de sódio diluído em água limpa;
▪Limpeza mecânica, através de hidro-jateamento,
▪Limpeza manual com escova de cerdas de nylon
(ARGILÉS, 1999).

- Raspagem manual com espátula para remoção da


camada da tinta solta, pulvurulenta e decomposta, não
removida durante o processo de lavação.
TRATAMENTO

-Aplicação de fundo preparador sobre as superfícies


restauradas, aglutinando as partículas soltas e permitindo
a ancoragem para a pintura de acabamento (UEMOTO,
2002).

-Aplicação de massas niveladoras para preencher os


baixos relevos deixados durante a retirada das camadas
de tintas soltas, lixando-as após secagem (ARGILÉS,
1999).

-Aplicação de revestimento para acabamento.


PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS

UMIDADE FISSURAS

VEDAÇÕES

DEGRADAÇÃO ESQUADRIAS

Eng MSc Fabiana Ribeiro 69


Fissuras
• Introdução
• Conceito: Mecanismos de Formação
• Classificação
• Quanto à Atividade: Monitoramento
• Quanto à Forma
• Origem
• Sistemas de Recuperação (SRF)

Eng MSc Fabiana Ribeiro 70


Fissuras

• ALBERT JOISEL (1981)

• (DUARTE, 1988)

Eng MSc Fabiana Ribeiro 71


Eng MSc Fabiana Ribeiro 72
Eng MSc Fabiana Ribeiro 73
➢ Classificação
 Micro-fissuras: aberturas até 0,2mm
 Fissuras: aberturas até 0,5mm
 Trincas: aberturas iguais ou superiores à 0,5mm

 Causas de trincas e fissuras


 Movimentação térmica
 Movimentações higroscópicas
 Atuação de sobrecargas
 Deformação excessiva da estrutura
 Recalques de fundação
 Retração de produtos a base de cimento
Mecanismos de Formação
das Fissuras

Eng MSc Fabiana Ribeiro 75


Mecanismo de formação
das FissurasMaterial de Construção livre de tensões

(a)

Variação dimensional sem restrições

(b)

Variação com restrições

σ t < Rt
(c)

Aparecimento de fissuras

(d)
σ t > Rt
Eng MSc Fabiana(DJANIKIAN,
Ribeiro s.d.) 76
Fissuras
• “Manifestação patológica, cuja forma se apresenta
como uma abertura linear e descontínua
resultante de ações internas ou externas aos
materiais de construção, que superem a sua
capacidade resistente, limitada a aberturas de até
1,0 mm de largura e que podem interferir nas suas
características estéticas, de durabilidade e
estruturais”.
(Sahade, 2005)

Eng MSc Fabiana Ribeiro 77


Refino estrutural

78
Refino estrutural

79
THOMAZ,E. (notas de aula 2003)
THOMAZ, E. (notas de aula 2003)
81
Classificação

NBR 13749:2013
Eng MSc Fabiana Ribeiro 82
Classificação

NBR 13749:2013
Eng MSc Fabiana Ribeiro 83
Origem

• DEPENDEM:
Tensões Propriedades
Impostas Argamassas/Base

Eng MSc Fabiana Ribeiro 84


Origem

Eng MSc Fabiana Ribeiro 85


Gilberto Cavani

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Fissuras causadas pela movimentação térmica

 junção de materiais com diferentes coeficientes de


dilatação térmica, expostos às mesmas variações de
temperatura.
O coeficiente de dilatação térmica do concreto é aproximadamente duas
vezes maior que o da alvenaria.

 aberturas: concentração de tensões junto aos vértices de


janelas e portas

 exposição de elementos a diferentes solicitações térmicas


naturais. Em geral as coberturas planas são mais expostas às
mudanças de temperaturas
Fissuras causadas pela movimentação térmica
Fissuras causadas pela
movimentação térmica
Fissuras causadas pela movimentação térmica

Exposição de
elementos a
diferentes solicitações
térmicas naturais.
Em geral as coberturas
planas são mais
expostas às mudanças
de temperaturas
Fissuras causadas pela movimentação térmica

Fissuras nos cantos das janelas decorrentes da inexistência de


vergas e/ou ontra-vergas
(THOMAZ, 1992)
Fissuras causadas pela retração da
argamassa
FISSURAS DE RETRAÇÃO
As fissuras resultam da incapacidade das paredes de alvenaria
resistirem a esforços de flexão, corte (cisalhamento) ou tração devidas a
causas externas ou internas. Pode dividir-se as fissuras
conforme sejam referentes as vedações estruturais (com problemas
do ponto de vista estrutural) ou de vedação.
Eng MSc Fabiana Ribeiro 96
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Eng MSc Fabiana Ribeiro 98
Eng MSc Fabiana Ribeiro 99
A) Fissuração:

Fissuras mais frequentes em paredes divisórias

Em estruturas reticuladas,
principalmente em edifícios
com estrutura de concreto,
a fluência (deformação
lenta) e a consequente
retração dos elementos
estruturais pode impor
elevados esforços à
alvenaria, principalmente
nas vergas das janelas,
ângulos em consolo e
outros pontos onde as
tensões se concentram.
101
Fissuração em vedação externa

Fissuras nos cantos das janelas decorrentes da inexistência de vergas e/ou ontra-vergas
(THOMAZ, 1992)
103
a) Fissuração devido às deformações excessivas do suporte:

As paredes de alvenaria têm uma


capacidade de deformação elástica
relativamente baixa.

Principais causas:
• flechas (deformações) dos elementos
de concreto armado, cada vez mais
flexíveis com seções mais esbeltas;

• características da alvenaria
(dimensões dos tijolos, tipo de
junta, características da argamassa
de assentamento e dimensões dos
vãos).
a) Fissuração devido às deformações excessivas do suporte:

Pavimento inferior menos


deformável que o superior

Pavimento inferior mais deformável que


o superior

Pavimentos superior e
inferior com deformações
idênticas
Pavimento inferior mais deformável que
o superior

Eng MSc Fabiana Ribeiro 106


Fissuras causadas pela movimentação da estrutura
Fissuras causadas pela movimentação da estrutura

Fissuras alinhadas
à estrutura
Fissuras alinhadas
à estrutura
Eng MSc Fabiana Ribeiro 110
111

Eng MSc Fabiana Ribeiro 112
b) fissuração devido aos assentamentos diferenciais:

As anomalias mais graves ocorrem quando os assentamentos são


Diferenciais (recalque diferencial), provocando distorções que
podem danificar tanto os elementos
estruturais, como as alvenarias.

É frequente com este tipo de anomalia o


aparecimento de fissuras inclinadas a
partir de abertura de vãos dada a
concentração de esforços que se gera
nessas zonas
Todos os terrenos sofrem deformações elásticas e plásticas
(assentamentos) sob a acção de cargas. Os abaulamentos/empenos
manifestam-se pela falta de verticalidade, desnivelamento ou distorção
angular dos paramentos. Estão normalmente associados a fissurações.

Principais causas:
• características insuficientes das fundações;
• incapacidade
do terreno de
absorver as
cargas.

Possíveis situações
de assentamento
b) fissuração devido aos assentamentos diferenciais (cont.):
Principais causas:
As fissuras por assentamento
• consolidação do terreno; vão evoluindo gradualmente.
• heterogeneidade do solo de fundação;
• fundações sobre aterros;
• construção de diferentes tipos de fundações;
• deficiente dimensionamento dos elementos da fundação etc..

Edifício sobre terreno não consolidado: Edifício sobre tereno


região de aterro colapsível ou aterro
Rebaixamento de lençol freático
Edifício com diferentes fundações

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Eng MSc Fabiana Ribeiro
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Eng MSc Fabiana Ribeiro 120
c) Fissuração devido à aplicação de cargas:
A parede de alvenaria, por si só, tem uma capacidade limitada para
absorver cargas que lhe sejam diretamente aplicadas.

Ultrapassada a resistência à tração dos blocos, começam a surgir as


fissuras ao longo da parede.

Sintomatologia
das fissuras

Devido à maior resistência do elemento de vedação, a fissura tende a


propagar-se pela argamassa contornando-o (para tensões relativamente
baixas).
c) Fissuração devido à aplicação de cargas (cont.):

Exemplos de fissuras desenvolvidas pela aplicação de cargas nas alvenarias:

Fissura na alvenaria provocada pela


Fissuras provocadas por aplicação de carga excêntrica
cargas verticais no
mesmo sentido
d) Fissuração devido à extensão dos vãos das alvenarias:

Anomalia frequente nos panos exteriores das alvenarias de vedação


(normalmente no centro de grandes vãos).

Principais causas:
• execução de grandes panos de alvenaria sem fixação superior

Tratar como “muro” e


não como parede.
(Pacelli., 2015 )
e) Fissuração devido a variações de temperatura:

As variações de temperatura, sazonais e diárias, provocam variações


dimensionais (dilatações ou retrações), podendo originar a dilatação das
alvenarias e movimentos da estrutura.

Principais causas:

• propriedades físicas dos materiais (diferentes


coeficientes de dilatação térmica);

• intensidade da variação de temperatura


(amplitude e rapidez do fenómeno térmico);

• tipo de estrutura (graus de restrição);

• ausência de juntas de dilatação.

Fissuras nas alvenarias devido


à compressão causada pela
dilatação térmica da laje
Coef. de di- Movim. Higroscópicas (%) Módulo de
MATERIAIS latação tér- Irreversível deformação
mica linear Reversível (+) expansão (kN/mm2)
(ºC.10-6) (-) contração
Argamassa 10 - 13 0,02 - 0,06 0,04 - 0,10 (-) 20 - 35
Concreto (seixo rolado) 12 - 14 0,02 - 0,06 0,03 - 0,08 (-) 15 - 36
Concreto (brita) 10 - 13 0,03 - 0,10 0,03 - 0,08 (-) 15 - 36
Concreto celular 8 0,02 - 0,03 0,07 - 0,09 (-) 1,4 - 3,2
Cimento c/ fibra de vidro 7 - 12 0,15 - 0,25 0,07 (-) 20 - 34
Cimento-amianto 8 - 12 0,10 - 0,25 0,08 (-) 14 - 26
Blocos de Concreto 6 - 12 0,02 - 0,04 0,02 - 0,06 (-) 10 - 25
Concreto celular 8 0,02 - 0,03 0,05 - 0,09 (-) 3-8
Sílico-calcário 8 - 14 0,01 - 0,05 0,01 - 0,04 (-) 14 - 18
Barro cozido 5-8 0,02 0,02 - 0,07 (+) 4 - 26
direção das 0,45 - 2,0 5,5 - 12,5
4-6 (1) - (2)
Madeiras fibras
Leves direção 0,6 - 2,6 5,5 - 12,5
30 - 70 (1) - (2)
transversal
direção das 0,5 - 2,5 7 - 21
4-6 (1) - (2)
Madeiras fibras
Densas direção 0,8 - 4,0 7 - 21
30 - 70 (1) - (2)
transversal
Vidros planos 9 - 11 - - 70

(1) para teores de umidade de 60% e 90% (2) para teor de umidade de 12% 125
126
e) Fissuração devido a variações de temperatura (cont.):
As paredes exteriores estão mais sujeitas a este fenómeno (sobretudo as
orientadas a Norte e Oeste), por existir um maior gradiente térmico. Por outro
lado, se a cobertura for desprovida de uma adequada proteção que minimize
os respectivos movimentos de origem térmica, é relativamente frequente as
paredes do último piso serem mais afetadas.

Fissuras nas paredes do último piso devidas à dilatação da laje


Eng MSc Fabiana Ribeiro 128
Loturco, Téchne 99 - junho de 2005

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Eng MSc Fabiana Ribeiro 130
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132
133
f) Esmagamento:

Os esmagamentos estão associados a situações de compressões


excessivas. São anomalias pontuais, normalmente associadas às
fissurações.

Principais causas:
• aumento de cargas
concentradas;
• diminuição da resistência
da parede.

Esmagamento e fissuras na
alvenaria provocados pela
aplicação de uma carga
concentrada
Prof. Eng. Renato Sahade, MSc. 135
Sistemas de Recuperação
de Fissuras (SRF)

Eng MSc Fabiana Ribeiro 136


SRF
TABELA 4.1 - ESCOLHA DO SISTEMA DE RECUPERAÇÃO
FORMA DE
FISSURAS FISSURAS MANIFESTAÇÃO
GEOMÉTRICAS MAPEADAS

QUANTO À
ATIVAS PASSIVAS ATIVAS PASSIVAS ATIVIDADE

SAZONAIS PROGRESSIVAS SAZONAIS VARIAÇÃO DE


ABERTURA

  
   

   
SISTEMA DE
  
 RECUPERAÇÃO
 
 


 - Membranas acrílicas  - Armadura horizontal  - Pintura convencional


 - Papel de parede (interno)  - Selagem  - Encunhamento
 - Substituição do revestimento  - Junta de movimentação ou de controle  - Reforço de fundação
 - Bandagem  - Substituição de unidades danificadas  - Reforço estrutural
 - Tela metálica  - Argamassa armada
 - Tirante  - Grampeamento

Eng MSc Fabiana Ribeiro 137


SRF – JUNTA DE MOVIMENTAÇÃO OU DE CONTROLE
TABELA 4.1 - ESCOLHA DO SISTEMA DE RECUPERAÇÃO
FORMA DE
FISSURAS FISSURAS MANIFESTAÇÃO
GEOMÉTRICAS MAPEADAS

QUANTO À
ATIVAS PASSIVAS ATIVAS PASSIVAS ATIVIDADE

SAZONAIS PROGRESSIVAS SAZONAIS VARIAÇÃO DE


ABERTURA

  
   

   
SISTEMA DE
  
 RECUPERAÇÃO
 
 


 - Membranas acrílicas  - Armadura horizontal  - Pintura convencional


 - Papel de parede (interno)  - Selagem  - Encunhamento
 - Substituição do revestimento  - Junta de movimentação ou de controle  - Reforço de fundação
 - Bandagem  - Substituição de unidades danificadas  - Reforço estrutural
 - Tela metálica  - Argamassa armada
 - Tirante  - Grampeamento

Eng MSc Fabiana Ribeiro 138


SRF – JUNTA DE MOVIMENTAÇÃO OU DE CONTROLE

Eng MSc Fabiana Ribeiro 139


Eng MSc Fabiana Ribeiro 140
Eng MSc Fabiana Ribeiro 141
Eng MSc Fabiana Ribeiro 142
Eng MSc Fabiana Ribeiro 143
144
146
147
CCA

REQUISITOS:
- EDIFÍCIOS DE ATÉ 10 PAVTOS
- JUNTAS DE MOV HOR E VERT
- ARGAM DE MÉDIO E BX MÓDULO
- NÃO VINCULAR ALV X ESTR

Eng MSc Fabiana Ribeiro 148


CCA

12,5 x 30 x 60 cm

Eng MSc Fabiana Ribeiro 149


SRF – JUNTA DE MOVIMENTAÇÃO OU DE CONTROLE

Eng MSc Fabiana Ribeiro 150


Eng MSc Fabiana Ribeiro 151
FRISOS X JUNTAS
ABERTURA DE FRISOS E JUNTAS
JUNTAS DE MOVIMENTAÇÃO
ABERTURA DE FRISOS E JUNTAS
FRISOS ARQUITETÔNICOS
ABERTURA DE FRISOS E JUNTAS
FRISOS ARQUITETÔNICOS
ABERTURA DE FRISOS E JUNTAS
ABERTURA DOS FRISOS E JUNTAS DE MOVIMENTAÇÃO
ABERTURA DE FRISOS E JUNTAS
ABERTURA DE JUNTAS DE MOVIMENTAÇÃO
ABERTURA DE FRISOS E JUNTAS

ABERTURA DE JUNTA DE
MOVIMENTAÇÃO

• Alinhar ao
fundo da viga
ABERTURA DE FRISOS E JUNTAS
QUANDO A ABERTURA NÃO COINCIDE COM O FUNDO DA VIGA
ABERTURA DE FRISOS E JUNTAS
QUANDO A ABERTURA NÃO COINCIDE COM O FUNDO DA VIGA
ABERTURA DE FRISOS E JUNTAS
QUANDO A ABERTURA NÃO COINCIDE COM O FUNDO DA VIGA
ABERTURA DE FRISOS E JUNTAS
QUANDO A ABERTURA NÃO COINCIDE COM O FUNDO DA VIGA
ABERTURA DE FRISOS E JUNTAS

Tela no revestimento

Não utilizar tela com a junta

Funções distintas
JUNTAS DE MOVIMENTAÇÃO

Limpeza da cavidade da junta


JUNTAS DE MOVIMENTAÇÃO

Limpeza da cavidade da junta


Pano de algodão branco

A limpeza deve ser realizada até o


pano não demonstrar mais sinais de
sujeira
JUNTAS DE MOVIMENTAÇÃO

Aplicação da fita adesiva

Aplicar a fita somente onde


será aplicado o selante
naquele mesmo dia.
JUNTAS DE MOVIMENTAÇÃO

Aplicação da fita adesiva

Abertura da junta preparada


para aplicação do selante

Pressionar a fita adesiva


sobre as juntas de
assentamento para evitar a
penetração do selante sobre o
rejunte.
JUNTAS DE MOVIMENTAÇÃO

Aplicação do primer
JUNTAS DE MOVIMENTAÇÃO

Inserção do limitador de profundidade


JUNTAS DE MOVIMENTAÇÃO

Inserção do limitador de profundidade

Não utilizar ferramentas


pontiagudas para auxiliar na
introdução do limitador!

Ao aplicar o selante, deve-se


assegurar, com o auxílio de
trena ou gabarito, a
profundidade especificada em
projeto (Fator de Forma).
JUNTAS DE MOVIMENTAÇÃO

Aplicação do selante

A aplicação do selante
deve ser feita com a
utilização de pistola
aplicadora, com o bico do
tubo do selante cortado
em ângulo de 45° na
medida da junta, a fim de
preencher completamente
a abertura.
JUNTAS DE MOVIMENTAÇÃO

Aplicação do selante

A aplicação do selante deve ser


uniforme, em velocidade
constante, para que não se
formem bolhas de ar.
JUNTAS DE MOVIMENTAÇÃO

Acabamento

Não utilizar água, detergente,


água, óleos ou outros produtos
para dar o acabamento.
JUNTAS DE MOVIMENTAÇÃO

Acabamento

Caso existam falhas no


selante, o aplicador pode
executar os retoques com a
ponta dos dedos, desde que o
esteja de luvas
JUNTAS DE MOVIMENTAÇÃO

Retirada da fita adesiva


Eng MSc Fabiana Ribeiro 176
http://issuu.com/habitare/docs/rt_5_isbn_978_85_89478_34_2/1?e=0

Eng MSc Fabiana Ribeiro 177


Eng MSc Fabiana Ribeiro 178
SRF – ARGAMASSA ARMADA
TABELA 4.1 - ESCOLHA DO SISTEMA DE RECUPERAÇÃO
FORMA DE
FISSURAS FISSURAS MANIFESTAÇÃO
GEOMÉTRICAS MAPEADAS

QUANTO À
ATIVAS PASSIVAS ATIVAS PASSIVAS ATIVIDADE

SAZONAIS PROGRESSIVAS SAZONAIS VARIAÇÃO DE


ABERTURA

  
   

   
SISTEMA DE
  
 RECUPERAÇÃO
 
 


 - Membranas acrílicas  - Armadura horizontal  - Pintura convencional


 - Papel de parede (interno)  - Selagem  - Encunhamento
 - Substituição do revestimento  - Junta de movimentação ou de controle  - Reforço de fundação
 - Bandagem  - Substituição de unidades danificadas  - Reforço estrutural
 - Tela metálica  - Argamassa armada
 - Tirante  - Grampeamento

Eng MSc Fabiana Ribeiro 179


SRF – ARGAMASSA ARMADA

Eng MSc Fabiana Ribeiro 180


Prof. Eng. Renato Sahade, MSc. 181
SRF – ARGAMASSA ARMADA

NORMA DESCRIÇÃO
NBR 15812 – 1 a 3:2010 e 2017 Blocos cerâmicos
Alvenaria estrutural Projetos, Execução e Métodos de
Ensaio
NBR 15961 – 1 e 2: 2011 Blocos de concreto
Alvenaria estrutural Projetos e Execução
NBR 16522:2016 Alvenaria de blocos de concreto -
Blocos de Concreto Métodos de ensaio
NBR 11173:1990 Projeto e execução de argamassa
armada - Procedimento

Prof. Eng. Renato Sahade, MSc. 182


FABIANA LOPES DE
OLIVEIRA. Reabilitação de paredes
de alvenaria pela aplicação de
revestimentos resistentes de
argamassa armada.. 2001. Tese de
Doutorado - Universidade de São
Paulo (USP). Escola de Engenharia
de São Carlos São Carlos.

http://www.teses.usp.br/teses/di
sponiveis/18/18134/tde-
05122001-163119/pt-br.php

Prof. Eng. Renato Sahade, MSc. 183


SRF – ARGAMASSA ARMADA

• Se a questão envolver segurança: perda da


capacidade portante por solicitação mecânica ►
Protensão.
• Se for relacionado à durabilidade ► proteção
contra os agentes agressivos: injeções e
revestimentos de proteção.
• Argamassa Armada ► recuperação de trincas e
reforço da alvenaria: aumenta a resistência,
ductilidade e durabilidade.

Prof. Eng. Renato Sahade, MSc. 184


SRF – ARGAMASSA ARMADA

• Conclusões:
• O revestimento das paredes, de modo geral, aumentam
a sua capacidade resistente (CR) e a sua rigidez,
podendo, em determinadas condições, melhorar a sua
ductilidade;
• Paredes submetidas à compressão axial:
• ruptura dos septos dos blocos antes da ruptura da AA; tensões
tangenciais ao plano das juntas: geram esforços de tração
lateral
• Uso de projeção da argamassa influencia no ▲CR
• Uso de telas metálicas é o mais adequado;
• Aumenta a rigidez das paredes.

Prof. Eng. Renato Sahade, MSc. 185


SRF – ARGAMASSA ARMADA

• Conclusões:
• Paredes submetidas ao cisalhamento:
• ▲▲CR;
• Técnica excelente para situações de sismo (ações horizontais e
dinâmicas);
• ▲ 2,4x fcisalhamento;
• Resultados semelhantes: telas ou fibras de aço;
• Paredes submetidas à flexão:
• ▲▲CR;
• Não há deslizamento entre revestimento e blocos
• As telas soldadas apresentam melhor ▲CR;

Prof. Eng. Renato Sahade, MSc. 186


SRF – ARGAMASSA ARMADA

Eng MSc Fabiana Ribeiro 187


SRF – GRAMPEAMENTO e ARMADURA HORIZONTAL
TABELA 4.1 - ESCOLHA DO SISTEMA DE RECUPERAÇÃO
FORMA DE
FISSURAS FISSURAS MANIFESTAÇÃO
GEOMÉTRICAS MAPEADAS

QUANTO À
ATIVAS PASSIVAS ATIVAS PASSIVAS ATIVIDADE

SAZONAIS PROGRESSIVAS SAZONAIS VARIAÇÃO DE


ABERTURA

  
   

   
SISTEMA DE
  
 RECUPERAÇÃO
 
 


 - Membranas acrílicas  - Armadura horizontal  - Pintura convencional


 - Papel de parede (interno)  - Selagem  - Encunhamento
 - Substituição do revestimento  - Junta de movimentação ou de controle  - Reforço de fundação
 - Bandagem  - Substituição de unidades danificadas  - Reforço estrutural
 - Tela metálica  - Argamassa armada
 - Tirante  - Grampeamento

Eng MSc Fabiana Ribeiro 188


SRF – GRAMPEAMENTO e ARMADURA HORIZONTAL

Eng MSc Fabiana Ribeiro 189


PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS

UMIDADE FISSURAS

VEDAÇÕES

DEGRADAÇÃO ESQUADRIAS

Eng MSc Fabiana Ribeiro 190


Anomalias resultantes do
desenvolvimento de tensões de tração
internas aos materiais de construção.

Principais causas:
• Erosão/desagregação;
• Eflorescências/Criptoflorescências;
• Expansão por umidade
• Corrosão das Armaduras
• Contaminação por agentes deletérios

Destacamento do tijolo
a) Erosão/Desagregação:

Anomalia resultante
do desgaste do
elemento de
vedação ou da
argamassa de
assentamento
devido aos agentes
climáticos e
atmosféricos que
desenvolvem uma
ação erosiva sobre
todos os
materiais que a eles
estão expostos..

Desgaste da parede durante o


tempo de vida útil
b) Eflorescências:
Depósito cristalino de sais solúveis (sulfatos, carbonatos de sódio,
potássio, cálcio, magnésio, alumínio, cloretos) em água sobre a
superfície da alvenaria de tijolo. Manifestam-se através de manchas
de cor clara / branca. São anti-estéticas, difíceis de serem
removidas e usualmente inofensivas.

Se a formação ocorrer no interior do elemento de vedação,


provocando fissuras, empolamentos ou descascamento,
designa-se por criptoeflorescência.

Empolamento/Deterioração do
emboço devido a
criptoflorescências
• Criptoeflorescência

Eng MSc Fabiana Ribeiro 194


Criptoeflorescência
• Eflorescências (cont.):

Mecanismo de formação:
• dissolução de sais existentes na alvenaria ou
no terreno;

• migração da água, arrastando os sais até à


superfície;

• evaporação superficial da água, cristalizando


os sais que tinha dissolvidos (cristalização).
Eng MSc Fabiana Ribeiro 197
Retração por eflorescência?

Eng MSc Fabiana Ribeiro 198


Eng MSc Fabiana Ribeiro 199
Eng MSc Fabiana Ribeiro 200
Eng MSc Fabiana Ribeiro 201
Eng MSc Fabiana Ribeiro

202
Eng MSc Fabiana Ribeiro 203
ASTM C67-92a
Eng MSc Fabiana Ribeiro 204
https://issuu.com/revistanovacer/docs/novacer_fevereiro2014_
ed046_205x275
Eflorescência e Criptoeflorescência
• solucionar o problema de surgimento das eflorescências
deve-se, primeiramente, buscar conhecer a fonte de sais e
de umidade.
• Caso seja possível, a primeira solução é controlar ou
eliminar o contato dessas fontes com o revestimento (ou
alvenaria).
• No entanto, apesar dessa solução funcionar na etapa de
projeto, dificilmente ela poderá ser concretizada na fase
utilização da edificação, pois exige investigações e técnicas
onerosas.
• Quando do surgimento das eflorescências, a solução mais
adotada é a utilização de materiais impermeabilizantes
sobre substratos com argamassa de revestimento sem cal.

Eng MSc Fabiana Ribeiro 206


c) Expansão por umidade = EPU

6 CHIARI, L. OLIVEIRA, C.J., MONTEIRO, C.S., FORJAZ, N.V., BOSCHI, A.O. Expansão por umidade. Parte I: O fenômeno. In:
Cerâmica Industrial, 01 (01) Mar/Abr, 1996. Pg. 06-13.
7 BAUER, R.J.F.,
Eng MSc RAGO, Ribeiro
Fabiana F. Expansão por umidade de placas cerâmicas
207 para revestimento. In: Cerâmica Industrial, 5 (3) Mai/Jun,
2000. Pg. 41-5.
EPU

Eng MSc Fabiana Ribeiro 208


EPU

Eng MSc Fabiana Ribeiro 209


• Junto com o ataque de sais, a EPU é a causa mais comum de deterioração de
tijolos, telhas e placas cerâmicas de revestimento em todo o mundo

Os primeiros estudos
iniciaram a partir de 1999 falência
Final da dácada de 50
1907: tijolos 1954 falhas estrutural de três
torna-se um
inadequadamente estruturais de três prédios situados na
problema sério na
queimados adsorviam construções EUA Região Metropolitana
Austrália
água e se do Recife
rehidratavam

Eng MSc Fabiana Ribeiro 210


Eng MSc Fabiana Ribeiro 211
A ministra Maria Thereza de Assis Moura destacou que a pena foi fixada pela
justiça de Pernambuco com base em três aspectos da conduta dos engenheiros:
imprudência pela execução indevida do projeto arquitetônico; negligência por não
impedirem o avanço da umidade que atingiu a alvenaria e a estrutura do prédio; e
imperícia pelo uso de concreto poroso de baixa qualidade nos pilares do edifício.

Eng MSc Fabiana Ribeiro 212


Ruína - Recife

edifícios de até quatro


Maio de 2001, o Edifício Ijuí, localizado em Candeias, Jaboatão
dos Guararapes pavimentos, conhecido regionalmente
como "edifícios caixão"
PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS

INFILTRAÇÃO DE FISSURAS
UMIDADE

VEDAÇÕES

DEGRADAÇÃO ESQUADRIAS

Eng MSc Fabiana Ribeiro 214


TEORIA DA ADERÊNCIA
INTERTRAVAMENTO MICROSCÓPICO

Eng MSc Fabiana Ribeiro 215


ADERÊNCIA
MECANISMO DE ADERÊNCIA
SUBSTRATO/MATRIZ CIMENTÍCIA

➢Natureza essencialmente química


▪Forças de Van der Waals
▪Ligações Primárias

➢Fenômeno Mecânico → Função substrato


(porosidade aberta e rugosidade)

COSTA; JOHN, 2011


Eng MSc Fabiana Ribeiro 216
ADERÊNCIA
MECANISMO DE ADERÊNCIA
SUBSTRATO/MATRIZ CIMENTÍCIA

Eng MSc Fabiana Ribeiro COSTA; JOHN, 2011 217


Mecanismo de Aderência
• Após o contato da matriz com o substrato, parte da
pasta penetra nos macroporos e nas rugosidades
da base e, em bases absorventes, além da matriz, a
água de amassamento saturada com íons
dissolvidos do ligante penetra nos poros e nas
cavidades da base

Eng MSc Fabiana Ribeiro 218


CARASEK, 2002
Eng MSc Fabiana Ribeiro 219
Intertravamento Mecânico
ADERÊNCIA: MECANISMO
INTERTRAVAMENTO MECÂNICO

Precipitação dos produtos de hidratação do ligante na superfície SCARTEZINI, CARASEK, 2002


Etringita nos poros
Eng MSc Fabiana Ribeiro 220
ADERÊNCIA

Eng MSc Fabiana Ribeiro 221


FALTA DE ADERÊNCIA
ARGAMASSA

Eng MSc Fabiana Ribeiro 222


CONCLUSÕES
✓ A maioria das anomalias afeta o aspecto visual dos
revestimentos, as propriedades mecânicas das
alvenarias, as propriedades físicas dos materiais e as
condições de habitabilidade e a durabilidade dos
edifícios.

✓ No levantamento das anomalias, deve ser feita


distinção entre as anomalias das vedações, das
argamassas de assentamento e dos revestimentos
(argamassas de vedação, pinturas e cerâmicas).

✓ De forma a simplificar a classificação das anomalias,


o critério utilizado foi a aproximação segundo a
origem do seu elemento agressor principal.
Eng MSc Fabiana Ribeiro 223
✓ Conclui-se que a relação entre as anomalias e as
suas origens é uma questão complexa, devido à
diversidade de origens e à inter-relação dos
diversos elementos agressores.

✓ Nos quadros seguintes, estabelece-se uma


relação entre as anomalias mais frequentes, suas
causas prováveis e respectiva correlação.

✓ A ausência de manutenção e reparação agrava as


anomalias existentes, originando inevitavelmente o
aparecimento de outras.
Resumo de algumas anomalias e causas:

ANOMALIA CAUSA
FISSURAS DEFORMAÇÕES
AÇÕES EXTERNAS
AÇÕES INTERNAS

FISSURAS VARIAÇÕES DIMENSIONAIS


MOVIMENTAÇÕES
HIGROTÉRMICAS

EMPOLAMENTOS TENSÕES NAS INTERFACES


CRIPTOFLORESCÊNCIAS

DESCOLAMENTOS FISSURAS INTERNAS


CORROSÃO DE ARMADURAS
EPU

EROSÃO /DESAGREGAMENTO AÇÕES EXTERNAS


AGENTES CLIMÁTICOS

DESINTEGRAÇÃO DAS JUNTAS ÁCIDOS


POLUIÇÃO INDUSTRIAL
RAIOS UV
CONTATO ELEMENTOS ÁCIDOS
Resumo de algumas anomalias e causas (cont.):

ANOMALIA CAUSA

UMIDADES ÁGUA
SUPERIOR
LATERAL
INFERIOR

EFLORESCÊNCIAS SAIS/ÁGUA
TERRENO
ARGAMASSA
ÁGUA
MATERIAL

MANCHAS
DEPÓSITOS DE CARBONATO
DEPÓSITOS DE SILICATOS
MANCHAS DE UMIDADE
MANCHAS DE MICROORGANISMOS
MANCHAS DE FERRUGEM
MANCHAS DA POLUIÇÃO

PERDA DE TONALIDADE RAIOS UV


RAIOS UV
ANOMALIAS MECÂNICA NÃO MECÂNICA
Correlação causas / anomalias:

EFLORESCÊNCIAS
DAS JUNTAS
DESINTEGRAÇÃO

ABAULAMENTOS
ESMAGAMENTO
EMPOLAMENTO

TONALIDADE
PERDA DE
DESCASQUE

HUMIDADES

MANCHAS
FISSURAS

EROSÃO
ORIGEM

CAUSAS

P/C/U Deformação da TM TV
estrutura
U Acção de cargas TM TV TM

P/C Deformada TM TV TM TV
(fundações)

Água TM
U TM
TV
chuva + vento
U Água TM

Flores, Inês Cohen, Nota de Aula, PT


vapores TV

P/C Água TM
terreno TV
C/U Gelo / degelo TM

U Dilatação térmica TM TV TM

C Oxidação TM TV TV TM

C Sais solúveis TM TV TM TM
TV
U Raios UV TM

U Poluição, etc. TM
TV
U Ácidos TM P- projeto
TM- tijolo maciço
C- construção
TV- tijolo vazado
U- utilização
CONCLUSÕES
O tratamento dessas manifestações patológicas deve ser
realizado a partir de um estudo específico do
empreendimento.

Um diagnóstico completo do problema deve ser


realizado previamente.

Em grande parte dos casos as patologias têm várias causas


e por isto, o tratamento adequado dependerá do tipo de
revestimento, das condições em que estes se encontram,
das causas das patologias, da viabilidade da obra, do
orçamento disponível, entre outras questões.
De modo geral, a realização de obras de recuperação de
revestimentos de fachadas é de grande dificuldade e
inevitavelmente interfere na rotina dos usuários.
RECUPERAÇÃO DE REVESTIMENTOS DE FACHADAS
Os prejuízos gerados pelas patologias em vedações e as
despesas com a recuperação pode superar os valores gastos
em sua execução.
É melhor prevenir!
SITES RECOMENDADOS

Eng MSc Fabiana Ribeiro 233


Eng MSc Fabiana Ribeiro 234
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Eng MSc Fabiana Ribeiro 241
Eng MSc Fabiana Ribeiro 242
Eng MSc Fabiana Ribeiro 243
Eng MSc Fabiana Ribeiro 244
O infoHab é liderado pela ANTAC e aborda todos os conteúdos da construção civil, além de oferecer
produtos e serviços que podem servir de auxílio nas etapas processo/ciclo de geração do
conhecimento. O projeto já possui 16 anos de funcionamento com apoio de diversas universidades
públicas e privadas e hoje é coordenada pela Unochapecó. Hoje conta com um acervo que possui mais
de 34.000 documentos técnico-científicos das diversas modalidades da construção civil, sendo
atualizado diariamente. Eng MSc Fabiana Ribeiro 245
BIBLIOGRAFIA
• Execução e inspeção de alvenaria racionalizada. A. C.
Lordsleem Júnior. Coleção Primeiros Passos da
Qualidade no Canteiro de Obras. Editora O Nome da
Rosa, São Paulo, 2000.
• Qualidade na aquisição de materiais e execução de
obras. R. Souza & G. Mekbekian. CTE, Sebrae/SP e
SindusCon/SP. Ed. PINI, São Paulo, 1996.
• Diretrizes para o projeto de alvenarias de
vedação. M.M.A. Silva. Dissertação (Mestrado), Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo,
2003.
• Tecnologia, Gerenciamento e Qualidade na
Construção. E. Thomaz. Ed. PINI, São Paulo, 2001.

Eng MSc Fabiana Ribeiro 246


Eng MSc Fabiana Ribeiro 247
OBRIGADA !

Engª MSc Fabiana Andrade Ribeiro


fabiana.ribeiro@fchconsultoria.com.br

FCH Consultoria e Projetos de Engenharia


Rua Barão do Triunfo, 520 CJ 22
Brooklin – São Paulo – SP (11) 2367-3444 / 3717-1587
www.fchconsultoria.com.br

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