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Aula 04 – NORMA DE DESEMPENHO- NBR 15575

A ABNT NBR 15575: 2013 Edificações Habitacionais-


Desempenho, é o conjunto de normas regulatórias utilizado
em toda a cadeia produtiva da construção definida como os
resultados mínimos esperados do desempenho dos
materiais, dos procedimentos e das condições da habitação
ao longo da vida útil de uma edificação. A norma possui
abrangência nacional, mas deve-se igualmente respeitar as
legislações regionais.

Foi publicada em 2008, visando reestruturar o setor da


construção civil para edifícios residenciais até 5 pavimentos.
Foi revisada em 19 de julho de 2013, passando a valer para
qualquer edificação residencial e com caráter obrigatório.
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QUAL A FINALIDADE?
Institui parâmetros técnicos para vários requisitos
importantes de uma edificação e tem como características
estabelecer as responsabilidades de cada um dos
envolvidos: construtores, incorporadores, projetistas,
fabricantes de materiais, administradores condominiais e os
próprios usuários.
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CADEIA DE RESPONSABILIDADE:

A incorporadora – define o produto e os requisitos de


desempenho dos projetos - terá que conhecer o
desempenho dos sistemas construtivos que adota e criar
práticas para conhecê-lo quando optarem por novas
tecnologias.

O arquiteto/projetista- demonstra o atendimento- será o


mais impactado, pois precisará conceber e projetar as obras
pensando no seu comportamento em uso ao longo da vida
útil. Tem o papel de especificar materiais, produtos ou
processos que atendam ao desempenho mínimo
estabelecido por norma baseando-se nas normas
prescritivas e no desempenho declarado pelo fabricante.
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O fabricante/fornecedor- demonstra com declaração de


conformidade- devem fabricar materiais de acordo com a
Norma, fornecer as informações técnicas e laudos técnicos
quando solicitados.

O usuário- demonstra com uso e manutenção conforme o


manual- é responsável pela manutenção da edificação
conforme manual entregue pela construtora e exigir a
mesma que o edifício esteja atendendo o desempenho
mínimo por norma.
NORMA DE DESEMPENHO– NBR- 15575
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É composta por 6 partes:

• Parte 1 – Requisitos Gerais


• Parte 2 – Requisitos para os sistemas estruturais
• Parte 3 – Requisitos para os sistemas de pisos
• Parte 4 - Requisitos para os sistemas de vedações verticais
internas e externas
• Parte 5 - Requisitos para os sistemas de coberturas
• Parte 6 - Requisitos para os sistemas hidrossanitários
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• Parte 1: Requisitos Gerais

Trata dos requisitos gerais entre os diferentes elementos da obra. A


norma estabelece vida útil variável para cada um dos sistemas
(estruturas, vedações, pisos, coberturas, instalações elétricas e
hidráulicas). Com relação à acústica, o texto atrela o desempenho
ao nível de ruído externo existente no momento de realização do
projeto.
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• Solo:

Os projetos devem prever considerações sobre as condições de


agressividade do solo, do ar e da água na época do projeto,
prevendo-se as proteções aos sistemas estruturais e suas partes. O
comportamento em serviço da edificação ou do sistema também
deve ser previsto em projeto, de forma que os estados limites de
serviço (ELS) não causem efeitos estruturais que impeçam o uso da
construção se atingidos.
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• Desempenho térmico:

A edificação deve reunir características que atendam às exigências


de desempenho térmico, considerando-se as zonas bioclimáticas
definidas na NBR 15.220 - Desempenho Térmico de Edificações.
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• Iluminação Natural e Artificial:


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• Inspeção:

Os projetos devem ser desenvolvidos de forma que o edifício e os


sistemas projetados tenham boas condições de acesso para
inspeção predial.
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• Águas:

As águas servidas provenientes dos sistemas hidrossanitários


devem ser encaminhadas às redes públicas de coleta e, na
indisponibilidade destas, devem ser utilizados sistemas que evitem
a contaminação do ambiente local. A norma traz uma tabela com
parâmetros de qualidade de água para usos restritivos não
potáveis.

Os projetos devem prever mecanismos de prevenção de infiltração


da água de chuva e da umidade do solo nas habitações.
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• Energia:

As instalações elétricas devem privilegiar a adoção de soluções que


minimizem o consumo de energia, entre elas a utilização de
iluminação e ventilação naturais e de sistemas de aquecimento
baseados em energias alternativas.
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• Acústica:

Com relação ao desempenho acústico, a edificação deve


atender ao limite mínimo de desempenho estabelecido nas
partes 3, 4 e 5 da NBR 15.575.
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Vida Útil de Projeto (VUP) para cada um dos sistemas que o compõe, não
inferior ao estabelecido em tabela apresentada na norma.
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Continuação tabela 2:
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• Parte 2: Estrutura

O texto não muda a forma de projetar e construir estruturas


convencionais, que continuarão seguindo as prescrições das
normas específicas existentes. Para novos materiais e sistemas
construtivos, que ainda não possuem normas brasileiras
específicas de projeto estrutural, o novo texto permite adotar
critérios de estabilidade e segurança estrutural por meio de
cálculos, modelos e ensaios.
As manutenções devem ser realizadas obedecendo-se ao Manual
de Operação, Uso e Manutenção, fornecido pelo incorporador ou
pela construtora, e às boas práticas, de acordo com a NBR 5.674.
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• Parte 3: pisos

A norma traz uma nova concepção do que é sistema de pisos,


ressaltando que o desempenho depende da interação de todos os
componentes, e não só da camada de acabamento.

Foram estabelecidas as áreas onde se requer resistência ao


escorregamento: áreas molhadas, rampas, escadas em áreas de
uso comum e terraços."
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• O piso não pode apresentar ruína ou falhas que ponham em risco a integridade
do usuário.
• O coeficiente de atrito da superfície dos pisos deve tornar segura a circulação dos
usuários, evitando escorregamentos e quedas.
• A norma estabelece níveis de desempenho mínimos para os pisos com relação ao
isolamento de ruídos entre unidades. Por exemplo, a diferença padronizada de
nível ponderada (Dnt.w) em dB deve ser maior ou igual a 45 no piso que separa
unidades habitacionais autônomas em áreas em que um dos recintos seja
dormitório.
• Os sistemas de pisos devem ser estanques à umidade ascendente e devem
impedir a passagem da umidade para outros elementos construtivos da
habitação. O piso de áreas molháveis exposto a uma lâmina de água 10 mm na
cota mais alta por um período de 72 horas não pode apresentar, após 24 horas
da retirada da água, danos como bolhas, fissuras, empolamentos e
destacamentos.
• A norma estabelece limites para ondulações no acabamento do piso. A planeza
deve apresentar valores iguais ou inferiores a 3 mm com régua de 2 m em
qualquer direção.
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• Áreas Molhadas: uso e exposição forma lâmina d’água


Ex.: banheiro com chuveiro, área de serviço e áreas descobertas

• Áreas Molháveis: áreas que recebem respingo d’água.


Ex.: banheiro sem chuveiro, cozinha e sacadas cobertas

• Áreas Secas: não tem previsão de utilização direta com água


Ex.: Salas, quartos, escritório.
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• Parte 4: Vedações Verticais

Nos requisitos de estanqueidade à água, mudaram os critérios


relativos às esquadrias externas.

No que se refere à isolação a ruídos aéreos de fachadas, existem agora


três situações a serem consideradas: locais pouco ruidosos, locais
muito ruidosos e situação intermediária.

No que se refere ao desempenho acústico das vedações verticais


internas, há duas mudanças importantes - a primeira envolve os
critérios relativos à isolação entre hall e apartamentos, e a segunda, à
isolação entre unidades autônomas, que se tornou mais rigorosa.
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• 6 As paredes devem suportar as solicitações originadas pela fixação de


peças suspensas (armários, prateleiras, lavatórios, redes de dormir,
quadros e outros). A NBR 15.575-4 inclui tabela com cargas de ensaio e
critérios para peças suspensas fixadas por mão-francesa.

• 7 Sob impactos, os sistemas de vedação vertical não podem sofrer ruptura


ou instabilidade, nem apresentar fissuras, escamações e delaminações
que comprometam a utilização. A NBR 15.575-4 indica em tabelas os
desempenhos mínimos para diferentes energias de impacto.
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• 8 Os sistemas de vedação devem permitir o acoplamento de portas. Quando


elas forem submetidas a dez operações de fechamento brusco, as paredes
não podem apresentar falhas, tais como fissuras no encontro com o marco.

• 9 As paredes externas devem apresentar transmitância térmica e capacidade


térmica que proporcionem, ao menos, desempenho térmico mínimo
estabelecido na norma para a zona bioclimática em questão. As fachadas
também devem ser estanques à água. Os ensaios de estanqueidade devem
se contextualizar em uma das cinco regiões brasileiras de exposição.

• 10 As fachadas devem apresentar aberturas com dimensões adequadas para


proporcionar a ventilação interna dos ambientes. Esse requisito aplica-se aos
ambientes de longa permanência.

• 11 Com relação aos ruídos permitidos na edificação, a norma traz tabela com
valores indicativos de isolação acústica. O novo texto é mais rigoroso no que
tange à isolação entre unidades autônomas.
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• Parte 5: coberturas

A norma destaca entre os requisitos mais importantes aqueles


referentes à segurança contra incêndio e ao desempenho acústico.

"Entre os requisitos mais críticos estão os que tratam da reação ao


fogo dos materiais de revestimento e acabamento e da resistência
ao fogo do sistema de cobertura."

Nesse último item, a norma determina que a resistência ao fogo da


estrutura da cobertura atenda às exigências da NBR 14.432,
considerando um valor mínimo de 30 minutos.
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• O sistema de cobertura deve apresentar nível satisfatório de segurança


contra a ruína e não apresentar avarias ou deslocamentos que prejudiquem
sua funcionalidade. Da mesma forma, deve suportar cargas transmitidas por
pessoas e objetos nas fases de montagem ou de manutenção.

• A cobertura não deve apresentar escorrimento, gotejamento de água ou


gotas aderentes. Aceita-se o aparecimento de manchas de umidade, desde
que restritas a no máximo 35% da área. Sob a ação de granizo e outras
pequenas cargas acidentais, somente é tolerada a ocorrência de falhas
superficiais nas telhas, como fissuras e lascamentos que não impliquem
perda de estanqueidade.

• A cobertura deve ter capacidade para drenar a máxima precipitação passível


de ocorrer na região, não permitindo empoçamentos ou extravasamentos
para o interior da edificação, para os áticos ou quaisquer outros locais não
previstos no projeto.

• A cobertura deve apresentar transmitância térmica e absortância à radiação


solar que proporcionem desempenho térmico apropriado para cada zona
bioclimática. A cobertura também deve ajudar no isolamento sonoro. A
norma indica métodos de avaliação de ruídos nos ambientes e define níveis
mínimos de desempenho para os sistemas de coberturas.
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• Parte 6: Sistemas Hidro-sanitários

A parte 6 da NBR 15.575 compreende os sistemas prediais de água


fria e de água quente, de esgoto sanitário e ventilação, além dos
sistemas prediais de águas pluviais.
Critérios de avaliação da instalação de metais sanitários,
tubulações, reservatórios e demais componentes do sistema hidro-
sanitário também acrescentam às normas existentes formas de
verificação do funcionamento do conjunto antes da entrega do
edifício. O texto também traz considerações sobre a separação
física dos sistemas de água fria potável e não potável, em
consonância com as tendências atuais de reuso de água. A acústica
dos sistemas hidro-sanitários insere-se na norma em caráter
informativo, com métodos de medição dos impactos sonoros do
funcionamento dos equipamentos hidráulicos sobre o usuário.
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