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1 Rodada
1 Rodada
FEDERAL
1ª RODADA - 21/08/2017
CEI-PROCURADOR
FEDERAL
1ª RODADA - 21/08/2017
DURAÇÃO
21/08/2017 A 19/11/2017
MATERIAL ÚNICO
Questões totalmente inéditas
ACESSÍVEL
Computador, Tablet, Smartphone
2 QUESTÕES DISSERTATIVAS
Por rodada
1 PEÇA/PARECER
Por rodada
IMPORTANTE: é proibida a reprodução deste material, ainda que sem fins lucrativos. O CEI CEI-PRO-
possui um sistema de registro de dados que marca o material com o seu CPF ou nome de usuário. CURADOR
O descumprimento dessa orientação acarretará na sua exclusão do Curso. Agradecemos pela FEDERAL
sua gentileza de adquirir honestamente o curso e permitir que o CEI continue existindo. 1ª ED.
2017
CPF: 115.343.046-06 ALUNO: diegoprado.silveira pág. 1
CEI-PROCURADOR
FEDERAL
1ª RODADA - 21/08/2017
PROFESSORES
Rodolfo Cursino.
Professor de Direito Tributário. Procurador da Fazenda Nacional desde 2013. Especialista em Direito Processual/PUC-MG e
Direito Público/UBC-SP. Graduado em Direito/UFPE. Ex-Técnico do Seguro Social. Autor do livro “Procuradoria da Fazenda
Nacional / Coleção Aprovados” (lançamento em breve) e Coautor do livro “Questões Discursivas
Comentadas – Advocacia Pública Federal (AGU e PFN)”, ambos da Editora Juspodivm. Aprovado,
ainda, nos concursos de Julgador do Tribunal Administrativo Tributário de Pernambuco; Procurador
dos Municípios de Maceió/AL e João Pessoa/PB; Advogado da Caixa Econômica Federal; Analista do
MPU, TRT6 e TJPE; Técnico da Fazenda Municipal de Olinda/PE e do TRT6.
Ravi Peixoto.
Professor de Direito Processual Civil. Doutorando em direito processual pela UERJ. Mestre em Direito
pela UFPE. Procurador do Município de João Pessoa. Advogado. Aprovado nos concursos da PGM-
JP, PGDF e PGM-Recife.
INSTRUÇÕES GERAIS
Estamos muito felizes por começar este curso com vocês, sabendo que há pessoas que sonham
e se dedicam para assumir um dos cargos fundamentais à defesa própria das instituições estatais.
É muito bom ter, no nosso dia a dia, a missão de defender a coisa pública com excelência e saber
que, através do nosso trabalho, fortalece-se o modelo democrático que escolhemos seguir. É muito
bom, também, depois de meses ou anos de estudo – cada um tem seu tempo e sua estrada – viver
o dia da nossa aprovação, o dia da nossa nomeação e, finalmente, o dia da nossa posse. Como
é emocionante! Como é bom o momento em que chamam o nosso nome. Vale cada segundo do
trabalho duro!
De nossa parte, esforçamo-nos para, a cada rodada, oferecer-lhes um material de qualidade, bem
pensado de acordo com as exigências do edital e com a prática da advocacia pública.
Da primeira à nona rodada, teremos, em cada uma, 100 questões objetivas no estilo CESPE de
Certo ou Errado; duas questões dissertativas com resposta de até 30 linhas e uma peça ou parecer
com resposta de até 150 linhas. Será preciso que vocês se organizem bem.
Esforcem-se, também, para ler as rodadas pontualmente, bem como para responder às questões
dissertativas, recebendo nossas correções de forma individual.
Na 10ª rodada, faremos um simulado com 200 questões objetivas comentadas de forma mais
sucinta e, aí, não haverá questões dissertativas nem peça/parecer.
No canal do CEI no Youtube, temos um vídeo, feito pela Professora Marianna Motta, com dicas
para a leitura das rodadas.
Sigo à disposição de todos vocês para eventuais dúvidas pelo e-mail profcei.mariahelena@gmail.
com.
Que seja um caminho muito proveitoso para todos nós e que, em breve, possamos, juntos,
comemorar o sucesso de vocês.
Sigam firmes!
Um abraço,
CRONOGRAMA
SUMÁRIO
ORIENTAÇÃO: procure responder todas as questões com agilidade, sem consulta a nenhum
material, a fim de simular a situação encontrada em prova.
DIREITO ADMINISTRATIVO
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 2. É possível que o ente público desista da desapropriação, mesmo que, adotada
a via judicial, já tenha ocorrido o trânsito em julgado, desde que concorram dois requisitos:
a não ocorrência do pagamento integral do preço e a ausência de alteração substancial que
impeça a utilização do imóvel tal como antes do procedimento.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 3. Se o fundamento para o procedimento for o funcionamento de transporte
coletivo, haverá a desapropriação por interesse social, e não por utilidade pública.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 4. A Justiça Federal é competente para julgar mandado de segurança contra ato
praticado por dirigente de sociedade de economia mista federal.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 5. Na composição do capital das sociedades de economia mista, há acionistas
públicos e privados, porém o Poder Público deve deter o controle acionário.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 6. De acordo com a jurisprudência do STJ, o estagiário voluntário da Administração
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 7. Havendo condenação de determinado agente público por ato de improbidade
consistente em violação a princípios administrativos, é possível a fixação da suspensão dos
direitos políticos em dois anos.
ccCERTO ccERRADO
Considere a seguinte situação, para responder às questões 08 e 09:
João prestou concurso para técnico administrativo do Ministério da Fazenda, no qual eram
oferecidas 10 vagas. No decorrer do certame, a Administração Pública decidiu que seria
conveniente reduzir o número para 05 vagas, apesar de não haver previsão legal nesse
sentido. João foi aprovado em 6º lugar.
QUESTÃO 8. Nesse caso, o STF entende que a redução do número de vagas, nos moldes
apontados, viola a segurança jurídica.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 9. Se o concurso público se destinasse apenas à formação de cadastro de
reserva, e João fosse aprovado em 1º lugar, ele teria direito subjetivo à nomeação.
ccCERTO ccERRADO
Sobre a estrutura e funcionamento da Procuradoria-Geral Federal, julgue os itens 10, 11 e 12.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 11. O Procurador-Geral Federal é nomeado pelo Advogado-Geral da União e
pode atuar junto a qualquer juízo ou tribunal, no desempenho de suas funções.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 12. A representação das autarquias federais junto ao Supremo Tribunal Federal
é feita pelo Procurador-Geral Federal, que, de acordo com a lei, não poderá delegar essa
função a outrem.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO CONSTITUCIONAL
QUESTÃO 13. O Poder Judiciário não pode exigir que uma universidade pública federal
tenha que adequar seus prédios às normas de acessibilidade com o objetivo de permitir a
sua utilização por pessoas com deficiência.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 14. O trancamento da pauta por conta de Medidas Provisórias não votadas no
prazo de 45 dias, constante do art. 62 da CF/88, somente abarca os projetos de lei que tratem
sobre temas passíveis de serem tratados por Medida provisória.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 15. A autorização prévia para publicar uma biografia de um indivíduo não seria
uma forma de censura, sendo compatível com a liberdade de expressão consagrada pela
CF/88.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 16. A Administração Pública pode ser obrigada a manter quantidade mínima de
determinado medicamento em estoque, segundo o STJ.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 17. Faz-se necessária a autorização do Poder Judiciário para que o Fisco requisite
das instituições financeiras informações bancárias sobre os contribuintes.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 18. É plenamente constitucional a cobrança de anuidade por instituição pública
de ensino profissionalizante com o intuito de custear despesas com a alimentação dos
alunos.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 19. O próprio Tribunal de Contas poderá propor a execução de seu acórdão
quando este determinar a imputação de multa ou de débito.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 20. A imunidade parlamentar é uma proteção adicional ao direito fundamental de
todas as pessoas à liberdade de expressão, previsto no art. 5º, IV e IX, da CF/88, de acordo
com o STF.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 21. O STF não tem competência originária para processar e julgar Mandado
de Segurança e Habeas Corpus impetrados contra Comissão Parlamentar de Inquérito
constituída no âmbito do Congresso Nacional ou quaisquer de suas casas.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 22. Permite-se o tratamento diferenciado entre a licença-maternidade e a licença-
adotante no nosso ordenamento jurídico.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 23. O STF admite a teoria da transcendência dos motivos determinantes na
reclamação.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 24. É cabível mandado de segurança contra ato de deliberação negativa do
Conselho Nacional de Justiça, por não se tratar de ato que gere a substituição ou a revisão
do ato praticado por outro órgão do Judiciário.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 25. É possível que a Administração Pública adote critérios de heteroidentificação
para analisar se o candidato se enquadra nos parâmetros da cota para ingressar em
concursos públicos realizados no âmbito da administração pública federal, das autarquias,
das fundações públicas, das empresas públicas e das sociedades de economia mista
controladas pela União.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO ECONÔMICO
QUESTÃO 26. Dentre outros, são princípios da ordem econômica explicitamente previstos
na Constituição Federal de 1988: a soberania nacional; a propriedade privada; a função
social da propriedade; a livre concorrência; a defesa do consumidor; a liberdade econômica;
a redução das desigualdades regionais e sociais; e a busca do pleno emprego.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 27. Nos termos da Lei nº 12.529/2011, a prática de ato que tenha por objetivo
o domínio de mercado relevante de bens ou serviços constitui infração da ordem
econômica, independente de quaisquer manifestações volitivas por parte dos agentes,
ainda que resultante de processo natural fundado na sua maior eficiência em relação a seus
competidores.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 28. As infrações à ordem econômica são dispostas de forma exemplificativa na
Lei nº 12.529/2011, ante a impossibilidade prática do legislador prever todas as hipóteses
de condutas lesivas à ordem econômica, podendo, inclusive, serem encontradas em outras
leis.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 29. As contribuições de intervenção no domínio econômico são classificadas
pela doutrina majoritária como tributos de natureza extrafiscal, por não possuírem uma
finalidade precípua de arrecadação, mas de efetivamente atuar em determinados setores da
economia.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO FINANCEIRO
QUESTÃO 30. No que diz respeito às normas constitucionais sobre finanças públicas,
julgue o item subsequente.
ccCERTO ccERRADO
No que diz respeito às classificações da receita e da despesa em categorias econômicas,
previstas na Lei nº 4.320/1964, julgue os itens subsecutivos.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 32. As receitas provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de
constituição de dívidas são classificadas como receitas correntes.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 33. De acordo com a LRF, no que se refere às despesas com pessoal, julgue o
item seguinte.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO TRIBUTÁRIO
QUESTÃO 34. Tanto a taxa como o preço público podem ter como sujeito ativo pessoas
jurídicas de direito público e ser cobrados em virtude da utilização efetiva ou potencial ou
do serviço público.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 35. De acordo com o STF, o pedágio possui natureza de preço público, não
respeitando os princípios tributários para sua cobrança, desde que seja disponibilizada ao
usuário uma via alternativa de tráfego.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 36. Embora não esteja prevista expressamente no Código Tributário Nacional, o
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 37. Para o Superior Tribunal de Justiça, sendo a Lei de Execuções Fiscais uma
legislação especial, para que ocorra a penhora online de dinheiro, é necessário que o
exequente comprove alguns requisitos, dentre os quais se encontram a citação do devedor
tributário; inexistência de pagamento ou apresentação de bens à penhora no prazo legal;
e a não localização de bens penhoráveis após esgotamento das diligências realizadas pela
Fazenda Pública.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 38. O CADIN corresponde a um banco de dados, no qual são inseridos os nomes
e qualificações das pessoas, físicas ou jurídicas, que estejam em débito com a Administração
Pública Federal, direta ou indireta, ou com inscrições irregulares junto ao Ministérios da
Fazenda.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 39. Compete à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional a apuração e inscrição
em dívida ativa dos créditos da União, suas autarquias e fundações.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 40. Conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça, o parcelamento é
causa de interrupção do prazo prescricional.
ccCERTO ccERRADO
LEGISLAÇÃO DE ENSINO
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 42. Segundo o STJ, é legal a exigência feita por universidade, com base em
resolução por ela editada, de prévia aprovação em processo seletivo como condição para
apreciar pedido de revalidação de diploma obtido em instituição de ensino estrangeira.
ccCERTO ccERRADO
LEGISLAÇÃO DE SEGURIDADE SOCIAL
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 44. João, após contar com 12 (doze) contribuições mensais à Previdência Social
como segurado empregado, perdeu sua qualidade de segurado do RGPS em 28/6/2017.
Nesse caso, se João precisar receber auxílio-doença em virtude de incapacidade após ter
perdido sua qualidade de segurado, João deverá contar, para efeito de carência, a partir da
nova filiação à Previdência Social, com 1/3 do período previsto no inciso I do art. 25 da Lei
nº 8.213/91, ou seja, com 4 (quatro) contribuições mensais.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 45. Para o financiamento do benefício de aposentadoria especial e dos
decorrentes de acidente do trabalho, sobre o total das remunerações pagas ou creditadas,
no decorrer do mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos, a contribuição
a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social, será de 20%, acrescida de 1%, 2%
ou 3% conforme a atividade preponderante da empresa apresente riscos de acidente do
trabalho, considerados, respectivamente, leves, médios ou graves. Considera-se atividade
preponderante da empresa aquela em que há o maior número de empregados e trabalhadores
avulsos.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 46. Não haverá desconto de contribuição previdenciária sobre nenhum benefício
pago no âmbito do RGPS, exceto o salário-maternidade, único benefício considerado como
salário-de-contribuição.
ccCERTO ccERRADO
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 48. A justificação administrativa constitui recurso utilizado para suprir a falta ou
insuficiência de documento ou para produzir prova de fato ou circunstância de interesse
dos beneficiários, perante a previdência social. Será admitida a justificação administrativa
quando o fato a comprovar exigir registro público de casamento, de idade ou de óbito, ou de
qualquer ato jurídico para o qual a lei prescreva forma especial.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 49. Considerando o atual entendimento do Supremo Tribunal Federal, é
garantido o benefício de pensão por morte ao cônjuge varão, ainda que o óbito da segurada
tenha ocorrido na vigência da Constituição Federal de 1969, tendo em conta o princípio da
igualdade.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 50. Conforme o princípio da irredutibilidade do valor dos benefícios, não
é possível a redução do valor nominal dos benefícios da seguridade social, porém os
benefícios da previdência social não são abarcados por referido princípio podendo sofrer
redução nominal e real.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO AGRÁRIO
QUESTÃO 51. O conceito de módulo fiscal determina se uma propriedade é pequena, média
ou grande, no direito agrário.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 52. A usucapião rural tem como objetivo atender a função social do imóvel rural.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO AMBIENTAL
QUESTÃO 53. Pode o órgão de gestão ambiental, com base no princípio da precaução,
negar a licença ambiental à determinada indústria que pretende se instalar em uma zona
industrial, quando o projeto por ela apresentado tenha o condão de comprometer o suporte
da área.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 54. Segundo jurisprudência do STF, quando há parâmetros aceitos pela
Organização Mundial da Saúde (OMS), indicando ser incerta a existência de efeitos nocivos
que comprometam a qualidade de vida e o meio ambiente, não há que se invocar o princípio
da precaução para impor aos produtos e serviços parâmetros mais elevados de segurança.
ccCERTO ccERRADO
De acordo com o entendimento do STF, julgue o item seguinte, a respeito das regras
constitucionais sobre o meio ambiente.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 56. De acordo com o Código Florestal, julgue o próximo item, referentes às
regras de transição por ele trazidas e às infrações administrativas ambientais.
O STJ decidiu que os autos de infração relativos a fatos anteriores a 22 de julho de 2008
restaram invalidados pela entrada em vigor do novo Código Florestal.
ccCERTO ccERRADO
De acordo com o STF, deve ser respeitado o percentual previsto na lei de regência para
cálculo do montante de recursos a ser destinado à necessária compensação ambiental.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO CIVIL
QUESTÃO 58. Por serem meros detentores, não é possível o manejo de interditos
possessórios em litígio travado entre particulares sobre bem público dominical.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 59. As moradias construídas por particular em terras públicas devem ser
indenizadas pelo Poder Público, pois, a despeito da irregularidade da ocupação, aplica-se o
princípio que veda o enriquecimento sem causa.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 60. A configuração dos lucros cessantes exige mais do que a simples possibilidade
de realização do lucro, requer probabilidade objetiva e circunstâncias concretas de que
estes teriam se verificado sem a interferência do evento danoso.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 61. Segundo o STJ, a construção de hidrelétrica por empresa concessionária de
energia elétrica, ao impactar nas atividades desenvolvidas por pescador artesanal, enseja a
indenização por danos materiais e morais, ainda que observado o contrato de concessão e
as normas ambientais incidentes.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 62. Segundo o STJ, é cabível reparação civil por danos morais decorrente de
vazamento de litros de amônia perpetrado por subsidiária de sociedade de economia mista,
que prejudicou as atividades desenvolvidas por pescadores profissionais devidamente
habilitados, não podendo se incluir no valor da indenização a ser arbitrado caráter punitivo.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 63. Segundo o STJ, a Teoria da Base Objetiva do Negócio Jurídico, prevista no
artigo 6º, inciso V, do CDC, se restringe às relações de consumo, não se admitindo extensão
às relações de direito civil mediante a aplicação da Teoria dos Diálogos das Fontes.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 64. Segundo o STJ, o direito de reclamar pelos vícios de produto durável, ainda
que grave e produtor de danos, se submete ao prazo decadencial de 90 dias, nos termos do
artigo 26, inciso II, do CDC.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 65. Não caracteriza dano extrapatrimonial para recém-nascido a perda de
uma chance por não ter suas células embrionárias colhidas e armazenadas por empresa
especializada contratada para, se for preciso, no futuro, fazer uso em tratamento de saúde.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 66. As taxas de manutenção criadas por associações de moradores em
condomínios de fato não obrigam os não associados ou que a elas não anuíram.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 67. De acordo com o STF, em caso de extravio de bagagem ocorrido em
transporte internacional envolvendo consumidor, aplica-se o CDC, por ser inconstitucional
a indenização tarifada prevista nas Convenções de Varsóvia e de Montreal.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO EMPRESARIAL
QUESTÃO 68. A instituição pode cobrar tarifa bancária pela liquidação antecipada do saldo
devedor, independentemente de quando tenha sido firmado o contrato de operações de
crédito e arrendamento mercantil.
ccCERTO ccERRADO
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 70. Se houver a extinção das obrigações do falido esta extinção não se aproveita
aos codevedores.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 71. É necessária prévia autorização do cônjuge para que a pessoa preste aval
em títulos de créditos típicos.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 72. Em qualquer caso, diante de um contrato de shopping center, a sociedade
empresária tem legitimidade ativa para a causa, juntamente com o locatário, para ingressar
com ações contra o empreendedor nas causas em que houver interesses relativos ao
estabelecimento empresarial.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO DO TRABALHO E PROCESSUAL DO TRABALHO
QUESTÃO 73. Nos termos da Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017, que altera o § 2º do art.
2º da CLT e acrescenta a ele o § 3º, o conceito de grupo econômico no âmbito trabalhista
sofre alteração, pois o seu reconhecimento ocorrerá tanto vertical quanto horizontalmente,
exceto quando houver mera identidade de sócios desprovida de interesse integrado, de
efetiva comunhão de interesses ou de atuação conjunta das empresas dele integrantes.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 74. Atualmente, a CLT não contém dispositivo reconhecendo a possibilidade do
exercício do teletrabalho, ainda que o trabalhador preste o seu serviço fora do estabelecimento
do empregador e esteja subordinado aos meios telemáticos e informatizados de comando,
controle e supervisão, pois eles não se equiparam, para fins de subordinação jurídica, aos
meios pessoais e diretos de comando, controle e supervisão do trabalho alheio.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 75. A reforma trabalhista, inaugurada pela Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017,
e com previsão de entrada em vigor em 120 dias a contar da data da sua publicação, prevê
que, caracterizada a sucessão empresarial ou de empregadores, as obrigações trabalhistas,
inclusive as contraídas à época em que os empregados trabalhavam para a empresa sucedida,
serão sempre de responsabilidade exclusiva do sucessor, inclusive quando comprovada a
fraude na transferência da sucedida para a sucessora.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 76. Atualmente, o tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até
o local de trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte, não é computado
na jornada de trabalho, exceto quando se tratar de local difícil acesso ou não servido por
transporte público e o empregador fornecer a condução. Todavia, com a entrada em vigor
da Lei 13.457/2017, considerar-se-á que o tempo despendido pelo empregado desde a sua
residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou
por qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, será computado na
jornada de trabalho, por ser tempo à disposição do empregador.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 77. A partir da entrada em vigor da Lei nº 13.467/2017, a petição inicial da
reclamatória trabalhista, deverá trazer pedido certo, determinado e com indicação do seu
valor, sob pena de o pedido ser julgado extinto sem resolução do mérito.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 78. É possível afirmar que, a partir da entrada em vigor da reforma trabalhista,
inaugurada pela Lei nº 13.467/2017, não haverá impacto na forma de contagem dos prazos
processuais trabalhistas, uma vez os prazos processuais continuarão a ser contados
em dias corridos, e não em dias úteis, diferentemente do NCPC e privilegiando o teor da
Instrução Normativa do TST nº 39, de 2016, que ratifica o princípio da celeridade na Justiça
Trabalhista.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 79. De acordo com o entendimento sumulado do Tribunal Superior do Trabalho,
a prescrição intercorrente não ocorre no processo do trabalho.
ccCERTO ccERRADO
ccCERTO ccERRADO
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
QUESTÃO 81. A Convenção de Haia sobre Direito dos Tratados de 1969, ratificada e
promulgada pelo Brasil, tem por objetivo a codificação das regras do Direito Internacional
consuetudinário para harmonizar a elaboração, interpretação, ratificação, denúncia e a
extinção dos tratados internacionais.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 82. A Santa Sé, entidade que comanda a Igreja Católica Apostólica Romana, tem
a capacidade de celebrar tratados, participar de organizações internacionais e exercer o
direito de enviar e receber agentes diplomáticos.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 83. O organismo internacional que tenha garantida a imunidade de jurisdição
em tratado firmado pelo Brasil e internalizado na ordem jurídica brasileira não pode ser
demandado em juízo, salvo em caso de renúncia expressa a essa imunidade.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 84. Nos termos da Constituição Federal o cargo de Advogado-Geral da União é
de livre nomeação pelo Presidente da República dentre brasileiros natos maiores de trinta e
cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 85. Li Chin Nam e Hoo Sun Nam, casados e cidadãos da Coréia do Sul, estavam
a serviço do Japão promovendo programas sociais de combate à fome e a desnutrição no
Brasil. Considerando tais fatos, eventual filho do casal nascido no Brasil é considerado
brasileiro nato, nos termos da Constituição Federal.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 86. Segundo entendimento do STJ, para que haja a condenação pelo crime do
art. 89 da Lei nº 8.666/93, consistente no ato de dispensar ou inexigir licitação fora das
hipóteses previstas em lei, é prescindível a demonstração de que houve prejuízo ao erário.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 87. O crime de desacato não mais subsiste em nosso ordenamento jurídico
por ser incompatível com o artigo 13 do Pacto de San José da Costa Rica, incorrendo em
inconvencionalidade.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 88. A colaboração é um meio de obtenção de prova cuja iniciativa não se submete
à reserva de jurisdição, diferentemente do que ocorre nas interceptações telefônicas ou na
quebra de sigilo bancário ou fiscal.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 89. Viola o entendimento da SV 14-STF a decisão do juiz que nega a réu denunciado
com base em um acordo de colaboração premiada o acesso a outros termos de declarações
que não digam respeito aos fatos pelos quais ele está sendo acusado, especialmente se tais
declarações ainda estão sendo investigadas.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 90. A execução provisória de acórdão penal condenatório proferido em grau de
apelação, ainda que sujeito a recurso especial ou extraordinário, não compromete o princípio
constitucional da presunção de inocência.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
QUESTÃO 91. Quando a parte é detentora do benefício da justiça gratuita, mesmo que o
recurso verse tão somente sobre os honorários advocatícios, há a dispensa do preparo.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 92. Caso a intimação de um determinado acórdão seja realizada por oficial de
justiça, o prazo será iniciado do cumprimento do mandado.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 93. Quando não há o registro da penhora, sempre há a presunção de boa-fé do
terceiro adquirente, cabendo ao exequente a comprovação da má-fé desse terceiro.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 94. A extinção por abandono de causa sempre depende de requerimento do réu.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 95. Em uma ação de responsabilidade civil ajuizada contra a União Federal, para
que a Advocacia-Geral da União concorde com a desistência, a parte autora deve renunciar
expressamente ao direito sobre que se funda a ação.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 96. A ação rescisória, quando busca desconstituir sentença condenatória que
fixou honorários advocatícios sucumbenciais, deve ser proposta não apenas contra o titular
do crédito principal formado em juízo, mas também contra o advogado em favor de quem
foi fixada a verba honorária.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 97. Na execução fiscal, a extinção do processo por abandono da causa sempre
depende de requerimento do executado.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 98. É possível a utilização de reclamação por violação de acórdão de recurso
extraordinário com repercussão geral de acórdão de julgamento em um tribunal, pendente
apenas o julgamento de embargos de declaração.
ccCERTO ccERRADO
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 100. A cláusula de reserva de plenário aplica-se às turmas recursais dos juizados.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO ADMINISTRATIVO
COMENTÁRIO
Interpretando esse consenso doutrinário em hipótese que versava sobre a cobrança de IPTU por
parte do Município à União referente a débitos pretéritos de imóvel desapropriado por este último
ente, o STJ decidiu, recentemente, que “o ente desapropriante não responde por tributos
incidentes sobre o imóvel desapropriado nas hipóteses em que o período de ocorrência dos
fatos geradores é anterior ao ato de aquisição originária da propriedade.” (REsp 1.668.058,
Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, por unanimidade, julgado em 08/06/2017).
ATENÇÃO: sobre a desapropriação, vale lembrar, como temos feito em todos os cursos de Direito
Administrativo, pela relevância do tema, que, de acordo com José dos Santos Carvalho Filho, há
quatro tipos de desapropriação (CARVALHO FILHO, Op. Cit., pp. 822-824):
1) Desapropriação ordinária (art. 5º, XXIV, da CF): pode ser por utilidade pública ou por interesse
social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro.
2) Desapropriação urbanística sancionatória (art. 182, § 4º, III, da CF): ocorre quando não há o
aproveitamento adequado do solo e é uma medida extrema, que só deve ser adotada depois de
tentativa de adequação através de parcelamento ou edificação compulsórios e IPTU progressivo no
tempo. No caso da desapropriação urbanística, que é de competência do município, o pagamento
é feito mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado, com
prazo de resgate de até 10 anos, em parcelas anuais.
3) Desapropriação rural (art. 184, CF): é a desapropriação para fins de reforma agrária do imóvel
rural que não esteja cumprindo sua função social. A competência é da UNIÃO e, nesse caso, a
prévia e justa indenização é em títulos da dívida agrária, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a
partir do segundo ano de sua emissão.
4) Desapropriação confiscatória (art. 243, CF): por dispensar indenização, é chamada por alguns de
expropriação, e ocorre nos casos de plantações de plantas psicotrópicas e exploração de trabalho
escravo. Podem ser propriedades urbanas ou rurais, e a destinação da propriedade já vem definida
na Constituição: reforma agrária e programas de habitação popular. Por último, vale lembrar o
entendimento do STF de que a expropriação recairá sobre toda a gleba, e não apenas às áreas
em que foram encontradas as plantações de psicotrópicos (RE 543.974-MG, Rel. Min. Eros Grau,
j. em 25/05/2009).
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 2. É possível que o ente público desista da desapropriação, mesmo que, adotada
a via judicial, já tenha ocorrido o trânsito em julgado, desde que concorram dois requisitos:
a não ocorrência do pagamento integral do preço e a ausência de alteração substancial que
impeça a utilização do imóvel tal como antes do procedimento.
COMENTÁRIO
Contudo, se o dano for significativo a ponto de inviabilizar a utilização do bem tal como era feita
anteriormente pelo particular, deixará de concorrer um dos requisitos que apontamos acima e,
dessa forma, a desistência da desapropriação - que, em princípio, é direito do ente público - ficará
obstada. Ou seja, haverá um fato impeditivo do direito de desistência da desapropriação. Aliás,
vale lembrar a recente decisão do STJ (que consubstancia, também, lição de Direito Processual
Civil) no sentido de que “é ônus do expropriado provar a existência de fato impeditivo do direito de
desistência da desapropriação.” (REsp 1.368.773-MS, Rel. Min. Og Fernandes, Rel. para acórdão
Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, por maioria, julgado em 06/12/2016). Para chegar a essa
conclusão, o STJ considerou que “obrigar o poder público a ficar com um bem de que não precisa
certamente não atende nenhuma dessas finalidades [utilidade pública ou interesse social], mas
apenas o interesse particular do expropriado” e, por isso, não se deveria, sob pena de ofensa ao
devido processo legal, inverter o ônus da prova em desfavor do ente público.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
(...)
Esses dois diplomas legais devem ser lidos, pois tratam não apenas dos casos, mas também do
procedimento e prazos para cada tipo de desapropriação. São curtinhos. Vale a pena.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 4. A Justiça Federal é competente para julgar mandado de segurança contra ato
praticado por dirigente de sociedade de economia mista federal.
COMENTÁRIO
O artigo 109, VIII, da Constituição da República, dispõe que é competência dos juízes federais
julgar: “os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal,
excetuados os casos de competência dos tribunais federais”.
Em relação às empresas estatais, é necessário, decerto, que vocês conheçam bem a Lei
nº 13.303/2016, que estabeleceu o Estatuto das Empresas Estatais. De início, transcrevo a
tabela elaborada por Rafael Oliveira, que sintetiza as diferenças entre as empresas públicas e
as sociedades de economia mista. Conhecer essas diferenças poderá garantir a vocês várias
respostas em provas objetivas. Vejam:
Fonte: OLIVEIRA, Rafael Carvalho Rezende. Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Método,
2017, p. 138.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
O quadro transcrito na questão acima dá conta de que a assertiva está correta. Nesse sentido, é
interessante a lição de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, quanto à necessidade de efetiva participação
do ente público na sociedade de economia mista. Diz o seguinte: “uma última observação é quanto
ao fato de não bastar a participação majoritária do Poder Público na entidade para que ela seja
sociedade de economia mista; é necessário que haja a participação na gestão da empresa e a
intenção de fazer dela um instrumento de ação do Estado, manifestada por meio da lei instituidora
e assegurada pela derrogação parcial do direito comum.” (DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito
Administrativo. São Paulo: Forense, 2017, p. 570).
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Os artigos 2º e 3º da Lei 8.429/92 trazem um conceito amplíssimo de agente público para fins
de aplicação das sanções por atos ímprobos. No que diz respeito aos servidores públicos, Maria
Sylvia Zanella Di Pietro (Op. Cit., p. 1015) ensina que “todas as categorias estão incluídas,
independentemente de ocuparem cargos efetivos, em comissão ou vitalícios, funções ou empregos
públicos, seja o regime estatutário ou contratual, seja a função permanente ou transitória, seja qual
for a forma de provimento.” Interpretando os referidos dispositvios, o STJ decidiu que “o estagiário
que atua no serviço público, ainda que transitoriamente, remunerado ou não, está sujeito a
responsabilização por ato de improbidade administrativa (Lei 8.429/1992).” (REsp 1.352.035/
RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 18/08/2015).
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
O STJ (REsp 1.582.014/CE, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 07/04/16) decidiu que, no
caso de ato que atenta contra os princípios, não se pode aplicar nem a penalidade de suspensão
dos direitos políticos nem a de proibição de contratar com o poder público em patamar inferior
ao mínimo legal estabelecido, por ausência de previsão. Vejam: “no caso dos autos, ao fixar a
condenação baseado no art. 12, III, da Lei 8.429/92, não poderia o acórdão regional revisar
para aquém do mínimo legal a penalidade imposta, qual seja, dois anos, por manifesta
ausência de previsão legal.”
GABARITO: ERRADO
João prestou concurso para técnico administrativo do Ministério da Fazenda, no qual eram
oferecidas 10 vagas. No decorrer do certame, a Administração Pública decidiu que seria
conveniente reduzir o número para 05 vagas, apesar de não haver previsão legal nesse
sentido. João foi aprovado em 6º lugar.
QUESTÃO 8. Nesse caso, o STF entende que a redução do número de vagas, nos moldes
apontados, viola a segurança jurídica.
COMENTÁRIO
Essa é uma questão simples, que envolveria apenas o conhecimento da jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal no sentido de que apenas quando houver alteração legislativa que discipline a
carreira objeto do concurso público é permitida a alteração de normas editalícias no decorrer do
processo seletivo. Nesse sentido, “conforme assentado no julgamento do RE 598.099 (Tema
161), a alteração do número de vagas de concurso no decorrer do processo seletivo,
impedindo a nomeação de candidato aprovado dentro do número de vagas anteriormente
previsto, viola os princípios da segurança jurídica e da confiança.” (ARE 783248 AgR, Relator:
Min. Edson Fachin, Primeira Turma, julgado em 18/11/2016)
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
O STF tem entendimento que contraria a assertiva: “candidato aprovado em concurso público
para formação de cadastro de reserva não tem direito subjetivo à nomeação, mas mera
expectativa.” (RE 994948 AgR, Relator: Min. Roberto Barroso, Primeira Turma, julgado em
17/02/2017). Diversamente, se o candidato for classificado, inicialmente, fora do número de vagas e
houver desistência de candidato em colocação superior que tiver sido nomeado, há direito subjetivo
à nomeação (v., p. ex., o ARE 1005047, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 10/02/2017).
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Pessoal, constitui ponto expresso do edital a Lei nº 10.480/2002, que criou a Procuradoria-Geral
Federal. Por isso, é claro, vocês precisam conhecê-la. Mas não apenas pela obrigação e sim,
também, pelo interesse em entender como se estrutura e funciona a carreira que vocês passarão
a integrar quando obtiverem êxito no concurso. Para responder a esta primeira assertiva, bastava
conhecer o que dispõe o artigo 10, caput, do referido diploma legislativo: “à Procuradoria-Geral
Federal compete a representação judicial e extrajudicial das autarquias e fundações públicas
federais, as respectivas atividades de consultoria e assessoramento jurídicos, a apuração
da liquidez e certeza dos créditos, de qualquer natureza, inerentes às suas atividades,
inscrevendo-os em dívida ativa, para fins de cobrança amigável ou judicial.”
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 12. A representação das autarquias federais junto ao Supremo Tribunal Federal
é feita pelo Procurador-Geral Federal, que, de acordo com a lei, não poderá delegar essa
função a outrem.
COMENTÁRIO
Com efeito, o artigo 11, § 2º, da Lei nº 10.480/2002 prevê as atribuições do Procurador-Geral
Federal, as quais transcrevo abaixo, para facilitar a memorização de vocês:
Vale lembrar, ainda, que as atribuições previstas nos incisos IV a VII podem ser delegadas ao
Subprocurador-Geral Federal.
GABARITO: ERRADO
DIREITO CONSTITUCIONAL
QUESTÃO 13. O Poder Judiciário não pode exigir que uma universidade pública federal
tenha que adequar seus prédios às normas de acessibilidade com o objetivo de permitir a
sua utilização por pessoas com deficiência.
COMENTÁRIO
Está errada a assertiva, isso pois, segundo o Supremo Tribunal Federal, no REsp 1.607.472-
PE, julgado em 15/09/2016, o juiz não deve se influenciar com os argumentos de conveniência e
oportunidade trazidos pelo administrador.
Dito de outro modo, se um direito é qualificado pelo legislador como absoluta prioridade, não caberá
a alegação incidência da reserva do possível, posto que a sua possibilidade já foi determinada pela
Constituição ou pela lei.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 14. O trancamento da pauta por conta de Medidas Provisórias não votadas no
prazo de 45 dias, constante do art. 62 da CF/88, somente abarca os projetos de lei que tratem
sobre temas passíveis de serem tratados por Medida provisória.
COMENTÁRIO
A assertiva está compatível com entendimento recente do Supremo Tribunal Federal, no MS 27931/
DF, julgado em 29/06/2017. Isso pois, o art. 62, § 6º, da CF/88 afirma que:
Art. 62, § 6º. Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados de
sua publicação, entrará em regime de urgência, subsequentemente, em cada uma das Casas
do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais
deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando.
Assim, em que pese estar expresso no dispositivo, a expressão “em todas as demais deliberações”,
o STF entendeu que o § 6º, não deve ser interpretado literalmente e que ficarão sobrestadas apenas
as votações de projetos de leis ordinárias que versem sobre temas que possam ser tratados por
medida provisória.
Acrescenta ainda que, a MP só pode tratar sobre assuntos próprios de lei ordinária e desde que
não incida em nenhuma das proibições do art. 62, § 1º, relembre:
I – relativa a:
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 15. A autorização prévia para publicar uma biografia de um indivíduo não seria
uma forma de censura, sendo compatível com a liberdade de expressão consagrada pela
CF/88.
COMENTÁRIO
Está errado, isso pois segundo o Supremo Tribunal Federal, na ADI 4815/DF, julgada em 10/6/2015:
“É inexigível o consentimento de pessoa biografada relativamente a obras biográficas literárias
ou audiovisuais, sendo por igual desnecessária a autorização de pessoas retratadas como
coadjuvantes ou de familiares, em caso de pessoas falecidas ou ausentes”.
Dito isso, se o biografado ou qualquer outra pessoa retratada na biografia achar que seus direitos
foram violados, ele/eles terá/terão direito à reparação, através de uma indenização pecuniária, ou
com a publicação de ressalva, de nova edição com correção, de direito de resposta, entre outras.
§ 1º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade
de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social, observado o
disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 16. A Administração Pública pode ser obrigada a manter quantidade mínima de
determinado medicamento em estoque, segundo o STJ.
COMENTÁRIO
Segundo a Corte Cidadã, isso não viola o princípio da separação dos poderes já que o Poder
Judiciário não está determinando metas nem prioridades do Estado, nem tampouco interferindo na
gestão de suas verbas, ele está apenas controlando os atos e serviços da Administração Pública.
Explicita ainda que se a Administração não adquirir o medicamento determinado em tempo hábil
a dar continuidade ao tratamento dos pacientes, ele atua de forma ilegítima, violando o direito à
saúde daqueles pacientes, o que, por si só, autoriza a interferência do Poder Judiciário.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 17. Faz-se necessária a autorização do Poder Judiciário para que o Fisco requisite
das instituições financeiras informações bancárias sobre os contribuintes.
COMENTÁRIO
As autoridades e os agentes fiscais tributários dos entes federativos da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios podem requisitar diretamente das instituições financeiras
informações sobre as movimentações bancárias dos contribuintes.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
Vale trazer à baila o conteúdo da Súmula Vinculante número 12 do Supremo, que traz o tema da
cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas. “A cobrança de taxa de matrícula nas
universidades públicas viola o disposto no art. 206, IV, da Constituição Federal.”
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 19. O próprio Tribunal de Contas poderá propor a execução de seu acórdão
quando este determinar a imputação de multa ou de débito.
COMENTÁRIO
Está errada a assertiva, pois o art. 71, § 3º, da CF/88 não concedeu ao Tribunal de Contas da
União legitimidade para executar suas decisões das quais resulte imputação de débito ou multa.
Ao contrário, a competência para essa execução é do próprio titular do crédito constituído a partir
da decisão, ou seja, o ente público prejudicado.
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio
do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a
qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas
e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento
em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões,
ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato
concessório;
Por fim, o Supremo Tribunal Federal, no AI 826676 AgR, julgado em 08/02/2011, conclui exatamente
isso. Que o art. 71, § 3º, da CF/88 não outorgou ao TCU legitimidade para executar suas decisões
das quais resulte imputação de débito ou multa. A competência para isso é do titular do crédito
constituído a partir da decisão, ou seja, o ente público prejudicado.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de
suas opiniões, palavras e votos.
Dito isso, o Supremo, no Inq 4088/DF e Inq 4097/DF, julgado em 01/12/2015, concluiu que mesmo
quando se enquadrem em tipos penais, as palavras dos congressistas, desde que guardem alguma
pertinência com suas funções parlamentares, estarão cobertas pela imunidade material do art. 53,
“caput”, da CF/88.
a) Material: consiste em dizer que os parlamentares federais são invioláveis, civil e penalmente,
pelas suas opiniões, palavras e votos, desde que proferidos em razão de suas funções, no exercício
e relacionadas ao mandato, não se restringindo ao âmbito do Congresso Nacional. Também
chamada pela doutrina de freedom of speech.
b) Formal: por seu turno, pode ser subdividida em imunidade formal para a prisão e para o processo.
A imunidade formal para a prisão assevera que desde a expedição do diploma, os parlamentares
federais não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos
deverão ser remetidos à casa parlamentar respectiva, no prazo de 24 horas, para que, pelo voto
aberto da maioria absoluta, a prisão seja resolvida.
Já a imunidade formal para o processo representa o fato de que, uma vez recebida a denúncia
contra o parlamentar federal, por crime ocorrido após a diplomação, o STF dará ciência à casa
respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria absoluta
de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 21. O STF não tem competência originária para processar e julgar Mandado
de Segurança e Habeas Corpus impetrados contra Comissão Parlamentar de Inquérito
constituída no âmbito do Congresso Nacional ou quaisquer de suas casas.
COMENTÁRIO
Ocorre que a CPI é uma longa manus do Congresso Nacional, sendo assim, o STF, em regra,
pode determinar sim a prejudicialidade do MS e HC impetrados contra CPIs quando estas vierem
a ser extintas, em virtude da conclusão de seus trabalhos investigatórios, independentemente da
aprovação, ou não, de seu relatório final.
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e temporárias,
constituídas na forma e com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato
de que resultar sua criação.
III - convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre assuntos inerentes a
suas atribuições;
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Isso se deu porque o art. 210 da Lei nº 8.112/90, bem como outras leis estaduais e municipais,
estabeleciam que o prazo para a servidora que adotar uma criança fosse inferior à licença que ela
teria caso tivesse tido um filho biológico.
O mesmo dispositivo ainda prevê que, se a criança adotada for maior que 1 ano de idade, o prazo
será menor do que seria se ela tivesse até 1 ano.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Muito pelo contrário, desde 2012, o STF, na Rcl 11477 AgR/CE, julgada em 29/05/2012, não vem
admitindo a “teoria da transcendência dos motivos determinantes”.
Assim, quando é proposta uma reclamação no STF e alega-se que uma determinada decisão ou
ato usurpou competência do STF; ou desrespeitou decisão proferida pelo STF, não é possível
aplicar a transcendência dos motivos determinantes do acórdão com efeito vinculante.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Ao contrário, o STF entendeu que não cabe mandado de segurança contra ato de deliberação
negativa do Conselho Nacional de Justiça, por não se tratar de ato que gere a substituição ou a
revisão do ato praticado por outro órgão do Judiciário.
Explica-se, o STF, no MS 33163/DF, julgado em 05/05/2015, disse que não tem competência
para processar e julgar ações decorrentes de decisões negativas do CNJ e tampouco do CNMP.
Entendeu-se que como o Conselho não decidiu nada, ele não praticou nenhum ato. Sendo assim,
não existe ato do CNJ/CNMP a ser atacado no STF.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
O STF, na ADC 41/DF, julgada em 08/06/2017, declarou constitucional a Lei nº 12.990/2014 que
estabeleceu uma cota aos negros de 20% das vagas em concursos públicos realizados no âmbito
da administração pública federal, das autarquias, das fundações públicas, das empresas públicas
e das sociedades de economia mista controladas pela União e ainda concluiu que além da
autodeclaração, é possível que a Administração Pública adote critérios de heteroidentificação
para analisar se o candidato se enquadra nos parâmetros da cota.
O critério da autodeclaração, por sua vez, indica que poderão concorrer às vagas reservadas a
candidatos negros aqueles que se autodeclararem pretos/pardos no ato da inscrição no concurso
público, conforme o quesito cor ou raça utilizado pelo IBGE.
GABARITO: CERTO
DIREITO ECONÔMICO
QUESTÃO 26. Dentre outros, são princípios da ordem econômica explicitamente previstos
na Constituição Federal de 1988: a soberania nacional; a propriedade privada; a função
social da propriedade; a livre concorrência; a defesa do consumidor; a liberdade econômica;
a redução das desigualdades regionais e sociais; e a busca do pleno emprego.
COMENTÁRIO
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 27. Nos termos da Lei nº 12.529/2011, a prática de ato que tenha por objetivo
o domínio de mercado relevante de bens ou serviços constitui infração da ordem
econômica, independente de quaisquer manifestações volitivas por parte dos agentes,
ainda que resultante de processo natural fundado na sua maior eficiência em relação a seus
competidores.
COMENTÁRIO
Prezados, a Lei Federal nº 12.529/2011 é o principal instrumento normativo que rege Sistema
Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC). A relevância dessa lei é observada na quantidade
de questões encontradas na prova, na última foram cerca de 6 (seis), razão pela qual será bastante
abordada em todas as nossas rodadas.
A presente questão tem dois pontos que merecem atenção. A sua primeira parte encontra-se
correta, pois, efetivamente, as infrações à ordem econômica independem de culpa do agente que
a pratica, já que há previsão expressa os termos do caput do art. 36, da Lei 12.529/2011. Ocorre
que o mesmo art. 36, em seu § 1º, excetua a conquista de mercado quando esta seja oriunda de
um processo natural de eficiência do agente em relação a seus concorrentes. Como bem explica
Leonardo Vizeu, a caracterização do ilícito demanda uma “imposição arbitrária da vontade de um
agente econômico aos demais que atuam no mesmo nicho, por meio de atuação monopolística, ou
tendente a esta, objetivando a exclusão dos demais agentes competidores.” (Figueiredo, Leonardo
Vizeu, 1975 – Lições de direito econômico / Leonardo Vizeu Figueiredo. – 7. ed. – Rio de Janeiro:
Forense, 2014). Por essa razão, podemos dizer que é necessário que além da posição dominante,
que esta seja alcançada pelo abuso do poder do agente, o que torna a questão errada.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
A questão está correta. As condutas descritas no § 3º, do artigo 36, da Lei 12.529/2011, constituem
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
GABARITO: CERTO
DIREITO FINANCEIRO
QUESTÃO 30. No que diz respeito às normas constitucionais sobre finanças públicas,
julgue o item subsequente.
COMENTÁRIO
b) serviço da dívida;
A afirmação está errada porque a possibilidade de emendas não é ampla, ao contrário, é limitada
ao rol taxativo previsto na Constituição da República. E o posicionamento do STF é precisamente
no sentido da necessidade de respeito às hipóteses limitativas previstas na Constituição. Assim,
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Art. 12 (...)
Classifica-
Conceito Categorias Alguns exemplos
ção
Gastos para Despesas de Despesas com pessoal civil e militar, custeio
pagamentos Custeio de materiais de consumo etc.
Despesas
das atividades
Correntes Transferên- Transferências intergovernamentais, inativos
rotineiras do
cias correntes e pensionistas, juros da dívida pública etc.
Estado.
Aquisição de instalações, equipamentos e
Investimentos materiais permanentes. obs. Não produzem
Criar novos aumento no PIB (Produto interno bruto).
bens de capital Aquisição de imóveis ou bens de capital. obs.
Despesas Inversões
e também à Produzem aumento no PIB (Produto interno
de Capital financeiras e
amortização da bruto).
dívida pública. Transferên-
cias de capi- Dotações para amortização da dívida pública
tal
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
A assertiva está incorreta. Na perspectiva econômica, designa-se como receita pública toda e
qualquer entrada ou ingresso de recursos financeiros nos cofres do Estado. Assim, são classificadas
como receitas correntes as entradas que decorrem do poder impositivo do Estado (tributos em
geral e exploração da atividade econômica) e como receitas de capital a entradas provenientes da
realização de recursos financeiros oriundos da constituição de dívidas. Em outras palavras, esta
última categoria são as entradas provenientes de operações de crédito (assunção de dívidas –
todo empréstimo vinculado a obras e serviços é receita de capital).
Art. 11 (...)
Assertivas como as duas acima, de mera repetição da legislação, são menos comuns nas provas
da Banca Cespe. Contudo, em se tratando da abordagem da Lei nº 4.320/1964 em outras provas
dessa Banca, notou-se que o conhecimento de conceitos presentes nessa legislação foi cobrado
dos candidatos.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 33. De acordo com a LRF, no que se refere às despesas com pessoal, julgue o
item seguinte.
COMENTÁRIO
A assertiva está correta. A Lei de Responsabilidade Fiscal fixa requisitos para a realização de
despesas em geral, com enfoque especial para as despesas com pessoal. A desatenção a tais
requisitos pelo gestor leva à irregularidade da despesa pública gerada. Assim, a despesa com
pessoal ativo e inativo dos entes estatais não poderá exceder os limites estabelecidos nessa lei
complementar, sendo tal limite para a União de 50% da sua receita corrente líquida, ou seja, a
União não poderá gastar mais de 50% de sua receita corrente líquida em despesa com pessoal.
Contudo, há regras de exceção elencadas no § 1º do art. 19 da lei em questão. Dessa sorte,
valores alusivos a determinadas despesas de pessoal, como as despesas decorrentes de decisão
judicial, não serão computados para fins do controle dos limites instituídos pelo art. 19 da LRF.
Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituição, a despesa total
com pessoal, em cada período de apuração e em cada ente da Federação, não poderá
exceder os percentuais da receita corrente líquida, a seguir discriminados:
GABARITO: CERTO
DIREITO TRIBUTÁRIO
QUESTÃO 34. Tanto a taxa como o preço público podem ter como sujeito ativo pessoas
jurídicas de direito público e ser cobrados em virtude da utilização efetiva ou potencial ou
do serviço público.
COMENTÁRIO
Via de regra, diferencia-se a incidência de uma taxa ou de um preço público, também conhecido
como tarifa, de acordo com a atividade exercida pelo Estado. Caso haja verdadeira vinculação
do serviço com a atividade estatal, estar-se-á diante de uma taxa. Por outro lado, não havendo
óbice ao desempenho da atividade por particulares, há a tarifa. A adoção de um ou de outro
instituto interfere sobremaneira na forma de sua cobrança, por possuírem diversas diferenças em
seu regime. Neste sentido, a taxa, por corresponder a um tributo, sujeita-se ao regime de direito
público, caracterizando verdadeiro vínculo obrigacional de natureza tributária, de forma que se
submete a todos os princípios tributários em sua cobrança. O preço público, por sua vez, é regido
pelo regime de direito privado, possuindo natureza contratual, o que admite, inclusive, rescisão,
não se submetendo aos princípios tributários.
Ademais, por ser um tributo, a taxa apenas pode ter por sujeito ativo uma pessoa jurídica de direito
Para facilitar a memorização das principais diferenças, segue quadro mnemônico extraído dos
livros de Ricardo Alexandre e Eduardo Sabbag:
(ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 8 ed. Rio de Janeiro: Forense; São
Paulo: Método, 2014, p.63)
(SABBAG, Eduardo de Moraes. Direito Tributário Essencial. 14ed. Rio de Janeiro: Forense; São
Paulo: Método, 2014. p. 70)
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 35. De acordo com o STF, o pedágio possui natureza de preço público, não
respeitando os princípios tributários para sua cobrança, desde que seja disponibilizada ao
usuário uma via alternativa de tráfego.
COMENTÁRIO
A definição da natureza jurídica do pedágio sempre foi alvo de grandes discussões no âmbito
doutrinário, ora sendo enquadrado como taxa, ora como preço público. Para parte da doutrina,
a atribuição da natureza de taxa ou de tarifa ao pedágio dependerá da pessoa jurídica que
explora aquela rodovia. Para outros, a natureza jurídica irá depender da existência ou não de
uma via alternativa para locomoção. Inexistindo a via, a passagem seria obrigatória e a cobrança
compulsória, aproximando-se, portanto da taxa. Ademais, a previsão do pedágio no artigo 150,
inciso V, da CF, é interpretada, majoritariamente, na doutrina, como um elemento que o caracteriza
como tributo. No entanto, há quem interprete em sentido diverso, entendendo como uma exceção
à cobrança de tributo a possibilidade da tarifa de pedágio.
Pela importância, transcrevemos as lições de Eduardo Sabbag, que sintetiza bem a celeuma:
Tal discussão chegou ao Supremo Tribunal Federal através do julgamento da ADI/800, publicada
no informativo 750/STF. A Corte acabou por pacificar a questão, fixando o entendimento de que
o pedágio corresponderia a um preço público, de forma que não seria necessário o respeito aos
princípios tributários. Ademais, definiu o STF pela não necessidade de existência de uma via
alternativa, sem que isto retire a natureza de tarifa do pedágio. Sintetizemos as conclusões do STF
conforme informativo: “O pedágio cobrado pela efetiva utilização de rodovias não tem natureza
tributária, mas de preço público, consequentemente, não está sujeito ao princípio da legalidade
estrita (...). O Plenário sublinhou que seria irrelevante também, para a definição da natureza jurídica
do pedágio, a existência, ou não, de via alternativa gratuita para o usuário trafegar. Reconheceu
que a cobrança de pedágio poderia, indiretamente, limitar o tráfego de pessoas. Observou,
todavia, que essa restrição seria agravada quando, por insuficiência de recursos, o Estado não
construísse rodovias ou não conservasse adequadamente as existentes. Ponderou que, diante
dessa realidade, a Constituição autorizara a cobrança de pedágio em rodovias conservadas pelo
Poder Público, inobstante a limitação de tráfego que essa cobrança pudesse eventualmente
acarretar. Registrou, assim, que a contrapartida de oferecimento de via alternativa gratuita como
condição para a cobrança de pedágio não seria uma exigência constitucional, tampouco estaria
prevista em lei ordinária. Consignou que o elemento nuclear para identificar e distinguir taxa e
preço público seria o da compulsoriedade, presente na primeira e ausente na segunda espécie.
Nesse sentido, mencionou o Enunciado 545 da Súmula do STF (“Preços de serviços públicos e
taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são compulsórias e têm sua
cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária, em relação à lei que as instituiu”)”. ADI
800/RS, rel. Min. Teori Zavascki, 11.6.2014. (ADI-800)
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 36. Embora não esteja prevista expressamente no Código Tributário Nacional, o
Superior Tribunal de Justiça entende que, não só as alterações societárias ou incorporações
e fusões formalizadas implicam a responsabilidade tributária do sucessor, a qual também é
configurada a partir da mera sucessão de fato.
COMENTÁRIO
A assertiva apenas se encontra incorreta em sua parte inicial. Isto porque o Código Tributário Nacional
prevê, expressamente, as duas modalidades de sucessão: a) a sucessão de direito, formalizada,
que ocorre quando a pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou
incorporação de outra ou em outra se torne responsável pelos tributos devidos até a data do
ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas. Neste
ponto, destaca-se que o CTN não incluiu a Cisão, instituto que nasceu, no ordenamento jurídico
brasileiro, posterior ao Código Tributário Nacional. No entanto, a doutrina e a jurisprudência
majoritária entendem pela sucessão tributária também quando ocorre a cisão de pessoas jurídicas;
b) sucessão de fato, que ocorre nos casos de extinção de pessoas jurídicas de direito privado,
quando a exploração da respectiva atividade seja continuada por qualquer sócio remanescente,
ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual. Ou seja, formalmente,
a pessoa jurídica apenas deixou de existir, não havendo uma formalização de ato/negócio jurídico
que demonstre alguma das formas de sucessão. No entanto, do ponto de vista fático, continua-se
a exploração da respectiva atividade.
A sucessão empresarial de fato se encontra prevista no parágrafo único do artigo 132, do Código
Tributário Nacional.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 37. Para o Superior Tribunal de Justiça, sendo a Lei de Execuções Fiscais uma
legislação especial, para que ocorra a penhora online de dinheiro, é necessário que o
exequente comprove alguns requisitos, dentre os quais se encontram a citação do devedor
tributário; inexistência de pagamento ou apresentação de bens à penhora no prazo legal;
e a não localização de bens penhoráveis após esgotamento das diligências realizadas pela
Fazenda Pública.
COMENTÁRIO
Na seara tributária, na prática da execução fiscal, sempre houve confusão entre os institutos da
penhora online de dinheiro, via Sistema BACENJUD, e a indisponibilidade de bens prevista no artigo
185-A, do Código Tributário Nacional, a qual, por vezes, é utilizada para fundamentar o deferimento
da constrição dos valores. Isto ocorre porque, antes de 2006, não havia a previsão expressa no
Código de Processo Civil acerca da possibilidade de penhora dos numerários existentes nas contas
bancárias ou investimentos, de forma que, na execução fiscal, fundamentava-se, de fato, esse
pedido com base na declaração de indisponibilidade, prevista no mencionado artigo do CTN.
Hoje, no entanto, temos que estabelecer uma nítida distinção. Com base no artigo 835, I, e 854, do
CPC, c/c artigo 11, inciso I, da Lei de Execuções Fiscais, é possível, a qualquer tempo, a realização
de penhora online por meio do sistema BACENJUD. Em regra, inclusive, estando o executado
citado, a penhora online é a primeira medida constritiva a ser praticada, justamente pela prioridade
do dinheiro na ordem de bens a serem penhorados. Frise-se, ainda, sua utilização até mesmo
antes da citação, a título de arresto cautelar, quando houver fundamento para tanto.
O artigo 185-A, do CTN, por sua vez, que tem por efeito ocasionar a indisponibilidade de TODOS
os bens, presentes e futuros, do devedor, apenas é aplicado como última alternativa, necessitando
da comprovação de que foram esgotados todos os meios e diligências na busca de outros bens.
Para uma melhor compreensão, veja o seguinte exemplo: “Marcos foi devidamente citado em
execuções fiscal, mas não ofereceu bens em garantia ou procedeu ao pagamento total do débito”.
Nesta situação, a primeira medida de constrição a ser requerida pela Fazenda Pública, de acordo
com a ordem de preferência e liquidez da penhora, bem como por caracterizar maior celeridade e
efetividade da execução, é a penhora online, processada por meio do Sistema BACENJUD.
Neste mesmo exemplo, se a penhora online não tiver tido êxito, não bloqueando qualquer quantia
do executado, bem como tendo a exequente adotado diversas diligências com o intuito de
encontrar bens do executado (expedição de ofícios para o DETRAN, cartórios de imóveis, tentativa
de penhora livre de bens no endereço do executado, etc.), e nada tenha tido resultado positivo,
é neste caso, como última medida, que a Fazenda Pública requererá a aplicação da prerrogativa
de indisponibilidade dos bens presentes e futuros do executado, de forma que, nos cartórios,
DETRAN, etc., ficará averbada a indisponibilidade, impedindo que o executado disponha dos bens
eventualmente ali existentes ou até de bens que posteriormente adquira e vá a registro. Ao mesmo
tempo, os cartórios informam ao Juízo que decretou a indisponibilidade e a eventual existência de
bens ali registrados.
Assim, a assertiva se encontra errada por condicionar a realização da penhora online aos requisitos
a serem demonstrados para aplicação do instituto da Indisponibilidade de Bens. Por relevante,
sobre o tema, destacamos julgado do Superior Tribunal de Justiça, realizado sob a sistemática dos
Recursos Repetitivos: “1. (...) a indisponibilidade de bens e direitos autorizada pelo art. 185-A do CTN
depende da observância dos seguintes requisitos: (i) citação do devedor tributário; (ii) inexistência
de pagamento ou apresentação de bens à penhora no prazo legal; e (iii) a não localização de bens
penhoráveis após esgotamento das diligências realizadas pela Fazenda, caracterizado quando
houver nos autos (a) pedido de acionamento do Bacen Jud e consequente determinação pelo
magistrado e (b) a expedição de ofícios aos registros públicos do domicílio do executado e ao
Departamento Nacional ou Estadual de Trânsito - DENATRAN ou DETRAN. 2. O bloqueio universal
de bens e de direitos previsto no art. 185-A do CTN não se confunde com a penhora de dinheiro
aplicado em instituições financeiras, por meio do Sistema BacenJud, disciplinada no art. 655-A
do CPC. 3. As disposições do art. 185-A do CTN abrangerão todo e qualquer bem ou direito do
devedor, observado como limite o valor do crédito tributário, e dependerão do preenchimento dos
seguintes requisitos: (i) citação do executado; (ii) inexistência de pagamento ou de oferecimento
de bens à penhora no prazo legal; e, por fim, (iii) não forem encontrados bens penhoráveis. 4.
A aplicação da referida prerrogativa da Fazenda Pública pressupõe a comprovação de que, em
relação ao último requisito, houve o esgotamento das diligências para localização de bens do
devedor. (REsp 1377507/SP, Rel. Ministro OG FERNANDES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
26/11/2014, DJe 02/12/2014)
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 38. O CADIN corresponde a um banco de dados, no qual são inseridos os nomes
e qualificações das pessoas, físicas ou jurídicas, que estejam em débito com a Administração
Pública Federal, direta ou indireta, ou com inscrições irregulares junto ao Ministérios da
Fazenda.
COMENTÁRIO
A assertiva se encontra correta e traz um conceito mais simples e didático do que seria o CADIN.
Por disposição legal, em seu artigo 1º, a Lei nº 10.522/02 conceitua o CADIN como o Cadastro
Informativo de créditos não quitados do setor público federal, acrescentando, em seu artigo 2º, que
referido cadastro deve conter a relação das pessoas físicas e jurídicas que: I - sejam responsáveis
por obrigações pecuniárias vencidas e não pagas, para com órgãos e entidades da Administração
Pública Federal, direta e indireta; ou II - estejam com a inscrição nos cadastros indicados, do
Ministério da Fazenda, em uma das seguintes situações: a) cancelada no Cadastro de Pessoas
Físicas – CPF; e b) declarada inapta perante o Cadastro Geral de Contribuintes – CGC.
Frise-se que a referida legislação apenas tem aplicação no âmbito federal, não existindo uma
legislação nacional sobre a matéria, embora a maioria dos entes públicos, das demais esferas,
por legislação própria, acabem por reproduzir boa parte das regras da legislação federal. É o que
ocorre, por exemplo, no Cadastro Informativo Municipal, instituído pela Lei nº 14.094/2005-SP, pelo
Município de São Paulo, e CADIN ESTADUAL, previsto na Lei nº 12.799/08-SP pelo Estado de São
Paulo.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Para se entender a competência para apuração, inscrição e cobrança dos créditos federais, deve-
se ter em mente que a representação judicial e extrajudicial da União, suas autarquias e fundações
compete à Advocacia-Geral da União, definida, conforme artigo 131, da Constituição Federal de
1998, como “a instituição que, diretamente ou através de órgão vinculado, representa a União,
judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que dispuser sobre sua
organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder
Executivo”.
Em síntese, a Advocacia-Geral da União é composta por quatro órgãos, quais sejam, a Procuradoria-
Geral da Fazenda Nacional (Procuradores da Fazenda Nacional), que possui por atribuição
a representação da União nas causas que envolvam matérias fiscais; a Procuradoria Geral da
União (Advogados da União), que representa a União nas demais matérias que não as fiscais; a
Procuradoria do Banco Central (Procuradores do BACEN), que representam esta autarquia federal,
vinculada ao Ministério da Fazenda; e a Procuradoria-Geral Federal (Procuradores Federais),
responsáveis pela representação das demais Autarquias e Fundações Federais.
De acordo com a Lei Orgânica da AGU (LC nº 73/93), apenas a Procuradoria-Geral da Fazenda
Nacional e a Procuradoria Geral da União compõem, formalmente, a AGU, sendo os outros dois
órgãos regulamentados pela legislação como “órgãos vinculados” à AGU, em que pese já exista
projeto de lei, no Congresso Nacional, para alterar referida legislação, incluindo-os expressamente
na estrutura da AGU.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
De acordo com o artigo 151, inciso VI, do Código Tributário Nacional, o parcelamento consiste
em causa de suspensão da exigibilidade do crédito tributário. A formalização do parcelamento
do crédito tributário decorre de pedido expresso por parte do contribuinte, o qual corresponde,
conforme entendimento firmado pelo Superior Tribunal de Justiça, a verdadeira confissão irretratável
do débito. Por consequência, correspondendo essa confissão a um “ato inequívoco ainda que
extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito pelo devedor”, atrai-se a aplicação do artigo
174, inciso IV, do Código Tributário Nacional, configurando-se, assim, conforme reiteradamente
decidido pelo STJ, verdadeira causa de interrupção do prazo prescricional. Destarte, o pedido de
parcelamento interrompe o cômputo do prazo prescricional, o qual é reiniciado após a exclusão
formal do contribuinte do parcelamento.
GABARITO: CERTO
LEGISLAÇÃO DE ENSINO
COMENTÁRIO
Muita atenção, pessoal. Trata-se de um entendimento jurisprudencial que com certeza deve ser
cobrado na prova. Primeiramente, importante recordar o teor da Súmula Vinculante n.º 12, que
dispõe que “A cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas viola o disposto no art.
206, IV, da Constituição Federal”.
Ocorre que a redação do artigo 206, inciso IV, da CF/88 garante a gratuidade apenas do ensino,
não abarcando as atividades de pesquisa e extensão, que são diversas. A dúvida agora poderia
surgir sobre se o artigo 207, da CF/88, ao consagrar o princípio de indissociabilidade entre ensino,
pesquisa e extensão, não garantiria, consequentemente, a mesma gratuidade para pesquisa e
extensão conferida à atividade de ensino. O STF entendeu que não.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 42. Segundo o STJ, é legal a exigência feita por universidade, com base em
resolução por ela editada, de prévia aprovação em processo seletivo como condição para
apreciar pedido de revalidação de diploma obtido em instituição de ensino estrangeira.
COMENTÁRIO
Um conselho para os pontos que envolvem legislação muito específica, como é o caso de legislação
de ensino, é ter uma noção horizontal sobre os principais textos de lei, sem necessidade de muito
aprofundamento, mas saber os pormenores dos julgamentos importantes proferidos pelo STJ e
STF.
A questão exigia um conhecimento sobre o julgamento do REsp 1.349.445-SP (Info 520), em que
o STJ, sob a sistemática de recurso repetitivo, entendeu que não há qualquer óbice na Lei Federal
n.º 9.394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação – que impeça que as universidades fixem
normas de revalidação para registro de diplomas de graduação expedidos por estabelecimentos
estrangeiros de ensino superior. Contrariamente, referidas normas são uma expressão da autonomia
didático-científica e administrativa prevista no art. 53, inciso V, da Lei Federal n.º 9.394/96 e no
artigo 207 da CF/88.
A possibilidade de ser cobrado o conhecimento sobre o assunto aumenta porque o STJ enfrentou
novamente a questão em sede de novo recurso repetitivo, ao julgar o REsp 1.215.550-PE (Informativo
570). Neste julgamento se travou uma nova discussão sobre se a o artigo 5º da Convenção
Regional sobre o Reconhecimento de Diploma de Ensino Superior na América Latina e no Caribe,
aprovada pelo Decreto Legislativo nº 66/77 e promulgada pelo Decreto Presidencial nº 80.419/77,
teria instituído uma espécie de revalidação automática de diplomas. O STJ entendeu que não,
isto é, que o referido Decreto nº 80.419/77 não traz norma específica que vede o procedimento
adotado pelas universidades brasileiras de revalidação dos diplomas estrangeiros, não havendo
uma automaticidade nesta análise.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
O ponto escolhido a ser trabalhado nesta questão diz respeito aos beneficiários do Regime Geral
de Previdência Social, especialmente os segurados obrigatórios empregados. A escolha do ponto
decorre da amplitude do art. 11 da Lei nº 8.213/91, que traz a resposta para a assertiva acima.
O candidato, antes, deve atentar ao disposto no art. 10 da Lei nº 8.213/91, que refere quem são
os beneficiários do RGPS, ou seja, são os segurados e os dependentes. Assim, a primeira parte
do enunciado acima está correta, eis que traz o disposto no referido art. 10 da Lei nº 8.213, ou
seja, “os beneficiários do Regime Geral de Previdência Social classificam-se como segurados
e dependentes, nos termos das Seções I e II deste capítulo”. Todavia, a questão exige maior
conhecimento do candidato e requer que ele saiba quem são os segurados empregados do RGPS,
motivo pelo qual se faz necessário adentrar no estudo do art. 11 da Lei nº 8.213/91, que elenca,
como segurados obrigatórios do RGPS, 10 (dez) categorias de pessoas físicas empregadas, que
estão dispostas entre as alíneas (a) e (i), observando-se que as alíneas (h) e (j) têm textos idênticos
com a única diferença relativa à Lei que as incluiu, ou seja, a alínea (h) incluída pela Lei nº 9.506/97
e a alínea (j) incluída pela Lei nº 10.887/2004. O candidato, para resolver a questão, deveria estar
atento ao teor de referidas alíneas, as quais dispõem que “o exercente de mandato eletivo federal,
estadual ou municipal, desde que não vinculado a regime próprio de previdência social é segurado
obrigatório, como empregado, do RGPS”. A questão não exige do candidato aplicação do direito
intertemporal, porém sugere-se que o candidato fique atento a esse aspecto, caso a prova lhe exija
resolução de caso prático. Observe-se, no caso, que a alínea (h) do inciso I do art. 11 da Lei nº
8.213/91, foi suspensa pela Resolução nº 26/2005 do Senado Federal. Ocorre que o STF, ao julgar
o RE 351.717, decidiu pela inconstitucionalidade de referida alínea, pois ela trazia uma nova fonte
de custeio não veiculada por Lei Complementar, contrariando a exigência do art. 195 da CF/88.
Observe-se a ementa do acórdão do RE 351.717: “I. - A Lei 9.506/97, § 1º do art. 13, acrescentou
a alínea h ao inc. I do art. 12 da Lei 8.212/91, tornando segurado obrigatório do regime geral de
previdência social o exercente de mandato eletivo, desde que não vinculado a regime próprio
de previdência social. II. - Todavia, não poderia a lei criar figura nova de segurado obrigatório da
previdência social, tendo em vista o disposto no art. 195, II, C.F. Ademais, a Lei 9.506/97, § 1º do
art. 13, ao criar figura nova de segurado obrigatório, instituiu fonte nova de custeio da seguridade
social, instituindo contribuição social sobre o subsidio de agente político. A instituição dessa nova
contribuição, que não estaria incidindo sobre “a folha de salários, o faturamento e os lucros” (C.F.,
art. 195, I, sem a EC 20/98), exigiria a técnica da competência residual da União, art. 154, I, ex
vi do disposto no art. 195, § 4º, ambos da C.F. É dizer, somente por lei complementar poderia
ser instituída citada contribuição. III. - Inconstitucionalidade da alínea h do inc. I do art. 12 da Lei
8.212/91, introduzida pela Lei 9.506/97, § 1º do art. 13. IV. - R.E. conhecido e provido”. Assim,
posteriormente, o Senado suspendeu a eficácia erga omnes da alínea (h) ao editar a Resolução nº
26/2005: Art. 1º É suspensa a execução da alínea “h” do inciso I do art. 12 da Lei Federal nº 8.212,
de 24 de julho de 1991, acrescentada pelo § 1º do art. 13 da Lei Federal nº 9.506, de 30 de outubro
de 1997, em virtude de declaração de inconstitucionalidade em decisão definitiva do Supremo
Tribunal Federal, nos autos do Recurso Extraordinário nº 351.717-1 - Paraná. Ocorre que, após,
ou seja, em 2004, a Lei nº 8.213/91 teve a alínea (j) inserida pela Lei nº 10.887. No caso, tal
acréscimo é constitucional, pois a CF/88 teve seu art. 195, inciso I, alínea (a) alterado pela EC 20/98,
permitindo, desde então, a instituição de contribuições para o financiamento da seguridade social
sobre os rendimentos auferidos do trabalho, a qualquer título, viabilizando, assim, a disciplina por lei
ordinária, uma vez que dispõe: “Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade,
de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à
pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício”. Portanto, sabendo o teor
do art. 10 e a alínea (j) do inciso I do art. 11 da Lei nº 8.2139/91, o candidato conseguiria resolver
a questão.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 44. João, após contar com 12 (doze) contribuições mensais à Previdência Social
como segurado empregado, perdeu sua qualidade de segurado do RGPS em 28/6/2017.
Nesse caso, se João precisar receber auxílio-doença em virtude de incapacidade após ter
perdido sua qualidade de segurado, João deverá contar, para efeito de carência, a partir da
nova filiação à Previdência Social, com 1/3 do período previsto no inciso I do art. 25 da Lei
nº 8.213/91, ou seja, com 4 (quatro) contribuições mensais.
COMENTÁRIO
O ponto carência para fins de concessão do auxílio-doença foi escolhido em virtude das recentes
alterações legislativas ocorridas: MP nº 739, de 7/7/2016; MP nº 767, de 6/1/2017 e Lei nº 13.457,
de 27/6/2017, as quais modificaram o número de meses necessários para o segurado, após se
filiar novamente ao RGPS, ter direito ao benefício de auxílio-doença, aposentadoria por invalidez
e salário-maternidade. No enunciado sob apreço, o candidato deve ter conhecimento da recente
publicação da Lei nº 13.457, de 27/6/2017, que alterou o disposto no art. 27-A da Lei nº 8.213/91
e revogou o disposto no parágrafo único do art. 24 da Lei nº 8.213/91. Desse modo, a partir da
publicação da Lei nº 13.457, de 27/6/2017, o art. 27-A passou a dispor que, “no caso de perda
da qualidade de segurado, para efeito de carência para a concessão dos benefícios de que trata
esta Lei, o segurado deverá contar, a partir da nova filiação à Previdência Social, com metade dos
períodos previstos nos incisos I e III do caput do art. 25 desta Lei”. Ou seja, não deverá cumprir
a integralidade dos períodos previstos nos incisos I e III do caput do art. 25 da Lei nº 8.213/91,
que era previsto pela MP nº 739, de 7/7/2016, e pela MP nº 767, de 6/1/2017, tampouco a regra
do preenchimento de 1/3 do período previsto pelo parágrafo único do art. 24 da Lei nº 8.213/91,
revogado pela Lei nº 13.457, de 27/6/2017. Dessa forma, cotejando-se o teor do enunciado da
questão com o disposto no art. 27-A da Lei nº 8.213/91 c/c o inciso I do art. 25, também da Lei
nº 8.213/91, verifica-se que a assertiva está errada, pois João, que perdeu sua qualidade de
segurado, deve contar com, no mínimo, 6 (seis) contribuições mensais para fazer jus ao benefício
de auxílio-doença, após se filiar novamente à Previdência Social, não mais se aplicando a regra do
cumprimento de 1/3 do período contributivo, eis que revogada. O Anexo II do Memorando-Circular
Conjunto nº 2 DIRBEN/DIRSAT/PFE/INSS, de 10 de janeiro de 2017, traz o seguinte quadro com os
períodos de vigência das MPs nº 739/2016 e nº 767/2017 para análise de carência dos benefícios
de salário-maternidade, auxílio-doença e aposentadoria por invalidez:
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Em que pesem as questões relativas à Seguridade Social na prova da Procurador Federal exijam
do candidato maior conhecimento da Lei nº 8.213/91 (Lei de Benefícios do RGPS) do que da
Lei nº 8.212/91 (Lei de Custeio do RGPS), não se pode negligenciar esta em privilégio daquela.
Portanto, se, porventura, o candidato tiver que optar por aprofundar o estudo de determinado
assunto, sugere-se que inicie o estudo pela leitura da Lei nº 8.213/91 acompanhada de doutrina
específica, jurisprudência e da realização de questões e, após, passe à leitura da Lei nº 8.212/91,
acompanhada da leitura da jurisprudência pertinente e da realização de questões, não havendo, a
princípio, necessidade de leitura de doutrina específica a respeito da Lei nº 8.212/91. Para que o
candidato resolva a questão sob análise, deve estar atento ao disposto no inciso I do art. 22 da Lei
8.212/91, que trata da contribuição a cargo da empresa destinada à Seguridade Social. No caso,
o segurado deve ficar atento ao fato de a alíquota de 20% incidir sobre o total das remunerações
pagas mensalmente, inclusive gorjetas (remuneração variável) e as utilidades na forma de ganhos
habituais, assim como sobre as devidas (dívidas) ou creditadas (adiantamentos) aos segurados
empregados e trabalhadores avulsos pelos serviços prestados durante o mês (AMADO, 2017, p.
394). Caso o candidato faça um cotejo entre o disposto no inciso I do art. 195 da CF/88 com o disposto
no inciso I do art. 22 da Lei nº 8.212/91, verá que esta contém previsão mais ampla do que aquela à
medida em que prevê a incidência de contribuição previdenciária patronal sobre as remunerações
pagas ou creditadas pelas empresas e também sobre as devidas. Significa que se a empresa não
pagar as remunerações mensais ou, ainda, adiantá-las, não ficará desobrigada do recolhimento da
cota patronal. Enquanto isso, o inciso II do art. 22 da Lei nº 8.213/91 prevê que, sobre o total das
remunerações pagas, devidas ou creditadas aos segurados empregados e trabalhadores avulsos,
também incidirá um adicional de 1%, 2% ou 3%, que será destinado ao custeio do benefício de
aposentadoria especial e dos benefícios decorrentes de acidente do trabalho. Referido dispositivo
consagra o Princípio da equidade na Forma de Participação no Custeio, uma vez que o percentual
adicional será proporcional à probabilidade da ocorrência de acidentes do trabalho. O aferimento
do risco é feito de acordo com a atividade preponderante da empresa, a qual é concebida como
aquela em que há o maior número de segurados empregados e trabalhadores avulsos nos termos
do § 3º do art. 202 do Decreto nº 3.048/99. Isto é, a empresa efetua o pagamento do adicional com
base numa alíquota única, ainda que desempenhe mais de uma atividade econômica, devendo,
para isso, ser considerada a sua atividade preponderante. Portanto, o enunciado da questão acima
está correto. A título de complemento, recomenda-se ao aluno verificar o disposto na Súmula 351
do STJ, a qual ratifica o entendimento do STJ de que a alíquota de contribuição para o SAT deve
ser aferida pelo grau de risco desenvolvido em cada empresa, individualizada pelo seu CNPJ, ou
seja, não adotando o critério de atividade preponderante como um todo, caso possua mais de
uma unidade, ou, ainda, pelo grau de risco da atividade preponderante quando houver apenas um
registro. A CESPE já exigiu do aluno o domínio do tema em oportunidade anterior (2010 – AGU –
Procurador), o que fez do seguinte modo: A alíquota da contribuição para o SAT deve corresponder
ao grau de risco da atividade desenvolvida em cada estabelecimento da empresa, individualizado
por seu CNPJ. Possuindo esta um único CNPJ, a alíquota da referida exação deve corresponder
à atividade preponderante por ela desempenhada. A alternativa foi dada como certa em virtude do
disposto na Súmula 351 do STJ.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 46. Não haverá desconto de contribuição previdenciária sobre nenhum benefício
pago no âmbito do RGPS, exceto o salário-maternidade, único benefício considerado como
salário-de-contribuição.
COMENTÁRIO
incentivos específicos, nos termos da lei. No que se refere ao salário-maternidade, por opção do
legislador infraconstitucional, a transferência do ônus referente ao pagamento dos salários, durante
o período de afastamento, constitui incentivo suficiente para assegurar a proteção ao mercado
de trabalho da mulher” (Recurso Especial 1.230.957). Do mesmo modo, incide contribuição
previdenciária a cargo da empresa sobre os valores pagos a título de salário-paternidade, ou seja,
o valore recebido pelo empregado durante os dias de afastamento em razão do nascimento de
filho. A diferença é que o pagamento do salário-paternidade é de responsabilidade da empresa,
não se tratando, portanto, de um benefício previdenciário. A polêmica do tema volta à tona quando
o Procurador-Geral da República propôs a ADI 5.626, em 25/11/2016. O objetivo é que seja
declarada a inconstitucionalidade do dispositivo da Lei nº 8.212/91 que determina a incidência
de contribuição previdenciária sobre o salário-maternidade. O questionamento do PGR acerca
da constitucionalidade da incidência da contribuição previdenciária sobre a licença-maternidade
reside na teoria do impacto desproporcional (disparate impact doctrine), uma vez que entende
que “medidas estatais que imponham de forma desproporcional maior custo à mão de obra
feminina são incompatíveis com a premissa de equilíbrio entre a proteção da maternidade e do
emprego da mulher. Janot lembra que a Lei 6.136/1974 transferiu à Previdência Social o encargo
exclusivo pelo pagamento integral da remuneração da trabalhadora no período de licença, mas o
empregador continuou obrigado a recolher a contribuição sobre o salário-maternidade e, ainda,
arcar com o encargo incidente sobre a remuneração de eventual trabalhador temporário, substituto
da licenciada. “Essa dupla contribuição pelo mesmo posto de trabalho encarece a mão de obra
feminina e contraria a norma constitucional e a internacional”, sustenta, referindo-se à Convenção
103 da Organização Internacional do Trabalho”, conforme notícia disponível no site do STF em 25
de novembro de 2016: http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=330529.
Acerca do tema do impacto desproporcional, vale lembrar que já havia sido enfrentado na ADI 1.946-
5/DF, Rel. Min. Sydnei Sanches, em 3/4/2003, em que restou assentado que “(...) se se entender
que a Previdência Social, doravante, responderá apenas por R$1.200,00 (hum mil e duzentos
reais) por mês, durante a licença da gestante, e que o empregador responderá, sozinho, pelo
restante, ficará sobremaneira, facilitada e estimulada a opção deste pelo trabalhador masculino,
ao invés da mulher trabalhadora. Estará, então, propiciada a discriminação que a Constituição
buscou combater, quando proibiu diferença de salários, de exercício de funções e de critérios de
admissão, por motivo de sexo (art. 7º, inc. XXX, da C.F./88), proibição, que, em substância, é um
desdobramento do princípio da igualdade de direitos, entre homens e mulheres, previsto no inciso
I do art. 5º da Constituição Federal. Estará, ainda, conclamado o empregador a oferecer à mulher
trabalhadora, quaisquer que sejam suas aptidões, salário nunca superior a R$1.200,00, para não
ter de responder pela diferença. Não é crível que o constituinte derivado, de 1998, tenha chegado
a esse ponto, na chamada Reforma da Previdência Social, desatento a tais consequências. Ao
menos não é de se presumir que o tenha feito, sem o dizer expressamente, assumindo a grave
responsabilidade. 4. A convicção firmada, por ocasião do deferimento da Medida Cautelar, com
adesão de todos os demais Ministros, ficou agora, ao ensejo deste julgamento de mérito, reforçada
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
de Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através de um
conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às
necessidades básicas”. Portanto, o erro da alternativa está em referir que a assistência social
tem caráter contributivo. Sugere-se ao candidato a leitura integral da Lei nº 8.742/93 devido à
importância do tema ao certame.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 48. A justificação administrativa constitui recurso utilizado para suprir a falta ou
insuficiência de documento ou para produzir prova de fato ou circunstância de interesse
dos beneficiários, perante a previdência social. Será admitida a justificação administrativa
quando o fato a comprovar exigir registro público de casamento, de idade ou de óbito, ou de
qualquer ato jurídico para o qual a lei prescreva forma especial.
COMENTÁRIO
termos do art. 143 do Decreto nº 3.048/99, a justificação administrativa ou judicial, no caso de prova
exigida pelo art. 62 (prova de tempo de serviço), dependência econômica, identidade e de relação
de parentesco, somente produzirá efeito quando baseada em início de prova material. Ou seja,
não será admitida prova exclusivamente testemunhal. Todavia, Frederico Amado (2017, p. 1095)
ressalta que essa previsão regulamentar não encontra guarida legal, uma vez que apenas se exige
início de prova material para a comprovação de tempo de serviço ou de contribuição, motivo pelo
qual a dependência, a identidade ou relação de parentesco poderá ser comprovada por todos os
meios de prova não proibidos em Direito, em atenção ao princípio do livro convencimento motivado.
Para isso, refere a posição do STJ: 1. A Terceira Seção deste Superior Tribunal, no âmbito da
Quinta e da Sexta Turma, já consolidou entendimento no sentido de que não se exige início de
prova material para comprovação da dependência econômica de mãe para com o filho, para
fins de obtenção do benefício de pensão por morte. (AGREsp 886.069, de 25.09.2008).
Caso se pretenda fazer prova de tempo de serviço e tiver ocorrido motivo de força maior ou
caso fortuito, dispensa-se o início de prova material, conforme o § 1º do art. 143 do Decreto nº
3.048/99. Ainda, é importante saber o disposto no art. 145 do referido Decreto, pois refere que,
para o processamento da justificação administrativa, o interessado deverá apresentar requerimento
expondo, clara e minuciosamente, os pontos que pretende justificar, indicando testemunhas
idôneas, em número não inferior a três nem superior a seis, cujos depoimentos possam levar à
convicção da veracidade do que se pretende comprovar. Ademais, o art. 147 do Decreto nº 3.048/99
traz disposição relevante que diz não ser cabível recurso da decisão da autoridade competente
do INSS que considerar eficaz ou ineficaz a justificação administrativa. Deve-se observar que a
justificação administrativa é processada sem ônus para o interessado e que é regida pelo princípio
da subsidiariedade, isto é, somente é admitido o seu processamento quando ficar evidenciada
a inexistência de outro meio capaz de configurar a verdade do fato alegado, e o início de prova
material apresentado levar à convicção do que se pretende comprovar, nos termos do art. 148 c/c
art. 151 do Decreto nº 3.048/99. Recomenda-se ao candidato, caso não leia o Decreto nº 3.048/99
em sua integralidade, que faça a leitura dos arts. 142 a 151 relativos à justificação administrativa.
Ainda, não se pode olvidar de que a justificação administrativa contém previsão expressa na Lei nº
8.213/91 tanto em seu art. 108 quanto no art. 55, § 3º.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
A pensão por morte é um benefício previdenciário alcançado aos dependentes do segurado, que são
as pessoas elencadas no art. 16 da Lei nº 8.213/91. Ou seja, é devida ao cônjuge, a companheira,
o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou
inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; aos pais; ao irmão de
qualquer condição menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual
ou mental ou deficiência grave, nos termos do regulamento. A condição de dependente, atendendo
ao princípio do tempus regit actum (Súmula 340 do STJ), deve ser aferida no momento do óbito do
instituidor, e não em outro marco, uma vez que é com o falecimento que surge o direito. Com base
nesse entendimento é que no regime previdenciário anterior à Lei nº 8.213/91, apenas o marido
inválido era dependente de sua esposa e tinha o direito de receber pensão por morte. Isto é, se
fosse válido, não teria o direito. Assim, para óbitos ocorridos a contar de 5/4/1991, é devida a pensão
por morte ao companheiro e ao cônjuge do sexo masculino independente da condição de invalidez,
desde que atendidos os demais requisitos legais (Instrução Normativa INSS nº 77/2015, art. 368).
Ocorre que o STF decidiu que tendo em vista que a CF/88, em seu art. 201, inciso V, equiparou
homens e mulheres para efeito de pensão por morte, referido dispositivo tem aplicação imediata e,
portanto, deve ser aplicado a contar da promulgação da CF, em 5/10/1988, e não somente após a
publicação da Lei nº 8.213, de 5/4/1991, sob pena de violação ao princípio da isonomia. AGRAVO
REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE.
CONCESSÃO AO CÔNJUGE VARÃO. ÓBITO DA SEGURADA ANTERIOR AO ADVENTO DA LEI
N. 8.213/91. EXIGÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DE INVALIDEZ. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA
ISONOMIA. ARTIGO 201, INCISO V, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. AUTOAPLICABILIDADE.
1. O Princípio da Isonomia resta violado por lei que exige do marido, para fins de recebimento de
pensão por morte da segurada, a comprovação de estado de invalidez (Plenário desta Corte no
julgamento do RE n. 385.397-AgR, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJe 6.9.2007). A regra
isonômica aplicada ao Regime Próprio de Previdência Social tem aplicabilidade ao Regime Geral
(RE n. 352.744-AgR, Relator o Ministro JOAQUIM BARBOSA, 2ª Turma, DJe de 18.4.11; RE n.
585.620-AgR, Relator o Ministro RICARDO LEWANDOWSKI, 1ª Turma, Dje de 11.5.11; RE n.
573.813-AgR, Relatora a Ministra CÁRMEN LÚCIA, 1ª Turma, DJe de 17.3.11; AI n. 561.788-AgR,
Relatora a Ministra CÁRMEN LÚCIA, 1ª Turma, DJe de 22.3.11; RE 207.282, Relator o Ministro
CEZAR PELUSO, 2ª Turma, DJ 19.03.2010; entre outros). 2. Os óbitos de segurados ocorridos
entre o advento da Constituição de 1988 e a Lei 8.213/91 regem-se, direta e imediatamente,
pelo disposto no artigo 201, inciso V, da Constituição Federal, que, sem recepcionar a parte
discriminatória da legislação anterior, equiparou homens e mulheres para efeito de pensão por
morte. 3. Agravo regimental não provido. (RE 607907 AgR, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira
Turma, julgado em 21/06/2011, DJe-146 DIVULG 29-07-2011 PUBLIC 01-08-2011 EMENT VOL-
02556-06 PP-01041). Ocorre que o STF, recentemente, alargou seu entendimento e passou a
deferir a pensão por morte em favor do homem, mesmo não inválido, ainda que o óbito de sua
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Dentre os princípios que norteiam a seguridade social (previdência social, assistência social e
saúde pública) está o princípio da irredutibilidade do valor dos benefícios. Para que o candidato
resolva a questão, deve ter presente que, em virtude do princípio da segurança jurídica, não é
possível que seja reduzido o valor nominal de benefício da seguridade social proibindo-
se, dessa forma, o retrocesso securitário. Em contrapartida, no que diz respeito aos benefícios
previdenciários, além do valor nominal, é garantido constitucionalmente, no art. 201, § 4º, o
reajustamento para a manutenção do valor real, conforme os índices definidos em lei, o que reflete
uma irredutibilidade material. Essa previsão constitucional é regulamentada pela Lei nº 8.213/91,
art. 2º, inciso V, c/c art. 41-A, que prevê expressamente a manutenção do valor real dos benefícios
pagos pelo INSS por meio da incidência anual de correção monetária pelo INPC, na mesma data
de reajuste do salário mínimo. Amado (2017, p. 35) faz a diferença de modo bastante prático.
Observe: “se um benefício da saúde pública ou da assistência social for pago no valor de R$
200,00 por largo período, não haverá violação constitucional, pois apenas o seu valor nominal
não poderá ser diminuído, inexistindo determinação para o seu reajustamento periódico visando
manter o poder real de compra, certamente em razão do seu caráter não contributivo”. Por outro
lado, ressalta que, “no caso de um benefício previdenciário, além de não poder reduzir o seu valor
nominal, o Poder Público ainda deverá garantir o seu reajustamento periódico, a teor da ordem
insculpida no artigo 201, § 4º, da Constituição, em função do caráter contributivo que marca a
previdência social no Brasil”. Analisando-se provas de concursos anteriores da CESPE para as
carreiras da AGU, verifica-se que o tema esteve presente na última prova objetiva para o concurso
de Advogado da União (2015) da seguinte forma: No que diz respeito à seguridade social, julgue
o item a seguir. Conforme a jurisprudência do STF, a irredutibilidade do valor dos benefícios é
garantida constitucionalmente, seja para assegurar o valor nominal, seja para assegurar o valor
real dos benefícios, independentemente dos critérios de reajuste fixados pelo legislador ordinário.
A assertiva estava, portanto, errada, uma vez que depende dos critérios de reajuste fixados pelo
legislador ordinário. Para melhor elucidação do assunto, Amado (2017, p. 36) propõe o seguinte
quadro esquemático:
Deve ser observado que desde o advento das Leis nºs 8.212/91 e 8.213/91, os benefícios
previdenciários tiveram índices de reajuste desvinculados do salário mínimo, motivo pelo qual pode
ocorrer que uma pessoa que se aposentou recebendo 3 (três) salários mínimos receba, hoje, valor
inferior a esses 3 (três) salários mínimos iniciais. A jurisprudência do STF, inclusive, já se consolidou
nesse sentido: Agravo regimental em recurso extraordinário. 2. Previdência Social. Benefícios.
Reajuste. 3. O art. 41, II, da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991 e suas sucessivas alterações não
violou o disposto no art. 194, IV, e 201, § 2º, da Carta Magna. Precedentes. 4. Agravo regimental
a que se nega provimento (Ag. Reg. no AI 540.956-2-MG; Rel. Min. Gilmar Mendes, 14/3/2006).
Tendo em vista o princípio da irredutibilidade do valor dos benefícios, o STJ vinha entendendo
não ser possível a redução do valor nominal do benefício previdenciário pago em atraso em
virtude de índices negativos (deflação) (RE 1.242.584, de 14/5/2011). Entretanto, o STJ mudou
seu entendimento em 2012 e passou a firmar sua jurisprudência no sentido de que é possível a
aplicação de índices negativos de inflação na atualização dos benefícios previdenciários desde
que respeitada a irredutibilidade da totalidade dos valores pagos a título de parcelas atrasadas:
PREVIDENCIÁRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO
ESPECIAL. POSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DE ÍNDICE INFLACIONÁRIO NEGATIVO SOBRE
A CORREÇÃO MONETÁRIA, DESDE QUE PRESERVADO O VALOR NOMINAL DO MONTANTE
PRINCIPAL. 1. A Corte especial deste Tribunal no julgamento do REsp nº 1.265.580/RS, Relator
o Ministro Teori Albino Zavascki, DJe de 18/4/2012, modificou a compreensão então vigente,
passando a adotar o entendimento segundo o qual desde que preservado o valor nominal do
montante principal, é possível a aplicação de índice inflacionário negativo sobre a correção
monetária de débitos previdenciários, porquanto os índices deflacionados acabam se compensando
com supervenientes índices positivos de inflação. 2. Embargos de declaração acolhidos com
excepcionais efeitos modificativos (EDcl no AgRg no Recurso Especial nº 1.142.014-RS). Significa,
portanto, que se, no cálculo final relativo ao montante das parcelas devidas atrasadas a título de
benefícios previdenciários, a atualização, conforme os índices negativos de correção monetária,
implicar redução do valor principal, deverá prevalecer o valor nominal. Ainda, deve-se atentar
que o princípio da irredutibilidade do valor dos benefícios não se confunde com a constatação de
irregularidade no que tange ao valor do benefício. Observe essa situação hipotética: Joana recebe
benefício de aposentadoria por tempo de contribuição do RGPS. O INSS verificou irregularidades
na concessão da aposentadoria de Joana, as quais, se sanadas, resultam em redução do valor
nominal por ela recebido. Nessa situação, conforme o entendimento do STF, não é possível a redução
do valor nominal da aposentadoria de Joana, dado o princípio constitucional da irredutibilidade
do valor do benefício. Errado. Conforme o entendimento do STF, “4. A redução de proventos de
aposentadoria, quando concedida em desacordo com a lei, não ofende o princípio da irredutibilidade
de vencimentos” (MS 30830, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, julgado em 23/10/2012, publicado
em PROCESSO ELETRÔNICO DJe-215 DIVULG 30/10/2012 PUBLIC 31/10/2012).
GABARITO: ERRADO
DIREITO AGRÁRIO
QUESTÃO 51. O conceito de módulo fiscal determina se uma propriedade é pequena, média
ou grande, no direito agrário.
COMENTÁRIO
Art. 49. As normas gerais para a fixação do imposto sobre a propriedade territorial rural
obedecerão a critérios de progressividade e regressividade, levando-se em conta os
seguintes fatores:
§ 1º Os fatores mencionados neste artigo serão estabelecidos com base nas informações
apresentadas pelos proprietários, titulares do domínio útil ou possuidores, a qualquer
título, de imóveis rurais, obrigados a prestar declaração para cadastro, nos prazos e
segundo normas fixadas na regulamentação desta Lei.
§ 4º Fica facultado ao órgão responsável pelo lançamento, quando houver omissão dos
proprietários, titulares do domínio útil ou possuidores, a qualquer título, de imóvel rural,
na prestação da declaração para cadastro, proceder ao lançamento do imposto com a
utilização de dados indiciários, além da cobrança de multas e despesas necessárias à
apuração dos referidos dados.
Concluindo-se que:
Por fim, frisa-se que o conceito de módulo fiscal foi utilizado para o cálculo do Imposto Territorial
Rural, com fulcro no art. 50 do mesmo Estatuto da Terra.
E ainda, não confunda o conceito de módulo fiscal com o conceito de modulo rural. O módulo
rural este previsto no art.4º, I, do Estatuto que explica:
I - “Imóvel Rural”, o prédio rústico, de área contínua qualquer que seja a sua localização
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 52. A usucapião rural tem como objetivo atender a função social do imóvel rural.
COMENTÁRIO
Antes da explicação, observem que o último edital da PGF trouxe um único item para tratar do tema
da usucapião constitucional rural, sendo assim, é importante revisar bem o assunto.
De fato, a usucapião rural tem como objetivo atender a função social do imóvel rural. Também
chamada de posse-trabalho, esta modalidade de usucapião, não exige a boa-fé, nem o justo título.
Por outro lado, não garante a transferência da propriedade também.
Além disso, somente poderá ser utilizada uma única vez pelo usucapiente que não possua outra
propriedade, seja ela rural ou urbana.
Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu,
por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a
cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela
sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
GABARITO: CERTO
DIREITO AMBIENTAL
QUESTÃO 53. Pode o órgão de gestão ambiental, com base no princípio da precaução,
negar a licença ambiental à determinada indústria que pretende se instalar em uma zona
industrial, quando o projeto por ela apresentado tenha o condão de comprometer o suporte
da área.
COMENTÁRIO
A assertiva está errada, pois se o órgão ambiental verificar que o projeto apresentado pela indústria
irá comprometer o suporte da área, ou seja, se os riscos e impactos da instalação da indústria já
são conhecidos, o fundamento da decisão que deverá negar a licença pretendida é o princípio da
prevenção.
Por sua vez, “a invocação do princípio da precaução é uma decisão a ser tomada quando
a informação científica é insuficiente, inconclusiva ou incerta e haja indicações de que os
possíveis efeitos sobre o ambiente, a saúde das pessoas ou dos animais ou a proteção
vegetal possam ser potencialmente perigosos e incompatíveis com o nível de proteção
escolhido”. (MILARÉ, Edis. Direito do Ambiente. 10ª ed. rev. atual. e ampl. São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, 2015, p. 263 e 265).
GABARITO: ERRADO
que comprometam a qualidade de vida e o meio ambiente, não há que se invocar o princípio
da precaução para impor aos produtos e serviços parâmetros mais elevados de segurança.
COMENTÁRIO
A assertiva está correta. E a fundamentação do voto condutor do Acórdão foi no sentido de que
“a aplicação do princípio (da precaução) somente deve ser exigida quando existente
um certo nível de evidência sobre um risco e quando a margem de segurança seja
excedida; ou seja, incidirá o princípio quando houver incertezas científicas sobre riscos
possíveis, a fim de se evitarem impactos potencialmente prejudiciais ao meio ambiente
e/ou à saúde pública”.
Assim, enquanto um produto, evento ou serviço estiver sendo oferecido dentro dos níveis de
segurança estabelecidos pela OMS e desde que não haja incertezas científicas sobre a possibilidade
de desequilibrar o meio ambiente ou atingir a saúde dos cidadãos, não há que se lançar mão do
princípio da precaução para impor novos padrões de exigência.
GABARITO: CERTO
De acordo com o entendimento do STF, julgue o item seguinte, a respeito das regras
constitucionais sobre o meio ambiente.
COMENTÁRIO
A assertiva está correta. O STF externou esse entendimento em julgados em que analisou a
constitucionalidade de normas estaduais que visavam regulamentar práticas tidas como expressões
culturas com animais, a exemplo da “farra do boi” e da “vaquejada”. Valendo-se da técnica da
ponderação, a Corte Suprema consignou na ADI 4983 (Rel. Min. Marco Aurélio, j. 06/20/2016) que
Porém, registre-se que, logo após o julgamento da citada ADI o Congresso Nacional editou a Lei nº
13.364/206, em que alçou “o Rodeio, a Vaquejada, bem como as respectivas expressões artístico-
culturais, à condição de manifestação cultural nacional e de patrimônio cultural imaterial,
nos termos da ementa da lei. E, em seguida, foi promulgada a Emenda Constitucional nº 96, de
06/06/2017, acrescentando o § 7º ao art. 225 da Constituição Federal para “determinar que práticas
desportivas que utilizem animais não são consideradas cruéis, nas condições que especifica”,
conforme consta na sua ementa.
Cabe assinalar que o efeito vinculante resultante do julgamento pelo STF dos processos de fiscalização
abstrata não se aplica nem se estende à atividade legislativa. Em outros termos, a função legislativa
não é alcançada pela eficácia erga omnes, nem pelo efeito vinculante da decisão proferida pelo STF
em controle abstrato de constitucionalidade. Com efeito, não é vedado ao legislador editar nova lei
com idêntico conteúdo normativo de lei declarada inconstitucional pelo STF.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 56. De acordo com o Código Florestal, julgue o próximo item, referentes às
regras de transição por ele trazidas e às infrações administrativas ambientais.
O STJ decidiu que os autos de infração relativos a fatos anteriores a 22 de julho de 2008
restaram invalidados pela entrada em vigor do novo Código Florestal.
COMENTÁRIO
Art. 59. A União, os Estados e o Distrito Federal deverão, no prazo de 1 (um) ano,
contado a partir da data da publicação desta Lei, prorrogável por uma única vez, por igual
período, por ato do Chefe do Poder Executivo, implantar Programas de Regularização
Ambiental - PRAs de posses e propriedades rurais, com o objetivo de adequá-las aos
termos deste Capítulo.
“Ora, se os autos de infração e multas tivessem sido invalidados pelo novo Código ou
houvesse sido decretada anistia ampla e irrestrita das violações que lhe deram origem,
evidenciaria contradição e ofensa à lógica jurídica a mesma lei referir-se a “suspensão”
e “conversão” daquilo que não mais existiria: o legislador não suspende ou converte o
nada jurídico, o que antes era e depois (com a nova lei) deixou de ser. Vale dizer, a regra
geral é que os autos de infração lavrados continuam plenamente válidos, intangíveis e
blindados, como ato jurídico perfeito que são – apenas sua exigibilidade monetária fica
suspensa na esfera administrativa, no aguardo do cumprimento integral das obrigações
estabelecidas no PRA ou no TC”. (STJ. REsp 1240122/PR. Rel. Min. Herman Benjamim,
j. 02/10/2012).
GABARITO: ERRADO
De acordo com o STF, deve ser respeitado o percentual previsto na lei de regência para
cálculo do montante de recursos a ser destinado à necessária compensação ambiental.
COMENTÁRIO
A assertiva está errada. O tema cobrado diz respeito ao percentual aplicado e à metodologia de
cálculo do valor da compensação ambiental obrigatória para empreendimentos de significativo
impacto ambiental, nos termos do art. 36, § 1º, da Lei nº 9.985/2008 – SNUC.
O STF decidiu, no julgamento da ADI 3378 (Rel. Min. Carlos Brito, DJ 20/06/2008), pela
constitucionalidade da cobrança do valor da compensação, porém, expurgou da norma a sua
fórmula de cálculo (0,5% sobre os custos totais do empreendimento), de modo que, em síntese,
o montante de recursos a ser destinado como compensação ambiental deve ser fixado de acordo
com o grau de impacto ambiental, sem relação necessária com o custo do empreendimento.
GABARITO: ERRADO
DIREITO CIVIL
QUESTÃO 58. Por serem meros detentores, não é possível o manejo de interditos
possessórios em litígio travado entre particulares sobre bem público dominical.
COMENTÁRIO
Assim, em matéria de posse sobre bem público, três aspectos importantíssimos ajudarão a resolver
a maioria das questões referentes ao assunto, praticamente esgotando as possibilidades que o
examinador terá de surpreender o aluno:
(i) a jurisprudência do STJ se consolidou no sentido de que contra o Poder Público o particular
exerce mera detenção sobre bem público (STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1200736/DF, Rel. Min.
Cesar Asfor Rocha, julgado em 24/05/2011);
(ii) em se tratando de mera detenção exercida por particular contra o Poder Público sobre bem
público irregularmente ocupado, resta afastado o direito de retenção por benfeitorias e o almejado
pleito indenizatório à luz da alegada boa-fé, uma vez que o art. 1.219 do Código Civil exige posse
(STJ. AgRg no REsp 1470182/RN, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA
TURMA, julgado em 04/11/2014, DJe 10/11/2014);
(iii) excepcionalmente, é possível reconhecer posse de bem público exercida por particular contra
outro particular, desde que se trate de bem dominical, justamente por ostentar estatuto semelhante
ao dos bens privados, não estando destinado a uma finalidade pública (STJ. REsp 1.484.304-DF,
Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 10/3/2016, DJe 15/3/2016).
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 59. As moradias construídas por particular em terras públicas devem ser
indenizadas pelo Poder Público, pois, a despeito da irregularidade da ocupação, aplica-se o
princípio que veda o enriquecimento sem causa.
COMENTÁRIO
As benfeitorias e acessões artificiais realizadas por particulares em bem público objeto de ocupação
irregular não devem ser indenizadas pelo Poder Público, mas por fundamentos diferentes:
(i) em relação às benfeitorias, não há direito a indenização em razão de o artigo 1.219 do CC/2002
exigir posse, ostentando o particular, no entanto, mera detenção;
(ii) quanto às acessões artificiais, não se aplica o artigo 1.255 do CC/2002, pois os bens públicos
são inalienáveis, imprescritíveis e impenhoráveis, não podendo o particular adquirir a construção
erguida sobre terra pública.
Outrossim, por referidas construções serem realizadas sem as devidas licenças administrativas, o
STJ costuma afastar a tese de que haveria enriquecimento sem causa do Poder Público, uma vez
que, em verdade, as construções irregulares não só não beneficiam a Administração Pública, como
também geram custos ao erário em razão da demolição e recuperação das áreas.
Sobre o assunto, remeto à leitura dos seguintes julgamentos proferidos pelo STJ: AgRg no REsp
1319975, AgRg no AREsp 762197, AgInt no REsp 1448907.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 60. A configuração dos lucros cessantes exige mais do que a simples possibilidade
de realização do lucro, requer probabilidade objetiva e circunstâncias concretas de que
estes teriam se verificado sem a interferência do evento danoso.
COMENTÁRIO
A afirmativa é verdadeira, ao reproduzir trecho do julgamento proferido pelo STJ (3ª Turma.
Recurso Especial n. 1.655.090. Relator Ministro Ricardo Villas Bôas Cuevas. Data de julgamento:
07/03/2017).
O tema desperta atenção, por se tratar de importante tese de defesa utilizada pela Fazenda
Pública nas ações indenizatórias, e que adquiriu especial repercussão na questão relativa à
responsabilidade civil da União reconhecida pelo STF sobre à indevida intervenção no domínio
econômico no setor sucroalcooleiro, que teria causado prejuízo bilionários às usinas que integram
o setor. Com efeito, no julgamento do REsp 1347136 / DF, submetido à sistemática de recursos
repetitivos, o STJ decidiu que “[...] O suposto prejuízo sofrido pelas empresas possui natureza
jurídica dupla: danos emergentes (dano positivo) e lucros cessantes (dano negativo). Ambos
exigem efetiva comprovação, não se admitindo indenização em caráter hipotético, ou presumido,
dissociada da realidade efetivamente provada [...] quando reconhecido o direito à indenização (an
debeatur), o quantum debeatur pode ser discutido em liquidação da sentença por arbitramento, em
conformidade com o art. 475-C do CPC [...]”.
Muita atenção neste julgado, uma vez que também pode vir a ser cobrado na prova subjetiva,
principalmente como tese de defesa da peça envolvendo responsabilidade civil.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
A questão aparenta ser complexa num primeiro momento, por envolver a existência de uma
concessão de serviço público, direito ambiental e responsabilidade civil, mas a solução jurídica
proposta pelo STJ é relativamente simples, e deve ser bem compreendida para permitir que o
aluno resolva situações concretas similares.
A controvérsia subjacente ao caso concreto consiste na análise sobre a indenizabilidade por danos
materiais e morais de atividades lícitas promovidas pelo Poder Público. Ao julgar o caso no REsp
1.371.834, o STJ se utilizou da doutrina do professor Celso Antônio Bandeira de Mello, que ensina
que o fato ou ato lesivo para que seja indenizável necessita ser:
(ii) especial, no caso de atos lícitos, isto é, particular à ou às vítimas e não um prejuízo
generalizado incidente sobre toda a sociedade. Se alcançasse a todos os cidadãos
configuraria ônus comum à vida em sociedade, repartindo-se, então, generalizadamente
entre seus membros;
A ideia de se indenizar os danos produzidos por atividades lícitas do Poder Público tem por
fundamento reparar o sacrifício que algumas pessoas sofreram por toda a coletividade e pelo
interesse público.
Deve o aluno se perguntar, neste momento: Então qual seria o erro da afirmativa?
O erro está em incluir o dano moral como objeto de indenização. Com efeito, o STJ entendeu no
julgamento do REsp 1.371.834 que não cabe dano moral, pois este tem como objetivo, na seara
ambiental, eliminar fatores que possam causar riscos intoleráveis. Em contrapartida, a construção
de hidrelétrica constitui atividade lícita e devidamente licenciada, objeto inclusive de compensação
ambiental.
Em síntese: não cabe dano moral decorrente de impacto ambiental produzido por atividades lícitas
promovidas pelo Poder Público.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 62. Segundo o STJ, é cabível reparação civil por danos morais decorrente de
vazamento de litros de amônia perpetrado por subsidiária de sociedade de economia mista,
que prejudicou as atividades desenvolvidas por pescadores profissionais devidamente
habilitados, não podendo se incluir no valor da indenização a ser arbitrado caráter punitivo.
COMENTÁRIO
O ponto que considero de maior importância do REsp 1.354.536 é o entendimento do STJ de que
não cabe atribuir caráter punitivo na fixação do valor do dano moral. Isso porque, para o STJ, o
ordenamento jurídico brasileiro não consagra o instituto de direito comparado dos danos punitivos
(punitive damages), haja vista que a responsabilidade civil por dano ambiental prescinde da culpa
e que, revestir a compensação de caráter punitivo propiciaria o bis in idem, pois a punição imediata
já é conferida pelo direito administrativo e penal.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 63. Segundo o STJ, a Teoria da Base Objetiva do Negócio Jurídico, prevista no
artigo 6º, inciso V, do CDC, se restringe às relações de consumo, não se admitindo extensão
às relações de direito civil mediante a aplicação da Teoria dos Diálogos das Fontes.
COMENTÁRIO
A questão foi extraída do julgamento do REsp 1.321.614, em que o STJ decidiu que a “[...] teoria
da base objetiva, que teria sido introduzida em nosso ordenamento pelo art. 6º, inciso V, do Código
de Defesa do Consumidor - CDC, difere da teoria da imprevisão por prescindir da previsibilidade de
fato que determine oneração excessiva de um dos contratantes. Tem por pressuposto a premissa
de que a celebração de um contrato ocorre mediante consideração de determinadas circunstâncias,
as quais, se modificadas no curso da relação contratual, determinam, por sua vez, consequências
diversas daquelas inicialmente estabelecidas, com repercussão direta no equilíbrio das obrigações
pactuadas [...]”.
Entendeu o STJ que não se poderia estender a Teoria da Base Objetiva, que exige apenas a
desproporcionalidade das prestações, para o campo das relações contratuais de direito civil, pois
o artigo 478 do CC/2002 expressa a superveniência e imprevisibilidade do evento.
Para aprofundamento do tema, recomendo a leitura do artigo “Revisão judicial dos contratos e
seus problemas contemporâneos”, do professor Otavio Luiz Rodrigues Junior, disponível em
http://www.conjur.com.br/2015-fev-02/direito-civil-atual-revisao-judicial-contratos-problemas-
contemporaneos.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 64. Segundo o STJ, o direito de reclamar pelos vícios de produto durável, ainda
que grave e produtor de danos, se submete ao prazo decadencial de 90 dias, nos termos do
artigo 26, inciso II, do CDC.
COMENTÁRIO
A clássica distinção entre vício e defeito do produto tem sido relativizada pela doutrina e pela
jurisprudência do STJ em algumas hipóteses. Tradicionalmente, o vício é conceituado como a
falha que compromete o produto em aspectos como quantidade, qualidade e eficiência, ou seja,
uma inadequação para os fins que se destina. Já o defeito se refere a circunstância que gere
insegurança do produto, implicando em responsabilidade pelo fato do produto.
Contudo, no julgamento do REsp 1.176.323, o STJ entendeu que um grave vício do produto,
ainda que não produza uma situação de insegurança, mas que cause dano material ou moral ao
consumidor, configura fato do produto, submetendo-se ao prazo prescricional de 5 anos, e não ao
prazo decadencial de 90 dias (ou 30 dias para produtos não duráveis).
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
O REsp 1.291.247, julgado no qual a questão se embasou, não é o mais recente sobre o assunto,
mas ajuda muito a fixar o ponto da matéria relativamente à teoria adotada pelo STJ no que tange
A dúvida que poderia surgir ao resolver a questão gravitava em torno da possibilidade de um recém-
nascido sofrer dano moral, ou seja, se a alteração negativa do ânimo do indivíduo é necessária
para formação do vínculo de responsabilidade civil.
Embora parte da doutrina sustente ser necessária a alteração negativa do ânimo do indivíduo, o STJ
tem entendido que basta uma simples ofensa a determinados direitos ou interesses. Isso porque
o evento danoso não se revela na dor, no padecimento, que são, na verdade, consequências do
dano, seu resultado. Assim, para o STJ, “[...] as crianças, mesmo da mais tenra idade, fazem jus
à proteção irrestrita dos direitos da personalidade, entre os quais se inclui o direito à integridade
mental, assegurada a indenização pelo dano moral decorrente de sua violação, nos termos dos
arts. 5º, X, in fine, da CF e 12, caput, do CC/02 [...]” (REsp 1037759/RJ).
Ressalte-se que há um julgado mais recente sobre o assunto, veiculado no Informativo 559 (REsp
1.245.550).
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Atenção porque o tema foi objeto de julgamento de recurso repetitivo pelo STJ. Importante,
primeiramente, entender do que se trata os denominados condomínios de fato. Como forma de
melhorar a segurança de bairros residenciais, não é incomum que moradores se reúnam para
fechar os logradouros públicos existentes, criando uma associação para organizar o funcionamento
desse condomínio de fato formado, bem como instituindo contrapartidas pecuniárias para custear
serviços como guarita, segurança, limpeza, etc.
Ocorre que referido fenômeno urbano não pode nem ser considerado um loteamento – regido
pela Lei Federal n.º 6.766/1979 –, porquanto não decorreu do parcelamento de gleba em lotes,
com abertura de novas vias de circulação; nem pode ser qualificado como um condomínio – nos
termos da Lei Federal n.º 4.591/1964 – uma vez que a aquisição de fração ideal do terreno não está
atrelada à atividade de incorporação imobiliária.
A ausência de disciplina legal gerou a controvérsia, ou seja, se deve o morador não associado ou
que não anuiu à formação da associação, mas que se beneficia dos serviços prestados, pagar a
contrapartida pecuniária instituída.
A solução conferida pelo STJ no julgamento do AgRg nos EAg 1385743⁄RJ foi no sentido de
proteger o princípio constitucional da liberdade associativa, formulando a tese de que “As taxas de
manutenção criadas por associações de moradores em condomínios de fato não obrigam os não
associados ou que a elas não anuíram”.
Por fim, atente-se que a tese do Ministro Relator Ricardo Villas Bôas Cuevas não foi a vencedora.
Para ele, na tentativa de conciliar a liberdade associativa com a proibição de enriquecimento
sem causa, a melhor solução seria a de que: “As ‘taxas’, contribuições de manutenção ou de
conservação criadas por associação de moradores ou administradora de loteamento só podem ser
impostas a proprietário de imóvel adquirido após a constituição da associação ou que a ela tenha
se associado ou aderido ao ato que instituiu o encargo”.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Depois de uma longa controvérsia sobre o tema, o STF finalmente resolveu a questão, decidindo,
em repercussão geral, no julgamento do RE 636.331, que devem prevalecer as Convenções de
Varsóvia e de Montreal, uma vez que o artigo 178 da CF/88 dispõe que “A lei disporá sobre a
ordenação dos transportes aéreo, aquático e terrestre, devendo, quanto à ordenação do transporte
internacional, observar os acordos firmados pela União, atendido o princípio da reciprocidade”.
Segundo o ministro Gilmar Mendes, o preceito da defesa do consumidor não é o único mandamento
constitucional que deve ser examinado neste caso. Isso porque a CF/88 também prevê a manutenção
da ordem econômica e a observância aos acordos internacionais.
GABARITO: ERRADO
DIREITO EMPRESARIAL
QUESTÃO 68. A instituição pode cobrar tarifa bancária pela liquidação antecipada do saldo
devedor, independentemente de quando tenha sido firmado o contrato de operações de
crédito e arrendamento mercantil.
COMENTÁRIO
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
b) coletivo: por sua vez, se dá quando contratado por uma empresa, conselho, sindicato ou
associação junto à operadora de planos de saúde para oferecer assistência médica e/ou odontológica
às pessoas ou seus dependentes relacionadas a essas entidades supracitadas.
De acordo com a ANS, o plano de saúde quando coletivo, ainda pode ser subdividido em:
b.1) empresarial, que assegura que a assistência médica e/ou odontológica dos beneficiários da
empresa contratante diante do vínculo empregatício ou estatutário;
b.2) por adesão, o qual é contratado por pessoas jurídicas de caráter profissional, classista ou
setorial, como conselhos, sindicatos, cooperativas e associações profissionais.
Dito isso, o Superior Tribunal de Justiça ao analisar o caso concreto entendeu que não existe
legislação no nosso ordenamento jurídico que assegure, em caso de migração do plano coletivo para
o individual, a manutenção dos valores de mensalidade determinados no plano coletivo empresarial
primitivo. Isso pois, no plano coletivo existe uma prévia negociação com base na quantidade de
pessoas que irá aderir a esse plano, o que assegura preços mais baratos, ao contrário do individual
em que não há essa negociação.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 70. Se houver a extinção das obrigações do falido esta extinção não se aproveita
aos codevedores.
COMENTÁRIO
De acordo com o STJ, no REsp 834.932-MG, julgado em 25/08/2015, a extinção das obrigações do
falido não extingue nem impede o prosseguimento de execução ajuizada contra os codevedores,
como o avalista e/ou o devedor solidário, conforme determina o art. 158, III, da Lei nº 11.101/2005.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 71. É necessária prévia autorização do cônjuge para que a pessoa preste aval
em títulos de créditos típicos.
COMENTÁRIO
O art. 1.647, III, do CC/02 determina que uma pessoa casada somente poderá prestar aval se
houver autorização do seu cônjuge, salvo se o regime de bens for da separação absoluta.
Em contrapartida, os títulos de créditos nominados/típicos, que são regidos por leis extravagantes,
não precisam seguir essa regra do art. 1.647, III, do CC/02.
Portanto, o aval dado aos títulos de créditos típicos não exige a outorga uxória ou marital.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
locatário para ingressar contra o empreendedor nas causas em que houver interesses relativos
ao estabelecimento empresarial, contanto que, no contrato firmado entre as partes, haja a
expressa destinação do espaço para a realização das atividades empresariais da sociedade
da qual faça parte.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 73. Nos termos da Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017, que altera o § 2º do art.
2º da CLT e acrescenta a ele o § 3º, o conceito de grupo econômico no âmbito trabalhista
sofre alteração, pois o seu reconhecimento ocorrerá tanto vertical quanto horizontalmente,
exceto quando houver mera identidade de sócios desprovida de interesse integrado, de
efetiva comunhão de interesses ou de atuação conjunta das empresas dele integrantes.
COMENTÁRIO
Atualmente, o art. 2º da CLT traz o conceito de empregador. Em seu parágrafo 2º, o referido
art. 2º, traz o conceito de grupo econômico. Atualmente, “sempre que uma ou mais empresas,
tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle
ou administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade
econômica, serão, para os efeitos da relação de emprego, solidariamente responsáveis a empresa
principal e cada uma das subordinadas”. Do exposto, verifica-se que a caracterização de grupo
econômico, hoje, requer que exista uma relação de subordinação entre as empresas. Ou seja,
deverá haver, por parte de uma empresa sobre as demais, direção, controle ou administração,
o que, doutrinariamente, convencionou-se denominar de grupo econômico vertical, pois há uma
hierarquia entre as empresas. Uma vez caracterizada a reunião das empresas como grupo
econômico, a responsabilidade entre as empresas será solidária, apesar de cada uma das unidades
manter personalidade jurídica própria. Isto é, “as entidades do grupo econômico respondem pelos
créditos laborais oriundos de certo contrato de emprego, ainda que firmado este exclusivamente
com uma única dessas entidades” (DELGADO, 2012, p. 411). Todavia, com a publicação da Lei
nº 13.467, de 13 de julho de 2017, positivou-se no § 2º do art. 2º da CLT, o reconhecimento
também de grupo econômico horizontal ou por coordenação, no qual não há necessidade de que
uma empresa controle, coordene ou administre as demais para fins de caracterização de grupo
econômico na seara trabalhista. Desse modo, a alteração do disposto no § 2º do art. 2º da CLT
é benéfica ao trabalhador, pois alarga o conceito de grupo econômico permitindo, atualmente,
seu reconhecimento tanto de forma vertical (por subordinação) quanto pela forma horizontal
(coordenação). Por sua vez, o § 3º, que foi introduzido ao art. 2º da CLT pela Lei nº 13.467/2017,
traz elementos que permitem definir o que não é grupo econômico. Refere o dispositivo que “não
caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo necessárias, para a configuração
do grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação
conjunta das empresas dele integrantes”. Verifica-se, portanto, que, além da ampliação do conceito
de grupo econômico, consolidou-se o entendimento jurisprudencial de que, para caracterizar grupo
econômico, é necessário haver comunhão de interesses, não bastando identidade de sócios.
TST. INFORMATIVO 83. “Existência de sócios comuns. Grupo econômico. Não caracterização.
Ausência de subordinação. O simples fato de duas empresas terem sócios em comum não autoriza
o reconhecimento do grupo econômico, pois este, nos termos do art. 2º, § 2º, da CLT, pressupõe
subordinação à mesma direção, controle ou administração, ou seja, exige uma relação de
dominação interempresarial em que o controle central é exercido por uma delas (teoria hierárquica
ou vertical).” Desse modo, a inserção do § 3º ao art. 2º da CLT positiva a necessidade de atuação
conjunta, com comunhão de interesses entre duas ou mais empresas que possuam sócio comum,
a fim de restar caracterizado o grupo econômico para fins trabalhistas. Assim, o teor do enunciado
da questão está correto, pois mescla o teor dos §§ 2º e 3º do art. 2º da CLT, respectivamente
alterado e inserido pela Lei nº 13.467/2017.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
A partir da edição da Lei nº 12.551, de 15 de dezembro de 2011, o caput do art. 6º da CLT passou
por alteração, bem como teve incluído o parágrafo único. Referida alteração veio a regulamentar
o teletrabalho, conhecido como aquele que é desenvolvido no domicílio do empregado, ou em
outro lugar, desde que seja prestado de forma remota, com remessa ou aproveitamento de dados
ou ações à distância, sendo que a subordinação, característica essencial à relação de emprego,
pode ser exercida por meios informatizados e telemáticos de controle e de supervisão. Ou seja,
o atual art. 6º e seu parágrafo único da CTL reconhecem a possibilidade da existência de vínculo
empregatício ainda que o trabalho seja prestado remotamente, uma vez que não distingue entre
o trabalho realizado no estabelecimento do empregador, o executado no domicílio do empregado
e o realizado a distância, desde que presentes os pressupostos da relação de emprego podendo,
no teletrabalho, o comando, controle e a supervisão serem realizados por meios telemáticos e
informatizados. Diante do exposto, o enunciado da questão trazida está incorreto. O tema ganha
relevância a partir da reforma trabalhista, inaugurada pela Lei nº 13.467/2017, que vem a disciplinar
pontos até então não enfrentados pela legislação, bem como a suprimir direitos que eram concedidos
ao trabalhador. Com a inserção do art. 75-A e seguintes na CLT, a Lei nº 13.467/2017 dispõe, no
art. 75-B sobre o conceito de teletrabalho referindo que é aquele realizado “preponderantemente”
fora das dependências do empregador. Significa que, ainda que empregado, eventualmente, preste
o seu serviço dentro das dependências do empregador, como, por exemplo, participe de reuniões
presenciais ou cursos, ainda assim o teletrabalho não estará descaracterizado. Ademais, o art.
75-B da CLT diferencia o teletrabalho do trabalho externo, uma vez que aquele é realizado de
modo preponderante fora das dependências do empregador, mas em um lugar fixo, enquanto este,
o trabalho externo, é prestado fora das dependências do empregador, porém em local variável.
Ademais, outra diferenciação entre eles está no controle da jornada, uma vez que o teletrabalhador
não está sujeito ao cumprimento de horários fixos, bem como não recebe horas extras, nos termos
do inciso III, acrescentado ao art. 62 da CLT pela Lei nº 13.467/2017, diferentemente, em regra, do
trabalhador externo, que exerça atividade externa compatível com a fixação de horário de trabalho
e, se comprovada a prestação de horas extras, receberá por elas. O art. 75-C da CLT exige que o
teletrabalho esteja formalmente disciplinado em contrato escrito prevendo, inclusive, as atividades
que serão desenvolvidas pelo empregado. Além disso, o § 1º do art. 75-C prevê a possibilidade de
ser alterado o regime de trabalho presencial para o teletrabalho, desde que seja feito de comum
acordo e conste de aditivo contratual. Por outro lado, se a transferência for do teletrabalho para o
trabalho presencial, o legislador entendeu que poderá haver determinação unilateral do empregador
desde que respeitado o período de transição mínimo de 15 dias com o correspondente aditivo ao
contrato. Ou seja, para o legislador, a possibilidade de o empregador requerer que o empregado
retorne ao trabalho presencial enquadra-se dentro do jus variandi, o qual consiste no poder de
direção do empregador por meio do qual pode alterar, de maneira unilateral, dentro dos limites
legais, as condições de trabalho de seus empregados. O art. 75-D da CLT traz, ainda, a necessidade
de que as disposições relativas à responsabilidade pela aquisição, manutenção ou fornecimento
dos equipamentos tecnológicos e da infraestrutura necessária e adequada à prestação do trabalho
remoto, bem como ao reembolso de despesas arcadas pelo empregado, deverão ser previstas em
contrato escrito e que essas utilidades não integram a remuneração do empregado. Por fim, o art.
75-E dispõe a respeito das instruções sobre precauções a tomar a fim de evitar doenças e acidentes
de trabalho, que são de responsabilidade do empregador e a necessidade de o empregado assinar
termo de responsabilidade comprometendo-se a seguir as instruções fornecidas pelo empregador.
No âmbito da AGU-PGF, a Portaria PGF nº 978, de 24 de dezembro de 2015, fixa as diretrizes
para a criação de Equipes de Trabalho Remoto no âmbito da Procuradoria Federal e dá outras
providências. Frente ao exposto, sugere-se ao candidato ficar atento à regulamentação atual e às
inovações legislativas, pois, não raro, as bancas trazem assertivas comparando os regramentos e,
ainda, exigindo que o candidato saiba se a alteração legislativa consolida o entendimento que já
estava presente no âmbito jurisprudencial e/ou doutrinário.
Teletrabalho
CLT (antes da
CLT (após a reforma)
reforma)
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 75. A reforma trabalhista, inaugurada pela Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017,
e com previsão de entrada em vigor em 120 dias a contar da data da sua publicação, prevê
que, caracterizada a sucessão empresarial ou de empregadores, as obrigações trabalhistas,
inclusive as contraídas à época em que os empregados trabalhavam para a empresa sucedida,
serão sempre de responsabilidade exclusiva do sucessor, inclusive quando comprovada a
fraude na transferência da sucedida para a sucessora.
COMENTÁRIO
Para responder a questão, o candidato deve estar atento às disposições da Lei nº 13.467/2017, a
qual se recomenda seja lida integralmente, fazendo-se um paralelo entre as disposições da CLT
atual e as inauguradas pela reforma trabalhista. Referida legislação insere, na CLT, o art. 448-A e
seu parágrafo único, que dispõem a respeito da responsabilidade em caso de sucessão empresarial
ou de empregadores, bem como em caso de fraude na sucessão. Antes de se adentrar no tema
da questão, deve ser esclarecido o conceito de sucessão empresarial, também conhecida como
alteração subjetiva do contrato, uma vez que é pré-requisito ao entendimento do tema. No dizer de
Delgado (2012, p. 414), “consiste no instituto justrabalhista em virtude do qual se opera, no contexto
da transferência de titularidade de empresa ou estabelecimento, uma completa transmissão de
créditos e de assunção de dívidas trabalhistas entre alienante e adquirente envolvidos”. A CLT
disciplina os reflexos da sucessão trabalhista em seus arts. 10 e 448. Enquanto aquele refere que “a
alteração na estrutura conjunta da empresa não afetará os direitos adquiridos por seus empregados”,
este determina que “a mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os
contratos de trabalho dos respectivos empregados”. Isto é, “havendo qualquer mudança na estrutura
jurídica da empresa, tais como alteração em seu fim social, a elevação de seu capital social, a
mudança de seu quadro societário ou a mudança do tipo de sociedade, os direitos adquiridos por
seus empregados não serão atingidos” (MACHADO, 2017, p. 17). Fixado o conceito, passa-se à
análise das disposições relativas à sucessão trabalhista trazida pela Lei nº 13.467/2017, eis que
é o cerne da questão sob comento. O teor do art. 448-A ao referir que, caracterizada a sucessão
empresarial ou de empregadores prevista nos arts. 10 e 448 desta CLT, as obrigações trabalhistas,
inclusive as contraídas à época em que os empregados trabalhavam para a empresa sucedida,
são de responsabilidade do sucessor” consolida entendimento que já era assente na jurisprudência
nacional. Observe-se: “OJ – SDI1 – 261. BANCOS. SUCESSÃO TRABALHISTA. As obrigações
trabalhistas. As obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas à época em que os empregados
trabalhavam para o banco sucedido, são de responsabilidade do sucessor, uma vez que a este
foram transferidos os ativos, as agências, os direitos e deveres contratuais, caracterizando típica
sucessão trabalhista.” Desse modo, ainda que exista sucessão de empregadores, a empresa
sucessora responde não só pela continuidade do contrato de trabalho, mas também assume todas
as dívidas contratuais da empresa que ela está sucedendo. Entretanto, se comprovada a fraude na
sucessão, a empresa sucedida responderá solidariamente com a sucessora. O intuito da norma é
evitar prejuízo ao trabalhador, que poderia, em caso de sucessão fraudulenta, ou seja, quando a
transferência da propriedade é feita para empresa deficitária que não dispõe de patrimônio suficiente
para a garantia das dívidas trabalhistas contraídas com os empregados, ficar desprovido de seus
direitos trabalhistas. Portanto, nesse caso, a legislação chamará ambas as empresas – sucessora
e sucedida – a arcar com a responsabilidade. Assim, a regra geral é de que a responsabilidade é da
empresa sucessora pelas obrigações decorrentes dos contratos de trabalho da sucedida, inclusive
aquelas contraídas quando os empregados trabalhavam para a empresa sucedida. A exceção fica
por conta da constatação de fraude na sucessão, caso em que a empresa sucedida responderá
solidariamente à sucessora. Desse modo, o teor do enunciado da questão sob análise está errado.
Deve ser observado que a inserção do art. 448-A e de seu parágrafo único à CLT vem ao encontro do
teor dos arts. 10 e 448 da CLT, uma vez que resguardam os direitos dos trabalhadores empregados
frente à sucessão empresarial privilegiando, assim, os princípios (a) da continuidade do contrato de
trabalho; (b) da despersonalização do empregador e (c) da inalterabilidade contratual, proibindo-
se a lesiva ao empregado, o que poderia ser explorado em uma questão mesclando o instituto da
sucessão empresarial e os princípios do direito do trabalho que ele realiza.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 76. Atualmente, o tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até
o local de trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte, não é computado
na jornada de trabalho, exceto quando se tratar de local difícil acesso ou não servido por
transporte público e o empregador fornecer a condução. Todavia, com a entrada em vigor
da Lei 13.457/2017, considerar-se-á que o tempo despendido pelo empregado desde a sua
residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou
por qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, será computado na
jornada de trabalho, por ser tempo à disposição do empregador.
COMENTÁRIO
As horas in itinere ou horas de trajeto expressam o tempo despendido pelo trabalhador entre a
sua residência e o local de trabalho. Atualmente, estão disciplinadas no § 2º do art. 58 da CLT, o
qual reproduziu o entendimento consagrado pela Súmula 90, I, do TST: “HORAS “IN ITINERE”.
TEMPO DE SERVIÇO (incorporadas as Súmulas nºs 324 e 325 e as Orientações Jurisprudenciais
nºs 50 e 236 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005. I - O tempo despendido pelo
empregado, em condução fornecida pelo empregador, até o local de trabalho de difícil acesso,
ou não servido por transporte público regular, e para o seu retorno é computável na jornada de
trabalho. (ex-Súmula nº 90 - RA 80/1978, DJ 10.11.1978)”. Portanto, a regra geral atual é de que
as horas de deslocamento do trabalhador entre a sua residência e o local de trabalho não são
computadas na duração da jornada de trabalho. Todavia, em caso de o local de trabalho (a) ser
de difícil acesso ou não ser guarnecido por transporte público; e (b) o empregador fornecer a
condução, as horas in itinere deverão ser computadas na jornada de trabalho, pois consideradas
como tempo à disposição do empregador conforme o disposto no caput do art. 4º da CLT. Todavia,
com a publicação da Lei nº 13.467/2017, o regramento das horas in itinere sofre alteração vista, em
regra, como prejudicial ao trabalhador, uma vez que o direito às horas in itinere foi suprimido. O § 2º
do art. 58 passa a disciplinar que o tempo despendido pelo empregado, desde a sua residência até
a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por qualquer meio
de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na jornada de trabalho,
uma vez que não é mais considerado tempo à disposição do empregador, em que pese a Lei nº
13.467/2017 não tenha alterado nem revogado o disposto no caput do art. 4º da CLT. Merece ser
observado que, diante da nova redação do § 2º do art. 58 da CLT, a Súmula 429 do TST passa a ser
inaplicável, pois determina que o período de deslocamento entre a portaria da empresa e o local
de trabalho, se superior a 10 (dez) minutos diários, deve ser considerado como tempo à disposição
do empregador e, portanto, deve ser computado na jornada de trabalho. Desse modo, cotejando-
se o enunciado da assertiva sob análise com o teor do atual § 2º do art. 58, atual e reformado pela
Lei nº 13.467/2017, verifica-se que o enunciado está errado.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
A CLT, em seu art. 840 determina quais são os requisitos da reclamatória trabalhista. Entretanto,
atualmente, o referido artigo não delimita como deve ser feito o pedido no rito ordinário, ou seja,
não traz de modo expresso que deve ser certo, determinado e com indicação de seu respectivo
valor. No rito sumaríssimo, por sua vez, a CLT disciplina, em seu art. 852-B, de que o pedido deve
ser certo, determinando e indicar o valor correspondente. A partir da entrada em vigor da Lei nº
13.467/2017, que altera o disposto no § 1º do art. 840 da CLT, haverá uma correspondência entre
o regramento do pedido, seja a reclamatória processada sob o rito ordinário ou sumaríssimo, o
que vem ao encontro do disposto no CPC, art. 324, uma vez que deverão trazer pedido certo,
determinado e com indicação de seu valor correspondente independentemente do rito sob o qual
tramitem. Ainda, o art. 840 da CLT ganha um § 3º com a reforma trabalhista, o qual disciplina que,
caso não atendidos os requisitos do § 1º, pela reclamatória trabalhista, o pedido – e não o processo
– será julgado extinto sem resolução de mérito. Essa nova previsão legal na seara trabalhista,
Petição inicial
CLT (antes da reforma) CLT (após a reforma)
Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou
verbal. verbal.
§ 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá § 1º Sendo escrita, a reclamação deverá
conter a designação do Presidente da Junta, conter a designação do juízo, a qualificação
ou do juiz de direito a quem for dirigida, a das partes, a breve exposição dos fatos de
qualificação do reclamante e do reclamado, que resulte o dissídio, o pedido, que deverá
uma breve exposição dos fatos de que resulte ser certo, determinado e com indicação de
o dissídio, o pedido, a data e a assinatura do seu valor, a data e a assinatura do reclamante
reclamante ou de seu representante. ou de seu representante.
§ 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a § 2º Se verbal, a reclamação será reduzida
termo, em 2 (duas) vias datadas e assinadas a termo, em duas vias datadas e assinadas
pelo escrivão ou secretário, observado, no que pelo escrivão ou secretário, observado, no que
couber, o disposto no parágrafo anterior. couber, o disposto no § 1º deste artigo.
§ 3º Os pedidos que não atendam ao
Sem dispositivo correspondente. disposto no § 1º deste artigo serão julgados
extintos sem resolução do mérito.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 78. É possível afirmar que, a partir da entrada em vigor da reforma trabalhista,
inaugurada pela Lei nº 13.467/2017, não haverá impacto na forma de contagem dos prazos
processuais trabalhistas, uma vez os prazos processuais continuarão a ser contados
em dias corridos, e não em dias úteis, diferentemente do NCPC e privilegiando o teor da
Instrução Normativa do TST nº 39, de 2016, que ratifica o princípio da celeridade na Justiça
Trabalhista.
COMENTÁRIO
Saraiva, 2003.
Prazo é o lapso de tempo fixado para a prática ou abstinência de atos, findos os quais atinge-se
a fase seguinte do processo (GIGLIO, 2003, p. 87). A partir da entrada em vigor da Lei nº 13.467,
em 11 de novembro de 2017, nos termos do seu art. 6º, a contagem dos prazos trabalhistas passa
a ser feita em dias úteis, vindo ao encontro do disposto no art. 219 do NCPC. Dispõe a nova
redação do art. 775 que os prazos estabelecidos neste Título, ou seja, os relacionados ao processo
do trabalho, serão contados em dias úteis, com exclusão do dia do início e inclusão do dia do
vencimento. A forma de exclusão ou inclusão, respectivamente, do dia inicial e final não se altera.
A alteração diz respeito ao cômputo somente de dias úteis na contagem dos prazos processuais
trabalhistas, alargando-se, por conseguinte, o seu termo final. Mas, afinal, o que se considera dia
útil para fins processuais trabalhistas? Tendo em vista que a CLT é omissa quanto à definição do
que seria dia útil, pode-se fazer uso, valendo-se do disposto em seu art. 769 (“Nos casos omissos,
o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo
em que for incompatível com as normas deste Título”), do disposto no art. 216 do NCPC. Referido
dispositivo processual civil refere que, além dos declarados em lei, são feriados, para fins forense,
os sábados, os domingos e os dias em que não existir expediente forense. Portanto, todos os dias
em que não for feriado, serão considerados dias úteis para fins processuais. Assim, a regra trazida
pela Lei nº 13.467/2017 ao caput do art. 775 da CLT aproxima o direito processual trabalhista
do direito processual civil. Esmiuçando-se e comparando-se o teor dos dispositivos da CLT e do
NCPC, verifica-se, ainda, que a CLT previu de modo mais ampla a contagem em dias úteis do que
o NCPC, uma vez que não restringe o cômputo aos prazos em dias, ao contrário do NCPC, que
determina que, na contagem de prazo em dias, tanto os estabelecidos por lei como os fixados pelo
juiz, serão computados somente os dias úteis. Significa dizer que o direito processual civil exclui do
cômputo em dias úteis os prazos convencionais, os prazos em horas, meses e anos. Todavia, até
que a Lei nº 13.467/2017 entre em vigor, os prazos processuais trabalhistas devem ser computados
de modo contínuo, ou seja, não se lhes aplicando a regra do cômputo em dias úteis. Inclusive, esse
entendimento foi trazido pela Instrução Normativa do TST nº 39/2016, a qual refere que a contagem
dos prazos em dias úteis não é transposta para o processo do trabalho, conforme preconiza o seu
art. 2º, inciso III. O fundamento seria a ausência de omissão da CLT, uma vez que seu atual art.
775 disciplina a forma de cômputo dos prazos, bem como a incompatibilidade com os preceitos
trabalhistas, que requerem celeridade no atendimento das demandas do trabalhador. Portanto,
o enunciado da questão ora analisada está errado, uma vez que faz referência à não ingerência
da Lei nº 13.467/2017 nos prazos processuais trabalhistas. Convém, ainda, complementar que a
CLT, em seu art. 775, incisos I e II, mantém a possibilidade de prorrogação dos prazos pelo juiz
pelo tempo estritamente necessário e desde que ele entenda necessário ou restar comprovada a
ocorrência de força maior. Entretanto, não há menção do que se considera como necessário para
a prorrogação dos prazos processuais pelo juiz, podendo-se trazer à baila a dicção do art. 765 da
CLT e do art. 139 do CPC, o qual dispõe que caberá ao juiz dirigir o processo devendo, dentre
outras incumbências, dilatar os prazos processuais a fim de conferir maior efetividade à tutela do
direito. Por fim, cumpre observar que a doutrina entende não ser possível a dilação de prazos
peremptórios, motivo pelo qual restringe o disposto no inciso I do § 1º do art. 775 da CLT (com
redação dada pela Lei nº 13.467/2017) aos prazos dilatórios, ou seja, aqueles fixados em normas
dispositivas que podem ser ampliados ou reduzidos de acordo com a convenção das partes.
Prazos
CLT (antes da reforma) CLT (após a reforma)
Art. 775. Os prazos estabelecidos neste
Título serão contados em dias úteis, com
Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título exclusão do dia do começo e inclusão do dia
contam-se com exclusão do dia do começo do vencimento.
e inclusão do dia do vencimento, e são § 1º Os prazos podem ser prorrogados,
contínuos e irreleváveis, podendo, entretanto, pelo tempo estritamente necessário, nas
ser prorrogados pelo tempo estritamente seguintes hipóteses:
necessário pelo juiz ou tribunal, ou em virtude
de força maior, devidamente comprovada. I - quando o juízo entender necessário;
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
“Intercorrente é a prescrição que flui durante o desenrolar do processo” (DELGADO, 2012, p. 272).
Conforme a Súmula 114 do TST, a prescrição intercorrente não ocorre no processo trabalhista:
“PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. É inaplicável
na Justiça do Trabalho a prescrição intercorrente”. Entende o TST que, devido à falta de higidez
econômica de empresas que surgem e desaparecem rapidamente no mercado, sem integralizar
capital nem patrimônio, deixando os empregados a descoberto, bem como a fim de assegurar a
efetividade das decisões judiciais, não se admite que o devedor possa, após o transcurso do prazo
transcricional de dois anos simplesmente requerer o arquivamento da ação sob o fundamento da
ocorrência de prescrição intercorrente. Deve ser observado que a prescrição intercorrente não é
aceita nem no processo de cognição nem no processo de execução trabalhista. O fundamento
reside no art. 878 da CLT, por meio do qual a execução pode ser promovida de ofício pelo juiz, o
qual consagra o princípio do impulso oficial. Todavia, ao mesmo tempo em que o TST entende ser
inaplicável a prescrição intercorrente no âmbito trabalhista, o STF entende ser possível conforme
o disposto em sua Súmula 327. Apesar de aparentemente incompatíveis, ambas as súmulas
convivem harmonicamente. Observe-se: em regra, a prescrição intercorrente não se aplica no
âmbito processual trabalhista conforme a Súmula 114 do TST. Todavia, caso o exequente, intimado
para a prática de ato que a ele cabe praticar, quedar-se inerte por mais de 2 (dois) anos, então,
seria possível de ser pronunciada a prescrição intercorrente julgando-se extinto o processo de
execução, a pedido do executado, nos termos da Súmula 327 do STF (DELGADO, 2012, p. 273).
Delgado (2012, p. 273) observa que a ausência de atos executórios derivada da falta de bens do
executado, por exemplo, não enseja a pronúncia da prescrição, uma vez que a inércia processual
não é passível de ser atribuída ao exequente. Portanto, cotejando-se o teor do enunciado da
questão com o entendimento sumulado do TST, tem-se que, atualmente, a assertiva está correta.
Ocorre que, com a entrada em vigor da Lei nº 13.467/2017 (reforma trabalhista), a prescrição
intercorrente passará a ser aceita na seara trabalhista aproximando-se do entendimento trazido
pela Súmula 327 do STF. Para tanto, dispõe a CLT, em seu art. 11-A, caput, c/c § 1º, inseridos pela
Lei nº 13.467/2017, que a prescrição intercorrente será pronunciada no prazo de 2 (dois) anos,
tendo início quando o exequente deixar de cumprir determinação judicial no curso da execução.
Ou seja, se, por inércia ou desídia do credor-exequente, a execução ficar paralisada, então, sim,
terá início a fluência do prazo prescricional intercorrente, o que difere por exemplo, do exequente,
intimado, informar que não localizou bens do executado passíveis de penhora. Ademais, no caso
da prescrição intercorrente, a legislação expressamente admite que poderá ser pronunciada de
ofício pelo juiz, isto é, sem que ocorra requerimento do executado nos termos do § 3º do art. 11-A
da CLT. Desse modo, recomenda-se ao candidato traçar um paralelo entre as Súmulas 114 do TST,
327 do STF e, ainda, o art.11-A e seus parágrafos, da CLT.
Prescrição intercorrente
CLT (antes da reforma) CLT (após a reforma)
Art. 11. (...) Art. 11. (...)
Sem dispositivo Art. 11-A. Ocorre a prescrição intercorrente no processo do
correspondente. trabalho no prazo de dois anos.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
O acordo extrajudicial é aquele firmado entre empregado e empregador fora do âmbito da Justiça
do Trabalho. A partir da entrada em vigor da Lei nº 13.467/2017, a Justiça do Trabalho será
competente para decidir acerca da homologação de acordo extrajudicial em matéria de competência
da Justiça do Trabalho. Observe-se que a alínea “f”, inserida pela Lei nº 13.467/2017, no art. 652
da CLT, prevê que o juiz irá decidir se homologa ou não o acordo extrajudicial. Significa dizer que
o juiz não está obrigado a homologar o acordo feito extrajudicialmente. Inclusive, o TST possui
entendimento sumulado dispondo a respeito da faculdade do juiz em homologar ou não acordo, o
que está em consonância com o texto legal trazido pela reforma trabalhista. SÚMULA Nº 418 DO
TST. MANDADO DE SEGURANÇA VISANDO À HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO (nova redação
em decorrência do CPC de 2015) - Res. 217/2017 - DEJT divulgado em 20, 24 e 25.04.2017.
“A homologação de acordo constitui faculdade do juiz, inexistindo direito líquido e certo tutelável
pela via do mandado de segurança.” Isto é, caso o juiz verifique, por exemplo, estar-se diante
de lide simulada com o intuito de prejudicar terceiro ou, ainda, de acordo lesivo aos interesses
do trabalhador, poderá deixar de homologar o acordo que lhe é apresentado, sendo, nesses
casos, um dever seu, e não uma faculdade, sob pena de afronta à legislação. Assim, prevista a
possibilidade de a Justiça do Trabalho homologar acordos feitos extrajudicialmente entre empregado
e empregador, cabe analisar como se dará esse procedimento. A reforma trabalhista prevê que
a homologação de acordo extrajudicial tratar-se-á de procedimento de jurisdição voluntária,
tendo reservado a regulamentação da matéria nos arts. 855-B a 855-E da CLT. O acordo, então,
deverá ser apresentado ao juiz em petição conjunta, e não podem as partes valer-se do mesmo
advogando, devendo estar, cada uma, representada por seu advogado. Em que pese a reforma
insira disposição na CLT a respeito do procedimento de jurisdição voluntária para homologação de
acordo extrajudicial, ela não permite que o prazo previsto no § 6º do art. 477 seja desrespeitado
sob pena de o empregador ter que arcar com o pagamento da multa do § 8º do art. 477 da CLT.
Significa dizer que, ainda que exista acordo extrajudicial, firmado entre empregado e empregador,
não poderá o empregador desrespeitar o disposto nos §§ 6º e 7º do art. 477 da CLT, ainda que o
trabalhador concorde. Assim, uma vez recebida a petição do acordo, o juiz analisará e, se entender
necessário, designará audiência e, após, proferirá sentença. Por fim, deve-se observar que o art.
855-E da CLT refere que o prazo prescricional ficará suspenso apenas em relação aos direitos
contidos na petição do acordo extrajudicial e voltará a fluir do dia seguinte ao do trânsito em julgado
da decisão denegatória da homologação do acordo. Portanto, o trabalhador deve ficar atento ao
fato de que direitos não transacionados entre as partes e, por conseguinte, excluídos da petição do
acordo, não terão seus prazos prescricionais suspensos.
Acordo extrajudicial
CLT (antes da
CLT (após a reforma)
reforma)
Art. 652. - Compete às
Juntas de Conciliação Art. 652. - Compete às Varas do Trabalho:
e Julgamento:
Sem dispositivo f) decidir quanto à homologação de acordo extrajudicial em matéria
correspondente. de competência da Justiça do Trabalho.
Art. 855-B. O processo de homologação de acordo extrajudicial
terá início por petição conjunta, sendo obrigatória a representação
das partes por advogado.
Sem dispositivo
§ 1º As partes não poderão ser representadas por advogado
correspondente.
comum.
§ 2º Faculta-se ao trabalhador ser assistido pelo advogado do
sindicato de sua categoria.
Art. 855-C. O disposto neste Capítulo não prejudica o prazo
Sem dispositivo
estabelecido no § 6º do art. 477 desta Consolidação e não afasta
correspondente.
a aplicação da multa prevista no § 8º art. 477 desta Consolidação.
Art. 855-D. No prazo de quinze dias a contar da distribuição da
Sem dispositivo
petição, o juiz analisará o acordo, designará audiência se entender
correspondente.
necessário e proferirá sentença.
Art. 855-E. A petição de homologação de acordo extrajudicial
suspende o prazo prescricional da ação quanto aos direitos nela
Sem dispositivo especificados.
correspondente. Parágrafo único. O prazo prescricional voltará a fluir no dia
útil seguinte ao do trânsito em julgado da decisão que negar a
homologação do acordo.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 81. A Convenção de Haia sobre Direito dos Tratados de 1969, ratificada e
promulgada pelo Brasil, tem por objetivo a codificação das regras do Direito Internacional
consuetudinário para harmonizar a elaboração, interpretação, ratificação, denúncia e a
extinção dos tratados internacionais.
COMENTÁRIO
O CESPE/CEBRASPE costuma trocar conceitos ou nomes de certos institutos para buscar confundir
o candidato na hora da prova. A questão é simples, mas a atenção é algo indispensável para
prova dessa banca. A afirmativa está errada na medida que aponta cidade diversa daquela onde
foi elaborada a convenção, permanecendo correta sua parte final. A Convenção de Viena sobre
Direito dos Tratados foi efetivamente assinada em 1969 na cidade de Viena, Áustria, e constitui
principal instrumento internacional sobre a elaboração, interpretação, ratificação, denúncia e a
extinção dos tratados internacionais, razão pela qual o conhecimento e o domínio do seu conteúdo
são indispensáveis na solução de questões sobre o tema dos tratados. Essa convenção buscou na
codificação e o desenvolvimento dos direitos dos tratados, a promoção da manutenção da paz e da
segurança internacional, aprimorando o desenvolvimento das relações amistosas e a consecução
da cooperação entre as nações, propósitos enunciados na Carta das Nações Unidas (DECRETO
Nº 7.030, DE 14 DE DEZEMBRO DE 2009).
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 82. A Santa Sé, entidade que comanda a Igreja Católica Apostólica Romana, tem
a capacidade de celebrar tratados, participar de organizações internacionais e exercer o
direito de enviar e receber agentes diplomáticos.
COMENTÁRIO
A resposta está correta. A Santa Sé é entidade sui generis de direito internacional que comanda
a Igreja Católica Apostólica Romana. Essa entidade exerce a soberania no território do Vaticano
e com este não se confunde. O status de sujeito de direito internacional foi adquirido pela Santa
Sé em razão da sua atuação e influência histórica nas relações internacionais, remontando aos
tempos em que a religião exercia papel central no estabelecimento de comportamentos sociais
e estatais. O Estado da Cidade do Vaticano foi criado com a celebração do Tratado de Latrão,
entre a Itália e a Santa Sé em 1929, com a cessão de um pequeno território na cidade de Roma.
Nesse acordo foi reconhecida a soberania da Santa Sé no estado do Vaticano, encerrando antigas
disputas sobre os chamados Estados Pontifícios. Por fim, a capacidade de legação, ou seja, de
enviar e receber agentes diplomáticos, é exercida pela Santa Sé, que atua em nome do Estado da
Cidade do Vaticano. As suas missões diplomáticas são chamadas nunciaturas apostólicas e são
chefiadas pelos Núncios Papais ou Apostólicos, posto equivalente ao de embaixador (PORTELA,
Paulo Henrique Gonçalves. Direito internacional público e privado. Salvador: Juspodivm, 2015, p.
158-159).
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Trata-se de questão muito importante nos concursos da AGU, tanto é que foram cobradas duas
questões na última prova para Procurador Federal. Fiquem atentos!
A imunidade de jurisdição nas relações internacionais sempre foi um tema que gerou diversos
debates na comunidade acadêmica, por envolver o poder jurisdicional de um lado e a soberania
estatal do outro. A doutrina e a jurisprudência brasileira apontam duas fases de análise quanto
a imunidade dos Estados. A imunidade de jurisdição no processo de conhecimento diz respeito
a possiblidade ou não desses agentes internacionais serem demandados no judiciário de um
terceiro Estado contra a sua vontade. Modernamente, se construiu o entendimento de que esse
direito é relativo, havendo uma distinção dos atos praticados no exercício de suas prerrogativas
soberanas (atos de império), i.e, o ato de concessão de visto ao um estrangeiro, e aqueles em
que a atuação do Estado é equiparada a de um particular (atos de gestão), como no aluguel de
um imóvel para abrigar uma embaixada. No Brasil, construiu-se uma jurisprudência permissiva
à apreciação pelas autoridades judiciárias nos litígios que envolvam atos de gestão do Estados,
mitigando, assim, imunidade de jurisdição. Por outro lado, a imunidade de execução se relaciona
A jurisprudência está atenta a essa diferenciação, tanto é que a questão transcreve parte do recente
julgado RE 1034840/DF do Supremo Tribunal Federal, que reafirmou a jurisprudência dominante
na corte, exatamente no sentido de que organismos internacionais não podem ser demandados
em juízo, salvo renúncia expressa à imunidade de jurisdição. Conforme ficou bem destacado pelo
Ministro Relator Luiz Fux, “a imunidade de jurisdição e de execução não é, necessariamente,
atributo inerente a essas pessoas jurídicas de direito internacional”. Porém, no caso concreto,
a organização estava respaldada por duas convenções internacionais que foram ratificadas e
internalizadas pelo Brasil, razão pela qual restava garantida a sua imunidade de jurisdição.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
A Constituição Federal prevê em seu art. 12, § 3º, que são cargos privativos de brasileiros natos os
cargos: de Presidente e Vice-Presidente da República; de Presidente da Câmara dos Deputados;
de Presidente do Senado Federal; de Ministro do Supremo Tribunal Federal; da carreira diplomática;
de oficial das Forças Armada; e, de Ministro de Estado da Defesa. Acredito que essa lista já esteja
na ponta da língua de vocês, entretanto é preciso lembrar que é possível que a própria Constituição
crie outras distinções entre brasileiros natos e naturalizados (art. 12, § 2º). Como é o caso do art.
89, VII, que exige a condição de brasileiro nato para compor o Conselho da Republica. Outro caso
menos lembrado e previsto na Carta Magna diz respeito às empresas jornalísticas e de radiodifusão
sonora e de sons e imagens, onde há a exigência de o brasileiro ter se naturalizado há mais de dez
anos para o exercício de certas funções. (Art. 222, caput, e §§ 1º e 2º, da CF). Por certo a questão
está errada, já que não é exigido ao cargo de Advogado-Geral da União a condição de brasileiro
nato, nos termos do art. 131, § 1º, da CF.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 85. Li Chin Nam e Hoo Sun Nam, casados e cidadãos da Coréia do Sul, estavam
a serviço do Japão promovendo programas sociais de combate à fome e a desnutrição no
Brasil. Considerando tais fatos, eventual filho do casal nascido no Brasil é considerado
brasileiro nato, nos termos da Constituição Federal.
COMENTÁRIO
A Constituição Federal do Brasil adota um critério misto para a aquisição da nacionalidade, aceitando
tanto o jus solis, quanto o jus sanguinis, a depender do enquadramento fático. Seu art. 12, I, a,
dispõe que caso os pais estrangeiros estejam servindo seu país no Brasil, um eventual filho do
casal não adquire a nacionalidade nata brasileira, regra bastante comum no direito comparado. Por
outro lado, caso os estrangeiros sirvam a país distinto do seu, não deve ser aplicada a parte final do
inciso, fazendo com que seus filhos adquiram nacionalidade brasileira nata, em razão do jus solis
caso tenham nascido no território nacional. Esse é justamente o caso da questão, que, portanto,
está correta.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 86. Segundo entendimento do STJ, para que haja a condenação pelo crime do
art. 89 da Lei nº 8.666/93, consistente no ato de dispensar ou inexigir licitação fora das
hipóteses previstas em lei, é prescindível a demonstração de que houve prejuízo ao erário.
COMENTÁRIO
Não são numerosos os principais crimes que interessam aos concursos da advocacia pública,
motivo pelo qual é imprescindível conhecer a jurisprudência relacionada. A questão cobrou um
conhecimento específico sobre a jurisprudência do STJ a respeito do crime previsto no artigo 89
da Lei nº 8.666/93, que se consolidou no sentido de que a tipificação de referida infração penal
depende a presença do dolo específico de causar dano ao erário e a caracterização do efetivo
prejuízo. O entendimento proferido pela Corte Especial do STJ na AP 480, passou a ser seguido
pelas duas turmas integrantes da 3ª Seção (RHC 70.752 – 5ª Turma; e HC 343715 – 6ª Turma).
O aspecto importante da questão, e que poderia induzir a erro o aluno, é saber que no STF houve
uma reinstauração da controvérsia que estava anteriormente pacificada. Isso porque, no julgamento
da AP 971 (Informativo 856), a 1ª Turma passou a adotar o entendimento de que “[...] O crime do
art. 89 da Lei 8.666/93 é formal, consumando-se tão somente com a dispensa ou inexigibilidade
de licitação fora das hipóteses legais. Não se exige, para sua configuração, prova de prejuízo
financeiro ao erário, uma vez que o bem jurídico tutelado não se resume ao patrimônio público,
mas coincide com os fins buscados pela CF/88, ao exigir em seu art. 37, XXI, licitação pública que
assegure igualdade de condições a todos os concorrentes [...].”
Prestem muita atenção sempre no comando do enunciado, verificando de qual tribunal superior
está se cobrando o posicionamento jurisprudencial.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 87. O crime de desacato não mais subsiste em nosso ordenamento jurídico
por ser incompatível com o artigo 13 do Pacto de San José da Costa Rica, incorrendo em
inconvencionalidade.
COMENTÁRIO
Naquela oportunidade, a 5ª Turma do STJ entendeu que o crime de desacato não mais subsistiria
no ordenamento jurídico, por ser incompatível com o artigo 13 do Pacto de San José da Costa Rica.
Ocorre que a 3ª Seção do STJ, órgão que reúne os Ministros da 5ª e 6ª Turmas, decidiu em
sentido contrário no HC 379.269/MS, afirmando que “desacatar funcionário público no exercício da
função ou em razão dela continua a ser crime, conforme previsto no art. 331 do Código Penal”. O
julgamento, que ocorreu em 24/05/2017, por ser mais recente e proferido pela seção em detrimento
do entendimento da turma, é o que deve ser adotado para responder questões objetivas.
O caso foi notícia no site do STJ, que destacou a guinada jurisprudencial: http://www.stj.jus.br/
sites/STJ/default/pt_BR/Comunica%C3%A7%C3%A3º/noticias/Not%C3%ADcias/Terceira-
Se%C3%A7%C3%A3º-define-que-desacato-continua-a-ser-crime
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 88. A colaboração é um meio de obtenção de prova cuja iniciativa não se submete
à reserva de jurisdição, diferentemente do que ocorre nas interceptações telefônicas ou na
quebra de sigilo bancário ou fiscal.
COMENTÁRIO
Deveria o aluno recordar que a colaboração premiada está prevista, dentre outros diplomas
normativos, no artigo 3º, inciso I, da Lei Federal nº 12.850/2013, inserido no Capítulo II intitulado
como “Da investigação e dos Meio de Obtenção de Prova”. A corroborar o conceito de meio de
obtenção de prova, e não meio de prova, recorde-se o conteúdo do artigo 4º, § 16, da Lei Federal nº
12.850/2013, que determina que nenhuma sentença condenatória será proferida com fundamento
apenas nas declarações de agente colaborador.
Sobre este ponto, no julgamento da Pet 7074 (Informativo 870), o STF apresentou importantes
fundamentos para retirar o juiz do acordo de colaboração premiada, que ajudam a tornar a letra da
lei menos árida:
(i) caso o magistrado interagisse nas negociações, haveria uma grave violação do sistema
acusatório e um seríssimo risco de contaminação da sua imparcialidade, considerando que as
informações enunciadas pelo eventual colaborador iriam incutir no julgador preconcepções sobre
o próprio delator e seus comparsas. Se as negociações não culminassem com um acordo, a
opinião do julgador a respeito do investigado/denunciado já estaria construída em seu psicológico
considerando que teria ouvido confissões sobre os fatos criminosos.
(ii) a simples presença do juiz da causa na tentativa de acordo poderia exercer uma indevida
coerção velada para que o investigado/acusado aceitasse eventual proposta, o que contraria a
natureza do instituto já que a colaboração deve ser voluntária.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 89. Viola o entendimento da SV 14-STF a decisão do juiz que nega a réu denunciado
com base em um acordo de colaboração premiada o acesso a outros termos de declarações
que não digam respeito aos fatos pelos quais ele está sendo acusado, especialmente se tais
declarações ainda estão sendo investigadas.
COMENTÁRIO
Assim como conhecer o teor das súmulas vinculantes é fundamental para a prova, saber a forma de
aplicação de cada enunciado pelo STF é muito importante. O site do STF tem uma seção dedicada
à “Aplicação das Súmulas no STF” (http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/menuSumario.asp),
e em cada uma das súmulas há uma parte denominada “Jurisprudência posterior ao enunciado”,
que deve ser conhecida pelo aluno.
Dispõe a Súmula Vinculante 14 que: “É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso
amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por
órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.”
A questão exigia o posicionamento do STF sobre se poderia o advogado do réu denunciado com
base em colaboração premiada invocar a Súmula Vinculante 14 para ter acesso a outros termos
das declarações deduzidas pelo colaborador.
A solução da controvérsia, julgada nos autos da Reclamação 22009 (Informativo 814), foi no
sentido de que a Súmula Vinculante 14 não alberga essa hipótese, uma vez que a jurisprudência
do STF protege o direito do defensor apenas ao acesso das “provas já produzidas e formalmente
incorporadas ao procedimento investigatório, excluídas, consequentemente, as informações e
providências investigatórias ainda em curso de execução e, por isso mesmo, não documentados
no próprio inquérito ou processo judicial” (STF. 2ª Turma. HC 93.767, Rel. Min. Celso de Mello, DJe
de 01-04-2014).
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Cuidado porque, embora o entendimento do STF tenha se tornado bastante conhecido, as idas e
vindas da jurisprudência somadas ao nervosismo da prova podem confundir na hora de responder.
Isso porque o STF, no julgamento do HC 84078 (julgado em 05/02/2009), entendeu que a CF/88
prevê que ninguém poderá ser considerado culpado até que haja o trânsito em julgado da sentença
penal condenatória, nos termos do artigo 5º, LVII, da CF/88. O entendimento perdurou por muitos
anos.
GABARITO: CERTO
Caros alunos, o edital base para a elaboração das assertivas será o edital do Concurso
de Procurador Federal de 2013, pelo CESPE. No entanto, como é de conhecimento de
todos, em 2015, foi aprovado um novo Código de Processo Civil, com novos institutos,
os quais não existiam na legislação anterior e, por isso, naturalmente não foram
levados em conta pelo edital de Procurador Federal. Pensando nessa problemática, as
assertivas de processo civil terão como base principal o edital de procurador federal,
no entanto, para alguns itens específicos, levarei em conta o recente edital do CESPE
para procurador de Sergipe. Este edital, embora muito mais sucinto do que o edital de
procurador federal, trata de algumas novidades do CPC/2015, que provavelmente serão
cobradas no próximo concurso.
Dentre temas não cobrados no concurso de 2013 tem-se os precedentes, o Incidente
de Assunção de Competência, a desconsideração da personalidade jurídica, a Lei
14.140/2015, dentre vários outros.
QUESTÃO 91. Quando a parte é detentora do benefício da justiça gratuita, mesmo que o
recurso verse tão somente sobre os honorários advocatícios, há a dispensa do preparo.
COMENTÁRIO
A assertiva é falsa. Veja-se que o art. 99, § 5º, do CPC/2015 afirma o seguinte: “Na hipótese do §
4º, o recurso que verse exclusivamente sobre valor de honorários de sucumbência fixados
em favor do advogado de beneficiário estará sujeito a preparo, salvo se o próprio advogado
demonstrar que tem direito à gratuidade”.
A lógica por trás desse texto normativo é a de que o benefício da justiça gratuita é personalíssimo.
Portanto, ele não se estende ao advogado e nem aos sucessores da parte (art. 99, § 6º).
Um destaque é o de que, caso o recurso verse, por exemplo, sobre um dos pedidos da parte
(exemplo: danos morais) e os honorários advocatícios, o benefício é aplicável. Ou seja, apenas
finda o benefício se o recurso for exclusivo em relação aos honorários advocatícios.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 92. Caso a intimação de um determinado acórdão seja realizada por oficial de
justiça, o prazo será iniciado do cumprimento do mandado.
COMENTÁRIO
Em regra, o prazo recursal é iniciado com a intimação. No entanto, como definido pelo STJ no tema
359 (REsp 1.632.777/SP; REsp 1.632.497/SP), sendo a intimação/citação por correio (art. 231, I
do CPC/2015), oficial de justiça (art. 231, II do CPC/2015), ou por carta de ordem, precatória ou
rogatória (art. 231, VI do CPC/2015), o prazo recursal inicia-se com a juntada aos autos do aviso
de recebimento, do mandado cumprido ou da juntada da carta.
A assertiva, por conta disso, está incorreta. Eis que o prazo apenas seria iniciado da data da
juntada do respectivo mandado de intimação aos autos e não do seu cumprimento.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Em outros termos, existiriam duas opções para o reconhecimento da fraude à execução: i) registro
da penhora do bem alienado, nos termos do art. 828, caso em que haverá presunção absoluta
de conhecimento do terceiro da pendência do processo e, por isso, “Presume-se em fraude à
execução a alienação ou a oneração de bens efetuada após a averbação” (§ 4º). Esse raciocínio
é igualmente reforçado pelo art. 792, I, do CPC: Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é
considerada fraude à execução: I - quando sobre o bem pender ação fundada em direito real
ou com pretensão reipersecutória, desde que a pendência do processo tenha sido averbada no
respectivo registro público, se houver; ou ii) deverá o exequente comprova a má-fé do terceiro
adquirente.
No entanto, é necessário destacar o § 2º, do art. 792, segundo o qual, “No caso de aquisição de
bem não sujeito a registro, o terceiro adquirente tem o ônus de provar que adotou as cautelas
necessárias para a aquisição, mediante a exibição das certidões pertinentes, obtidas no
domicílio do vendedor e no local onde se encontra o bem”. Note-se que o texto normativo
altera o entendimento do STJ no repetitivo mencionado e na súmula 375, fazendo com que, no
caso de bens não sujeitos a registro, haja uma presunção de má-fé, cabendo ao terceiro
adquirente e não ao exequente a comprovação da boa-fé. Trata-se de um dispositivo que se
aplica aos bens móveis, eis que alguns não são sujeitos a registro.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 94. A extinção por abandono de causa sempre depende de requerimento do réu.
COMENTÁRIO
A assertiva é falsa. De acordo com o art. 485, III, do CPC/2015, “O juiz não resolverá o mérito
quando: (...) III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar
a causa por mais de 30 (trinta) dias”. No entanto, no mesmo artigo, há uma exigência para tal
extinção, eis que, de acordo com o “§ 6º Oferecida a contestação, a extinção do processo por
abandono da causa pelo autor depende de requerimento do réu”.
De qualquer forma, havendo essa espécie de extinção, antes ou depois de oferecida a contestação,
o § 1º exige que, “Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada pessoalmente
para suprir a falta no prazo de 5 (cinco) dias”. Ou seja, o juiz deve intimar a parte para que dê o
devido andamento ao processo.
Veja-se que o CPC/2015 vai além do conteúdo da súmula 240 do STJ, segundo a qual “A extinção
do processo, por abandono da causa pelo autor, depende de requerimento do réu’’. Nessa súmula
não havia menção à necessidade de ter havido prévio oferecimento da contestação.
Isso significa que, após a entrada em vigor do CPC/2015, para que haja a necessidade de pedido
do réu, a contestação deve já ter sido oferecida. Há um detalhe que precisa ser observado:
quando a contestação ainda não tiver sido oferecida, o juiz poderá extinguir o processo por
abandono da causa de ofício.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 95. Em uma ação de responsabilidade civil ajuizada contra a União Federal, para
que a Advocacia-Geral da União concorde com a desistência, a parte autora deve renunciar
expressamente ao direito sobre que se funda a ação.
COMENTÁRIO
De acordo com o art. 485, § 4º, do CPC, “Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o
consentimento do réu, desistir da ação”. Aponte-se ainda que, de acordo com o STJ, a discordância
do réu acerca da desistência deve ser devidamente fundamentada para ser aceita (STJ, Resp
241.780, 2000). Aponte-se ainda que a desistência é do processo, não do direito material, podendo
a parte ingressar novamente com a mesma ação.
A questão é que, em algumas situações, existem particularidades. De acordo com o art. 3º, da
Lei 9.469/1997, “As autoridades indicadas no caput do art. 1º poderão concordar com pedido
de desistência da ação, nas causas de quaisquer valores desde que o autor renuncie
expressamente ao direito sobre que se funda a ação”. As autoridades mencionadas pelo art.
Em outros termos, para a AGU, a desistência do autor depende de que ele renuncie
expressamente ao direito sobre que se funda a ação, não bastando a desistência da ação.
Um último aspecto sobre esse regime está no parágrafo único do art. 3º, segundo o qual “Quando a
desistência de que trata este artigo decorrer de prévio requerimento do autor dirigido à administração
pública federal para apreciação de pedido administrativo com o mesmo objeto da ação, esta não
poderá negar o seu deferimento exclusivamente em razão da renúncia prevista no caput deste
artigo”.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 96. A ação rescisória, quando busca desconstituir sentença condenatória que
fixou honorários advocatícios sucumbenciais, deve ser proposta não apenas contra o titular
do crédito principal formado em juízo, mas também contra o advogado em favor de quem
foi fixada a verba honorária.
COMENTÁRIO
A assertiva está correta, inclusive, decorrente de decisão publicada no informativo 605 do STJ
(REsp 1.651.057-CE, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 16/5/2017, DJe 26/5/2017). Imagine a
situação em que uma determinada sentença julga procedente o pedido de João, condenando o
réu a pagar-lhe 100 mil reais e condena também o réu a pagar aos advogados de João (André e
Carla) 10% de honorários sucumbenciais. Se o réu quiser ajuizar ação rescisória para discutir a
sentença rescindenda (mérito e honorários), os réus da rescisória serão João e seus advogados
André e Carla.
Para entender essa questão, cabe salientar que o CPC não traz nenhuma norma positiva expressa
acerca da legitimidade passiva para a ação rescisória. Tanto o art. 487 do CPC/73, como o art. 967
do CPC/2015, tratam apenas e tão somente da responsabilidade ativa - razão pela qual, para a
solução da lide, devem incidir as regras normais da legitimidade passiva extraídas da teoria geral
do processo. Assim sendo, a definição dos legitimados passivos na ação rescisória deve se dar
da mesma maneira como ocorre nas demandas em geral, visto se tratar de um meio autônomo
de impugnação das decisões judiciais. Para saber quem deve figurar como réu é preciso atentar,
portanto, para aquele que terá ou poderá ter seus direitos, concretamente definidos pela sentença
rescindenda, afetados pelo julgamento a ser proferido. O principal critério a ser considerado é,
portanto, o pedido deduzido no juízo rescisório.
Conforme informado pela teoria da asserção, devem estar no polo passivo da demanda
todos aqueles e somente aqueles que possam ser afetados pelo provimento do pedido. Se
a legitimidade passiva é definida, essencialmente, a partir do pedido formulado, não há nenhum
obstáculo de ordem técnico-jurídica que impeça a atribuição da legitimidade passiva a quem não
tenha sido parte no processo matriz. Desde que essa pessoa tenha obtido, por meio da sentença
rescindenda, a certificação de uma situação jurídica que lhe seja favorável, terá ela interesse na
manutenção do decisum, ostentando, por isso, legitimidade passiva para figurar na ação rescisória.
Isso sucederá, por exemplo, quando a ação rescisória buscar desconstituir somente o capítulo
da sentença que fixou os honorários advocatícios. Nessa situação, o titular do direito material
discutido na ação rescisória, haja vista o art. 23 da Lei n. 8.906/1994, e também o art. 85,
caput, do CPC, é o próprio advogado, e não a parte cujos interesses ele patrocinou. Assim, se
o advogado pode vir a ser implicado com o julgamento da ação rescisória, detém, inegavelmente,
legitimidade passiva para a causa.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 97. Na execução fiscal, a extinção do processo por abandono da causa sempre
depende de requerimento do executado.
COMENTÁRIO
A assertiva está incorreta. Como se viu na assertiva 94, a extinção do processo por abandono da
causa dependerá de requerimento do réu caso oferecida a contestação. Por óbvio, na execução
fiscal, não há contestação, sendo a defesa realizada por meio dos embargos.
Foi destacado no mencionado precedente que “a razão para se exigir o requerimento de extinção
do processo pela parte contrária advém primacialmente da bilateralidade da ação, no sentido de
que também assiste ao réu o direito à solução do conflito. Por isso que o não aperfeiçoamento da
relação processual impede presumir-se eventual interesse do réu na continuidade do processo, o
qual, em sua visão contemporânea, é instrumento de realização do direito material e de efetivação
da tutela jurisdicional, sendo de feição predominantemente pública, que não deve prestar obséquios
aos caprichos de litigantes desidiosos ou de má-fé.
Portanto, nas execuções fiscais, caso esta não tenha sido embargada, poderá ser extinta de ofício
mesmo sem requerimento do executado.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
A assertiva está incorreta. Primeiro, é preciso destacar que é, sim, cabível a reclamação para
garantir a observância de decisão do STF. Tal previsão não consta dos incisos do art. 988, mas do §
5º, II: § 5º É inadmissível a reclamação (...) II – proposta para garantir a observância de acórdão
de recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida ou de acórdão proferido em
julgamento de recursos extraordinário ou especial repetitivos, quando não esgotadas as instâncias
ordinárias”.
De toda forma, é preciso prestar atenção: não há necessidade de utilização dos embargos de
declaração para que haja o esgotamento das vias ordinárias. O problema nesse caso foi que esse
recurso foi utilizado e estava pendente de julgamento. Mas, caso não tivesse havido utilização
dos embargos de declaração, as vias ordinárias teriam sido esgotadas, pois do acórdão do
tribunal apenas seriam cabíveis o resp e o rext.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Em relação aos honorários, não há o seu tratamento na lei dos juizados especiais cíveis no âmbito da
justiça federal, sendo tal tema regulado pelo art. 55 da Lei 9.099/1995, segundo o qual: “A sentença
de primeiro grau não condenará o vencido em custas e honorários de advogado, ressalvados os
casos de litigância de má-fé. Em segundo grau, o recorrente, vencido, pagará as custas e
honorários de advogado, que serão fixados entre dez por cento e vinte por cento do valor de
condenação ou, não havendo condenação, do valor corrigido da causa”.
Isso significa que existem duas possibilidades para a condenação em honorários nos juizados: i) no
primeiro grau, quando haja constatação de litigância de má-fé e ii) caso haja recurso, o recorrente,
caso vencido, pagará as custas e honorários de advogado, que serão fixados entre dez por cento e
vinte por cento do valor de condenação ou, não havendo condenação, do valor corrigido da causa.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 100. A cláusula de reserva de plenário aplica-se às turmas recursais dos juizados.
COMENTÁRIO
Ocorre que, de acordo com o STF, “A regra da chamada reserva do plenário para declaração de
inconstitucionalidade (art. 97 da CF) não se aplica, deveras, às turmas recursais de Juizado
Especial” (RE 453.744-AgR, voto do Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 13-6-2006, Primeira
Turma, DJ de 25-8-2006.). Isso ocorre porque as turmas recursais não são consideradas como
tribunais (esse mesmo raciocínio é utilizado pelo STJ para não admitir a utilização de recurso
especial de decisão de turma recursal).
Em precedente mais recente, o STF foi ainda mais didático na abordagem do tema: “O art. 97 da
Constituição, ao subordinar o reconhecimento da inconstitucionalidade de preceito normativo a
decisão nesse sentido da “maioria absoluta de seus membros ou dos membros dos respectivos
órgãos especiais”, está se dirigindo aos tribunais indicados no art. 92 e aos respectivos órgãos
especiais de que trata o art. 93, XI. A referência, portanto, não atinge juizados de pequenas
causas (art. 24, X) e juizados especiais (art. 98, I), os quais, pela configuração atribuída pelo
legislador, não funcionam, na esfera recursal, sob regime de plenário ou de órgão especial”.
(ARE 792.562 AgR, rel. min. Teori Zavascki, j. 18-3-2014, 2ª T, DJE de 2-4-2014).
GABARITO: ERRADO
QUESTÕES DISSERTATIVAS
ORIENTAÇÃO: Procure responder com consulta tão somente à legislação seca e com
agilidade, a fim de simular a situação encontrada em prova.
DIREITO TRIBUTÁRIO
“Foi ajuizada uma execução fiscal de crédito tributário federal em face da FAMILIA STARK LTDA,
cujo quadro societário era composto por LYANNA STARK e NED STARK, cabendo apenas a este
a administração da sociedade. Em cumprimento de mandado de citação, em 20/01/2017, o Oficial
de Justiça certificou que a empresa se encontrava com as portas fechadas e que os vizinhos
informaram que a empresa não funcionava há mais de seis meses. Em 20/07/2017, após ser
devidamente citado, NED STARK faleceu, deixando os filhos ARYA e JOÃO DAS NEVES”.
Analisando o caso narrado, responda, de forma fundamentada, de acordo com o CTN e entendimento
jurisprudencial, aos seguintes questionamentos:
a) Podem LYANNA, NED, ARYA e JOÃO DAS NEVES ser responsabilizados pelo pagamento
do crédito tributário cobrado na execução fiscal?
A resposta para correção individualizada pode ser enviada para o seguinte e-mail, até o dia 26/08/2017:
profcei.rodolfocursino@gmail.com - LIMITE 30 LINHAS
Em seu texto,
3 – aborde o instituto sob as inovações trazidas pela reforma trabalhista (Lei nº 13.467/2017).
A resposta para correção individualizada pode ser enviada para o seguinte e-mail, até o dia 26/08/2017:
profcei.mariannamotta@gmail.com - LIMITE 30 LINHAS
PEÇA JUDICIAL
ORIENTAÇÃO: Procure responder com consulta tão somente à legislação seca e com
agilidade, a fim de simular a situação encontrada em prova.
DIREITO CIVIL
Tendo sido designado para oficiar no caso, na qualidade de procurador federal, elabore a
medida judicial em toda a extensão cabível, abordando necessariamente a aplicação dos
conceitos de princípio da autonomia universitária e de ação coletiva passiva em relação ao
caso concreto.
Dispense o relatório.
A resposta para correção individualizada pode ser enviada para o seguinte e-mail, até o dia 26/08/2017:
profcei.rubensventura@gmail.com - LIMITE 150 LINHAS
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