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Laboratório de Mecânica dos Solos

Índice Suporte Califórnia

ENSAIO DE ÍNDICE DE SUPORTE CALIFORNIA (ISC) (NBR 9895/87)


CALIFORNIA BEARING RATIO (CBR)

INTRODUÇÃO

O CBR determina o valor relativo de suporte dos solos através de ensaios com amostras
deformadas, moldadas na umidade ótima obtida do ensaio de compactação realizado previamente no material.
É um ensaio de grande valor na técnica rodoviária, é a base do dimensionamento de pavimentos flexíveis.
Padronizado pelo Departamento de Estradas e Rodagens no seu DPT­M­50­64.

DISCUSSÕES GERAIS

O CBR mede a resistência do solo sob condições controladas de umidade e densidade. O ensaio
leva a um número de capacidade de suporte (CBR), que não é uma constante para o solo, pois aplica­se a
uma condição bem definida de moldagem do material.

EQUIPAMENTOS

Balança com capacidade de 20 kg, sensível a 5 g;


Peneiras com abertura de malha de 19 e 4,76 mm;
Estufa (105 a 110) o​ ​C;

Almofariz e mão de gral;
Cápsulas metálicas;
Cilíndrico com 15,27 cm de diâmetro interno e 17,78 cm de altura (ver figura 1);
Cilindro complementar com 5,08 cm de altura e diâmetro interno de 15,27 cm(ver figura 1);
Prato da base perfurado com 24 cm de diâmetro e com dispositivo de fixação do molde cilíndrico;
Disco espaçador maciço de aço com 15,08 cm de diâmetro e 6,35 cm de altura(ver figura 1);
Soquete cilíndrico para compactação, com altura de queda de 45,72 cm, 4,5 kgf de peso e 5,08 cm de
diâmetro;
Prato perfurado com 14,92 cm de diâmetro e 5 mm de espessura, com haste central ajustável,
constituída de uma parte fixa rosqueada e camisa rosqueada internamente com a face superior plana
para contato com o extensômetro;
Tripé porta­extensômetro, com dispositivo de fixação do extensômetro;
Disco anelar para sobrecarga, com 2,263 kgf de peso, diâmetro interno de 5,39 cm e externo
14,92 cm;
Extensômetro com curso mínimo de 10 mm e graduação de 0,01 mm;
Prensa para determinação do CBR (ver figura 1);
Extrator de amostras;
Tanque de imersão;
Papel filtro circular de 15 cm de diâmetro;
Bandejas metálicas;
Régua biselada;
Espátulas;
Proveta de vidro graduada.

Procedimento

O ensaio compreende quatro fases:


I) Preparação da amostras,
II) Moldagem do corpo de prova,
III) Expansão e
IV) Penetração.
I e II ­ Preparação e Moldagem da Amostra​ :

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1. A amostra de solo é seca ao ar, destorroada com a mão de gral, homogeneizada e quarteada. O
material é passado na peneira de 3/4" (19,1 mm) donde se separa 6 kgf para o caso de solos argilosos
ou siltosos e 7 kgf para o caso solos arenosos ou pedregulhosos. Determina­se a umidade
higroscópica.
1. A moldagem deve ser feita exatamente na umidade ótima, determinada previamente por ensaio de
compactação realizado na energia de compactação definida por norma, segundo o tipo de obra.
Adiciona­se, então, a quantidade de água necessária para que a umidade do solo atinja a ótima.
Homogeneiza­se a amostra com a água e procede­se a compactação do solo dentro do molde.
1. O solo é compactado em 5 camadas aproximadamente iguais, utilizando­se o soquete de 4,53 kg,
caindo de uma altura de 45,72 cm e aplicando­se o número de golpes em cada camada calculado a
partir da energia de compactação desejada. A energia de compactação deve ser a mesma daquela
utilizada no ensaio de compactação referido no item anterior.
1. Após a moldagem deve­se determinar a umidade de moldagem observando variação máxima de ​ 0,5
ponto percentual da ótima.

III ­ Expansão da Amostra​


:

Uma das vantagens deste ensaio é a possibilidade de determinação da expansão do solo compactado
quando submetido a um acréscimo de umidade. Para isto a amostra compactada deverá ser imersa por um
período de tempo suficiente para que seja atingida a saturação quase completa. Esta fase é também
preparatória para a fase seguinte, onde efetivamente será determinado o valor da capacidade de suporte do
solo.

1. Terminada a moldagem, remove­se o cilindro com o corpo de prova compactado da base e retira­se o
disco espaçador. Novamente prende­se o molde com o corpo de prova à base, desta vez com o vazio
deixado pelo disco espaçador virado para cima.
2. Monta­se o aparato para medição da expansão da amostra no vazio deixado pelo disco. Este aparato
consta de sobrecarga e extensômetro montado sobre um tripé que é apoiado na borda do cilindro.
1. O conjunto é colocado no tanque de imersão com uma lâmina d'água de aproximadamente 1" acima da
borda do molde que contém o c.p. compactado. O conjunto fica imerso durante 96 horas e devem ser
feitas leituras de 24 em 24 horas.

A expansão varia com a natureza do solo. Por exemplo, os solos turfosos e argilosos (classificados
pelo sistema HTRB como A­6, A­7, A­8) podem sofrer expansões superiores a 10 %.
Existem especificações para o uso dos solos em construções de estradas e aeroportos tomando como
base esta propriedade:
base e sub­base: expansão máxima 1 %
subleitos: expansão máxima 3 %

IV ­ Ensaio de Penetração​
:

Após a fase de imersão submete­se o solo compactado, confinado pela sobrecarga, a um esforço de
penetração aplicado por um pistão de 4,96 cm de diâmetro aplicado a uma velocidade constante de 0,05"/min.
A penetração do pistão provoca uma ruptura localizada na superfície da amostra e as tensões de
penetração são lidas em um anel dinamométrico fixo que é ligado ao pistão. Estas leituras de tensão são
feitas para valores pré­definidos de penetração do pistão no solo. Para se controlar as deformações de
penetração, utiliza­se um segundo extensômetro apoiado sobre a borda do molde com a amostra compactada.
Nesta fase, o procedimento será:

1. Completadas as 96 horas, anota­se o valor final da expansão dado no extensômetro e retira­se a


amostra de dentro do tanque de imersão. Desmonta­se o aparato montado para medição da expansão
da amostra e deixa­se escorrer o excesso de água por 15 minutos.
2. Recoloca­se a sobrecarga diretamente sobre o solo compactado e leva­se o conjunto para a prensa do
CBR.
1. Zeram­se os extensômetros do anel dinamométrico e das deformações. Aplica­se a velocidade de
0,5’’/min e iniciam­se as leituras.
2. Fazem­se as leituras no anel dinamométrico a medida em que as deformações pré­fixadas para as
penetrações forem sendo acusadas no extensômetro das deformações.

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Apresentação dos Resultados e Cálculos​


:

Calcula­se as pressões de penetração multiplicando­se as leituras do anel por sua constante.


Representa­se graficamente os valores obtidos de Pressão de Penetração x Penetração do pistão
no solo, resultando numa curva. Observar então o formato da curva, se ela apresentar algum ponto de
inflexão deve­se fazer uma correção como apresenta­se na figura 2 a seguir.
Calcula­se a relação entre a pressão de penetração no solo ensaiado e numa brita padrão para os
valores de penetração de 0,1" e 0,2". O maior dos dois valores será o CBR do solo.

Valores Típicos​
:

Na tabela abaixo apresentam­se os valores de CBR exigidos para especificação de pavimentos


rodoviários. Apresentam­se também os tipos de solos que tipicamente os fornecem (símbolos do Sistema
Unificado de Classificação ­ SUC e do Highway Research Bureau – HRB).

CBR Qualidade do Classificação


Uso
% Solo
SUC HRB
0–3 muito pobre sub­grade OH, CH, MH, OL A­5, A­6, A­7
3–7 pobre a regular sub­grade OH, CH, MH, OL A­4, A­5, A­6, A­7
7 – 20 regular sub­base OL, CL, ML, SC, SM, SP A­2, A­4, A­6, A­7
GM, GC, SW, SM, SP, A­1­b, A­2­5,
20 – 50 bom base, sub­base
GP A­3, A­2­6
> 50 excelente base GW, GM A­1­a, A­2­4, A­3

Figura 1 – Detalhes do Molde de Compactação e da Prensa para o CBR.

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Figura 2 – Correções para a curva Pressão x Penetração do Ensaio CBR.

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