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Cármen Freire
Cármen Freire
(Baronesa de Mamanguape)
1855-1891
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É isso!
Iba Mendes
ÍNDICE
No deserto.......................................................................................... 15
Ninho vazio....................................................................................... 15
Mártir............................................................................................... 16
Ilusão................................................................................................. 17
Escrava................................................................................................ 17
O cemitério...................................................................................... 18
Abraço eterno.................................................................................... 18
Enferma............................................................................................. 19
A pérola.............................................................................................. 20
Ouvindo............................................................................................. 20
Entre deuses.................................................................................... 21
Celeste................................................................................................. 21
Fantástico............................................................................................ 22
Volve................................................................................................... 23
Noite em Santa Teresa...................................................................... 23
A uma estrangeira............................................................................ 24
Oriental.............................................................................................. 25
D'après nature..................................................................................... 25
Luís Ulhand....................................................................................... 26
Adormecida.................................................................................... 27
Vinte e dois de agosto...................................................................... 27
A Musa.............................................................................................. 28
Inverno.............................................................................................. 29
Alvoradas........................................................................................... 30
A lua.................................................................................................... 30
Aposta de Cristo................................................................................ 32
À minha amiga.................................................................................. 33
Vendaval.......................................................................................... 34
Luar na solidão.................................................................................. 34
Balata................................................................................................ 35
Alvoradas.......................................................................................... 36
Seus olhos........................................................................................... 36
A morte.............................................................................................. 37
Noiva morta................................................................................... 38
Finge................................................................................................... 38
Meia-noite........................................................................................ 39
Treze de Maio................................................................................. 39
Ao heroico generalíssimo Manoel Deodoro da Fonseca............. 40
Melancolia........................................................................................ 41
Descrença........................................................................................... 41
Simille.............................................................................................. 42
Resposta a Artur Azevedo............................................................... 43
Pantum................................................................................................ 43
Quando a vi morta............................................................................ 44
Contraria, contraris... ...................................................................... 45
Estrofes............................................................................................... 45
CÁRMEN FREIRE
E eu escrevia:
A toilette é a mulher.
1
Era impossível que toda aquela distinção de fidalga, escapada à
corte de Luiz XIV, fosse uma vulgaridade.
Guarde o que ela diz, porque ela diz a verdade; escreva o que ela
dita e os mil leitores que hoje riram da sua simpleza, cada um há de
ter um dia em que há de a compreender e...
Aos cem mil leitores de O Paiz vou dar mel pela boca, fechando esta
prosa chilra com esta chave de ouro que furtei ao livro:
NO DESERTO
Apenas retifico que o prefácio não é escrito pelo Sr. Rui Barbosa.
6
Uma vez, em sua casa, quando a conversa era mais animada, ela
levanta-se repentinamente, pega de um lápis e escreve de um jato
aquele belo soneto noiva morta, que todos conhecem.
GUIMARÃES PASSOS
Rio, setembro de 1891.
7
CATORZE PÉROLAS
8
escrevi o teu nome: primeiro, porque o teu nome é tão puro, que só
deve ser dito de joelhos e escrito a letras de ouro, como o nome da
Virgem, num missal precioso; e, segundo, por que a Gazeta de
Notícias é um jornal sério, e não me paga crônicas para que eu as
transforme em alcoviteiras do meu namoro.
FANTÁSTICO
9
Abre um caixão, em lágrimas desfeita!
Treme, soluça, e rápida se deita
Nos hirtos braços do finado amante.
OLAVO BILAC
Da "Gazeta de Notícias" de 15 de maio de 1890.
10
UM LÍRIO QUE VEM
11
Mas o fato social que para mim representa o livro de versos da Sra.
baronesa de Mamanguape é ser um protesto contra a indiferença
que até hoje tem assinalado a mulher brasileira na evolução da
literatura nacional. Confessemos com dor, mas confessemos
francamente, a mulher brasileira não tem até hoje exercido a menor
influência, no desenvolvimento artístico e literário, não quer exercer
essa influência, a evita e foge.
12
Onde estão as soirées em que Pardal Mallet fizesse cintilar seus
paradoxos originais e Olavo Bilac recitasse os seus mais belos
versos, onde Aluízio Azevedo lesse algum romance inédito e Raul
Pompeia uma de suas crônicas semanais? O nosso bom burguês
ainda considera o escritor público como um vadio perigoso que a
polícia por prudência deve trazer sob sua continua vigilância, com
termo de bem viver assinado. E a senhora brasileira limita suas
manifestações artísticas a bocejar no teatro lírico, porque a moda
assim o exige, porque é uma ostentação de luxo.
Ainda uma veze por todos estes motivos — seja bem vindo o futuro
livro da distinta poetisa.
IGNOTUS
(Do Correio do Povo de 25 de maio de 1890).
14
VISÕES E SOMBRAS
NO DESERTO
NINHO VAZIO
MÁRTIR
16
ILUSÃO
A ESCRAVA
O CEMITÉRIO
ABRAÇO ETERNO
18
Nenhum rumor escuta. Pressurosa
Tateia, experimenta, volta, insiste,
E entra na terra onde ninguém existe
Frio suor detém-na angustiosa.
ENFERMA
(À minha filha)
19
A PÉROLA
OUVINDO
(A Mariquinhas de Assumpção Chaves)
ENTRE DEUSES
(A meu marido)
CELESTE
(A Bibi Ribeiro)
FANTÁSTICO
A UMA ESTRANGEIRA
HENRI MURGER
(A Orozimbo Muniz Barreto)
24
ORIENTAL
(A meu filho Décio Freire)
D’APRÈS NATURE
(LUÍS ULHAND)
ADORMECIDA
A MUSA
INVERNO
A LUA
30
Dize se as nuvens formosas,
Quando se fundem num beijo,
Sentem no seio o lampejo
Das estrelas luminosas.
Desvenda-me os esplendores
Do céu coalhado de estrelas,
Que a gente parece, ao vê-las,
Vê-lo coberto de flores,
APOSTA DE CRISTO
32
Tua palavra mágica emudece,
Morres tranquilo, mudo, solitário...
À MINHA AMIGA
(Eutália de Barros Gurgel do Amaral)
33
O VENDAVAL
LUAR NA SOLIDÃO
BALATA
(A Guimarães Passos)
— Endechas apaixonadas
Têm muitíssimo valor;
Porém se por mim suspiras
Nas cordas endulçuradas
Da lira;
Se o teu amor é sincero,
Em troca do meu amor,
Trovador, apenas quero
Tua lira, trovador.
ALVORADAS
SEUS OLHOS
A MORTE
37
NOIVA MORTA
FINGE
MEIA- NOITE
TREZE DE MAIO
(A Isabel a redentora)
AO HEROICO GENERALÍSSIMO
MANOEL DEODORO DA FONSECA
40
MELANCOLIA
DESCRENÇA
SIMILLI
PANTUM
QUANDO A VI MORTA
(A Rosalino marques de Leão)
CONTRARIA, CONTRARIS...
ESTROFES
(Ao Dr. Camargo)
Ó fantasia! ó quimera!
Como adormeces o mal
Que em nosso caminho impera!
Consolas qualquer mortal,
Ó fantasia! ó quimera!