Você está na página 1de 39

Capítulo 1

“A palavra de Deus pode curar os males que afligem o seu coração”

“Queres ser curado?”


A cura interior pela palavra de Deus Texto base: João 5.1-9

Na busca de conhecer a vontade de Deus para nossa vida certamente nos surpreendemos com sua bondade e
seu cuidado e com aquilo que ele tem preparado para nós.
Podemos nos espantar também ao descobrir que esses planos divinos, esses projetos celestiais correm o risco
de nunca sair do papel, de jamais tornar-se realidade. Isso acontecerá se a nossa vontade estiver em oposição à de
Deus.
É comum o homem experimentar dor e sofrimento por ignorar a vontade do Senhor.
A pergunta feita por Jesus ao paralítico ainda permanece atual, através dela o Senhor chama a atenção não
somente para a necessidade da cura interior, mas também para o papel fundamental que a vontade humana
desempenha na obtenção da mesma. (livre arbítrio)

Nos pavilhões de Betesda


Betesda era um dos lugares mais importantes e frequentados de Jerusalém. A descida ocasional de um anjo
àquelas águas conferia-lhe um poder miraculoso.
Tanta fama e tradição, porém, não fazia de Betesda um bom lugar de se visitar. Atraídos pela possibilidade
de cura centenas de doentes iam até lá e ficavam estendidos pelo chão aguardando o mover das águas. Como apenas
uma pessoa podia ser curada de cada vez, para a maioria delas isso se tornava uma enorme decepção.
Curas milagrosas eram presenciadas de vez em quando, mas doença e sofrimento todos os dias.
Assim como o paralítico de Jerusalém, milhares de pessoas têm feito da vida uma verdadeira peregrinação
em busca de curas de seus sofrimentos. Já foram em diversos lugares, experimentaram muitos recursos e fizeram de
tudo na esperança de ser felizes.
A igreja, como verdadeira “casa de misericórdia espiritual”, também tem atraído uma multidão de enfermos,
cegos, coxos, paralíticos. Da mesma maneira que acontecia em Betesda, muitas pessoas vão aos cultos, domingo após
domingo e ainda estão interiormente enfermos.

Culpando os outros
Jesus faz uma pergunta surpreendente e ao mesmo tempo desconcertante: “Queres ser curado?”
Que espécie de pergunta era aquela? Com que intenção foi feita?
A vontade de ser curado, no entanto, não era tão evidente quanto poderíamos imaginar a princípio. Ele não
respondeu à pergunta de Cristo, mas começou a desenrolar uma fileira de lamentações (conferir v.7)
Diante da possibilidade de cura, ele falou dos obstáculos com que se deparava, podemos concluir que ele era
muito infeliz e culpava os outros por isso (os amigos que o abandonaram e os outros doentes que os antecediam no
tanque). Ele não enxergava os demais enfermos como companheiros do mesmo infortúnio, mas como concorrentes da
mesma sorte.
Muitas pessoas que buscam algum tipo de aconselhamento normalmente chegam falando e reclamando de
outros. A família não as compreende, a igreja não as ama, o mundo não se importa com elas. Só depois de muita
conversa expõe suas falhas e necessidades.
Muitas vezes nos colocamos na posição de vítimas. Pensando assim tornamo-nos cada vez mais amargos,
impotentes e menos capazes de experimentar uma mudança significativa em nossa vida.

Apegando-se à doença
No antigo oriente, mendigar podia ser um bom negócio, principalmente em Jerusalém. Os judeus além de
entregarem seus dízimos no templo dispensavam altos valores também em compras e em esmolas para os pobres.
Assim, os pedintes eram razoavelmente bem-sucedidos. É fato que a sua vida não era lá grande coisa, mas essa prática
garantia-lhes o sustento da casa e uma rotina mais ou menos previsível.
“Queres ser curado?” É uma pergunta que aponta para o papel decisivo da vontade humana no processo da
cura. A pergunta de Jesus merece um exame de consciência, mesmo que à primeira vista ela pareça tola e até ofensiva,
dirige-se ao mais profundo da nossa alma, ao mais íntimo do nosso ser. Sua enfermidade lhe dá a oportunidade de
culpar Deus e o mundo por seus infortúnios?

A cura interior e a luta interior


Muitos de nós, para sermos sarados, temos que enfrentar uma verdadeira batalha interior. Tem gente que
simplesmente não sabe viver sem a sua enfermidade.
Há também aqueles que fazem da doença a única maneira de se relacionar com outros. Graças à enfermidade
podem conversar com o médico, receber visita dos filhos ou obter o favor dos pais. Porém mais cedo ou mais tarde as
pessoas se cansam de tanta lamentação e se afastam, deixando o doente murmurando: “ninguém se importa comigo”.
Há também os que fazem da doença a única maneira de se relacionar com Deus. Seus tremores e palpitações
são todo o conteúdo de suas orações.
Se você quer culpar seus pais, seus vizinhos, Deus e o mundo pelos seus sofrimentos, então nunca será
curado, pois precisa de sua mágoa para viver.
Se você quer conquistar a piedade das pessoas com a sua inferioridade e seu sofrimento, então jamais
receberá a cura, pois precisa de sua autoestima em baixa para sobreviver.
Se você não quer assumir compromissos, tampouco será curado, pois necessita do seu medo pra viver.
Quando o homem é confrontado com a pergunta de Jesus, vê travar-se em seu interior uma verdadeira
batalha. Mergulha num conflito entre o desejo de ser saudável e livre e o de apegar-se à doença e às vantagens que
aprendeu a extrair dela.
Jesus pede-nos algo difícil e radical. Apela para nossa vontade de crescer, ter saúde e libertação. Quando
essa vontade existe, o coração torna-se um terreno fértil no qual pode ser lançada a palavra de cura. Quando ela existe,
segue-se uma ação decisiva e confiante, uma disposição fundamental de colocar em prática os princípios revelados
pela Palavra de Deus.
Deus tem uma palavra de cura para seu coração. Ela (a Palavra de Deus) tem o poder de nos consolar nos
momentos difíceis (Sl 119.50). Ela tem a capacidade de cicatrizar feridas abertas. Mas como a boa semente depende
de um solo adequado para germinar e dar o seu fruto, a Palavra de Deus precisa encontrar um coração com vontade e
fé para liberar todo seu potencial de cura e renovação (Hb 4.2).
“Queres ser curado?” indaga-nos hoje o Mestre, despertando nossas mais profundas esperanças e apelando
para nossa mais resoluta vontade e para a inteireza do nosso coração.
Mas existe uma harmonia entre a vontade do Senhor e a nossa?
A saúde da alma é um ideal de Deus para todos os seus filhos. A cura interior é uma herança que ele
conquistou para nós na cruz. Para isso a nossa vontade conta muito. “buscar-me-eis e me achareis quando me
buscardes de todo o vosso coração” (Jr. 29.13)
Capítulo 2
“A palavra de Deus pode curar os males que afligem o seu coração”

“Silêncio no Céu”
Cura pela Palavra de Deus para ansiedade

Algo que nos desconcerta é sentir o céu em silêncio. Se oramos e não obtivemos resposta, se não sentimos
paz, se não ouvimos uma palavra que nos dê solução ou conforto, então sobrevém-nos uma ansiedade que nos
consome, uma solidão que nos massacra.
Vemos na Bíblia que muitos homens e mulheres de Deus tiveram seus momentos de ansiedade, angústia e
desânimo.
Foi vivendo um momento desses que Moisés (Nm 11.15), Elias (1 Rs 19.4) e Jonas (Jn 4.3) pediram a morte.
Jeremias foi além e desejou nunca ter nascido (Jr 20.14-18).
E como eles conseguiram sair dessas situações de crise? Eles receberam uma palavra vinda do Céu. Oraram
choraram, buscaram.
Mas o que acontece quando Deus não fala? Esse foi o drama de Saul, o primeiro rei de Israel (I Samuel 28.
5, 6). No desespero Saul consultou um médium. E isso foi um erro fatal que, segundo as Escrituras custou-lhe a vida
( I Cr 10.13).
Sim, pode haver silêncio no céu. Às vezes ele acontece por causa dos nossos pecados (Is 59.1,2), mas há
casos em que ele pode simplesmente fazer parte dos planos de Deus para nossa vida.

Quando há silêncio no Céu, preparam-se grandes coisas


Entregamos a Deus um problema, e esse não se resolve. Diante de tais acontecimentos, podemos estar certos
de que o Senhor nos prepara, lá do céu, grandes bençãos. Na hora certa elas serão derramadas. Acontece, porém, que
muitas vezes, a nossa ansiedade, impaciência e falta de fé levam-nos a não esperar o tempo de Deus.
O povo de Israel agiu dessa forma em certa ocasião (Ex 32.1). Não souberam esperar e perderam valiosas
bençãos vindas do Pai.

Quando há silêncio no Céu, as orações são recebidas


Deus pode não estar falando, mas certamente está ouvindo e com certeza está operando. E nós também
devemos trabalhar, e isso inclui a oração. Pensar que o Senhor não está nos ouvindo só porque está em silêncio é um
grande erro. Um exemplo dado pelo autor, um diácono da igreja no mesmo dia em que aceitou a Cristo como
Salvador, começou a orar pela conversão da irmã mais velha (ela era mãe-de-santo). Orou por ela quarenta anos. Até
que, aos oitenta e cinco anos ela se batizou.
Devemos sempre observar o Salmos 40.1 “Esperei com paciência no SENHOR, e ele se inclinou para mim,
e ouviu o meu clamor.”

Quando há silêncio no céu, ouve-se barulho na Terra


Há ocasiões em que a voz do céu é precedida pelo barulho dos acontecimentos. Começamos a orar por algo
ou por alguém e parece que tudo se transtorna. Os problemas, em vez de desaparecerem, passam a gritar mais alto. E
nós, que esperávamos uma resposta totalmente diferente às nossas súplicas, ficamos definitivamente desconsertados.
Já lhe aconteceu de orar por um a situação e as coisas piorarem? Acredite, é bom sinal! Não desanime.
Quando há silêncio no céu, ouve-se barulho na Terra. Mas isso não significa, que o bem perdeu sua luta
contra o mal. Dizem que a noite é sempre mais escura um pouco antes do amanhecer. Tal escuridão não é o atestado
de óbito da nossa esperança, mas a certidão de nascimento da nossa vitória.

Quando há silêncio no céu, Deus envia sua resposta

Já houve na sua vida um momento em que o céu esteve em silêncio? Talvez você esteja passando por isso
agora. Lembre-se de que nessas horas grandes coisas são preparadas, as orações são recebidas, e que, embora a Terra
se agite, o socorro certamente vem. Não deixe de orar, vigiar, trabalhar, perseverar e confiar.
A ansiedade tem sido uma marca registrada dos nossos dias. O homem moderno vive debaixo de opressão e
medo constantes. Esses são agravados quando o céu responde às suas orações com silêncio. Porém, Deus não se
esqueceu de você, não fechou os olhos ao seu problema. Eleve o olhar para o alto, e fixe-o acima da ansiedade. Na
hora certa as trombetas vão tocar!
Capítulo 3
O caso de José
Cura pela palavra de Deus para os traumas emocionais

Todas as pessoas, ao longo de sua existência, sofrem traumas emocionais. Isso acontece quando somos
“machucados” pela vida ou por indivíduos, próximos a nós ou não. Os traumas emocionais podem deixar feridas
profundas na alma. Sua dor é dupla, pois somado ao sofrimento do episódio em si, vem o senso de impotência. Então,
fechamo-nos em nós mesmos, atrás de uma muralha construída de amargura, desejo de vingança, autopiedade, medo e
desconfiança.
Armamo-nos contra a vida na tentativa de mantermo-nos afastados do que ela tem de ruim. Só que, assim,
deixamos do lado de fora também o que ela tem de melhor.
“Os muros que nos protegem contra flechas e lanças barram também rosas e beijos”. (John Stevens)
Se analisarmos o exemplo de José descobriremos que há cura para os traumas emocionais, para as dolorosas
lembranças dos sofrimentos que nos são causados por terceiros.

A dor dos traumas emocionais


Se alguém tinha motivos para tornar-se uma pessoa dura e vingativa, era José. Apesar de ter sido um servo
fiel a Deus, José passou por muito sofrimento, ainda criança perdeu sua mãe, em casa era perseguido pelos irmãos
mais velhos. Aos dezessete anos foi raptado pelos irmãos e vendido como escravo a mercadores midianitas.
Já no Egito na casa de Potifar foi assediado sexualmente por sua patroa sendo depois caluniado por ela. Em
virtude disso ficou três anos na prisão.
Você pode imaginar como aquele jovem se sentia? Tudo concorria para torna-lo um homem condenado à
enfermidade e à tristeza.
Coisas ruins acontecem a todo mundo. O fato de sermos servos de Deus e crentes em Cristo não nos torna
imunes ao sofrimento, não nos isenta de dores, doenças, perdas, traições, etc.
(João 16. 33)
Os traumas emocionais nos colocam na companhia de pessoas como José, Paulo, Timóteo e do próprio Jesus
outros que passaram por frustações aqui na terra. O sofrimento nos confirma como membros da raça humana em geral
e do povo de Deus em particular.
Diante dos traumas emocionais, das feridas que os outros nos impuseram, existem duas atitudes possíveis – a
de ressentimento e a de perdão – e mais nenhuma outra.

A atitude de ressentimento
Frequentemente há ódio, raiva e ressentimento em nossa alma, associados às lembranças dolorosas. Elas
atualizam diariamente a dor que um dia sofremos, ficamos remoendo a mágoa, revivendo a dor, e assim, damos àquele
que nos feriu ontem o poder de fazê-lo hoje, e continuar nos ferindo amanhã.
O ressentimento muitas vezes se apresenta como um empecilho à obra restauradora de Deus e do seu Santo
Espírito. O Senhor quer nos curar, mas recusamo-nos a esquecer e a olhar para a frente. Dizemos a nós mesmo “não,
eu não posso esquecer, não vou deixar isso barato”.
Assim, tocamos a ferida e tiramos a casca. E sofremos de novo. Acostumamos a carregar lembranças
amargas que simplesmente já não sabemos viver sem elas.
O sofrimento, associado a ressentimento, produz a escravidão. É como se estivéssemos condenados a
caminhar arrastando pedras enormes amarradas aos pés.
Se José tivesse reagido aos traumas emocionais com uma atitude de ressentimento, seria o seu fim. Ele
poderia ter escolhido vingar-se de todos que lhe haviam prejudicado, porém, ele não teria alcançado a posição que
Deus tinha para ele.
Existe uma outra alternativa possível diante das feridas do coração: a atitude de perdão.

A atitude de perdão
Foi a atitude de perdão que salvou José de tornar-se um prisioneiro do seu passado. Recebeu e perdoou seus
irmãos, sustentando-os naqueles anos de fome.
Perdoar é mais do que uma demonstração de grandeza e de caráter. É o ato de libertação e de conquista, é
libertar-nos do domínio de quem nos magoou e da opressão de satanás. É livrar-se do passado para desfrutar o
presente e conquistar o futuro!
Você pode culpar alguém pelo sofrimento que lhe causou ontem, mas não pelo que padece hoje. Esse é o
fruto de uma decisão deliberada de não perdoar.
Não podemos nos esquecer de que o nosso verdadeiro inimigo não é aquele que nos feriu, e sim, aquele que
exerce a função de acusador desde o início dos séculos!
Se você tem dificuldade de perdoar, exponha a Deus tanto a necessidade como a dificuldade de perdoar.
Renuncie aos ressentimentos e aos projetos de vingança. Permita que o amor de Cristo derrame-se sobre a ferida de
seu coração, fechando-a para sempre.
Os atos mesquinhos dos outros acabaram por conduzir José a uma posição de prosperidade, equilíbrio e
alegria. Ele experimentou que “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus” Rm 8.28.
De uma maneira maravilhosa, os sofrimentos que José experimentou foram usados por deus para fazer dele
um homem feliz. Deus tem poder para dar um novo sentido às nossas experiências negativas. Compensa confiar nisso,
e esperar.
O perdão e a ação do Espírito Santo produzem em nossa vida a cura para as feridas do coração e para as
lembranças mais dolorosas. Aproprie-se dessa cura, em nome de Jesus!
Capítulo 4
Nenhum impedimento
Cura pela palavra de Deus para a angústia

Texto base: 1 Samuel 13.5-7, 22; 14.6

A situação na qual o povo de Deus passava era extremamente difícil, quase desesperadora. Estava prestes a
entrar numa guerra com poucas chances de vencer
Os filisteus confiando na logística do número (eram a maioria), tomaram a iniciativa e marcharam contra o
povo de Israel, que trataram logo de tentar se salvarem, uns se esconderam nas cavernas, nos buracos, pelas cisternas,
entre outros locais. Imagine o desespero daquele povo. Até os mais fortes, que não fugiram, estavam apavorados (1
Samuel 13.7).
Você já teve alguma vez numa situação assim? Talvez esteja enfrentando algo parecido agora mesmo. E é
em momentos como esse que a angústia se apodera do nosso coração.
Para Davi, angústia era atravessar o vale da sombra e da morte. Para Abraão, angústia era ter de sacrificar o
filho Isaque. Para Jesus, angústia foi suar gotas de sangue no Getsêmani. E, para muitos hoje angústia é ter um filho
viciado, um pai incrédulo, um marido desempregado.
Diante das adversidades muitas vezes temos a mesma reação dos hebreus, fugir.
Porém, no mesmo texto bíblico lido observamos a atitude de Jônatas. Ele conhecia o Senhor Deus sabia do
Ser caráter e da Sua vontade. E por isso enfrentou os inimigos de frente.

O Senhor nos chama à batalha


Jônatas foi dominado por uma convicção irremovível de que o Senhor o chamava à batalha. O povo estava
paralisado, mas o príncipe decidiu mexer-se. Enquanto o rei Saul, angustiado, andava de um lado para o outro dentro
da tenda, imaginando quem o Senhor poderia enviar para deter os filisteus, Jônatas acreditou que esse enviado poderia
se rele próprio. E isso o levou â ação.
Deus chamou Jônatas â batalha. Ele atendeu e foi. Isso é fé.
O rei Saul ficou dentro da tenda, pedindo a Deus alguma ajuda e esperando que um milagre caísse do céu.
Jônatas teve fé e agiu.
Em momentos de angústia, devemos ter fé para confiar no Senhor e na sua resposta.
Deus nos chama à batalha, pois quer que tenhamos a experiência de lutar e de ter a vitória. É muito bom
pedir, mas é melhor ainda crer que Deus já tem nos dado e porta-se de acordo com essa crença.

O Senhor não conhece impedimentos

A consciência de que o Senhor nos chama à batalha deve levar-nos à ação, porém jamais devemos fazer algo
por impulso. Agir não significa fazer as coisas de qualquer maneira. Quando fazemos assim não resolvemos nada e
ainda podemos piorar a situação. A ação inconsequente pode ser tão ruim quanto a inatividade (ficar parado).
Se Jônatas olhasse para seu exército, não sairia do lugar, mas ele sabia que para Deus não havia
impedimentos.
Nós também temos muitas limitações, situação financeira, problemas de saúde relacionamento familiar,
pecado, etc. Somos por natureza limitados. Mas Deus não o é.
A palavra impossível não existe no dicionário de Deus, e deveria ser riscado do nosso (Lucas 1.37)

O Senhor nos livra com muitos e com poucos

Um traço da personalidade de Jônatas que podemos perceber aqui é que ele não se apegava a números. Sabia
que os soldados de seu pai eram apenas seiscentos homens e que os filisteus tinham trinta mil carros, seis mil
cavaleiros e incontáveis soldados de infantaria.
Mesmo assim, tomou a iniciativa “para o Senhor nenhum impedimento há de livrar com muitos ou com
poucos”, disse. A matemática dele era diferente.

O Senhor pode livrar com muitos, e nos sentimos bem quando isso acontece. Mais frequentemente, porém,
ele livra com poucos. A história do reino de Deus desafia a lógica dos números. Nações pagãs foram alcançadas por
missionários solitários, grandes igrejas tiveram início com uma reunião com poucas pessoas. Gideão venceu os
midianitas com apenas 300 homens.
Como transformar a derrota em vitória, o desespero em confiança, a angústia em regozijo? Através do texto
bíblico, o Espírito Santo ensina que:
O Senhor nos chama â batalha e devemos ir.
Ele não conhece impedimentos, e nos desimpedirá.
Ele livra com muitos ou com poucos, e nos livrará
O Deus de Jônatas é o mesmo nosso. É aquele que enviou o próprio Filho para nos redimir.
“Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como nos não dará
também com ele todas as coisas?|” (Romanos 8:32)
Capítulo 5
A decepção com os que amamos – Cura pela palavra de Deus para a decepção

Texto base: Mt 26.31,32

Perdoar não é uma tarefa das mais fáceis para o ser humano. No entanto é mais difícil ainda perdoar alguém
a quem amamos, a quem nos entregamos, uma pessoa em quem confiamos e que nos traiu.
Gostaríamos de evitar os desapontamentos, mas não há como ser feliz sem confiar, sem correr o risco da
desilusão. Podemos tomas algumas precauções, é verdade, mas essas nunca nos proporcionarão uma garantia total
contra a decepção.

Encarando a decepção com ânimo e confiança


Jesus nos deixou a lição de que podemos superar a decepção com os que amamos, desde que a enfrentemos
com confiança em Deus e com disposição de perdoar aos nossos ofensores.
No momento em que Jesus Cristo mais precisou de seus amigos, eles o abandonaram. Enquanto o mestre
orava e agonizava no Getsêmani, eles dormiam (Lc 22.39-46). Enquanto ele era preso e agredido pelos soldados, eles
fugiam (Mc 14.43-52). Enquanto as autoridades o interrogavam eles o negavam (Jo 18.13-27). Que decepção! Que
triste retribuição ao carinho e à confiança do Senhor. Que recompensa negativa para sua disposição de morrer no lugar
deles na cruz.
Jesus sabia o que o esperava – decepção, vergonha, humilhação, sofrimento, etc. Mas nada o impediria de
cumprir sua missão.
Jesus não desanimou porque ele não esperava o reconhecimento por parte dos homens. Esperava-o de Deus.
E o Pai não decepciona nunca.
“Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e nãoi para homens, cientes de que
recebereis do Senhor a recompensa da herança. A Cristo, o Senhor, é que estais servindo” (Cl 3.23-24).
Se os nossos olhos estiverem firmados em Deus e neles brotarem lágrimas provenientes do abandono, da
ingratidão ou da desilusão, o Senhor as enxugará. Ele é o único do qual podemos esperar o reconhecimento e o
galardão.

Encarando a decepção com a disposição de perdoar


Jesus enfrentou desapontamento com a disposição de perdoar. Se estivéssemos no lugar do Salvador, é
provável que esperássemos pedido de desculpa dos discípulos. E, mesmo assim, talvez não os aceitássemos! Mas
Jesus tomou a iniciativa da reconciliação, não esperou que lhe pedissem perdão. Eles estavam envergonhados e
confusos, e, por isso, talvez não o procurassem nunca.
É comum esperarmos que nossos ofensores nos procurem para retratarem-se. Com isso corremos o risco de
esperar muito tempo, talvez para sempre. A amargura pode instalar-se e criar raízes profundas. Amizades podem ser
irremediavelmente perdidas.
Uma relação pode tornar-se melhor do que era antes de ser abalada pela decepção? É possível. Mas para que
isso aconteça é indispensável que haja disposição para perdoar. Essa tem que estar presente e ser sincera. A Bíblia diz:
“acautelai-vos. Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o; se ele se arrepender, perdoa-lhe. Se, por sete vezes no dia,
pecar contra ti, e, sete vezes, vier ter contigo, dizendo: Estou arrependido, perdoa-lhe” (Lc 17.3,4)
Não podemos evitar a decepção com os que amamos. Mas podemos transformá-la numa experiência positiva
para com Deus, para com o próximo e para conosco. Podemos torná-la numa oportunidade de crescimento e
enriquecimento pessoal que nos deixará ainda mais habilitados para as vitórias que nos tem reservado o Senhor.

Capítulo 6
O Caso da Mulher Adúltera
Cura pela palavra de Deus para a Culpa

Texto base: Jo 8.1-11

Não é difícil pecar, decepcionar a Deus e a nós mesmos. Não é difícil mentir, adulterar, maldizer, magoar,
etc. Difícil é conviver com a culpa que o pecado traz.
As pessoas veem-se às voltas com a culpa e tentam lidar com ela; muitas vezes, da maneira errada.
Constatamos isso na experiência dos personagens bíblicos e também na do homem moderno. Diante da culpa, alguns:
Esquivam-se como Adão (Gn 3.11,12);
Fogem como Moisés (Êx 2.11-15);
Endurecem-se como Caim (Gn 4.8,9);
Enlouquecem como Saul (1 Sm 16.14);
Consomem-se como Davi (Sl 32.1-5);
Choram como Pedro (Mt 26.75);
Suicidam-se como Judas (Mt 27.3-5)
A experiência da mulher adúltera nos mostra que só aos pés de Jesus podemos obter o alívio para o peso da
Culpa.

Reconhecendo a Culpa

O primeiro passo para superar o sentimento de culpa é reconhecer o pecado. É por relutar em admiti-lo que a
maioria das pessoas afunda-se no remorso e na manipulação, em vez de crescer com seu erros e livrar-se deles.
Nessa história o primeiro personagem que merece destaque é o homem que adulterou. Ele merece destaque
pelo simples fato de não aparecer no texto. O adultério não é um tipo de pecado que se comete sozinho. Os dois
deveriam ser punidos, porém, onde está ele? Não sabemos o motivo pelo qual os fariseus não o levaram junto com ela,
mas ele aproveitou-se disso para se esquivar da culpa. A negação da culpa impede aquele que errou de receber o
perdão.
Outro destaque dessa história são os fariseus, eles também eram pecadores, porém não foram até Jesus
levando os próprios erros e, sim, o da mulher.
Tanto o adúltero quanto os fariseus haviam encontrado formas erradas de lidar com o sentimento de culpa.
O Salvador não podia perdoar-lhes os pecados que eles próprios não admitiam ter.
Quando inventamos desculpas para o nosso comportamento ele fica endurecido. Também se atribuímos
sempre aos outros o motivo do nosso sofrimento, nós o transformamos em uma botija seca e despedaçada.
A menos que você amoleça o coração e assuma as suas falhas, culpas e pecados, não poderá ser
transformado pelo Senhor em um vaso novo.
Confessando o pecado

Ao contrário dos demais, a mulher adúltera não tentou negar, justificar ou transferir suas responsabilidades.
Assumiu a culpa, confessando-a com seu silêncio. Apresentou-se humilde e maleável diante do Senhor Jesus.
A Bíblia diz: “o que encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e deixa
alcançará misericórdia” (Pv 28.13). Você já experimentou em sua vida o poder libertador da confissão?
Cristo veio ao mundo para pagar pelos nossos pecados, para passar uma borracha no nosso passado e
oferecer-nos uma vida radicalmente diferente.
Ao ler 1 Jo 1.9 percebemos que a prática da confissão constitui-se na única maneira correta e libertadora de
lidarmos com as nossas culpas.
Confesse seus erros humildemente ao Senhor. Exponha a Jesus as impurezas de seu coração, a fim de que
ele tenha a oportunidade de lavá-lo. Arrependa-se e tome posse do perdão (Rm 8.1).

Recebendo o perdão

Existem pessoas que têm dificuldade para sentirem que suas falhas foram perdoadas. Parece até que Deus
está mais disposto a esquecer as suas ofensas do que elas mesmas.
Nossa dificuldade em aceitar que Deus nos perdoa quando arrependidos, resulta na posição orgulhosa do
nosso coração. Achamos que podemos e devemos pagar pela nossa restauração! Não queremos ficar devendo nada pra
Deus!
Mas o fato é que não podemos pagar nada. Tudo que nos resta a fazer é receber agradecidos, o perdão que
nos é concedido pelas mãos que trazem o sinal dos cravos e da cruz.
“Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais”, foram os dizeres finais de Jesus àquela mulher
apanhada em adultério. Essas palavras produziram cura instantânea naquela alma marcada pela culpa, vergonha e
temor. Nada de penitências, nem de anos de sofrimento, a cura foi imediata.
Se nos arrependermos de nossas faltas e as confessarmos a Ele, pedindo seu perdão, Ele nos perdoará e
apagará as nossas transgressões. A única coisa que precisamos fazer é crer nisso.
À medida que formos caminhando ao lado de Cristo, erraremos menos e encontraremos formas mais
saudáveis e espirituais de lidarmos com os erros que, porventura, ainda cometermos.
Aquela mulher foi levada aos pés de Cristo violentamente, arrastada pelos fariseus, sob os gritos da
multidão. Mas nós temos o privilégio de ser conduzidos à sua presença pela voz firme e suave do Espírito Santo. A
voz do Espírito nos fala ao coração, toca a nossa consciência, coloca diante de nós os pecados cometidos e aponta na
direção daquele que morreu para pagá-los. Louvado seja Deus!
Capítulo 7
A Arte da Confrontação
Cura pela palavra de Deus para o Conflito

Texto base: Números 12. 1-16

Anrão e Joquebede tinham filhos que deixariam orgulhoso qualquer casal. Eles tornaram-se pessoas de
grande projeção no reino de Deus: Moisés, o líder dinâmico e legislador incomparável; Arão, o primeiro sumo-
sacerdote da história de Israel; Mirian, a grande profetiza.
Não obstante tantas virtudes, tantas qualidades, os três tiveram seus desentendimentos. E eles foram tão
sérios que quase acabaram em desgraça.
Nenhuma família, por mais que nela exista amor, está livre de discórdias, tensões e conflitos. Nenhuma
igreja, por mais espiritual que seja, está isenta de desentendimentos e desacordos.
As pessoas são diferentes entre sí, por isso é absolutamente normal que tenham as suas diferenças.
Os conflitos fazem parte da vida. A maturidade de uma pessoa se mostra no fato de superar as divergências
de maneira construtiva.

Instaurando o Conflito
Arão e Mirian estavam com ciúme de Moisés e da sua projeção. “Porventura, tem falado o Senhor somente
por Moisés? Não tem falado também por nós?” (v.2)
Os dois irmãos alimentaram aquele ciúme tempo suficiente para que seus corações se envenenassem.
Quando foram procurar Moisés, não falaram com ele, mas, contra ele (v.1). Constantemente também fazemos assim,
falamos contra o irmão, do irmão, para o irmão, sobre o irmão... e quase nunca falamos com o irmão. Essa atitude não
resolve nada, só faz piorar a situação. Fazemos o contrário do que Jesus ensinou em Mt 18.15.

Evitando o Conflito
Qual foi a resposta de Moisés aos ataques de Arão e Mirian? O texto diz que ele não respondeu nada, porque
“Era o varão Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra” (v.3).
O fato de existir um desacordo, em sí, não é errado. Contudo será que não estamos reagindo a ele de maneira
errada? A maneira certa de agir quando nos deparamos com problemas de relacionamento, é procurar resolvê-los, é
enfrenta-los. Abordar os conflitos de maneira adequada nos possibilita melhorar e redirecionar as nossas relações. Não
há dificuldade que não possa ser superada com boa vontade.

Enfrentando o Conflito
Deus gerou as condições para que Arão, Mirian e Moisés assumissem e superassem sua discórdia. Se
enfrentarmos os conflitos com coragem, tratando as pessoas com cortesia e sinceridade, evitando as generalizações, as
acusações e as projeções poderemos superar os desentendimentos.
Superando Conflito
A iniciativa de Arão e a intercessão de Moisés trouxeram esperança para o caso de Mirian. Ela seria curada
da lepra. Porém a lepra era uma doença que tornava as pessoas cerimonialmente impuras e o processo de purificação
durava sete dias. Aquela gente nômade que vivia viajando e que tinha pressa de chegar à terra prometida teve que
esperar o retorno de Mirian para continuar a caminhada. Isso mostra o carinho e a consideração para com ela.
Às vezes é preciso esperar alguém. Pode ser alguma pessoa que ainda não avançou tanto na fé. Talvez ainda
cometa muitos erros, os mesmos que um dia nós também cometemos. E é nessa hora que demonstramos amor e
consideração.
A existência de conflitos não é indício de falta de saúde numa relação, porém a incapacidade de resolvê-los é
doentia. Muitas vezes deixamos de enfrentar os desentendimentos de forma madura quando eles aparecem. Negamos,
lamentamos, remoemos o problema, mas não o confrontamos, nem o resolvemos.
Aquele que aborda com liberdade e sabedoria suas divergências com os amigos, tem maiores chances de
manter as amizades antigas e construir novas. É alguém que sabe conviver com a diferença. É um defensor da justiça e
da paz. Dediquemo-nos, pois, a aprender e a exercitar a arte da confrontação.
Capítulo 8
O caso de Gideão
Cura pela palavra de Deus para o complexo de inferioridade

Texto base: Juízes 6. 11-16

Deus quer realizar grandes coisas em nossa vida. Mas muitas vezes a pequenez de nossa visão se apresenta
como empecilho à concretização dos projetos divinos. Temos um conceito errado de Deus: nós o vemos muito
pequeno. E, o que costuma ser igualmente ruim, temos um conceito equivocado de nos mesmos: nós nos vemos
pequenos.
Quando temos uma autoimagem negativa, julgando-nos inferiores aos outros, passamos a nos comportar de
uma maneira efetivamente inferior. E essa imagem acaba entranhando tanto em nossa mente, que nem nos recordamos
de como realmente somos, de fato, por trás dessa máscara, dessa personagem que criamos.

O complexo de inferioridade

Aquilo que muitas vezes pensamos ser “complexo de inferioridade” geralmente não passa de uma tentativa
de compensação para um sentimento de inferioridade. O indivíduo quer que os outros reconhecem seu valor porque
ele mesmo não está convencido de que valha alguma coisa. Já outros que, julgando-se inferiores, desprezam-se e
lamentam que Deus os tenha feito do jeito que são.
Esse era o caso de Gideão, ele estava malhando trigo no lagar, um lugar que não era apropriado para
debulhar esse cereal. Ele estava ali para esconder dos midianitas. E ele estava evitando os lugares abertos. Sentia-se
apavorado. Os midianitas atacavam o território de Israel na época da colheita dos cereais. Causavam morte e terror.
Deus já o havia dito “O senhor é contado, homem valente”, isso mostra que o Senhor o via como uma pessoa
forte e valorosa, porém ele mesmo se enxergava como um desamparado, fraco, pequeno.
Ele não estava, de forma alguma satisfeito com o que era. E culpava Deus por tê-lo feito uma pessoa tão
insignificante e por estar atravessando um momento difícil (V.13).

O Complexo e seus efeitos

Uma autoimagem negativa não é obra de Deus. Quando permitimos que ele tome conta do nosso coração, os
planos divinos para nós ficam seriamente comprometidos.
O complexo de inferioridade nos impede de exercitar toda nossa capacidade. Os dons, talentos e
oportunidades que recebemos ficam ociosos, porque não nos julgamos capazes de desenvolve-los. Quantos sonhos,
projetos, nunca serão concretizados por causa de uma autoestima baixa.
O mar ver vermelho não teria sido aberto diante de Moises, o muro de Jericó nunca teria caído na frente de
Josué, o gigante Golias nunca teria caído aos pés de Davi, se esses servos de Deus tivessem abrigado uma atitude do
tipo “eu não sou capaz”. O complexo de inferioridade prejudica ainda o nosso relacionamento com os outros. Como
nos sentimos incapazes de agradar alguém, passamos a usar disfarces desde pequenos. Usamos tantas máscaras que, às
vezes, até nos esquecemos de como era o nosso verdadeiro “eu”.
Você foi criado perfeito! Redescubra-se!

Desenvolvendo uma autoimagem positiva


A Palavra de Deus, como sempre faz, trouxe cura para o coração de Gideão. E sempre trará saúde para quem
estiver disposto a escutá-la. Em cada frase que o Senhor dirigiu a seu servo, ele usou as palavras como instrumentos
nas mãos de um hábil cirurgião. Elas operam na alma.
Primeira frase: “O Senhor é contigo”. Gideão não estava sozinho, e nunca estivera. Deus sempre acredita
que somos capazes e quer formar uma dupla invencível conosco.
Segunda frase: “Homem valente”. Você tem valor! É assim que Deus o vê. Procure enxergar-se assim
também.
Terceira frase: “Vai nessa tua força”. Fazemos um grande esforço para convencer os outros a nos
carregarem; mas se tão somente nos levantarmos e seguirmos nosso caminho, nos cansaremos muito menos.
Quarta frase: “Eu estou contigo”. Deus o ajudará. O Senhor não se propõe a ser seu parceiro se você
mantiver essa atitude de autodepreciação.
Permita que essas frases encontrem acolhida na sua alma. Deus quer ver você também alcançando suas
vitórias.
As pessoas que se afundam na reclamação, e no sentimento de inferioridade, enterram seus talentos e
escondem sua personalidade. Contentam-se em levar uma vida de lamentações, enquanto Cristo morreu para dar-lhes
uma vida de abundancia.
Deus sabe do seu valor! Pare de esconder-se! Permita-se amar e ser amado! A presença de Deus é suficiente
para fazer de você mais que vencedor.
Capítulo 9
Caindo para Cima
Cura pela palavra de Deus para a queda espiritual

Texto base: Juízes 22.31-34

Cresce a cada dia o número de crentes caídos, afastados de sua igreja, distanciados de Deus. Além
desse elevado número de pessoas afastadas DA igreja, existe um outro grupo, talvez ainda maior: os
afastados NAS igrejas. São aqueles que não abandonaram o costume de ir aos cultos, mas há muito tempo
perderam a alegria de estar neles.
Devemos estar certos de uma coisa: Qualquer um está sujeito à queda. O Senhor alerta para termos
o cuidado e não cair, mas também diz que a queda não é o fim. Pelo contrário, Deus tem poder para reverter
uma situação de pecado.

Caindo pela autossuficiência


Um dos Gigantes da fé que passaram pela triste experiência da queda foi o apóstolo Pedro. O
primeiro passo de Pedro no caminho da queda foi a autossuficiência. Quando o Senhor avisou os discípulos
sobre as duras horas que se aproximavam, sua reação foi: “Ainda que todos se escandalizem, eu, jamais!”
Mc 19.29,31
Quando Satanás nos convence de que estamos a salvo do pecado, imunes à queda, ele nos leva a
relaxar, baixar a guarda, e assim, abandonar a nossa real segurança, que é Cristo.
O crente deve reconhecer sua fraqueza e o fato de que é um pecador sujeito a quedas. Ele precisa
ficar alerta e depositar em Jesus a sua confiança para permanecer de pé.

Caindo pelo afastamento


“Pedro seguia de longe” Lc 22.54. Aqui podemos destacar uma segunda atitude que explica porque
ele caiu: passou a seguir o Senhor de longe. É muito raro alguém se afastar de Cristo repentinamente. O que
normalmente ocorres é que a queda seja precedida por um período em que o crente enfraquecido segue o
Senhor à distância. Quando percebe o quanto se afastou, muitas vezes é tarde demais. A queda já aconteceu.
Quando ficamos longe do Senhor, automaticamente, ficamos perto do mundo. E isso nos leva ao
terceiro passo da queda de Pedro
Caindo pelo comprometimento
Ao afastar-se de Cristo, Pedro estava se aproximando dos demais ali presentes. Sem querer, ele
estava se associando justamente com aqueles que perseguiam e agrediam o seu Senhor. Simão assentou-se
na roda dos escarnecedores! Provavelmente ele não via naquilo, perigo algum! Ainda se sentia forte o
suficiente para frequentar aquele ambiente sem se deixar contaminar por ele. Enganou-se!
Já estava longe de Jesus e por isso, o pecado não lhe parecia tão ameaçador. Talvez você ache que
isso não represente perigo, andar com incrédulos, divertir-se com eles e como eles, participar do seu estilo
de vida, e flertar com o pecado. A Bíblia Sagrada, no entanto, tem um parecer diferente a esse respeito. Em I
Co 15.33 fala que “As más conversações corrompem os bons costumes”.
Foi ali, no meio de pessoas incrédulas e hostis ao seu Mestre que Pedro, três vezes, negou conhecer
Jesus. A autossuficiência, o afastamento e o comprometimento com o mundo levaram Pedro à triste
condição de crente desmoralizado, de pecador apanhado em flagrante.
Todavia, como já dissemos, a queda não é o fim. Ela humilha, machuca e entristece, mas não
coloca o servo de Deus fora de combate. A partir de agora, seguiremos os passos de Pedro por uma estrada
diferente.

Para cima, pelo arrependimento


Ao ouvir o canto do galo, Simão caiu em si (Lc 22.61). O Senhor também ouviu o galo cantar,
então olhou para Pedro. Jesus não olhou com censura ou ressentimento, mas com olhar de perdão,
compreensão e profundo amor. Um olhar de alguém que dentro de mais algumas horas, iria morrer por
aquele Pedro medroso e fanfarrão. Pedro, ao sentir esse olhar, arrependido, chorou amargamente.
Pedro com certeza não estava muito acostumado a chorar. E aquele, deve ter sido o maior choro de
sua vida! Era o reconhecimento dos erros cometidos, a dor da queda, o pensamento de tudo o que jesus
padeceria nas horas seguintes em seu lugar. Talvez essa tenha sido a grande diferença entre ele e Judas. Em
nenhum lugar se lê que Judas tenha chorado, ele apenas sentiu remorso. Para sermos reerguidos, remorso
não basta. É preciso ter arrependimento.

Para cima pela graça de Deus


No texto que lemos ao iniciar esse estudo, Pedro estivera mais preocupado em exibir sua
autossuficiência do que em escutar a promessa graciosa de Jesus. Contudo, o Mestre intercedera por ele.
Pedro seria reerguido, se fortaleceria e assim estaria apto para fortalecer aos demias.
É graças ao cuidado de Cristo que não somos consumidos. É por causa do seu amor que
conseguimos nos recuperar da queda e, depois dela, alcançar um nível de comunhão com o Senhor ainda
mais íntimo do que aquele que antes tínhamos.
O trigo é cirandado na peneira, jogado de um lado para o outro, sacudido, remexido, agitado. O
resultado disso é que as impurezas separam-se da semente. A palha, a poeira e os gravetos são soprados pelo
vento. Há ocasiões em que nossa vida é cirandada de igual modo. A queda nos sacode, tritura e machuca.
Mas também nos purifica de alguns conceitos errados que tínhamos sobre nós mesmos.
Pedro o instável e orgulhoso pescador, nunca mais foi o mesmo após cair e se levantar. Dias depois,
no Pentecostes, já restaurado e sem o temor que outrora o afligia, proclamou oi evangelho com ousadia e
poder a uma grande multidão.
Agora, preste atenção: Vigie para não cair! Não é bom cair! Machuca, fere, envergonha, dói!
Muitas vezes deixa cicatrizes que permanecem para o resto da vida! Entretanto, se apesar de seus esforços,
você cair, ou se já caiu, lembre-se de que isso não é o fim. Arrependa-se, vá a Jesus, não só para confessar-
lhe o seu pecado, mas também para receber o seu perdão e a restauração!

Capítulo 10
Quando o Desânimo Chegar
Cura pela palavra de Deus para o desânimo

Texto base: Lucas 18.1-8

Quando aproximavam-se os dias da sua prisão e crucificação, Jesus previu que tais acontecimentos
poderiam desestimular seu grupo de discípulos. Previu também que a aparente demora da sua volta poderia
trazer desânimo aos crentes em todas as épocas. Por isso, Jesus contou a eles e a nós uma parábola sobre a
perseverança, sobre o dever de orar e nunca desistir.
Em Hebreus 12.3, somos convidados a observar o exemplo de Jesus, que suportou com animo toda
oposição que lhe foi dirigida, e mesmo assim, não desanimou! O desânimo pode ser um grande empecilho
em nossa vida, nos levando à murmuração, depressão, revolta, etc.

O desânimo é humano

Jesus nessa história, aponta para nossa fragilidade e instabilidade, admitindo que o desânimo é uma
consequência natural das adversidades da vida e das nossas limitações.
O desânimo é um reflexo de nossa fragilidade, da nossa transitoriedade. Jesus escolheu como
protagonista de uma história sobre desânimo, uma viúva; o próprio símbolo judaico da fragilidade. As
viúvas dos tempos bíblicos eram muito sofridas. O Senhor, por sua vez, tinha com as viúvas um carinho
especial. Diversas histórias bíblicas mostravam essas mulheres como objeto particular do cuidado divino:
A viúva de Sarepta 1Rs 17.8-24
A viúva que teve seu azaite multiplicado 2Rs 4.1-7
A de Naim Lc 7.11-17
A pobre que ofertou tudo o que tinha Mc 12.41-44

O desânimo não deve nos dominar


A viúva da parábola não deixou que as dificuldades a prostrassem. Ela estava diante de um credor
injusto ou de um devedor que lhe fazia mal. Estava diante também de um juiz mau-caráter. Sua situação era
realmente desanimadora, mas ainda assim, ela perseverou. Diariamente, ela vinha ao juiz dizendo: Julga a
minha causa contra o meu adversário (v.3)
A perseverança é uma qualidade indispensável a todos os que desejarem ser vitoriosos na vida.
Deus pede, exorta, insiste em que o incomodemos em oração! (Mt 7.7,8) Não podemos desistir.
Experimentar o desânimo é um direito. Superá-lo é um dever. Entregar-se a ele é um pecado.
O Senhor não remove os obstáculos do nosso caminho, mas promete-nos sua força e sua companhia
para que os ultrapassemos. Mas ele também requer de nós disposição, coragem, fé e reconhecimento.

Devemos entregar o desânimo a Deus

Precisamos orar sempre e nunca esmorecer. Temos de desabafar, abrir o coração e pedir ajuda
àquele que tem todo o poder e todo o amor para ajudar-nos.
Não podemos desistir da luta, pois a solução certamente virá. Essa é a grande lição da parábola. As
únicas armas que aquela viúva possuía eram o direito que estava ao seu lado e a própria perseverança. Na
vida, a única forma de perdermos a batalha é deixar de lutar.
A falta de fé é uma característica dos dias de hoje e retrata tão bem os tempos do fim, que muitas
pessoas se dão por vencidas quando poderiam, perfeitamente, vencer.
Que Jesus possa achar fé na igreja, no coração de seus servos, na nossa vida. Vamos deixar aos pés
do Salvador todo o desânimo.
Capítulo 11
O Caso de Jefté
Cura pela palavra de Deus para a Rejeição

Texto base: Juízes 11.1-11

A rejeição é uma das feridas emocionais mais comuns. Não há quem não tenha passado por alguma
experiência de rejeição. Contudo, para determinadas pessoas, isso constitui-se em algo fortemente
traumático. Houve um homem chamado Jefté que se sentia exatamente assim. Sua história nos ajuda a
entender melhor a rejeição: o que é, o que causa e como pode ser superada.

As marcas da rejeição
Jefté era rejeitado e aparentemente marcado pelo destino para ser infeliz. Jefté era um homem
valoroso, filho de um cidadão influente, porém sua mãe era prostituta. Portanto, seu nascimento não estava
nos planos de nenhum de seus pais. Filho ilegítimo, mesmo antes de vir à luz, já fora rejeitado.
Há marcas que se instalaram em nós quando ainda estávamos no útero materno e que podem
acompanhar-nos e assombrar-nos durante anos.
Jefté, já rapazinho, foi escorraçado pelos irmãos mais novos. Os filhos legítimos de Gileade o
expulsaram de casa. Os moradores da cidade, movidos pelo preconceito, apoiaram tal decisão. Ninguém
moveu uma palha para ajuda-lo. Era rejeição sobre rejeição, empurrando Jefté na direção perigosa de uma
vida dominada pela revolta.

As consequências da rejeição
Geralmente, quem sofre algum tipo de rejeição acaba por rejeitar-se, e também aos outros. A Bíblia
diz que Jefté fugiu para a terra de Tobe, A palavra Tobe significa “boa, agradável” então, aparentemente era
uma pequena cidade próspera, mas Jefté não foi diretamente para a cidade, ele foi morar em seus arredores,
solitário.
A Bíblia informa que naquele local, se ajuntaram com ele homens levianos, ou seja, homens que
pelas suas atitudes não conseguiam bom convívio na cidade e viram nele, por seu aspecto valente, e sua
liderança natural, a possibilidade de serem beneficiados.
Note que muitas vezes, tornamos o lugar onde moramos em um retrato fiel de nossa alma!
Várias pessoas, ao se sentirem rejeitadas, abandonam a família, os amigos e a igreja, passando a
frequentar lugares perigosos. No caso de Jefté, Ele se enveredou pelo caminho do crime! Formou um bando
e juntos começaram a assaltar as caravanas.
As ruas de nossas cidades estão cheias de “Jeftés”. Gente que foi desprezada, magoada, ferida, e
que fez da revolta e da rebeldia seu jeito de sobreviver. Pessoas que tentam através das drogas, e até do
roubo, dar o troco ao mundo e mostrar-lhe o quanto os fez sofrer.

Respostas à rejeição
Não importa o que os outros fizeram com você, importa o que você fez com o que os outros fizeram
com você. Não adianta ficar pensando que somos vítimas da sociedade ou das injustiças de quem o rejeitou.
Precisamos assumir a responsabilidade por nossos atos e nos tornar agentes da transformação que queremos.
Jefté quebrou as algemas da rejeição e descobriu seu verdadeiro valor. De fora da lei, passou a ser
herói nacional. Assim como ele, todos os que se sentem rejeitados podem modificar a sua situação com a
ajuda divina.
A resposta correta à rejeição, é encontrar seu verdadeiro valor e o sentido real de sua vida.
Se a gravidez foi indesejada e você foi rejeitado por seu pais, lembre-se de que antes de sermos
concebidos no ventre materno, fomos gerados no coração de Deus. Ele não nos rejeitou! Ele nos amou!
Talvez você não estivesse nos planos de seus pais, mas Deus fez planos para você, e desde o dia em que foi
gerado, você faz parte dos planos de Deus!
Se você foi rejeitado pelas pessoas, lembre-se de que Cristo também foi (Isaías 53.3). Isso mostra
que a rejeição não tem nada a ver com nosso verdadeiro valor. Cristo não foi rejeitado por defeitos ou erros,
mas sim pela dureza do coração das pessoas.
Nossas experiências de rejeição, nas mãos de Deus, podem tornar-se instrumentos poderosos para
uma vida útil e vitoriosa. Afinal, foi graças ao seu treinamento nas batalhas do deserto que Jefté veio a ser o
israelita mais capacitado para conduzir seu país numa guerra de libertação.
Deus pega o que os homens rejeitaram, recicla e transforma, para a nossa alegria e para a glória do
seu santo nome. Quando foi que a vida de Jefté começou a mudar? O texto bíblico mostra exatamente
quando ele proferiu suas palavras diante do Senhor (v.11). Ele abriu seu coração, confessou suas mágoas,
expôs as feridas. Finalmente, entendeu que Deus não era seu inimigo, e decidiu fazer as coisas da maneira
correta, e não do seu próprio jeito.
Capítulo 12
Vendilhões no Templo
Cura pela palavra de Deus para a Ira

Texto base: João 2 13-17

O templo de Jerusalém era formado, em sua maior parte, por espaços ao ar livre. Era constituído de
uma série de pátios. O maior e mais externo deles era o Pátio dos Gentios, que era o único lugar da área do
templo onde os não-israelitas podiam ficar. Alguns Gentios viajavam milhares de quilômetros até Jerusalém
com o objetivo de participar do culto judaico.
Acontece que o Pátio mais parecia um mercado do que um lugar de oração. Vendedores montavam
barracas, e os sacerdotes, que deveriam zelar pela casa do Senhor, pareciam não se importar com o
comércio, pois recebiam uma porcentagem do gordo lucro obtido pelos vendedores.
A situação toda era um triste exemplo de desrespeito a Deus e de exploração da fé popular. A casa
do Senhor havia se tornado uma casa de negócios.
Em nenhuma outra ocasião do seu ministério terreno vemos Jesus tão zangado, disposto a usar não
apenas as palavras, mas até a força física para corrigir uma situação de injustiça. Para muitas pessoas, o
episódio em que Jesus expulsa os vendilhões do templo constitui-se num problema moral e teológico. Jesus
sentiu raiva! Ele agiu agressivamente! Como o Filho de Deus pôde comportar-se assim?

A verdade sobre a ira


Existe uma concepção muito difundida (e muito errada!) de que a ira é um sentimento pecaminoso.
É por pensar assim que muitas pessoas sentem-se culpadas ao irar-se, ou simplesmente negam que estejam
iradas.
Se a ira fosse pecado, a Bíblia não falaria tantas vezes sobre a ira de Deus. Existem mais de 600
registros de que o Senhor se irou. Sim, Deus se ira, e os homens, criados à sua imagem e semelhança,
também.
Paulo endossa essa posição ao escrever: “Irai-vos e não pequeis...” (Ef 4.26). O fato de sentirmos
raiva não significa que somos um fracasso como crentes. Não devemos, no entanto, confundir a raiva com
outras disposições do coração, como o ressentimento, o ódio, a amargura e o senso de vingança.
Precisamos encarar nossa ira e resouvê-la, antes que, abafada pela censura ou insuflada pelo
orgulho, ela se transforme em rancor.

O reconhecimento da ira
Frequentemente, temos medo de reconhecer as nossas emoções, principalmente as que a sociedade
considera menos nobres, e as escondemos dos outros e de nós mesmos. Muitas vezes não conseguimos
assumir o que sentimos nem para nós mesmos. Falta-nos a coragem de admitir que estamos irados.
Entretanto precisamos examinar o conteúdo de nossa raiva. Estamos irados por uma causa justa?
Deus sempre se ira por motivos justos, mas nós, nem sempre. Observe que Jesus não ficava irado o tempo
todo, sem motivo algum, nem mesmo se irava a cada calúnia que recebia. Na verdade, Jesus foi caluniado,
açoitado, cuspido e escarnecido a caminho da cruz, e naquele instante não teve a mesma reação. Parece que
Jesus se irava muito mais com os pecados cometidos contra Deus e contra o próximo do que contra os
cometidos contra ele próprio.
Talvez, meu irmão, você também precise fazer essa pergunta a si mesmo agora! É razoável essa sua
ira? Muitas vezes a nossa ira não é razoável. Seja em seus motivos, seja em sua expressão.

A Expressão da ira
Precisamos aprender a assumir nossa raiva e expressá-la adequadamente. Jesus não o fez de forma
descontrolada. Podemos ver isso pela maneira como agiu. Ele colocou para fora os bois, derrubou as mesas,
espalhando assim o dinheiro, mas não causou danos irreversíveis a ninguém. Note até que teve a cautela de
não soltar as pombas, apenas ordenou que os proprietários as retirassem de lá.
Além de ter um motivo justo, e de ter a lei a seu favor, ele agiu na medida certa. A atitude que teve
no templo, não foi com destempero emocional de um “pavio curto”, mas a livre e corajosa expressão de uma
indignação legítima.
Não devemos desperdiçar a liberdade que Deus nos dá para sentir raiva e expressá-la adotando
atitudes infantis de ameaça e manipulação. Precisamos crescer.
Contar até 10 é um conselho antigo que ainda se mostra sensato e, às vezes, a melhor resposta é o
silêncio. No entanto preste atenção: isso terá de ser uma opção e não uma imposição! Não devemos
expressar nossa ira de maneira inadequada, e nem quando vermos que a ocasião é inadequada, mas devemos
expressá-la no momento certo, e da forma certa. Pois negar a ira, e reprimir esse sentimento de forma
contínua, além de gerar rancor, pode nos fazer adoecer.
O zelo de Jesus pela casa do Pai o consumiu, fez seu coração arder. Levou-o à ação e à restauração
da justiça e da verdade.
Depois que tivermos admitido a existência da ira, poderemos examinar suas causas, descobrir o que
está errado. Trabalharemos assim no sentido de modificar a situação que está nos contrariando ou revermos
nossas reações diante das adversidades.
Que cada um de nós, seguindo o exemplo de Jesus, possa aprender a reconhecer a própria ira, a
examinar as suas causas, e a exercitar a sua justa expressão.
Capítulo 13
“Haja Luz”
Cura pela palavra de Deus para a Confusão

Texto base: Gênesis 1.1-4

Esse texto é precioso. É a certidão de nascimento do mundo. Apresenta-nos um Criador amoroso,


poderoso, que gosta do belo e do claro. Deus que pode transformar nossa vida.

A Confusão inicial

Em meio ao gigantesco universo, existia um pequeno planeta. Era minúsculo, feio, escuro,
desarrumado, sem forma nem ordem.
A condição da Terra é descrita em Gênesis como sendo sem forma e vazia. A situação do mundo
era de esterilidade e caos. Sem forma, vazia, mergulhada nas trevas. Estamos falando da Terra, mas
poderíamos estar descrevendo a alma de muitas pessoas. Observamos que muitas vidas são assim:
Sem forma (desorientadas, confusas, desordenadas),
Vazias (sem alegria, realização ou significado),
Em trevas (sem enxergar o amor de Deus e a solução para os problemas passados, presentes e
futuros).

A atenção do Espírito
O Versículo 2 nos diz que o Espírito de Deus movia-se sobre aquela massa disforme e tumultuada.
Percebemos aqui o amor, o interesse, a atenção do Criador pela Terra. Deus amou a Terra, e o ama também,
ainda que você esteja mergulhado na confusão. O Criador interessa-se por você pelo que é. Ele conhece o
seu potencial e quer ajudar você a desenvolvê-lo. O Espírito de Deus presta atenção em você, ele se move
em você (Rm 8.26).
O Espírito Santo está aqui, agora, com você, como estava lá, envolvente, no princípio de tudo. Deus
quer criar uma nova vida nesse coração arrasado, uma existência cheia de beleza, diversidade e luz.
Estarmos confusos e aflitos, às vezes pode ser indício de que não sabemos fazer as coisas do nosso
jeito. Precisamos decidir então fazê-las do jeito de Deus.
Nos momentos em que não sabemos o que fazer, em que não há saída nem perspectiva, temos a
possibilidade de nos tornar iguais ao barro, flexível e maleável nas mãos do oleiro. Então o Senhor pode
realizar uma obra profunda e radical em nossa vida. Aí o caos estéril se transforma em uma porta para a
fertilidade.

A Palavra que cria

Como o Senhor pode transformar a confusão em harmonia, o deserto em jardim, e as trevas em luz?
Com o poder da sua palavra! A palavra criadora de Deus! Deus tem uma palavra de cura para todo coração
confuso. Uma palavra que coloca tudo nos seus devidos lugares, que reorienta, redireciona.
O mesmo Deus que trouxe luz à Terra, também pode trazer luz a nossa vida. John Wesley, mesmo
já sendo cristão, não tinha a certeza de sua salvação. Ele tentava agradar a Deus apenas com seus atos, e por
mais que fazia, não se sentia próximo de Deus! Até que um dia ele ouviu um sermão sobre o livro de
Romanos: “O Justo viverá pela fé”! Naquele momento ele entendeu que é a fé e não seus atos de bondade
que o justificariam!
A Palavra de Deus entrou na mente de Wesley e trouxe luz! Sua mente foi transformada, a confusão
se acabou, sua fé em Deus se tornou o alicerce para um avivamento mundial! A Palavra de Deus reorientou
a vida daquele homem, dando-lhe uma nova configuração.
Jesus Cristo quer trazer luz à sua vida. Que colocar ordem, firmar, preencher. Ele vai iluminar seu
passado, seu presente e seu futuro e coloca-lo sob nova perspectiva.
A Bíblia Sagrada diz que, tão logo a luz tomou conta do Planeta Terra, “viu Deus que a luz era boa”
(v. 4). Quando a luz chega, a escuridão tem que sair. A melhor maneira de afastar as trevas é acender uma
luz. A maneira de afastar as trevas em sua vida, é deixando Jesus entrar. Ele promove a reorientação em nós.
Renova o nosso entendimento, nossas crenças e valores. Ele é a luz do mundo e através de sua Palavra e de
sua presença, ele restaura nossa vida, tirando a confusão.
“E, assim, se alguém está em Cristo, é nova Criatura; as coisas antigas já passaram; eis que tudo se
fez novo.” (2 Co 5.17)
Capítulo 14
O Caso Ana
Cura pela palavra de Deus para a Solidão

Texto base: I Samuel 1.1-18

A solidão é algo que assusta profundamente o ser humano. O medo de estar só pode empurrar
alguém na direção de relacionamentos insatisfatórios, nos quais os indivíduos se toleram e se aturam apenas
para não ficarem sozinhos.
A solidão não é a ausência física de uma companhia humana. É a constatação da ausência de relações
significativas com outras pessoas. Tais relações são muito importantes para nós. Não foi à toa que Deus
disse: “Não é bom que o homem esteja só”! (Gn 2.18)
Diversos personagens bíblicos atravessaram momentos de solidão. Na cruz, Jesus sentiu-se
desamparado. Paulo viu-se sozinho numa prisão em Roma, João na ilha de Patmos, e muitos outros. Mas
iremos destacar a solidão de Ana e aprender lições com o caso dela.

A face da solidão
É preciso distinguir solidão de solitude. Solitude, são momentos de isolamento propícios ao descanso
e à reflexão. A solidão, ao contrário, caracteriza-se por um vazio existencial decorrente da falta de
relacionamentos significativos com pessoas coma as quais nos importamos. Alguém pode sentir-se solitário,
mesmo estando cercado por uma multidão.
O caso de Ana é um exemplo interessante de como a solidão pode ser causada pelo excesso de
pessoas – e não pela falta delas. Ana não vivia sozinha, e ao mesmo tempo, era solitária. Seu marido, não
percebia tal fato. Ele era um bom homem, mas completamente insensível (v.8).
Se nos faltam relações profundas e calorosas, seja em virtude das circunstâncias ou em consequência
do nosso medo ou timidez, é natural nos sentirmos solitários.
Os efeitos da solidão
Os efeitos da solidão de Ana manifestavam-se em seu estado de espírito. Ela chorava. Não queria
comer. Seu semblante era triste. As atividades religiosas não eram capazes de aliviar o vazio da alma
daquela mulher.
O ser humano tem necessidade de estabelecer vínculos significativos com seus semelhantes. Não
podemos forjar uma relação com o Senhos para compensar a ausência de laços satisfatórios com outras
pessoas.
Cada ser humano reage à solidão à sua própria maneira, ,as quase sempre os resultados são iguais. O
solitário vai se isolando do mundo.

Como vencer a solidão


Não podemos esperar que as circunstâncias mudem para que a nossa vida melhore (talvez
aguardemos para sempre!) Por isso, às vezes, paramos no tempo, ou cobramos de Deus uma ação. Mas
primeiro, algo precisa ser modificado dentro de nós.
Ana sempre ia ao templo, era um costume. Nós também podemos ir à casa de Deus apenas por
costume e sair de lá exatamente como entramos. Mas se quisermos, e mudarmos nossa atitude, faremos do
culto um momento de riqueza espiritual e de crescimento interior.
Ana “com amargura de alma, orou ao Senhor, e chorou abundantemente” (v.10). E o Senhor a
escutou. Se você acha que ninguém mais te compreende, o Senhor sim. Ele te escuta e sabe perfeitamente
como você se sente. Faça como Ana, abra seu coração em sinceridade com Ele. Entretanto, ela não falou
apenas com Deus, conversou ainda com o sacerdote. Às vezes, aquele com quem podemos estabelecer uma
convivência significativa está bem ao nosso lado, mas não percebemos.
É bom abrir-se com Deus, porém precisamos também estabelecer essa interação com outras pessoas.
A solidão acaba no mesmo momento em que duas pessoas estabelecem contato, em confiança, de maneira
profunda e sincera.
Ana obteve uma importante vitória sobre a solidão, os resultados desse triunfo foram sentidos
imediatamente (v.18-21). Note que ela ainda não tinha recebido o que estava pedindo, porém seu semblante
já não era triste como antes.
O semblante de Ana não se transformou quando ela recebeu as bênçãos, sua vida mudou quando
aprendeu a estabelecer relações significativas com Deus e com os outros. Para sermos seres humanos em
plenitude, precisamos uns dos outros.
Capítulo 15
Os Supergafanhotos
Cura pela palavra de Deus para o medo

Texto base: Números 13.25-33

Quando Josué, Calebe e os demais espias enviados por Moisés entraram em Canaã para uma missão
de reconhecimento da terra a ser conquistada, viram-se (e foram vistos) como gafanhotos. Depararam-se
com cidades fortificadas e viram também cananeus gigantes. Diante disso os espias estremeceram. Apesar
de haverem encontrado ali leite, mel, frutas e solo fértil, concluíram que era impossível tomar posse do lugar
que Deus lhes prometera. Todos agiram pelo medo, menos Josué e Calebe, pois os dois voltaram animados
(v.30)

Os Supergafanhotos bíblicos
Quantas vezes nos sentimos como gafanhotos diante dos problemas, das ameaças, dos inimigos?
Deixamos de fazer muitas coisas importantes por causa do medo. Ele nos impossibilita de ser nós mesmos,
de mostrar-nos como somos, de lutar pelas nossas preferências, nossos sonhos, nossas convicções. Por causa
do medo, muitos de nossos sonhos permanecem sendo apenas sonhos.
Sentir medo é normal, mas deixar-se dominar por ele é desastroso.
A Palavra de Deus fala de muitas pessoas fracas, limitadas e pequenas como Josué e Calebe, mas
também, assim como eles, decididas e corajosas, e que por isso foram vencedoras. O pequeno Davi colocou
por terra Golias. Gideão, com apenas 300 homens, derrotou um exército de 135 mil midianitas armados.
Elias derrotou sozinho os profetas de Baal, Daniel passou a noite inteira na cova dos leões e saiu ileso, Pedro
enfrentou corajosamente os membros do Sinédrio, pregando a Palavra com ousadia, Paulo deu testemunho
diante de reis e governadores.
Esses homens que admiramos, indivíduos fracos como nós, sujeitos às mesmas paixões e problemas
que nós, fizeram coisas fantásticas, foram mais do que vencedores.
Sujeitos ao sentimento de Medo
Todos os seres humanos estão sujeitos ao sentimento de medo. Esse, em se, não é mau. Ele tem um
grande valor como elemento regulador preventivo. Pode fazer-nos pensar duas vezes antes de criarmos
situações embaraçosas, ou livrar-nos de riscos desnecessários. Mas quando somos controlados,
impulsionados, ou paralisados por ele, a coisa muda de figura.
Deus considera nosso temor exagerado uma falta de confiança na sua capacidade de proteger-nos e
sustentar-nos e fica ofendido com isso: “Eu, eu sou aquele que vos consola, quem pois és tu para que temas
o homem, que é mortal, ou o filho do homem, que não passa de erva? Quem és tu que te esqueces do Senhor
que te criou...? (Is 51.12,13)
Muitas vezes, o medo está associado ao sentimento de culpa: “fogem os perversos, sem que ninguém
os persiga” (Pv 28.1)
O medo pode também estar a serviço de defesas psicológicas, quando a imobilidade justificada pelo
medo proporciona alguma vantagem ao indivíduo: “Diz o preguiçoso: um leão está lá fora; serei morto no
meio das ruas.” (Pv 22.13)
Meu amigo, o que está por trás de seu medo? Vale a pena refletir sobre essas causas psíquicas ou
espirituais que dão origem aos nossos temores.

Conhecedores da própria natureza


O segredo do sucesso dos heróis bíblicos não estava na ausência de temores. Eles conheciam muito
bem suas fraquezas. Sua fragilidade lhes possibilitava ser pessoas normais. Não cobravam de si mesmos
atitudes e sentimentos sobre-humanos, o que acaba por frustrar esgotar e neurotizar muitos cristãos
modernos. A fragilidade os deixava mais próximos da raça humana, de si mesmos e do Deus Todo-
Poderoso.

Confiantes na força de Deus


Todos os espias enviados por Moisés a Canaã reconheceram a sua fraqueza – e o coração deles se
derreteu! Contudo, só dois deles reconheceram a força do Senhor. Josué e Calebe não olharam para si e nem
para os gigantes, mas para Deus.
Se olharmos para nós mesmos, ficaremos desanimados com as nossas limitações. Se fixarmos os
olhos nos inimigos, ficaremos amedrontados com a sua força. Em todos os casos, a vitória é sempre
daqueles que contemplam o Senhor.
O Senhor tem obras poderosas a serem realizadas, trabalhos importantes a serem feitos e está a
procura de gente da estirpe de Josué e Calebe para executá-los. Quando o medo bater forte em nosso
coração, nossa única resposta deverá ser a confiança em Deus.
Se confiarmos em Deus como nosso Salvador, protetor e provedor, só a Ele temeremos, mas se nos
rendermos às ameaças, estaremos dando aos inimigos, uma posição que só a Deus é devida.
De toda aquela geração saída do Egito, só Josué e Calebe entraram em Canaã, só eles venceram. Na
presente geração, quem vencerá? Direcione os olhos para o Senhor e entre em ação confiando na autoridade
e no poder dele. Deixe Jesus conduzi-lo e a vitória será sua.
Capítulo 16
O Sono da Alma
Cura pela palavra de Deus para a frieza espiritual

Texto base: Efésios 5. 13-16

Há muitos filhos de Deus que estão dormindo espiritualmente. Por que? Por ignorância, por
negligência, por acomodação, pela superficialidade de sua fé, ou, ainda por puro mundanismo. Os crentes
sonolentos ficam desatentos às coisas de Deus. São incapazes de enxergar as realidades sobrenaturais à sua
volta. Não percebem as bênçãos celestes, os cuidados divinos, as ameaças do tentador.
Sansão dormiu e foi traído por Dalila e capturado pelos filisteus (Jz 16.16-22). A Sulamita dormiu, e
acabou perdendo o homem amado (Ct 5.2-6). Êutico dormiu, e no meio do culto despencou pela janela do
terceiro andar (At 20.1-12). Jonas dormiu e quando acordou o navio estava a ponto de afundar por causa da
sua desobediência a Deus.
A julgar por esses exemplos bíblicos, revela-se muito importante sabermos se estamos dormindo ou
acordados. Para o nosso corpo e mente, dormir é uma bênção. É necessário e muito saudável. Para a nossa
alma, porém, o sono é desastroso. Por isso Deus em sua Palavra alerta:

Desperta, ó tu que dormes!

Quando a alma adormece, coisas terríveis podem acontecer! Há alguns sintomas que identificam a
frieza espiritual. Acomodação, satisfação com o que já somos, ausência de melhorar e crescer, o acúmulo de
poeira sobre a nossa vida espiritual. Quando a alma pega no sono, desaparece o entusiasmo, o idealismo, a
alegria e o vigor da nossa fé.
Se você não testemunha, não frequenta os cultos, não tem prazer na leitura bíblica e na oração, não
contribui para missões... é tempo de despertar.
Quando a alma dorme não conseguimos encontrar alegria e realização na igreja e vamos procurá-las
fora. Não conseguimos enxergar o agir de Deus bem na nossa frente, afinal, estamos dormindo.

Levanta-te de entre os mortos!

O sono da alma anestesia nosso paladar espiritual. E tudo o que diz respeito a Deus passa a ficar, daí
para a frente, sem gosto e sem graça. A santidade, o sacrifício e o testemunho andam fora de moda. Há
quanto tempo você não sente o Senhor operar um milagre na sua vida? Acorde meu irmão! Jesus tem muitas
bênçãos e você as está perdendo!
Em romanos 13.11, somos alertados de que o tempo de despertarmos do sono não foi ontem, nem é
amanhã, é hoje!

Cristo te iluminará!
Mergulhados num estado de frieza, não conseguimos perceber o cuidado de Deus para conosco. Não
enxergamos as possibilidades de crescimento e realização que a vida nos apresenta. O sono costuma vir
acompanhado de sonhos que são ilusões de nossa mente, e o sono da alma também produz um sonho, na
verdade, uma ilusão, de que somos ótimos! Não há nada de errado conosco, nada que precisamos melhorar.
Quando nos encontramos longe do Senhor, continuamos a alimentar essa ilusão.
Deus nos fala pacientemente através das Escrituras, de um hino, de um livro, de um amigo, de um
conselho, de um sermão. Suavemente, convida-nos a despertar. Mas há alguns que permanecem dormindo,
não escutam a voz de Deus. Há outros que endurecidos, ainda se irritam porque Deus está lhes perturbando o
sono.
Veja como Deus fala em Jó 33.14
Deus fala de um modo e de outro... Que outro modo seria esse? Seria um alerta mais acentuado,
quando algo acontece para tentar nos despertar.
Você que está dormindo, como prefere ser despertado? Desperte! Levante-se... E Cristo o iluminará.
Vença o sono da alma antes ele o vença.
Capítulo 17
O Caso de Elias
Cura pela palavra de Deus para a depressão

Texto base: I Reis 19. 1-18

Pesquisas demonstram que a depressão é um dos males psicológicos mais frequentes, mais falados e
mais temidos. Ela pode ter causas orgânicas, como distúrbios hormonais, insônia, alimentação inadequada,
alteração da pressão arterial. Pode ser causada também por traumas ou crises como a morte de entes
queridos e enfermidades prolongadas. É provocada ainda por situações emocionais diversas como baixa
autoestima, senso de impotência, ressentimento e sentimento de culpa.
Todos os seres humanos são sujeitos. Há quem diga que o crente não fica deprimido, que tal situação
reflete a falta de fé, mas isso não é verdade. Alguns personagens bíblicos como Moisés, Jeremias, Paulo e
outros experimentaram as profundezas da depressão.
Não adianta muito dizer a alguém que o que sente é errado. Esse tipo de atitude, além de não ajudar,
ainda pode aprofundar mais o sentimento de culpa, de inferioridade. Em vez de apenas classificar como
errado, dizendo que não devia se sentir assim, tenta fazer a pessoa se sentir diferente, valorizando os atos,
fazendo ela sorrir.

Caindo na depressão
Algumas pessoas sentem-se deprimidas sem saber porquê. Outras têm consciência de problemas,
limitações, e dificuldades a que atribuem sua apatia e tristeza. Elias pensava conhecer plenamente os
motivos do seu estado de profundo abatimento. Perseguido, ameaçado, sozinho, era um lutador, mas chegara
a um ponto em que as forças se esvaíram e ele perdeu a vontade de lutar.
É bastante comum o deprimido procurar a solidão, mesmo que esteja assim por sentir-se solitário.
Elias fugiu para não morrer e pediu a morte. Reclamava da solidão e preferia ficar sozinho. Achava-se fraco
e não queria comer. Vemos então que a depressão é um quadro emocional marcado por sentimentos
paradoxais, antagônicos. Atitudes que dificilmente seriam explicadas racionalmente.

Analisando a Depressão
Se procurarmos justificativas para o nosso desânimo e tristeza, sempre as encontraremos, até de
sobra. Somos muito bons nisso! Os grandes nomes da história da humanidade tiveram que enfrentar
obstáculos enormes, e justamente por isso foram grandes. As tribulações não são necessariamente algo mau,
precisamos ter atitude e humildade diante delas.
Deus ouviu as razões de Elias, mas recusou-se a “passar a mão na cabeça” dele. Deus não vai nos
ajudar a sustentar nossa autopiedade.
O que é que você está fazendo com sua vida, meu amigo? Elias estava se afundando em lamentações!
Precisamos reconhecer que a causa está em nós mesmos, na nossa atitude diante das circunstâncias, e
não nelas. Quando fazemos isso, começamos a mudar. Quando nos dispusermos a agir, o Senhor agirá
também.

Saindo da Depressão.
Deus tinha uma palavra de cura para aquele coração deprimido. E Ele tem uma palavra de cura para
o seu coração também. A Palavra do Senhor te fortalecerá nos seus momentos de lágrimas Sl 119.28.
Deus providenciou satisfação física para Elias (V. 5,6). Através do anjo madou-lhe alimento e
bebida, bem como um sono restaurador. Em seguida recomendou-lhe uma revigorante caminhada.
Em segundo lugar, o Senhor providenciou para Elias satisfação ambiental (v.7,8). Tirou-o do deserto
e levou-o a Horebe, o monte Sinai, monte de Deus. Uma mudança de ambiente pode ser muito proveitosa
para o deprimido.
Em terceiro lugar, o Senhor providenciou-lhe satisfação espiritual (v. 11,12). O vento o terremoto e o
fogo, lembraram-lhe do poder divino, a voz mansa e suave fez com que se recordasse do seu amor.
Uma caverna pode parecer um local inadequado para receber uma revelação divina, para conhecer o
Senhor mais profundamente. Contudo, é nos lugares e nas horas mais escuras que nossa comunhão com
Deus nasce e se fortalece.
Em quarto lugar, Deus providenciou-lhe satisfação ocupacional (v. 15-17). Restaurou-lhe o
sentimento de ter uma missão! Deus depositou confiança em seu servo, mesmo quando ele se encontrava
frágil e abatido! Ele faz isso com você também!
Em último lugar, mas não menos importante, Deus providenciou-lhe satisfação emocional (v. 16-18).
O Senhor deu-lhe o sentimento de fazer parte de um povo, de não estar sozinho, pois sete mil também não
haviam se dobrado a Baal. O Senhor deu-lhe também um amigo, Eliseu, que seria seu companheiro
inseparável e posteriormente, seu sucessor.

O Senhor tem dado a você um povo especial, a igreja. No meio desse povo, você encontrará amigos
sinceros. A mão do Senhor providenciará sempre o suficiente para te auxiliar a dissipar o pessimismo e
vencer a depressão!
O Senhor não desistiu de você!
Capítulo 18
Consolo Celestial
Cura pela palavra de Deus para a aflição

Texto base: Apocalipse 1.9-20

O livro de Apocalipse é todo ele uma visão de consolo. João estava exilado na rochosa ilha de
Patmos, castigado por sua fé em Cristo. João sabia que seus amigos e irmãos estavam vivendo maus
momentos. Suas casas estavam sendo incendiadas, seus bens confiscados e muitos deles sendo mortos. O
seu coração se afligia por não poder acompanhar seu povo num momento tão difícil.
João recebeu uma visão que traria consolo, não apenas a ele, mas também aos seus contemporâneos
perseguidos, bem como a todos que através dos séculos, viessem a enfrentar perseguições.

A realidade da aflição

João sofria em consequência de sua fidelidade a Deus. Se por um lado a aflição nos abate e
entristece, por outro ela autentica a nossa fé e nos coloca na companhia dos grandes homens e mulheres de
Deus.
João dirigiu-se aos crentes perseguidos do final do primeiro século chamando-os de companheiros na
tribulação. As aflições nos solidarizam com os santos e os profetas, assim como os crentes da Ásia Menor
eram companheiros de João na tribulação. (Mt 5.11,12)
A tribulação faz parte da vida do servo do Senhor. Mas – glória a Deus – o consolo também!
A promessa do consolo

Que delícia escutar a voz do Senhor no momento de tribulação! Que benção reconhecer que Ele
ainda está no controle da situação! A voz de Deus faz você se lembrar que Ele ainda está no controle e que
ele não se esqueceu de você (Is 49. 13-15).
O propósito do consolo celestial é inspirar-nos a dirigir o olhar para aquilo que Deus ainda há de
realizar. Algo que me maravilha em João é o fato de que ele era um ancião de olho no futuro. Normalmente
os idosos vivem do passado, mas o apóstolo com mais de noventa anos, no fim da vida, ainda pôs os olhos
no futuro. Ele ainda acreditava e esperava algo na vida. E você?

A divindade do Consolador

A aparência com a qual Jesus se apresentou a João em Patmos é majestosa, repleta de glória e de
poder.
Cristo lhe apareceu vestido como sacerdote,
com cinto de ouro como era costume dos reis, pois ele é Rei!
Seus cabelos brancos como a lã, simbolizam sua pureza, pois ele é Santo!
Seus olhos penetrantes como fogo, pois ele é onisciente!
Seus pés como latão reluzente, que era o material mais resistente naquela época, simbolizam sua
força.
Sua voz como de muitas águas, lembram que ele tem toda a autoridade.
O fato de ter nas mãos as sete estrelas mostra que ele é soberano.
A Aguda espada de dois gumes recorda que ele é justo.
Seu rosto brilhante como o sol mostra sua majestade.

Tudo isso, mostra que o consolo divino não é um tapinha nas costas de alguém, tão pequeno quanto
nós nos dizendo algumas palavras, não! É o Todo-Poderoso nos lembrando de que Ele tem o controle de
tudo e que no tempo certo se levantará!

A reação do consolado
Quantas vezes, por não reconhecer a mão de Jesus, nó nos assustamos, e ficamos aflitos, até mesmo
entregamos os pontos!
O apóstolo João e os cristãos da Ásia Menor receberam por meio da visão de Patmos, uma prova do
cuidado do Senhor. A atenção do Deus que se manifestou naquela ilha é a mesma aqui. Não depende do
lugar. Onde houver um cristão precisando dele, Jesus ali estará!
Permita que o cuidado, a promessa, a visão e a presença de Cristo consolem seu coração!
Capítulo 19
O Pródigo que Ficou
Cura pela palavra de Deus para a insatisfação

Texto base: Lucas 15.25-32

A parábola do Filho pródigo é uma das histórias mais conhecidas contadas por Jesus. A palavra
“pródigo” significa gastador, esbanjador, desperdiçador. Todos conhecem o pródigo que saiu, Mas na
parábola há também o que ficou.
O filho mais velho, o que nunca deixou a casa, nunca fez nada errado, nunca transgrediu um só
mandamento de seu pai. Mas como seu irmão mais novo, não soube aproveitar as bençãos e a comunhão do
lar paterno. O caçula estava insatisfeito, saiu de casa, percebeu o que tinha perdido, e voltou. O mais velho,
no entanto, estava insatisfeito e não fez nada. Continuou em casa, trabalhando, porém frustrado.
A insatisfação tem sido um traço marcante na vida de muitas pessoas dentro da casa de Deus. Vivem
a murmurar, a reclamar, se colocando na mesma posição do pródigo que ficou.

A insatisfação detectada
O problema do filho mais velho se evidencia, a princípio, por permanecer calado. Quando o caçula
pede a sua parte da herança, comete um sério delito segundo a cultura oriental. É uma forma de dizer que
deseja a morte de seu pai. O filho mais velho deveria ter feito o papel conciliador de tentar convencer seu
irmão a não cometer tal loucura, mas ele não fez nada!
O mais velho não teve a mesma atitude do irmão, mas o texto mostra visivelmente que ele também
estava insatisfeito e sentia-se servindo ao pai. Tudo que ele fazia, fazia apenas para cumprir sua obrigação.
Não desfrutava do que a casa do pai tinha para lhe oferecer.
Há um grande número de pessoas cuja relação com Deus se reduz tão-somente a sentimentos de
obrigação e segurança. Seguem a Deus por medo ou por costume. Não é isso que Deus quer de seus filhos,
ele quer que estejamos satisfeitos.
Estar satisfeitos, não significa estar acomodados ao que já temos. Em Fp. 3.13,14, Paulo mostra que
queria algo mais, queria ir além. Ele estava satisfeito com o que tinha alcançado, mas não estava
acomodado. Em Fp 4. 11,12, vemos que mesmo diante das dificuldades, Paulo não se deixou levar pela
insatisfação. Não foi seduzido pela reclamação, ou pela amargura. Quando reclamamos do que deus nos dá
(ou não nos dá), estamos dizendo que ele não é um bom Pai.

A insatisfação revelada
Aquele que serve a Deus por obrigação duvida da alegria do crente sincero. Ele se sente esquecido
por Deus. Sente como se Deus atendesse aos pedidos de todos, mas não os seus.
O filho mais velho se sentiu injustiçado, mas o Pai, deixou a festa, se importou com ele, foi busca-lo.
Se você fosse o único pecador na face da terra, ainda assim, Jesus teria se entregado para lhe oferecer a
salvação! Que amor maravilhoso!

Insatisfação declarada
Chegamos ao ponto da história em que o próprio filho confessa seu descontentamento. E, veja bem,
isso foi um enorme progresso! Há muitos que vivem insatisfeitos mas são incapazes de admitir o fato para si
mesmos, para os outros, e muito menos para Deus.
O pródigo que ficou mostra que se vê como servo e não como filho. Isso revela que seu conceito de
alegria estava intimamente ligado à existência de bençãos materiais. Na visão do pai, o bezerro e a festa são
uma consequência de sua alegria. Por sua vez, na visão do filho, um cabrito e a festa seriam o motivo de sua
alegria. Se lhe desse um cabrito, seria feliz! Essa é uma visão mesquinha de quem ainda não entendeu que a
festa não acontece por causa do cabrito. Alegre-se, tenha motivos para festejar, festeje! O cabrito será uma
consequência natural.

A insatisfação confrontada
O que o pai fará para ganhar esse filho revoltado? Ele poderia ter simplesmente exigido que o filho
entrasse na festa, mas isso só iria aumentar a insatisfação. O filho se sentia servo, iria apenas obedecer a
ordem do pai. O pai, no entanto, não exige. “ Meu filho”, aqui ele demonstra amor e lembra que não o
enxerga como servo.
Note que o filho em nenhum momento o chama de pai. Ele estava diante de um pai compreensivo,
misericordioso, e não reconhecia a preciosidade de ter um pai assim. Por isso, vemos que mesmo esse filho
que ficou, também poderia ser chamado de pródigo, pois estava deixando de desfrutar, e com isso
desperdiçando a comunhão e até mesmo os bens do lar paterno.
A parábola do filho pródigo se encerra com um duplo apelo: ao amor, para que nos alegremos com o
pai e com os irmãos e ao arrependimento, para que, estando perdidos, possamos ser encontrados.
Capítulo 20
Um fantasma na sua vida
Cura pela palavra de Deus para a insegurança

Texto base: Marcos 6.45-51

Os pescadores da época de Jesus tiravam do perigoso e imprevisível mar o sustento da família. Eles
tinham histórias, presságios e superstições. Ao ver Jesus que vinha ao seu encontro, andando sobre as águas,
pensaram tratar-se de um fantasma e gritaram. Naquele tempo havia a crença de que se um pescador visse
um fantasma no mar, seu barco viraria e todos os ocupantes morreriam.
Diz a Bíblia que eles temeram e gritaram. Estremeceram diante daquela vista sobrenatural, pensaram
ser um fantasma, mas na verdade era Jesus! E você, acredita em fantasmas? Eles existem ou não?
Muitas pessoas são assombradas por um outro tipo de fantasma, que existe dentro de si mesmo! São
as lembranças dolorosas de um passado que não conseguem esquecer. São desconfianças profundas que os
tornam inseguros e solitários. Temores de males que possam sobrevir. Expectativas do que poderá acontecer
se ousarmos ser nós mesmos. Segredos guardados que machucam a consciência. Pecados inconfessados que
guardamos com medo que alguém os descubra.
Existe algum fantasma na sua vida?

Uma situação adversa


O texto bíblico narra que ainda era dia claro quando eles entraram no barco e, tomando os remos,
partiram na direção de Betsaida. Quando anoiteceu ainda estavam no meio do mar. A quarta vigília da noite
correspondia ao horário entre três e seis horas da madrugada. Eles estavam remando havia pelo menos doze
horas!
O mar da Galileia tem apenas 11km de largura, e eles estavam acostumados com a travessia, o
problema é que foram surpreendidos por um forte vento contrário. Às vezes nós também somos
surpreendidos por um vento contrário. Surgem situações adversas, as ondas se levantam, os redemoinhos se
formam, nos cansamos de tanto remar e não saímos do lugar. Aí vem o cansaço, a vontade de desistir e o
medo de naufragar.
Chegam os pensamentos derrotistas, as explicações pessimistas. “É aquele meu erro do passado,
estou sendo castigado agora”. “É uma praga, uma maldição que lançaram, um despacho que fizeram pra
mim”
O medo propicia o fracasso, gera condições para que ele aconteça.
As situações adversas podem nos amedrontar, mas também atraem a vinda do Senhor em nosso
socorro!

Uma percepção errada


Jesus viu os discípulos no barco, lutando contra o forte vento (v.48) Ele sempre nos vê! Ele sempre
sabe o que nos acontece. Poderíamos imaginar que a simples visão do Mestre se aproximando traria paz,
alívio e novo ânimo ao coração deles. Estavam salvos! Mas não foi o que aconteceu. Os discípulos pensaram
que Jesus fosse um fantasma. Pensaram ser um mal presságio de que o barco viraria.
Como puderam confundir Jesus com um fantasma? Conheciam-no tão bem, andavam com ele,
viviam com ele! É o que constantemente nós fazemos também. Muitas vezes oramos por uma determinada
situação e ela parece piorar. Mas não percebemos que é Jesus operando. É Deus iniciando o processo de
restauração, tocando naquele ponto delicado da nossa vida, a fim de dar-nos a definitiva libertação.
Não confunda a mão do Senhor agindo a seu favor com assombrações de sua mente!

Uma atitude equivocada


Deus não quer que seus filhos sejam dominados pelo temor. Um cuidado que temos que ter hoje é o
de ficarmos atentos aos profetas do medo. São criadores de fantasmas, anunciadores de desgraças,
semeadores de assombros. Se você lhes der ouvidos vai viver assustado!
Cristo aproximou-se do barco e disse aos discípulos: “Tende bom ânimo! Sou eu. Não temas!” (v.50)
é a ordem divina ao homem que é mais repetida nas Escrituras.

Uma conclusão abençoada


Jesus subiu a bordo, e o vento contrário, perigoso e ameaçador, simplesmente parou de soprar. As
ondas se acalmaram. Jesus no barco é garantia de segurança. Ele já está a bordo de sua vida? Sim? Então,
aguente firme.

Não permita que os fantasmas do passado roubem sua paz!

Você também pode gostar