caminhamos, celebrando essa magia
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Pro povo que gosta de gordice, tinha que ter aqui uma
receitinha de doce de caju. Não é difícil de fazer, só precisa de
prática. Culinária e bruxaria sempre andaram lado a lado, por
isso, use sua magia para encantar o doce, para que ele carregue
em si a energia do Sol, alegrando e trazendo mais vitalidade e
prosperidade para aqueles que o consumirem.
INGREDIENTES
- Duas xícaras de açúcar - Meia xícara de água
- Meia xícara do suco de caju - Suco de um limão
- Cravo-da-índia (Opcional) - Dez cajus maduros, sem castanha
MODO DE PREPARO
Retire as cascas dos cajus e, com um garfo, vá furando
eles e esprema levemente, retirando o suco. Reserve esse suco.
Numa panela grande, coloque um litro de água, os cajus e o
suco do limão. Deixe fervendo em fogo alto por 10 minutos,
depois retire e escorra.
Numa outra panela, de tamanho médio, misture meia
xícara de açúcar, água e meia xícara do suco que você retirou
dos cajus espremidos. Coloque pra ferver em fogo alto e vá
mexendo até o açúcar derreter, aí você coloca os cajus e deixa
cozinhar por mais uma hora, em fogo baixo, até que a calda
esteja com uma textura mais espessa e com coloração amarelo-
marrom. Deixe esfriar e coloque o doce em calda guardado em
vidros fechados em local arejado. Depois de aberto, o doce tem
que ser guardado na geladeira.
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A seguir, as utilidades medicinais e as formas de uso de cada parte do
caju.
- As Folhas: O chá serve para reduzir a febre e também para lavar
feridas e úlceras. Deve ser feito numa medida de duas colheres de
sopa da folha para cada litro d’água.
-O Pseudofruto: O suco é diurético, bom pra quem precisa eliminar
toxinas pelo xixi. É energético e tem muita vitamina C, por isso é usado
para combater a gripe. Beba o suco ou coma o caju natural pra ficar
forte e com coragem.
-As Castanhas: São deliciosas e muito nutritivas. Coma quando estiver
aperreado e quiser controlar a caganeira, a gripe ou a falta de açúcar
no sangue. O suco das castanhas (torradas), usado fresco sob a forma
de cataplasma, pode combater calos e verrugas, devendo ser aplicado
várias vezes ao dia.
- A Casca do tronco: O extrato da casca é usado como
anticoncepcional, na Amazônia. Não deve ser utilizado durante a
gravidez. Usado externamente, em lavagens ou gargarejos. Junte 10
gramas da casca do tronco e ferva em um litro d’água por 30 minutos.
Esse preparado serve para lavar tumores, aliviar garganta inflamada
ou aftas. Também serve pra lavar a perereca inflamada. Misturando
esse preparado com água morna e colocando numa bacia, você pode
colocar os pés de molho para combater frieiras e o cansaço.
- Óleo da casca da castanha: Deve ser usado com cautela,
externamente, em calos e verrugas.
- Raiz: É bom pra quem quer está entupido e precisa cagar. Ferva dez
gramas da raiz com um litro d’água por 30 minutos. É indicado que
seu consumo seja feito de 3 a 4 xícaras ao dia.
- Chá das folhas e cascas: É ótimo pra quem está meio
despombalecido, pois combate a fraqueza e cansaço muscular. Para
quem quer dar uma lapingochada e está sem coragem, dizem que
esse chá também é afrodisíaco. Combate catarro, tosses e doenças de
pele. É um chá bom contra a diabete e é anti-inflamatório.
Seu nome científico (Anacardium occidentale)
significa algo como “O coração do ocidente”, nada mais justo
para essa árvore sagrada, típica do nordeste brasileiro.
O cajueiro é um símbolo de força e resistência, um
oásis de fartura e fertilidade em meio às atribulações da vida
rural.
No idioma tupi, o termo "acaiu" significa "noz que
se produz". Os indígenas costumavam contar os anos com
base nas florações do cajueiro, por isso era tida como uma
árvore sagrada, por fazer parte do cotidiano da aldeia.
Do tronco do caju se extrai uma resina amarelada,
conhecida por “goma do cajueiro”, que pode substituir a
goma arábica.
O suco do caju é bom pra quem precisa perder
líquidos, pois é diurético, além de ser energético e
refrescante.
Da polpa do caju também dá pra fazer um delicioso
vinho, além de vinagre, aguardente, licor e cajuína. O sumo
das folhas novas é utilizado para combater aftas, sob forma
de gargarejos.
O caju serve como remédio, como alimento, serve
para fazer magia e tem mil e uma utilidades. O espírito
guardião dessa árvore sagrada é generoso e amigo daqueles
que o tratam com respeito.
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O licor de caju e as castanhas podem ser ofertadas aos
caboclos e espíritos ancestrais da terra.
Nos cultos afro-brasileiros, o caju é ofertado aos
orixás Ogum, Oxóssi e Exu. Os frutos podem ser ofertados a
Deuses Solares, como Nhanderu, Jurupari, Apolo e Belenus.
O caju atrai a prosperidade, pois a árvore recebe
influência astrológica solar. Também recebe a influência de
Júpiter, pois é uma planta que alimenta com fartura.
Seus galhos jovens são utilizados em benzeduras, para
fortalecer e curar as dores. Serve para limpeza e ainda
favorece a prosperidade.
As folhas secas podem ser defumadas para limpar o
ambiente e as cascas podem ser defumadas para energização
e cura. Para limpeza física e astral, o banho preparado com os
ramos jovens do cajueiro pode ser tomado do pescoço para
baixo.
Com os galhos de cajueiro é possível fazer talismãs
mágicos para proteção contra negatividades. Você pode pegar
dois galhinhos, fazer uma cruz com braços iguais, consagrar
com a energia dos Deuses Solares e pendurar na porta de
entrada da casa, para barrar a entrada de forças negativas.
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Primeira ilustração de um cajueiro (André Thévet, 1558).
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Para atrair a prosperidade você pode preparar um
poderoso talismã para o seu lar ou estabelecimento comercial,
que além de decorar, também vai ajudar na abertura de seus
caminhos.
Pegue uma cumbuca branca, coloque nela cinco
folhas jovens de cajueiro, cravinho da índia, anis-estrelado,
sementes de girassol e pedras de citrino ou olho-de-tigre.
No meio da cumbuca acenda uma vela amarela de
sete dias e peça aos Deuses da prosperidade para abençoar
seu lar.
Quando a vela de sete dias acabar, você pode queimar
as ervas secas do lado de fora da casa ou então deixa-las na
mata. As pedras podem ser reutilizadas em outras magias.
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CONTRA FRAQUEZA E OLHO GORDO
Com um ramo jovem de caju na mão, vá dando leves
“chicoteadas” ao redor do corpo da pessoa a ser benzida, da
cabeça aos pés. Não precisa tacar as folhas no corpo da pessoa,
pois a limpeza é feita efetivamente no corpo astral. Recite a
benzedura e peça ao paciente que mentalize todas as
impurezas astrais sendo dissipadas. Quando terminar jogue
fora as folhas.
“Eu te benzo, alma amiga,
com o galho do caju;
Pela frente, pelas costas,
com o poder de Nhanderú.
Ramo pra tirar mazela,
mau olhado e apatia;
Cura sem deixar sequela,
manda embora a agonia.
Caju cura da loucura,
da doença e da fraqueza;
Erva santa e milagrosa,
enxota toda a moleza.
Todo o corpo e toda a alma
passa pela Benzedura;
Mando todo o olho gordo
pra catinga da mucura.”
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Sabe aquelas situações em que a pessoa está sem
forças, capenga, toda encorujada? Pois nesses casos o caju é
um salvador viu, podendo ser usado tanto na alimentação
como também na magia, para limpeza astral. Se tu tiver igual
uma mosca morta, vai lá no pé de caju e te prepara pra reverter
essa situação. De preferência antes do entardecer, num
domingo, que é o dia regido pelo Sol, na época da lua crescente
ou cheia, cumprimente o espírito do cajueiro sagrado e colha
algumas casquinhas e folhas novas do cajueiro.
Durante o processo, vá pedindo ajuda ao espírito do
caju para lhe ajudar a recuperar suas forças. Ofereça sua
amizade ao cajueiro e se comprometa a cuidar dele sempre
que puder. As folhas novas que você colher, devem ser piladas
numa cumbuca e depois misturadas com um copo d’água,
depois é só deixar de molho durante a noite toda, pro banho
ser energizado pelas estrelas.
Pela manhã você pega o líquido e coa, depois banha
com ele do pescoço pra baixo, mentalizando a purificação
acontecendo, pois é como se você estivesse banhando numa
cachoeira de luz e energia. A casca do cajueiro, você deve
colocar num saquinho de pano verde, que deve ser carregado
como talismã para lhe dar força e energia. Depois de três dias
ou uma semana, você pode retirar as cascas do saquinho de
pano e enterrá-las perto das raízes do cajueiro.