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Vamos la:

Todas as colocações de mar e terra remetem a mudanças e permanências. Quando eu começo


com: “Vivo mar e terra”, estou me referindo a série de coisas que mudo, mas ainda mantenho.
Sabe aqueles comportamentos que vc retira do dia a dia, mas ainda assim volta a cometer
esporadicamente? Então, é basicamente isso esse começo. É um reconhecimento do estado de
falso mudança. Refiro-me como água remetendo aquela ideia do: “vc nunca consegue pegar na
msm água dos vezes em um rio”. Refiro-me como terra por ser imóvel. Uma ânsia por
mudança, mas uma impossibilidade de tal. Quando digo que a minha mulher é o ar, é pq estou
me referindo a esse flexibilidade e adaptação que ele possui. Em meio a esse impasse de
mudança e permanência, ela adentra na minha vida como o ar, se adaptando as minhas falhas
e preenchendo os vazios que isso causa. Costurar o infinito no próprio peito seria como o sentir
em demasia por vontade própria. O ato de costurar é voluntário, ou seja, eu sofro pq me
coloquei para sofrer. Banhar de terra as frustrações seria como torna-las permanentes. “Teus
braços são como casulo

Tuas palavras são como Catulo

E eu, homem pétala, como Cartola

Vejo as rosas roubando o seu cheiro de você.

Guia-me para os teus braços, ó querida Ariadne

Mostra-me o fio rubro que me leva até tua alma

Para que eu largue o mar e a terra

Para viver teu amor e calma.”

Os braços serem como casulo remete a essa mudança que citei. O casulo é justamente aquilo
que guarda a metamorfose, o nascimento de um novo ser. Os braços remetem ao amor, o
acolhimento, o carinho. Catulo era um poeta romano que falava bastante sobre o amor e
amizade. Essa parte do Cartola vc entendeu, certeza, e a da Ariadne tb. Largar o mar e a terra
seria abandonar aquilo que já citei, enquanto abraçar o amor e a calma seria viver a minha vida
com vc.

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