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Universidade do Minho

Curso - Matemática
Departamento de Matemática

Álgebra Linear I - sugestões para a resolução dos exercı́cios

Nota: Vou resolver completamente o exercı́cio 2.4 i), tentando explicar as razões
de cada um dos passos dados e dando algumas alternativas de caminhos a se-

a
guir. Resolvo ainda o último exercı́cio e sobre os outros apresento apenas a resposta.

Como referi, eu irei partir do princı́pio que cada uma das resoluções (totais ou não)
aqui apresentadas só será lida pela(o) alun(a)o que já resolveu o exercı́cio em causa

t
ou que já tentou “vezes sem conta”.

2 Sistemas de equações lineares

a)
4
0
0
3
0
0
0
0
ê

;
No
É provável que em alguns dos exercı́cios eu me tenha enganado nas contas ou me tenha esquecido de algum caso.
Se alguém encontrar algum erro agradeço que me diga. Nesse caso eu farei a correcção e colocarei na “blackboard” a
nova versão do ficheiro.
2.1. Vou apresentar uma solução de cada uma das alı́neas. Note-se que há muitas (uma infinidade) soluções, mas
todas com o mesmo número de pivôs, evidentemente. A solução que apresento foi encontrada seguindo à letra
os passos que foram definidos nas aulas.
Ü
e)
Ñ
6
0
3
9
−4
−26
é

;
i)
Ü
0
0
1
0
3
2
−2
1
ê

;
0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 23
0 0 0 1 0 0 0 0
Ü ê Ü ê
1 2 0 0 1 2 Ñ é
0 −2 0 0 0 2 1 2 −1 2
b) ; f) ; j) 0 0 3 −6 ;
0 0 2 3 0 0
0 0 0 1 0 0 0 0 0 −6
r
Ü ê
1 1 1 1 Ñ é
Ñ
2 3 2 5
é
0 0 0 0 1 −2 3 −1 k) 0 −11 2 −15 ;
c) ;
0 0 0 0 g) 0 −1 −4 4 ; 0 0 −2 0
−10
Ve

0 0 0 0 0 0 7
Ü ê Ü ê
1 0 0 0 Ñ é 1 3 −1 2
0 1 0 0 2 1 −4 3 0 11 −5 3
d) ; l) .
0 0 1 0 h) 0 1 3 −2 ; 0 0 0 0
0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0

2.2. a) {(2, −1)}.


b) {(5 − 2y, y); y ∈ R}.
c) Não tem solução.
d) Não tem solução.
e) {(−2 + 3z − 5w, −1 + 4z − 3w, z, 2 + 3w, w) : z, w ∈ R}.
f) {(5 − 17z, 4 + 3z, z, −6 − 11z); z ∈ R}.
g) Não tem solução.
h) {(1, 2, −3)}.
i) {(2 − z, 2 + 2z, z) : z ∈ R}.
j) {(1, −3, −2)}.
k) (− 10 9

7 , − 7 , 2) .
l) {(−1 − 7z, 2 + 2z, z); z ∈ R}.
m) {(−z + 2w, 1 + 2z − 2w, z, w); z, w ∈ R}.
n) Não tem solução.
o) {(6 − 2y − 5z, y, z, 2z − 1]) : y, z ∈ R}.
1
p) 17 (128, −31, −123, −48, 105) .

2.3. O sistema da alı́nea b) tem apenas a solução nula e os outros sistemas têm um grau de liberdade. Note-se que

a
todos os sistemas são possı́veis (têm pelo menos a “solução nula”) pois são sistemas homogéneos. Deste modo se
o sistema tiver mais incógnitas do que equações então o sistema é indeterminado (recorde que o número de pivôs
é no máximo igual ao número de equações). É claro que isto não diz qual é grau de liberdade destes sistemas.
2.4. a) Se k = 1 temos dois graus de liberdade; se k = −2 não há solução; se k 6∈ {1, −2} há uma só solução.
√ √

t
b) Não há solução se k ∈ {4, −2 + 14, −2 − 14} e há unicidade nos outros casos.
c) Se k = 3 temos um grau de liberdade e nos outros casos há unicidade.
d) Não há solução se k ∈ {2, −5} e há unicidade nos outros casos.

i) A matriz ampliada do sistema é


No
e) Sistema impossı́vel (para qualquer k).
f) Se k ∈ {0, 2, 3} temos um grau de liberdade e nos outros casos há unicidade.
g) Não há solução se k ∈ {0, 1, 21 } e há unicidade nos outros casos.
h) Se k = 1 há dois graus de liberdade e há um grau de liberdade nos outros casos.

Ü
−1
k
k
1−k
−1
k
2−k
2−k
2−k
k
k
k
3
2
2
ê

k k 2−k −1 2

Começamos por procurar um elemento não nulo na primeira coluna. Por exemplo, o elemento da linha um
(−1). Como esse elemento já está na linha um então não é necessário trocar linhas. Esse elemento será
o “meu” primeiro pivô. De seguida vamos “anular os elementos da primeira coluna” que estão abaixo do
r
pivô aplicando operações do tipo Li → aL1 + bLi , com b 6= 0.

Ü ê
−1 1−k 2−k k 3 −1 1−k 2−k k 3
Ö è
k −1 2−k k 2 0 k − k2 − 1 (1 + k)(2 − k) k(k + 1) 3k + 2

−−−−−−−−−−−−−− →
Ve

k k 2−k k 2 0 k(2 − k) (1 + k)(2 − k) k(k + 1) 3k + 2


L2 → kL1 + L2
k k 2−k −1 2 0 k(2 − k) (1 + k)(2 − k) (k − 1)(k + 1) 3k + 2
L3 → kL1 + L3
L4 → kL1 + L4

Uma outra alternativa seria começar por considerar as seguintes operações elementares
−1 1−k 2−k k 3 −1 1−k 2−k k 3
Ö è Ö è
k −1 2−k k 2 k −1 2−k k 2

−−−−−−−−−−−−− →
k k 2−k k 2 0 k+1 0 0 0
L3 → L3 − L2
k k 2−k −1 2 0 k+1 0 −1 − k 0
L4 → L4 − L2

e depois a operação L4 → L3 − L4 , por exemplo. Isto fazia com que a última linha fosse 0 0 0 1 + k 0,
facilitando logo os cálculos. De seguida anulava o elemento da 2ª linha, 1ª coluna.

De qualquer maneira vou voltar às contas iniciais. Começamos por notar que k − k 2 − 1 nunca se anula.
Vou dar duas alternativas para continuar.

2
ˆ Fazemos a operação L4 → L3 − L4 e depois L3 → (2k − k 2 )L2 − (k − k 2 − 1)L3 obtendo
Ü ê
−1 1−k 2−k k 3
0 k − k2 − 1 (1 + k)(2 − k) k(k + 1) 3k + 2
0 0 (1 + k)2 (2 − k) k(k + 1)2 (3k + 2)(1 + k)
0 0 0 k+1 0

? Se k 6∈ {−1, 2} então o sistema já está em escada e a última coluna não tem nenhum pivô. Assim o
sistema tem uma só solução pois tem 4 incógnitas e a matriz em escada tem 4 pivôs. Se quisessemos
encontrar as soluções talvez fosse boa ideia começar por dividir a 3ª e 4ª linhas por k + 1.
? Se k = −1 chegamos a uma matriz em escada com dois pivôs, sendo que nenhum está na última
coluna. Deste modo o sistem é possı́vel e tem dois graus de liberdade.

a
? Se k = 2 fazemos (as entradas marcadas com ∗ são irrelevantes para a conclusão).
−1 ∗ ∗ ∗ ∗ −1 ∗ ∗ ∗ ∗
Ö è Ö è
0 −3 ∗ ∗ ∗ 0 −3 ∗ ∗ ∗

−−−−−−−−−−−−−− →
0 0 0 18 24 0 0 0 18 24
L4 → 2L4 + L3
0 0 0 −9 0 0 0 0 0 24

t
e obtemos uma matriz em escada com um pivô na última coluna, o que significa que o sistema é
impossı́vel.
ˆ Fazemos as operações L3 → (2k − k 2 )L2 − (k − k 2 − 1)L3 e L4 → (2k − k 2 )L2 − (k − k 2 − 1)L4 obtendo
Ü ê
−1 1−k 2−k k 3

−1
0
0
0
0
0
0

operação L4 → L4 − L3 e obter
Ü
1−k
No
k − k2 − 1

k − k2 − 1
0
0
0
0
(1 + k)(2 − k)
(1 + k)2 (2 − k)
(1 + k)2 (2 − k)

2−k
(1 + k)(2 − k)
(1 + k)2 (2 − k)
0
k(k + 1)
k(k + 1)2
(2k − 1)(k + 1)

k
k(k + 1)
k(k + 1)2
(k + 1)(k − k2 − 1)
3k + 2
(3k + 2)(1 + k)
(3k + 2)(1 + k)

Se k 6= −1 posso dividir a segunda e a terceira linha por k + 1. Ou então, posso esquecer isso e aplicar a

3
3k + 2
(3k + 2)(1 + k)
0

Se k 6∈ {−1, 2} então a matriz acima está em escada e tem 4 pivôs, sendo que nenhum deles está na última
ê

coluna. Deste modo o sistema é possı́vel e determinado porque há tantas incógnitas como pivôs.
Se k = −1 ou se k = 2 os cálculos são os mesmos que no caso anterior.
2.5. a) Se 2a − b + c = 0 o sistema tem um grau de liberdade, caso contrário o sistema é impossı́vel.
b) Há sempre unicidade de solução.
r
c) Se os três parâmetros forem iguais a 1 há três graus de liberdade; se apenas dois dos parâmetros forem
iguais a 1 há um grau de liberdade; se apenas um dos parâmetros for igual a 1 e o produto dos outros dois
for igual a 1 então há um grau de liberdade; se apenas um dos parâmetros for igual a 1 e o produto dos
outros dois for diferente de 1 então há unicidade.
Ve

No caso em que os três parâmetros são diferentes de 1 temos: se −bc + 2b + 2c − 3 + a2 b2 c2 − abc2 + 2abc −
ac + 2a − ab2 c − ab − a2 bc = 0 então o sistema é impossı́vel; e é determinado, caso contrário.
d) Se a 6= b 6= c 6= a o sistema é determinado; se a = b = c então o sistema é impossı́vel; se a = b 6= c então o
sistema é possı́vel (e com um grau de liberdade) se e só se c 6= 23 e a = 2(c−1)
3c−2 ; se a 6= b e c é igual a a ou a
2 2(b−1)
b então o sistema é possı́vel (e com um grau de liberdade) se e só se b 6= 3 ea= 3b−2 .

2.6. Para a primeira alı́nea basta notar que a matriz dos coeficientes do sistema é invertı́vel. De qualquer maneira
vamos esquecer este resultado e recomeçar!
Vamos ver o caso em que a 6= 0 (o outro temßdemonstração semelhante). Nestas condições o sistema é equivalente
ax + by = e
a (aplicando a operação L2 → aL2 − cL1 ) .
(ad − bc)y = af − ec
ˆ Se ad − bc 6= 0 então o sistema é determinado (recorde-se que estamos no caso em que a 6= 0).
ß
ax + by = e
ˆ Se ad − bc = 0 então temos que é impossı́vel se af − ec 6= 0 e é indeterminado
0 = af − ec
(com um grau de liberdade, pois a 6= 0) se af − ec = 0.

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