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Aula 13

BNB (Analista Bancário 1) Português -


2024 (Pós-Edital)

Autor:
Equipe Português Estratégia
Concursos, Felipe Luccas

01 de Março de 2024
Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas
Aula 13

Índice
1) Noções Iniciais de Tipologia Textual
..............................................................................................................................................................................................3

2) Tipo x Gênero
..............................................................................................................................................................................................4

3) Narração
..............................................................................................................................................................................................7

4) Descrição
..............................................................................................................................................................................................
18

5) Injunção
..............................................................................................................................................................................................
20

6) Dissertação
..............................................................................................................................................................................................
22

7) Funções da Linguagem
..............................................................................................................................................................................................
40

8) Questões Comentadas - Narração - Cesgranrio


..............................................................................................................................................................................................
51

9) Questões Comentadas - Descrição - Cesgranrio


..............................................................................................................................................................................................
57

10) Lista de Questões - Narração - Cesgranrio


..............................................................................................................................................................................................
58

11) Lista de Questões - Descrição - Cesgranrio


..............................................................................................................................................................................................
64

12) Noções Iniciais de Interpretação de Textos


..............................................................................................................................................................................................
66

13) Linguagem Verbal x Linguagem Não verbal


..............................................................................................................................................................................................
67

14) Linguagem Literária x Linguagem Não literária


..............................................................................................................................................................................................
68

15) Intertextualidade
..............................................................................................................................................................................................
69

16) Interpretação e Compreensão


..............................................................................................................................................................................................
73

17) Julgamento de Assertivas


..............................................................................................................................................................................................
78

18) Questões Comentadas - Compreensão e interpretação - Cesgranrio


..............................................................................................................................................................................................
81

19) Lista de Questões - Compreensão e interpretação - Cesgranrio


..............................................................................................................................................................................................
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CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Olá, pessoal!
Nesta aula estudaremos um dos tópicos que dão base para compreender melhor a estrutura de textos e suas
diversidades: gêneros textuais!
A tipologia textual se refere fundamentalmente ao tipo de texto e a sua estrutura e apresentação. Diferencia-
se um tipo do outro pela presença de traços linguísticos predominantes. Por exemplo, Narrar é contar uma
história, Descrever é caracterizar estaticamente, Dissertar é expor ideias, seja para defender uma tese, para
demonstrar conhecimento, entre outras finalidades.
Importante esclarecer que não é comum um texto totalmente fiel às características de um tipo textual.
Geralmente os textos trazem elementos narrativos, descritivos ou dissertativos simultaneamente e sua
classificação será baseada na predominância ou na prevalência de uma delas, em coerência com a
==2537cb==

finalidade principal do texto. Ou seja, uma dissertação pode trazer trechos narrativos e descritivos e ainda
assim será classificada como um texto dissertativo, se ficar indicado que o objetivo era expor ideias e
defender uma tese.
Normalmente, em concursos públicos, as bancas examinadoras têm cobrado com mais profundidade o tipo
dissertação e suas subvariantes argumentativa e expositiva.
Grande abraço e ótimos estudos!
Time de Português

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TIPO X GÊNERO
Gênero textual é um conjunto de características comuns de um texto. É um conceito mais
específico que o conceito de “tipo” textual, que se define fundamentalmente pela “finalidade”.
Por exemplo, o “tipo” narração tem vários “gêneros”, como romance, fábula, boletim de
ocorrência, diário, piada, ata, notícia de jornal, conto, crônica. O “tipo” injuntivo/instrucional tem
gêneros como a receita culinária, o manual de instruções, o tutorial.
Vamos esquematizar:

Narração Injunção Descrição


•romance •receita culinária •cardápio
•fábula •manual de instruções •anúncio
•diário •tutorial •panfleto
•piada
•conto
•crônica

A fábula, por exemplo, é um texto narrativo alegórico, de texto curto e linguagem simples, cujos
personagens são animais personificados e refletem as características humanas, como a preguiça,
a previdência, a inveja, a falsidade, a coragem, a bondade. O desfecho da fábula transmite uma
lição de moral ou uma crítica a comportamentos humanos. Vejamos:

A Cigarra e a Formiga
Num dia soalheiro de Verão, a Cigarra cantava feliz. Enquanto isso, uma Formiga
passou por perto. Vinha afadigada, carregando penosamente um grão de milho
que arrastava para o formigueiro. - Por que não ficas aqui a conversar um pouco
comigo, em vez de te afadigares tanto? – Perguntou-lhe a Cigarra. - Preciso de
arrecadar comida para o Inverno – respondeu-lhe a Formiga. – Aconselho-te a
fazeres o mesmo. - Por que me hei-de preocupar com o Inverno? Comida não nos
falta... – respondeu a Cigarra, olhando em redor. A Formiga não respondeu,
continuou o seu trabalho e foi-se embora. Quando o Inverno chegou, a Cigarra
não tinha nada para comer. No entanto, viu que as Formigas tinham muita comida
porque a tinham guardado no Verão. Distribuíam-na diariamente entre si e não
tinham fome como ela. A Cigarra compreendeu que tinha feito mal...

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Moral da história: Não penses só em divertir-te. Trabalha e pensa no futuro.

Um gênero narrativo que tem sido bastante cobrado é a crônica, que se caracteriza por apresentar
reflexões sobre fatos cotidianos, da vida social, do dia a dia, aparentemente banais. Dentro dessa
temática, pode ser humorística, crítica, intimista. Geralmente é narrada em primeira pessoa e
transmite a visão particular do autor. Sua linguagem é direta e geralmente informal, registrando a
fala literal e espontânea dos personagens.
Pode haver presença de lirismo e ironia. Contudo, há crônicas de alguns autores, especialmente
clássicos, em que se verifica registro formal e erudito da língua.
Antes de detalhar cada um dos tipos, vamos relembrar a diferença entre Tipo e Gênero:

Tipo Textual ==2537cb==

Gênero Textual

(Modo de Organização) (textos com características


próprias)

Em suma, os tipos textuais principais são poucos, mas os gêneros são inúmeros e estão sempre
surgindo novos, de modo a abranger as novas “situações comunicativas”.

(PREF. CAMBORIU - SC / PROFESSOR / 2021)


Sobre tipologias textuais, assinale a alternativa correta.
A) Os gêneros textuais são formas de comunicação a serviço das tipologias textuais.
B) As tipologias textuais podem ser classificadas em primárias e secundárias.

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C) As tipologias textuais são ferramentas essenciais a serviço dos gêneros textuais.


D) O site, o blog, o chat, o e-mail são exemplos de tipologias textuais recentes advindas da
presença marcante de um novo suporte tecnológico na comunicação: a Internet.
E) Para a produção de um tipo textual, o autor deve valer-se sempre do nível de linguagem
cuidada, ou seja, culta.
Comentários:
Questão um pouco mais técnica. Vejamos as alternativas:
A) ERRADA. É o contrário: a tipologia é que auxilia os gêneros.
B) ERRADA. Não há essa classificação para tipologia textual.
C) CERTA.
D) ERRADA. O site, o blog, o chat, o e-mail são exemplos de gêneros textuais.
E) ERRADA. O nível de linguagem depende do gênero a ser utilizado. Gabarito letra C.
(PREF. CRISTINÁPOLIS - SE / PROFESSOR / 2020)
Todos os itens a seguir são exemplos de gêneros textuais, EXCETO:
A) Propaganda. B) Notícia. C) Injunção. D) Lista de Compras.
Comentários:
Lembre-se que:
Tipo textual: como o texto é organizado (MODO)
Gênero textual: características dos textos (O QUE).
Assim, ao olhar para as alternativas, temos que "injunção" é um tipo textual (modo de organização
do texto). Portanto, Gabarito letra C.

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NARRAÇÃO
A narração tem a finalidade de contar uma história, isto é, retratar acontecimentos, reais ou
imaginários, sucessivos num lapso temporal, de forma linear ou não linear. É dinâmica, pois traz
uma mudança de estado, uma sequência de fatos, uma relação de antes e depois.
Os elementos da narrativa são narrador, enredo, tempo (quando), lugar/espaço (onde),
personagens (quem) e um encadeamento de eventos (o quê) que se desenvolvem ou se
complicam até um clímax e um posterior desfecho.
Por narrar acontecimentos em sequência no tempo-espaço, o tempo verbal predominante é o
pretérito perfeito, embora também possa ocorrer o pretérito imperfeito ou até o presente,
quando se pretende aproximar os acontecimentos do tempo da narração.
Não há uma estrutura rígida para a construção de um enredo, contudo a narrativa normalmente
parte de um “fato narrativo inicial”, um evento que dá a referência inicial a partir do qual o
enredo vai se desenvolver. Deve haver uma relação de causalidade entre os eventos, uma
integração lógica das ações e acontecimentos, pois o relato de vários eventos desconexos não
constitui um enredo, que deve ter uma unidade lógica.
O enredo da narrativa geralmente vai partir de um estado inicial de harmonia, que será
interrompido por um fato gerador de desarmonia e conflito, que causará a busca por uma
solução. Então, essa busca se desenrolará em várias outras ações e outros conflitos, até um
clímax e um desfecho da história. Basta pensar em qualquer filme ou romance e perceberemos
esse desenvolvimento. A banca não costuma cobrar isso de forma teórica, mas pode perguntar
sobre a motivação dos personagens.

Não há uma sequência rígida: as narrações podem ocorrer de forma muito


simplificada, resumidas ao relato de algumas poucas ações sequenciais.

A característica mais marcante de uma narração é a sequência temporal. A passagem do tempo


narrativo geralmente se explicita por meio de advérbios de tempo, orações temporais, tempos
verbais específicos. Contudo, pode vir implícita:

João deixou uma panela de feijão no fogo e foi à padaria comprar pão. Quando
voltou, antes de entrar em casa, parou para brincar com seu cachorro e então
sentiu um cheiro forte. Ao entrar em casa, percebeu que o feijão queimara.
Desligou o fogo e gritou um palavrão bem alto.

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Observe as marcas temporais: os verbos estão conjugados no pretérito perfeito, indicando ações
perfeitamente concluídas. Os advérbios de tempo “antes”, “depois” e as orações temporais
“quando voltou” e “ao entrar” sinalizam explicitamente a distribuição das ações na linha
cronológica. Em “desligou o fogo E gritou”, o “E” aditivo é uma marca implícita da passagem do
tempo, pois também indica uma ação seguida da outra.
As narrativas podem seguir cronologias irregulares, tempos psicológicos, em que os eventos são
narrados dentro da consciência do narrador e não coincidem com o tempo real. Também podem
ser contadas de trás para frente, em “flashback”.
O ritmo da narrativa também pode variar, podemos ter uma “narrativa direta”, que se desenvolve
rapidamente, com foco em levar o leitor diretamente ao desfecho. Esse é o caso das piadas,
anedotas, tirinhas.
Também podemos ter uma “narrativa indireta”, que se desenvolve de forma mais lenta, com
muitas interrupções e digressões do narrador, com rodeios, devaneios, pausas para descrições e
intercalação de subnarrativas de eventos secundários. Esse é o estilo de narração de grandes
obras, como “Memórias Póstumas de Brás Cubas” de Machado de Assis e “Dom Quixote” de
Miguel de Cervantes.
Quanto ao elemento “personagens”, é importante lembrar que são seres humanos ou
humanizados (entidades personificadas, com atitude humana). Podem ser principais e
secundários, de acordo com sua importância na narrativa.
O personagem protagonista é um dos principais e conduz a ação. Sua experiência é o foco da
narrativa, que geralmente se funda na solução de um conflito ou busca do personagem principal.
O personagem antagonista é aquele que se opõe ao objetivo do protagonista. Suas ações geram
obstáculos que ajudam a desenvolver a narrativa em outras ações e outras subtramas. Pessoal,
isso é bem simples, basta pensar nos “heróis” e “vilões” dos filmes e quadrinhos.
Os principais gêneros textuais narrativos são charges, piadas, contos, novelas, crônicas e
romances.

Tipos de narrador
O narrador pode apresentar diversos graus de interferência na história.
Pode ser um narrador personagem, que conta a história em primeira pessoa e faz parte dela. Sua
fala também pode vir registrada como a de um personagem comum, reproduzida literalmente ou
indiretamente, com a pontuação pertinente. A narrativa em primeira pessoa é impregnada pela
opinião e pelas impressões do narrador. Veja o exemplo:

"Não tínhamos dinheiro para passagem de ônibus a próxima cidade, de modo


que meu amigo sugeriu irmos de trem de carga, a condução dos espertos.
Quando anoiteceu, corremos a nos esconder num vagão vazio. Ofegantes,
fechamos a pesada porta e nos estendemos sobre o chão. Estávamos cansados e
famintos."

Pode ser um narrador observador, que narra a história em terceira pessoa, como se a assistisse
de fora, traz o relato de uma testemunha.

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"...Ele andava calmamente, a rua estava escura dificultando sua caminhada, mas
ele parecia não se importar, andava lentamente como se a escuridão não o
assustasse..."

Por fim, pode ser um narrador onisciente, que não só narra a história, mas também tem pleno
conhecimento do pensamento e das emoções dos personagens, bem como sobre o passado e o
futuro dos acontecimentos. Não há segredos para ele, pode desvelar a tendência e a
personalidade dos personagens, mesmo que esses mesmos não saibam. Ele conhece a verdade
da narrativa.

“Ele sofria como um tolo desde a despedida dela. Dizia para si mesmo um
milhão de vezes que ela um dia voltaria. Mas no fundo, o idiota se obrigava a
acreditar nesta imbecil fantasia. Afinal, era a única coisa que o impedia de
estourar os próprios miolos”.

Tipos de discurso do narrador


O narrador dispõe de 3 tipos de discurso para estruturar sua narrativa e mostrar ao leitor as falas,
as emoções e o pensamentos dos personagens. São eles: o discurso direto, o indireto e o
indireto livre.

Discurso direto
É narrado em primeira pessoa, retratando as exatas palavras dos personagens.
Caracteriza-se pelo uso de verbos dicendi ou declarativos, como dizer, falar, afirmar, ponderar,
retrucar, redarguir, replicar, perguntar, responder, pensar, refletir, indagar e outros que exerçam
essa função. A pontuação se caracteriza pela presença de dois pontos, travessões ou aspas para
isolar as falas, que são claramente alternadas, bem como de sinais gráficos, como interjeições,
interrogações e exclamações, para indicar o sentimento que as permeia.

"- Por que veio tão tarde? perguntou-lhe Sofia, logo que apareceu à porta do
jardim, em Santa Teresa.
- Depois do almoço, que acabou às duas horas, estive arranjando uns papéis.
Mas não é tão tarde assim, continuou Rubião, vendo o relógio; são quatro horas
e meia.
- Sempre é tarde para os amigos, replicou Sofia, em ar de censura."
(Machado de Assis, Quincas Borba, cap. XXXIV)

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Discurso indireto
É narrado em terceira pessoa e o narrador incorpora a fala dos personagens a sua própria fala,
também utilizando os verbos de elocução (dicendi ou declarativos) como dizer, falar, afirmar,
ponderar, retrucar, redarguir, replicar, perguntar, responder, pensar, refletir, indagar.
Trata-se de uma paráfrase, uma reescritura das falas, agindo o narrador como intérprete e
informante do que foi dito. Geralmente traz uma oração subordinada substantiva, com a
conjunção "que".

“A certo ponto da conversação, Glória me disse que desejava muito conhecer


Carlota e perguntou por que não a levei comigo."
==2537cb==

“Capitu segredou-me que a escrava desconfiara, e ia talvez contar às outras”

Discurso indireto livre


É um discurso híbrido, haja vista que concilia características dos dois anteriores.
Há absoluta liberdade formal e sintática por parte do narrador, que mistura reproduções literais
das falas com paráfrases, que alterna pensamentos e registro de falas e ações, aproximando a
fala do narrador e do personagem, como se ambos falassem em uníssono.

"Quincas Borba calou-se de exausto, e sentou-se ofegante. Rubião acudiu,


levando-lhe água e pedindo que se deitasse para descansar; mas o enfermo após
alguns minutos, respondeu que não era nada. Perdera o costume de fazer
discursos é o que era."
"Aperto o copo na mão. Quando Lorena sacode a bola de vidro a neve sobe tão
leve. Rodopia flutuante e depois vai caindo no telhado, na cerca e na menininha
de capuz vermelho. Então ela sacode de novo. 'Assim tenho neve o ano inteiro'.
Mas por que neve o ano inteiro? Onde é que tem neve aqui? Acha lindo a neve.
Uma enjoada. Trinco a pedra de gelo nos dentes."

Por ser o discurso mais difícil de ser percebido, vamos sintetizar suas principais características:

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✔ As falas das personagens (feitas na 1ª pessoa) surgem espontaneamente dentro discurso


do narrado (na 3ª pessoa);
✔ Não há marcas que indiquem a separação das falas do narrador e da personagem;

✔ Não é introduzido por verbos de elocução, nem por sinais de pontuação ou conjunções;

✔ Por vezes, é difícil delimitar o início e o fim da voz da personagem, já que está inserida
dentro da voz do narrador;
✔ O discurso do narrador transmite o sentido do discurso da personagem;

✔ O narrador é onisciente de todas as falas, sentimentos, reações e pensamentos da


personagem.

Passagem do discurso direto para o indireto


Essa conversão é cobrada em prova e deve observar algumas mudanças.
Todas essas mudanças são lógicas e decorrentes da própria passagem de uma fala literal para
uma fala recontada. Então, vamos sistematizar essas regras gerais.

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— Fujam agora— ordenou o General.


O general ordenou que fugissem imediatamente (naquele momento).
+3

Pedro: Eu confesso— Quero viver sem pensar tanto em mim mesmo—.


Pedro confessou que queria viver sem pensar tanto em si mesmo.

“Começo a estudar amanhã aqui mesmo nesta bibliblioteca” — Prometeu Maria.


Maria prometeu que começaria a estudar no dia seguinte, ali mesmo naquela
biblioteca.

Quem me chamou ontem? — perguntou Maria.


Maria perguntou quem a chamara no dia anterior.

Observe que a conversão do discurso direto para o indireto está sinalizada principalmente pelo
verbo “declarativo” (verbo dicendi), ou seja, aquele que introduz a fala (disse, declarou, afirmou,
respondeu, retrucou etc), seguido da oração com conjunção integrante "que", "quem".
Então, muitas vezes somente o verbo declarativo é passado para o discurso indireto e os verbos
do restante da fala são mantidos nos tempos originais.
— “Pedro não desistirá” — disse João. (Discurso Direto)
João disse que Pedro não desistiria.
João disse que Pedro não desistirá.

(CREF - 20ª Região / 2019)

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“A prática demonstra isso: um quadro de emoções negativas conduz à depressão e a outros


males”, diz ele.
De acordo com o texto, julgue o item a seguir.
O emprego do sinal de dois pontos à linha 21 justifica‐se por introduzir discurso direto.
Comentários:
De fato, dois pontos podem ser utilizados para iniciar uma fala / discurso direto, mas não é o
caso da questão. No trecho, a pontuação é utilizada para iniciar uma enumeração. Questão
incorreta.
(PREF. NOVO HORIZONTE-SP / 2019 - Adaptada)
“Oi, você poderia me dar indicações de brinquedos para meninas?”, diz uma mãe, num diálogo
hipotético com a atendente de uma grande loja de brinquedos. Do outro lado do balcão, a
atendente não hesita em apontar: “a Baby tem saído bastante”. A mãe: “e para meninos?”; outra
resposta rápida: “temos Lego, dinossauros e super-heróis”.
Acerca da seguinte afirmação sobre reescritas de trechos do texto, com mudança de discurso
direto para indireto, julgue.
Todo o período das linhas 01 e 02 do texto pode ser transcrito corretamente da seguinte forma:
Uma mãe pergunta a uma atendente de uma grande loja de brinquedos se ela poderia dar-lhe
indicações de brinquedos para meninas.
Comentários:
Note que o verbo "poderia", presente na estrutura original, está no Futuro do Pretérito do
Indicativo e, por isso, não sofre alteração. A mesma coisa acontece com "diz", no Presente do
Indicativo: por mais que tenha sido trocado por "pergunta", o tempo verbal é mantido. Questão
correta.

Opinião do autor/narrador
Percebemos que o discurso direto é mais objetivo, pois narra falas literais, exatamente como
proferidas, de modo que o leitor pode julgar por si mesmo a atitude dos personagens. Então, o
discurso direto ajuda a construir “veracidade” e “credibilidade” no que foi dito.
Já no discurso indireto e indireto livre, o narrador divide com o leitor seu próprio ponto de vista,
sua própria leitura dos fatos. Inclusive, ao recontar as falas dos outros, já pode estar inserindo seu
viés na própria escolha das palavras.
Nesse contexto, a opinião do narrador (ou do locutor de um texto argumentativo) pode ser
verificada em algumas pistas, palavras que indicam em algum nível as verdadeiras impressões
sobre o que se fala. Essas expressões que indicam ponto de vista são chamadas de
“modalizadores”:
Ex: Pedro infelizmente não tinha chegado ainda, devia estar no maldito trânsito e
fatalmente perderia o início do evento que lutara para organizar.
No exemplo acima, os advérbios “infelizmente” e “fatalmente” indicam que o locutor considera
negativos o acontecimento de perder o início do evento. Então, tais expressões revelam um viés
“afetivo” e “subjetivo”.

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O advérbio “ainda” indica que há na fala expectativa ou convicção de que ele já deveria ter
chegado. Se o advérbio utilizado fosse “já” (ele já chegou), o sentido seria outro e revelaria a
visão de que ele chegou mais rápido que o esperado.
O verbo “devia” foi usado como um modalizador, para indicar “possibilidade/probabilidade”, de
modo que sabemos que não há certeza absoluta naquela declaração. Se fosse usado outro
verbo, como “poderia”, ou um uma forma verbal mais categórica, como “estava”, os sentidos
seriam outros e a visão do fato pareceria outra.
O adjetivo “maldito” expressa verdadeiro rancor contra o “trânsito”.
O verbo “lutar” também indica que o autor considera o ato de “organizar” o evento uma tarefa
difícil, que exigia esforço e encontrava oposição, enfim, uma luta.
Esses são apenas alguns indícios de opinião do narrador/autor, examinados num pequeno
período. No texto, qualquer estrutura ou classe de palavras (verbos, adjetivos, advérbios,
palavras denotativas, interjeições) pode ser vestígio de uma opinião subjacente.
O que foi dito acima não é exclusivo para “narradores”: vale para a opinião do autor em
dissertações, argumentações, propagandas, artigos, matérias jornalísticas e qualquer gênero
textual.
Cuidado, não é qualquer adjetivo ou advérbio que necessariamente indica um juízo de valor!
Muitas vezes eles têm caráter mais objetivo, embasado em uma situação concreta. É preciso
analisar o contexto e as opções da questão.
Para exemplificar a teoria, vamos às questões?

(PREF. CAPANEMA - PA / 2020 - Adaptada)


Pela emancipação masculina
Uma pequena aglomeração na orla da Barra da Tijuca. Homens, em sua esmagadora maioria. O
carro de som parado, o zunido do microfone enquanto passam o som, a faixa ligeiramente torta.
É a primeira passeata masculinista do Brasil.
João Marcelo é aquele cara ali, vestindo regata. Ele organizou o evento pelo WhatsApp. Tudo
começou por causa de um controle remoto. Sempre que Miriam, sua esposa, botava o pé para
fora de casa, o controle da TV desaparecia. E só quando ela voltava, o mistério era solucionado:
estava na cara dele o tempo todo.
Foi nesse meio-tempo, assistindo ao Rodrigo Hilbert a contragosto, que João Marcelo se deu
conta da violência diária e silenciosa que ele sofria: a dependência do sexo feminino.
Agora, João Marcelo quer que todos os homens sejam livres. E ele não está sozinho. Paulão é
segurança particular e já perdeu dois empregos por causa de seu terno “abarrotado” (sic).
Depois que a Sandra foi embora, ele parece um cosplay de Agostinho Carrara. Vocifera ao
megafone em defesa de meninos inocentes que dependem dos caprichos de uma mãe, às vezes
até de um pai – “porque homem oprime homem também!” – para se alimentar e fazer a própria
higiene pessoal. É um projeto de dominação diabólico que visa domesticar os homens para

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sempre, desde pequenos.


Uma ciclista curiosa interpela os manifestantes. Lidiane quer saber que injustiças são essas que
esses homens alegam estar sofrendo. O tom da moça causa revolta. O feminismo é a pauta da
vez, ninguém fala das mazelas do homem, só se ele for gay. Ela claramente não conhece a
angústia de sair de casa para comprar rúcula e voltar com um ramo de espinafre. Ou de abrir uma
gaveta cheia de meias soltas e não conseguir formar um par. Paulão tira a camisa envergonhado,
exibindo os cravos que se alastram em suas costas.
Indiferente àquele tumulto em prol do empoderamento masculino, Lidiane pedala para longe,
sob algumas vaias.
Os cartazes começam a despontar na pequena multidão, estampando frases de efeito como:
“minha próstata, minhas regras”, “a cada 11 minutos, um homem é obrigado a trocar um pneu
no Brasil” e “paternidade é uma escolha, não uma obrigação”. A passeata segue pacificamente
até ser interrompida por um apelo emocionado do organizador ao microfone: “Alguém viu minha
carteira?”.
(Disponível em:
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/manuelacantuaria/2019/09/pela-emancipacao-masculina.shtml. Acesso em:
10/09/2019. Manuela Cantuária.)
Considere as afirmativas a seguir.
I. A finalidade do texto é narrar uma sequência de ações inusitadas para entreter o leitor.
II. O foco narrativo do texto está na primeira pessoa do discurso e o narrador é o personagem
principal da história.
III. O texto é exemplo do gênero crônica narrativa, que se caracteriza pela flexibilidade de circular
tanto no domínio discursivo jornalístico como também no literário.
IV. O narrador do texto apresenta ao leitor suas impressões e inferências acerca de um
acontecimento real, que serviu apenas de pretexto para expor suas reflexões.
Está correto o que se afirma apenas em
A) I e II. B) I e III. C) II e III. D) II e IV. E) III e IV.
Comentários:
Vejamos os itens:
I. CERTO. O texto narrativo tem esse objetivo.
II. ERRADO. O narrador nesse texto é observador, por isso a narração é em 3ª pessoa.
III. CERTO. Há trechos de narrativa, mas também há aqueles que se aproximam de uma matéria
jornalística, por exemplo: " Uma pequena aglomeração na orla da Barra da Tijuca. Homens, em
sua esmagadora maioria. (...) É a primeira passeata masculinista do Brasil."
IV. ERRADO. O narrado apenas conta os fatos. Argumentação é característica de outro tipo
textual - o argumentativo.
Gabarito: Letra B.
(CREFONO - 9ª Região / 2019)
Vizinho,
Quem fala aqui é o homem do 1.003. Recebi outro dia, consternado, a visita do zelador, que
me mostrou a carta em que o senhor reclamava do barulho em meu apartamento. Recebi,
depois, a sua própria visita pessoal — devia ser meia‐noite — e a sua veemente reclamação

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verbal. Devo dizer que estou desolado com tudo isso, e lhe dou inteira razão. O regulamento do
prédio é explícito e, se não o fosse, o senhor ainda teria ao seu lado a lei e a polícia.
Quem trabalha o dia inteiro tem direito a repouso noturno e é impossível repousar no 903
quando há vozes, passos e músicas no 1.003, ou melhor, é impossível ao 903 dormir quando o
1.003 se agita, pois, como não sei o seu nome nem o senhor sabe o meu, ficamos
reduzidos a ser dois números empilhados entre dezenas de outros. Eu, 1.003, me limito a Leste
pelo 1.005, a Oeste pelo 1.001, ao Sul pelo Oceano Atlântico, ao Norte pelo 1.004, ao alto pelo
1.103 e embaixo pelo 903 — que é o senhor.
Todos esses números são comportados e silenciosos: apenas eu e o Oceano Atlântico
fazemos algum ruído e funcionamos fora dos horários civis; nós dois apenas nos agitamos e
bramimos ao sabor da maré, dos ventos e da Lua.
Prometo sinceramente adotar, depois das 22 horas, de hoje em diante, um comportamento de
manso lago azul. Prometo. Quem vier à minha casa (perdão: ao meu número) será
convidado a se retirar às 21h45, e explicarei: o 903 precisa repousar das 22 às 7, pois às 8h15
deve deixar o 783 para tomar o 109 que o levará até o 527 de outra rua, onde ele trabalha na
sala 305. Nossa vida, vizinho, está toda numerada: e reconheço que ela só pode ser
tolerável quando um número não incomoda outro número, mas o respeita, ficando dentro
dos limites de seus algarismos. Peço‐lhe desculpas – e prometo silêncio.
Rubem Braga. O verão e as mulheres. 10.ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2008, p. 21‐23 (com adaptações)
Em relação às ideias do texto, julgue o item.
O texto consiste em uma crônica a respeito de um pequeno acontecimento diário comum nas
grandes cidades.
Comentários:
É isso mesmo! A crônica narra fatos do dia a dia, acontecimentos cotidianos e atuais, de uma
maneira diferente, com intenção crítica ou não. Questão correta.

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DESCRIÇÃO
Descrever é caracterizar, relatar em detalhes características de pessoas, objetos, imagens, cenas,
situações, emoções, sentimentos. A descrição é uma pormenorização estática, uma pausa no
tempo, geralmente uma interrupção da narração, para apresentação de traços dos seres. Para
isso, se utiliza de muitos adjetivos, verbos de ligação que indicam estado e orações e locuções
adjetivas para caracterização.
O tempo mais usual é o pretérito imperfeito, por indicar uma ação continuada ou rotineira: era,
fazia, estava, parecia...
Importante lembrar que os adjetivos podem ter valor objetivo ou relacional, quando são isentos
de opinião e simplesmente expressam um fato: carro preto, homem japonês, doença
==2537cb==

degenerativa. Esses adjetivos geralmente não aceitam gradação (homem mais japonês) e vão
indicar uma descrição objetiva.
Já os adjetivos qualificativos ou subjetivos expressam opinião, não são fatos, essas qualidades
podem ser graduadas e questionadas: homem bonito, carro extravagante, aluno teimoso, lugar
longe, muito longe... Esses adjetivos, por sua vez, caracterizam uma descrição subjetiva,
impregnada pela opinião de quem descreve.
A descrição quase sempre está presente em outros tipos textuais, assim como dificilmente é
encontrada na sua forma pura, de modo que também é comumente permeada por trechos
narrativos ou dissertativos. Nas provas de concurso, o mais comum é a descrição aparecer dentro
de uma narração.
Difere-se fundamentalmente da narração por trazer acontecimentos simultâneos, que ocorrem ao
mesmo tempo, sem progressão temporal e sem relação de anterioridade e posterioridade. As
ações podem descrever uma rotina, ações habituais, sem foco narrativo.
A descrição está para uma foto, assim como a narração está para um filme.
Além disso, a descrição é o tipo textual que predomina em gêneros como manuais, propagandas,
biografias, relatórios, definições e verbetes, tutoriais.
É rara a cobrança de uma descrição pura. Vamos ver um exemplo, retirado da prova do Centro
Brasileiro de Pesquisas Físicas:

“Amanhece na ilha de Heron. Sobre a imensa faixa de areia, que se estende em


curva até desaparecer na bruma da manhã, despeja-se uma lua violácea, que
pouco a pouco se encorpa. Mas é somente quando o sol oblíquo já incide sobre
as areias e a água, sobre a vegetação rasteira e os tufos de algas que brilham nas
pedras com a maré baixa, é só então – nunca antes – que se pode notar o primeiro
movimento na praia.”

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O texto começa pela descrição da ilha de Heron. Um texto descritivo é


caracterizado fundamentalmente por:
a) ações que ocorrem em uma sequência cronológica.
b) reflexões sobre aspectos problemáticos da vida.
c) registro de elementos caracterizadores de uma realidade.
d) citação de informações sobre determinado objeto.
e) conjunto de pensamentos inacabados.
A resposta é a letra C. Observe a descrição estática da paisagem da ilha, a
abundância de adjetivos, a construção de uma imagem. Não há ações em
sequência cronológica, nem reflexões sobre problemas, nem pensamentos
inacabados. Trata-se de uma descrição pura.

Vejamos agora essas características nos textos que vêm sendo cobrados:

(PGE-PE / 2019)
Passávamos férias na fazenda da Jureia, que ficava na região de lindas propriedades cafeeiras.
Íamos de automóvel até Barra do Piraí, onde pegávamos um carro de boi. Lembro-me do aboio
do condutor, a pé, ao lado dos animais, com uma vara: “Xô, Marinheiro! Vâmu, Teimoso!”. Tenho
ótimas recordações de lá e uma foto da qual gosto muito, da minha infância, às gargalhadas,
vestindo um macacão que minha própria mãe costurava, com bastante capricho. Ela fazia um para
cada dia da semana, assim, eu podia me esbaldar e me sujar à vontade, porque sempre teria um
macacão limpo para usar no dia seguinte.
Jô Soares. O livro de Jô: uma autobiografia
desautorizada. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.
O texto é essencialmente descritivo, pois detalha lembranças acerca das viagens de férias que a
personagem e sua família faziam com frequência durante a sua infância.
Comentários:
Essencialmente, predominantemente, principalmente o texto é narrativo, pois há clara sucessão
de fatos e objetivo último de contar uma história, narrar uma sequência de ações ao longo do
tempo.
Questão incorreta.

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INJUNÇÃO
O texto injuntivo traz instruções ao leitor para realizar certa tarefa. Ensina, orienta, interpela ou
obriga o leitor a fazer alguma coisa.
Sua principal característica é apresentar verbos no imperativo, em comandos neutros, genéricos e
impessoais, para prescrever alguma ação do leitor. O uso do infinitivo impessoal também é usado
como estratégia de neutralidade, pois omite o agente:
Ex: Passo 1, remover a embalagem. Passo 2, inserir CD de instalação.
Ex: 149 - Compete à autoridade judiciária disciplinar, através de portaria, ou autorizar,
mediante alvará...
Observamos esse tipo textual em gêneros como leis, regulamentos, contratos, manuais de
instrução, receitas de bolo, tutoriais.

(PREF. CORDILHEIRA ALTA - SC / 2019 - adaptada)


3 truques para tirar as manchas mais difíceis
Agora você pode comer aquela macarronada sem se preocupar. Testamos todas as fórmulas
milagrosas para garantir que suas roupas fiquem sempre limpas.
1. Molho de tomate
1 colher de sopa de sabão em pó; 1/2 copo de água; 1 colher de sopa de lustra-móveis; 2 colheres
de sopa de água sanitária.
Modo de fazer
Dilua o sabão em pó na água e misture-o aos outros ingredientes. Aplique a solução sobre a
mancha e deixa-a repousar de 5 a 10 minutos. Use uma escova de dentes para esfregar. Enxágue.
Se não sair, repita o processo.
2. Óleo ou gordura
1 colher de sopa de lustra-móveis; 1/2 colher de sopa de detergente.
Modo de fazer
Aplique a solução e deixe repousar de 5 a 10 minutos. Use uma escova de dentes para esfregar e
enxágue. Se não sair, repita o processo.
3. Vinho
1 colher de sopa de sabão em pó; 1/2 copo de água; 5 colheres de sopa de produto para limpeza
pesada (usado para limpar azulejo e fogão); 5 colheres de sopa de água sanitária.
Modo de fazer
Aplique a solução e deixe repousar de 5 a 10 minutos. A mancha ficará marrom: não se preocupe,

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é normal. Use uma escova de dentes para esfregar e enxágue.


O texto apresenta:
A) Uma história. B) Uma notícia. C) Instruções.
D) Uma poesia. E) Uma propaganda.
Comentários:
O texto claramente é injuntivo / instrucional: é um passo a passo de como tirar manchas difíceis.
Gabarito: Letra C.

==2537cb==

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DISSERTAÇÃO
Agora veremos o assunto mais importante desta aula e talvez deste curso. Digo isso porque a
dissertação é o tipo textual mais cobrado, tanto em tipologia quando nas questões de português
que trazem textos. Conhecer a estruturação desse tipo vai ser vital na interpretação em geral, pois
aprenderemos as estratégias argumentativas que são objeto de questões de compreensão e das
provas discursivas, além de ficarmos familiares com a estruturação correta de um parágrafo e de
um texto.
O texto dissertativo basicamente expõe ideias, razões, teorias, raciocínios, abstrações, por meio
de relações lógicas sequenciadas no texto, dentro de uma estrutura específica (introdução,
desenvolvimento e conclusão), sem necessária progressão temporal. Por ser neutra, atemporal e
clara, marca-se pelo uso dos verbos no presente, porque indicam verdades universais: “a água
ferve a 100 graus”; “a terra gira em torno do sol”.
A dissertação pode ser objetiva, também chamada de expositiva; ou subjetiva, também chamada
de argumentativa ou opinativa. Veremos também que há subtipos para um texto argumentativo e
para um texto expositivo.
Na maioria das provas, a banca espera que o candidato saiba identificar textos dissertativos com
diferentes finalidades.

Texto dissertativo expositivo (puro)


A finalidade essencial de um texto expositivo é trazer conceitos, discutir um assunto de maneira
impessoal e objetiva, ou seja, sem defesa clara de uma opinião. Não há defesa de tese, apenas
exposição clara e atemporal de ideias.
Diz-se que o autor é impessoal e o leitor é universal. O autor explana o que sabe de forma neutra
e permite que o leitor forme sua própria opinião. Pode ocorrer que a opinião do autor transpareça
pelo sentido dos modalizadores (marcas linguísticas de opinião), mas não é seu objetivo primário
criar debate e convencer o leitor.
As questões discursivas de provas de Auditor-Fiscal ou Analista de Tribunais são exemplos desse
tipo de dissertação, em que o candidato-autor apenas expõe o conteúdo pedido no enunciado,
sem opinar. Por isso, algumas bancas chamam esse tipo de “explicativo”.

"Com a pandemia, o planejamento de diversos certames previstos para 2020


acabou sendo prejudicado. Por outro lado, já está sendo observada uma abertura
gradual da economia em alguns Estados, fato que deve se replicar no resto do
Brasil."

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Texto dissertativo expositivo-informativo


É um subtipo do expositivo. Esse texto visa acrescentar informação nova ao leitor, ao contrário do
expositivo puro, que não pressupõe que a informação discutida seja nova para quem lê.
É comum ocorrerem no texto informativo trechos descritivos, como dados, estatísticas; ou
narrativos, como relatos de acontecimentos, mas é a finalidade do texto que deve ser o critério
de identificação do tipo textual. Não é por trazer relato de um crime que um texto com clara
finalidade de trazer informação nova ao leitor (sobre uma ação da polícia, por exemplo) deve ser
classificado como uma narrativa.
Atentem para isso, pois quase todo texto dissertativo traz elementos de outra tipologia.

"Foi encaminhado, em agosto de 2020, ao Congresso Nacional, o Projeto de Lei


Orçamentária Anual (PLOA). A proposta trouxe a previsão de receitas e despesas
da União para 2021, incluindo a criação de vagas.
O anexo V do documento prevê o provimento de 50.946 cargos no Poder
Executivo Federal, os quais estão distribuídos da seguinte maneira (...)"

Texto dissertativo argumentativo


O texto argumentativo, além de discutir e informar, defende uma tese, uma opinião pessoal, tendo
como finalidade principal o convencimento do leitor.
Para persuadi-lo, o autor se utiliza de modalizadores e de operadores argumentativos, construindo
fundamentação para seus argumentos por via de relações lógicas organizadas numa estrutura
argumentativa progressiva.
A linguagem utilizada é clara, impessoal (embora parcial), culta. A primeira pessoa é utilizada para
realçar a inclusão do autor no universo de ideias discutidas e seu alinhamento aos argumentos
utilizados, bem como para envolver o leitor. Também é comum o uso da terceira pessoa, com
verbos no presente do indicativo, como estratégia para sugerir que as informações são fatos. Os
verbos são semanticamente carregados e sugerem ou corroboram a opinião que está sendo
defendida. Esses argumentos são apresentados de forma estruturada, com progressão.

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Algumas provas também cobram o conceito de texto dissertativo argumentativo


polêmico, que seria semelhante à modalidade argumentativa, mas com a diferença
de trazer pelo menos dois pontos de vista e contrabalanceá-los.

A estrutura argumentativa
Como dito, a dissertação argumentativa traz uma progressão lógica de argumentos. Em nível
estrutural, essa progressão toma a forma de introdução, desenvolvimento e conclusão.
Na introdução, o autor apresenta o tema, a ideia principal, sua tese.
No desenvolvimento, o autor traz argumentos de apoio ao convencimento.
Na conclusão, o autor retoma a ideia central, apresentada na introdução, e consolida seu
raciocínio. Nesse parágrafo, geralmente ele oferece soluções para os problemas discutidos, faz
constatações e reitera sua opinião de forma mais incisiva.
Existe grande liberdade na forma com que os autores constroem suas argumentações. Alguns
autores concluem logo no início, depois justificam sua posição, outros trazem sua tese somente
no final. Aprenderemos aqui as principais e mais consagradas técnicas de estruturação e de
argumentação, para que o aluno seja capaz de reproduzi-las em uma redação de sua própria
autoria, bem como reconhecê-las nos textos da prova.
Vejamos em detalhes cada uma dessas partes.

Introdução
A introdução deve conter a tese, ou seja, uma afirmação que deverá ser sustentada no decorrer
dos parágrafos. Se o autor pudesse sintetizar todo seu texto numa sentença, essa seria sua tese.
A opinião do autor aqui aparece de modo brando e será reiterada de modo forte na conclusão.
Também é na introdução que o autor tenta seduzir o leitor, captar seu interesse, atraindo-o para
continuar lendo.
Muito teórico?! Então vamos à prática!

Fórmulas de Introdução
Os textos dissertativos se estruturam de modo lógico para convencer o leitor. A introdução já é
um momento de sugerir a estrutura que uma dissertação argumentativa deve tomar, sua divisão,
sua progressão... etc. Vejamos fórmulas comuns de se construir um parágrafo introdutório.
Divisão: é a enumeração explícita dos aspectos que serão tratados. É fácil e deixa o texto mais

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organizado. Além disso, facilita o uso de elementos de coesão: "em relação ao primeiro item", "já
quanto ao segundo"...
Ex: O problema das chuvas tem recebido bastante destaque na mídia, em grandes debates
sobre quem seria o responsável. Há dois fatores principais nesse contexto: a omissão do
governo e a ação dos cidadãos.
Ao continuar o texto, o 1º Parágrafo do desenvolvimento será: A omissão do governo pode
ser observada em casos como...
E o 2º Parágrafo do desenvolvimento: Já a ação dos cidadãos também influencia nesse
resultado porque...

Ex: No Brasil, a tradição política no tocante à representação gira em torno de três ideias
fundamentais. A primeira é a do mandato livre e independente, isto é, os representantes,
ao serem eleitos, não têm nenhuma obrigação, necessariamente, para com as
reivindicações e os interesses de seus eleitores. O representante deve exercer seu papel
com base no exercício autônomo de sua atividade, na medida em que é ele quem tem a
capacidade de discernimento para deliberar sobre os verdadeiros interesses dos seus
constituintes. A segunda ideia é a de que os representantes devem exprimir interesses
gerais, e não interesses locais ou regionais. Os interesses nacionais seriam os únicos e
legítimos a serem representados. A terceira ideia refere-se ao princípio de que o sistema
democrático representativo deve basear-se no governo da maioria. Praticamente todas as
leis eleitorais que vigoraram no Brasil buscaram a formação de maiorias compactas que
pudessem governar.

Definição: é a apresentação de um conceito.


Ex: Denomina-se política ambiental o conjunto de decisões e ações estratégicas que visam
promover a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais. A política ambiental,
portanto, tem relação direta com todas as demais políticas que promovam o uso dos
recursos. Por isso, embora a responsabilidade pelo seu estabelecimento seja dos órgãos
ambientais, todas as demais áreas de governo têm um papel a cumprir na execução das
políticas ambientais.

Citação: é a reprodução literal ou indireta da fala de alguém cuja opinião seja relevante no
contexto daquela dissertação. Essa técnica também pode ser usada para introduzir logo na
introdução um argumento de autoridade.
Ex: Como afirma Foucault, a verdade jurídica é uma relação construída a partir de um
paradigma de poder social que manipula o instrumental legal, de um poder-saber que
estrutura discursos de dominação. Assim, não basta proteger o cidadão do poder com o
simples contraditório processual e a ampla defesa, abstratamente assegurados na

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Constituição. Deve haver um tratamento crítico e uma posição política sobre o discurso
jurídico, com a possibilidade de revelar possíveis contradições e complexidades das tábuas
de valor que orientam o direito.
Ex: “A violência é tão fascinante, e nossas vidas são tão normais”. O célebre verso de Renato
Russo traz à tona uma discussão atual sobre a segurança pública nas grandes capitais...
Ex: “Disse Alexandre Dumas que Shakespeare, depois de Deus, foi o poeta que mais criou.
Aos 37 anos, já escrevera 21 peças e inventara uma forma de soneto.”

Indagação: é o uso de uma pergunta para captar a curiosidade do leitor ou para sinalizar o tema.
Essa pergunta pode ser respondida na conclusão ou no desenvolvimento, com os argumentos.
Pode também ser só uma tônica para o assunto.
Ex: O problema das chuvas tem merecido bastante destaque na mídia, em grandes debates
sobre quem seria o responsável. A maioria culpa o Governo, por sua omissão. Porém, seriam
alguns hábitos do cidadão comum responsáveis por grande parte desses eventos?
Aqui o autor poderia responder a essa pergunta ou se posicionar de forma diferente,
atribuindo a um terceiro a culpa. A estratégia é seduzir o leitor e fazê-lo se perguntar quem
seria o responsável e procurar a resposta no texto.

Frases nominais: é o uso de uma frase seguida de uma explicação. A frase será o elemento de
curiosidade, a frase seguinte será uma explicação.
Ex: Calamidade pública. Assim se referiu o secretário estadual de saúde ao atual estado dos
hospitais do Rio de Janeiro...
Ex: Ditador, louco e genocida. Após baixar a fumaça das explosões, essas palavras podem
ser lidas em muralhas rachadas da maior capital do mundo árabe...

Alusão histórica/literária: é uma técnica de intertextualidade, comunicando a dissertação a outra


obra. A alusão serve para ressaltar semelhanças ou diferenças entre fenômenos atuais e passados,
servindo como argumento para corroborar uma mudança ou uma estagnação.
Ex: A Semana de Arte Moderna ocorreu no Teatro Municipal de São Paulo, em 1922, tendo
como objetivo mostrar as novas tendências artísticas que já vigoravam na Europa. Essa nova
forma de expressão não foi compreendida pela elite paulista, que era influenciada pelas
formas estéticas europeias mais conservadoras. O idealizador deste evento artístico e
cultural foi o pintor Di Cavalcanti.
Ex: Na tarde do Yom Kipur de 1973, sábado, 6 de outubro, Egito e Síria atacam Israel.
Surpreendido e tendo de lutar em duas frentes, num primeiro momento o país enfrenta
dificuldades, mas menos de três semanas depois, em uma das mais impressionantes
reviravoltas da história militar, seus exércitos estavam a caminho do Cairo e Damasco. Todo

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esse tempo depois, ainda há resquícios desse conflito no dia a dia do povo palestino...
Ex: Machado de Assis, em seu conto a Igreja do Diabo, ironiza as religiões e a eterna
tentação de violar prescrições e fazer o que é proibido. Tal tentação ainda pode ser
observada, em casos como...
Ex: Na mitologia grega, Prometeu é o titã que rouba o fogo dos deuses e é por eles
condenado a um suplício eterno. Preso a uma rocha, uma águia devora-lhe constantemente
o fígado. Trata-se de uma lenda altamente simbólica e aplicável à época atual.

Narração: é trazer uma sequência de ações, ou um relato, que vai servir de insinuação do tema.
Ex: No início do mês, um assaltante matou um jovem em São Paulo com um tiro na cabeça,
mesmo depois de a vítima ter lhe passado o celular. Identificado por câmeras do sistema
de segurança do prédio do rapaz, o criminoso foi localizado pela polícia, mas – apesar de
todos os registros que não deixam dúvidas sobre a autoria do assassinato – não ficará um
dia preso. Menor de idade, foi “apreendido” e levado a um centro de recolhimento. O
máximo de punição a que está sujeito é submeter‐se, por três anos, à aplicação de medidas
“socioeducativas”.
Ex: Para desburocratizar e modernizar a administração pública federal, o Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) assinou acordo de cooperação com o Instituto
Nacional de Tecnologia da Informação (ITI). O objetivo do termo é propor e implementar o
Plano Nacional de Desmaterialização de Processos (PNDProc), que prevê a utilização da
documentação eletrônica em todos os trâmites de processos. O extrato do pacto entre as
entidades foi publicado nesta quarta-feira, 21, no Diário Oficial da União.
Ex: Às 4 horas da manhã, o médico se prepara para a cirurgia que vai salvar a vida de um
menino baleado. Aplica anestesia, mas é interrompido pelo flash de uma explosão. Assim
têm vivido os profissionais que se voluntariaram no programa da cruz vermelha que
trabalham nas regiões de conflito...

Declaração: semelhante à frase nominal, com uma oração desenvolvida. Uma declaração forte no
início do parágrafo introdutório surpreende o leitor e o induz a prosseguir na leitura.
Ex: Jogar games de computador pode fazer bem à saúde dos idosos. Foi o que concluiu
uma pesquisa do laboratório Gains Through Gaming (Ganhos através de jogos, numa
tradução livre), na Universidade da Carolina do Norte, nos EUA.
Ex: As projeções sobre a economia para os próximos dez anos são alentadoras. Se o Brasil
mantiver razoável ritmo de crescimento nesse período, chegará ao final da próxima década
sem extrema pobreza. Algumas projeções chegam a apontar o país como a primeira das
atuais nações emergentes em condições de romper a barreira do subdesenvolvimento e
ingressar no restrito mundo rico.
Ex: O homem moderno sucumbiu ao consumismo, tem cada vez mais coisas e cada vez

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menos tempo. Agora chegou ao extremo de comprar produtos cuja finalidade é o próprio
desperdício...
Muito bem! Essas são algumas das principais fórmulas de introdução. Elas podem ser mescladas
e adaptadas aos seus argumentos. Observem o exemplo (de prova):

Tem saído nos jornais: chuvas deixam São Paulo no caos. É verdade que os
moradores estão sofrendo além da conta, quer estejam circulando pela cidade
com seus carros ou nos ônibus e metrô, quer estejam em casa ou no trabalho. Três
fatores criam a confusão: semáforos desligados; alagamentos nas ruas; falta de
energia. Então, tudo culpa da chuva, certo? Errado.

Nessa introdução constam uma declaração inicial, uma divisão e uma indagação. Pura habilidade
do autor!
A seguir veremos também algumas estratégias argumentativas, que são fórmulas de parágrafos
de desenvolvimento, mas que, igualmente, podem ser utilizados para iniciar um texto.

Desenvolvimento
No desenvolvimento deve constar a fundamentação da opinião “levantada” na introdução.
A ideia central de um parágrafo de desenvolvimento é chamada de tópico frasal ou pequena tese.
Ele é a síntese do argumento, a ideia mais importante do parágrafo, e geralmente vem no início
(não necessariamente).
É importante destacar que o parágrafo segue uma estrutura análoga ao texto argumentativo como
um todo, ou seja, o parágrafo de desenvolvimento também tem a sua introdução, que geralmente
coincide com o tópico frasal.
O período seguinte deve trazer uma ampliação desse tópico, sustentando-o por meio de
argumentos e contra-argumentos, raciocínios lógicos, exemplos, comparações, narrativas,
citações de autoridades, dados estatísticos ou outra forma de desenvolvimento. Por fim, pode
haver uma conclusão que retoma a ideia-núcleo ou anuncia o tópico frasal do próximo argumento.
A estrutura do parágrafo argumentativo pode ser vista assim:

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Ampliação (exemplo, Conclusão da ideia-núcleo


Tópico Frasal (pequena
estatística, citação, dado, ou anúncio do próximo
tese ou tese do parágrafo)
analogia...) tópico

Cada argumento deve vir separado em um parágrafo, por clareza e por destacar
mais ainda a estrutura dissertativo-argumentativa.
Essa regra é tão importante que as bancas geralmente descontam pontos por
parágrafos que trazem mais de uma ideia.

Para ilustrar essa teoria, vamos focar no segundo parágrafo de desenvolvimento retirado da prova
da CVM:

O potencial das energias propriamente "limpas" e renováveis é enorme,


comparativamente ao que já existe: ventos, marés, correntes marítimas e fluviais,
energia solar. Elas deverão constituir um nó importante na matriz energética
mundial. Entretanto, admite-se que ainda assim continuarão sendo apenas
complementares e não suficientes para substituir o petróleo.
Um dos problemas dessas energias limpas é que o seu potencial não é
regularmente distribuído no mundo entre as nações consumidoras (1). O Saara,
Mogavi e o Nordeste brasileiro são exemplos de ricos potenciais de energia solar,
mas em que isso beneficia os grandes consumidores do norte da Europa? (2) O
Nordeste brasileiro, assim como a região de Bengala e outras regiões tropicais,
tem enorme potencial eólico. Mas não são só eles: a Dinamarca produz 75% da
energia que consome pelos ventos (3). Poucos países podem rivalizar com o Brasil
quanto à energia hidrelétrica. Nenhuma dessas fontes energéticas limpas e
renováveis poderá, por si, constituir-se no sucessor do petróleo em nível mundial
(4).

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Na introdução, o autor deixa clara sua tese: Há potencial de energia limpa. Entretanto, admite-se
que ainda assim continuarão sendo apenas complementares e não suficientes para substituir o
petróleo em nível mundial. Isso tem que ser fundamentado no desenvolvimento.
Já no desenvolvimento, observe o tópico frasal (1), que apresenta a ideia de que o potencial das
energias limpas não é distribuído de forma regular e se sugere que não seria a solução da crise
energética mundial.
No segundo período (2), há ampliação desse tópico, com exemplos de regiões com potencial de
energia solar, mas que não vão beneficiar os grandes consumidores da Europa. Em (3) o autor traz
o exemplo da Dinamarca, na mesma linha. Esses exemplos sustentam a tese de que o potencial
de energia limpa não é distribuído regularmente.
Em (4), o autor conclui seu raciocínio, reforçando que essas fontes não substituirão o petróleo, ou
seja, serão apenas complementos, pois não são uniformemente distribuídas pelos grandes núcleos
consumidores.
Sintetizando a progressão lógica e estrutural desse texto, temos: a) As fontes renováveis são
importantes, b) mas, serão apenas um complemento, pois não estão distribuídas de forma regular
pelo mundo, conforme exemplos, c) portanto, não são capazes de substituir o petróleo. Veja que
a estrutura de um único parágrafo reflete a macroestrutura do texto dissertativo-argumentativo.

(SEPLAG-RECIFE (PE) / 2019 - Adaptada)


Quem não gosta de samba
“Como se dá que ritmos e melodias, embora tão somente sons, se assemelhem a estados da
alma?”, pergunta Aristóteles. Há pessoas que não suportam a música; mas há também uma
venerável linhagem de moralistas que não suporta a ideia do que a música é capaz de suscitar nos
ouvintes. Platão condenou certas escalas e ritmos musicais e propôs que fossem banidos da cidade
ideal. Santo Agostinho confessou-se vulnerável aos “prazeres do ouvido” e se penitenciou por sua
irrefreável propensão ao “pecado da lascívia musical”. Calvino alerta os fiéis contra os perigos do
caos, volúpia e emefinação que ela provoca. Descartes temia que a música pudesse superexcitar
a imaginação.
O que todo esse medo da música – ou de certos tipos de música – sugere? O vigor e o tom dos
ataques traem o melindre. Eles revelam não só aquilo que afirmam – a crença num suposto perigo
moral da música − , mas também o que deixam transparecer. O pavor pressupõe uma viva
percepção da ameaça. Será exagero, portanto, detectar nesses ataques um índice da especial
força da sensualidade justamente naqueles que tanto se empenharam em preveni-la e erradicá-la
nos outros?

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O que mais violentamente repudiamos está em nós mesmos. Por vias oblíquas ou com plena
ciência do fato, nossos respeitáveis moralistas sabiam muito bem do que estavam falando.
(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo:
Companhia das Letras, 2016, p. 23-24)

A frase O vigor e o tom dos ataques traem o melindre contém um argumento semelhante ao que
está na seguinte frase: O que mais violentamente repudiamos está em nós mesmos. (3º parágrafo).
Comentários:
O autor, quando se refere ao “vigor e o tom dos ataques”, fala da intensidade com que os
moralistas por ele citados atacam a música, o que é semelhante a repudiar violentamente.
Da mesma maneira, o “melindre”, ou o sentimento de vergonha é traído pela maneira como
atacam a música, pois, na verdade, estão envergonhados por causa da atração interior pelos
encantos da música, argumento semelhante a “repudiamos está em nós mesmos”. Questão
correta.
(SEFAZ-GO / 2018 - Adaptada)
Os deuses de Delfos
Segundo a mitologia, Zeus teria designado uma medida apropriada e um justo limite para
cada ser: o governo do mundo coincide assim com uma harmonia precisa e mensurável, expressa
nos quatro motes escritos nas paredes do templo de Delfos: “O mais justo é o mais belo”,
“Observa o limite”, “Odeia a hybris (arrogância)”, “Nada em excesso”. Sobre estas regras se funda
o senso comum grego da Beleza, em acordo com uma visão do mundo que interpreta a ordem e
a harmonia como aquilo que impõe um limite ao “bocejante Caos”, de cuja goela saiu, segundo
Hesíodo, o mundo. Esta visão é colocada sob a proteção de Apolo, que, de fato, é representado
entre as Musas no frontão ocidental do templo de Delfos.
Mas no mesmo templo (século IV a.C.), no frontão oriental figura Dioniso, deus do caos e da
desenfreada infração de toda regra. Essa coabitação de duas divindades antitéticas não é casual,
embora só tenha sido tematizada na idade moderna, com Nietzsche. Em geral, ela exprime a
possibilidade, sempre presente e verificando-se periodicamente, da irrupção do caos na beleza
da harmonia. Mais especificamente, expressam-se aqui algumas antíteses significativas que
permanecem sem solução dentro da concepção grega da Beleza, que se mostra bem mais
complexa e problemática do que as simplificações operadas pela tradição clássica.
Uma primeira antítese é aquela entre beleza e percepção sensível. Se de fato a Beleza é
perceptível, mas não completamente, pois nem tudo nela se exprime em formas sensíveis, abre-
se uma perigosa oposição entre Aparência e Beleza: oposição que os artistas tentarão manter
entreaberta, mas que um filósofo como Heráclito abrirá em toda a sua amplidão, afirmando que a
Beleza harmônica do mundo se evidencia como casual desordem. Uma segunda antítese é aquela
entre som e visão, as duas formas perceptivas privilegiadas pela concepção grega (provavelmente
porque, ao contrário do cheiro e do sabor, são recondutíveis a medidas e ordens numéricas):
embora se reconheça à música o privilégio de exprimir a alma, é somente às formas visíveis que

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se aplica a definição de belo (Kalón) como “aquilo que agrada e atrai”. Desordem e música vão,
assim, constituir uma espécie de lado obscuro da Beleza apolínea harmônica e visível e como tais
colocam-se na esfera de ação de Dioniso.
Esta diferença é compreensível se pensarmos que uma estátua devia representar uma “ideia”
(presumindo, portanto, uma pacata contemplação), enquanto a música era entendida como algo
que suscita paixões.
(ECO, Umberto. História da beleza. Trad. Eliana Aguiar. Rio de Janeiro, Record, 2004, p. 55-56)

O autor organiza sua argumentação de modo a expor, no terceiro e no quarto parágrafo, a opinião
de que a beleza apolínea tem sido progressivamente substituída pelo conceito moderno de beleza
dionisíaca.
Comentários:
Perceba que a beleza apolínea não tem sido substituída. O que ocorre é uma problemática, uma
ponderação de antíteses sem solução clara. Questão incorreta.

Operadores argumentativos
Para comprovar sua opinião e sua tese, o autor deverá estabelecer algumas relações de sentido
para relacionar suas ideias e seus raciocínios. Para isso, poderá usar conectivos diversos,
conjunções, advérbios, palavras denotativas.
As conjunções são operadores argumentativos, pois ajudam a construir argumentos e relações
lógicas diversas. Em suma, introduzem ideias e argumentos, estabelecendo entre eles relações de
tempo, concessão, condição, proporcionalidade, comparação, conformidade, causa,
consequência, adição, alternância, conclusão, explicação, oposição.
Advérbios e palavras denotativas também funcionam como operadores argumentativos, pois
estabelecem entre argumentos relações de inclusão, exclusão, retificação, realce, prioridade,
predominância, relevância, esclarecimento.
Não vou aprofundar muito aqui, pois já vimos essas relações todas no estudo das classes
(conjunções, advérbios, preposições, palavras denotativas), mas é bom saber que a banca pode
chamar de “operadores argumentativos ou discursivos” esses termos e os sentidos que
estabelecem na construção do texto.
Dessa forma, podemos dizer que as conjunções aditivas são operadores que “somam
argumentos”, as conjunções adversativas “opõem argumentos”, as alternativas “excluem ou
alternam” argumentos, assim por diante.

Estratégias para desenvolver um parágrafo argumentativo


Assim como vimos fórmulas para desenvolver uma Introdução, veremos agora algumas maneiras
de se desenvolver parágrafos argumentativos.

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Há certa semelhança entre algumas técnicas, na medida em que um dado estatístico pode ser
considerado um exemplo ou um esclarecimento, ou ainda uma explicação pode ser considerada
um detalhamento. De toda forma, entender o exemplo é mais importante do que o nome da
estratégia, pois a banca espera que o candidato identifique que os exemplos, esclarecimentos,
detalhamentos ou dados estatísticos, testemunhos de autoridade foram utilizados para fortalecer
uma tese e qual tese é essa.
Exemplificação: destacar alguns casos dentre um universo de fenômenos, para ratificar uma tese.
Ex: Os investimentos diretos realizados por brasileiros no exterior têm aumentado muito
nos últimos anos. Em 2011, somaram US$202,6 bilhões, com crescimento de 7,4% em
relação ao ano anterior, conforme pesquisa divulgada em abril de 2012 pelo Banco Central.
Tópico frasal: Os investimentos têm aumentado.
Confirmação: Por exemplo, em 2011 cresceram em 7,4%.
==2537cb==

Citação de fato histórico: como visto na técnica de Introdução, consiste em trazer um evento do
passado e relacioná-lo ao presente, geralmente para indicar mudança ou manutenção de
tendências.
Ex: O movimento feminista começou a florescer no Brasil na virada do século 20. Diante da
omissão da Constituinte de 1891 acerca do voto feminino, a baiana Leolinda de Figueiredo
Daltro deu entrada no requerimento de seu alistamento eleitoral. Não obteve sucesso, mas
também não entregou os pontos.
Menciona o evento histórico da omissão da constituinte acerca do voto feminino e indica
mudança nesse cenário. Atualmente as mulheres votam.

Ex: Em 23 de dezembro de 1910, fundou no Rio de Janeiro o Partido Republicano Feminista.


O grupo tinha como principal objetivo mobilizar as mulheres pelo direito de votar. Em
novembro de 1917, uma passeata organizada por Leolinda contou com a participação de
90 mulheres. O que hoje não pararia o trânsito deve ter causado horror em distintos
senhores e madames.
Faz contraste entre o escândalo de uma passeata de 90 mulheres em 1917 e indica que
hoje tal evento não seria capaz de parar o trânsito.

Enumeração ou detalhamento: listar sistematicamente tópicos ou aspectos a serem tratados, ou


subdividir um aspecto amplo em aspectos menores nele incluídos:
Ex: A Igreja Católica denuncia a amoralidade e o materialismo pelo vazio espiritual da
moderna civilização. A decomposição das famílias, a violência, a corrupção, as drogas, a
dissolução dos costumes e a falta de solidariedade com os menos afortunados seriam
sintomas de um mundo sem fé.

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O aspecto “Vazio espiritual” é detalhado em subaspectos: a decomposição das famílias, a


violência, as drogas...

Ex: Diversas são as naturezas dos instrumentos de que dispõe o povo para participar
efetivamente da sociedade em que vive. Políticos, sociais ou jurisdicionais, todos eles
destinam-se à mesma finalidade: submeter o administrador ao controle e à aprovação do
administrado. O sufrágio universal, por exemplo, é um mecanismo de controle de índole
eminentemente política — no Brasil, está previsto no art. 14 da Constituição Federal de
1988, que assegura ainda o voto direto e secreto e de igual valor para todos —, que garante
o direito do cidadão de escolher seus representantes e de ser escolhido pelos seus pares.
Enumera as naturezas dos instrumentos: política, social e jurisdicional. Detalha a natureza
política com um exemplo: o sufrágio.

Contraste e Paralelo: ressalta semelhanças ou diferenças entre elementos.


Ex: Atualmente, há duas Américas Latinas. A primeira conta com um bloco de países —
incluindo Brasil, Argentina e Venezuela — com acesso ao Oceano Atlântico, que confere ao
Estado grande papel na economia. A segunda — composta por países de frente para o
Pacífico, como México, Peru, Chile e Colômbia — adota o livre comércio e o mercado livre.

Dados estatísticos: por serem de natureza objetiva, dão credibilidade ao argumento e são grandes
recursos de convencimento.
Ex: Dados do IBGE revelam que apenas 1,2% dos municípios possuíam plano municipal de
redução de riscos em 2011. Nos municípios maiores, com mais de 500 mil habitantes, que
não ultrapassam quatro dezenas, este percentual superava 50%. De modo inverso, nos
municípios menores, com menos de 20 mil habitantes, em torno de quatro mil, este
percentual era de 3,3%. É uma situação bastante preocupante relacionada aos municípios
de grande porte e drástica nos municípios de pequeno porte.
Tópico frasal: poucos municípios grandes têm plano municipal de redução de riscos e
apenas ínfima porcentagem dos pequenos municípios os possui. Note que o tópico frasal
veio após a estatística, sendo sustentado por ela

Ex: Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ajudam a traçar o perfil do eleitor brasileiro
da última eleição. A inclusão política dos brasileiros vem, a cada eleição, consolidando-se e
os dados são irrefutáveis quanto a isso. A cada cinco pessoas aptas a votar nas eleições de
2010, uma era analfabeta ou nunca havia frequentado uma escola. São, ao todo, 27 milhões
de eleitores nessa situação no cadastro do TSE. Desses, oito milhões se declararam
analfabetos e 19 milhões declararam saber ler e escrever, sem, entretanto, nunca terem
estado em uma sala de aula. No total, havia 135,8 milhões de eleitores no país em 2010.

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Tópico frasal: A inclusão política dos brasileiros vem, a cada eleição. Em seguida as
estatísticas fornecidas fundamentam essa tese.

Explicação ou esclarecimento: consiste em explicitar o sentido de uma palavra ou afirmação.


Ex: Com a popularização dos computadores e o desenvolvimento da microeletrônica, a
palavra informação adquiriu um significado diferente. Até então, o seu sentido estava
restrito à transmissão de dados acerca de alguém ou de algo, geralmente notícias de fatos
que chegavam ao receptor com certa defasagem temporal.
Tópico frasal: o sentido da palavra informação mudou.
Explicação: antes significava transmitir dados acerca de alguém ou de algo, hoje significa
outra coisa.

Testemunho de autoridade: para dar credibilidade a uma tese, traz a opinião respeitada de um
especialista que se alinha ou se opõe a ela. Serve como argumento e como contra-argumento.
Ex: Entusiasta do sistema, o supervisor do Posto Fiscal Virtual, em Porto Alegre define o
processo como seletivo, econômico e inteligente. “Esse é o futuro. No mundo, cada vez
mais, a tecnologia substitui a ação humana, que, por mais atuante que possa ser, tem
limitações de tempo, esforço e capacidade pessoal”, afirma o auditor-fiscal. O
processamento eletrônico, destaca, veio para ficar, e isso está ocorrendo em todo o mundo.
“No Chile, temos a fatura eletrônica, que é muito bem-sucedida. Aqui temos a Nota Fiscal
Eletrônica, um sucesso crescente, que quase todos os Estados do país já adotam. É um
rumo sem volta. Este é o caminho”, garante.
Tópico frasal: o processamento eletrônico é vantajoso e veio para ficar.
A opinião do supervisor do posto fiscal, um auditor-fiscal, permeada por exemplos, reforça
essa tese.

Relação causa-efeito: relaciona um fato a sua causa ou explicação.


Ex: Se a China e a Índia hoje surgem no cenário internacional de modo surpreendente, é
porque sabem articular inovadoramente a cultura ocidental moderna com seus
antiquíssimos modos de pensar e agir, demonstrando que o desenvolvimento não se dá
mais em termos lineares e que o futuro não se desenha desprezando e recalcando o
passado.
Causa: Índia e China sabem articular inovadoramente a cultura ocidental moderna.
Efeito: Surgem no cenário internacional de modo surpreendente.

Ex: Sabemos todos que as bombas atômicas fabricadas até hoje são sujas (aliás, imundas)

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porque, depois que explodem, deixam vagando pela atmosfera o já famoso e temido
estrôncio 90.
Causa: Todas as bombas atômicas deixam vagando na atmosfera o temido estrôncio 90.
Efeito: todas as bombas atômicas são consideradas sujas.

Ex: Se vivemos hoje a era do conhecimento é porque nos alçamos em ombros de gigantes
do passado. A Internet representa um poderoso agente de transformação do nosso modus
vivendi et operandi.
Causa: Nós nos alçamos em ombros de gigantes do passado.
Efeito: vivemos hoje a era do conhecimento.

Conforme mencionado, para dar “validade” e “consistência” aos argumentos, é


preciso fundamentá-los. Caso contrário, são mera “opinião”, “mero registro de
subjetividade”.
Uma forma clássica de se construir um argumento é o “silogismo”, raciocínio
dedutivo que parte duas premissas (maior e menor) para chegar a uma conclusão.
Todos os cariocas são brasileiros. (premissa maior)
João é carioca. (premissa menor)
Logo, João é brasileiro. (conclusão)
Quando um silogismo é válido, a relação entre as premissas é verdadeira,
irrefutável e a conclusão é decorrência necessária, inevitável das premissas. Se uma
das premissas for falsa, vai levar a uma conclusão falsa.
Obs: Raciocínio dedutivo é aquele que parte de uma verdade geral para um caso
particular.
No exemplo acima, partimos de um conceito geral e abstrato (todos os cariocas
são brasileiros) e chegamos a uma verdade particular, concreta (João é brasileiro)
Raciocínio indutivo, por outro lado, é o que parte de premissas particulares para
uma generalização, uma conclusão não necessariamente é verdadeira.
Ex: O leão é mamífero/ O leão é feroz.
O lobo é mamífero/ O lobo é feroz.

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O tigre é mamífero/ O tigre é feroz.


O golfinho é mamífero/
Portanto, o golfinho é feroz.
Obs: No estudo rigoroso do raciocínio lógico, que foge ao nosso escopo e tem
regras muito mais específicas, as premissas podem ser absurdas, ser assumidas
como verdadeiras e gerar conclusões absurdas consideradas válidas. Aqui,
estamos trabalhando com o raciocínio de texto.
Ex: Os homens voam, Maria é um homem. Logo, Maria voa. Para o nosso estudo,
argumento consistente é aquele que tem relação de causalidade com as
premissas, ou seja, decorre de premissas verdadeiras e conclui informação
verdadeira.
Também quero registrar o método de raciocínio chamado “dialético”, que
consiste em 3 premissas. A primeira é a tese, a segunda a antítese e a última, a
síntese.
A tese é o ponto de vista do autor, a opinião que ele pretende defender. A antítese
é o contraposto de sua tese, ou seja, é uma opinião contrária. A síntese é a
retomada da tese, após a desconstrução ou invalidação da antítese, ou seja, uma
conclusão que combina elementos das duas. Vejamos o exemplo:
Ex: A juventude é provavelmente a melhor fase para se dedicar ao trabalho (tese).
No entanto, uma juventude sem diversão pode dar a sensação de que trabalhar
não vale a pena (antítese). Portanto, é preciso aproveitar a juventude para produzir
muito, mas sem abandonar totalmente o lazer (síntese).
Essas estruturas aparecem muito frequentemente nos textos argumentativos e
usamos esse tipo de raciocínio o tempo todo, sem perceber, de forma não tão
sistemática.
As relações de causa e efeito são muito semelhantes a um silogismo
"simplificado", pois uma informação vai levar à conclusão de uma outra.
Então, esteja pronto para reconhecer no texto as premissas, os argumentos e as
conclusões do autor.

Por fim, ressalto que, assim como ocorrem nas fórmulas de introdução, os textos trazem diversos
argumentos desenvolvidos conjugando uma ou mais dessas técnicas, Vejamos um exemplo de
prova:

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Entre 1990 e 2010, mais de 96 milhões de pessoas foram afetadas por desastres
no Brasil, como demonstra o Atlas dos Desastres Naturais do Brasil. Destas, mais
de 6 milhões tiveram de deixar suas moradias, cerca de 480 mil sofreram algum
agravo ou doença e quase 3,5 mil morreram imediatamente após os mesmos.
Desastres como o de Petrópolis, que resultaram em dezenas de óbitos, não
existem em um vácuo. Se por um lado exigem a presença de ameaças naturais,
como chuvas fortes, por outro não se realizam sem condições de vulnerabilidade,
constituídas através dos processos sociais relacionados à dinâmica do
desenvolvimento econômico e da proteção social e ambiental. Isto significa que
os debates em torno do desastre devem ir além das cobranças que ano após ano
ficam restritas à Defesa Civil.

Nesse parágrafo argumentativo, o autor traz dados e depois monta uma divisão: por um lado...por
outro.

(PREF. SÃO JOSÉ DO RIO PRETO / 2019 - adaptada)


Rubem Braga, o cronista
Rubem Braga (1913-1990) foi o maior cronista deste país. Não será favor nenhum dizer que foi
também um dos nossos maiores escritores, conquanto não tenha escrito praticamente nada além
de crônicas. O irônico está em que o gênero da crônica é justamente aquele onde se costuma
celebrar a transitoriedade do tempo, a anedota passageira, o pensamento arisco – nada muito
durável. Mas Braga passou por cima disso e escreveu crônicas que não envelhecem.
Talvez o fato de se dedicar exclusivamente a esse gênero explique um pouco da excelência a que
chegou, mas faltaria muito ainda a ponderar: como é que deu uma forma de vida permanente ao
que devia ser efêmero? Onde foi buscar grandeza para cunhar o que é pequeno? Que altura
poética conseguiu dar a uma prosa que corre limpa e elegante, mas em tom de conversa?
O segredo da potência das crônicas de Rubem Braga terá morrido com ele. Mas elas sobrevivem
por conta do gênio dele, que desperta a cada vez que batemos os olhos numa linha, num
parágrafo, numa página sua. Cada crônica do velho Braga tem a intensidade da vida que nos
surpreende a cada momento.
(Teobaldo Ramires, inédito)

Uma causa provável e seu decorrente efeito encontram-se, nessa ordem, neste aspecto da
atividade do cronista: se dedicar exclusivamente a esse gênero / excelência a que chegou.

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Comentários:
O enunciado pede a causa provável e o seu decorrente efeito da vida do cronista, diante da obra
reproduzida.
A sequência "se dedicar exclusivamente a esse gênero / excelência a que chegou " apresenta
exatamente o significado de causa e efeito: pelo fato de o cronista ter se dedicado exclusivamente
ao gênero da crônica (causa), ele conseguiu alcançar a excelência (efeito). Questão correta.

Finalidade predominante dos Textos


Expositivo/Explicativo/Informativo: Expor informações e conhecimentos
Opinativo/Argumentativo: Convencer, defender uma opinião.
Polêmico: Contrabalancear opiniões.
Instrucional: Normatizar, prescrever, ensinar.

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FUNÇÕES DA LINGUAGEM
A comunicação ocorre na interação de vários elementos integrados: um emissor, uma mensagem,
um receptor para essa mensagem, que tem um tema, um assunto, um contexto, um referente.
Há outros elementos: a mensagem é transmitida por determinado “meio”, um “canal”, e utiliza
um determinado sistema de signos conhecidos pelas partes, chamado “código”.
Então, se eu telefono para minha mãe para falar sobre uma possível visita no Natal, teremos os
seguintes elementos nessa situação comunicativa:
Eu serei o locutor (emissor); mamãe será interlocutora (receptora). A mensagem é um “convite
para a ceia de Natal”. O contexto, o assunto, é o próprio feriado. O canal é o telefone e o código,
a língua portuguesa, que ambos compartilhamos.

No contexto de “adequação” ou “inadequação” de uma variante linguística, temos que ponderar


qual é a finalidade daquela situação comunicativa, que se reflete em diversas “funções da
linguagem”.
A depender do objetivo, a linguagem vai “focar” em algum dos elementos envolvidos na
comunicação. Às vezes, o foco do discurso recai sobre o conteúdo do texto; às vezes, sobre a
forma que esse conteúdo é passado. Pode também recair sobre o assunto em si.
Vejamos a característica principal de cada função da linguagem.

FUNÇÃO EMOTIVA:
O foco recai sobre o próprio “emissor”.
O “eu” é o centro da mensagem, que se apresenta como subjetiva e pessoal. Por esse motivo,
reflete o ânimo e as emoções.
Essa função da linguagem predomina em poemas líricos e em prosa intimista.
Como marcas textuais, temos o uso de interjeições, exclamações, reticências, vocativos, verbos
em primeira pessoa, adjetivos valorativos.

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“Eu não gosto do bom gosto


Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto dos bons modos
Não gosto
Eu aguento até rigores
Eu não tenho pena dos traídos
Eu hospedo infratores e banidos
Eu respeito conveniências
Eu não ligo pra conchavos
Eu suporto aparências
Eu não gosto de maus-tratos
Mas o que eu não gosto é do bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto dos bons modos
Não gosto (...)”.
(Senhas – Adriana Calcanhotto)

Oh? como és linda, mulher que passas


Que me sacias e suplicias
Dentro das noites, dentro dos dias?
(Vinícius de Moraes)

Sinto que viver é inevitável. Posso na primavera ficar horas sentada fumando, apenas
sendo. Ser às vezes sangra. Mas não há como não sangrar pois é no sangue que sinto a
primavera. Dói. A primavera me dá coisas. Dá do que viver E sinto que um dia na
primavera é que vou morrer de amor pungente e coração enfraquecido.
(Clarice Lispector)

FUNÇÃO FÁTICA:
O foco da mensagem recai sobre o próprio “canal” em que ela é transmitida. Visa a testar,

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estabelecer, manter ou encerrar a comunicação.


Nessa função se encaixam as saudações, os iniciadores de conversa, os marcadores
conversacionais de confirmação: alô? Tá ouvindo? Tudo bem? Como vai? Dá licença? Certo? Ok?
Entendeu? Todos comigo? Hein? Falou... Ok.. Bom dia...
Vejamos as tirinhas:

Note que na tirinha do Cascão e do Cebolinha, o efeito de humor é construído justamente pelo
uso da função fática.

FUNÇÃO APELATIVA OU CONATIVA:


O foco recai sobre o interlocutor, o ouvinte. A finalidade é convencê-lo ou influenciá-lo. Por isso,
é permeada por discurso em segunda pessoa (Tu e Você) e verbos no imperativo.
Por objetivar induzir o ouvinte a fazer algo, esta é a linguagem predominante em sermões e em
propaganda.

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FUNÇÃO REFERENCIAL OU DENOTATIVA:


A ênfase está no referente, isto é, no assunto, no conteúdo, na informação.
A linguagem tende a ser objetiva, expositiva, e por isso costuma fazer uso de recursos
impessoalizadores como a terceira pessoa, tempos verbais afirmativos como o futuro e o presente
do indicativo.
A linguagem é concisa e objetiva, típica dos textos jornalísticos, didáticos, científicos e outros que
tenham como finalidade primária informar ou ensinar.

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FUNÇÃO POÉTICA OU CONOTATIVA:


A ênfase está na própria mensagem, na forma em que é construída e transmitida (de forma criativa,
elaborada, com recursos figurativos), diferentemente da função referencial, que foca no conteúdo
em si.
Essa é a linguagem literária, por isso, encontraremos recursos como figuras de estilo ou linguagem
(linguagem conotativa, figurada), neologismos, construções criativas e deliberadamente
recheadas de polissemia e ambiguidade.

Um texto pode ter indícios de várias funções de linguagem, mas uma será considerada
predominante.
Por exemplo, um texto poético pode também estar permeado pela linguagem emotiva,
com muitas referências ao próprio narrador/eu-lírico e seus sentimentos. Porém, a
função predominante será a poética.

Vejamos alguns exemplos de poesias e anúncios criativos que exploram essa função:

Poética
Rio de Janeiro , 1954
De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.
A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.
Outros que contem
Passo por passo:

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Eu morro ontem
Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
— Meu tempo é quando.
(Vinícius de Moraes)

“...Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda...”
(Fernando Pessoa, Poema em linha reta)

FUNÇÃO METALINGUÍSTICA:
O foco está no código utilizado na transmissão da mensagem. O código é usado para explicar o
próprio código, ou seja, a língua explica a língua.
Esta aula é um exemplo, pois uso a linguagem para falar sobre a própria linguagem. Além disso,
encontraremos a metalinguagem em verbetes de dicionários, em resenhas, em manuais de
redação e gramáticas, em filmes que falam de filmes, em atores que interpretam atores, em
poemas que falam sobre a poesia.

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Aula 13

Não faças versos sobre acontecimentos.


Não há criação nem morte perante a poesia...
...
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência, se obscuros. Calma, se te provocam.
Espera que cada um se realize e consume
com seu poder de palavra
e seu poder de silêncio.
Não forces o poema a desprender-se do limbo.
Não colhas no chão o poema que se perdeu.
Não adules o poema. Aceita-o
como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada
no espaço.
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível que lhe deres:
Trouxeste a chave?
(Carlos Drummond de Andrade- Trecho de “Procura da Poesia”)

De Gramática e de Linguagem
E havia uma gramática que dizia assim:
"Substantivo (concreto) é tudo quanto indica
Pessoa, animal ou cousa: João, sabiá, caneta".
Eu gosto das cousas. As cousas sim !...
As pessoas atrapalham. Estão em toda parte. Multiplicam-se em excesso.
As cousas são quietas. Bastam-se. Não se metem com ninguém.
Uma pedra. Um armário. Um ovo. (Ovo, nem sempre,
Ovo pode estar choco: é inquietante...)
As cousas vivem metidas com as suas cousas.

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E não exigem nada.


Apenas que não as tirem do lugar onde estão.
E João pode neste mesmo instante vir bater à nossa porta.
Para quê? Não importa: João vem!
E há de estar triste ou alegre, reticente ou falastrão,
Amigo ou adverso...João só será definitivo
Quando esticar a canela. Morre, João...
Mas o bom mesmo, são os adjetivos,
Os puros adjetivos isentos de qualquer objeto.
Verde. Macio. Áspero. Rente. Escuro. luminoso. ==2537cb==

Sonoro. Lento. Eu sonho


Com uma linguagem composta unicamente de adjetivos
Como decerto é a linguagem das plantas e dos animais.
Ainda mais:
Eu sonho com um poema
Cujas palavras sumarentas escorram
Como a polpa de um fruto maduro em tua boca,
Um poema que te mate de amor
Antes mesmo que tu saibas o misterioso sentido:
Basta provares o seu gosto...
(Mario Quintana)

A metalinguagem também ocorre em outras formas de expressão que não a prosa e a poesia.
Observe as figuras abaixo:

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Para finalizar e facilitar seu entendimento e memorização, deixo aqui um resumo das funções que
acabamos de estudar:

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(ALAP / 2020 - adaptada)


Entrando na Câmara, verifiquei que a grandiosa representação que eu fazia do legislador, não se
me tinha diminuído com o exame da opaca figura do doutor Castro. Era uma exceção, mas
certamente os outros deviam ser quase semideuses, mais que homens, pois eu queria-os com
força e com faculdades capazes de atender e de pesar tão vários fatos, tão desencontradas
considerações, tantas e tão sutis condições da existência de cada e da de todos. Para tirar regras
seguras para a vida total desse entrechoque de paixões, de desejos, de ideias e de vontades, o
legislador tinha que ter a ciência da terra e a clarividade do céu e sentir bem nítido o alvo incerto
para que marchamos, na bruma do futuro fugidio. Quanta penetração! Quanto amor! Que estudo
e saber não lhe eram exigidos! Era preciso tudo, tudo! A Teologia e a Física, a Alquimia! ... Era
preciso saber tudo e sentir tudo! Era na verdade um vasto e levantado ofício!

Os elementos do texto estão predominantemente concentrados no emissor, explícito nas


impressões e exclamações proferidas pelo narrador.
Comentários:
Logo no início, percebe-se que a função emotiva é a que se destaca no texto uma vez que os
verbos são conjugados em primeira pessoa, ou seja, o foco está em quem fala (emissor). Além
disso, as impressões pessoais do emissor ficam explícitas com o uso de exclamações, que denotam
certa admiração.

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Percebe-se que o emissor fica encantado. Por isso, pode-se dizer que a função do texto é a
emotiva já que o foco está em suas impressões pessoais. Questão correta.
(CAU / 2019 - adaptada)

Considerando a relação entre a linguagem e o propósito principal do texto, é correto afirmar que
nele prevalece a função da linguagem denominada apelativa.
Comentários:
A função apelativa tem como característica uma linguagem persuasiva que tem o intuito de
convencer o leitor. É muito utilizada nas propagandas, publicidades e discursos políticos, com o
objetivo de influenciar o receptor por meio da mensagem transmitida.
Perceba que essa não é a função do texto apresentado. Ao contrário, sua função é a de comunicar
de forma objetiva, sem envolver aspectos emotivos ou subjetivos. Questão incorreta.

O mais importante é sempre praticar muito, ler vários textos, tentar responder aos itens e ler nos
comentários qual foi o raciocínio que fundamentou o gabarito. Vá praticando devagar, textos são
longos e levam tempo, mas não há outra forma de melhorar sua leitura senão ler.
Se necessário, faça suas baterias de questões em partes, para não ficar cansado lendo muitos
textos de uma só vez.
Agora que já vimos toda a teoria, é hora de Praticar!

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QUESTÕES COMENTADAS - NARRAÇÃO - CESGRANRIO


1. (CESGRANRIO / TRANSPETRO / 2023)
À moda brasileira
1 Estou me vendo debaixo de uma árvore, lendo a pequena história da literatura
brasileira.
2 Olavo Bilac! – eu disse em voz alta e de repente parei quase num susto depois que li
os primeiros versos do soneto à língua portuguesa: Última flor do Lácio, inculta e bela / És, a um
tempo, esplendor e sepultura.
3 Fiquei pensando, mas o poeta disse sepultura?! O tal de Lácio eu não sabia onde
ficava, mas de sepultura eu entendia bem, disso eu entendia, repensei baixando o olhar para a
terra. Se escrevia (e já escrevia) pequenos contos nessa língua, quer dizer que era a sepultura que
esperava por esses meus escritos?
4 Fui falar com meu pai. Comecei por aquelas minhas sondagens antes de chegar até
onde queria, os tais rodeios que ele ia ouvindo com paciência enquanto enrolava o cigarro de
palha, fumava nessa época esses cigarros. Comecei por perguntar se minha mãe e ele não tinham
viajado para o exterior.
5 Meu pai fixou em mim o olhar verde. Viagens, só pelo Brasil, meus avós é que tinham
feito aquelas longas viagens de navio, Portugal, França, Itália... Não esquecer que a minha avó,
Pedrina Perucchi, era italiana, ele acrescentou. Mas por que essa curiosidade?
6 Sentei-me ao lado dele, respirei fundo e comecei a gaguejar, é que seria tão bom se
ambos tivessem nascido lá longe e assim eu estaria hoje escrevendo em italiano, italiano! – fiquei
repetindo e abri o livro que trazia na mão: Olha aí, pai, o poeta escreveu com todas as letras,
nossa língua é sepultura mesmo, tudo o que a gente fizer vai para debaixo da terra, desaparece!
7 Calmamente ele pousou o cigarro no cinzeiro ao lado. Pegou os óculos. O soneto é
muito bonito, disse me encarando com severidade. Feio é isso, filha, isso de querer renegar a
própria língua. Se você chegar a escrever bem, não precisa ser em italiano ou espanhol ou alemão,
você ficará na nossa língua mesmo, está me compreendendo? E as traduções? Renegar a língua é
renegar o país, guarde isso nessa cabecinha. E depois (ele voltou a abrir o livro), olha que beleza o
que o poeta escreveu em seguida, Amo-te assim, desconhecida e obscura, veja que confissão de
amor ele fez à nossa língua! Tem mais, ele precisava da rima para sepultura e calhou tão bem essa
obscura, entendeu agora? – acrescentou e levantou-se. Deu alguns passos e ficou olhando a
borboleta que entrou na varanda: Já fez a sua lição de casa?
8 Fechei o livro e recuei. Sempre que meu pai queria mudar de assunto ele mudava de
lugar: saía da poltrona e ia para a cadeira de vime. Saía da cadeira de vime e ia para a rede ou
simplesmente começava a andar. Era o sinal, Não quero falar nisso, chega. Então a gente falava
noutra coisa ou ficava quieta.

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9 Tantos anos depois, quando me avisaram lá do pequeno hotel em Jacareí que ele
tinha morrido, fiquei pensando nisso, ah! se quando a morte entrou, se nesse instante ele tivesse
mudado de lugar. Mudar depressa de lugar e de assunto. Depressa, pai, saia da cama e fique na
cadeira ou vá pra rua e feche a porta!
(TELLES, Lygia Fagundes. Durante aquele estranho chá: perdidos e achados. Rio de Janeiro: Rocco, 2002, p.109-111.
Fragmento adaptado).

No texto, as palavras que marcam o sentimento de insegurança vivenciado pela narradora ao


conversar com seu pai são:
A) confissão (parágrafo 7) e andar (parágrafo 8)
B) rodeios (parágrafo 4) e gaguejar (parágrafo 6)
C) cabecinha (parágrafo 7) e mudar (parágrafo 8)
==2537cb==

D) sepultura (parágrafo 3) e renegar (parágrafo 7)


E) severidade (parágrafo 7) e esquecer (parágrafo 5)
Comentário:
O que normalmente acontece quando uma pessoa está insegura em falar?
Ela fica mais prolixa, hesita, faz rodeios, tenta amaciar o assunto, se enrola, até gagueja.
É o que acontece com nosso narrador:
4 Fui falar com meu pai. Comecei por aquelas minhas sondagens antes de chegar até
onde queria, os tais rodeios que ele ia ouvindo com paciência enquanto enrolava o cigarro de
palha, fumava nessa época esses cigarros. Comecei por perguntar se minha mãe e ele não tinham
viajado para o exterior.
6 Sentei-me ao lado dele, respirei fundo e comecei a gaguejar, é que seria tão bom se
ambos tivessem nascido lá longe e assim eu estaria hoje escrevendo em italiano, italiano! – fiquei
repetindo e abri o livro que trazia na mão: Olha aí, pai, o poeta escreveu com todas as letras, nossa
língua é sepultura mesmo, tudo o que a gente fizer vai para debaixo da terra, desaparece!
Gabarito: Letra B

2. (CESGRANRIO / TRANSPETRO / 2023) Utilize o texto da questão anterior


De acordo com o texto, na opinião do pai, a filha deveria
A) aprender a língua da avó.
B) valorizar a língua materna.
C) escrever em idiomas diversos.
D) ler outros poemas de Olavo Bilac.
E) estudar história da literatura brasileira.

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Comentário:
O pai do narrador valoriza sua língua pátria ao dizer que é feio "querer renegar a própria língua":
Calmamente ele pousou o cigarro no cinzeiro ao lado. Pegou os óculos. O soneto é muito bonito,
disse me encarando com severidade. Feio é isso, filha, isso de querer renegar a própria língua. Se
você chegar a escrever bem, não precisa ser em italiano ou espanhol ou alemão, você ficará na
nossa língua mesmo, está me compreendendo? E as traduções? Renegar a língua é renegar o
país, guarde isso nessa cabecinha. E depois (ele voltou a abrir o livro), olha que beleza o que o
poeta escreveu em seguida, Amo-te assim, desconhecida e obscura, veja que confissão de amor
ele fez à nossa língua!
Gabarito: Letra B.

3. (CESGRANRIO - Tec Cien (BASA)/BASA/Tecnologia da Informação/2022)


Uma cena
É de manhã. Não num lugar qualquer, mas no Rio. E não numa época qualquer, mas no outono.
Outono no Rio. O ar é fino, quase frio, as pedras portuguesas da calçada estão úmidas. No alto,
o céu já é de um azul escandaloso, mas o sol oblíquo ainda não conseguiu vencer os prédios e
arrasta seus raios pelo mar, pelas praias, por cima das montanhas, longe dali. Não chegou à rua.
E, naquele trecho, onde as amendoeiras trançam suas copas, ainda é quase madrugada.
Mesmo assim, ela já está lá – como se à espera do sol.a
É uma senhora de cabelos muito brancos, sentada em sua cadeira, na calçada. Na rua tranquila,
de pouco movimento, não passa quase ninguém a essa hora, tão de manhãzinha. Nem carros,
nem pessoas. O que há mais é o movimento dos porteiros e dos pássaros. Os primeiros, com
suas vassouras e mangueiras, conversando sobre o futebol da véspera. Os segundos, cantando –
dentro ou fora das gaiolas.
Mas, mesmo com tão pouco movimento, a senhora já está sentada muito ereta, com seu vestido
estampado, de corte simples, suas sandálias. Tem o olhar atento, o sorriso pronto a cumprimentar
quem surja. No braço da cadeira de plástico branco, sua mão repousa, mas também parece
pronta a erguer -se num aceno, quando alguém passar.b
É uma cena bonita, eu achoc. Cena que se repete todos os dias. Parece coisa de antigamente.
Parece. Não fosse por um detalhe. A senhora, sentada placidamente em sua cadeira na calçada,
observando as manhãs, está atrás das grades.
Meu irmão, que foi morar fora do Brasil e ficou 15 anos sem vir aqui, ao voltar só teve um
choque: as gradesd. Nada mais o impressionou, tudo ele achou normal. Fez Comentários vagos
sobre as árvores crescidas no Aterro, sobre o excesso de gente e carros, tudo sem muita ênfase.
Mas e essas grades, me perguntou, por que todas essas grades? E eu, espantada com seu
espanto, eu que de certa forma já me acostumara à paisagem gradeada, fiquei sem saber o que
dizer.

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Penso nisso agora, ao passar pela rua e ver aquela senhorae. Todos os dias, o porteiro coloca ali a
cadeira para que ela se sente, junto ao jardim, em frente à portaria, por trás da proteção do
gradil pintado com tinta cor de cobre. E essa cena tão singela, de sabor tão antigo, se desenrola
assim, por trás de barras de ferro, que mesmo sendo de alumínio para não enferrujar são de um
ferro simbólico, que prende, constrange, restringe.
Eu, da calçada, vejo-a sempre por entre as tiras verticais de metal, sua figura frágil me fazendo
lembrar os passarinhos que os porteiros guardam nas gaiolas, pendurados nas árvores.
(SEIXAS, Heloisa. Contos mínimos. Rio de Janeiro: Record, 2001).

O texto apresenta-se dividido em dois momentos: o primeiro, em que o narrador descreve


minuciosamente a cena observada; e o segundo, em que o narrador se aproxima mais do leitor,
estabelecendo, com ele, uma quase conversa e colocando-se explicitamente no texto. O início
do segundo momento se dá com o trecho:
A) “Mesmo assim, ela já está lá – como se à espera do sol.”
B) “No braço da cadeira de plástico branco, sua mão repousa, mas também parece pronta a
erguer-se num aceno, quando alguém passar.”
C) “É uma cena bonita, eu acho.”
D) “Meu irmão, que foi morar fora do Brasil e ficou 15 anos sem vir aqui, ao voltar só teve um
choque: as grades.”
E) “Penso nisso agora, ao passar pela rua e ver aquela senhora.”
Comentários:
Devemos buscar a primeira vez que o autor se dirige diretamente ao leitor, em primeira pessoa:
É uma cena bonita, eu acho. Cena que se repete todos os dias. Parece coisa de antigamente.
Parece. Não fosse por um detalhe. A senhora, sentada placidamente em sua cadeira na calçada,
observando as manhãs, está atrás das grades.
Antes disso, temos narração mais distante, tudo em terceira pessoa.
Gabarito: letra C.

4. (CESGRANRIO / BANCO DA AMAZÔNIA / 2021)


Medo da eternidade
Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade. Quando eu era
muito pequena ainda não tinha provado chicles e mesmo em Recife falava-se pouco deles. Eu
nem sabia bem de que espécie de bala ou bombom se tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha
não dava para comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei quantas balas.

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Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me
explicou:
— Tome cuidado para não perder, porque esta bala nunca se acaba. Dura a vida inteira.
— Como não acaba? — Parei um instante na rua, perplexa.
— Não acaba nunca, e pronto.
Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino de histórias de príncipes e
fadas. Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo prazer.
Examinei-a, quase não podia acreditar no milagre. Eu que, como outras crianças, às vezes tirava
da boca uma bala ainda inteira, para chupar depois, só para fazê-la durar mais. E eis-me com
aquela coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente, tornando possível o mundo impossível do
qual eu já começara a me dar conta.
Com delicadeza, terminei afinal pondo o chicle na boca.
— E agora que é que eu faço? — Perguntei para não errar no ritual que certamente
deveria haver.
— Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só depois que passar o gosto
você começa a mastigar. E aí mastiga a vida inteira. A menos que você perca, eu já perdi vários.
Perder a eternidade? Nunca.
O adocicado do chicle era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E, ainda perplexa,
encaminhávamo-nos para a escola.
— Acabou-se o docinho. E agora?
— Agora mastigue para sempre.
Assustei-me, não sabia dizer por quê. Comecei a mastigar e em breve tinha na boca
aquele puxa-puxa cinzento de borracha que não tinha gosto de nada. Mastigava, mastigava. Mas
me sentia contrafeita. Na verdade eu não estava gostando do gosto. E a vantagem de ser bala
eterna me enchia de uma espécie de medo, como se tem diante da ideia de eternidade ou de
infinito.
Eu não quis confessar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava aflição.
Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar.
Até que não suportei mais, e, atravessando o portão da escola, dei um jeito de o chicle
mastigado cair no chão de areia.
— Olha só o que me aconteceu! — Disse eu em fingidos espanto e tristeza. — Agora não
posso mastigar mais! A bala acabou!
— Já lhe disse, repetiu minha irmã, que ele não acaba nunca. Mas a gente às vezes perde.
Até de noite a gente pode ir mastigando, mas para não engolir no sono a gente prega o chicle
na cama. Não fique triste, um dia lhe dou outro, e esse você não perderá.

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Eu estava envergonhada diante da bondade de minha irmã, envergonhada da mentira que


pregara dizendo que o chicle caíra da boca por acaso.
Mas aliviada. Sem o peso da eternidade sobre mim.
LISPECTOR, Clarice. Medo da eternidade. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, Caderno B, p.2, 6 jun. 1970.

No texto, a narradora suscita a reflexão acerca da eternidade a partir da


A) mentira que pregara na chegada à escola.
B) limitação que a falta de dinheiro lhe impunha.
C) descoberta de que o chicle não acabaria nunca.
D) relação afetiva que havia entre a ela e sua irmã.
E) satisfação que o gosto adocicado do chicle proporcionava.
Comentários:
"eternidade" é o estado do que não acabada nunca, daí a associação com o chiclete, que
poderia ser mastigado para sempre. Veja no texto:
— Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só depois que passar o gosto
você começa a mastigar. E aí mastiga a vida inteira. A menos que você perca, eu já perdi vários.
Perder a eternidade? Nunca
Gabarito: Letra C.

5. (CESGRANRIO / BANCO DA AMAZÔNIA / 2021) Utilize o texto da questão anterior


A narradora do texto experimenta um sentimento de perplexidade diante da ideia de eternidade.
Esse sentimento se revela, explicitamente, no seguinte trecho:
A) “Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou bombom se tratava.” (l. 4-5)
B) “quase não podia acreditar no milagre.” (l. 18-19)
C) “Perder a eternidade? Nunca.” (l. 33)
D) “Acabou-se o docinho. E agora?” (l. 37)
E) “Eu não quis confessar que não estava à altura da eternidade.” (l. 47-48)
Comentários:
Questão bem direta de vocabulário. O que é "perplexidade"?
É o estado de quem fica sem reação, não acredita no que vê.
Isso está explícito exatamente em:
“quase não podia acreditar no milagre.” Gabarito: Letra B.

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QUESTÕES COMENTADAS - DESCRIÇÃO - CESGRANRIO


1. (CESGRANRIO / FINEP / 2014)

A tipologia textual descritiva se evidencia no Texto II, dentre outros recursos, por meio do uso de
A) verbos de ação
B) advérbios de lugar
C) narrador-personagem
D) interjeições
E) formas adjetivas
Comentários:
Os adjetivos têm por função caracterizar pessoas, objetos, lugares, animais... É por essa razão
que são usados em textos descritivos (tênue, esvaecida, amargo, triste, forte...). Gabarito letra E.

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LISTA DE QUESTÕES - NARRAÇÃO - CESGRANRIO


1. (CESGRANRIO / TRANSPETRO / 2023)
À moda brasileira
1 Estou me vendo debaixo de uma árvore, lendo a pequena história da literatura
brasileira.
2 Olavo Bilac! – eu disse em voz alta e de repente parei quase num susto depois que li
os primeiros versos do soneto à língua portuguesa: Última flor do Lácio, inculta e bela / És, a um
tempo, esplendor e sepultura.
3 Fiquei pensando, mas o poeta disse sepultura?! O tal de Lácio eu não sabia onde
ficava, mas de sepultura eu entendia bem, disso eu entendia, repensei baixando o olhar para a
terra. Se escrevia (e já escrevia) pequenos contos nessa língua, quer dizer que era a sepultura que
esperava por esses meus escritos?
4 Fui falar com meu pai. Comecei por aquelas minhas sondagens antes de chegar até
onde queria, os tais rodeios que ele ia ouvindo com paciência enquanto enrolava o cigarro de
palha, fumava nessa época esses cigarros. Comecei por perguntar se minha mãe e ele não tinham
viajado para o exterior.
5 Meu pai fixou em mim o olhar verde. Viagens, só pelo Brasil, meus avós é que tinham
feito aquelas longas viagens de navio, Portugal, França, Itália... Não esquecer que a minha avó,
Pedrina Perucchi, era italiana, ele acrescentou. Mas por que essa curiosidade?
6 Sentei-me ao lado dele, respirei fundo e comecei a gaguejar, é que seria tão bom se
ambos tivessem nascido lá longe e assim eu estaria hoje escrevendo em italiano, italiano! – fiquei
repetindo e abri o livro que trazia na mão: Olha aí, pai, o poeta escreveu com todas as letras,
nossa língua é sepultura mesmo, tudo o que a gente fizer vai para debaixo da terra, desaparece!
7 Calmamente ele pousou o cigarro no cinzeiro ao lado. Pegou os óculos. O soneto é
muito bonito, disse me encarando com severidade. Feio é isso, filha, isso de querer renegar a
própria língua. Se você chegar a escrever bem, não precisa ser em italiano ou espanhol ou alemão,
você ficará na nossa língua mesmo, está me compreendendo? E as traduções? Renegar a língua é
renegar o país, guarde isso nessa cabecinha. E depois (ele voltou a abrir o livro), olha que beleza o
que o poeta escreveu em seguida, Amo-te assim, desconhecida e obscura, veja que confissão de
amor ele fez à nossa língua! Tem mais, ele precisava da rima para sepultura e calhou tão bem essa
obscura, entendeu agora? – acrescentou e levantou-se. Deu alguns passos e ficou olhando a
borboleta que entrou na varanda: Já fez a sua lição de casa?
8 Fechei o livro e recuei. Sempre que meu pai queria mudar de assunto ele mudava de
lugar: saía da poltrona e ia para a cadeira de vime. Saía da cadeira de vime e ia para a rede ou
simplesmente começava a andar. Era o sinal, Não quero falar nisso, chega. Então a gente falava
noutra coisa ou ficava quieta.

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9 Tantos anos depois, quando me avisaram lá do pequeno hotel em Jacareí que ele
tinha morrido, fiquei pensando nisso, ah! se quando a morte entrou, se nesse instante ele tivesse
mudado de lugar. Mudar depressa de lugar e de assunto. Depressa, pai, saia da cama e fique na
cadeira ou vá pra rua e feche a porta!
(TELLES, Lygia Fagundes. Durante aquele estranho chá: perdidos e achados. Rio de Janeiro: Rocco, 2002, p.109-111.
Fragmento adaptado).

No texto, as palavras que marcam o sentimento de insegurança vivenciado pela narradora ao


conversar com seu pai são:
A) confissão (parágrafo 7) e andar (parágrafo 8)
B) rodeios (parágrafo 4) e gaguejar (parágrafo 6)
C) cabecinha (parágrafo 7) e mudar (parágrafo 8)
D) sepultura (parágrafo 3) e renegar (parágrafo 7)
E) severidade (parágrafo 7) e esquecer (parágrafo 5)

2. (CESGRANRIO / TRANSPETRO / 2023)


De acordo com o texto, na opinião do pai, a filha deveria
A) aprender a língua da avó.
B) valorizar a língua materna.
C) escrever em idiomas diversos.
D) ler outros poemas de Olavo Bilac.
E) estudar história da literatura brasileira.

3. (CESGRANRIO - Tec Cien (BASA)/BASA/Tecnologia da Informação/2022)


Uma cena
É de manhã. Não num lugar qualquer, mas no Rio. E não numa época qualquer, mas no outono.
Outono no Rio. O ar é fino, quase frio, as pedras portuguesas da calçada estão úmidas. No alto,
o céu já é de um azul escandaloso, mas o sol oblíquo ainda não conseguiu vencer os prédios e
arrasta seus raios pelo mar, pelas praias, por cima das montanhas, longe dali. Não chegou à rua.
E, naquele trecho, onde as amendoeiras trançam suas copas, ainda é quase madrugada.
Mesmo assim, ela já está lá – como se à espera do sol.a
É uma senhora de cabelos muito brancos, sentada em sua cadeira, na calçada. Na rua tranquila,
de pouco movimento, não passa quase ninguém a essa hora, tão de manhãzinha. Nem carros,
nem pessoas. O que há mais é o movimento dos porteiros e dos pássaros. Os primeiros, com
suas vassouras e mangueiras, conversando sobre o futebol da véspera. Os segundos, cantando –
dentro ou fora das gaiolas.

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Mas, mesmo com tão pouco movimento, a senhora já está sentada muito ereta, com seu vestido
estampado, de corte simples, suas sandálias. Tem o olhar atento, o sorriso pronto a cumprimentar
quem surja. No braço da cadeira de plástico branco, sua mão repousa, mas também parece
pronta a erguer -se num aceno, quando alguém passar.b
É uma cena bonita, eu achoc. Cena que se repete todos os dias. Parece coisa de antigamente.
Parece. Não fosse por um detalhe. A senhora, sentada placidamente em sua cadeira na calçada,
observando as manhãs, está atrás das grades.
Meu irmão, que foi morar fora do Brasil e ficou 15 anos sem vir aqui, ao voltar só teve um
choque: as gradesd. Nada mais o impressionou, tudo ele achou normal. Fez Comentários vagos
sobre as árvores crescidas no Aterro, sobre o excesso de gente e carros, tudo sem muita ênfase.
Mas e essas grades, me perguntou, por que todas essas grades? E eu, espantada com seu
espanto, eu que de certa forma já me acostumara à paisagem gradeada, fiquei sem saber o que
==2537cb==

dizer.
Penso nisso agora, ao passar pela rua e ver aquela senhorae. Todos os dias, o porteiro coloca ali a
cadeira para que ela se sente, junto ao jardim, em frente à portaria, por trás da proteção do
gradil pintado com tinta cor de cobre. E essa cena tão singela, de sabor tão antigo, se desenrola
assim, por trás de barras de ferro, que mesmo sendo de alumínio para não enferrujar são de um
ferro simbólico, que prende, constrange, restringe.
Eu, da calçada, vejo-a sempre por entre as tiras verticais de metal, sua figura frágil me fazendo
lembrar os passarinhos que os porteiros guardam nas gaiolas, pendurados nas árvores.
(SEIXAS, Heloisa. Contos mínimos. Rio de Janeiro: Record, 2001).

O texto apresenta-se dividido em dois momentos: o primeiro, em que o narrador descreve


minuciosamente a cena observada; e o segundo, em que o narrador se aproxima mais do leitor,
estabelecendo, com ele, uma quase conversa e colocando-se explicitamente no texto. O início
do segundo momento se dá com o trecho:
A) “Mesmo assim, ela já está lá – como se à espera do sol.”
B) “No braço da cadeira de plástico branco, sua mão repousa, mas também parece pronta a
erguer-se num aceno, quando alguém passar.”
C) “É uma cena bonita, eu acho.”
D) “Meu irmão, que foi morar fora do Brasil e ficou 15 anos sem vir aqui, ao voltar só teve um
choque: as grades.”
E) “Penso nisso agora, ao passar pela rua e ver aquela senhora.”

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4. (CESGRANRIO / BANCO DA AMAZÔNIA / 2021)


Medo da eternidade
Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade. Quando eu era
muito pequena ainda não tinha provado chicles e mesmo em Recife falava-se pouco deles. Eu
nem sabia bem de que espécie de bala ou bombom se tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha
não dava para comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei quantas balas.
Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me
explicou:
— Tome cuidado para não perder, porque esta bala nunca se acaba. Dura a vida inteira.
— Como não acaba? — Parei um instante na rua, perplexa.
— Não acaba nunca, e pronto.
Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino de histórias de príncipes e
fadas. Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo prazer.
Examinei-a, quase não podia acreditar no milagre. Eu que, como outras crianças, às vezes tirava
da boca uma bala ainda inteira, para chupar depois, só para fazê-la durar mais. E eis-me com
aquela coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente, tornando possível o mundo impossível do
qual eu já começara a me dar conta.
Com delicadeza, terminei afinal pondo o chicle na boca.
— E agora que é que eu faço? — Perguntei para não errar no ritual que certamente
deveria haver.
— Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só depois que passar o gosto
você começa a mastigar. E aí mastiga a vida inteira. A menos que você perca, eu já perdi vários.
Perder a eternidade? Nunca.
O adocicado do chicle era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E, ainda perplexa,
encaminhávamo-nos para a escola.
— Acabou-se o docinho. E agora?
— Agora mastigue para sempre.
Assustei-me, não sabia dizer por quê. Comecei a mastigar e em breve tinha na boca
aquele puxa-puxa cinzento de borracha que não tinha gosto de nada. Mastigava, mastigava. Mas
me sentia contrafeita. Na verdade eu não estava gostando do gosto. E a vantagem de ser bala
eterna me enchia de uma espécie de medo, como se tem diante da ideia de eternidade ou de
infinito.
Eu não quis confessar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava aflição.
Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar.
Até que não suportei mais, e, atravessando o portão da escola, dei um jeito de o chicle
mastigado cair no chão de areia.
— Olha só o que me aconteceu! — Disse eu em fingidos espanto e tristeza. — Agora não
posso mastigar mais! A bala acabou!
— Já lhe disse, repetiu minha irmã, que ele não acaba nunca. Mas a gente às vezes perde.
Até de noite a gente pode ir mastigando, mas para não engolir no sono a gente prega o chicle
na cama. Não fique triste, um dia lhe dou outro, e esse você não perderá.

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Eu estava envergonhada diante da bondade de minha irmã, envergonhada da mentira que


pregara dizendo que o chicle caíra da boca por acaso.
Mas aliviada. Sem o peso da eternidade sobre mim.
(LISPECTOR, Clarice. Medo da eternidade. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, Caderno B, p.2, 6 jun. 1970).

No texto, a narradora suscita a reflexão acerca da eternidade a partir da


A) mentira que pregara na chegada à escola.
B) limitação que a falta de dinheiro lhe impunha.
C) descoberta de que o chicle não acabaria nunca.
D) relação afetiva que havia entre a ela e sua irmã.
E) satisfação que o gosto adocicado do chicle proporcionava.

5. (CESGRANRIO / BANCO DA AMAZÔNIA / 2021) Utilize o texto da questão anterior


A narradora do texto experimenta um sentimento de perplexidade diante da ideia de eternidade.
Esse sentimento se revela, explicitamente, no seguinte trecho:
A) “Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou bombom se tratava.” (l. 4-5)
B) “quase não podia acreditar no milagre.” (l. 18-19)
C) “Perder a eternidade? Nunca.” (l. 33)
D) “Acabou-se o docinho. E agora?” (l. 37)
E) “Eu não quis confessar que não estava à altura da eternidade.” (l. 47-48)

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GABARITO
1. LETRA B
2. LETRA B
3. LETRA C
4. LETRA C
5. LETRA B

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LISTA DE QUESTÕES - DESCRIÇÃO - CESGRANRIO


1. (CESGRANRIO / FINEP / 2014)

A tipologia textual descritiva se evidencia no Texto II, dentre outros recursos, por meio do uso de
A) verbos de ação
B) advérbios de lugar
C) narrador-personagem
D) interjeições
E) formas adjetivas

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GABARITO
1. LETRA E

==2537cb==

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NOÇÕES BÁSICAS DE “TEXTO”


Olá, pessoal!
Nesta aula estudaremos o tópico mais cobrado nos concursos públicos: interpretação de texto!
Sozinho, o tópico “Compreensão e Interpretação de textos” é responsável por 27% a 40% de toda a prova,
ao analisarmos os editais dos últimos dois anos.
Por isso, cara Aluna e caro Aluno, sugiro que se aprofunde neste assunto e resolva muitas questões. Ao longo
da aula traremos formas de interpretar os textos de acordo com o que as bancas geralmente têm cobrado
nas últimas provas.
A Interpretação de Textos é um exercício gradativo. Não é necessário nem recomendável ler todos os textos
de uma vez! Sugiro que você divida essa aula em duas e aproveite melhor a lista de questões!

Uma boa interpretação de textos pressupõe uma série de conhecimentos e habilidades, anteriores ao texto
em si.
O leitor precisa reconhecer:
✓ o contexto (situação/situacionalidade);
✓ a finalidade principal do texto: se é informar, narrar, descrever, e como essa intenção se materializa
(intencionalidade discursiva);
✓ a linguagem: se é literal ou figurada; irônica; se tem um propósito estético, poético, lírico, além da
sua mensagem principal;
✓ informações implícitas, quando há;
✓ referência a informações fora do texto ou a outros textos e se essas referências são parte do
conhecimento de mundo do leitor (para que possa entender aceitar essa mensagem –
aceitabilidade).
Enfim... Há muitos conceitos subjacentes à construção de um texto. A partir de agora, veremos os principais.

Grande abraço e ótimos estudos!


Time de Português

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LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL


O texto verbal é aquele que se materializa em linguagem escrita ou falada. Vejamos um verbete de
dicionário:
Resiliência - substantivo feminino
1. FÍSICA: propriedade que alguns corpos apresentam de retornar à forma original após terem
sido submetidos a uma deformação elástica.
2. figurado (sentido) figuradamente: capacidade de se recobrar facilmente ou se adaptar à má
sorte ou às mudanças.
O texto “não verbal” é o que usa outros elementos, que não a fala ou a escrita: imagens, música, gestos,
escultura. Sinais, placas, pinturas, sons, linguagem corporal são todos elementos de linguagem “não verbal”.
Comparem dois textos de mesma temática, mas escritos com linguagens diferentes:
Linguagem Verbal:
Urbanização é o crescimento das cidades, tanto em população quanto em extensão territorial. É o
processo em que o espaço rural transforma-se em espaço urbano, com a consequente migração
populacional do tipo campo-cidade que, quando ocorre de forma intensa e acelerada, é chamada de
êxodo rural.
Linguagem Não Verbal:

Em prova, é comum a banca trazer textos “mistos”, “híbridos”, com elementos verbais e não verbais, ao
mesmo tempo. Teremos então imagens e palavras. Vejamos:

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LINGUAGEM LITERÁRIA E NÃO LITERÁRIA


A diferença básica entre um texto literário e um não literário é a função.
O texto literário tem uma função estética, tem ênfase no plano da expressão, ou seja, a forma é essencial
ao texto.
Por isso, no texto literário, com função poética, abundam recursos estilísticos, como ritmo, versificação,
estrutura planejada, figuras de som (rimas, aliterações), linguagem figurada, conotativa... Um texto literário
não pode ser resumido, não pode ser alterado sem prejuízo. Se trocarmos uma palavra de lugar, perdemos
o efeito estético de uma rima, por exemplo.
O texto não literário tem foco no plano do conteúdo, na informação, na referência que fornece, por isso
pode ser resumido, reescrito de outras formas, sem prejuízo da mensagem original. Sua finalidade é utilitária
(informar, convencer, explicar, documentar...), por isso preza pela objetividade, não pela forma. Compare:
==2537cb==

Linguagem não literária:


Aos cinquenta anos, inesperadamente, apaixonei-me de novo.
Linguagem literária:
Na curva dos cinquenta derrapei neste amor. (Carlos Drummond de Andrade)

Veja que o segundo fragmento traz uma linguagem figurada (conotativa), por meio da metáfora “derrapar
na curva”. Então, a preocupação estética, lírica, na elaboração da mensagem marca o texto literário.
OBS: A distinção vista acima não impede que textos utilitários (artigos, narrações, propagandas) tenham
também efeitos estilísticos. A linguagem publicitária, por exemplo, abusa de efeitos estéticos em sua criação.

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INTERTEXTUALIDADE
Basicamente, a intertextualidade é comunicação/diálogo entre textos (texto escrito, música, pintura, obra
audiovisual...), isto é, ocorre intertextualidade quando um texto faz referência a outro, de forma implícita
(de forma oculta, de modo que o leitor depende de seu conhecimento de mundo para identificar a
referência) ou explícita (por exemplo, numa citação direta, com identificação da autoria do outro texto
citado).
Vejamos as principais formas de intertextualidade:
Citação: É a reprodução do discurso alheio, normalmente entre aspas e com indicação da autoria.

Epígrafe: Citação curta colocada em uma página no início da obra ou destacada no início de um capítulo.
Normalmente abre uma narrativa com a reprodução de frase célebre que anuncia ou resume a temática do
capítulo/obra que se inicia.

Se um homem tem um talento e não tem capacidade de usá-lo, ele fracassou. Se ele tem
um talento e usa somente a metade deste, ele fracassou parcialmente. Se ele tem um
talento e de certa forma aprende a usá-lo em sua totalidade, ele triunfou gloriosamente e
obteve uma satisfação e um triunfo que poucos homens conhecerão.
Thomas Wolfe

Paródia: é a criação de um texto a partir de outro, com finalidade humorística, irônica.

Rua Nascimento Silva, 107 Rua Nascimento Silva, 107


Você ensinando pra Elizete Eu saio correndo do pivete
As canções de canção do amor demais Tentando alcançar o elevador

Minha janela não passa de um quadrado Minha janela não passa de um quadrado
A gente só vê cimento armado A gente só vê Sérgio Dourado
Onde antes se via o Redentor Onde antes se via o Redentor

É, meu amigo, só resta uma certeza É, meu amigo Só resta uma certeza
É preciso acabar com a natureza É preciso acabar com a natureza

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É melhor lotear o nosso amor É melhor lotear o nosso amor


Original - Carta ao Tom 74 - Paródia “Carta do Tom” –
Toquinho e Vinícius de Morais Chico Buarque

Veja exemplos famosos, com linguagem também não verbal.

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Algumas reproduções grosseiras de outros trabalhos, usando a mesma linguagem/sintaxe,


envolvendo colagens ou montagens de textos diversos (como uma “colcha de retalhos”),
são chamadas de “pastiche”.
As definições clássicas de pastiche são muito parecidas com a da paródia, mas se considera
que o pastiche, diferente da paródia, não tem finalidade de criticar ou ridicularizar a obra
de origem.

Paráfrase: é a criação de um texto a partir de outro, é uma reescritura de ideias com outras palavras. A
paráfrase não tem finalidade humorística, mas sim reproduz, preserva e confirma a ideologia do texto
original.

Tradução: é a reprodução de um texto de uma língua para outra.


==2537cb==

Referência/Alusão: é uma referência a outro texto, mas de forma vaga, indireta, sem indicação. Depende do
conhecimento de mundo do leitor para fazer sentido.
Ex: João ficou feliz por receber aquela promoção, sem saber que era um presente de grego.
Aqui, a expressão “presente de grego” se refere à história da guerra de Troia, em que os Gregos
deram de presente aos troianos um cavalo de madeira, como símbolo de trégua. O cavalo, na
verdade, estava cheio de soldados gregos, que, à noite, massacraram os troianos dormindo e abriram
os portões da cidade para a entrada do exército grego.

Ex: “Profissão Mestre Adverte: dar aulas pode ser prejudicial à saúde”.
Veja que há referência insinuada às propagandas do Ministério da Saúde acerca do cigarro.

Essas definições e exemplos são de difícil diferenciação em muitos casos, então a banca
pode muito bem não diferenciar precisamente os conceitos. O importante é reconhecer
que são todas formas de intertextualidade, de comunicação entre textos.

(SANASA - CAMPINAS (SP) / 2019 - Adaptada)

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Considere o trecho hipotético de uma conversa entre um cidadão-usuário e um atendente da empresa


prestadora de serviços, conforme abaixo.

Atendente: “Por favor, senhor, me explique o que está acontecendo?”


Cidadão-usuário: A fatura da minha conta de água dos cinco últimos meses não passava de R$ 90,00, mas a
desse mês veio R$ 280,00! Eu não sei se tem um vazamento na caixa ou se o relógio de medição quebrou.”
Atendente: “Pelo que o senhor está me relatando, o senhor está com dúvida na sua conta de água e pode ter
um problema com a sua instalação.
Cidadão-usuário: “Sim, é isso mesmo!”

Nesse trecho de conversa, o atendente utilizou de um recurso denominado paródia.


Comentários:
Da análise da conversa, percebemos que o atendente repetiu o que o cliente disse, por meio da utilização
de outras palavras, de modo a tornar a compreensão mais fácil. Tal recurso é a “paráfrase". Lembre-se que
a paródia tem a finalidade humorística, irônica. Questão incorreta.

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INTERPRETAÇÃO E COMPREENSÃO
Embora muitos alunos os tratem por sinônimos, interpretar e compreender são ações diferentes. Sem
filosofar muito, para efeito de prova, interpretar é ser capaz de depreender informações do texto, deduzir
baseado em pistas, inferir um subtexto, que não está explícito, mas está pressuposto.
Compreender, por sua vez, seria localizar uma informação explícita no texto e não depende de nenhuma
inferência, porque está clara.
Essa diferença aparece nos enunciados, quando a banca nos informa se uma questão deve ser resolvida por
recorrência (compreensão) ou por inferência (interpretação).
Veremos aqui uma breve distinção teórica e depois partiremos para as questões, porque só aprendemos a
interpretar lendo e interpretando.

Recorrência:
O leitor deve buscar no texto aquela informação, sabendo que a resposta estará escrita
com outras palavras, em forma de paráfrase, ou seja, de uma reescritura. É o tipo mais
comum: a resposta está direta e literal no texto.

Inferência:
O leitor deve fazer deduções a partir do texto. O fundamento da dedução será um
pressuposto, ou seja, uma pista, vestígios que o texto traz. Deduzir além das pistas do texto
é extrapolar. Geralmente questões de inferência trazem o seguinte enunciado:
“depreende-se das ideias do texto”.

Ex: Douglas parou de fumar.


Nessa informação temos um pressuposto, indicado no verbo parar. Só para de fumar quem começou
a fumar. Então podemos inferir, deduzir, depreender dessa frase que Douglas fumava.

Ex: Ainda não lançaram o novo filme do Tarantino.


O advérbio ainda é um pressuposto e traz o sentido implícito de que há expectativa de que o filme já
deveria ter saído.

Ex: Minha primeira esposa desistiu de comprar aquele carro que não polui o ambiente.
Pode se inferir de “primeira esposa” que o interlocutor se casou mais de uma vez, e que a referida
primeira esposa pretendia comprar um determinado carro, tanto que desistiu. A oração restritiva
“que não polui o ambiente” indica que nem todos os carros têm essa característica de não poluir.

Ex: Embora ele tentasse estudar sempre, até nos fins de semana, continuou sendo criticado.

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A conjunção “embora”, por ser concessiva, nos permite inferir que aquela oração é vista como um
possível “obstáculo” ao que vai ser dito a seguir. Entende-se que o estudo constante deveria impedir
a crítica, mas não impede. O verbo “tentasse” já sugere que ele ‘tentava’, mas não conseguia. A
palavra denotativa “até” dá sentido de inclusão, mas com uma camada semântica de concessão.
Podemos depreender que “até nos fins de semana” indica que estudar no fim de semana tem um
valor diferente. A forma “continuou” implica um início anterior: só continua quem começou.

Ex: A população supõe que os senadores se tornarão defensores da nova democracia.


O uso do verbo “supõe” sugere uma crença no que não é verdadeiro. A forma “se tornarão” indica
mudança de estado, o que nos permite deduzir que o estado atual não é esse. Em outras palavras, os
senadores não são defensores da nova democracia. A propósito, o adjetivo ‘nova’ permite presumir
a existência de uma democracia “velha”.

Os subentendidos, ao contrário dos pressupostos, não são decorrências necessárias das pistas, mas são
deduções subjetivas, são informações presumidas e insinuadas.
Imagine os seguintes diálogos entre pessoas no ponto de ônibus:
Ex: — Você tem relógio?
— São 11 horas.
— Obrigado!
Há aqui um subentendido: “quero saber que horas são”, que foi prontamente captado pelo ouvinte.

Ex: —Você tem isqueiro?


—Tenho sim. Por quê?
—!!!
Há neste exemplo um subentendido na pergunta: “gostaria de acender meu cigarro”. Mas o ouvinte
não compreendeu a informação subentendida e respondeu de forma literal à pergunta insinuada.
O pressuposto, embora traga informação implícita, está visivelmente registrado no teor daquelas palavras,
está “marcado linguisticamente”, ao passo que o subentendido é uma insinuação, não marcada
linguisticamente, ou seja, não está propriamente nas palavras, é extralinguístico, está nas entrelinhas.
Por isso, a leitura literal das palavras pode levar a outra interpretação e não à informação subentendida.
Vejamos mais um exemplo de subentendido:

Novamente, a “oferta” de café, subentendida, não foi observada pelo ouvinte, que se ateve ao sentido literal

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registrado nas palavras.


Enfim, pessoal, infelizmente não há uma dica milagrosa para interpretação. Teremos sempre que fazer esse
exercício de buscar informações explícitas e implícitas no texto, baseado em vestígios e pistas, nas
entrelinhas, ou muitas vezes encontrando a reescritura equivalente de uma ideia apresentada.
O que posso oferecer a vocês, é um passo a passo a ser seguido para a resolução das questões que envolvam
Compreensão e Interpretação de texto:

Como se sair melhor nas questões de interpretação e compreensão:

1. Leia o texto todo. Leia outra vez, marcando as ideias centrais de cada parágrafo, que
==2537cb==

frequentemente vêm no seu início.


2. A ideia central na introdução e na conclusão é a tese. No desenvolvimento é o tópico frasal.
3. Questões de recorrência são resolvidas encontrando uma paráfrase. Questões de inferência
exigem uma dedução baseada e pressupostos.

(ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO AMAPÁ / 2020 - Adaptado)


Novas formas de vida?
Uma forma radical de mudar as leis da vida é produzir seres completamente inorgânicos. Os exemplos mais
óbvios são programas de computador e vírus de computador que podem sofrer evolução independente.
O campo da programação genética é hoje um dos mais interessantes no mundo da ciência da computação.
Esta tenta emular os métodos da evolução genética. Muitos programadores sonham em criar um programa
capaz de aprender e evoluir de maneira totalmente independente de seu criador. Nesse caso, o programador
seria um primum mobile, um primeiro motor, mas sua criação estaria livre para evoluir em direções que nem
seu criador nem qualquer outro humano jamais poderiam ter imaginado.
Um protótipo de tal programa já existe – chama-se vírus de computador. Conforme se espalha pela internet,
o vírus se replica milhões e milhões de vezes, o tempo todo sendo perseguido por programas de antivírus
predatórios e competindo com outros vírus por um lugar no ciberespaço. Um dia, quando o vírus se replica,
um erro ocorre – uma mutação computadorizada. Talvez a mutação ocorra porque o engenheiro humano
programou o vírus para, ocasionalmente, cometer erros aleatórios de replicação. Talvez a mutação se deva
a um erro aleatório. Se, por acidente, o vírus modificado for melhor para escapar de programas antivírus sem
perder sua capacidade de invadir outros computadores, vai se espalhar pelo ciberespaço. Com o passar do
tempo, o ciberespaço estará cheio de novos vírus que ninguém produziu e que passam por uma evolução
inorgânica.
Essas são criaturas vivas? Depende do que entendemos por “criaturas vivas”. Mas elas certamente foram
criadas a partir de um novo processo evolutivo, completamente independente das leis e limitações da

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evolução orgânica.

No último parágrafo do texto, sugere-se que o âmbito da biologia e da genética não inclui processos que se
possam reconhecer como propriamente evolutivos.
Comentários:
O autor diz justamente o contrário: "elas certamente foram criadas a partir de um novo processo evolutivo".
Pense assim: se é um "novo processo evolutivo", significa que havia um antigo processo evolutivo que era
considerado. Portanto, não se pode dizer que "o âmbito da biologia e da genética não inclui processos que
se possam reconhecer como propriamente evolutivos". Questão incorreta.
(TCE-RS / 2018)
Considere o seguinte fato: Há verbos que, em decorrência de seu sentido lógico, permitem presumir uma
ideia que não vem expressa de modo explícito nas frases em que se encontram. Essa ideia é parte integrante
do sentido da frase.
Analise, então, as frases que seguem.
I. Ao final, competia ao mais jovem a difícil decisão.
II. A cada ação humanitária, eleva-se a esperança dos imigrantes.
III. Depois de muitas aventuras, bem e mal-sucedidas, retornou à advocacia.
IV. Com os novos dados, os investidores apressaram as negociações.
É correto afirmar que, pelo motivo exposto, há informação implícita em:
a) I, II, III e IV. b) I, II e IV, apenas. c) II, apenas. d) IV, apenas. e) I e III, apenas.
Comentários:
Essa questão é excelente para ilustrar a noção de pressuposto textual. Todas as alternativas são
exemplificam a presença de informações implícitas. Vejamos quais:
I. Ao final, competia ao mais jovem a difícil decisão.
O tempo pretérito competia sugere que “não mais compete”; além disso, se já um “mais jovem”, presume-
se que haja mais de uma pessoa e que seja necessariamente mais velha do que aquele a quem competia a
decisão.
II. A cada ação humanitária, eleva-se a esperança dos imigrantes.
O verbo “elevar-se” traz a informação implícita de que a esperança estava baixa.
III. Depois de muitas aventuras, bem e mal-sucedidas, retornou à advocacia.
Se “retornou” à advocacia, presume-se que fora advogado antes. Só retorna à advocacia quem já esteve na
advocacia.
IV. Com os novos dados, os investidores apressaram as negociações.
“Novos dados” faz presumir que já havia dados antes; também é possível inferir do verbo “apressaram” que
as negociações estavam lentas. Em II e IV, as informações implícitas são realmente muito sutis, mas a questão
é, mesmo assim, muito boa para o estudo deste tópico. Gabarito letra A.

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Questões de recorrência são


Leia o texto todo. Leia outra vez, A ideia central na introdução e
resolvidas encontrando uma
marcando as ideias centrais de na conclusão é a tese. No
paráfrase. Questões de
cada parágrafo, que desenvolvimento é o tópico
inferência exigem uma dedução
frequentemente vêm no seu início. frasal.
baseada e pressupostos.

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JULGAMENTO DE ASSERTIVAS: PRINCIPAIS ERROS


Pessoal, vamos ver agora os principais raciocínios equivocados que fazem o aluno errar na hora da prova.

Extrapolar:
Esse é o erro mais comum. O texto vai até um limite e o examinador oferece uma assertiva que “vai além”
desse limite.
O examinador inventa aspectos que não estão contidos no texto e o candidato, por não ter entendido bem
o texto, preenche essas lacunas com a imaginação, fazendo outras associações, à margem do texto,
estimulado pela assertiva errada. O exemplo mais perigoso é a extrapolação com informação verdadeira,
mas que não está no texto.

Limitar e Restringir:
É o contrário da extrapolação. Geralmente se manifesta na supressão de informação essencial para o texto.
A assertiva reducionista omite parte do que foi dito ou restringe o fato discutido a um universo menor de
possibilidades.

Acrescentar opinião:
Nesse tipo de assertiva errada, o examinador parafraseia parte do texto, mas acrescenta um pouco da sua
própria opinião, opinião esta que não foi externada pelo autor.
A armadilha dessas afirmativas está em embutir uma opinião que não está no texto, mas que está na
consciência coletiva, pelo fato de ser um clichê ou senso comum que o candidato possa compartilhar.

Contradizer o texto.
O texto original diz “A” e o texto parafraseado da assertiva errada diz “Não A” ou “B”.
Para disfarçar essa contradição, a banca usará muitas palavras do texto, fará uma paráfrase muito
semelhante, mas com um vocábulo crucial que fará o sentido ficar inverso ao do texto.

Tangenciar o tema.
O examinador cria uma assertiva que aparentemente se relaciona ao tema, mas fala de outro assunto,
remotamente correlato. No mundo dos fatos, aqueles dois temas podem até ser afins, mas no texto não se
falou do segundo, só do primeiro; então houve fuga ao tema.

Vamos fazer um exercício e localizar esses erros num texto.

Para evitar os erros acima, o leitor deve ser capaz de fazer o “recorte temático”, isto é, uma delimitação do

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tema, um estabelecimento de fronteiras do que está no texto e o que o extrapola.

(ESTRATÉGIA CONCURSOS / QUESTÃO INÉDITA / 2020) As causas do desemprego no mundo


Atualmente o mundo atingiu um nível muito alto de desemprego, fato que só havia acontecido, em
proporções similares, após a crise de 29.
Segundo os órgãos internacionais, existem hoje, aproximadamente, 850 milhões de pessoas
desempregadas, algumas profissões foram superadas outras extintas, o crescimento constante de
tecnologias provoca alterações no mercado de trabalho em todo o mundo.
==2537cb==

Até mesmo em países de terceiro mundo, as fábricas e indústrias estão sofisticadas e modernas. As
empresas são obrigadas a investir maciçamente em tecnologia para garantir rapidez e melhorar a qualidade,
itens necessários em um mercado tão competitivo.
De acordo com os fragmentos abaixo, julgue os itens:
I- Consoante algumas instituições internacionais, um número próximo de 850 milhões de pessoas estão
desempregadas, pois o desenvolvimento das tecnologias de automação modificou profundamente as
relações de trabalho, aumentando a rotatividade nos postos de trabalho.
II- Segundo o autor, o desemprego no Brasil atingiu um nível muito alto, algo que só ocorrera após a
depressão de 1929.
III- Fábricas em países de terceiro mundo, ao contrário do que possa parecer, ostentam plantas modernas,
em que há grandes investimentos em tecnologia, pois esse é um fator necessário para sobreviver num
mercado competitivo, assim como a qualidade da mão de obra.
IV- De acordo com organismos internacionais, há aproximadamente 850 milhões de desempregados, tendo
em vista que algumas profissões foram superadas e extintas, além do fato de que o crescimento constante
de tecnologias provoca manutenção das relações de trabalho no mercado em todo o mundo. Tal nível de
desemprego é sem precedentes na história.
V- Os investimentos em tecnologia são um grande fator para a deterioração dos benefícios trabalhistas,
constitucionalmente garantidos, acentuando a condição de hipossuficiente dos operários das modernas e
sofisticadas fábricas em todo o mundo.
Comentários:
I- No primeiro item, há extrapolação. O texto não menciona nada sobre automação nem sobre rotatividade
de trabalho; embora seja possível fazer essas associações à luz do tema “desemprego” isso foi além do que
estava escrito no texto. Essas informações não estão contidas.
II- Houve redução drástica da abrangência do tema. O autor fala do desemprego em todo o mundo; a
assertiva somente menciona o Brasil, tornando o universo da discussão muito restrito.
III- Esse “ao contrário do que possa parecer” é opinião do examinador levemente embutida no item. O texto
não diz claramente que as fábricas parecem menos modernas. Pelo contrário, diz que até as fábricas em
países de terceiro mundo estão sofisticadas; então poderíamos até entender um sentido concessivo de que

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não é esperado que essas fábricas sejam modernas, mas isso é diferente de dizer que “não parecem”
modernas. também foi acrescentada uma outra opinião: que “a qualidade da mão de obra é tão importante
quanto a tecnologia”. Essas opiniões são compartilhadas por muitas pessoas, então o candidato pode se
identificar e marcar o item como certo. Contudo, não constam no texto escrito.
IV- O item é quase todo igual ao texto original, mas no finalzinho traz uma informação oposta: “o crescimento
constante de tecnologias provoca manutenção das relações de trabalho”. Não há manutenção, há mudanças
constantes, nas palavras do autor, há “alterações”. Também contradiz o texto a parte: “Tal nível de
desemprego é sem precedentes na história”. Isso não é verdade, pois também houve desemprego alto após
a crise de 29, conforme o texto.
V- O tema do texto é o aumento do desemprego. Esta assertiva menciona indiretamente a tecnologia, mas
foca em outro tema: “direitos trabalhistas”. Embora remotamente relacionados, houve fuga ao objeto
principal do texto.
Dessa forma, observamos que, embora todas as alternativas tragam palavras muito semelhantes às do texto,
todos os itens estão errados. Gabarito EEEEE.

Viram, pessoal? É assim que a banca trabalha para enganar você: muda pequenas partes do texto, subtraindo
ou acrescentando informações com o propósito de mudar o sentido da assertiva.

ERROS DE INTERPRETAÇÃO TEXTUAL


Extrapolar o texto lido
Reduzir ou restringir o texto lido

Acrescentar opinião não indicada pelo autor

Contradizer o texto lido

Evadir ou tangenciar o tema

O mais importante é sempre praticar muito, ler vários textos, tentar responder aos itens e ler nos
comentários qual foi o raciocínio que fundamentou o gabarito. Vá praticando devagar, textos são longos e
levam tempo, mas não há outra forma de melhorar sua leitura senão ler.
Se necessário, faça suas baterias de questões em partes, para não ficar cansado lendo muitos textos de uma
só vez.
Agora que já vimos toda a teoria, é hora de Praticar!

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QUESTÕES COMENTADAS - COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO -


CESGRANRIO
1. (CESGRANRIO / TRANSPETRO / 2023)
À moda brasileira
1 Estou me vendo debaixo de uma árvore, lendo a pequena história da literatura
brasileira.
2 Olavo Bilac! – eu disse em voz alta e de repente parei quase num susto depois que li
os primeiros versos do soneto à língua portuguesa: Última flor do Lácio, inculta e bela / És, a um
tempo, esplendor e sepultura.
3 Fiquei pensando, mas o poeta disse sepultura?! O tal de Lácio eu não sabia onde
ficava, mas de sepultura eu entendia bem, disso eu entendia, repensei baixando o olhar para a
terra. Se escrevia (e já escrevia) pequenos contos nessa língua, quer dizer que era a sepultura que
esperava por esses meus escritos?
4 Fui falar com meu pai. Comecei por aquelas minhas sondagens antes de chegar até
onde queria, os tais rodeios que ele ia ouvindo com paciência enquanto enrolava o cigarro de
palha, fumava nessa época esses cigarros. Comecei por perguntar se minha mãe e ele não tinham
viajado para o exterior.
5 Meu pai fixou em mim o olhar verde. Viagens, só pelo Brasil, meus avós é que tinham
feito aquelas longas viagens de navio, Portugal, França, Itália... Não esquecer que a minha avó,
Pedrina Perucchi, era italiana, ele acrescentou. Mas por que essa curiosidade?
6 Sentei-me ao lado dele, respirei fundo e comecei a gaguejar, é que seria tão bom se
ambos tivessem nascido lá longe e assim eu estaria hoje escrevendo em italiano, italiano! – fiquei
repetindo e abri o livro que trazia na mão: Olha aí, pai, o poeta escreveu com todas as letras,
nossa língua é sepultura mesmo, tudo o que a gente fizer vai para debaixo da terra, desaparece!
7 Calmamente ele pousou o cigarro no cinzeiro ao lado. Pegou os óculos. O soneto é
muito bonito, disse me encarando com severidade. Feio é isso, filha, isso de querer renegar a
própria língua. Se você chegar a escrever bem, não precisa ser em italiano ou espanhol ou alemão,
você ficará na nossa língua mesmo, está me compreendendo? E as traduções? Renegar a língua é
renegar o país, guarde isso nessa cabecinha. E depois (ele voltou a abrir o livro), olha que beleza o
que o poeta escreveu em seguida, Amo-te assim, desconhecida e obscura, veja que confissão de
amor ele fez à nossa língua! Tem mais, ele precisava da rima para sepultura e calhou tão bem essa
obscura, entendeu agora? – acrescentou e levantou-se. Deu alguns passos e ficou olhando a
borboleta que entrou na varanda: Já fez a sua lição de casa?
8 Fechei o livro e recuei. Sempre que meu pai queria mudar de assunto ele mudava de
lugar: saía da poltrona e ia para a cadeira de vime. Saía da cadeira de vime e ia para a rede ou
simplesmente começava a andar. Era o sinal, Não quero falar nisso, chega. Então a gente falava

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noutra coisa ou ficava quieta.


9 Tantos anos depois, quando me avisaram lá do pequeno hotel em Jacareí que ele
tinha morrido, fiquei pensando nisso, ah! se quando a morte entrou, se nesse instante ele tivesse
mudado de lugar. Mudar depressa de lugar e de assunto. Depressa, pai, saia da cama e fique na
cadeira ou vá pra rua e feche a porta!
(TELLES, Lygia Fagundes. Durante aquele estranho chá: perdidos e achados. Rio de Janeiro: Rocco, 2002, p.109-111.
Fragmento adaptado).

Ao ler os versos de Olavo Bilac, o “quase” susto da narradora, mencionado no parágrafo 2, foi
motivado pela
A) possibilidade de seus escritos não serem conhecidos.
B) falta de conhecimento sobre a localização do Lácio.
C) necessidade de aprender uma língua diferente.
D) surpresa com a postura pessimista do poeta.
E) abordagem da temática da morte.
Comentário:
Vejamos novamente o segundo parágrafo:
2 Olavo Bilac! – eu disse em voz alta e de repente parei quase num susto depois que li
os primeiros versos do soneto à língua portuguesa: Última flor do Lácio, inculta e bela / És, a um
tempo, esplendor e sepultura.
A resposta na verdade está no terceiro parágrafo. O narrador tomou susto por causa da palavra
"sepultura", à qual associou ideia de morte e um destino fatal para tudo, inclusive seus escritos:
3 Fiquei pensando, mas o poeta disse sepultura?! O tal de Lácio eu não sabia onde
ficava, mas de sepultura eu entendia bem, disso eu entendia, repensei baixando o olhar para a
terra. Se escrevia (e já escrevia) pequenos contos nessa língua, quer dizer que era a sepultura que
esperava por esses meus escritos?
Gabarito: Letra A

2. (CESGRANRIO - ATA (AgeRIO)/AgeRIO/2023)

Floresta amazônica vai virar savana


Pesquisadores afirmam que mudança no ecossistema da Amazônia é iminente
Se a Amazônia perder mais de 20% de sua área para o desmatamento, ela pode se
descaracterizar de tal forma que deixaria de ser uma floresta e se transformaria em área de
savana, alertam dois conceituados pesquisadores da área, em um artigo publicado recentemente.
Hoje, o desmatamento acumulado está em 17%.

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Os cientistas acreditam que as sinergias negativas entre desmatamento, mudanças climáticas e


uso indiscriminado de incêndios florestais indicam um tipping point (ponto crítico), um ponto sem
volta, para transformar as partes Sul, Leste e central da Amazônia em um ecossistema não
florestal se o desmatamento chegar a entre 20% e 25%.
Os pesquisadores partiram do conceito da “savanização” da Amazônia, que surgiu após a
descoberta de que as florestas interferem no regime de chuvas. Na Amazônia, por exemplo,
estima-se que metade das chuvas na região é resultado da umidade produzida pela
evapotranspiração (a transpiração das árvores), que “recicla” as correntes de ar úmido
provenientes do Oceano Atlântico.
Caso perca uma quantidade grande de árvores, a floresta recicla menos chuva, ficando mais
suscetível a incêndios. O fogo altera a vegetação, favorecendo o avanço de gramíneas onde
antes havia espécies florestais. O resultado desse processo ecológico é que grandes fragmentos
de florestas se transformam em savanas ou cerrados, descaracterizando a Amazônia como a
conhecemos hoje.
A primeira estimativa de qual seria o tipping point para a Amazônia virar savana foi feita em um
estudo em 2007, e chegou à conclusão de que esse valor era de 40% de florestas derrubadas. Só
que esse estudo avaliou apenas uma variável, o desmatamento. Segundo um dos autores,
quando se consideram outros fatores, como os incêndios florestais e o aquecimento global, essa
margem diminui consideravelmente. Os focos de incêndio têm aumentado. O aquecimento
global já está acontecendo, com um aumento de 1 grau Celsius na temperatura média da
Amazônia.
De acordo com uma especialista em ciência e Amazônia, a hipótese de savanização precisa ser
encarada com seriedade, porque a floresta amazônica tem resiliência, ela consegue resistir a
algum desmatamento. Mas essa possibilidade não é infinita, chega a um ponto que não tem
retorno. Além disso, é preciso considerar a população da região, investindo na produção com
sustentabilidade.
Uma das propostas para que se possa evitar o tipping point é o reflorestamento. Com esse
objetivo, o Brasil se comprometeu, na Conferência da ONU sobre Clima em Paris, em 2015, a
reflorestar 12 milhões de hectares até 2030.
(CALIXTO, B. O Globo. Sociedade. Rio de Janeiro, 22 fev. 2018. Adaptado.)

A palavra resiliência refere-se à capacidade de voltar ao estado natural, principalmente após


alguma situação crítica e fora do comum. Ela é utilizada em várias áreas do conhecimento.

Em “De acordo com uma especialista em ciência e Amazônia, a hipótese de savanização precisa
ser encarada com seriedade, porque a floresta amazônica tem resiliência” (parágrafo 6, o sentido
dessa palavra no contexto é a(o)
A) aptidão de um determinado sistema para recuperar o equilíbrio depois de ter sofrido uma
perturbação.
B) capacidade de uma pessoa lidar com seus próprios problemas, vencer obstáculos e não ceder

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a qualquer coação.
C) possibilidade de tomar uma decisão quando se tem medo do que isso possa ocasionar,
quando está sob pressão.
D) propriedade de os materiais que acumulam energias voltarem ao normal, quando então são
expostos a situações de estresse ou choque.
E) equilíbrio emocional para lidar com os problemas relacionados ao contexto laboral, quando as
situações não ocorrem como o esperado.
Comentário:
"Resiliência" é a palavra da moda, até nos concursos.
Literalmente, "resiliência" é uma capacidade de retornar ao "equilíbrio" após ter sofrido algum
tipo de pressão. De maneira figurada, usamos o termo para indicar capacidade geral de resistir e
se adaptar a adversidades.
(re.si.li:ên.ci:a)
sf.
1. Fís. Propriedade de um material retornar à forma ou posição original depois de cessar a tensão
incidente sobre o mesmo, determinada pela quantidade de energia devolvida após a
deformação elástica, ger. medida em percentual da energia recuperada que fornece informações
sobre a elasticidade do material.
2. P.ext. Ecol. Capacidade de um ecossistema retornar à condição original de equilíbrio após
suportar alterações ou perturbações ambientais.
3. Fig. Habilidade que uma pessoa desenvolve para resistir, lidar e reagir de modo positivo em
situações adversas.
No caso da floresta, o termo se refere à capacidade de se recuperar:
a) aptidão de um determinado sistema para recuperar o equilíbrio depois de ter sofrido uma
perturbação.
Gabarito: A

3. (CESGRANRIO - Esc (BANRISUL)/BANRISUL/2023)


Implantação do código de ética nas empresas
Desde a infância, estamos sujeitos à influência de nosso meio social, por intermédio da família,
da escola, dos amigos, dos meios de comunicação de massa. Ao nascer, o homem já se defronta
com um conjunto de regras, normas e valores aceitos em seu grupo social. As palavras “ética” e
“moral” indicam costumes acumulados — conjunto de normas e valores dos grupos sociais em
um contexto.
A ética é um conjunto de princípios e disposições cujo objetivo é balizar as ações humanas. A
ética existe como uma referência para os seres humanos em sociedade, de modo tal que a
sociedade possa se tornar cada vez mais humana. Ela pode e deve ser incorporada pelos
indivíduos, sob a forma de uma atitude diante da vida cotidiana. Mas ela não é um conjunto de
verdades fixas, imutáveis. A ética se move historicamente, se amplia e se adensa. Para
entendermos como isso acontece na história da humanidade, basta lembrarmos que, um dia, a

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escravidão foi considerada "natural".


Ética é o que diz respeito à ação quando ela é refletida, pensada. A ética preocupa-se com o
certo e com o errado, mas não é um conjunto simples de normas de conduta como a moral. Ela
promove um estilo de ação que procura refletir sobre o melhor modo de agir que não abale a
vida em sociedade e não desrespeite a individualidade dos outros.
As empresas precisam desenvolver-se de tal forma que a conduta ética de seus integrantes, bem
como os valores e convicções primários da organização, se tornem parte de sua cultura. Assim, a
ética vem sendo vista como uma espécie de requisito para a sobrevivência das empresas no
mundo moderno e pode ser definida como a transparência nas relações e a preocupação com o
impacto das suas atividades na sociedade.
Muitos exemplos poderiam ser citados de empresas que estão começando a valorizar e a alertar
seus funcionários sobre a ética. Algumas empresas já implantaram, inclusive, um comitê de ética,
o qual se destina à proteção da imagem da companhia. É preciso, portanto, que haja uma
conscientização da importância de uma conduta ética ou mesmo a implantação de um código de
ética nas organizações, pois a cada dia que passa a ética tem mostrado ser um dos caminhos
para o sucesso e para o bem comum, agregando valor moral ao patrimônio da organização.
O Código de Ética é um instrumento de realização dos princípios, da visão e da missão da
empresa. Serve para orientar as ações de seus colaboradores e explicitar a postura social da
empresa em face dos diferentes públicos com os quais interage. É da máxima importância que
seu conteúdo seja refletido nas atitudes das pessoas a que se dirige e encontre respaldo na alta
administração da empresa, que, tanto quanto o último empregado contratado, tem a
responsabilidade de vivenciá-lo.
As relações com os funcionários, desde o processo de contratação, desenvolvimento
profissional, lealdade mútua, respeito entre chefes e subordinados, saúde e segurança,
propriedade da informação, assédio profissional e sexual, alcoolismo, uso de drogas, entre
outros, são aspectos que costumam ser abordados em um Código de Ética. Cumprir horários,
entregar o trabalho no prazo, dar o seu melhor ao executar uma tarefa e manter a palavra dada
são exemplos de atitudes que mostram aos superiores e aos colegas que o funcionário valoriza
os princípios éticos da empresa ou da instituição.
O Código também pode envolver situações de relacionamento com clientes, fornecedores,
acionistas, investidores, comunidade vizinha, concorrentes e mídia. O Código de Ética pode
estabelecer ações de responsabilidade social dirigidas ao desenvolvimento social de
comunidades vizinhas, bem como apoio a projetos de educação voltados ao crescimento pessoal
e profissional de jovens carentes. Também pode fazer referência à participação da empresa na
comunidade, dando diretrizes sobre as relações com os sindicatos, outros órgãos da esfera
pública, relações com o governo, entre outras.
Portanto, conclui-se que o Código de Ética se fundamenta em deveres para com os colegas,
clientes, profissão, sociedade e para consigo próprio.
(MARTINS,Rosemir. UFPR, 2003. Disponível em: https://acervodigital. ufpr.br. Acesso em: 16 nov. 2022. Adaptado)

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O texto pode ser dividido em duas grandes partes. Na primeira parte, apresenta-se a definição
do conceito de “ética” e, na segunda parte, apresentam-se
A) consequências econômicas da implantação dos códigos de ética no dia a dia das empresas.
B) exemplos de ações que devem ser implementadas para atender aos códigos de ética das
empresas.
C) explicações sobre diferentes concepções de ética em função dos objetivos das empresas.
D) penalizações a serem infringidas aos funcionários que desrespeitarem o código de ética da
empresa.
E) situações concretas em que os conceitos de “ética” e “moral” se aplicam no processo de
seleção de pessoal.
Comentário:
Nos cinco primeiros parágrafos, o texto disserta sobre o conceito e a importância da ética.
==2537cb==

A partir daí, na segunda parte, passa a focar na instituição de um código de ética. O código de
ética vai balizar as "ações" das pessoas, o que acaba sendo a "ação da empresa"
O Código de Ética é um instrumento de realização dos princípios, da visão e da missão da
empresa. Serve para orientar as ações de seus colaboradores e explicitar a postura social da
empresa em face dos diferentes públicos com os quais interage. É da máxima importância que
seu conteúdo seja refletido nas atitudes das pessoas a que se dirige e encontre respaldo na alta
administração da empresa, que, tanto quanto o último empregado contratado, tem a
responsabilidade de vivenciá-lo.
Na sequência, são dados exemplos dessas "atitudes":
Cumprir horários, entregar o trabalho no prazo, dar o seu melhor ao executar uma tarefa e
manter a palavra dada são exemplos de atitudes que mostram aos superiores e aos colegas que
o funcionário valoriza os princípios éticos da empresa ou da instituição.
Gabarito: B

4. (CESGRANRIO - Esc (BANRISUL)/BANRISUL/2023) Utilize texto da questão anterior


Um trecho do texto que apresenta uma definição de ética é
a) “Ao nascer, o homem já se defronta com um conjunto de regras, normas e valores aceitos em
seu grupo social.”
b) “A ética é um conjunto de princípios e disposições cujo objetivo é balizar as ações humanas.”
c) “As empresas precisam desenvolver-se de tal forma que a conduta ética de seus integrantes,
bem como os valores e convicções primários da organização, se tornem parte de sua cultura.”
d) “Muitos exemplos poderiam ser citados de empresas que estão começando a valorizar e a
alertar seus funcionários sobre a ética.”
e) “É da máxima importância que seu conteúdo seja refletido nas atitudes das pessoas a que se
dirige e encontre respaldo na alta administração da empresa.”

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Comentário:
Questão direta.
A definição tem a seguinte fórmula:
"conceito X" é "y":
“A ética é um conjunto de princípios e disposições cujo objetivo é balizar as ações humanas.”
Gabarito: B

5. (CESGRANRIO - Esc (BANRISUL)/BANRISUL/2023)


De acordo com o texto, apoiar projetos de educação voltados ao desenvolvimento pessoal e
profissional de jovens carentes de comunidades vizinhas pode fazer parte do Código de Ética de
uma empresa por ser um exemplo de ação de
a) interação com sindicatos
b) prevenção de assédio
c) proteção do meio ambiente
d) relacionamento com clientes
e) responsabilidade social
COMENTÁRIO:
Questão literal, o parágrafo inclui essas medidas entre "ações de responsabilidade social":
O Código de Ética pode estabelecer ações de responsabilidade social dirigidas ao
desenvolvimento social de comunidades vizinhas, bem como apoio a projetos de educação
voltados ao crescimento pessoal e profissional de jovens carentes.
Gabarito: E.

6. (CESGRANRIO - Esc (BANRISUL)/BANRISUL/2023) Utilize o texto da questão anterior


Antes de afirmar que a ética vem sendo vista como uma espécie de requisito para a
sobrevivência das empresas no mundo moderno (parágrafo , o texto desenvolve a ideia de que
a) a criação de um comitê de ética destina-se a valorizar e a alertar os funcionários sobre a
necessidade de proteção da imagem da empresa.
b) a interação com clientes, fornecedores, acionistas, investidores, comunidade vizinha,
concorrentes e mídia deve se pautar por princípios éticos.
c) a ética não é um conjunto de verdades fixas, imutáveis, mas se move historicamente, se
amplia e se adensa.
d) o Código de Ética deve explicitar a postura social da empresa em face dos diferentes públicos
com os quais interage.
e) os funcionários revelam atendimento ao Código de Ética da empresa ao cumprir horários,
entregar o trabalho no prazo, dar o seu melhor ao executar uma tarefa.
COMENTÁRIO:
Essa questão é de "navegação no texto", se resolve com análise da ordem dos parágrafos.

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No quarto parágrafo, temos a informação mencionada no enunciado:


As empresas precisam desenvolver-se de tal forma que a conduta ética de seus integrantes, bem
como os valores e convicções primários da organização, se tornem parte de sua cultura.
Então, a resposta deve ser a alternativa que traga o que foi dito antes disso.
No segundo parágrafo, temos o conteúdo da letra C:
A ética é um conjunto de princípios e disposições cujo objetivo é balizar as ações humanas. A
ética existe como uma referência para os seres humanos em sociedade, de modo tal que a
sociedade possa se tornar cada vez mais humana. Ela pode e deve ser incorporada pelos
indivíduos, sob a forma de uma atitude diante da vida cotidiana. Mas ela não é um conjunto de
verdades fixas, imutáveis. A ética se move historicamente, se amplia e se adensa. Para
entendermos como isso acontece na história da humanidade, basta lembrarmos que, um dia, a
escravidão foi considerada "natural".
c) a ética não é um conjunto de verdades fixas, imutáveis, mas se move historicamente, se
amplia e se adensa.
E qual o erro das demais alternativas?
São informações presentes no texto na segunda parte, em que se fala do código de ética e das
atitudes relacionadas a ele.
Gabarito: C

7. (CESGRANRIO - Esc BB/BB/Agente Comercial/2023)


A história do método braile
Ler no escuro. Quem já tentou sabe que é impossível. Mas foi exatamente a isso que um francês
chamado Louis Braille dedicou a vida. Nascido em Coupvray, uma pequena aldeia nos arredores
de Paris, em 1809, desde cedo ele mostrou muito interesse pelo trabalho do pai. Seus olhos azuis
brilhavam da admiração de vê-lo cortar, com extrema perícia, selas e arreios. Pouco depois de
completar 3 anos, o menino começou a brincar na selaria do pai, cortando pequenas tiras de
couro. Uma tarde, uma sovela, instrumento usado para perfurar o couro, escapou-lhe da mão e
atingiu o seu olho esquerdo. O resultado foi uma infecção que, seis meses depois, afetaria
também o olho direito. Aos 5 anos, o garoto estava completamente cego.
A tragédia não o impediu, porém, de frequentar a escola por dois anos e de se tornar ainda um
aluno brilhante. Por essa razão, ele ganhou uma bolsa de estudos no Instituto Nacional para
Jovens Cegos, em Paris, um colégio interno fundado por Valentin Haüy (1745-182. Além do
currículo normal, Haüy introduzira um sistema especial de alfabetização, no qual letras de forma
impressas em relevo, em papelão, eram reconhecidas pelos contornos. Desde o início do curso,
Braille destacou-se como o melhor aluno da turma e logo começou a ajudar os colegas. Em
1821, aos 12 anos, conheceu um método inventado pouco antes por Charles Barbier de La Serre,
oficial do Exército francês.
O método Barbier, também chamado escrita noturna, era um código de pontos e traços em
relevo impressos também em papelão. Destinava-se a enviar ordens cifradas a sentinelas em

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postos avançados. Estes decodificariam a mensagem até no escuro. Mas, como a ideia não
pegou na tropa, Barbier adaptou o método para a leitura de cegos, com o nome de grafia
sonora. O sistema permitia a comunicação entre os cegos, pois com ele era possível escrever,
algo que o método de Haüy não possibilitava. O de Barbier era fonético: registrava sons e não
letras. Dessa forma, as palavras não podiam ser soletradas. Além disso, o fato de um grande
número de sinais ser usado para uma única palavra tornava o sistema muito complicado. Apesar
dos inconvenientes, foi adotado como método auxiliar por Haüy.
Pesquisando a fundo a grafia sonora, Braille percebeu suas limitações e pôs-se a aperfeiçoá-la.
Em 1824, seu método estava pronto. Primeiro, eliminou os traços, para evitar erros de leitura: em
seguida, criou uma célula de seis pontos, divididos em duas colunas de três pontos cada, que
podem ser combinados de 63 maneiras diferentes. A posição dos pontos na célula está ao lado.
Em 1826, aos 17 anos, ainda estudante, Braille começou a dar aulas. Embora seu método fizesse
sucesso entre os alunos, não podia ensiná-lo na sala de aula, pois ainda não era reconhecido
oficialmente. Por isso, Braille dava aulas do revolucionário sistema escondido no quarto, que logo
se transformou numa segunda sala de aula.
O braile é lido passando-se a ponta dos dedos sobre os sinais de relevo. Normalmente se usa a
mão direita com um ou mais dedos, conforme a habilidade do leitor, enquanto a mão esquerda
procura o início da outra linha. Aplica-se a qualquer língua, sem exceção, e também à
estenografia, à música – Braille, por sinal, era ainda exímio pianista – e às notações científicas em
geral. A escrita é feita mediante o uso da reglete, também idealizada por Braille: trata-se de uma
régua especial, de duas linhas, com uma série de janelas de seis furos cada, correspondentes às
células braile.
Louis Braille morreu de tuberculose em 1852, com apenas 43 anos. Temia que seu método
desaparecesse com ele, mas, finalmente, em 1854 foi oficializado pelo governo francês. No ano
seguinte, foi apresentado ao mundo, na Exposição Internacional de Paris, por ordem do
imperador Napoleão III (1808-187, que programou ainda uma série de concertos de piano com
ex-alunos de Braille. O sucesso foi imediato, e o sistema se espalhou pelo mundo. Em 1952, o
governo francês transferiu os restos mortais de Braille para o Panthéon, em Paris, onde estão
sepultados os heróis nacionais.
(ATANES, Silvio. Super Interessante. Disponível em: https://super.abril.]com.br/historia/. Acesso em: 23 out. 2022.
Adaptado.)

A partir da leitura do texto, constata-se que Braille


A) queria seguir o ofício do pai.
B) estudou com bolsa de estudos.
C) trabalhava em selarias quando criança.
D) foi adotado por Valentin Haüy depois da tragédia.
E) começou a dar aulas quando atingiu a maioridade.
Comentário:
Vamos buscar na literalidade do texto.

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A) Incorreto; o texto não informa que "queria seguir o ofício do pai", diz apenas que ele tinha
interesse no trabalho do pai e brincava na selaria.
...desde cedo ele mostrou muito interesse pelo trabalho do pai.
B) Correto; sim, ele estudou com a bolsa para o Instituto Nacional para Jovens Cegos.
A tragédia não o impediu, porém, de frequentar a escola por dois anos e de se tornar ainda um
aluno brilhante. Por essa razão, ele ganhou uma bolsa de estudos no Instituto Nacional para
Jovens Cegos, em Paris, um colégio interno fundado por Valentin Haüy (1745-182.
C) Incorreto; brincava na selaria do pai. Ficou cego muito cedo, antes de poder cogitar trabalhar
de fato.
D) Incorreto; Valentin Haüy foi o fundador do colégio interno onde Braille estudou.
E) Incorreto; começou ainda adolescente.
Em 1826, aos 17 anos, ainda estudante, Braille começou a dar aulas.
Gabarito: B.

8. (CESGRANRIO - Esc BB/BB/Agente Comercial/2023) Utilize o texto da questão anterior


Diferentemente do método de Barbier, o método de Haüy
a) possibilitava a escrita.
b) usava letras em relevo.
c) apresentava pontos e traços.
d) impossibilitava soletrar palavras.
e) era conhecido como grafia sonora.
COMENTÁRIO:
Literal:
Haüy introduzira um sistema especial de alfabetização, no qual letras de forma impressas em
relevo, em papelão, eram reconhecidas pelos contornos.
A) Incorreto; não possibilitava, eram apenas letras impressas.
C) Incorreto; pontos e traços havia no método Barbier, depois no de Braille.
D) Incorreto; o método Barbier é que não permitia soletrar.
E) Incorreto; o métod de Barbier era fonético: registrava sons e não letras. Dessa forma, as
palavras não podiam ser soletradas.
Gabarito: B.

9. (CESGRANRIO - Esc BB/BB/Agente Comercial/2023) Utilize o texto da questão anterior.


Em “No ano seguinte, foi apresentado ao mundo, na Exposição Internacional de Paris, por ordem
do imperador Napoleão III (1808-187, que programou ainda uma série de concertos de piano
com ex-alunos de Braille”, a palavra em destaque apresenta o mesmo sentido que em:
A) Louis Braille criou um método revolucionário e ainda era excelente pianista.

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B) Vencer barreiras relacionadas à acessibilidade ainda é um desafio.


C) O método Braille ainda era desconhecido por muitas pessoas.
D) Os restos mortais de Braille ainda estão no Panthéon.
E) A reglete ainda é usada por deficientes visuais.
Comentário:
O vocábulo "ainda" é uma palavra especial, pois traz muitos usos e classificações. Cai bastante
em prova. Vejamos:
No enunciado, temos o "ainda" aditivo:
programou ainda (além disso) uma série de concertos de piano
O mesmo uso temos na letra A:
a) Louis Braille criou um método revolucionário e ainda (além disso) era excelente pianista.
Criou o método E era pianista.
Nas demais alternativas, o "ainda" tem sentido de tempo.
Gabarito: A

10. (CESGRANRIO - Esc BB/BB/Agente Comercial/2023)


Entenda o que é deep fake e saiba como se proteger
Vídeos que viralizam nas redes sociais mostrando figuras públicas em situações quase
inacreditáveis são verdadeiros? Afinal de contas tudo parece tão real... A resposta é não, pois se
trata de uma “deep fake”, “falsificação profunda” em português, que, como a tradução indica, é
tão bem feita que pode enganar até os mais atentos. Segundo estudo de uma empresa de
segurança, 65% dos brasileiros ignoram a sua existência e 71% não reconhecem quando um
vídeo foi editado digitalmente usando essa técnica.(a)
O que muita gente não sabe, porém, é que esse tipo de golpe, além de manipular vídeos com
celebridades e políticos famosos, também prejudica empresas e cidadãos comuns, que podem
ser envolvidos em fraudes de identidade e extorsões.(b)
“Deep fake pode ser definida como a criação de vídeos e áudios falsos por meio de inteligência
artificial”, explica um especialista de segurança cibernética e fraude. A prática costuma utilizar um
vídeo de referência e a face (ou corpo) de outra pessoa, que não fazia parte do vídeo original.
Criam-se áudios falsos, fazendo a inteligência artificial aprender como uma pessoa fala e, a partir
daí, obter uma montagem com outras falas, inclusive alterando os lábios(c) para acompanhar as
palavras que são ditas.
Esse processo vem evoluindo rapidamente, tornando cada vez mais difícil a sua identificação.
Isso ocorre porque as novas redes neurais (sistemas de computação que funcionam como
neurônios do cérebro humano), a evolução da capacidade de processamento e a redução de
custos da computação em nuvem têm facilitado o acesso a essa tecnologia,(d) contribuindo para
aumentar a qualidade dos vídeos.
No entanto, os criminosos não precisam de tanto conhecimento e tecnologia para aplicar seus
golpes.

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Isso porque deep fakes criadas para serem distribuídas por apps de mensagens não exigem
tanta qualidade. O perigo é que, para o cidadão comum, a deep fake pode ser o ponto de
partida para uma fraude financeira, entre outros problemas.
A recomendação para pessoas físicas se protegerem é diminuir a exposição de fotos com rostos
e vídeos pessoais na internet. “As redes sociais devem se manter configuradas como privadas, já
que fotos, áudios ou vídeos disponíveis publicamente podem ser utilizados para alimentar a
inteligência artificial e engendrar deep fakes.”(e)
Além disso, ao receber um vídeo suspeito, observe se o rosto e os lábios da pessoa se movem
em conjunto com o que ela diz. Preste atenção se a fala parece contínua ou se em algum
momento apresenta cortes entre uma palavra e outra. E considere o contexto — ainda que
tecnicamente o vídeo esteja muito bem manipulado, avalie se faz sentido que aquela pessoa
diga o que parece dizer naquele momento.
Disponível em: https://estudio.folha.uol.com.br/unico. Acesso em: 20 out. 2022. Adaptado.

O trecho que explica o modo como se elabora uma deep fake é:


a) “Segundo estudo de uma empresa de segurança, 65% dos brasileiros ignoram a sua existência
e 71% não reconhecem quando um vídeo foi editado digitalmente usando essa técnica.”
b) “O que muita gente não sabe, porém, é que esse tipo de golpe, além de manipular vídeos
com celebridades e políticos famosos, também prejudica empresas e cidadãos comuns, que
podem ser envolvidos em fraudes de identidade e extorsões.”
c) “A prática costuma utilizar um vídeo de referência e a face (ou corpo) de outra pessoa, que
não fazia parte do vídeo original. Criam-se áudios falsos, fazendo a inteligência artificial aprender
como uma pessoa fala e, a partir daí, obter uma montagem com outras falas, inclusive alterando
os lábios”
d) “Isso ocorre porque as novas redes neurais (sistemas de computação que funcionam como
neurônios do cérebro humano), a evolução da capacidade de processamento e a redução de
custos da computação em nuvem têm facilitado o acesso a essa tecnologia”
e) “As redes sociais devem se manter configuradas como privadas, já que fotos, áudios ou
vídeos disponíveis publicamente podem ser utilizados para alimentar a inteligência artificial e
engendrar deep fakes.”
COMENTÁRIO:
O "deep fake" é uma falsificação de vídeo e áudio, utilizando-se inteligência artificial. O processo
está descrito no seguinte parágrafo:
“Deep fake pode ser definida como a criação de vídeos e áudios falsos por meio de inteligência
artificial”, explica um especialista de segurança cibernética e fraude. A prática costuma utilizar
um vídeo de referência e a face (ou corpo) de outra pessoa, que não fazia parte do vídeo original.
Criam-se áudios falsos, fazendo a inteligência artificial aprender como uma pessoa fala e, a partir
daí, obter uma montagem com outras falas, inclusive alterando os lábios para acompanhar as
palavras que são ditas.
É o que temos na alternativa C:

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c) “A prática (do deepfake) costuma utilizar um vídeo de referência e a face (ou corpo) de outra
pessoa, que não fazia parte do vídeo original. Criam-se áudios falsos, fazendo a inteligência
artificial aprender como uma pessoa fala e, a partir daí, obter uma montagem com outras falas,
inclusive alterando os lábios”
As demais alternativas trazem trechos do texto que evidentemente não descrevem o que é o
"deep fake" e, portanto, não atendem ao enunciado.
Gabarito: C.

11. (CESGRANRIO - Esc BB/BB/Agente Comercial/2023)


Pix: é o fim do dinheiro em espécie?
O Pix muda a forma como realizamos transações financeiras. Representará realmente o fim do
DOC e da TED? O boleto bancário está ainda mais ameaçado de extinção? E o velho cheque vai
resistir a esses novos tempos?
Abrangente como é, o Pix pode reduzir ou acabar com a circulação das notas de real? Essa é
uma pergunta sem resposta fácil. O fato é que o avanço das transações financeiras eletrônicas,
em detrimento do uso do dinheiro em papel, pode ser benéfico para o Brasil, em vários sentidos.
O Pix tem tudo para ser o empurrãozinho que nos falta para chegarmos a esse cenário.
E por que o dinheiro em espécie resiste? Talvez você esteja entre aqueles que compram no
supermercado com cartão de crédito ou usam QR Code para pagar a farmácia. Mas a feira da
semana e os churros na esquina você paga com “dinheiro vivo”, certo? Um dos fatores que
escoram a circulação de papel-moeda no Brasil é a informalidade.
Atrelada a isso está a situação dos desbancarizados. A dificuldade que muita gente teve para
receber o auxílio emergencial, durante a pandemia, jogou luz sobre um problema notado há
tempos: a enorme quantidade de brasileiros que não têm acesso a serviços bancários. O pouco
de dinheiro que entra no orçamento dessas pessoas precisa ser gasto rapidamente para
subsistência.
Não há base financeira suficiente para justificar movimentações bancárias. Também pesa para o
time dos “sem-banco” o baixo nível de educação ou a falta de familiaridade com a tecnologia.
O fator cultural também favorece a circulação do dinheiro em espécie. É provável que você
conheça alguém que, mesmo tendo boa renda, prefere pagar boletos ou receber pagamentos
com cédulas simplesmente por estar acostumado a elas. Para muita gente que faz parte dessa
turma, dinheiro vivo é dinheiro recebido ou pago na hora. Não é preciso esperar a TED cair ou o
dia virar para o boleto ser compensado. Isso pesa mais do que a conveniência de se livrar da fila
da lotérica.
Embora o Brasil tenha um sistema bancário que suporta vários tipos de transações, o país estava
ficando para trás no que diz respeito a pagamentos instantâneos. O Pix veio para preencher essa
lacuna.
A modalidade permite transações em qualquer horário e dia, incluindo finais de semana e
feriados.

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Essa característica, por si só, já é capaz de mudar a forma como lidamos com o dinheiro, pois
implica envio ou recebimento imediato: as transações via Pix são concluídas rapidamente.
É o fim do papel-moeda? Não é tão simples assim. O Pix não foi idealizado com o propósito
exclusivo de acabar com os meios de pagamento e transferência atuais, muito menos com o
papelmoeda, mas para fazer o sistema financeiro do Brasil evoluir e ficar mais competitivo.
Apesar disso, não é exagero esperar que, à medida que a população incorpore o sistema à sua
rotina, o uso de DOC, TED, boletos e cartões caia. Eventualmente, algum desses meios poderá
ser descontinuado, mas isso não acontecerá tão cedo — vide o exemplo do cheque, que não
“morreu” com a chegada do cartão.
No caso das cédulas, especialistas do mercado financeiro apontam para uma diminuição de
circulação, mas não para um futuro próximo em que o papel-moeda deixará de existir. Para que
esse cenário se torne realidade, é necessário, sobretudo, atacar a desbancarização. O medo ou a
pouca familiaridade com a tecnologia podem ser obstáculos, mas o Pix é tão interessante para o
país que o próprio comércio incentiva o público mais resistente a aderir a ele.
(ALECRIM, E. Disponível em: https://tecnoblog.net/especiais/ pix-fim-dinheiro-especie-brasil/. Publicado em
novembro de 2020. Acesso em: 2 dez. 2022. Adaptado)

O objetivo dessa reportagem é refletir sobre


A) a necessidade de implantar um sistema mais seguro do que o cartão de crédito para as
transferências do auxílio emergencial.
B) a sobrevivência do dinheiro em espécie frente ao novo mecanismo de transferência eletrônica
de valores.
C) as consequências negativas da mudança na cultura popular vigente no país sobre a
importância da inserção no sistema bancário.
D) os aspectos relevantes da cultura da informalidade no dia a dia da economia brasileira e as
dificuldades de acesso à tecnologia.
E) os impactos dos meios tradicionais de pagamento, como boleto e cartão de crédito, na
economia da população.
Comentário:
A pergunta essencial do texto é:
E por que o dinheiro em espécie resiste? Talvez você esteja entre aqueles que compram no
supermercado com cartão de crédito ou usam QR Code para pagar a farmácia. Mas a feira da
semana e os churros na esquina você paga com “dinheiro vivo”, certo? Um dos fatores que
escoram a circulação de papel-moeda no Brasil é a informalidade.
Então, temos uma explicação para o dinheiro vivo sobreviver em meio a tantas formas de
pagamento; agora, especialmente, existe o pix, que é instantâneo.
Portanto, o objetivo da reportagem é fazer considerações sobre
b) a sobrevivência do dinheiro em espécie frente ao novo mecanismo de transferência eletrônica
de valores.

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Vejamos o erro das demais:


a) Incorreto; o cartão de crédito não é um sistema para as transferências do auxílio emergencial.
c) Incorreto; o texto não diz que as consequências dessa mudança são negativas.
d) Incorreto; os aspectos relevantes da cultura da informalidade no dia a dia da economia
brasileira e as dificuldades de acesso à tecnologia (de apps bancários) são fatores para a
permanência do dinheiro, mas não são o assunto principal do texto.
e) Incorreto; os impactos dos meios tradicionais de pagamento, como boleto e cartão de crédito,
não são o foco do texto. O foco é a permanência do papel-moeda.
Gabarito: B.

12. (CESGRANRIO - Esc BB/BB/Agente de Tecnologia/2023)


Empreendedorismo social: um caminho para quem quer mudar o mundo
Ainda que não exista uma concepção única sobre o empreendedorismo social, de forma geral, o
conceito está relacionado ao ato de empreender ou inovar com o objetivo de alavancar causas
sociais e ambientais. A meta é transformar uma realidade, promover o bem-estar da sociedade e
agregar valor com cunho social.(a)
Um empreendedor social produz bens e serviços que irão impactar positivamente a comunidade
em que ele está inserido e solucionar algum problema ou necessidade daquele grupo. Apesar de
poder ter retorno financeiro, os empreendimentos sociais analisam seu desempenho a partir do
impacto social gerado por sua atuação.(b)
Vale ressaltar que, apesar de apresentarem muitas similaridades, empreendedorismo social e
negócio social não são sinônimos. O empreendedorismo social cria valor por meio da inovação,
que gera uma transformação social. O foco não é o retorno financeiro, mas a resolução de
problemas sociais e o impacto positivo. Enquanto isso, os negócios sociais seguem a lógica
tradicional do mercado, porém com a ambição de gerar valor social.
Cinco características também são essenciais para a iniciativa: ser inovadora; realizável;
autossustentável; contar com a participação de diversos segmentos da sociedade,(c) incluindo as
pessoas impactadas; e promover impacto social com resultados mensuráveis.
Quem tem interesse de atuar nessa área precisa trabalhar em grupo e formar parcerias,(d) saber
lidar bem com as pessoas e buscar formas de trazer resultados de impacto social.
Além disso, o profissional precisa ter flexibilidade e vontade de explorar, pois é possível que ele
acabe exercendo um papel que não seja necessariamente na sua área de formação,(e) ou que sua
atuação se transforme rapidamente, por conta do dinamismo e das necessidades do negócio.
(MENDES, T. Empreendedorismo social: um caminho para quem quer mudar o mundo. Na prática, 7 jul. 2022.
Disponível em: https://www.napratica.org.br/empreendedorismo-social/. Acesso em: 2 set. 2022. Adaptado.)

O trecho do texto que resume o objetivo do “empreendedorismo social” é


A) “A meta é transformar uma realidade, promover o bem-estar da sociedade e agregar valor
com cunho social”.

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B) “os empreendimentos sociais analisam seu desempenho a partir do impacto social gerado por
sua atuação”.
C) “ser inovadora; realizável; autossustentável; contar com a participação de diversos segmentos
da sociedade”.
D) “Quem tem interesse de atuar nessa área precisa trabalhar em grupo e formar parcerias”.
E) “o profissional precisa ter flexibilidade e vontade de explorar, pois é possível que ele acabe
exercendo um papel que não seja necessariamente na sua área de formação”.
Comentário:
Pessoal, essas questões da Cesgranrio são bem diretas. Temos que procurar a alternativa que traz
um conceito, uma definição, um texto explicativo de um propósito, que nos ajuda a essência de
algo:
O que é o empreendedorismo social?
É o empreendedorismo (transformação/criação) com impacto social, isto é:
a) “A meta é transformar uma realidade, promover o bem-estar da sociedade e agregar valor
com cunho social”.
Gabarito: A.

13. (CESGRANRIO - Esc BB/BB/Agente de Tecnologia/2023) Utilize o texto da questão


anterior
O texto explica que o empreendedorismo social se diferencia do conceito de negócio social
porque o primeiro procura
A) criar profissionais especializados na sua área de atuação.
B) excluir do processo a parcela mais carente da população.
C) seguir a lógica tradicional do mercado de ações.
D) ter como objetivo produzir retorno financeiro.
E) transformar a sociedade por meio da inovação.
Comentário:
A resposta está literal no parágrafo:
Vale ressaltar que, apesar de apresentarem muitas similaridades, empreendedorismo social e
negócio social não são sinônimos. O empreendedorismo social cria valor por meio da inovação,
que gera uma transformação social. O foco não é o retorno financeiro, mas a resolução de
problemas sociais e o impacto positivo. Enquanto isso, os negócios sociais seguem a lógica
tradicional do mercado, porém com a ambição de gerar valor social.
Em suma, o empreendedorismo social não tem foco no retorno financeiro. Quer "criar valor social
por meio da inovação".
Por outro lado, o negócio social tem lógica tradicional do mercado (gerar lucro).
Gabarito: E

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14. (CESGRANRIO - Adv (AgeRIO)/AgeRIO/2023)


Eu sei, mas não devia
Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia. A gente se acostuma a morar em apartamentos
de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se
acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de
todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E,
à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café
correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da
viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A
cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os
mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas
negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra,
dos números, da longa duração.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para
as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o
dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar
mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez paga mais. E a procurar mais trabalho, para
ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a
televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido,
desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar-condicionado e cheiro de cigarro. À luz
artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água
potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir
passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no
pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas de mais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não
perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está
cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a
gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola
pensando no fim de semana. E se, no fim de semana, não há muito o que fazer, a gente vai
dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para
evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente
se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se
perde de si mesma.
(COLASANTI, M. Eu sei, mas não devia. Rio de Janeiro: Rocco Editora, 1996. p. 9. Adaptado.)

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Considere a seguinte passagem do texto:

“Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.” (parágrafo 1)

Na opinião da autora, as várias situações apresentadas ao longo do texto têm como


consequência o fato de o ser humano
A) viver sempre apressado.
B) abandonar a luta pela paz.
C) abrir mão de usufruir da vida.
D) influenciar-se pela publicidade.
E) desistir de proteger o meio ambiente.
Comentário:
Para saber a ideia principal de um texto, é sempre recomendável olhar o título e a conclusão do
texto. Vejamos:
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para
evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente
se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se
perde de si mesma.
Observe que o autor menciona que, no fim, a gente se acostuma para poupar a vida. Acaba se
perdendo da vida.
Isso é uma forma poética de dizer que vamos aceitando não aproveitar a vida. Há inúmeros
exemplos no texto:
A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café
correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da
viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A
cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
Gabarito: C.

15. (CESGRANRIO - Tec Ban (BASA)/BASA/2022)


“Maior fronteira agrícola do mundo está no bioma amazônico”,
diz pesquisador da Embrapa
O Brasil é um dos poucos países no mundo com a possibilidade de ampliar áreas com a
agropecuária. De fato, um estudo da ONU mostra que o país será o grande responsável por
produzir os alimentos necessários para atender os mais de 9 bilhões de pessoas que habitarão o
planeta em 2050. De acordo com pesquisadores da Embrapa, a região possui potencial e áreas
para ampliação sustentável da agricultura. Portanto, a responsabilidade do agricultor brasileiro é
muito grande.

BNB (Analista Bancário 1) Português - 2024 (Pós-Edital) 98


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A região amazônica se mostra promissora para a agricultura, pois ela é rica em um insumo
fundamental, a água. Estados como Rondônia e Acre têm municípios que recebem até 2.800
milímetros de chuvas por ano. E isso proporciona a qualidade e a possibilidade de semear mais
de uma cultura por ano.
Entretanto, as críticas internacionais, quanto ao uso e à ampliação da agricultura na região
amazônica, são um limitante para a exploração dessas áreas. Para cada nova área aberta para a
agricultura, parte deveria ser obrigatoriamente destinada à preservação ambiental, segundo as
exigências dos países que compram nossos produtos agrícolas.
(POPOV, Daniel. Canal Rural. Disponível em: https://www.canalrural.
com.br/projeto-soja-brasil/noticia/maior-fronteira-agricola- -mundo-amazonia-embrapa/. 19 set. 2019. Acesso em: 30
nov. 2021. Adaptado).

De acordo com o texto, para atender às exigências internacionais, o país deve


A) conscientizar os agricultores da necessidade de ampliar seus negócios.
B) diversificar os tipos de culturas que exigem a utilização de muita água.
C) garantir a destinação de terras a atividades de preservação ambiental.
D) liberar as áreas de cultivo de produtos agrícolas na região amazônica.
E) restringir as terras amazônicas ao desenvolvimento da pecuária.
Comentários:
Vejamos o parágrafo final:
Entretanto, as críticas internacionais, quanto ao uso e à ampliação da agricultura na região
amazônica, são um limitante para a exploração dessas áreas. Para cada nova área aberta para a
agricultura, parte deveria ser obrigatoriamente destinada à preservação ambiental, segundo as
exigências dos países que compram nossos produtos agrícolas.
Portanto, de acordo com o texto, para atender às exigências internacionais, o país deve
C) garantir a destinação de terras a atividades de preservação ambiental.
A) Incorreto; o texto não fala nada sobre conscientizar os agricultores da necessidade de ampliar
seus negócios.
B) Incorreto; o texto só menciona que a riqueza de água proporciona maior capacidade
produtiva.
D) Incorreto; é preciso liberar as áreas de preservação na região amazônica.
E) Incorreto; é preciso liberar áreas de preservação para cada área de cultivo.

Gabarito: C

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Aula 13

16. (CESGRANRIO - Tec Cien (BASA)/BASA/Tecnologia da Informação/2022)


Uma cena
É de manhã. Não num lugar qualquer, mas no Rio. E não numa época qualquer, mas no outono.
Outono no Rio. O ar é fino, quase frio, as pedras portuguesas da calçada estão úmidas. No alto,
o céu já é de um azul escandaloso, mas o sol oblíquo ainda não conseguiu vencer os prédios e
arrasta seus raios pelo mar, pelas praias, por cima das montanhas, longe dali. Não chegou à rua.
E, naquele trecho, onde as amendoeiras trançam suas copas, ainda é quase madrugada.
Mesmo assim, ela já está lá – como se à espera do sol.
É uma senhora de cabelos muito brancos, sentada em sua cadeira, na calçada. Na rua tranquila,
de pouco movimento, não passa quase ninguém a essa hora, tão de manhãzinha. Nem carros,
nem pessoas. O que há mais é o movimento dos porteiros e dos pássaros. Os primeiros, com
suas vassouras e mangueiras, conversando sobre o futebol da véspera. Os segundos, cantando –
dentro ou fora das gaiolas.
Mas, mesmo com tão pouco movimento, a senhora já está sentada muito ereta, com seu
vestidoestampado, de corte simples, suas sandálias. Tem o olhar atento, o sorriso pronto a
cumprimentar quem surja. No braço da cadeira de plástico branco, sua mão repousa, mas
também parece pronta a erguer -se num aceno, quando alguém passar.
É uma cena bonita, eu acho. Cena que se repete todos os dias. Parece coisa de antigamente.
Parece. Não fosse por um detalhe. A senhora, sentada placidamente em sua cadeira na calçada,
observando as manhãs, está atrás das grades.
Meu irmão, que foi morar fora do Brasil e ficou 15 anos sem vir aqui, ao voltar só teve um
choque: as grades. Nada mais o impressionou, tudo ele achou normal. Fez Comentários vagos
sobre as árvores crescidas no Aterro, sobre o excesso de gente e carros, tudo sem muita ênfase.
Mas e essas grades, me perguntou, por que todas essas grades? E eu, espantada com seu
espanto, eu que de certa forma já me acostumara à paisagem gradeada, fiquei sem saber o que
dizer.
Penso nisso agora, ao passar pela rua e ver aquela senhora. Todos os dias, o porteiro coloca ali a
cadeira para que ela se sente, junto ao jardim, em frente à portaria, por trás da proteção do
gradil pintado com tinta cor de cobre. E essa cena tão singela, de sabor tão antigo, se desenrola
assim, por trás de barras de ferro, que mesmo sendo de alumínio para não enferrujar são de um
ferro simbólico, que prende, constrange, restringe.
Eu, da calçada, vejo-a sempre por entre as tiras verticais de metal, sua figura frágil me fazendo
lembrar os passarinhos que os porteiros guardam nas gaiolas, pendurados nas árvores.
SEIXAS, Heloisa. Contos mínimos. Rio de Janeiro: Record, 2001.

Esse texto, que se inicia a partir do cotidiano de uma velha senhora que tem por hábito sentar-se
na calçada observando as manhãs, constrói uma crítica

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A) ao abandono dos idosos que, na velhice, se veem sozinhos, sem o apoio e o carinho de sua
família.
B) ao excesso de pessoas e carros nas ruas, que somente é percebido por quem se afasta da
cidade por um tempo e retorna.
C) às cenas diárias que repetem costumes do passado, que há muito já deveriam ter sido
abandonados pela população.
D) às grades, que hoje dominam o cenário das cidades e que foram sendo colocadas aos poucos
ao redor de todos nós.
E) às autoridades de segurança pública, que não atuam em prol do direito de ir e vir, sem riscos,
da população.
Comentários:
Pessoal, o ponto central do texto é a quebra de expectativa que ocorre ao se mencionar a
presença de grades.
É uma cena bonita, eu acho. Cena que se repete todos os dias. Parece coisa de antigamente.
Parece. Não fosse por um detalhe. A senhora, sentada placidamente em sua cadeira na calçada,
observando as manhãs, está atrás das grades.
A crítica é justamente à metafórica "prisão" que foram se tornando as moradias, pela
insegurança. Veja a menção a isso:
E essa cena tão singela, de sabor tão antigo, se desenrola assim, por trás de barras de ferro, que
mesmo sendo de alumínio para não enferrujar são de um ferro simbólico, que prende,
constrange, restringe.
Então, a crítica é à falta de liberdade e à consequente e gradativa presença de grades. Observe
também à referência aos pássaros e às gaiolas. A idosa é a personagem da cena, mas o tema não
é a velhice, é a liberdade.

Gabarito: letra D.

17. (CESGRANRIO - PNMO (ELETRONUCLEAR)/ELETRONUCLEAR/Especialista em Proteção


Radiológica/2022)
Maria José
Paulo Mendes Campos
Faz um ano que Maria José morreu. Era meiga quase sempre, violenta quando necessário. Eu
era menino e apanhava de um companheiro maior, quando ela me gritou da sacada se eu não via
a pedra que marcava o gol. Dei uma pedrada no outro e acabei com a briga por milagre.
Visitava os miseráveis, internava indigentes enfermos, devotava-se ao alívio de misérias físicas e

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morais do próximo, estudava o mistério teológico, exigia sempre o mais difícil de si mesma,
comungava todos os dias, ingressou na Ordem Terceira de São Francisco. Mas nunca deixou de
ter na gaveta o revólver que havia recebido, menina-e-moça, das mãos do pai, e que empunhou
no quintal noturno, perseguindo um ladrão, para espanto de meus cinco anos.
Já perto dos setenta anos, ela explicava para um amigo meu que tinha chegado à humildade da
velhice; já não se importava com quem tentasse ofendê-la, mas conservava o revólver para a
defesa dos filhos e dos netos.
Tratou-me com a dureza e o carinho que mereciam a rebeldia e o verdor da minha meninice.
Ensinou- me a ler as primeiras sentenças; me falava do Cura d’Ars e nos dois Franciscos, o de
Sales e o de Assis; apresentou-me aos contos de Edgar Poe e aos poemas de Baudelaire;
dizia-me sorrindo versos de Antônio Nobre que havia decorado quando menina; discutia comigo
as ideias finais de Tolstoi; escutava maternalmente meus contos toscos. Quando me desgarrei
nos primeiros envolvimentos adolescentes, Maria José, com irônico afeto, me repetia a
advertência de Drummond: “Paulo, sossegue, o amor é isso que você está vendo: hoje beija,
amanhã não beija, depois de amanhã é domingo e segunda-feira ninguém sabe o que será”.
Logo que me fiz homenzinho, deixou a dureza e se fez minha amiga: nada me perguntava,
adivinhava tudo.
Terna e firme, nunca lhe vi a fraqueza da pieguice. Com o gosto espontâneo da qualidade das
coisas, renunciou às vaidades mais singelas. Sensível, alegre, aprendeu a encarar o sofrimento de
olhos lúcidos. Fiel à disciplina religiosa, compreendia celestialmente as almas que perdiam o
rumo. Fé, Esperança e Caridade eram para ela a flecha e o alvo das criaturas.
Tornara-se tão íntima da substância terrestre – a dor – que se fazia difícil para o médico saber o
que sentia; acabava dizendo que doía um pouco, por delicadeza.
Capaz de longos jejuns e abstinências, já no final da vida, podia acompanhar um casal amigo a
Copacabana, passar do bar da moda ao restaurante diferente, beber dois cafés ou três uísques
em santa serenidade e aceitar com alegria o prato exótico.
Gostava das pessoas erradas, consumidas de paixão, admirava São Paulo e Santo Agostinho,
acreditava que era preciso se fazer violência para entrar no reino celeste.
Poucas horas antes de morrer, pediu um conhaque e sorriu, destemida e doce, como quem vai
partir para o céu. Santificara-se. Deus era o dia e a noite de seu coração, o Pai, a piedade, o fogo
do espírito. Perdi quem me amava e perdoava, quem me encomendava à compaixão do Criador
e me defendia contra o mundo de revólver na mão.
Disponível em: https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/7173/maria- jose. Acesso em: 05 fev. 2022.

No texto, o narrador apresenta Maria José ao leitor, descrevendo-a a partir de aspectos


subjetivos, como em:
A) “Faz um ano que Maria José morreu.” (parágrafo 1)

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B) “Visitava os miseráveis, internava indigentes enfermos” (parágrafo 2)


C) “comungava todos os dias” (parágrafo 2)
D) “apresentou-me aos contos de Edgar Poe e aos poemas de Baudelaire” (parágrafo 4)
E) “Terna e firme, nunca lhe vi a fraqueza da pieguice.” (parágrafo 6)
Comentários:
"Aspectos subjetivos" é a forma de banca pedir a manifestação de opiniões, visões pessoais
sobre a personagem. O único elemento subjetivo entre as opções é dizer que não era fraca nem
piegas.
Veja:
E) “Terna e firme, nunca lhe vi a fraqueza da pieguice.” (parágrafo 6)
Sobre as demais, temos apenas a declaração de fatos, nenhuma opinião.
Gabarito: E

18. (CESGRANRIO - PNMO (ELETRONUCLEAR)/ELETRONUCLEAR/Especialista em Proteção


Radiológica/2022) Utilize o texto da questão anterior
De acordo com o narrador, Maria José “Era meiga quase sempre, violenta quando necessário”
(parágrafo 1)
Essa violência a que o narrador se refere pode ser comprovada no trecho:
A) “ela me gritou da sacada se eu não via a pedra que marcava o gol. Dei uma pedrada no
outro” (parágrafo 1)
B) “Tratou-me com a dureza e o carinho que mereciam a rebeldia e o verdor da minha
meninice.” (parágrafo 4)
C) “Fé, Esperança e Caridade eram para ela a flecha e o alvo das criaturas.” (parágrafo 6)
D) “Tornara-se tão íntima da substância terrestre – a dor” (parágrafo 7)
E) “Gostava das pessoas erradas, consumidas de paixão” (parágrafo 9)
Comentários:
Cuidado. Na letra B, temos descrição de um comportamento "duro"; mas estamos procurando
especificamente a característica da "violência".
Apenas temos indício de violência na letra A, que mostra um momento em que Maria José
incitou o menino a usar uma pedra numa briga. Isso mesmo, uma pedrada acabou com a briga.
Evidentemente, uma pedrada é uma marca de violência.
Nas demais, temos características positivas, contrárias à noção de violência. Gabarito: A

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19. (CESGRANRIO - PNMO (ELETRONUCLEAR)/ELETRONUCLEAR/Especialista em Proteção


Radiológica/2022) Utilize o texto da questão anterior
No trecho do parágrafo 3 “Já perto dos setenta anos, ela explicava para um amigo meu que
tinha chegado à humildade da velhice”, percebe-se que o processo de envelhecimento provocou
mudanças em Maria José.
De acordo com o texto, o que nela NÃO mudou durante a velhice foi o(A)
A) hábito de praticar atos de caridade em prol dos necessitados.
B) gosto por iniciar as crianças da família na literatura.
C) instinto de sempre proteger os filhos e os netos.
D) capacidade de se submeter a longos jejuns e a abstinências.
E) tendência de responder às ofensas sofridas com violência.
Comentários:
O texto expressamente declara que ela nunca perdeu o instinto de protetor.
C) instinto de sempre proteger os filhos e os netos.
Vejamos:
Já perto dos setenta anos, ela explicava para um amigo meu que tinha chegado à humildade da
velhice; já não se importava com quem tentasse ofendê-la, mas conservava o revólver para a
defesa dos filhos e dos netos.
Deus era o dia e a noite de seu coração, o Pai, a piedade, o fogo do espírito. Perdi quem me
amava e perdoava, quem me encomendava à compaixão do Criador e me defendia contra o
mundo de revólver na mão.
A) hábito de praticar atos de caridade em prol dos necessitados.
A letra A eu achei um pouco problemática, ou, ao menos, "nebulosa". O texto não sugere
literalmente que ela deixou de praticar atos de caridade. No entanto, é possível inferir isso de um
suposto "endurecimento" de sua alma.
Terna e firme, nunca lhe vi a fraqueza da pieguice. Com o gosto espontâneo da qualidade das
coisas, renunciou às vaidades mais singelas. Sensível, alegre, aprendeu a encarar o sofrimento de
olhos lúcidos. Fiel à disciplina religiosa, compreendia celestialmente as almas que perdiam o
rumo. Fé, Esperança e Caridade eram para ela a flecha e o alvo das criaturas.
Gostava das pessoas erradas, consumidas de paixão, admirava São Paulo e Santo Agostinho,
acreditava que era preciso se fazer violência para entrar no reino celeste.
Não é uma alternativa "blindada", mas poderia ser eliminada pela outra alternativa, muito mais
literal e direta no texto.

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B) gosto por iniciar as crianças da família na literatura.


Isso fazia na infância das crianças, não na velhice.
D) capacidade de se submeter a longos jejuns e a abstinências.
No final da vida, não fazia mais jejuns:
Capaz de longos jejuns e abstinências, já no final da vida, podia acompanhar um casal amigo a
Copacabana, passar do bar da moda ao restaurante diferente, beber dois cafés ou três uísques
em santa serenidade e aceitar com alegria o prato exótico.
E) tendência de responder às ofensas sofridas com violência.
Na velhice, não se ofendia mais:
Já perto dos setenta anos, ela explicava para um amigo meu que tinha chegado à humildade da
velhice; já não se importava com quem tentasse ofendê-la
Gabarito: C.

20. (CESGRANRIO - PNMO (ELETRONUCLEAR)/ELETRONUCLEAR/Especialista em Proteção


Radiológica/2022) Utilize o texto da questão anterior
A partir do trecho do parágrafo 6 “Terna e firme, nunca lhe vi a fraqueza da pieguice”,
entende-se que Maria José era uma mulher
A) afetada
B) vaidosa
C) corajosa
D) tímida
E) extravagante
Comentários:
“Terna e firme, nunca lhe vi a fraqueza da pieguice”
Ao descrever Maria José como alguém firme e sem a fraqueza da pieguice, o autor sugere uma
ideia de "coragem".
Pessoal, temos de nos ater à sentença mencionada no enunciado. Desse trecho, não podemos
afirmar que fosse afetada, vaidosa, tímida ou extravagante. Nem qualquer outra qualidade ou
defeito.
Gabarito: C

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Aula 13

21. (CESGRANRIO - PNMO (ELETRONUCLEAR)/ELETRONUCLEAR/Especialista em Proteção


Radiológica/2022) Utilize o texto da questão anterior
A partir da leitura do parágrafo final do texto, entende-se que, diante da morte de Maria José, o
narrador experimentou um sentimento de
A) raiva
B) pavor
C) alegria
D) desamparo
E) alívio
Comentários:
Analisemos o último parágrafo:
Poucas horas antes de morrer, pediu um conhaque e sorriu, destemida e doce, como quem vai
partir para o céu. Santificara-se. Deus era o dia e a noite de seu coração, o Pai, a piedade, o fogo
do espírito. Perdi quem me amava e perdoava, quem me encomendava à compaixão do Criador
e me defendia contra o mundo de revólver na mão.
O narrador perdeu sua fonte de amor, perdão, fé e proteção. Por perder tudo isso, que serve de
"apoio" ao ser humano, o sentimento naturalmente foi de "desamparo" (ausência de amparo).
Gabarito: D

22. (CESGRANRIO - PNS (ELETRONUCLEAR)/ELETRONUCLEAR/Administrador/2022)


Entulho eletrônico: risco iminente para a saúde e o ambiente
Os resíduos de equipamentos eletroeletrônicos (lixo eletroeletrônico) são, por definição,
produtos que têm componentes elétricos e eletrônicos e que, por razões de obsolescência
(perspectiva ou programada) e impossibilidade de conserto, são descartados pelos
consumidores. Os exemplos mais comuns são televisores e equipamentos de informática e
telefonia, mas a lista inclui eletrodomésticos, equipamentos médicos, brinquedos, sistemas de
alarme, automação e controle.
Obsolescência programada é a decisão intencional de fabricar um produto que se torne
obsoleto ou não funcional após certo tempo, para forçar o consumidor a comprar uma nova
geração desse produto. Já a obsolescência perspectiva é uma forma de reduzir a vida útil de
produtos ainda funcionais. Nesse caso, são lançadas novas gerações com aparência inovadora e
pequenas mudanças funcionais, dando à geração em uso aspecto de ultrapassada, o que induz o
consumidor à troca.
O lixo eletroeletrônico é mais um desafio que se soma aos problemas ambientais da atualidade.

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Aula 13

O consumidor raramente reflete sobre as consequências do consumo crescente desses produtos,


preocupando- se em satisfazer suas necessidades. Afinal, eletroeletrônicos são tidos como
sinônimos de melhor qualidade de vida, e a explosão da indústria da informação é uma força
motriz da sociedade, oferecendo ferramentas para rápidos avanços na economia e no
desenvolvimento social. O mundo globalizado impõe uma constante busca de informações em
tempo real, e a sua interação com novas tecnologias traz maiores oportunidades e benefícios,
segundo estudo da Organização das Nações Unidas (ONU). Tudo isso exerce um fascínio
irresistível para os jovens.
Dois aspectos justificam a inclusão dos eletroeletrônicos entre as preocupações da ONU: as
vendas crescentes, em especial nos mercados emergentes (inclusive o Brasil), e a presença de
metais e substâncias tóxicas em muitos componentes, trazendo risco à saúde e ao meio
ambiente. Segundo a ONU, são gerados hoje 150 milhões de toneladas de lixo eletroeletrônico
por ano, e esse tipo de resíduo cresce a uma velocidade três a cinco vezes maior que a do lixo
urbano.
AFONSO, J. C. Revista Ciência Hoje, n. 314, maio 2014. São Paulo: SBPC. Disponível em:
https://cienciahoje.periodicos.capes. gov.br/storage/acervo/ch/ch_314.pdf. Adaptado.

Em seu desenvolvimento temático, depois de se referir ao estudo da ONU sobre a função das
novas tecnologias no mundo globalizado, o texto desenvolve a ideia de que
A) a obsolescência programada é a fabricação intencional de um produto para que se torne
obsoleto e force o consumidor a adquirir uma nova geração.
B) a presença de metais e substâncias tóxicas em muitos componentes provoca riscos à saúde e
ao meio ambiente.
C) eletrodomésticos, equipamentos médicos, brinquedos, sistemas de alarme, automação e
controle são exemplos de aparelhos eletroeletrônicos.
D) o lixo eletroeletrônico é formado por resíduos de equipamentos eletroeletrônicos, como
computadores e celulares.
E) os consumidores preocupam-se em satisfazer suas necessidades sem refletir sobre os efeitos
do consumo crescente dos eletroeletrônicos.
Comentários:
Questão bem direta de recorrência ao texto. A referência à ONU está no terceiro parágrafo, logo
abaixo, temos:
Dois aspectos justificam a inclusão dos eletroeletrônicos entre as preocupações da ONU: as
vendas crescentes, em especial nos mercados emergentes (inclusive o Brasil), e a presença de
metais e substâncias tóxicas em muitos componentes, trazendo risco à saúde e ao meio
ambiente.
É exatamente o que temos em:

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B a presença de metais e substâncias tóxicas em muitos componentes provoca riscos à saúde e


ao meio ambiente.
Gabarito: letra B.

23. (CESGRANRIO - PNS (ELETRONUCLEAR)/ELETRONUCLEAR/Administrador/2022) Utilize


o texto da questão anterior
Com base no conteúdo desenvolvido e na sua forma de apresentação, conclui-se que o texto
tem o objetivo de
A) analisar de forma crítica as soluções dos governantes para reduzir a acumulação de resíduos
tóxicos.
B) apresentar ao leitor propostas para reduzir os efeitos do entulho eletrônico sobre a
humanidade.
C) descrever características dos produtos eletroeletrônicos considerados obsoletos pelo
mercado.
D) conscientizar o leitor dos perigos relacionados ao excesso de produtos eletroeletrônicos no
meio ambiente.
E) relatar episódios que sirvam como exemplificação dos conceitos científicos discutidos.
Comentários:
No próprio título, já temos um tom de alerta:
Entulho eletrônico: risco iminente para a saúde e o ambiente
A palavra "risco" é parafraseada com um sinônimo: perigo. Então, podemos dizer que o objetivo
é informar (conscientizar) o leitor do perigo do excesso (entulho) de lixo eletrônico.
Vejamos o erro das demais:
A) não há análise de soluções nem referência a governantes.
B) novamente: não há propostas de solução.
C) não há descrição de produtos.
E) o texto não é narrativo, não há relato de episódios.
Gabarito: letra D.

24. (CESGRANRIO - PNS (ELETRONUCLEAR)/ELETRONUCLEAR/Administrador/2022) Utilize


o texto da questão anterior
A obsolescência perspectiva é definida no texto como a(o)

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A) decisão intencional de fabricar um produto que se torne obsoleto após um determinado


tempo para condicionar a compra de outro.
B) redução da vida útil de um produto funcional pelo lançamento de novas gerações com
aparência inovadora e pequenas mudanças.
C) retirada do mercado de peças de reposição de um produto para forçar o consumidor a
comprar um outro mais caro.
D) descarte de aparelhos eletrônicos pelos consumidores por impossibilidade de conserto dos
defeitos de funcionamento.
E) aumento na produção de resíduos tóxicos devido à produção desenfreada de lixo
eletroeletrônico composto por metais pesados.
Comentários:
As definições estão expressas no texto:
Obsolescência programada: é a decisão intencional de fabricar um produto que se torne
obsoleto ou não funcional após certo tempo, para forçar o consumidor a comprar uma nova
geração desse produto. (definição que aparece na letra A, não é o gabarito, cuidado)
Obsolescência perspectiva: é uma forma de reduzir a vida útil de produtos ainda funcionais.
Nesse caso, são lançadas novas gerações com aparência inovadora e pequenas mudanças
funcionais, dando à geração em uso aspecto de ultrapassada, o que induz o consumidor à troca.
= B redução da vida útil de um produto funcional pelo lançamento de novas gerações com
aparência inovadora e pequenas mudanças.
Gabarito: letra B.

25. (CESGRANRIO - PNS (ELETRONUCLEAR)/ELETRONUCLEAR/Administrador/2022) Utilize


o texto da questão anterior
No texto, os dois primeiros parágrafos estabelecem entre si a seguinte relação:
A) apresentação de problema / definição de conceitos
B) definição de termos / exemplificação de casos
C) proposição de tese / desenvolvimento de argumentos
D) situação hipotética / comprovação por evidências
E) relato de caso / explicitação de motivação
Comentários:
Vejamos os dois primeiros parágrafos:
Os resíduos de equipamentos eletroeletrônicos (lixo eletroeletrônico) são, por definição,

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produtos que têm componentes elétricos e eletrônicos e que, por razões de obsolescência
(perspectiva ou programadA) e impossibilidade de conserto, são descartados pelos
consumidores. Os exemplos mais comuns são televisores e equipamentos de informática e
telefonia, mas a lista inclui eletrodomésticos, equipamentos médicos, brinquedos, sistemas de
alarme, automação e controle.
No primeiro, temos o problema: o descarte dos produtos, gerando resíduos.
Obsolescência programada é a decisão intencional de fabricar um produto que se torne
obsoleto ou não funcional após certo tempo, para forçar o consumidor a comprar uma nova
geração desse produto. Já a obsolescência perspectiva é uma forma de reduzir a vida útil de
produtos ainda funcionais. Nesse caso, são lançadas novas gerações com aparência inovadora e
pequenas mudanças funcionais, dando à geração em uso aspecto de ultrapassada, o que induz o
consumidor à troca.
No segundo, temos o conceito de "obsolescência programada".
Relacionando os dois, temos que a obsolescência programada causa o entulho de lixo
eletrônico, problema do primeiro parágrafo.
Gabarito: letra A.

26. (CESGRANRIO / CAIXA ECONÔMICA / TÉCNICO / 2021)


Relacionamento com o dinheiro
Desde cedo, começamos a lidar com uma série de situações ligadas ao dinheiro. Para tirar
melhor proveito do seu dinheiro, é muito importante saber como utilizá-lo da forma mais
favorável a você. O aprendizado e a aplicação de conhecimentos práticos de educação financeira
podem contribuir para melhorar a gestão de nossas finanças pessoais, tornando nossas vidas
mais tranquilas e equilibradas sob o ponto de vista financeiro.
Se pararmos para pensar, estamos sujeitos a um mundo financeiro muito mais complexo
que o das gerações anteriores. No entanto, o nível de educação financeira da população não
acompanhou esse aumento de complexidade. A ausência de educação financeira, aliada à
facilidade de acesso ao crédito, tem levado muitas pessoas ao endividamento excessivo,
privando-as de parte de sua renda em função do pagamento de prestações mensais que
reduzem suas capacidades de consumir produtos que lhes trariam satisfação.
Infelizmente, não faz parte do cotidiano da maioria das pessoas buscar informações que as
auxiliem na gestão de suas finanças. Para agravar essa situação, não há uma cultura coletiva, ou
seja, uma preocupação da sociedade organizada em torno do tema. Nas escolas, pouco ou nada
é falado sobre o assunto. As empresas, não compreendendo a importância de ter seus
funcionários alfabetizados financeiramente, também não investem nessa área. Similar problema é
encontrado nas famílias, nas quais não há o hábito de reunir os membros para discutir e elaborar
um orçamento familiar. Igualmente entre os amigos, assuntos ligados à gestão financeira pessoal

BNB (Analista Bancário 1) Português - 2024 (Pós-Edital) 110


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muitas vezes são considerados invasão de privacidade e pouco se conversa em torno do tema.
Enfim, embora todos lidem diariamente com dinheiro, poucos se dedicam a gerir melhor seus
recursos.
A educação financeira pode trazer diversos benefícios, entre os quais, possibilitar o
equilíbrio das finanças pessoais, preparar para o enfrentamento de imprevistos financeiros e para
a aposentadoria, qualificar para o bom uso do sistema financeiro, reduzir a possibilidade de o
indivíduo cair em fraudes, preparar o caminho para a realização de sonhos, enfim, tornar a vida
melhor.
(BANCO CENTRAL DO BRASIL. Caderno de Educação Financeira – Gestão de Finanças Pessoais. Brasília: BCB,
2013. p. 12. Adaptado).

O texto tem o objetivo primordial de


A) ensinar a gerir as finanças pessoais de maneira eficaz.
B) sensibilizar sobre a importância da educação financeira.
C) prevenir quanto aos perigos do acesso facilitado ao crédito.
D) alertar para a complexidade maior do mundo financeiro atual.
E) sugerir a incorporação do hábito de elaborar orçamento familiar.
Comentários:
O título já nos dá uma pista: Relacionamento com o dinheiro
Logo abaixo, temos a declaração da importância da educação financeira e suas vantagens.
O aprendizado e a aplicação de conhecimentos práticos de educação financeira podem
contribuir para melhorar a gestão de nossas finanças pessoais, tornando nossas vidas mais
tranquilas e equilibradas sob o ponto de vista financeiro.
Depois, o texto menciona que a falta desse conhecimento faz famílias ficarem endividadas.
Enfim, o objetivo do texto é " sensibilizar sobre a importância da educação financeira."
Todas as demais alternativas fazem parte do texto e são verdadeiras, apenas não são o
"objetivo primordial" do texto, por isso não podem ser o gabarito.
Gabarito: Letra B.

27. (CESGRANRIO / BANCO DO BRASIL / ESCRITURÁRIO - PROVA B / 2021)

O que é o QA e por que ele pode ser mais importante que o QI no mercado de trabalho
Há algum tempo, se você quisesse avaliar as perspectivas de alguém crescer na carreira,
poderia considerar pedir um teste de QI, o quociente de inteligência, que mede indicadores
como memória e habilidade matemática.
Mais recentemente, passaram a ser avaliadas outras letrinhas: o quociente de inteligência
emocional (QE), uma combinação de habilidades interpessoais, autocontrole e comunicação. Não

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só no mundo do trabalho, o QE é visto como um kit de habilidades que pode nos ajudar a ter
sucesso em vários aspectos da vida.
Tanto o QI quanto o QE são considerados importantes para o sucesso na carreira. Hoje,
porém, à medida que a tecnologia redefine como trabalhamos, as habilidades necessárias para
prosperar no mercado de trabalho também estão mudando. Entra em cena então um novo
quociente, o de adaptabilidade (QA), que considera a capacidade de se posicionar e prosperar
em um ambiente de mudanças rápidas e frequentes.
O QA não é apenas a capacidade de absorver novas informações, mas de descobrir o que
é relevante, deixar para trás noções obsoletas, superar desafios e fazer um esforço consciente
para mudar. Esse quociente envolve também características como flexibilidade, curiosidade,
coragem e resiliência.
Amy Edmondson, professora de Administração da Harvard Business School, diz que é a
velocidade vertiginosa das mudanças no mercado de trabalho que fará o QA vencer o QI.
Automatiza-se facilmente qualquer função que envolva detectar padrões nos dados (advogados
revisando documentos legais ou médicos buscando o histórico de um paciente, por exemplo), diz
Dave Coplin, diretor da The Envisioners, consultoria de tecnologia sediada no Reino Unido. A
tecnologia mudou bastante a forma como alguns trabalhos são feitos, e a tendência continuará.
Isso ocorre porque um algoritmo pode executar essas tarefas com mais rapidez e precisão do que
um humano.
Para evitar a obsolescência, os trabalhadores que cumprem essas funções precisam
desenvolver novas habilidades, como a criatividade para resolver novos problemas, empatia para
se comunicar melhor e responsabilidade.
Edmondson diz que toda profissão vai exigir adaptabilidade e flexibilidade, do setor
bancário às artes. Digamos que você é um contador. Seu QI o ajuda nas provas pelas quais
precisa passar para se qualificar; seu QE contribui na conexão com um recrutador e depois no
relacionamento com colegas e clientes no emprego. Então, quando os sistemas mudam ou os
aspectos do trabalho são automatizados, você precisa do QA para se acomodar a novos cenários.
Ter QI, mas nenhum QA, pode ser um bloqueio para as habilidades existentes diante de
novas maneiras de trabalhar. No mundo corporativo, o QA está sendo cada vez mais buscado na
hora da contratação. Uma coisa boa do QA é que, mesmo que seja difícil mensurá-lo,
especialistas dizem que ele pode ser desenvolvido.
Como diz Edmondson: “Aprender a aprender é uma missão crítica. A capacidade de
aprender, mudar, crescer, experimentar se tornará muito mais importante do que o domínio de
um assunto.”
(Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/vert-cap-50429043>. Acesso em: 9 jul. 2021 - Adaptado)

De acordo com o texto, hoje a valorização do QA tende a superar a do QI e a do QE no


ambiente de trabalho porque
A) as habilidades interpessoais são muito requeridas.
B) o conhecimento tecnológico é cada vez mais necessário.
C) a memória e a habilidade matemática são indicadores exigidos.
D) a capacidade de adaptação faz a diferença entre o homem e a máquina.

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E) a automatização requer colaboradores que superem a rapidez e a precisão do algoritmo.


Comentários:
A capacidade de adaptação é fundamental porque tudo muda muito rápido e há muita
automação. Memória e habilidades técnicas vão sendo substituída por processos tecnológicos,
mas permanece sempre a necessidade de aprender coisas novas e se adaptar a novos cenários.
Vejam isso no texto:
Ter QI, mas nenhum QA, pode ser um bloqueio para as habilidades existentes diante de
novas maneiras de trabalhar. No mundo corporativo, o QA está sendo cada vez mais buscado na
hora da contratação.
Como diz Edmondson: “Aprender a aprender é uma missão crítica. A capacidade de
aprender, mudar, crescer, experimentar se tornará muito mais importante do que o domínio de
um assunto.”
Gabarito: Letra D.

28. (CESGRANRIO / BANCO DO BRASIL / ESCRITURÁRIO - PROVA B / 2021) Utilize o texto


da questão anterior
Ao abordar perspectivas de evolução na carreira, o texto destaca que a(s)
A) mudança no mercado se dará pela valorização do QE.
B) capacidade para a detecção de padrões será valorizada.
C) habilidades relacionadas ao QA poderão ser aprimoradas.
D) atividades relativas às artes serão excluídas das mudanças.
E) competências teóricas relacionadas ao QI serão evidenciadas.
Comentários:
O texto informa que o QA está em alta demanda e informa que é uma habilidade que pode ser
desenvolvida (aprimorada). Vejamos:
No mundo corporativo (evolução na carreira), o QA está sendo cada vez mais buscado na
hora da contratação. Uma coisa boa do QA é que, mesmo que seja difícil mensurá-lo,
especialistas dizem que ele pode ser desenvolvido.
Gabarito: Letra C.

29. (CESGRANRIO / BANCO DO BRASIL / ESCRITURÁRIO - PROVA B / 2021) Utilize o texto


da questão anterior
O trecho que evidencia a razão pela qual novos indicadores passaram a balizar o processo de
seleção das empresas é:

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A) “Há algum tempo, se você quisesse avaliar as perspectivas de alguém crescer na carreira,
poderia considerar pedir um teste de QI”. (parágrafo 1)
B) “o QE é visto como um kit de habilidades que pode nos ajudar a ter sucesso em vários
aspectos da vida.” (parágrafo 2)
C) “A tecnologia mudou bastante a forma como alguns trabalhos são feitos, e a tendência
continuará.” (parágrafo 5)
D) “Seu QI o ajuda nas provas pelas quais precisa passar para se qualificar”. (parágrafo 7)
E) “Uma coisa boa do QA é que, mesmo que seja difícil mensurá-lo, especialistas dizem que ele
pode ser desenvolvido.” (parágrafo 8)
Comentários:
Atenção ao enunciado. A banca quer a alternativa que justifique por que o QA vem superando os
indicadores antigos (QI e QE).
O motivo é a tecnologia que vai reduzindo a importância das habilidades puramente técnicas.
“A tecnologia mudou bastante a forma como alguns trabalhos são feitos, e a tendência
continuará.” (parágrafo 5)
Gabarito: Letra C.

30. (CESGRANRIO / BANCO DO BRASIL / ESCRITURÁRIO - PROVA A / 2021)

Privacidade digital: quais são os limites


Atualmente, somos mais de 126,4 milhões de brasileiros usuários de internet,
representando cerca de 69,8% da população com 10 anos ou mais. Ao redor do mundo, cerca de
4 bilhões de pessoas usam a rede mundial, sendo que 2,9 bilhões delas fazem isso pelo
smartphone.
Nesse cenário, pensar em privacidade digital é (quase) utópico. Uma vez na rede, a
informação está registrada para sempre: deixamos rastros que podem ser descobertos a
qualquer momento.
Ainda assim, mesmo diante de tamanha exposição, essa é uma discussão que precisa ser
feita. Ela é importante, inclusive, para trazer mais clareza e consciência para os usuários. Vale
lembrar, por exemplo, que não são apenas as redes sociais que expõem as pessoas. Infelizmente,
basta ter um endereço de e-mail para ser rastreado por diferentes empresas e provedores.
A questão central não se resume somente à política de privacidade das plataformas X ou Y,
mas, sim, ao modo como cada sociedade vem paulatinamente estruturando a sua política de
proteção de dados.
A segurança da informação já se transformou em uma área estratégica para qualquer tipo
de empresa. Independentemente da demanda de armazenamento de dados de clientes, as

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organizações têm um universo de dados institucionais que precisam ser salvaguardados.


Estamos diante de uma realidade já configurada: a coleta de informações da internet não
para, e esse é um caminho sem volta. Agora, a questão é: nós, clientes, estamos prontos e
dispostos a definir o limite da privacidade digital? O interesse maior é nosso! Esse limite poderia
ser dado pelo próprio consumidor, se ele assim quiser? O conteúdo é realmente do usuário?
Se considerarmos a atmosfera das redes sociais, muito possivelmente não. Isso porque,
embora muitas pessoas não saibam, a maioria das redes sociais prevê que, a partir do momento
em que um conteúdo é postado, ele faz parte da rede e não é mais do usuário.
Daí a importância da conscientização. É preciso que tanto clientes como empresas
busquem mais informação e conteúdo técnico sobre o tema. Às organizações, cabe o desafio de
orientar seus clientes, já que, na maioria das vezes, eles não sabem quais são os limites da
privacidade digital.
Vivemos em uma época em que todo mundo pode falar permanentemente o que quer.
Nesse contexto, a informação deixou de ser algo confiável e cabe a cada um de nós aprender a
ler isso e se proteger. Precisamos de consciência, senso crítico, responsabilidade e cuidado para
levar a internet a um outro nível. É fato que ela não é segura, a questão, então, é como usá-la de
maneira mais inteligente e contribuir para fortalecer a privacidade digital? Essa é uma causa
comum a todos os usuários da rede.
Disponível em: <https://digitalks.com.br/artigos/privacidade-digital-quais-sao-os-limites>. 7/04/2019.
Acesso em: 3 fev. 2021. Adaptado.

Um argumento que justifica a tese de que “pensar em privacidade digital é (quase) utópico”
(parágrafo 2) aparece em
A) “A questão central não se resume somente à política de privacidade das plataformas X ou Y”
(parágrafo 4)
B) “A segurança da informação já se transformou em uma área estratégica para qualquer tipo de
empresa” (parágrafo 5)
C) “a partir do momento em que um conteúdo é postado, ele faz parte da rede e não é mais do
usuário” (parágrafo 7)
D) “É preciso que tanto clientes como empresas busquem mais informação e conteúdo técnico
sobre o tema” (parágrafo 8)
E) “Precisamos de consciência, senso crítico, responsabilidade e cuidado para levar a internet a
um outro nível.” (parágrafo 9)
Comentários:
"utópico" tem uma ideia de "fantasioso", algo que não é real, impossível. Temos que buscar
entre as opções a alternativa que justifica por que seria quase impossível pensar em privacidade
digital.

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O motivo é que o conteúdo postado numa rede passa a pertencer à rede, não é mais do usuário
e da sua esfera privada.
Gabarito: Letra C.

31. (CESGRANRIO / BANCO DO BRASIL / ESCRITURÁRIO - PROVA A / 2021) Utilize o texto


da questão anterior

Depois de questionar se o conteúdo que circula nas redes é realmente propriedade do usuário
(parágrafo 6), o texto desenvolve a ideia de que
A) a maior parte dos usuários no mundo acessa a internet por meio de um smartphone.
B) a segurança da informação já se transformou em uma área estratégica para as empresas.
C) as empresas e os provedores conseguem rastrear os usuários por meio de endereço de e-mail.
D) as organizações devem conscientizar os clientes em relação aos limites da privacidade digital.
E) as pessoas deixam rastros na rede que podem ser descobertos a qualquer momento.
Comentários:
A questão já indica a posição da resposta: após o parágrafo 6.
Vejamos:
Daí a importância da conscientização. É preciso que tanto clientes como empresas
busquem mais informação e conteúdo técnico sobre o tema. Às organizações, cabe o desafio de
orientar seus clientes, já que, na maioria das vezes, eles não sabem quais são os limites da
privacidade digital.
Então, a resposta é a conscientização dos clientes por parte das empresas.
Gabarito: Letra D.

32. (CESGRANRIO / BANCO DO BRASIL / AGENTE DE TECNOLOGIA / 2021)


Lições após um ano de ensino remoto na pandemia
No momento em que se tornam ainda mais complexas as discussões sobre a volta às aulas
presenciais, o ensino remoto continua a ser a rotina de muitas famílias, atualmente.
Mas um ano sem precedentes na história veio acompanhado de lições inéditas para
professores, alunos e estudiosos. Diante do pouco acesso a planos de dados ou a dispositivos, a
alternativa de muitas famílias e professores tem sido se conectar regularmente via aplicativos de
mensagens.
Uma pesquisa apontou que 83% dos professores mantinham contato com seus alunos por
meio dos aplicativos de mensagens, muito mais do que pelas próprias plataformas de

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aprendizagem. Esse uso foi uma grande surpresa, mas é porque não temos outras ferramentas de
massificação. A maior parte do ensino foi feita pelo celular e, geralmente, por um celular
compartilhado (entre vários membros da família), o que é algo muito desafiador.
Outro aspecto a ser considerado é que, felizmente, mensagens direcionadas são uma
forma relativamente barata de comunicação. A importância de cultivar interações entre os
estudantes, mesmo que eles não estejam no mesmo ambiente físico, também é uma forma de
motivá-los e melhorar seus resultados. Recentemente, uma pesquisadora afirmou que
“Aprendemos que precisamos dos demais: comparar estratégias, falar com alunos, com outros
professores e dar mais oportunidades de trabalho coletivo, mesmo que seja cada um na sua casa.
Além disso, a pandemia ressaltou a importância do vínculo anterior entre escolas e
comunidades”.
Embora seja difícil prever exatamente como o fechamento das escolas vai afetar o
desenvolvimento futuro dos alunos, educadores internacionais estimam que estudantes da
educação básica já foram impactados. É preciso pensar em como agrupar esses alunos e
averiguar os que tiveram ensino mínimo ou nulo e decidir como enfrentar essa ruptura, com aulas
ou encontros extras, com anos (letivos) de transição. IDOETA, P.A. 8 lições após um ano de
ensino remoto na pandemia.
Disponível em: <https://educacao.uol.com.br/noticias/
bbc/2021/04/24/8-licoes-apos-um-ano-de-ensino-remoto-napandemia.htm>. Acesso em: 21 jul. 2021. Adaptado.

Um argumento utilizado no texto para explicar o relativo sucesso do ensino remoto durante a
pandemia é:
A) O baixo custo relacionado ao uso de aplicativos de mensagens.
B) O uso de plataformas de aprendizagem de alta tecnologia.
C) A oportunidade de utilização de imagens e áudios disponíveis na rede.
D) A possibilidade de aprofundamento dos conteúdos de várias disciplinas.
E) A qualidade do acesso às atividades devido à alta conectividade.
Comentários:
O ensino remoto se beneficia do baixo custo dos aplicativos de mensagens, como indica o
parágrafo 4:
Outro aspecto a ser considerado é que, felizmente, mensagens direcionadas são uma forma
relativamente barata de comunicação.
B) Incorreto. Quase não houve uso de plataformas de aprendizagem de alta tecnologia, o
processo foi feito predominantemente por celular.
C) Incorreto. A oportunidade de utilização de imagens e áudios disponíveis na rede é inerente ao
ensino remoto. Não foi esse o motivo do relativo sucesso.

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D) Incorreto. Não há no texto referência à possibilidade de aprofundamento dos conteúdos de


várias disciplinas.
E) Incorreto. A maior parte foi feita por celular compartilhado.
Gabarito: Letra A.

33. (CESGRANRIO / BANCO DO BRASIL / AGENTE DE TECNOLOGIA / 2021) Utilize o texto


da questão anterior
No parágrafo 5, depois da afirmação de que educadores internacionais estimam que estudantes
da educação básica já foram impactados pela falta de escolarização, desenvolve-se a ideia de
que
A) o ensino remoto mediado por tecnologia permitiu a continuidade da escolarização durante a
pandemia.
B) os alunos que foram prejudicados por esse processo precisarão ter aulas ou encontros extras
para enfrentar essa ruptura.
C) a alternativa mais produtiva para realizar o ensino remoto tem sido a conexão via aplicativos
de mensagens.
D) os professores, em sua grande maioria, mantiveram contato com os alunos por meio dos
aplicativos de mensagens.
E) o celular, muitas vezes compartilhado pela família, foi a ferramenta mais utilizada para efetivar
as atividades de ensino remoto.
Comentários:
A questão basicamente pede o teor do parágrafo 5:
Embora seja difícil prever exatamente como o fechamento das escolas vai afetar o
desenvolvimento futuro dos alunos, educadores internacionais estimam que estudantes da
educação básica já foram impactados. É preciso pensar em como agrupar esses alunos e
averiguar os que tiveram ensino mínimo ou nulo e decidir como enfrentar essa ruptura, com
aulas ou encontros extras, com anos (letivos) de transição. IDOETA, P.A. 8 lições após um ano de
ensino remoto na pandemia.
É o que temos em:
B) os alunos que foram prejudicados por esse processo precisarão ter aulas ou encontros extras
para enfrentar essa ruptura.
Gabarito: Letra B.

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34. (CESGRANRIO / UFRJ / 2019)


No texto abaixo, aborda-se a condição da mulher na sociedade atual.

A partir da frase que finaliza o Texto II – “Acho que piorei de estojo e de vida” (l. 41-42) –,
constata-se que o autor
A) comportava-se de modo nostálgico.
B) era fortemente apegado ao objeto.
C) carregava consigo objetos inusitados.
D) tinha muito cuidado com seus pertences.

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E) apresentava um perfil marcado pelo egoísmo.


Comentários:
Vejamos as alternativas:
A) CERTA.
B) ERRADA. Essa frase está ligada à comparação que o autor faz entre o passado e o presente.
C) ERRADA. O que ele faz é contar da lembrança do seu primeiro estojo escolar.
D) ERRADA. A frase compara passado e presente do autor e sua percepção de que o passado
era melhor.
E) ERRADA. Não há essa menção no texto. Gabarito letra A.

35. (CESGRANRIO / UFRJ / 2019) Utilize o texto da questão anterior.


Com base na leitura de todo o Texto II, entende-se que ele tem como foco a contraposição entre
A) cheiro de notebook e cheiro de estojo
B) requinte e simplicidade
C) sociedade e indivíduo
D) presente e passado
E) trabalho e lazer.
Comentários:
Perceba que o foco do autor é contrapor o passado e o presente. Ele dá o exemplo do que
utilizava em sua vida escolar, o estojo com todas suas características simples que preenchiam suas
necessidades e o estojo do notebook que ele comprou no presente, sem graça, sem cor, mas
que é necessário para atender às necessidades do agora.
Retomando o texto temos:
"No sábado, recebi um embrulho complicado que necessitava de um manual de instruções para
ser aberto. Depois de mil operações sofisticadas para minhas limitações, retirei das entranhas de
isopor o novo notebook e coloquei-o em cima da mesa. De repente, como vem acontecendo nos
últimos tempos, houve um corte na memória e vi diante de mim o meu primeiro estojo escolar.
Tinha 5 anos e ia para o jardim de infância."
Gabarito: Letra D.

36. (CESGRANRIO / UFRJ / 2019) Utilize o texto da questão anterior.


No Texto II, o sentido denotativo e o sentido conotativo convivem.
O trecho do texto em que há somente denotação é:
A) “Noite dessas, ciscando num desses canais a cabo, vi uns caras oferecendo maravilhas
eletrônicas” (l. 1-3)
B) “Minhas necessidades são mais modestas” (l. 6)
C) “contemporâneo das cavernas da informática”. (l. 7-8)
D) “retirei das entranhas de isopor o novo notebook e coloquei-o em cima da mesa.” (l. 16-17)
E) “houve um corte na memória e vi diante de mim o meu primeiro estojo escolar.” (l. 19-20).
Comentários:
Sentido denotativo é aquele em que não há metáfora ou sentido figurativo. As alternativas (A -

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"ciscando num desses canais a cabo"), (C - "contemporâneo das cavernas"), (D - "entranhas de


isopor") e (E - "corte na memória") possuem expressões em sentido conotativo. Assim, a única
alternativa que traz apenas linguagem denotativa é a Letra B. Gabarito letra B.

37. (CESGRANRIO / UFRJ / 2019)


De acordo com o Texto I, obsolescência perceptiva (l. 45) é aquela que é caracterizada pelo(a)
A) aumento da vida útil dos produtos eletrônicos
B) ampliação da capacidade técnica dos produtos
C) necessidade de compra de produto recém-lançado
D) renovação do modelo estético dos produtos
E) queda de desempenho do produto antigo.
Comentários:
(A) ERRADA. Exatamente o contrário: queda da vida útil dos produtos.
(B) ERRADA. Exatamente o contrário: redução da capacidade técnica dos produtos.
(C) ERRADA. É uma consequência, e não necessidade.
(D) CERTA.
(E) ERRADA. A queda de desemprenho de um produto antigo está relacionada com a
obsolescência programada.. Gabarito letra D.

38. (CESGRANRIO / UFRJ / 2019) Utilize o texto da questão anterior.


No Texto I, a tese defendida pelo autor pode ser resumida no seguinte trecho:
A) “Obsolescência programada: inimiga ou parceira do consumidor?” (título).
B) “Essa estratégia da indústria pode ser vista como inimiga do consumidor” (l. 8-9).
C) "Planejar inovação é extremamente importante para melhoria e aumento da capacidade
técnica de um produto” (l. 13-15).
D) “Isso não significa que o consumidor está refém de trocas constantes de equipamento” (l.
34-35).
E) “O saldo geral é que as atualizações trazidas pela obsolescência programada trazem
benefícios à sociedade” (l. 64-66).
Comentários:
(A) ERRADA. Essa é a discussão do texto, e não a tese defendida pelo autor.
(B) ERRADA. Esses são pontos negativos da obsolescência programada, mas não é a tese
defendida pelo autor.
(C) ERRADA. Esse é um dos pontos positivos da obsolescência programada, mas não é a tese
defendida pelo autor.
(D) ERRADA. Esse é uma explicação a respeito de um ponto negativo da obsolescência
programada.
(E) CERTA. Gabarito letra E.

39. (CESGRANRIO / UFRJ / 2019) Utilize o texto da questão anterior.


O fragmento do Texto I que comprova a estratégia argumentativa usada pelo autor para

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aproximar-se do leitor, buscando persuadi-lo, é:


A) “Uma câmera com uma resolução melhor pode motivar a compra de um novo celular” (l. 5-7)
B) “Já imaginou se um carro de hoje fosse igual a um carro dos anos 1970?” (l.15-17)
C) “Outro sinal é detectado quando não é possível repor acessórios como carregadores
compatíveis” (l. 29-31)
D) “É preciso lembrar também que a obsolescência programada se dá de forma diferente em
cada tipo de equipamento.” (l. 49-51)
E) “É por conta disso que membros de uma mesma família que moram em países diferentes
podem conversar diariamente” (l. 68-71).
Comentários:
Vejamos as alternativas:
(A) ERRADA. Essa é apenas uma explicação sobre a obsolescência programada.
(B) CERTA.
(C) ERRADA. Essa é uma exemplificação do que já foi tratado.
(D) ERRADA. Esse é um ponto novo abordado no texto.
(E) ERRADA. Essa é apenas uma descrição sobre a obsolescência programada. Gabarito letra B.

40. (CESGRANRIO / UFRJ / 2019) Utilize o texto da questão anterior.


O Texto I, que aborda a obsolescência programada, busca
A) condenar a produção excessiva de lixo eletrônico.
B) denunciar o preço exorbitante das mercadorias modernas.
C) alertar sobre o consumo desenfreado de novas tecnologias.
D) destacar a queda vertiginosa na qualidade dos itens à venda.
E) analisar a suplantação dos produtos disponibilizados ao consumidor.
Comentários:
Note que o objetivo do texto é analisar como as mercadorias são produzidas com tempo
pré-definido de uso para estimulação do consumo, como elas são substituídas em pouco tempo
por outras mais aprimoradas. Assim, não há denúncia (B) ou alerta (C), nem ainda um enfoque na
queda da qualidade dos produtos (D). Gabarito letra E.

41. (CESGRANRIO / UFRJ / 2019)


Texto III
Beira-mar
Quase fim de longa tarde de verão. Beira do mar no Aterro do Flamengo próximo ao Morro da
Viúva, frente para o Pão de Açúcar. Com preguiça, o sol começava a esconder-se atrás dos
edifícios. Parecia resistir ao chamado da noite. Nas pedras do quebra-mar caniços de pesca
moviam-se devagar, ao lento vai e vem do calmo mar de verão. Cercados por quatro ou cinco
pescadores de trajes simples ou ordinários, e toscas sandálias de dedo.
Bermuda bege de fino brim, tênis e camisa polo de marcas célebres, Ricardo deixara o carro em
estacionamento de restaurante nas imediações. Nunca fisgara peixe ali. Olhado com
desconfiança. Intruso. Bolsa a tiracolo, balde e vara de dois metros na mão. A boa técnica ensina

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que o caniço deve ter no máximo dois metros e oitenta centímetros para a chamada pesca de
molhes, nome sofisticado para quebra-mar. Ponta de agulha metálica para transmitir à mão do
pescador maior sensibilidade à fisgada do peixe. É preciso conhecimento de juiz para enganar
peixes.
A uma dezena de metros, olhos curiosos viam o intruso montar o caniço. Abriu a bolsa de
utensílios. Entre vários rolos de linha, selecionou os de espessura entre quinze e dezoito
centésimos de milímetro, ainda fiel à boa técnica.
Na nossa profissão vivemos sempre preocupados e tensos: abertura do mercado, sobe e desce
das cotações, situação financeira de cada país mundo afora. Poucas coisas na vida relaxam mais
do que pescaria, cheiro de mar trazido pela brisa, e a paisagem marítima — costuma confessar
Ricardo na roda dos colegas da financeira onde trabalha.
LOPES, L. Nós do Brasil. Rio de Janeiro: Ponteio, 2015, p. 101. Adaptado.

A leitura atenta do Texto III mostra que Ricardo


A) trabalhava no setor de financiamento de material de pesca.
B) dava pouca importância aos pescadores simples do quebra-mar.
C) praticava a pesca por diletantismo nas horas de folga ou de lazer.
D) era um assíduo frequentador da beira do mar no Aterro do Flamengo.
E) dava mais importância ao ritual de preparação para a pescaria do que ao esporte.
Comentários:
Vejamos as alternativas:
A) ERRADA. Ele trabalha em uma financeira.
B) ERRADA. Não há essa referência no texto.
C) CERTA.
D) ERRADA. Ricardo apareceu eventualmente.
E) ERRADA. Não há essa referência no texto. Gabarito letra C.

42. (CESGRANRIO / UFRJ / 2019)

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O Texto II diz que o principal motivo do sucesso da vendagem no estabelecimento de Diolino


Damasceno foi
A) a receita secreta de sua batida de limão.
B) seu jeito peculiar de combinar os ingredientes.
C) a clientela de grandes nomes da cultura e do esporte.
D) fazer uma bebida que podia ser ingerida por diabéticos.
E) o sistema original de atendimento direto aos veículos.
Comentários:
Vejamos as alternativas:
(A) ERRADA. Não há nenhuma menção no texto sobre " receita secreta de sua batida de limão ".
(B) ERRADA. Não há menção no texto sobre "forma peculiar de combinar os ingredientes".
(C) ERRADA. Esse não foi o motivo do sucesso.
(D) ERRADA. O fato de ser ingerida por diabéticos não foi o que fez o sucesso de Diolino.
(E) CERTA. Gabarito letra E.

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43. (CESGRANRIO / UFRJ / ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO / 2019)


Texto I
Projetos urbanísticos, patrimônios e conflitos
O Porto do Rio – Plano de Recuperação e Revitalização da Região Portuária do Rio de Janeiro foi
divulgado pela Prefeitura em 2001 e concentrou diferentes projetos, visando a incentivar o
desenvolvimento habitacional, econômico e turístico dos bairros portuários da Saúde, Gamboa e
Santo Cristo. Em meados de 2007, quando se iniciou esse estudo sobre o Plano e seus efeitos
sociais, a Zona Portuária já passava por um rápido processo de ressignificação perante a cidade:
nos imaginários construídos pelas diferentes mídias, não era mais associada apenas à
prostituição, ao tráfico de drogas e às habitações “favelizadas”, despontando narrativas que
positivavam alguns de seus espaços, habitantes e “patrimônios culturais”.
Dentro do amplo território portuário, os planejadores urbanos que idealizaram o Plano Porto do
Rio haviam concentrado investimentos simbólicos e materiais nos arredores da praça Mauá,
situada na convergência do bairro da Saúde com a avenida Rio Branco, via do Centro da cidade
ocupada por estabelecimentos financeiros e comerciais.
(GUIMARÃES, R. A Utopia da Pequena África. Rio de Janeiro: FGV, 2014, p. 16-7.)

Segundo o Texto I, a Zona Portuária, até o início do século XXI, era vista como
A) uma área desvalorizada social e urbanisticamente.
B) uma mancha no cenário carioca de belezas naturais.
C) uma região cercada de arranha-céus.
D) um reduto dominado pelo crime organizado.
E) um bairro histórico com poucas áreas habitáveis.
Comentários:
O texto fala que antigamente era associada apenas à prostituição, tráfico de drogas e às
habitações "favelizadas".
Retornando ao texto, temos que:
"Em meados de 2007, quando se iniciou esse estudo sobre o Plano e seus efeitos sociais, a
Zona Portuária já passava por um rápido processo de ressignificação perante a cidade: nos
imaginários construídos pelas diferentes mídias, não era mais associada apenas à prostituição, ao
tráfico de drogas e às habitações 'favelizadas'...". Gabarito: Letra A.

44. (CESGRANRIO / LIQUIGÁS / ASSISTENTE ADMINISTRATIVO / 2018)


Mobilidade e acessibilidade desafiam cidades
A população do mundo chegou, em 2011, à marca oficial de 7 bilhões de pessoas. Desse total,
parte cada vez maior vive nas cidades: em 2010, esse contingente superou os 50% dos
habitantes do planeta, e até 2050 prevê-se que mais de dois terços da população mundial será
urbana. No Brasil, a população urbana já representa 84,4% do total, de acordo com o Censo
2010. É preciso, então, que questões de mobilidade e acessibilidade urbana passem a ser
discutidas. No passado, a noção de mobilidade era estreitamente ligada ao automóvel. Hoje,
como resultado, os moradores de grande maioria das cidades brasileiras lidam diariamente com

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congestionamentos insuportáveis, que causam enormes perdas. Isso, sem falar no alto índice de
mortes em vias urbanas do país. Depreendemos daí que a dependência do automóvel como
meio de transporte é um fator que impede a mobilidade urbana. É importante investir em
infraestrutura pedestre, cicloviária e em sistemas mais eficazes e adequados de ônibus. Ao
mesmo tempo, podemos desenvolver cidades mais acessíveis, onde a maior parte dos serviços
esteja próxima às moradias e haja opções de transporte não motorizado para nos locomovermos.
(BROADUS, V. Portal Mobilize Brasil. 16 jul. 2012. Disponível em: . Acesso em: 9 jul. 2018)

O quarto parágrafo do texto aborda


A) a frequência dos congestionamentos
B) as propostas de melhoria da mobilidade
C) o aumento da população mundial
D) o índice de mortes nas vias urbanas
E) os problemas de mobilidade no Brasil.
Comentários:
O quarto parágrafo aborda as possíveis melhorias que podem ser implementadas para estruturar
a mobilidade urbana.
Retomando o texto, texto: "É importante investir em infraestrutura pedestre, cicloviária e
sistemas mais eficazes e adequados de ônibus.[...]". Gabarito: Letra B.

45. (CESGRANRIO / LIQUIGÁS / 2018) Utilize o texto da questão anterior.


No segundo parágrafo, o texto defende a necessidade de discutir questões relativas à
mobilidade urbana.
Antes disso, o texto refere-se à
A) ampliação da população urbana mundial
B) diminuição da distância entre casa e trabalho
C) imobilidade urbana causada pelo automóvel
D) importância do investimento em infraestrutura
E) paralisação do trânsito das grandes cidades.
Comentários:
Preste atenção ao enunciado: ele pede a informação que antecede " a necessidade de discutir
questões relativas à mobilidade urbana"!!! Note que o segundo parágrafo começa com dados:
No Brasil, a população urbana já representa 84,4% do total, de acordo com o Censo 2010. Da
mesma forma, é o final do primeiro parágrafo:
Deste total, parte cada vez maior vive nas cidades: em 2010, esse contingente superou os 50%
dos habitantes do planeta, e até 2050 prevê-se que mais de dois terços da população mundial
será urbana.
O que esses números querem mostrar é uma ampliação da população urbana, tanto no Brasil
quando no mundo. Portanto, Gabarito letra A.

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46. (CESGRANRIO / LIQUIGÁS / NÍVEL MÉDIO / 2018)


No Texto, percebemos claramente a grande capacidade que tem o amor.
Que trecho comprova essa afirmação?
A) “Mesmo que mil tipos” (l. 1)
B) “De ódio o mal invente” (l. 2)
C) “Capaz de mudar o mundo” (l. 6)
D) “Vivemos nesse conflito” (l. 8)
E) “Mas confio e acredito” (l. 9).
Comentários:
Podemos perceber que o texto afirma de forma clara a grande capacidade que tem o amor: "...o
amor mesmo sozinho será sempre mais valente. Valente, forte, profundo capaz de mudar o
mundo e acalmar qualquer dor..."
Ou seja, o amor é capaz de mudar o mundo e acalmar qualquer dor. Gabarito: Letra C.

47. (CESGRANRIO / LIQUIGÁS / ASSISTENTE ADMINISTRATIVO / 2018)


O ano da esperança
O ano de 2017 foi difícil. Avalio pelo número de amigos desempregados. E pedidos de
empréstimos. Um atrás do outro. Nunca fui de botar dinheiro nas relações de amizade. Como
afirmou Shakespeare, perde-se o dinheiro e o amigo. Nos primeiros pedidos, eu ajudava, com a
consciência de que era uma doação. A situação foi piorando. Os argumentos também. No início
era para pagar a escola do filho. Depois vieram as mães e avós doentes. Lamentavelmente,
aprendia não ser generoso. Ajudava um rapaz, que não conheço pessoalmente. Mas que sofreu
um acidente e não tinha como pagar a fisioterapia. Comecei pagando a físio. Vieram sucessivas
internações, remédios. A situação piorando, eu já estava encomendando missa de sétimo dia.
Falei com um amigo médico, no Rio de Janeiro. Ele aceitou tratar o caso gratuitamente. Surpresa!
O doente não aparecia para a consulta. Até que o coloquei contra a parede. Ou se consultava ou
eu não ajudava mais. Cheio de saúde, ele foi ao consultório. Pediu uma receita de suplementos
para ficar com o corpo atlético. Nunca conheci o sujeito, repito. Eu me senti um idiota por ter
caído na história. Só que esse rapaz havia perdido o emprego após o suposto acidente.
Foi por isso que me deixei enganar. Mas, ao perder salário, muita gente perde também a
vergonha. Pior ainda. A violência aumenta. As pessoas buscam vagas nos mercados em
expansão. Se a indústria automobilística vai bem, é lá que vão trabalhar.
Podemos esperar por um futuro melhor ou o que nos aguarda é mais descrédito? Novos
candidatos vão surgir. Serão novos? Ou os antigos? Ou novos com cabeça de velhos? Todos
pedem que a gente tenha uma nova consciência para votar. Como? Num mundo em que as
notícias são plantadas pela internet, em que muitos sites servem a qualquer mentira. Digo por
mim. Já contaram cada história a meu respeito que nem sei o que dizer. Já inventaram casos de
amor, tramas nas novelas que escrevo. Pior. Depois todo mundo me pergunta por que isso ou
aquilo não aconteceu na novela. Se mudei a trama. Respondo:
— Nunca foi para acontecer. Era mentira da internet.
Duvidam. Acham que estou mentindo.
(CARRASCO, W. O ano da esperança).

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No penúltimo parágrafo, o autor do texto revela ser autor de novelas, mas reclama
A) do assédio dos fãs.
B) da falta de privacidade quando anda pelas ruas.
C) dos casos de amor que atribuem a ele nas redes sociais.
D) da necessidade de ter consciência na hora de votar.
E) das versões falsas publicadas na internet das histórias de suas novelas.
Comentários:
No final do texto, temos que:
A resposta está no final do texto:
"Mais ainda, num mundo em que as fake news são divulgadas pela internet, em que muitos sites
servem a qualquer mentira. Digo por mim.". Assim, a alternativa que reforça essa ideia de
mentiras divulgadas na internet é a letra E.
Gabarito: Letra E.

48. (CESGRANRIO / LIQUIGÁS / 2018) Utilize o texto da questão anterior.

A última frase do segundo parágrafo ("Se a indústria automobilística vai bem, é lá que vão
trabalhar.") tem a seguinte função na construção do texto:
A) Justificar a opção de trabalho das pessoas desempregadas.
B) Servir como ilustração para a afirmação contida na frase imediatamente anterior.
C) Complementar com ironia a relação entre violência e trânsito.
D) Introduzir um novo argumento para desenvolvê-lo no parágrafo seguinte.
E) Apresentar o autor do texto como um analista do mercado de trabalho.
Comentários:
Note que a oração "Se a indústria automobilística vai bem, é lá que vão trabalhar." remete à rase
anterior, "As pessoas buscam vagas nos mercados em expansão". Ou seja, perceba que ela
exemplificando um mercado em expansão e, consequentemente, onde as pessoas vão buscar
emprego - por essa característica da expansão, em particular. Portanto, Gabarito letra B.

49. (CESGRANRIO / LIQUIGÁS / 2018) Utilize o texto da questão anterior.

No texto, o autor diz que aprendeu a não ser generoso (linha. 9-10).
A circunstância que justifica essa atitude foi o fato de ele
A) Sentir-se enganado por um rapaz, que sofrera um acidente.
B) Já haver ajudado muitos amigos desempregados.
C) Estar ficando sem dinheiro para ajudar as pessoas que o procuravam.
D) Desconfiar de que alguém estava desviando o dinheiro de sua ajuda.
E) Ter uma formação muito rígida, voltada unicamente para a família.
Comentários:
Retomando o texto, temos que:

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"Cheio de saúde, foi ao consultório. Pediu uma receita de suplementos para ficar com o corpo
atlético. Nunca conheci o sujeito, repito. Eu me senti um idiota por ter caído na história...." Note
que no trecho acima o autor explica que se sentiu um idiota ao cair na história falsa de uma
pessoa que ele ajudou: é o caso de um rapaz que ele ajudou, que teria sofrido acidente, mas era
mentira. Isso fez com que ele aprendesse a não ser mais generoso. Portanto, Gabarito letra A.

50. (CESGRANRIO / LIQUIGÁS / 2018)


No texto abaixo, aborda-se a condição da mulher na sociedade atual.
Espanha, Turquia, França, Bélgica, Itália, China, Paquistão, Índia, Afeganistão, Filipinas, Coreia do
Sul. Na América Latina: Argentina, Chile, México. Esses foram alguns países onde o Dia
Internacional da Mulher foi marcado não por rosas pálidas e inúteis, mas por protestos clamando
pela igualdade de oportunidades e pelo fim da discriminação e da violência contra a mulher. No
Brasil, houve protestos em 50 cidades, mas nada comparável ao que ocorreu na Espanha e na
Argentina, onde as mobilizações repercutiram ruidosamente.
(BOLLE, M. E as mulheres brasileiras? Época, n. 1029, 19 mar.2018, p. 55).

No Brasil, as manifestações sobre a condição social da mulher ocorrem, principalmente, pelo fato
de o país:
A) comandar historicamente a onda dos protestos contra o feminicídio.
B) estar entre os três países com maior número de mortes violentas de mulheres.
C) ser responsável pela criação e difusão mundial do Movimento Me Too.
D) dispor da mais elevada participação de mulheres no mercado de trabalho.
E) impedir ataques e retaliações às lideranças populares dos direitos humanos.
Comentários:
Vejamos as alternativas:
(A) ERRADA. O feminicídio no Brasil ainda é uma das causas que mais matam mulheres no pais.
(B) CERTA.
(C) ERRADA. O movimento no Brasil foi bem menor do que aconteceu na Europa e na Argentina.
(D) ERRADO. O texto não traz essa informação de forma direta.
(E) ERRADO. O texto não traz essa informação de forma direta. Gabarito letra B.

51. (CESGRANRIO / LIQUIGÁS / 2018)

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Uma das virtudes na construção dessas casas tão elogiadas no texto é que seus criadores eram
“levados pela necessidade, pelo arrojo, pelos fatos” (l. 21-22). Essa afirmação serve como
argumento para criticar os
A) espanhóis
B) urbanistas
C) arquitetos
D) portugueses
E) criadores.
Comentários:
Retomando o texto, percebemos que:
"Não seriam conduzidos por urbanistas, seriam levados pela necessidade, pelo arrojo, pelos
fatos."
Note que no trecho acima o autor faz uma contraposição direta com os urbanistas, ou seja, são
os criadores que têm o instinto e a intuição, e não os urbanistas. Gabarito letra B.

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52. (CESGRANRIO / LIQUIGÁS / 2018) Utilize o texto da questão anterior.

Entre as qualidades que o arquiteto amigo do cronista destaca entre as velhas casas tão
admiradas por ele está o fato de
A) serem portuguesas.
B) estarem abandonadas.
C) ficarem em Vassouras.
D) parecerem igrejas.
E) combinarem com a paisagem urbana.
Comentários:
Retomando o texto, temos que:
" "E vi e senti o seu entusiasmo diante dos velhos sobrados do café. As soluções encontradas
pelos antigos, a sobriedade, a solidez, a marca do lusitano transplantado..." Note que a
retomada das características das velhas casas por meio do "lusitano transplantado" remete ao
fato de elas serem portuguesas, lusitanas.
Questão difícil, pois demanda um conhecimento prévio inclusive sobre os adjetivos pátrios.
Gabarito letra A.

53. (CESGRANRIO / PETROBRAS / 2018)

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O trecho do texto “Vira o teatro pelo lado da plateia; e, palavra, que era bonito!” (l. 25-26) faz
referência ao fato de Lobo Neves
A) misturar política e lazer
B) ter uma vida social muito intensa
C) poder deslumbrar-se com o teatro
D) estar saudoso de sua vida como ator
E) ter ignorado as dificuldades da atividade política.
Comentários:
Ao retomar o texto, temos que:
"Entrei na política por gosto, por família, por ambição, e um pouco por vaidade. Já vê que reuni
em mim só todos os motivos que levam o homem à vida pública; faltou-me só o interesse de
outra natureza. Vira o teatro pelo lado da platéia; e, palavra, que era bonito! Soberbo cenário,
vida, movimento e graça na representação."
Note que, quando Lobo Neves diz que viu o teatro pelo lado da plateia, está confessando que,
quando ingressou na política, foi levado pela beleza e aparente glamour desse mundo, que é só
o que aparece para a plateia, ou seja, não percebeu as dificuldades que havia na política.
Portanto, Gabarito letra E.

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54. (CESGRANRIO / PETROBRAS / 2018) Utilize o texto da questão anterior.

A partir da leitura do fragmento do texto: “que ele ouviu com aquela unção religiosa de um
desejo que não quer acabar de morrer” (L. 10-11), infere-se que Lobo Neves

A) estava prestes a morrer


B) era extremamente religioso
C) tinha o desejo de ir para bem longe dali
D) esperava ainda ter uma atuação política satisfatória.
E) estava sofrendo de uma gravíssima crise de depressão.
Comentários:
Ao retomar o texto, temos que:
"Um dia confessou-me que trazia uma triste carcoma na existência; faltava-lhe a glória pública.
Animei-o; disse-lhe muitas coisas bonitas, que ele ouviu com aquela unção religiosa de um
desejo que não quer acabar de morrer; então compreendi que a ambição dele andava cansada
de bater as asas, sem poder abrir o vôo".
Note que, a partir do trecho retomado, Lobo Neves ainda nutria esperança de que fosse ter a
sucesso com uma grande e prestigiosa carreira política que lhe satisfizesse. Portanto, Gabarito
letra D.

55. (CESGRANRIO / PETROBRAS / 2018) Utilize o texto da questão anterior. Com base na
leitura do texto, entende-se que o desabafo de Lobo Neves ao longo do texto deve-se à
sua insatisfação com a(o)
A) vida pública
B) sua família
C) seu casamento
D) teatro da época
E) glamour da sociedade.
Comentários:
Ao retomar o texto, temos que:
"Um dia confessou-me que trazia uma triste carcoma na existência; faltava-lhe a glória pública.
Animei-o; disse-lhe muitas coisas bonitas, que ele ouviu com aquela unção religiosa de um
desejo que não quer acabar de morrer ".
Note que, a partir do trecho retomado, dentre outros que mostram o mesmo viés, Lobo Neves
estava insatisfeito com a vida pública.
Em relação ao casamento e à família, ele mostrava satisfação: "Como adorasse a mulher, não se
vexava de mo dizer muitas vezes; achava que Virgília era a perfeição mesma, um conjunto de
qualidades sólidas e finas, amorável, elegante, austera, um modelo". O teatro não traz essa
conotação no texto - serve apenas como comparação à política. Portanto, Gabarito letra A.

56. (CESGRANRIO / PETROBRAS TRANSPORTES / 2018)

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De acordo com o texto, o que viabiliza a espionagem virtual é a(o)


A) capacitação de especialistas para a criação de máquinas velozes.

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B) centralização do fluxo mundial de dados pelas grandes potências


C) criação de sites de entretenimento para a atração dos internautas
D) datificação de todas as informações geradas pelas pessoas na internet
E) emprego de softwares que possam capturar as senhas dos usuários.
Comentários:
Vejamos as alternativas:
(A) ERRADA. O texto remete a datificação de todos os dados pessoais, e não "máquinas
velozes".
(B) ERRADA. Não há no texto menção à centralização do fluxo mundial de dados. Essa é uma
clássica extrapolação de texto
(C) ERRADA. O texto não se refere à criação de sites de entretenimento, mas de datificação de
dados pessoais.
(D) CERTO.
(E) ERRADA. Extrapolação do texto, cuidado! Ele não menciona softwares que possam capturar
as senhas. Portanto, Gabarito letra D.

57. (CESGRANRIO / PETROBRAS TRANSPORTES / 2018) Utilize o texto da questão anterior.


O trecho que explica os objetivos da “guerra” virtual descrita no texto é
A) “A internet quebrou a rígida centralização no fluxo mundial de dados, criando uma situação
inédita na história recente” (.L 1-3)
B) “As mais recentes iniciativas no terreno da espionagem virtual mostram que o essencial é o
controle da informação disponível no mundo - não mais guardar segredos, mas saber o que os
outros sabem ou podem vir a saber” (.L 8-12)
C) “A datificação, processo de transformação em dados de tudo o que conhecemos, aumentou
de forma vertiginosa o acervo mundial de informações.” (L. 16-18)
D) “Diariamente circulam na web pouco mais de 1,8 mil petabytes de dados (um petabyte
equivale a 1,04 milhão de gigabytes), dos quais é possível monitorar apenas 29 petabytes.” (.
19-22)
E) “Pode parecer muito pouco, mas é um volume equivalente a 400 vezes o total de páginas web
indexadas diariamente” (L. 23-25).
Comentários:
Vejamos as alternativas:
(A) ERRADA. Esse não é o objetivo da espionagem virtual.
(B) CERTA.
(C) ERRADA. Esse é uma das consequências do aumento dos dados.
(D) ERRADA. Esses são apenas dados sobre informação.
(E) ERRADA. Novamente, esses são apenas dados sobre informação. Portanto, Gabarito letra B.

58. (CESGRANRIO / BANCO DA AMAZÔNIA / 2018)


Em um dia ruim para as bolsas emergentes, o Ibovespa foi o destaque negativo. E boa parte das
perdas veio das ações da Petrobras, responsáveis por cerca de 30% da queda do índice (...). O

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Ibovespa caiu 1,3%, a 84.928 pontos, depois de tocar a mínima de 84.720 pontos. O giro
financeiro foi forte, de R$ 9,6 bilhões (...). A queda da bolsa refletiu, em grande medida, o
ambiente externo mais incerto. A preocupação crescente com a política protecionista do governo
americano e com os efeitos potenciais sobre economias emergentes tem afetado os mercados de
ações de modo geral.
(Aguiar, V.; Pinto, L. Petrobras derruba Ibovespa em dia de perdas para emergentes.
Valor Econômico, edição impressa de 16 mar. 2018)

De acordo com a matéria jornalística, a queda das bolsas dos países emergentes, no momento
descrito, está relacionada fundamentalmente ao(à):
A) resultado negativo divulgado pela Petrobrás
B) resultado aquém do esperado das empresas desses países
C) peso da Petrobras na mensuração do índice das bolsas desses países
D) recessão em curso na economia brasileira
E) cenário de incerteza com respeito ao ambiente econômico internacional.
Comentários:
Retomando o texto, temos que:
"A queda da bolsa refletiu, em grande medida, o ambiente externo mais incerto. A preocupação
crescente com a política protecionista do governo americano e com os efeitos potenciais sobre
economias emergentes tem afetado os mercados de ações de modo geral.” Note que o trecho
refere-se a aspectos da “política protecionista do governo americano" e seus "efeitos potenciais
sobre economias emergentes". Esses dois pontos remetem a incertezas no mercado
internacional, que acabam por influenciar economias emergentes, que é o caso do Brasil, no
texto. Portanto, Gabarito letra E.

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LISTA DE QUESTÕES - COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO -


CESGRANRIO
1. (CESGRANRIO / TRANSPETRO / 2023)
À moda brasileira
1 Estou me vendo debaixo de uma árvore, lendo a pequena história da literatura
brasileira.
2 Olavo Bilac! – eu disse em voz alta e de repente parei quase num susto depois que li
os primeiros versos do soneto à língua portuguesa: Última flor do Lácio, inculta e bela / És, a um
tempo, esplendor e sepultura.
3 Fiquei pensando, mas o poeta disse sepultura?! O tal de Lácio eu não sabia onde
ficava, mas de sepultura eu entendia bem, disso eu entendia, repensei baixando o olhar para a
terra. Se escrevia (e já escrevia) pequenos contos nessa língua, quer dizer que era a sepultura que
esperava por esses meus escritos?
4 Fui falar com meu pai. Comecei por aquelas minhas sondagens antes de chegar até
onde queria, os tais rodeios que ele ia ouvindo com paciência enquanto enrolava o cigarro de
palha, fumava nessa época esses cigarros. Comecei por perguntar se minha mãe e ele não tinham
viajado para o exterior.
5 Meu pai fixou em mim o olhar verde. Viagens, só pelo Brasil, meus avós é que tinham
feito aquelas longas viagens de navio, Portugal, França, Itália... Não esquecer que a minha avó,
Pedrina Perucchi, era italiana, ele acrescentou. Mas por que essa curiosidade?
6 Sentei-me ao lado dele, respirei fundo e comecei a gaguejar, é que seria tão bom se
ambos tivessem nascido lá longe e assim eu estaria hoje escrevendo em italiano, italiano! – fiquei
repetindo e abri o livro que trazia na mão: Olha aí, pai, o poeta escreveu com todas as letras,
nossa língua é sepultura mesmo, tudo o que a gente fizer vai para debaixo da terra, desaparece!
7 Calmamente ele pousou o cigarro no cinzeiro ao lado. Pegou os óculos. O soneto é
muito bonito, disse me encarando com severidade. Feio é isso, filha, isso de querer renegar a
própria língua. Se você chegar a escrever bem, não precisa ser em italiano ou espanhol ou alemão,
você ficará na nossa língua mesmo, está me compreendendo? E as traduções? Renegar a língua é
renegar o país, guarde isso nessa cabecinha. E depois (ele voltou a abrir o livro), olha que beleza o
que o poeta escreveu em seguida, Amo-te assim, desconhecida e obscura, veja que confissão de
amor ele fez à nossa língua! Tem mais, ele precisava da rima para sepultura e calhou tão bem essa
obscura, entendeu agora? – acrescentou e levantou-se. Deu alguns passos e ficou olhando a
borboleta que entrou na varanda: Já fez a sua lição de casa?
8 Fechei o livro e recuei. Sempre que meu pai queria mudar de assunto ele mudava de
lugar: saía da poltrona e ia para a cadeira de vime. Saía da cadeira de vime e ia para a rede ou
simplesmente começava a andar. Era o sinal, Não quero falar nisso, chega. Então a gente falava

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noutra coisa ou ficava quieta.


9 Tantos anos depois, quando me avisaram lá do pequeno hotel em Jacareí que ele
tinha morrido, fiquei pensando nisso, ah! se quando a morte entrou, se nesse instante ele tivesse
mudado de lugar. Mudar depressa de lugar e de assunto. Depressa, pai, saia da cama e fique na
cadeira ou vá pra rua e feche a porta!
(TELLES, Lygia Fagundes. Durante aquele estranho chá: perdidos e achados. Rio de Janeiro: Rocco, 2002, p.109-111.
Fragmento adaptado).

Ao ler os versos de Olavo Bilac, o “quase” susto da narradora, mencionado no parágrafo 2, foi
motivado pela
A) possibilidade de seus escritos não serem conhecidos.
B) falta de conhecimento sobre a localização do Lácio.
C) necessidade de aprender uma língua diferente.
D) surpresa com a postura pessimista do poeta.
E) abordagem da temática da morte.

2. (CESGRANRIO - ATA (AgeRIO)/AgeRIO/2023)

Floresta amazônica vai virar savana


Pesquisadores afirmam que mudança no ecossistema da Amazônia é iminente
Se a Amazônia perder mais de 20% de sua área para o desmatamento, ela pode se
descaracterizar de tal forma que deixaria de ser uma floresta e se transformaria em área de
savana, alertam dois conceituados pesquisadores da área, em um artigo publicado recentemente.
Hoje, o desmatamento acumulado está em 17%.
Os cientistas acreditam que as sinergias negativas entre desmatamento, mudanças climáticas e
uso indiscriminado de incêndios florestais indicam um tipping point (ponto crítico), um ponto sem
volta, para transformar as partes Sul, Leste e central da Amazônia em um ecossistema não
florestal se o desmatamento chegar a entre 20% e 25%.
Os pesquisadores partiram do conceito da “savanização” da Amazônia, que surgiu após a
descoberta de que as florestas interferem no regime de chuvas. Na Amazônia, por exemplo,
estima-se que metade das chuvas na região é resultado da umidade produzida pela
evapotranspiração (a transpiração das árvores), que “recicla” as correntes de ar úmido
provenientes do Oceano Atlântico.
Caso perca uma quantidade grande de árvores, a floresta recicla menos chuva, ficando mais
suscetível a incêndios. O fogo altera a vegetação, favorecendo o avanço de gramíneas onde
antes havia espécies florestais. O resultado desse processo ecológico é que grandes fragmentos
de florestas se transformam em savanas ou cerrados, descaracterizando a Amazônia como a
conhecemos hoje.

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Aula 13

A primeira estimativa de qual seria o tipping point para a Amazônia virar savana foi feita em um
estudo em 2007, e chegou à conclusão de que esse valor era de 40% de florestas derrubadas. Só
que esse estudo avaliou apenas uma variável, o desmatamento. Segundo um dos autores,
quando se consideram outros fatores, como os incêndios florestais e o aquecimento global, essa
margem diminui consideravelmente. Os focos de incêndio têm aumentado. O aquecimento
global já está acontecendo, com um aumento de 1 grau Celsius na temperatura média da
Amazônia.
De acordo com uma especialista em ciência e Amazônia, a hipótese de savanização precisa ser
encarada com seriedade, porque a floresta amazônica tem resiliência, ela consegue resistir a
algum desmatamento. Mas essa possibilidade não é infinita, chega a um ponto que não tem
retorno. Além disso, é preciso considerar a população da região, investindo na produção com
sustentabilidade.
Uma das propostas para que se possa evitar o tipping point é o reflorestamento. Com esse
objetivo, o Brasil se comprometeu, na Conferência da ONU sobre Clima em Paris, em 2015, a
reflorestar 12 milhões de hectares até 2030.
(CALIXTO, B. O Globo. Sociedade. Rio de Janeiro, 22 fev. 2018. Adaptado.)

A palavra resiliência refere-se à capacidade de voltar ao estado natural, principalmente após


alguma situação crítica e fora do comum. Ela é utilizada em várias áreas do conhecimento.

Em “De acordo com uma especialista em ciência e Amazônia, a hipótese de savanização precisa
ser encarada com seriedade, porque a floresta amazônica tem resiliência” (parágrafo 6, o sentido
dessa palavra no contexto é a(o)
A) aptidão de um determinado sistema para recuperar o equilíbrio depois de ter sofrido uma
perturbação.
B) capacidade de uma pessoa lidar com seus próprios problemas, vencer obstáculos e não ceder
a qualquer coação.
C) possibilidade de tomar uma decisão quando se tem medo do que isso possa ocasionar,
quando está sob pressão.
D) propriedade de os materiais que acumulam energias voltarem ao normal, quando então são
expostos a situações de estresse ou choque.
E) equilíbrio emocional para lidar com os problemas relacionados ao contexto laboral, quando as
situações não ocorrem como o esperado.

3. (CESGRANRIO - Esc (BANRISUL)/BANRISUL/2023)


Implantação do código de ética nas empresas
Desde a infância, estamos sujeitos à influência de nosso meio social, por intermédio da família,
da escola, dos amigos, dos meios de comunicação de massa. Ao nascer, o homem já se defronta
com um conjunto de regras, normas e valores aceitos em seu grupo social. As palavras “ética” e

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“moral” indicam costumes acumulados — conjunto de normas e valores dos grupos sociais em
um contexto.
A ética é um conjunto de princípios e disposições cujo objetivo é balizar as ações humanas. A
ética existe como uma referência para os seres humanos em sociedade, de modo tal que a
sociedade possa se tornar cada vez mais humana. Ela pode e deve ser incorporada pelos
indivíduos, sob a forma de uma atitude diante da vida cotidiana. Mas ela não é um conjunto de
verdades fixas, imutáveis. A ética se move historicamente, se amplia e se adensa. Para
entendermos como isso acontece na história da humanidade, basta lembrarmos que, um dia, a
escravidão foi considerada "natural".
Ética é o que diz respeito à ação quando ela é refletida, pensada. A ética preocupa-se com o
certo e com o errado, mas não é um conjunto simples de normas de conduta como a moral. Ela
promove um estilo de ação que procura refletir sobre o melhor modo de agir que não abale a
vida em sociedade e não desrespeite a individualidade dos outros.
As empresas precisam desenvolver-se de tal forma que a conduta ética de seus integrantes, bem
como os valores e convicções primários da organização, se tornem parte de sua cultura. Assim, a
ética vem sendo vista como uma espécie de requisito para a sobrevivência das empresas no
mundo moderno e pode ser definida como a transparência nas relações e a preocupação com o
impacto das suas atividades na sociedade.
Muitos exemplos poderiam ser citados de empresas que estão começando a valorizar e a alertar
seus funcionários sobre a ética. Algumas empresas já implantaram, inclusive, um comitê de ética,
o qual se destina à proteção da imagem da companhia. É preciso, portanto, que haja uma
conscientização da importância de uma conduta ética ou mesmo a implantação de um código de
ética nas organizações, pois a cada dia que passa a ética tem mostrado ser um dos caminhos
para o sucesso e para o bem comum, agregando valor moral ao patrimônio da organização.
O Código de Ética é um instrumento de realização dos princípios, da visão e da missão da
empresa. Serve para orientar as ações de seus colaboradores e explicitar a postura social da
empresa em face dos diferentes públicos com os quais interage. É da máxima importância que
seu conteúdo seja refletido nas atitudes das pessoas a que se dirige e encontre respaldo na alta
administração da empresa, que, tanto quanto o último empregado contratado, tem a
responsabilidade de vivenciá-lo.
As relações com os funcionários, desde o processo de contratação, desenvolvimento
profissional, lealdade mútua, respeito entre chefes e subordinados, saúde e segurança,
propriedade da informação, assédio profissional e sexual, alcoolismo, uso de drogas, entre
outros, são aspectos que costumam ser abordados em um Código de Ética. Cumprir horários,
entregar o trabalho no prazo, dar o seu melhor ao executar uma tarefa e manter a palavra dada
são exemplos de atitudes que mostram aos superiores e aos colegas que o funcionário valoriza
os princípios éticos da empresa ou da instituição.
O Código também pode envolver situações de relacionamento com clientes, fornecedores,
acionistas, investidores, comunidade vizinha, concorrentes e mídia. O Código de Ética pode
estabelecer ações de responsabilidade social dirigidas ao desenvolvimento social de
comunidades vizinhas, bem como apoio a projetos de educação voltados ao crescimento pessoal

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e profissional de jovens carentes. Também pode fazer referência à participação da empresa na


comunidade, dando diretrizes sobre as relações com os sindicatos, outros órgãos da esfera
pública, relações com o governo, entre outras.
Portanto, conclui-se que o Código de Ética se fundamenta em deveres para com os colegas,
clientes, profissão, sociedade e para consigo próprio.
(MARTINS,Rosemir. UFPR, 2003. Disponível em: https://acervodigital. ufpr.br. Acesso em: 16 nov. 2022. Adaptado)

O texto pode ser dividido em duas grandes partes. Na primeira parte, apresenta-se a definição
do conceito de “ética” e, na segunda parte, apresentam-se
A) consequências econômicas da implantação dos códigos de ética no dia a dia das empresas.
B) exemplos de ações que devem ser implementadas para atender aos códigos de ética das
empresas.
C) explicações sobre diferentes concepções de ética em função dos objetivos das empresas.
D) penalizações a serem infringidas aos funcionários que desrespeitarem o código de ética da
empresa.
E) situações concretas em que os conceitos de “ética” e “moral” se aplicam no processo de
seleção de pessoal.

4. (CESGRANRIO - Esc (BANRISUL)/BANRISUL/2023) Utilize texto da questão anterior


Um trecho do texto que apresenta uma definição de ética é
A) “Ao nascer, o homem já se defronta com um conjunto de regras, normas e valores aceitos em
seu grupo social.”
B) “A ética é um conjunto de princípios e disposições cujo objetivo é balizar as ações humanas.”
C) “As empresas precisam desenvolver-se de tal forma que a conduta ética de seus integrantes,
bem como os valores e convicções primários da organização, se tornem parte de sua cultura.”
D) “Muitos exemplos poderiam ser citados de empresas que estão começando a valorizar e a
alertar seus funcionários sobre a ética.”
E) “É da máxima importância que seu conteúdo seja refletido nas atitudes das pessoas a que se
dirige e encontre respaldo na alta administração da empresa.”

5. (CESGRANRIO - Esc (BANRISUL)/BANRISUL/2023)


De acordo com o texto, apoiar projetos de educação voltados ao desenvolvimento pessoal e
profissional de jovens carentes de comunidades vizinhas pode fazer parte do Código de Ética de
uma empresa por ser um exemplo de ação de
A) interação com sindicatos
B) prevenção de assédio
C) proteção do meio ambiente
D) relacionamento com clientes

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E) responsabilidade social

6. (CESGRANRIO - Esc (BANRISUL)/BANRISUL/2023) Utilize o texto da questão anterior


Antes de afirmar que a ética vem sendo vista como uma espécie de requisito para a
sobrevivência das empresas no mundo moderno (parágrafo , o texto desenvolve a ideia de que
A) a criação de um comitê de ética destina-se a valorizar e a alertar os funcionários sobre a
necessidade de proteção da imagem da empresa.
B) a interação com clientes, fornecedores, acionistas, investidores, comunidade vizinha,
concorrentes e mídia deve se pautar por princípios éticos.
C) a ética não é um conjunto de verdades fixas, imutáveis, mas se move historicamente, se
amplia e se adensa.
D) o Código de Ética deve explicitar a postura social da empresa em face dos diferentes públicos
com os quais interage.
E) os funcionários revelam atendimento ao Código de Ética da empresa ao cumprir horários,
entregar o trabalho no prazo, dar o seu melhor ao executar uma tarefa.

7. (CESGRANRIO - Esc BB/BB/Agente Comercial/2023)

A história do método braile


Ler no escuro. Quem já tentou sabe que é impossível. Mas foi exatamente a isso que um francês
chamado Louis Braille dedicou a vida. Nascido em Coupvray, uma pequena aldeia nos arredores
de Paris, em 1809, desde cedo ele mostrou muito interesse pelo trabalho do pai. Seus olhos azuis
brilhavam da admiração de vê-lo cortar, com extrema perícia, selas e arreios. Pouco depois de
completar 3 anos, o menino começou a brincar na selaria do pai, cortando pequenas tiras de
couro. Uma tarde, uma sovela, instrumento usado para perfurar o couro, escapou-lhe da mão e
atingiu o seu olho esquerdo. O resultado foi uma infecção que, seis meses depois, afetaria
também o olho direito. Aos 5 anos, o garoto estava completamente cego.
A tragédia não o impediu, porém, de frequentar a escola por dois anos e de se tornar ainda um
aluno brilhante. Por essa razão, ele ganhou uma bolsa de estudos no Instituto Nacional para
Jovens Cegos, em Paris, um colégio interno fundado por Valentin Haüy (1745-182. Além do
currículo normal, Haüy introduzira um sistema especial de alfabetização, no qual letras de forma
impressas em relevo, em papelão, eram reconhecidas pelos contornos. Desde o início do curso,
Braille destacou-se como o melhor aluno da turma e logo começou a ajudar os colegas. Em
1821, aos 12 anos, conheceu um método inventado pouco antes por Charles Barbier de La Serre,
oficial do Exército francês.
O método Barbier, também chamado escrita noturna, era um código de pontos e traços em
relevo impressos também em papelão. Destinava-se a enviar ordens cifradas a sentinelas em
postos avançados. Estes decodificariam a mensagem até no escuro. Mas, como a ideia não

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pegou na tropa, Barbier adaptou o método para a leitura de cegos, com o nome de grafia
sonora. O sistema permitia a comunicação entre os cegos, pois com ele era possível escrever,
algo que o método de Haüy não possibilitava. O de Barbier era fonético: registrava sons e não
letras. Dessa forma, as palavras não podiam ser soletradas. Além disso, o fato de um grande
número de sinais ser usado para uma única palavra tornava o sistema muito complicado. Apesar
dos inconvenientes, foi adotado como método auxiliar por Haüy.
Pesquisando a fundo a grafia sonora, Braille percebeu suas limitações e pôs-se a aperfeiçoá-la.
Em 1824, seu método estava pronto. Primeiro, eliminou os traços, para evitar erros de leitura: em
seguida, criou uma célula de seis pontos, divididos em duas colunas de três pontos cada, que
podem ser combinados de 63 maneiras diferentes. A posição dos pontos na célula está ao lado.
Em 1826, aos 17 anos, ainda estudante, Braille começou a dar aulas. Embora seu método fizesse
sucesso entre os alunos, não podia ensiná-lo na sala de aula, pois ainda não era reconhecido
oficialmente. Por isso, Braille dava aulas do revolucionário sistema escondido no quarto, que logo
se transformou numa segunda sala de aula.
O braile é lido passando-se a ponta dos dedos sobre os sinais de relevo. Normalmente se usa a
mão direita com um ou mais dedos, conforme a habilidade do leitor, enquanto a mão esquerda
procura o início da outra linha. Aplica-se a qualquer língua, sem exceção, e também à
estenografia, à música – Braille, por sinal, era ainda exímio pianista – e às notações científicas em
geral. A escrita é feita mediante o uso da reglete, também idealizada por Braille: trata-se de uma
régua especial, de duas linhas, com uma série de janelas de seis furos cada, correspondentes às
células braile.
Louis Braille morreu de tuberculose em 1852, com apenas 43 anos. Temia que seu método
desaparecesse com ele, mas, finalmente, em 1854 foi oficializado pelo governo francês. No ano
seguinte, foi apresentado ao mundo, na Exposição Internacional de Paris, por ordem do
imperador Napoleão III (1808-187, que programou ainda uma série de concertos de piano com
ex-alunos de Braille. O sucesso foi imediato, e o sistema se espalhou pelo mundo. Em 1952, o
governo francês transferiu os restos mortais de Braille para o Panthéon, em Paris, onde estão
sepultados os heróis nacionais.
(ATANES, Silvio. Super Interessante. Disponível em: https://super
.abril.]com.br/historia/. Acesso em: 23 out. 2022. Adaptado.)

A partir da leitura do texto, constata-se que Braille


A) queria seguir o ofício do pai.
B) estudou com bolsa de estudos.
C) trabalhava em selarias quando criança.
D) foi adotado por Valentin Haüy depois da tragédia.
E) começou a dar aulas quando atingiu a maioridade.

8. (CESGRANRIO - Esc BB/BB/Agente Comercial/2023) Utilize o texto da questão anterior

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Diferentemente do método de Barbier, o método de Haüy


A) possibilitava a escrita.
B) usava letras em relevo.
C) apresentava pontos e traços.
D) impossibilitava soletrar palavras.
E) era conhecido como grafia sonora.

9. (CESGRANRIO - Esc BB/BB/Agente Comercial/2023) Utilize o texto da questão anterior.


Em “No ano seguinte, foi apresentado ao mundo, na Exposição Internacional de Paris, por ordem
do imperador Napoleão III (1808-187, que programou ainda uma série de concertos de piano
com ex-alunos de Braille”, a palavra em destaque apresenta o mesmo sentido que em:
A) Louis Braille criou um método revolucionário e ainda era excelente pianista.
B) Vencer barreiras relacionadas à acessibilidade ainda é um desafio.
C) O método Braille ainda era desconhecido por muitas pessoas.
D) Os restos mortais de Braille ainda estão no Panthéon.
E) A reglete ainda é usada por deficientes visuais.

10. (CESGRANRIO - Esc BB/BB/Agente Comercial/2023)


Entenda o que é deep fake e saiba como se proteger
Vídeos que viralizam nas redes sociais mostrando figuras públicas em situações quase
inacreditáveis são verdadeiros? Afinal de contas tudo parece tão real... A resposta é não, pois se
trata de uma “deep fake”, “falsificação profunda” em português, que, como a tradução indica, é
tão bem feita que pode enganar até os mais atentos. Segundo estudo de uma empresa de
segurança, 65% dos brasileiros ignoram a sua existência e 71% não reconhecem quando um
vídeo foi editado digitalmente usando essa técnica.(a)
O que muita gente não sabe, porém, é que esse tipo de golpe, além de manipular vídeos com
celebridades e políticos famosos, também prejudica empresas e cidadãos comuns, que podem
ser envolvidos em fraudes de identidade e extorsões.(b)
“Deep fake pode ser definida como a criação de vídeos e áudios falsos por meio de inteligência
artificial”, explica um especialista de segurança cibernética e fraude. A prática costuma utilizar um
vídeo de referência e a face (ou corpo) de outra pessoa, que não fazia parte do vídeo original.
Criam-se áudios falsos, fazendo a inteligência artificial aprender como uma pessoa fala e, a partir
daí, obter uma montagem com outras falas, inclusive alterando os lábios(c) para acompanhar as
palavras que são ditas.
Esse processo vem evoluindo rapidamente, tornando cada vez mais difícil a sua identificação.
Isso ocorre porque as novas redes neurais (sistemas de computação que funcionam como
neurônios do cérebro humano), a evolução da capacidade de processamento e a redução de

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custos da computação em nuvem têm facilitado o acesso a essa tecnologia,(d) contribuindo para
aumentar a qualidade dos vídeos.
No entanto, os criminosos não precisam de tanto conhecimento e tecnologia para aplicar seus
golpes.
Isso porque deep fakes criadas para serem distribuídas por apps de mensagens não exigem
tanta qualidade. O perigo é que, para o cidadão comum, a deep fake pode ser o ponto de
partida para uma fraude financeira, entre outros problemas.
A recomendação para pessoas físicas se protegerem é diminuir a exposição de fotos com rostos
e vídeos pessoais na internet. “As redes sociais devem se manter configuradas como privadas, já
que fotos, áudios ou vídeos disponíveis publicamente podem ser utilizados para alimentar a
inteligência artificial e engendrar deep fakes.”(e)
Além disso, ao receber um vídeo suspeito, observe se o rosto e os lábios da pessoa se movem
em conjunto com o que ela diz. Preste atenção se a fala parece contínua ou se em algum
momento apresenta cortes entre uma palavra e outra. E considere o contexto — ainda que
tecnicamente o vídeo esteja muito bem manipulado, avalie se faz sentido que aquela pessoa
diga o que parece dizer naquele momento.
Disponível em: https://estudio.folha.uol.com.br/unico. Acesso em: 20 out. 2022. Adaptado.

O trecho que explica o modo como se elabora uma deep fake é:


A) “Segundo estudo de uma empresa de segurança, 65% dos brasileiros ignoram a sua
existência e 71% não reconhecem quando um vídeo foi editado digitalmente usando essa
técnica.”
B) “O que muita gente não sabe, porém, é que esse tipo de golpe, além de manipular vídeos
com celebridades e políticos famosos, também prejudica empresas e cidadãos comuns, que
podem ser envolvidos em fraudes de identidade e extorsões.”
C) “A prática costuma utilizar um vídeo de referência e a face (ou corpo) de outra pessoa, que
não fazia parte do vídeo original. Criam-se áudios falsos, fazendo a inteligência artificial aprender
como uma pessoa fala e, a partir daí, obter uma montagem com outras falas, inclusive alterando
os lábios”
D) “Isso ocorre porque as novas redes neurais (sistemas de computação que funcionam como
neurônios do cérebro humano), a evolução da capacidade de processamento e a redução de
custos da computação em nuvem têm facilitado o acesso a essa tecnologia”
E) “As redes sociais devem se manter configuradas como privadas, já que fotos, áudios ou
vídeos disponíveis publicamente podem ser utilizados para alimentar a inteligência artificial e
engendrar deep fakes.”

11. (CESGRANRIO - Esc BB/BB/Agente Comercial/2023)


Pix: é o fim do dinheiro em espécie?
O Pix muda a forma como realizamos transações financeiras. Representará realmente o fim do

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DOC e da TED? O boleto bancário está ainda mais ameaçado de extinção? E o velho cheque vai
resistir a esses novos tempos?
Abrangente como é, o Pix pode reduzir ou acabar com a circulação das notas de real? Essa é
uma pergunta sem resposta fácil. O fato é que o avanço das transações financeiras eletrônicas,
em detrimento do uso do dinheiro em papel, pode ser benéfico para o Brasil, em vários sentidos.
O Pix tem tudo para ser o empurrãozinho que nos falta para chegarmos a esse cenário.
E por que o dinheiro em espécie resiste? Talvez você esteja entre aqueles que compram no
supermercado com cartão de crédito ou usam QR Code para pagar a farmácia. Mas a feira da
semana e os churros na esquina você paga com “dinheiro vivo”, certo? Um dos fatores que
escoram a circulação de papel-moeda no Brasil é a informalidade.
Atrelada a isso está a situação dos desbancarizados. A dificuldade que muita gente teve para
receber o auxílio emergencial, durante a pandemia, jogou luz sobre um problema notado há
tempos: a enorme quantidade de brasileiros que não têm acesso a serviços bancários. O pouco
de dinheiro que entra no orçamento dessas pessoas precisa ser gasto rapidamente para
subsistência.
Não há base financeira suficiente para justificar movimentações bancárias. Também pesa para o
time dos “sem-banco” o baixo nível de educação ou a falta de familiaridade com a tecnologia.
O fator cultural também favorece a circulação do dinheiro em espécie. É provável que você
conheça alguém que, mesmo tendo boa renda, prefere pagar boletos ou receber pagamentos
com cédulas simplesmente por estar acostumado a elas. Para muita gente que faz parte dessa
turma, dinheiro vivo é dinheiro recebido ou pago na hora. Não é preciso esperar a TED cair ou o
dia virar para o boleto ser compensado. Isso pesa mais do que a conveniência de se livrar da fila
da lotérica.
Embora o Brasil tenha um sistema bancário que suporta vários tipos de transações, o país estava
ficando para trás no que diz respeito a pagamentos instantâneos. O Pix veio para preencher essa
lacuna.
A modalidade permite transações em qualquer horário e dia, incluindo finais de semana e
feriados.
Essa característica, por si só, já é capaz de mudar a forma como lidamos com o dinheiro, pois
implica envio ou recebimento imediato: as transações via Pix são concluídas rapidamente.
É o fim do papel-moeda? Não é tão simples assim. O Pix não foi idealizado com o propósito
exclusivo de acabar com os meios de pagamento e transferência atuais, muito menos com o
papelmoeda, mas para fazer o sistema financeiro do Brasil evoluir e ficar mais competitivo.
Apesar disso, não é exagero esperar que, à medida que a população incorpore o sistema à sua
rotina, o uso de DOC, TED, boletos e cartões caia. Eventualmente, algum desses meios poderá
ser descontinuado, mas isso não acontecerá tão cedo — vide o exemplo do cheque, que não
“morreu” com a chegada do cartão.
No caso das cédulas, especialistas do mercado financeiro apontam para uma diminuição de
circulação, mas não para um futuro próximo em que o papel-moeda deixará de existir. Para que
esse cenário se torne realidade, é necessário, sobretudo, atacar a desbancarização. O medo ou a

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Aula 13

pouca familiaridade com a tecnologia podem ser obstáculos, mas o Pix é tão interessante para o
país que o próprio comércio incentiva o público mais resistente a aderir a ele.
ALECRIM, E. Disponível em: https://tecnoblog.net/especiais/ pix-fim-dinheiro-especie-
brasil/. Publicado em novembro de 2020. Acesso em: 2 dez. 2022. Adaptado.

O objetivo dessa reportagem é refletir sobre


A) a necessidade de implantar um sistema mais seguro do que o cartão de crédito para as
transferências do auxílio emergencial.
B) a sobrevivência do dinheiro em espécie frente ao novo mecanismo de transferência eletrônica
de valores.
C) as consequências negativas da mudança na cultura popular vigente no país sobre a
importância da inserção no sistema bancário.
D) os aspectos relevantes da cultura da informalidade no dia a dia da economia brasileira e as
dificuldades de acesso à tecnologia.
E) os impactos dos meios tradicionais de pagamento, como boleto e cartão de crédito, na
economia da população.

12. (CESGRANRIO - Esc BB/BB/Agente de Tecnologia/2023)


Empreendedorismo social: um caminho para quem quer mudar o mundo
Ainda que não exista uma concepção única sobre o empreendedorismo social, de forma geral, o
conceito está relacionado ao ato de empreender ou inovar com o objetivo de alavancar causas
sociais e ambientais. A meta é transformar uma realidade, promover o bem-estar da sociedade e
agregar valor com cunho social.(a)
Um empreendedor social produz bens e serviços que irão impactar positivamente a comunidade
em que ele está inserido e solucionar algum problema ou necessidade daquele grupo. Apesar de
poder ter retorno financeiro, os empreendimentos sociais analisam seu desempenho a partir do
impacto social gerado por sua atuação.(b)
Vale ressaltar que, apesar de apresentarem muitas similaridades, empreendedorismo social e
negócio social não são sinônimos. O empreendedorismo social cria valor por meio da inovação,
que gera uma transformação social. O foco não é o retorno financeiro, mas a resolução de
problemas sociais e o impacto positivo. Enquanto isso, os negócios sociais seguem a lógica
tradicional do mercado, porém com a ambição de gerar valor social.
Cinco características também são essenciais para a iniciativa: ser inovadora; realizável;
autossustentável; contar com a participação de diversos segmentos da sociedade,(c) incluindo as
pessoas impactadas; e promover impacto social com resultados mensuráveis.
Quem tem interesse de atuar nessa área precisa trabalhar em grupo e formar parcerias,(d) saber
lidar bem com as pessoas e buscar formas de trazer resultados de impacto social.
Além disso, o profissional precisa ter flexibilidade e vontade de explorar, pois é possível que ele

BNB (Analista Bancário 1) Português - 2024 (Pós-Edital) 147


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acabe exercendo um papel que não seja necessariamente na sua área de formação,(e) ou que sua
atuação se transforme rapidamente, por conta do dinamismo e das necessidades do negócio.
(MENDES, T. Empreendedorismo social: um caminho para quem quer mudar o mundo. Na prática, 7 jul. 2022.
Disponível em: https://www.napratica.org.br/empreendedorismo-social/. Acesso em: 2 set. 2022. Adaptado.)

O trecho do texto que resume o objetivo do “empreendedorismo social” é


A) “A meta é transformar uma realidade, promover o bem-estar da sociedade e agregar valor
com cunho social”.
B) “os empreendimentos sociais analisam seu desempenho a partir do impacto social gerado por
sua atuação”.
C) “ser inovadora; realizável; autossustentável; contar com a participação de diversos segmentos
da sociedade”.
D) “Quem tem interesse de atuar nessa área precisa trabalhar em grupo e formar parcerias”.
E) “o profissional precisa ter flexibilidade e vontade de explorar, pois é possível que ele acabe
exercendo um papel que não seja necessariamente na sua área de formação”.

13. (CESGRANRIO - Esc BB/BB/Agente de Tecnologia/2023) Utilize o texto da questão


anterior
O texto explica que o empreendedorismo social se diferencia do conceito de negócio social
porque o primeiro procura
A) criar profissionais especializados na sua área de atuação.
B) excluir do processo a parcela mais carente da população.
C) seguir a lógica tradicional do mercado de ações.
D) ter como objetivo produzir retorno financeiro.
E) transformar a sociedade por meio da inovação.

14. (CESGRANRIO - Adv (AgeRIO)/AgeRIO/2023)


Eu sei, mas não devia
Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia. A gente se acostuma a morar em apartamentos
de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se
acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de
todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E,
à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café
correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da
viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A
cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

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Aula 13

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os
mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas
negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra,
dos números, da longa duração.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para
as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o
dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar
mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez paga mais. E a procurar mais trabalho, para
ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a
televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido,
desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar-condicionado e cheiro de cigarro. À luz
artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água
potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir
passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no
pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas de mais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não
perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está
cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a
gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola
pensando no fim de semana. E se, no fim de semana, não há muito o que fazer, a gente vai
dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para
evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente
se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se
perde de si mesma.
(COLASANTI, M. Eu sei, mas não devia. Rio de Janeiro: Rocco Editora, 1996. p. 9. Adaptado.)

Considere a seguinte passagem do texto:

“Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.” (parágrafo 1)

Na opinião da autora, as várias situações apresentadas ao longo do texto têm como


consequência o fato de o ser humano
A) viver sempre apressado.
B) abandonar a luta pela paz.
C) abrir mão de usufruir da vida.

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D) influenciar-se pela publicidade.


E) desistir de proteger o meio ambiente.

15. (CESGRANRIO - Tec Ban (BASA)/BASA/2022)


“Maior fronteira agrícola do mundo está no bioma amazônico”,
diz pesquisador da Embrapa
O Brasil é um dos poucos países no mundo com a possibilidade de ampliar áreas com a
agropecuária. De fato, um estudo da ONU mostra que o país será o grande responsável por
produzir os alimentos necessários para atender os mais de 9 bilhões de pessoas que habitarão o
planeta em 2050. De acordo com pesquisadores da Embrapa, a região possui potencial e áreas
para ampliação sustentável da agricultura. Portanto, a responsabilidade do agricultor brasileiro é
muito grande.
A região amazônica se mostra promissora para a agricultura, pois ela é rica em um insumo
fundamental, a água. Estados como Rondônia e Acre têm municípios que recebem até 2.800
milímetros de chuvas por ano. E isso proporciona a qualidade e a possibilidade de semear mais
de uma cultura por ano.
Entretanto, as críticas internacionais, quanto ao uso e à ampliação da agricultura na região
amazônica, são um limitante para a exploração dessas áreas. Para cada nova área aberta para a
agricultura, parte deveria ser obrigatoriamente destinada à preservação ambiental, segundo as
exigências dos países que compram nossos produtos agrícolas.
(POPOV, Daniel. Canal Rural. Disponível em: https://www.canalrural.
com.br/projeto-soja-brasil/noticia/maior-fronteira-agricola- -mundo-amazonia-embrapa/. 19 set. 2019. Acesso em: 30
nov. 2021. Adaptado).

De acordo com o texto, para atender às exigências internacionais, o país deve


A) conscientizar os agricultores da necessidade de ampliar seus negócios.
B) diversificar os tipos de culturas que exigem a utilização de muita água.
C) garantir a destinação de terras a atividades de preservação ambiental.
D) liberar as áreas de cultivo de produtos agrícolas na região amazônica.
E) restringir as terras amazônicas ao desenvolvimento da pecuária.

16. (CESGRANRIO - Tec Cien (BASA)/BASA/Tecnologia da Informação/2022)


Uma cena
É de manhã. Não num lugar qualquer, mas no Rio. E não numa época qualquer, mas no outono.
Outono no Rio. O ar é fino, quase frio, as pedras portuguesas da calçada estão úmidas. No alto,

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o céu já é de um azul escandaloso, mas o sol oblíquo ainda não conseguiu vencer os prédios e
arrasta seus raios pelo mar, pelas praias, por cima das montanhas, longe dali. Não chegou à rua.
E, naquele trecho, onde as amendoeiras trançam suas copas, ainda é quase madrugada.
Mesmo assim, ela já está lá – como se à espera do sol.
É uma senhora de cabelos muito brancos, sentada em sua cadeira, na calçada. Na rua tranquila,
de pouco movimento, não passa quase ninguém a essa hora, tão de manhãzinha. Nem carros,
nem pessoas. O que há mais é o movimento dos porteiros e dos pássaros. Os primeiros, com
suas vassouras e mangueiras, conversando sobre o futebol da véspera. Os segundos, cantando –
dentro ou fora das gaiolas.
Mas, mesmo com tão pouco movimento, a senhora já está sentada muito ereta, com seu
vestidoestampado, de corte simples, suas sandálias. Tem o olhar atento, o sorriso pronto a
cumprimentar quem surja. No braço da cadeira de plástico branco, sua mão repousa, mas
também parece pronta a erguer -se num aceno, quando alguém passar.
É uma cena bonita, eu acho. Cena que se repete todos os dias. Parece coisa de antigamente.
Parece. Não fosse por um detalhe. A senhora, sentada placidamente em sua cadeira na calçada,
observando as manhãs, está atrás das grades.
Meu irmão, que foi morar fora do Brasil e ficou 15 anos sem vir aqui, ao voltar só teve um
choque: as grades. Nada mais o impressionou, tudo ele achou normal. Fez Comentários vagos
sobre as árvores crescidas no Aterro, sobre o excesso de gente e carros, tudo sem muita ênfase.
Mas e essas grades, me perguntou, por que todas essas grades? E eu, espantada com seu
espanto, eu que de certa forma já me acostumara à paisagem gradeada, fiquei sem saber o que
dizer.
Penso nisso agora, ao passar pela rua e ver aquela senhora. Todos os dias, o porteiro coloca ali a
cadeira para que ela se sente, junto ao jardim, em frente à portaria, por trás da proteção do
gradil pintado com tinta cor de cobre. E essa cena tão singela, de sabor tão antigo, se desenrola
assim, por trás de barras de ferro, que mesmo sendo de alumínio para não enferrujar são de um
ferro simbólico, que prende, constrange, restringe.
Eu, da calçada, vejo-a sempre por entre as tiras verticais de metal, sua figura frágil me fazendo
lembrar os passarinhos que os porteiros guardam nas gaiolas, pendurados nas árvores.
SEIXAS, Heloisa. Contos mínimos. Rio de Janeiro: Record, 2001.

Esse texto, que se inicia a partir do cotidiano de uma velha senhora que tem por hábito sentar-se
na calçada observando as manhãs, constrói uma crítica
A) ao abandono dos idosos que, na velhice, se veem sozinhos, sem o apoio e o carinho de sua
família.
B) ao excesso de pessoas e carros nas ruas, que somente é percebido por quem se afasta da
cidade por um tempo e retorna.

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C) às cenas diárias que repetem costumes do passado, que há muito já deveriam ter sido
abandonados pela população.
D) às grades, que hoje dominam o cenário das cidades e que foram sendo colocadas aos poucos
ao redor de todos nós.
E) às autoridades de segurança pública, que não atuam em prol do direito de ir e vir, sem riscos,
da população.

17. (CESGRANRIO - PNMO (ELETRONUCLEAR)/ELETRONUCLEAR/Especialista em Proteção


Radiológica/2022)
Maria José
Paulo Mendes Campos
Faz um ano que Maria José morreu. Era meiga quase sempre, violenta quando necessário. Eu
era menino e apanhava de um companheiro maior, quando ela me gritou da sacada se eu não via
a pedra que marcava o gol. Dei uma pedrada no outro e acabei com a briga por milagre.
Visitava os miseráveis, internava indigentes enfermos, devotava-se ao alívio de misérias físicas e
morais do próximo, estudava o mistério teológico, exigia sempre o mais difícil de si mesma,
comungava todos os dias, ingressou na Ordem Terceira de São Francisco. Mas nunca deixou de
ter na gaveta o revólver que havia recebido, menina-e-moça, das mãos do pai, e que empunhou
no quintal noturno, perseguindo um ladrão, para espanto de meus cinco anos.
Já perto dos setenta anos, ela explicava para um amigo meu que tinha chegado à humildade da
velhice; já não se importava com quem tentasse ofendê-la, mas conservava o revólver para a
defesa dos filhos e dos netos.
Tratou-me com a dureza e o carinho que mereciam a rebeldia e o verdor da minha meninice.
Ensinou- me a ler as primeiras sentenças; me falava do Cura d’Ars e nos dois Franciscos, o de
Sales e o de Assis; apresentou-me aos contos de Edgar Poe e aos poemas de Baudelaire;
dizia-me sorrindo versos de Antônio Nobre que havia decorado quando menina; discutia comigo
as ideias finais de Tolstoi; escutava maternalmente meus contos toscos. Quando me desgarrei
nos primeiros envolvimentos adolescentes, Maria José, com irônico afeto, me repetia a
advertência de Drummond: “Paulo, sossegue, o amor é isso que você está vendo: hoje beija,
amanhã não beija, depois de amanhã é domingo e segunda-feira ninguém sabe o que será”.
Logo que me fiz homenzinho, deixou a dureza e se fez minha amiga: nada me perguntava,
adivinhava tudo.
Terna e firme, nunca lhe vi a fraqueza da pieguice. Com o gosto espontâneo da qualidade das
coisas, renunciou às vaidades mais singelas. Sensível, alegre, aprendeu a encarar o sofrimento de
olhos lúcidos. Fiel à disciplina religiosa, compreendia celestialmente as almas que perdiam o
rumo. Fé, Esperança e Caridade eram para ela a flecha e o alvo das criaturas.

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Tornara-se tão íntima da substância terrestre – a dor – que se fazia difícil para o médico saber o
que sentia; acabava dizendo que doía um pouco, por delicadeza.
Capaz de longos jejuns e abstinências, já no final da vida, podia acompanhar um casal amigo a
Copacabana, passar do bar da moda ao restaurante diferente, beber dois cafés ou três uísques
em santa serenidade e aceitar com alegria o prato exótico.
Gostava das pessoas erradas, consumidas de paixão, admirava São Paulo e Santo Agostinho,
acreditava que era preciso se fazer violência para entrar no reino celeste.
Poucas horas antes de morrer, pediu um conhaque e sorriu, destemida e doce, como quem vai
partir para o céu. Santificara-se. Deus era o dia e a noite de seu coração, o Pai, a piedade, o fogo
do espírito. Perdi quem me amava e perdoava, quem me encomendava à compaixão do Criador
e me defendia contra o mundo de revólver na mão.
Disponível em: https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/7173/maria- jose. Acesso em: 05 fev. 2022.

No texto, o narrador apresenta Maria José ao leitor, descrevendo-a a partir de aspectos


subjetivos, como em:
A) “Faz um ano que Maria José morreu.” (parágrafo 1)
B) “Visitava os miseráveis, internava indigentes enfermos” (parágrafo 2)
C) “comungava todos os dias” (parágrafo 2)
D) “apresentou-me aos contos de Edgar Poe e aos poemas de Baudelaire” (parágrafo 4)
E) “Terna e firme, nunca lhe vi a fraqueza da pieguice.” (parágrafo 6)

18. (CESGRANRIO - PNMO (ELETRONUCLEAR)/ELETRONUCLEAR/Especialista em Proteção


Radiológica/2022) Utilize o texto da questão anterior
De acordo com o narrador, Maria José “Era meiga quase sempre, violenta quando necessário”
(parágrafo 1)
Essa violência a que o narrador se refere pode ser comprovada no trecho:
A) “ela me gritou da sacada se eu não via a pedra que marcava o gol. Dei uma pedrada no
outro” (parágrafo 1)
B) “Tratou-me com a dureza e o carinho que mereciam a rebeldia e o verdor da minha
meninice.” (parágrafo 4)
C) “Fé, Esperança e Caridade eram para ela a flecha e o alvo das criaturas.” (parágrafo 6)
D) “Tornara-se tão íntima da substância terrestre – a dor” (parágrafo 7)
E) “Gostava das pessoas erradas, consumidas de paixão” (parágrafo 9)

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19. (CESGRANRIO - PNMO (ELETRONUCLEAR)/ELETRONUCLEAR/Especialista em Proteção


Radiológica/2022) Utilize o texto da questão anterior
No trecho do parágrafo 3 “Já perto dos setenta anos, ela explicava para um amigo meu que
tinha chegado à humildade da velhice”, percebe-se que o processo de envelhecimento provocou
mudanças em Maria José.
De acordo com o texto, o que nela NÃO mudou durante a velhice foi o(A)
A) hábito de praticar atos de caridade em prol dos necessitados.
B) gosto por iniciar as crianças da família na literatura.
C) instinto de sempre proteger os filhos e os netos.
D) capacidade de se submeter a longos jejuns e a abstinências.
E) tendência de responder às ofensas sofridas com violência.

20. (CESGRANRIO - PNMO (ELETRONUCLEAR)/ELETRONUCLEAR/Especialista em Proteção


Radiológica/2022) Utilize o texto da questão anterior
A partir do trecho do parágrafo 6 “Terna e firme, nunca lhe vi a fraqueza da pieguice”,
entende-se que Maria José era uma mulher
A) afetada
B) vaidosa
C) corajosa
D) tímida
E) extravagante

21. (CESGRANRIO - PNMO (ELETRONUCLEAR)/ELETRONUCLEAR/Especialista em Proteção


Radiológica/2022) Utilize o texto da questão anterior
A partir da leitura do parágrafo final do texto, entende-se que, diante da morte de Maria José, o
narrador experimentou um sentimento de
A) raiva
B) pavor
C) alegria
D) desamparo
E) alívio

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22. (CESGRANRIO - PNS (ELETRONUCLEAR)/ELETRONUCLEAR/Administrador/2022)


Entulho eletrônico: risco iminente para a saúde e o ambiente
Os resíduos de equipamentos eletroeletrônicos (lixo eletroeletrônico) são, por definição,
produtos que têm componentes elétricos e eletrônicos e que, por razões de obsolescência
(perspectiva ou programada) e impossibilidade de conserto, são descartados pelos
consumidores. Os exemplos mais comuns são televisores e equipamentos de informática e
telefonia, mas a lista inclui eletrodomésticos, equipamentos médicos, brinquedos, sistemas de
alarme, automação e controle.
Obsolescência programada é a decisão intencional de fabricar um produto que se torne
obsoleto ou não funcional após certo tempo, para forçar o consumidor a comprar uma nova
==2537cb==

geração desse produto. Já a obsolescência perspectiva é uma forma de reduzir a vida útil de
produtos ainda funcionais. Nesse caso, são lançadas novas gerações com aparência inovadora e
pequenas mudanças funcionais, dando à geração em uso aspecto de ultrapassada, o que induz o
consumidor à troca.
O lixo eletroeletrônico é mais um desafio que se soma aos problemas ambientais da atualidade.
O consumidor raramente reflete sobre as consequências do consumo crescente desses produtos,
preocupando- se em satisfazer suas necessidades. Afinal, eletroeletrônicos são tidos como
sinônimos de melhor qualidade de vida, e a explosão da indústria da informação é uma força
motriz da sociedade, oferecendo ferramentas para rápidos avanços na economia e no
desenvolvimento social. O mundo globalizado impõe uma constante busca de informações em
tempo real, e a sua interação com novas tecnologias traz maiores oportunidades e benefícios,
segundo estudo da Organização das Nações Unidas (ONU). Tudo isso exerce um fascínio
irresistível para os jovens.
Dois aspectos justificam a inclusão dos eletroeletrônicos entre as preocupações da ONU: as
vendas crescentes, em especial nos mercados emergentes (inclusive o Brasil), e a presença de
metais e substâncias tóxicas em muitos componentes, trazendo risco à saúde e ao meio
ambiente. Segundo a ONU, são gerados hoje 150 milhões de toneladas de lixo eletroeletrônico
por ano, e esse tipo de resíduo cresce a uma velocidade três a cinco vezes maior que a do lixo
urbano.
AFONSO, J. C. Revista Ciência Hoje, n. 314, maio 2014. São Paulo: SBPC. Disponível em:
https://cienciahoje.periodicos.capes. gov.br/storage/acervo/ch/ch_314.pdf. Adaptado.

Em seu desenvolvimento temático, depois de se referir ao estudo da ONU sobre a função das
novas tecnologias no mundo globalizado, o texto desenvolve a ideia de que
A) a obsolescência programada é a fabricação intencional de um produto para que se torne
obsoleto e force o consumidor a adquirir uma nova geração.

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B) a presença de metais e substâncias tóxicas em muitos componentes provoca riscos à saúde e


ao meio ambiente.
C) eletrodomésticos, equipamentos médicos, brinquedos, sistemas de alarme, automação e
controle são exemplos de aparelhos eletroeletrônicos.
D) o lixo eletroeletrônico é formado por resíduos de equipamentos eletroeletrônicos, como
computadores e celulares.
E) os consumidores preocupam-se em satisfazer suas necessidades sem refletir sobre os efeitos
do consumo crescente dos eletroeletrônicos.

23. (CESGRANRIO - PNS (ELETRONUCLEAR)/ELETRONUCLEAR/Administrador/2022) Utilize


o texto da questão anterior
Com base no conteúdo desenvolvido e na sua forma de apresentação, conclui-se que o texto
tem o objetivo de
A) analisar de forma crítica as soluções dos governantes para reduzir a acumulação de resíduos
tóxicos.
B) apresentar ao leitor propostas para reduzir os efeitos do entulho eletrônico sobre a
humanidade.
C) descrever características dos produtos eletroeletrônicos considerados obsoletos pelo
mercado.
D) conscientizar o leitor dos perigos relacionados ao excesso de produtos eletroeletrônicos no
meio ambiente.
E) relatar episódios que sirvam como exemplificação dos conceitos científicos discutidos.

24. (CESGRANRIO - PNS (ELETRONUCLEAR)/ELETRONUCLEAR/Administrador/2022) Utilize


o texto da questão anterior
A obsolescência perspectiva é definida no texto como a(o)
A) decisão intencional de fabricar um produto que se torne obsoleto após um determinado
tempo para condicionar a compra de outro.
B) redução da vida útil de um produto funcional pelo lançamento de novas gerações com
aparência inovadora e pequenas mudanças.
C) retirada do mercado de peças de reposição de um produto para forçar o consumidor a
comprar um outro mais caro.
D) descarte de aparelhos eletrônicos pelos consumidores por impossibilidade de conserto dos
defeitos de funcionamento.

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E) aumento na produção de resíduos tóxicos devido à produção desenfreada de lixo


eletroeletrônico composto por metais pesados.

25. (CESGRANRIO - PNS (ELETRONUCLEAR)/ELETRONUCLEAR/Administrador/2022) Utilize


o texto da questão anterior
No texto, os dois primeiros parágrafos estabelecem entre si a seguinte relação:
A) apresentação de problema / definição de conceitos
B) definição de termos / exemplificação de casos
C) proposição de tese / desenvolvimento de argumentos
D) situação hipotética / comprovação por evidências
E) relato de caso / explicitação de motivação

26. (CESGRANRIO / CAIXA ECONÔMICA / TÉCNICO / 2021)


Relacionamento com o dinheiro
Desde cedo, começamos a lidar com uma série de situações ligadas ao dinheiro. Para tirar
melhor proveito do seu dinheiro, é muito importante saber como utilizá-lo da forma mais
favorável a você. O aprendizado e a aplicação de conhecimentos práticos de educação financeira
podem contribuir para melhorar a gestão de nossas finanças pessoais, tornando nossas vidas
mais tranquilas e equilibradas sob o ponto de vista financeiro.
Se pararmos para pensar, estamos sujeitos a um mundo financeiro muito mais complexo
que o das gerações anteriores. No entanto, o nível de educação financeira da população não
acompanhou esse aumento de complexidade. A ausência de educação financeira, aliada à
facilidade de acesso ao crédito, tem levado muitas pessoas ao endividamento excessivo,
privando-as de parte de sua renda em função do pagamento de prestações mensais que
reduzem suas capacidades de consumir produtos que lhes trariam satisfação.
Infelizmente, não faz parte do cotidiano da maioria das pessoas buscar informações que as
auxiliem na gestão de suas finanças. Para agravar essa situação, não há uma cultura coletiva, ou
seja, uma preocupação da sociedade organizada em torno do tema. Nas escolas, pouco ou nada
é falado sobre o assunto. As empresas, não compreendendo a importância de ter seus
funcionários alfabetizados financeiramente, também não investem nessa área. Similar problema é
encontrado nas famílias, nas quais não há o hábito de reunir os membros para discutir e elaborar
um orçamento familiar. Igualmente entre os amigos, assuntos ligados à gestão financeira pessoal
muitas vezes são considerados invasão de privacidade e pouco se conversa em torno do tema.
Enfim, embora todos lidem diariamente com dinheiro, poucos se dedicam a gerir melhor seus
recursos.

BNB (Analista Bancário 1) Português - 2024 (Pós-Edital) 157


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Aula 13

A educação financeira pode trazer diversos benefícios, entre os quais, possibilitar o


equilíbrio das finanças pessoais, preparar para o enfrentamento de imprevistos financeiros e para
a aposentadoria, qualificar para o bom uso do sistema financeiro, reduzir a possibilidade de o
indivíduo cair em fraudes, preparar o caminho para a realização de sonhos, enfim, tornar a vida
melhor.
(BANCO CENTRAL DO BRASIL. Caderno de Educação Financeira – Gestão de Finanças Pessoais. Brasília: BCB,
2013. p. 12. Adaptado).

O texto tem o objetivo primordial de


A) ensinar a gerir as finanças pessoais de maneira eficaz.
B) sensibilizar sobre a importância da educação financeira.
C) prevenir quanto aos perigos do acesso facilitado ao crédito.
D) alertar para a complexidade maior do mundo financeiro atual.
E) sugerir a incorporação do hábito de elaborar orçamento familiar.

27. (CESGRANRIO / BANCO DO BRASIL / ESCRITURÁRIO - PROVA B / 2021)

O que é o QA e por que ele pode ser mais importante que o QI no mercado de trabalho
Há algum tempo, se você quisesse avaliar as perspectivas de alguém crescer na carreira,
poderia considerar pedir um teste de QI, o quociente de inteligência, que mede indicadores
como memória e habilidade matemática.
Mais recentemente, passaram a ser avaliadas outras letrinhas: o quociente de inteligência
emocional (QE), uma combinação de habilidades interpessoais, autocontrole e comunicação. Não
só no mundo do trabalho, o QE é visto como um kit de habilidades que pode nos ajudar a ter
sucesso em vários aspectos da vida.
Tanto o QI quanto o QE são considerados importantes para o sucesso na carreira. Hoje,
porém, à medida que a tecnologia redefine como trabalhamos, as habilidades necessárias para
prosperar no mercado de trabalho também estão mudando. Entra em cena então um novo
quociente, o de adaptabilidade (QA), que considera a capacidade de se posicionar e prosperar
em um ambiente de mudanças rápidas e frequentes.
O QA não é apenas a capacidade de absorver novas informações, mas de descobrir o que
é relevante, deixar para trás noções obsoletas, superar desafios e fazer um esforço consciente
para mudar. Esse quociente envolve também características como flexibilidade, curiosidade,
coragem e resiliência.
Amy Edmondson, professora de Administração da Harvard Business School, diz que é a
velocidade vertiginosa das mudanças no mercado de trabalho que fará o QA vencer o QI.
Automatiza-se facilmente qualquer função que envolva detectar padrões nos dados (advogados
revisando documentos legais ou médicos buscando o histórico de um paciente, por exemplo), diz
Dave Coplin, diretor da The Envisioners, consultoria de tecnologia sediada no Reino Unido. A
tecnologia mudou bastante a forma como alguns trabalhos são feitos, e a tendência continuará.
Isso ocorre porque um algoritmo pode executar essas tarefas com mais rapidez e precisão do que

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um humano.
Para evitar a obsolescência, os trabalhadores que cumprem essas funções precisam
desenvolver novas habilidades, como a criatividade para resolver novos problemas, empatia para
se comunicar melhor e responsabilidade.
Edmondson diz que toda profissão vai exigir adaptabilidade e flexibilidade, do setor
bancário às artes. Digamos que você é um contador. Seu QI o ajuda nas provas pelas quais
precisa passar para se qualificar; seu QE contribui na conexão com um recrutador e depois no
relacionamento com colegas e clientes no emprego. Então, quando os sistemas mudam ou os
aspectos do trabalho são automatizados, você precisa do QA para se acomodar a novos cenários.
Ter QI, mas nenhum QA, pode ser um bloqueio para as habilidades existentes diante de
novas maneiras de trabalhar. No mundo corporativo, o QA está sendo cada vez mais buscado na
hora da contratação. Uma coisa boa do QA é que, mesmo que seja difícil mensurá-lo,
especialistas dizem que ele pode ser desenvolvido.
Como diz Edmondson: “Aprender a aprender é uma missão crítica. A capacidade de
aprender, mudar, crescer, experimentar se tornará muito mais importante do que o domínio de
um assunto.”
(Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/vert-cap-50429043>. Acesso em: 9 jul. 2021 - Adaptado)

De acordo com o texto, hoje a valorização do QA tende a superar a do QI e a do QE no


ambiente de trabalho porque
A) as habilidades interpessoais são muito requeridas.
B) o conhecimento tecnológico é cada vez mais necessário.
C) a memória e a habilidade matemática são indicadores exigidos.
D) a capacidade de adaptação faz a diferença entre o homem e a máquina.
E) a automatização requer colaboradores que superem a rapidez e a precisão do algoritmo.

28. (CESGRANRIO / BANCO DO BRASIL / ESCRITURÁRIO - PROVA B / 2021) Utilize o texto


da questão anterior
Ao abordar perspectivas de evolução na carreira, o texto destaca que a(s)
A) mudança no mercado se dará pela valorização do QE.
B) capacidade para a detecção de padrões será valorizada.
C) habilidades relacionadas ao QA poderão ser aprimoradas.
D) atividades relativas às artes serão excluídas das mudanças.
E) competências teóricas relacionadas ao QI serão evidenciadas.

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29. (CESGRANRIO / BANCO DO BRASIL / ESCRITURÁRIO - PROVA B / 2021) Utilize o texto


da questão anterior
O trecho que evidencia a razão pela qual novos indicadores passaram a balizar o processo de
seleção das empresas é:
A) “Há algum tempo, se você quisesse avaliar as perspectivas de alguém crescer na carreira,
poderia considerar pedir um teste de QI”. (parágrafo 1)
B) “o QE é visto como um kit de habilidades que pode nos ajudar a ter sucesso em vários
aspectos da vida.” (parágrafo 2)
C) “A tecnologia mudou bastante a forma como alguns trabalhos são feitos, e a tendência
continuará.” (parágrafo 5)
D) “Seu QI o ajuda nas provas pelas quais precisa passar para se qualificar”. (parágrafo 7)
E) “Uma coisa boa do QA é que, mesmo que seja difícil mensurá-lo, especialistas dizem que ele
pode ser desenvolvido.” (parágrafo 8)

30. (CESGRANRIO / BANCO DO BRASIL / ESCRITURÁRIO - PROVA A / 2021)

Privacidade digital: quais são os limites


Atualmente, somos mais de 126,4 milhões de brasileiros usuários de internet,
representando cerca de 69,8% da população com 10 anos ou mais. Ao redor do mundo, cerca de
4 bilhões de pessoas usam a rede mundial, sendo que 2,9 bilhões delas fazem isso pelo
smartphone.
Nesse cenário, pensar em privacidade digital é (quase) utópico. Uma vez na rede, a
informação está registrada para sempre: deixamos rastros que podem ser descobertos a
qualquer momento.
Ainda assim, mesmo diante de tamanha exposição, essa é uma discussão que precisa ser
feita. Ela é importante, inclusive, para trazer mais clareza e consciência para os usuários. Vale
lembrar, por exemplo, que não são apenas as redes sociais que expõem as pessoas. Infelizmente,
basta ter um endereço de e-mail para ser rastreado por diferentes empresas e provedores.
A questão central não se resume somente à política de privacidade das plataformas X ou Y,
mas, sim, ao modo como cada sociedade vem paulatinamente estruturando a sua política de
proteção de dados.
A segurança da informação já se transformou em uma área estratégica para qualquer tipo
de empresa. Independentemente da demanda de armazenamento de dados de clientes, as
organizações têm um universo de dados institucionais que precisam ser salvaguardados.
Estamos diante de uma realidade já configurada: a coleta de informações da internet não
para, e esse é um caminho sem volta. Agora, a questão é: nós, clientes, estamos prontos e

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dispostos a definir o limite da privacidade digital? O interesse maior é nosso! Esse limite poderia
ser dado pelo próprio consumidor, se ele assim quiser? O conteúdo é realmente do usuário?
Se considerarmos a atmosfera das redes sociais, muito possivelmente não. Isso porque,
embora muitas pessoas não saibam, a maioria das redes sociais prevê que, a partir do momento
em que um conteúdo é postado, ele faz parte da rede e não é mais do usuário.
Daí a importância da conscientização. É preciso que tanto clientes como empresas
busquem mais informação e conteúdo técnico sobre o tema. Às organizações, cabe o desafio de
orientar seus clientes, já que, na maioria das vezes, eles não sabem quais são os limites da
privacidade digital.
Vivemos em uma época em que todo mundo pode falar permanentemente o que quer.
Nesse contexto, a informação deixou de ser algo confiável e cabe a cada um de nós aprender a
ler isso e se proteger. Precisamos de consciência, senso crítico, responsabilidade e cuidado para
levar a internet a um outro nível. É fato que ela não é segura, a questão, então, é como usá-la de
maneira mais inteligente e contribuir para fortalecer a privacidade digital? Essa é uma causa
comum a todos os usuários da rede.
Disponível em: <https://digitalks.com.br/artigos/privacidade-digital-quais-sao-os-limites>. 7/04/2019.
Acesso em: 3 fev. 2021. Adaptado.

Um argumento que justifica a tese de que “pensar em privacidade digital é (quase) utópico”
(parágrafo 2) aparece em
A) “A questão central não se resume somente à política de privacidade das plataformas X ou Y”
(parágrafo 4)
B) “A segurança da informação já se transformou em uma área estratégica para qualquer tipo de
empresa” (parágrafo 5)
C) “a partir do momento em que um conteúdo é postado, ele faz parte da rede e não é mais do
usuário” (parágrafo 7)
D) “É preciso que tanto clientes como empresas busquem mais informação e conteúdo técnico
sobre o tema” (parágrafo 8)
E) “Precisamos de consciência, senso crítico, responsabilidade e cuidado para levar a internet a
um outro nível.” (parágrafo 9)

31. (CESGRANRIO / BANCO DO BRASIL / ESCRITURÁRIO - PROVA A / 2021) Utilize o texto


da questão anterior

Depois de questionar se o conteúdo que circula nas redes é realmente propriedade do usuário
(parágrafo 6), o texto desenvolve a ideia de que
A) a maior parte dos usuários no mundo acessa a internet por meio de um smartphone.

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B) a segurança da informação já se transformou em uma área estratégica para as empresas.


C) as empresas e os provedores conseguem rastrear os usuários por meio de endereço de e-mail.
D) as organizações devem conscientizar os clientes em relação aos limites da privacidade digital.
E) as pessoas deixam rastros na rede que podem ser descobertos a qualquer momento.

32. (CESGRANRIO / BANCO DO BRASIL / AGENTE DE TECNOLOGIA / 2021)


Lições após um ano de ensino remoto na pandemia
No momento em que se tornam ainda mais complexas as discussões sobre a volta às aulas
presenciais, o ensino remoto continua a ser a rotina de muitas famílias, atualmente.
Mas um ano sem precedentes na história veio acompanhado de lições inéditas para
professores, alunos e estudiosos. Diante do pouco acesso a planos de dados ou a dispositivos, a
alternativa de muitas famílias e professores tem sido se conectar regularmente via aplicativos de
mensagens.
Uma pesquisa apontou que 83% dos professores mantinham contato com seus alunos por
meio dos aplicativos de mensagens, muito mais do que pelas próprias plataformas de
aprendizagem. Esse uso foi uma grande surpresa, mas é porque não temos outras ferramentas de
massificação. A maior parte do ensino foi feita pelo celular e, geralmente, por um celular
compartilhado (entre vários membros da família), o que é algo muito desafiador.
Outro aspecto a ser considerado é que, felizmente, mensagens direcionadas são uma
forma relativamente barata de comunicação. A importância de cultivar interações entre os
estudantes, mesmo que eles não estejam no mesmo ambiente físico, também é uma forma de
motivá-los e melhorar seus resultados. Recentemente, uma pesquisadora afirmou que
“Aprendemos que precisamos dos demais: comparar estratégias, falar com alunos, com outros
professores e dar mais oportunidades de trabalho coletivo, mesmo que seja cada um na sua casa.
Além disso, a pandemia ressaltou a importância do vínculo anterior entre escolas e
comunidades”.
Embora seja difícil prever exatamente como o fechamento das escolas vai afetar o
desenvolvimento futuro dos alunos, educadores internacionais estimam que estudantes da
educação básica já foram impactados. É preciso pensar em como agrupar esses alunos e
averiguar os que tiveram ensino mínimo ou nulo e decidir como enfrentar essa ruptura, com aulas
ou encontros extras, com anos (letivos) de transição. IDOETA, P.A. 8 lições após um ano de
ensino remoto na pandemia.
Disponível em: <https://educacao.uol.com.br/noticias/
bbc/2021/04/24/8-licoes-apos-um-ano-de-ensino-remoto-napandemia.htm>. Acesso em: 21 jul. 2021. Adaptado.

Um argumento utilizado no texto para explicar o relativo sucesso do ensino remoto durante a

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pandemia é:
A) O baixo custo relacionado ao uso de aplicativos de mensagens.
B) O uso de plataformas de aprendizagem de alta tecnologia.
C) A oportunidade de utilização de imagens e áudios disponíveis na rede.
D) A possibilidade de aprofundamento dos conteúdos de várias disciplinas.
E) A qualidade do acesso às atividades devido à alta conectividade.

33. (CESGRANRIO / BANCO DO BRASIL / AGENTE DE TECNOLOGIA / 2021) Utilize o texto


da questão anterior
No parágrafo 5, depois da afirmação de que educadores internacionais estimam que estudantes
da educação básica já foram impactados pela falta de escolarização, desenvolve-se a ideia de
que
A) o ensino remoto mediado por tecnologia permitiu a continuidade da escolarização durante a
pandemia.
B) os alunos que foram prejudicados por esse processo precisarão ter aulas ou encontros extras
para enfrentar essa ruptura.
C) a alternativa mais produtiva para realizar o ensino remoto tem sido a conexão via aplicativos
de mensagens.
D) os professores, em sua grande maioria, mantiveram contato com os alunos por meio dos
aplicativos de mensagens.
E) o celular, muitas vezes compartilhado pela família, foi a ferramenta mais utilizada para efetivar
as atividades de ensino remoto.

34. (CESGRANRIO / UFRJ / 2019)


No texto abaixo, aborda-se a condição da mulher na sociedade atual.

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A partir da frase que finaliza o Texto II – “Acho que piorei de estojo e de vida” (l. 41-42) –,
constata-se que o autor
A) comportava-se de modo nostálgico.
B) era fortemente apegado ao objeto.
C) carregava consigo objetos inusitados.
D) tinha muito cuidado com seus pertences.
E) apresentava um perfil marcado pelo egoísmo.

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35. (CESGRANRIO / UFRJ / 2019) Utilize o texto da questão anterior.


Com base na leitura de todo o Texto II, entende-se que ele tem como foco a contraposição entre
A) cheiro de notebook e cheiro de estojo
B) requinte e simplicidade
C) sociedade e indivíduo
D) presente e passado
E) trabalho e lazer.

36. (CESGRANRIO / UFRJ / 2019) Utilize o texto da questão anterior.


No Texto II, o sentido denotativo e o sentido conotativo convivem.
O trecho do texto em que há somente denotação é:
A) “Noite dessas, ciscando num desses canais a cabo, vi uns caras oferecendo maravilhas
eletrônicas” (l. 1-3)
B) “Minhas necessidades são mais modestas” (l. 6)
C) “contemporâneo das cavernas da informática”. (l. 7-8)
D) “retirei das entranhas de isopor o novo notebook e coloquei-o em cima da mesa.” (l. 16-17)
E) “houve um corte na memória e vi diante de mim o meu primeiro estojo escolar.” (l. 19-20).

37. (CESGRANRIO / UFRJ / 2019)


De acordo com o Texto I, obsolescência perceptiva (l. 45) é aquela que é caracterizada pelo(a)
A) aumento da vida útil dos produtos eletrônicos
B) ampliação da capacidade técnica dos produtos
C) necessidade de compra de produto recém-lançado
D) renovação do modelo estético dos produtos
E) queda de desempenho do produto antigo.

38. (CESGRANRIO / UFRJ / 2019) Utilize o texto da questão anterior.


No Texto I, a tese defendida pelo autor pode ser resumida no seguinte trecho:
A) “Obsolescência programada: inimiga ou parceira do consumidor?” (título).
B) “Essa estratégia da indústria pode ser vista como inimiga do consumidor” (l. 8-9).
C) "Planejar inovação é extremamente importante para melhoria e aumento da capacidade
técnica de um produto” (l. 13-15).
D) “Isso não significa que o consumidor está refém de trocas constantes de equipamento” l.
34-35).
E) “O saldo geral é que as atualizações trazidas pela obsolescência programada trazem
benefícios à sociedade” (l. 64-66).

39. (CESGRANRIO / UFRJ / 2019) Utilize o texto da questão anterior.


O fragmento do Texto I que comprova a estratégia argumentativa usada pelo autor para
aproximar-se do leitor, buscando persuadi-lo, é:
A) “Uma câmera com uma resolução melhor pode motivar a compra de um novo celular” (l. 5-7)

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B) “Já imaginou se um carro de hoje fosse igual a um carro dos anos 1970?” (l.15-17)
C) “Outro sinal é detectado quando não é possível repor acessórios como carregadores
compatíveis” (l. 29-31)
D) “É preciso lembrar também que a obsolescência programada se dá de forma diferente em
cada tipo de equipamento.” (l. 49-51)
E) “É por conta disso que membros de uma mesma família que moram em países diferentes
podem conversar diariamente” (l. 68-71).

40. (CESGRANRIO / UFRJ / 2019) Utilize o texto da questão anterior.


O Texto I, que aborda a obsolescência programada, busca
A) condenar a produção excessiva de lixo eletrônico.
B) denunciar o preço exorbitante das mercadorias modernas.
C) alertar sobre o consumo desenfreado de novas tecnologias.
D) destacar a queda vertiginosa na qualidade dos itens à venda.
E) analisar a suplantação dos produtos disponibilizados ao consumidor.

41. (CESGRANRIO / UFRJ / 2019)


Texto III
Beira-mar
Quase fim de longa tarde de verão. Beira do mar no Aterro do Flamengo próximo ao Morro da
Viúva, frente para o Pão de Açúcar. Com preguiça, o sol começava a esconder-se atrás dos
edifícios. Parecia resistir ao chamado da noite. Nas pedras do quebra-mar caniços de pesca
moviam-se devagar, ao lento vai e vem do calmo mar de verão. Cercados por quatro ou cinco
pescadores de trajes simples ou ordinários, e toscas sandálias de dedo.
Bermuda bege de fino brim, tênis e camisa polo de marcas célebres, Ricardo deixara o carro em
estacionamento de restaurante nas imediações. Nunca fisgara peixe ali. Olhado com
desconfiança. Intruso. Bolsa a tiracolo, balde e vara de dois metros na mão. A boa técnica ensina
que o caniço deve ter no máximo dois metros e oitenta centímetros para a chamada pesca de
molhes, nome sofisticado para quebra-mar. Ponta de agulha metálica para transmitir à mão do
pescador maior sensibilidade à fisgada do peixe. É preciso conhecimento de juiz para enganar
peixes.
A uma dezena de metros, olhos curiosos viam o intruso montar o caniço. Abriu a bolsa de
utensílios. Entre vários rolos de linha, selecionou os de espessura entre quinze e dezoito
centésimos de milímetro, ainda fiel à boa técnica.
Na nossa profissão vivemos sempre preocupados e tensos: abertura do mercado, sobe e desce
das cotações, situação financeira de cada país mundo afora. Poucas coisas na vida relaxam mais
do que pescaria, cheiro de mar trazido pela brisa, e a paisagem marítima — costuma confessar
Ricardo na roda dos colegas da financeira onde trabalha.
(LOPES, L. Nós do Brasil. Rio de Janeiro: Ponteio, 2015, p. 101. Adaptado. )

A leitura atenta do Texto III mostra que Ricardo

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A) trabalhava no setor de financiamento de material de pesca.


B) dava pouca importância aos pescadores simples do quebra-mar.
C) praticava a pesca por diletantismo nas horas de folga ou de lazer.
D) era um assíduo frequentador da beira do mar no Aterro do Flamengo.
E) dava mais importância ao ritual de preparação para a pescaria do que ao esporte.

42. (CESGRANRIO / UFRJ / 2019)

O Texto II diz que o principal motivo do sucesso da vendagem no estabelecimento de Diolino


Damasceno foi
A) a receita secreta de sua batida de limão.
B) seu jeito peculiar de combinar os ingredientes.
C) a clientela de grandes nomes da cultura e do esporte.
D) fazer uma bebida que podia ser ingerida por diabéticos.

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E) o sistema original de atendimento direto aos veículos.

43. (CESGRANRIO / UFRJ / ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO / 2019)


Texto I
Projetos urbanísticos, patrimônios e conflitos
O Porto do Rio – Plano de Recuperação e Revitalização da Região Portuária do Rio de Janeiro foi
divulgado pela Prefeitura em 2001 e concentrou diferentes projetos, visando a incentivar o
desenvolvimento habitacional, econômico e turístico dos bairros portuários da Saúde, Gamboa e
Santo Cristo. Em meados de 2007, quando se iniciou esse estudo sobre o Plano e seus efeitos
sociais, a Zona Portuária já passava por um rápido processo de ressignificação perante a cidade:
nos imaginários construídos pelas diferentes mídias, não era mais associada apenas à
prostituição, ao tráfico de drogas e às habitações “favelizadas”, despontando narrativas que
positivavam alguns de seus espaços, habitantes e “patrimônios culturais”.
Dentro do amplo território portuário, os planejadores urbanos que idealizaram o Plano Porto do
Rio haviam concentrado investimentos simbólicos e materiais nos arredores da praça Mauá,
situada na convergência do bairro da Saúde com a avenida Rio Branco, via do Centro da cidade
ocupada por estabelecimentos financeiros e comerciais.
GUIMARÃES, R. A Utopia da Pequena África. Rio de Janeiro: FGV, 2014, p. 16-7. Adaptado.

Segundo o Texto I, a Zona Portuária, até o início do século XXI, era vista como
A) uma área desvalorizada social e urbanisticamente.
B) uma mancha no cenário carioca de belezas naturais.
C) uma região cercada de arranha-céus.
D) um reduto dominado pelo crime organizado.
E) um bairro histórico com poucas áreas habitáveis.

44. (CESGRANRIO / LIQUIGÁS / ASSISTENTE ADMINISTRATIVO / 2018)

Mobilidade e acessibilidade desafiam cidades


A população do mundo chegou, em 2011, à marca oficial de 7 bilhões de pessoas. Desse total,
parte cada vez maior vive nas cidades: em 2010, esse contingente superou os 50% dos
habitantes do planeta, e até 2050 prevê-se que mais de dois terços da população mundial será
urbana. No Brasil, a população urbana já representa 84,4% do total, de acordo com o Censo
2010. É preciso, então, que questões de mobilidade e acessibilidade urbana passem a ser
discutidas. No passado, a noção de mobilidade era estreitamente ligada ao automóvel. Hoje,
como resultado, os moradores de grande maioria das cidades brasileiras lidam diariamente com
congestionamentos insuportáveis, que causam enormes perdas. Isso, sem falar no alto índice de
mortes em vias urbanas do país. Depreendemos daí que a dependência do automóvel como
meio de transporte é um fator que impede a mobilidade urbana. É importante investir em
infraestrutura pedestre, cicloviária e em sistemas mais eficazes e adequados de ônibus. Ao
mesmo tempo, podemos desenvolver cidades mais acessíveis, onde a maior parte dos serviços
esteja próxima às moradias e haja opções de transporte não motorizado para nos locomovermos.

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(BROADUS, V. Portal Mobilize Brasil. 16 jul. 2012. Disponível em: . Acesso em: 9 jul. 2018)

O quarto parágrafo do texto aborda


A) a frequência dos congestionamentos
B) as propostas de melhoria da mobilidade
C) o aumento da população mundial
D) o índice de mortes nas vias urbanas
E) os problemas de mobilidade no Brasil.

45. (CESGRANRIO / LIQUIGÁS / 2018) Utilize o texto da questão anterior.


No segundo parágrafo, o texto defende a necessidade de discutir questões relativas à
mobilidade urbana.
Antes disso, o texto refere-se à
A) ampliação da população urbana mundial
B) diminuição da distância entre casa e trabalho
C) imobilidade urbana causada pelo automóvel
D) importância do investimento em infraestrutura
E) paralisação do trânsito das grandes cidades.

46. (CESGRANRIO / LIQUIGÁS / NÍVEL MÉDIO / 2018)


No Texto, percebemos claramente a grande capacidade que tem o amor.
Que trecho comprova essa afirmação?
A) “Mesmo que mil tipos” (l. 1)
B) “De ódio o mal invente” (l. 2)
C) “Capaz de mudar o mundo” (l. 6)
D) “Vivemos nesse conflito” (l. 8)
E) “Mas confio e acredito” (l. 9).

47. (CESGRANRIO / LIQUIGÁS / ASSISTENTE ADMINISTRATIVO / 2018)


O ano da esperança
O ano de 2017 foi difícil. Avalio pelo número de amigos desempregados. E pedidos de
empréstimos. Um atrás do outro. Nunca fui de botar dinheiro nas relações de amizade. Como
afirmou Shakespeare, perde-se o dinheiro e o amigo. Nos primeiros pedidos, eu ajudava, com a
consciência de que era uma doação. A situação foi piorando. Os argumentos também. No início
era para pagar a escola do filho. Depois vieram as mães e avós doentes. Lamentavelmente,
aprendia não ser generoso. Ajudava um rapaz, que não conheço pessoalmente. Mas que sofreu
um acidente e não tinha como pagar a fisioterapia. Comecei pagando a físio. Vieram sucessivas
internações, remédios. A situação piorando, eu já estava encomendando missa de sétimo dia.
Falei com um amigo médico, no Rio de Janeiro. Ele aceitou tratar o caso gratuitamente. Surpresa!
O doente não aparecia para a consulta. Até que o coloquei contra a parede. Ou se consultava ou
eu não ajudava mais. Cheio de saúde, ele foi ao consultório. Pediu uma receita de suplementos

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para ficar com o corpo atlético. Nunca conheci o sujeito, repito. Eu me senti um idiota por ter
caído na história. Só que esse rapaz havia perdido o emprego após o suposto acidente.
Foi por isso que me deixei enganar. Mas, ao perder salário, muita gente perde também a
vergonha. Pior ainda. A violência aumenta. As pessoas buscam vagas nos mercados em
expansão. Se a indústria automobilística vai bem, é lá que vão trabalhar.
Podemos esperar por um futuro melhor ou o que nos aguarda é mais descrédito? Novos
candidatos vão surgir. Serão novos? Ou os antigos? Ou novos com cabeça de velhos? Todos
pedem que a gente tenha uma nova consciência para votar. Como? Num mundo em que as
notícias são plantadas pela internet, em que muitos sites servem a qualquer mentira. Digo por
mim. Já contaram cada história a meu respeito que nem sei o que dizer. Já inventaram casos de
amor, tramas nas novelas que escrevo. Pior. Depois todo mundo me pergunta por que isso ou
aquilo não aconteceu na novela. Se mudei a trama. Respondo:
— Nunca foi para acontecer. Era mentira da internet.
Duvidam. Acham que estou mentindo.
(CARRASCO, W. O ano da esperança).

No penúltimo parágrafo, o autor do texto revela ser autor de novelas, mas reclama
A) do assédio dos fãs.
B) da falta de privacidade quando anda pelas ruas.
C) dos casos de amor que atribuem a ele nas redes sociais.
D) da necessidade de ter consciência na hora de votar.
E) das versões falsas publicadas na internet das histórias de suas novelas.

48. (CESGRANRIO / LIQUIGÁS / 2018) Utilize o texto da questão anterior.


A última frase do segundo parágrafo ("Se a indústria automobilística vai bem, é lá que vão
trabalhar.") tem a seguinte função na construção do texto:
A) Justificar a opção de trabalho das pessoas desempregadas.
B) Servir como ilustração para a afirmação contida na frase imediatamente anterior.
C) Complementar com ironia a relação entre violência e trânsito.
D) Introduzir um novo argumento para desenvolvê-lo no parágrafo seguinte.
E) Apresentar o autor do texto como um analista do mercado de trabalho.

49. (CESGRANRIO / LIQUIGÁS / 2018) Utilize o texto da questão anterior.


No texto, o autor diz que aprendeu a não ser generoso (linha. 9-10).
A circunstância que justifica essa atitude foi o fato de ele
A) Sentir-se enganado por um rapaz, que sofrera um acidente.
B) Já haver ajudado muitos amigos desempregados.
C) Estar ficando sem dinheiro para ajudar as pessoas que o procuravam.
D) Desconfiar de que alguém estava desviando o dinheiro de sua ajuda.
E) Ter uma formação muito rígida, voltada unicamente para a família.

50. (CESGRANRIO / LIQUIGÁS / 2018)

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No texto abaixo, aborda-se a condição da mulher na sociedade atual.


Espanha, Turquia, França, Bélgica, Itália, China, Paquistão, Índia, Afeganistão, Filipinas, Coreia do
Sul. Na América Latina: Argentina, Chile, México. Esses foram alguns países onde o Dia
Internacional da Mulher foi marcado não por rosas pálidas e inúteis, mas por protestos clamando
pela igualdade de oportunidades e pelo fim da discriminação e da violência contra a mulher. No
Brasil, houve protestos em 50 cidades, mas nada comparável ao que ocorreu na Espanha e na
Argentina, onde as mobilizações repercutiram ruidosamente.
(BOLLE, M. E as mulheres brasileiras? Época, n. 1029, 19 mar.2018, p. 55. )

No Brasil, as manifestações sobre a condição social da mulher ocorrem, principalmente, pelo fato
de o país:
A) comandar historicamente a onda dos protestos contra o feminicídio.
B) estar entre os três países com maior número de mortes violentas de mulheres.
C) ser responsável pela criação e difusão mundial do Movimento Me Too.
D) dispor da mais elevada participação de mulheres no mercado de trabalho.
E) impedir ataques e retaliações às lideranças populares dos direitos humanos.

51. (CESGRANRIO / LIQUIGÁS / 2018)

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Uma das virtudes na construção dessas casas tão elogiadas no texto é que seus criadores eram
“levados pela necessidade, pelo arrojo, pelos fatos” (l. 21-22). Essa afirmação serve como
argumento para criticar os
A) espanhóis
B) urbanistas
C) arquitetos
D) portugueses
E) criadores.

52. (CESGRANRIO / LIQUIGÁS / 2018) Utilize o texto da questão anterior.

Entre as qualidades que o arquiteto amigo do cronista destaca entre as velhas casas tão
admiradas por ele está o fato de
A) serem portuguesas.

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B) estarem abandonadas.
C) ficarem em Vassouras.
D) parecerem igrejas.
E) combinarem com a paisagem urbana.

53. (CESGRANRIO / PETROBRAS / 2018)

O trecho do texto “Vira o teatro pelo lado da plateia; e, palavra, que era bonito!” (l. 25-26) faz
referência ao fato de Lobo Neves
A) misturar política e lazer
B) ter uma vida social muito intensa
C) poder deslumbrar-se com o teatro
D) estar saudoso de sua vida como ator
E) ter ignorado as dificuldades da atividade política.

54. (CESGRANRIO / PETROBRAS / 2018) Utilize o texto da questão anterior.

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A partir da leitura do fragmento do texto: “que ele ouviu com aquela unção religiosa de um
desejo que não quer acabar de morrer” (L. 10-11), infere-se que Lobo Neves

A) estava prestes a morrer


B) era extremamente religioso
C) tinha o desejo de ir para bem longe dali
D) esperava ainda ter uma atuação política satisfatória.
E) estava sofrendo de uma gravíssima crise de depressão.

55. (CESGRANRIO / PETROBRAS / 2018) Utilize o texto da questão anterior.

Com base na leitura do texto, entende-se que o desabafo de Lobo Neves ao longo do texto
deve-se à sua insatisfação com a(o)
A) vida pública
B) sua família
C) seu casamento
D) teatro da época
E) glamour da sociedade.

56. (CESGRANRIO / PETROBRAS TRANSPORTES / 2018)

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De acordo com o texto, o que viabiliza a espionagem virtual é a(o)


A) capacitação de especialistas para a criação de máquinas velozes.

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B) centralização do fluxo mundial de dados pelas grandes potências


C) criação de sites de entretenimento para a atração dos internautas
D) datificação de todas as informações geradas pelas pessoas na internet
E) emprego de softwares que possam capturar as senhas dos usuários.

57. (CESGRANRIO / PETROBRAS TRANSPORTES / 2018) Utilize o texto da questão anterior.

O trecho que explica os objetivos da “guerra” virtual descrita no texto é


A) “A internet quebrou a rígida centralização no fluxo mundial de dados, criando uma situação
inédita na história recente” (.L 1-3)
B) “As mais recentes iniciativas no terreno da espionagem virtual mostram que o essencial é o
controle da informação disponível no mundo - não mais guardar segredos, mas saber o que os
outros sabem ou podem vir a saber” (.L 8-12)
C) “A datificação, processo de transformação em dados de tudo o que conhecemos, aumentou
de forma vertiginosa o acervo mundial de informações.” (L. 16-18)
D) “Diariamente circulam na web pouco mais de 1,8 mil petabytes de dados (um petabyte
equivale a 1,04 milhão de gigabytes), dos quais é possível monitorar apenas 29 petabytes.” (.
19-22)
E) “Pode parecer muito pouco, mas é um volume equivalente a 400 vezes o total de páginas web
indexadas diariamente” (L. 23-25).

58. (CESGRANRIO / BANCO DA AMAZÔNIA / 2018)


Em um dia ruim para as bolsas emergentes, o Ibovespa foi o destaque negativo. E boa parte das
perdas veio das ações da Petrobras, responsáveis por cerca de 30% da queda do índice (...). O
Ibovespa caiu 1,3%, a 84.928 pontos, depois de tocar a mínima de 84.720 pontos. O giro
financeiro foi forte, de R$ 9,6 bilhões (...). A queda da bolsa refletiu, em grande medida, o
ambiente externo mais incerto. A preocupação crescente com a política protecionista do governo
americano e com os efeitos potenciais sobre economias emergentes tem afetado os mercados de
ações de modo geral.
Aguiar, V.; Pinto, L. Petrobras derruba Ibovespa em dia de perdas para emergentes.
Valor Econômico, edição impressa de 16 mar. 2018.

De acordo com a matéria jornalística, a queda das bolsas dos países emergentes, no momento
descrito, está relacionada fundamentalmente ao(à):
A) resultado negativo divulgado pela Petrobrás
B) resultado aquém do esperado das empresas desses países
C) peso da Petrobras na mensuração do índice das bolsas desses países
D) recessão em curso na economia brasileira
E) cenário de incerteza com respeito ao ambiente econômico internacional.

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Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas
Aula 13

GABARITO
1. LETRA A 40. LETRA E
2. LETRA A 41. LETRA C
3. LETRA B 42. LETRA E
4. LETRA B 43. LETRA A
5. LETRA E 44. LETRA B
6. LETRA C 45. LETRA A
7. LETRA B 46. LETRA C
8. LETRA B 47. LETRA E
9. LETRA A 48. LETRA B
10. LETRA C 49. LETRA A
11. LETRA B 50. LETRA B
12. LETRA A 51. LETRA B
13. LETRA E 52. LETRA A
14. LETRA C 53. LETRA E
15. LETRA A 54. LETRA D
16. LETRA C 55. LETRA A
17. LETRA D 56. LETRA D
18. LETRA E 57. LETRA B
19. LETRA A 58. LETRA E
20. LETRA C
21. LETRA C
22. LETRA D
23. LETRA B
24. LETRA D
25. LETRA B
26. LETRA A
27. LETRA B
28. LETRA D
29. LETRA C
30. LETRA C
31. LETRA C
32. LETRA D
33. LETRA A
34. LETRA B
35. LETRA D
36. LETRA B
37. LETRA D
38. LETRA E
39. LETRA B

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