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Projeto para admissão no Doutorado ( Proposal for Admission - PhD Degree)

Technical Report · November 2004

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1 author:

Vanessa Meloni Massara


University of São Paulo
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PROGRAMA DE RECURSOS HUMANOS PARA O SETOR DE
PETRÓLEO E GÁS (PRH-ANP/MME/MCT)

PRH-ANP/ 04

PIPGE / IEE / USP


Programa Interunidades de Pós-graduação em Energia
Instituto de Eletrotécnica e Energia
Universidade de São Paulo

PROJETO DE PESQUISA

Orientador:
Prof. Murilo Tadeu Werneck Fagá
Aluna::
Vanessa Meloni Massara
Bolsa DSc I

São Paulo, novembro de 2004.

Vanessa Meloni Massara 1


SUMÁRIO

RESUMO 1

INTRODUÇÃO 2
Título
Objetivo
Motivação
Desafio
Benefícios sociais e econômicos
Resultados Esperados
Aplicabilidade
Tese e Hipóteses
Justificativa para o estudo de caso

METODOLOGIA 9

ESTRUTURA PROPOSTA PARA A TESE (capítulos) 14

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA INICIAL 15

CRONOGRAMA 20

LISTA DE SIGLAS UTILIZADAS NESTE PROJETO


COGEP
CONVIAS
CSPE
EMBRAESP
EMPLASA
IBGE
SEADE
SEMPLA
SMF

Vanessa Meloni Massara 2


RESUMO

No processo de tomada de decisão para construção e ampliação das redes de


infra-estrutura, diferentes fatores devem ser considerados para a priorização do
atendimento a áreas que constituirão um mercado consumidor potencial para o
serviço em questão. Neste trabalho, focaliza-se a importância do perfil urbano de
cada bairro como base para verificação de estimativas de mercado, custos e
técnicas mais apropriadas para a ampliação da infra-estrutura de distribuição
canalizada de gás natural. Objetiva-se propor uma metodologia de estudo que
integre a dinâmica das cidades ao desenvolvimento de novas fontes energéticas,
com uma aplicação específica para a questão do avanço do gás natural nos
mercados paulistanos.

ABSTRACT
In the decision - making process for the construction and expansion of network
infrastructure, different factors must be considered to priorise areas with high
market potential for the given service. On this work, the urban profile in each district
is focused as an important variable for assessing the market esteems, the costs and
the most appropriate techniques for expanding the natural gas distribution
infrastructure. The aim is to propose an analytical methodology that will integrate the
aspects of city dinamics and new energy source development, taking the advance of
natural gas in São Paulo as a specific case study.

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INTRODUÇÃO
Em continuidade ao trabalho elaborado no mestrado1 , propusemos o tema “rede de
distribuição de GN” , com base na argumentação dos itens a seguir:
TÍTULO
Influência das características urbanas na expansão da rede de
distribuição de Gás Natural – Estudo de caso nos distritos
paulistanos

OBJETIVO GERAL DO TRABALHO (análise teórica)


Associar o desenvolvimento da tese a três grupos de conhecimento:
1. Planejamento urbano: uso do solo, mapeamento de áreas com gás canalizado,
plano diretor, demanda e política urbana de investimentos em infra-estrutura
(concessionárias x administração pública).
2. Engenharia Civil (infra-estrutura): custos de implantação; conflitos com redes
subterrâneas, movimento de terra, re-asfaltamento de vias, desenvolvimento
tecnológico na implantação dos dutos.
3. Energia: as vantagens do gás natural para usos residencial, comercial e
industrial.
A figura 1 resume esta proposta:
Plano diretor

Planejamento urbano Custos e transtornos da


implantação
Utilização de
nova fonte de energia Usos e ocupação do solo

Expansão da Densidade demográfica Distribuição de renda


infra-estrutura Densidade construída (possibilidades de consumo
e alteração das inst. prediais/
conversão de aparelhos)

Figura 1. Resumo da Análise Teórica- Agentes envolvidos na implantação e adensamento das redes
de distribuição. Elaboração: MASSARA, V.M., 2003.

1
Dissertação de Mestrado: “O Perfil da infra-estrutura no Município de São Paulo e sua relação com as
transformações de uso do solo: o centro expandido e a região de São Miguel Paulista”, defendida em 2002 na Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo, Departamento de Engenharia de Construção Civil e Urbana, na Linha de Pesquisa:
Infra- Estrutura Urbana. Texto disponível na Biblioteca Digital da USP. Endereço:

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OBJETIVO ESPECÍFICO DO TRABALHO (análise prática)
• Escolher um Município e para cada bairro que o compõe, estudar a dinâmica da
expansão da rede de distribuição de gás natural através da relação: custo da
implantação dos dutos x projeções de consumo x características urbanas dos
distritos, através das relações entre:
• Custo da obra civil para expansão da rede de distribuição de GN x restrições
do plano diretor da cidade;
• Renda familiar x possibilidade de consumo;
• Possibilidade de consumo x custo de expansão da rede x distância ao centro
já servido;
• Verticalização x densidade demográfica x tipo de uso do solo x possibilidade
de consumo;
• Mercado imobiliário x plano diretor x possibilidade de incremento no consumo.

• Definir o “potencial de adensamento” da rede já implantada.


• Através da elaboração de uma matriz utilizando conceitos da Teoria dos
conjuntos e Sistemas Lineares, definir o Índice de Atratividade à rede de GN ou
seu Potencial de Adensamento.

DINÂMICA URBANA

CUSTOS DE IMPLANTAÇÃO Índice de Atratividade CONSUMO PROJETADO


DA REDE DE DISTRIBUIÇÃO à expansão da rede PARA CONVERSÃO DE OUTRAS
DE GÁS NATURAL ou FONTES DE ENERGIA PARA
Potencial de Adensamento GÁS NATURAL

PLANEJAMENTO URBANO

Figura 2. Resumo da Análise Prática – Os quatro grupos de estudo nos distritos Paulistanos:
Dinâmica Urbana, Projeção de Consumo, Custos de Implantação e Planejamento Urbano
Elaboração: MASSARA, V.M., 2004.

MOTIVAÇÃO
Possibilidade de incrementar a utilização da crescente produção de gás natural no
Brasil, em usos urbanos do cotidiano através do desenvolvimento de metodologia

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envolvendo a demanda por energia de bairros centrais e periféricos com diferentes
características sócio-econômicas. Exemplo: os 96 distritos do Município de São Paulo.

DESAFIO
• Compatibilização dos dados entre os diversos órgãos envolvidos e o tempo
necessário para sua atualização;
• Estudar meios de interação das informações (por exemplo: Lógica Fuzzy ou
Sistemas Lineares), que permitam a criação de um programa facilitando a
utilização da metodologia em qualquer região;

BENEFÍCIOS SOCIAIS E ECONÔMICOS DO TRABALHO


Com o avanço do mercado, incentivar a indústria voltada ao gás natural:
desenvolvimento tecnológico, geração de empregos, utilização de recurso nacional
abundante e melhoria em aspectos gerais da qualidade de vida da população no
âmbito dos serviços de infra-estrutura.

RESULTADOS ESPERADOS
• Definição de um ranking que classifique os distritos ainda não servidos por gás
natural canalizado, através de um índice de atratividade, partindo de um conjunto
de informações urbanas para cada bairro da cidade em estudo;
• Análise o potencial de adensamento de áreas já servidas por gás natural
canalizado e atualmente subutilizadas;
• Para o estudo de caso, mapear a atratividade à expansão e ao adensamento das
redes de distribuição de GN na Cidade de São Paulo, através da metodologia
baseada nas “características urbanas”;
• Criação de um programa para determinação de atratividade à rede de gás natural
por distritos, que possa ser utilizado em qualquer região, bastando fornecer os
dados numéricos.

APLICABILIDADE
A qualquer localidade que disponha de arquivos com os dados pertinentes à
metodologia.

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TESE E HIPÓTESES
Partindo da relação entre a evolução urbana e as questões de oferta e demanda por
novas fontes de energia, o objetivo desta proposta está baseado na tese de que os
usos residencial, comercial/serviços e industrial, devem fomentar o desenvolvimento
sustentável da cadeia produtiva do gás natural, incentivando a geração de empregos
na construção civil, seja na implantação da rede ou nas modificações necessárias às
instalações prediais, seja no desenvolvimento industrial de equipamentos domésticos
adaptados ao gás natural, ou na socialização de outra fonte energética para regiões
periféricas das cidades:
E tem como respaldo as hipóteses:

a) O processo da obra civil, vem evoluindo, facilitando a expansão da rede


mesmo em áreas urbanas já consolidadas, diminuindo o transtorno da
interdição e recapeamento das vias de tráfego e com isso, barateando sua
execução;

b) A canalização já implantada pode estar sendo subutilizada, pois embora o


código de obras determine a previsão de instalações à gás na construção de
novos edifícios, é pequeno o número de condomínios (residenciais, comerciais
e de prestação de serviços) que utiliza o gás canalizado, ao invés da energia
elétrica e do GLP, indicando que existe grande mercado a ser explorado,
mesmo nas áreas já servidas há alguns anos;

c) Considerando vários parâmetros em conjunto além do custo/km, existe


viabilidade técnica e financeira para ampliação da rede na direção periférica
da cidade, levando em conta problemas de intercepção com outras tubulações
subterrâneas, topografia e conseqüente mudanças no plano diretor do
Município, desde que haja demanda para tal (densidade demográfica e
concentração industrial).

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JUSTIFICATIVA para escolha do
Município de São Paulo como
Estudo de Caso

Figura 3. Mapa do Município de São


Paulo, seus 96 bairros e a área já servida
por rede de GN. Fonte: SEMPLA, 2004.

A justificativa está ancorada em dois pontos básicos:


1. Adensamento de uso da rede já instalada
O aumento do fator de utilização da infra implantada no centro expandido, além de
ampliar o mercado consumidor pode alavancar o financiamento de expansão da
rede. Conforme menciona SANTOS et alli (p. 162, 2002): "No município de São
Paulo, ao longo das avenidas marginais dos rios Tietê e Pinheiros, concentra-se uma
das maiores áreas comerciais do país, com vários shopping centers e grandes
edifícios de escritórios. Estão todos localizados a menos de 2km do anel de alta
pressão da Comgás, mas raramente o consomem".2
2. Expansão da infra-estrutura para distritos periféricos em áreas urbanas
já consolidadas e em desenvolvimento.
É notório que a ampliação da malha de dutos é onerosa e provavelmente não
justificável na periferia extrema da cidade, porém nos distritos mais próximos da
área já suprida, parece, em análise superficial, ser viável, tanto considerando a
distância de prolongamento das tubulações, quanto aspectos de demanda e renda da
população. O ponto de maior conflito está na abertura de valas em ruas de tráfego
intenso e totalmente urbanizadas, bem como, na falta de mapeamento subterrâneo
indicando o posicionamento de outras infra como energia elétrica, água e esgoto,
cabo ótico e telefonia, como confirma MORAES (p. 98, 2003): "A falta de infra-
estrutura para levar o gás aos clientes é uma das barreiras para o maior crescimento
da participação do gás natural na matriz energética de São Paulo (estado). Dentro da
cidade, a situação é um pouco mais complicada, pois envolve o CONVIAS e
Administrações regionais, entre outras entidades".3

2
SANTOS, Edmilson Moutinho dos; FAGÁ, Murilo Tadeu Werneck; VILLANUEVA Luz Dondero; ZAMALLOA, Guido.
coord.) Gás natural: estratégias para uma nova energia no Brasil. Editora Anamblume, 2002.
3
MORAES, Suzy Elaine Gasparini de. O mercado do gás natural no Estado de São Paulo. Dissertação,
Instituto de Eletrotécnica e Energia, Universidade de São Paulo, 2003.

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Desta forma, levando em conta os dois aspectos mencionados e o entrosamento
entre concessionária e governo pretendemos elencar os pró e contra do crescimento
do mercado nos âmbitos social, técnico, econômico e sua influência na dinâmica
urbana da cidade.

METODOLOGIA
A Tese está formulada em duas etapas: A Análise Teórica e a Análise Prática.

1. ANÁLISE TEÓRICA

• Infra-estrutura e Planejamento Urbano: Inovações no processo da obra civil;


interdição de vias, conflitos subterrâneos;

• Definição do custo da rede/km conforme o perfil do bairro: diâmetro da


tubulação x pressão x densidade demográfica x tipo de uso do solo;

• Peso Fatores Sociais x Peso Fatores Técnicos x Peso Fatores Econômicos.

Entrosamento das variáveis de estudo com os órgãos detentores de


material para a análise prática e CENTROS de pesquisa
1. Dados sobre implantação da rede: Combinação entre informações da COMGÁS,
CONVIAS, SEMPLA, Secretaria Municipal de infra-estrutura urbana, Secretaria
estadual do meio ambiente, ANP, Ministério das Minas e Energia, CSPE
2. Dados sobre a política urbana do município com relação a instalação de redes em
áreas urbanas; a interdição de vias e outros aspectos da abertura de valas para
assentamento dos dutos: SEMPLA, COGEP, CONVIAS, CSPE
3. Análise da questão: interesse da concessionária na expansão periférica do
município versus condição de renda desses distritos: IBGE, SEADE

4. Dados sobre a obrigatoriedade de inclusão da instalação de gás nos edifícios da


cidade: Código de obras, Secretaria municipal de infra-estrutura urbana

5. Dados sobre disponibilidade de renda, consumo de energia por distritos: SEADE,


EMPLASA, SEMPLA

6. Dados sobre o traçado da rede existente: COMGÁS, CONVIAS, CSPE

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7. Dados sobre uso do solo (comercial, residencial e industrial), densidade
demográfica, densidade construída; análise da demanda (georeferenciamento dos
potenciais do mercado consumidor) utilizando planejamento urbano: TCPL- Geolog4/
SEMPLA.
8.
9.
10.

2. ANÁLISE PRÁTICA

• Demonstrar através de “dados urbanos”, a atratividade de cada bairro como


futuro mercado consumidor de gás natural utilizando “características urbanas”
como base para modelos de expansão da infra-estrutura de gás natural;

• Através da criação de “Bancos de Dados” elaborar matriz para os 96 bairros e


suas diversas características, visando a criação de um programa através de
Sistemas Lineares, para determinação do índice de atratividade/adensamento da
rede de GN em qualquer região do país;

Para a criação de modelos que formulem cenários que permitam priorizar


investimentos na expansão do mercado de gás natural nos segmentos residencial,
comercial e industrial de grandes cidades, sugerimos a caracterização dos bairros
conforme seus diferentes níveis de adensamento populacional, renda familiar,
verticalização, concentração industrial e perspectivas de expansão em distritos não
servidos, visando a obtenção de parâmetros que atribuam diferentes pesos às
vantagens urbanas de cada área e possam distinguir bairros com maior capacidade
de consumo, localizando-os em mapa a ser comparado com informações gráficas
sobre a rede atual, mostrando pontos subutilizados em locais já servidos, outros
passíveis de receber a infra-estrutura convencional e, por fim, outros, que pela
distância e menor densidade do mercado, devam ser servidos não de forma

4
O TCPL é o cadastro territorial predial do município produzido anualmente pela prefeitura (desde 1938), que
indica as características de uso do solo por quadras fiscais. Geolog é o mapeamento das ruas, através de
geoprocessamento, que combinado ao TCPL, caracteriza o tipo de ocupação por quadras.

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tradicional, via tubulação subterrânea, mas por meio da utilização de outras opções (
por exemplo, gás natural comprimido - GNC -, ou gás natural liquefeito – GNL).

CARACTERÍSTICAS URBANAS – DINÂMICA URBANA – BANCO DE DADOS 1

DENSIDADE DEMOGRÁFICA
Representa a principal característica do fator demanda, sendo expressa pela
relação entre o número de habitantes e a área de um bairro fornecendo o índice de
concentração populacional, EMPLASA (2002).

DENSIDADE CONSTRUÍDA
A densidade construída SEMPLA (2001), é um índice expresso pela relação entre
a área construída e a área do lote. Áreas com grande verticalização apresentam
taxas superiores a três ou quatro unidades.

Este fator está diretamente relacionado a locais predominantemente residenciais


e comerciais com grande desenvolvimento urbano e dificilmente expressam
proporcionalidade quando comparados ao agrupamento populacional ou seja, nem
sempre o local com maior número de prédios é àquele em que vive o maior número
de pessoas.

Esta relação está em geral vinculada ao poder aquisitivo de um bairro, quanto


maior a renda maior a densidade o que acaba por constituir grande atrativo na
seleção de potenciais consumidores.

USO DO SOLO
Esta definição, SEMPLA (2001) implica na possibilidade da estimativa por faixas
de consumo oriunda da característica de cada bairro em concentrar indústrias,
comércio, prédios, casas ou uso misto.
Através do mapeamento da distribuição espacial dos usos,
formulamos uma primeira hipótese de potenciais consumidores, associando tipo de
ocupação a propensão ao gasto de energia, conforme parâmetros da concessionária
de gás e EMPLASA.

RENDA FAMILIAR

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Tendo em vista a proporcionalidade entre renda familiar e consumo, vide
SEMPLA (2001), esta variável incide diretamente nas considerações sobre o mercado
de energia dirigido ao uso residencial e na priorização de áreas que recebem os
serviços conforme mostra o relatório de ROLNIK et alli (1991).

INFLUÊNCIA DO MERCADO IMOBILIÁRIO


Esta variável mostra a dinâmica da cidade com base no número de lançamentos
imobiliários residenciais e de prestação de serviços, conforme relatório da EMBRAESP
(2003), apontando vetores de crescimento populacional inter relacionados com o tipo
de construção em função da renda familiar do bairro e que indiretamente nos remete
a todas as variáveis já mencionadas.

Cenários de demanda podem ser estabelecidos com base no


acompanhamento do ranking do número de unidades lançadas por mês e por ano,
principalmente no tocante a distritos que vêm ganhando espaço no mercado
imobiliário antes dominado pelo centro expandido. Exemplos dessa teoria são os
bairros do Tatuapé, Itaquera e Vila Prudente. Essas regiões ainda apresentam uma
tímida expansão em relação aos bairros tradicionalmente explorados pelas
construtoras, mas mostram potencial para sofisticação de usos, respaldado pela
intenção do novo Plano Diretor (2002) de intensificar a ocupação de distritos
periféricos, melhorando sua qualidade de vida e indiretamente gerando empregos e
renda. Principalmente no tocante a áreas periféricas, ou seja, aquelas fora do
perímetro definido como “centro expandido”, o acompanhamento dos investimentos
imobiliários se torna fundamental para enfatizar a necessidade de expandir o serviço
para bairros fora da área de cobertura atual.

PROJEÇÃO DE CONSUMO – BANCO DE DADOS 2

Número de domicílios, estabelecimentos comerciais e de serviços,


indústrias e armazéns
Com informações obtidas junto a SEMPLA, IBGE e EMPLASA, definiremos o número
de residências do distrito, bem como o número de estabelecimentos comerciais,
divididos em padarias, lojas, supermercados, hipermercados e restaurantes, o

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número de estabelecimentos de prestação de serviços, divididos em shoppings,
prédios de escritórios, escolas, postos, bancos, pronto socorros e hospitais, e da
mesma forma para o uso industrial e de armazéns, separando os vários tipos de
indústria por ramo de atividade, como transformação, construção civil, entre outras,
a fim de relacionar cada tipo de uso e atividade específica ao consumo médio
esperado determinado pela concessionária de gás.

Através do número de instalações residenciais, comerciais e industriais por distrito,


faremos a estimativa:

Somatória da estimativa do
Número de consumo estimado pela
Consumo de GN obtido através
da renda familiar (residencial) ou = instalações * concessionária com base na
por tipo de renda familiar (residencial) ou por
por média ponderada por atividade
uso por média ponderada por atividade
(com./serv./ind./armazéns) por
distrito (com./serv./ind./armazéns)
distrito
Figura 4. Exemplo de cálculo da estimativa de consumo.
Elaboração: MASSARA, V.M., 2003.

CUSTO DE IMPLANTAÇÃO DOS DUTOS – BANCO DE DADOS 3


Combinando custo da obra civil (através de consulta a construtoras) com parâmetros
da distribuição e ocupação de para cada bairro, será levado em conta:
Mudanças no diâmetro, pressão e tipo de material do duto, conforme a concentração
de uso do solo (bairros estritamente residenciais, mistos ou industriais); bem como a
distância euclidiana do bairro a servir do último já servido e o somatório da extensão
total das ruas do bairro, de forma estimar por quilômetrosm, o gasto na extensão da
rede e na distribuição interna do distrito.

PLANEJAMENTO URBANO – BANCO DE DADOS 4

Zoneamento na projeção de mercados futuros


Conforme definido pelo Plano Diretor Estratégico (2002), além das diretrizes para
ocupação do uso do solo conforme legislação sobre o zoneamento do Município, a
determinação de “macrozonas” mostra o que pode ser sofisticado nos próximos anos
e os limites de crescimento para cada um dos distritos. Combinado aos relatórios da
expansão imobiliária, forma um perfil de evolução urbana das várias regiões da

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cidade apontando zonas passíveis de reestruturação e requalificação onde a infra-
estrutura deverá ser reorganizada e adaptada ao desenvolvimento recente.

Com todas as variáveis expressas em valores numéricos, montaremos a matriz com


96 linhas (os bairros) e 35 colunas (os elementos dos quatro bancos de dados) e
resolvendo o sistema, definiremos a classificação dos distritos, bem como o
adensamento da área com rede já implantada. A seguir, partiremos para a
generalização da matriz, com o objetivo de tornar viável sua utilização para qualquer
cidade brasileira, mesmo àquelas que não possuam todos os dados elencados
anteriormente (pois os “bancos de dados” terão interpretação individual).

ESTRUTURA PROPOSTA PARA A TESE (capítulos)


1. Introdução
Tese – Hipóteses - Objetivos - Aspectos metodológicos - Estado da Arte
ANÁLISE TEÓRICA
2. Como funciona a rede de distribuição

- aspectos da obra civil/dados da distribuidora


- profundidade necessária; mudança de material, diâmetro e pressão;
- conflito com as outras redes subterrâneas (a falta de geoprocessamento do que
existe no subsolo);
- interdição de vias para assentamento das tubulações (plano de interdição da
malha viária);
- movimento de terra e re - asfaltamento das vias (como funciona a pavimentação,
composição das camadas, espessura e importância desta fase na abertura das
valas);
- mapeamento "rua a rua" das áreas já servidas no Município e sua real utilização;
- demanda x eficiência da tubulação: a importância de aumentar o mercado
consumidor para retorno do investimento na infra-estrutura através do aumento
do transporte de gás aproveitando melhor a capacidade da canalização.
3. Fatores sociais, técnicos e econômicos da implantação de infra-
estruturas
- densidade Demográfica, Distribuição de renda, Distância ao Centro, Consumo
esperado, Uso do Solo, Mercado Imobiliário;
- relação distribuição de renda x consumo x tarifa: até onde é interessante
prolongar a rede já existente?

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- tipos de uso do solo que oferecem maior possibilidade de expansão da rede (em
regiões ainda não servidas pela canalização).
4. Política urbana de implantação de redes em áreas já consolidadas
- zoneamento, plano diretor e as consequências na cidade.
5. Projeção de consumo e custo de implantação
- custo por km conforme a área a servir;
- consumo por tipo de uso do solo por porte e tipo de domicílio e atividade
econômica.
ANÁLISE PRÁTICA
6. Estudo de caso: os 96 distritos paulistanos
- caracterização de cada bairro;
- formação dos bancos de dados;
- resolução da matriz linear: índice de atratividade/adensamento.
7. Programa Genérico de resolução dos bancos de dados
- métodos e possibilidades
8. Conclusões
- sobre a análise teórica;
- sobre a análise prática;
- sobre o programa genérico.
9. Bibliografia

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA INICIAL

GRUPOS DE REFERÊNCIA

1. Gás Natural: aspectos técnicos, políticos, ambientais e financeiros da


expansão de usos

GOMES, Ilda Correia. Análise do mercado e do preço competitivo do gás


natural em São Paulo. Dissertação, Instituto de Eletrotécnica e Energia, 1996.
MENDES, Antonio Carlos Tobias. Estudos dos usos do gás natural no Estado de
São Paulo, considerando-se a implantação do gasoduto Brasil-Bolívia.
Dissertação, Instituto de Eletrotécnica e Energia, 1996.

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MORAES, Suzy Elaine Gasparini de. O mercado do gás natural no Estado de São
Paulo. Dissertação, Instituto de Eletrotécnica e Energia, Universidade de São Paulo,
2003.
SANTOS, Edmilson Moutinho dos; FAGÁ, Murilo Tadeu Werneck; VILLANUEVA Luz
Dondero; ZAMALLOA, Guido. Gás natural: estratégias para uma nova energia
no Brasil. Editora Anamblume, 2002
_________________. Opção certa para o gás. Artigo, 2001.
_________________. A matriz energética brasileira pede reformas. Artigo,
2001
SAUER, Ildo Luis. O programa de massificação de uso do gás natural no
Brasil. Palestra, Instituto de Eletrotécnica e Energia, Universidade de São
Paulo, Outubro/2003.
SCHWYTER, Anton Altino. A regulação de distribuição de gás natural em São
Paulo: questões e desafios. Dissertação, Instituto de Eletrotécnica e Energia,
Universidade de São Paulo, 2001.
TELLES, Luiz Henrique Engracia. Impactos da conversão de indústrias ao gás
natural na região metropolitana de São Paulo. Dissertação, Instituto de
Eletrotécnica e Energia, 1997.
VILLANUEVA, Luz Zoraida Dondero. Uso de gás natural em veículos leves e
mecanismo de desenvolvimento limpo no contexto brasileiro. Tese, Instituto
de Eletrotécnica e Energia, 2002.

2.Custos de implantação de infra-estrutura: relação com a densidade


demográfica, densidade construída, distância ao centro da cidade,
distribuição de renda, dados históricos. Subsídios para análise de
investimentos em infra-estrutura na periferia.

MARQUES, Eduardo, Cesar. Investimentos públicos, infra-estrutura urbana e


produção da periferia em São Paulo. Artigo, 2001.
MASCARÓ, Juan Luis. Desenho urbano e custos de urbanização. Ministério da
Habitação, Urbanismo e Meio Ambiente, 1992.
MASSARA, V.M.; FAGÁ, M.T.W.; SANTOS, E.M..

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________________.
________________. Custos de infra-estrutura: um ponto de partida para o
desenvolvimento econômico urbano. Tese, Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo, Universidade de São Paulo, 1979.
PRODAM. Informações urbanas, 2000/2002.
SILVA, João Luiz Máximo da. O impacto do gás e da eletricidade na casa
paulistana (1870-1930): estudos de cultura material no espaço doméstico.
Dissertação, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas - Depto. História,
Universidade de São Paulo, 2002.
TOLEDO SILVA, Ricardo. A conectividade das redes de infra-estrutura e o
espaço urbano de São Paulo. Artigo, 2000.
_____________.O plano diretor do Município de São Paulo e a oferta de
infra-estrutura urbana. Artigo, 2001.
ZMITROWICZ, Witold (org.). Meio ambiente: custos e limites de urbanização,
1992.

3.Relatórios técnicos sobre a expansão da rede (mapas da distribuição


terrritorial da canalização e dados numéricos)

AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO. Anuário estatístico do petróleo e do gás


natural. ANP, 2000/2003.
_________________. Boletim Mensal do gás natural. ANP, 2000/2003.
COMPANHIA ENERGÉTICA DE SÃO PAULO. Anuário estatístico do consumo de
energia elétrica e gás canalizado no Estado de São Paulo, 1995/2001.
COMGÁS. Gás natural: mais energia para São Paulo. Apostila, 1997.
_________. Gás em evolução. Apostila, 1998
EMPLASA. Sumário de Dados da Grande São Paulo, 1997/2001.
FOSSA, A.J.; PIEROBON NETO, E.; CHARUI, J.J.. Substituição da energia elétrica
pelo gás natural nas maiores demandas de uso residencial e comercial.
Artigo, 2000.
FUNDAÇÃO SISTEMA ESTADUAL DE ANÁLISE DE DADOS. Pesquisa municipal
unificada. SEADE, 1997/2001.

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IBGE. Censo 2000. Indicadores sócio-econômicos, 2001.
MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA. Balanço energético nacional de 2000.
PMSP. Plano Urbanístico Básico. Vol. 5: Infra-estrutura urbana, 1968.
POULALLION, Paul. Manual do gás natural, 1996.
RODRIGUÉZ, Cleide. Comgás planeja triplicar receita nos próximos três anos.
Artigo, 1999.
SEMPLA. São Paulo: crise e mudança, 1991.
____________. Administrações regionais. 16 Volumes, 1975.
____________. Diagnóstico regionalizado do Município de São Paulo, 1983.
____________. Perfil sócio-econômico do Município de São Paulo, 2000/2001
YOSHINAGA, Mário. Vias estratégicas urbanas: o compartilhamento da rede
básica de infra-estrutura urbana. Tese, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo,
Universidade de São Paulo, 2003.

4. Planos diretores e infra-estrutura- análise preliminar


SEMPLA. Plano diretor do Município de São Paulo 1985-2000, 1985.
SEMPLA. Plano diretor estratégico do município de São Paulo 2002-2012,
2002.

5. Resolução de Matrizes por Sistemas Lineares

6. Resolução de Matrizes por Lógica Fuzzy

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CRONOGRAMA
O cronograma considera o desenvolvimento da tese para alunos bolsistas (48 meses) dividido em
etapas de cumprimento do regulamento do IEE:

Etapa 1: Primeiro ano de matrícula Set 2003 a Ago 2004


- Créditos em disciplinas:

Set/Dez 2003: ENE 5713, 5718, 5723, Início do acompanhamento de Seminário Geral
Mar/Set 2004: ENE 5701 ENE 5703 ENE 5704(obrigatórios), ene 5801 Ensaios Pedagógicos, ENE
5721, ENE 5722
- Fechamento das diretrizes para início da pesquisa

- Proficiência em inglês

- Início da organização da revisão bibliográfica e de informações sobre gás no Município oriundas


da pesquisa de Mestrado

Etapa 2: Segundo ano de matrícula Set 2004 a Ago 2005


- Pesquisa básica para composição dos capítulos apresentados no item "Objetivos- Estruturação
proposta para a tese"

- Organização dos dados e elaboração de pré texto visando a coerência da proposta aos dados já
obtidos na concessionária e nos órgãos públicos

- Exame de Qualificação

Etapa 3: Terceiro ano de matrícula Set 2005 a Ago 2006


- Composição de tabelas, gráficos e mapas referentes a infra-estrutura: custo de implantação;
possibilidades de expansão periférica em relação aos usos do solo, considerando renda da
população, densidade demográfica e densidade construída; real utilização da rede do centro
expandido; política urbana e implantação da infra-estrutura; financiamento e expectativas do
mercado consumidor; entraves na construção e na aprovação do projeto.

Etapa 4: Quarto ano de matrícula Set 2006 a Ago 2007


- Organização de aspectos referentes a instalação predial (projeções- item de menor ênfase):
código de obras; custo de conversão de edificações antigas x distribuição de renda; custo de
aquisição de equipamento e possibilidades de financiamento.

- Redação final e conclusões

- Defesa

Vanessa Meloni Massara 17

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