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21182610-5
DIVINÓPOLIS – MG
2022
RICHARD DOUGLAS DANTAS
21182610-5
DIVINÓPOLIS – MG
2022
RESUMO
1 INTRODUÇÃO
No mundo dinâmico atual, marcado por diversas mudanças sociais, tais como
aumento da longevidade, presença de organizações superestruturadas, maior
utilização de sistemas e equipamentos smart (inteligentes) e, principalmente, pessoas
globalmente conectadas, inovações são necessárias em todos os campos. A
educação está acoplada ao mundo real e deve ser responsável por formar indivíduos
os quais tenham competência para cuidarem de si próprios, comunicarem-se,
compreenderem a sustentabilidade, possuírem um entendimento cultural e serem
inovadores, tolerantes e empreendedores. Entretanto, o sistema de educação atual
ainda se preocupa em formar engenheiros com base em um ensino conteudista
(CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 2019), pois muitas instituições ainda
seguem as diretrizes propostas na Resolução CNE/CES nº 11, de 11 de março de
2002 (BRASIL, 2002).
O setor produtivo encontra dificuldades para recrutar trabalhadores
qualificados, com formação técnica sólida, combinada com uma formação mais
humanística e empreendedora. Diante das transformações que estão em andamento
no mundo da produção e do trabalho, estas empresas exigem que seus profissionais
tenham domínio de habilidades como liderança, trabalho em grupo, gestão estratégica
e aprendizado de forma autônoma, competências conhecidas como soft skills
(características comportamentais de caráter subjetivo). (CONSELHO NACIONAL DE
EDUCAÇÃO, 2019)
As novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) para os cursos de
graduação em Engenharia, aprovadas em 2019 (BRASIL, 2019), apresentam normas
que orientam o projeto e o planejamento dos cursos de modo que estes atendam às
demandas futuras por mais e melhores engenheiros capazes de desenvolver as
habilidades e as competências exigidas pela indústria.
Este trabalho está dividido em cinco seções, sendo elas, na ordem: introdução,
metodologia, revisão bibliográfica, considerações finais e referências bibliográficas.
Como de praxe, a introdução expõe o conteúdo que será tratado neste trabalho e
apresenta os objetivos esperados e a justificativa para a realização de tal pesquisa.
Na seção seguinte, é apresentada a metodologia usada na confecção dos resultados
deste artigo.
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1.3 JUSTIFICATIVA
2 METODOLOGIA
3 REFERENCIAL TEÓRICO
• Ter visão holística, ou seja, ser capaz de observar e atuar de forma completa e
global, visto que a Engenharia é notoriamente global e não apenas regional;
• Ir além da simples capacidade de buscar “resolução de problemas”. Na
atualidade, o egresso deve estar apto para “pesquisar, desenvolver, adaptar e
utilizar novas tecnologias, com atuação inovadora e empreendedora”;
• Dar atenção aos fatores humanos e sociais que envolvem as ações da
Engenharia, visto que tais ações sempre terão repercussão sobre os usuários;
• Por fim, preocupar-se com a cidadania e a sustentabilidade.
disposto na resolução anterior que ressaltava que “ênfase deve ser dada à
necessidade de se reduzir o tempo em sala de aula, favorecendo o trabalho individual
e em grupo dos estudantes” (BRASIL, 2002). O artigo 6º estimula “atividades que
articulem simultaneamente a teoria, a prática e o contexto de aplicação” e, ainda, “o
uso de metodologias para aprendizagem ativa”. Também, fomenta, nos parágrafos 9º
e 10, a interação das universidades com as organizações (BRASIL, 2019). Por último,
dentre as atividades, destaca-se que “devem ser definidas as ações de
acompanhamento dos egressos, visando a retroalimentação do curso”, de forma que
as informações obtidas ajudem no aprimoramento do curso (BRASIL, 2019).
As novas DCNs inovam novamente ao tratar, em seu artigo 7º, o acolhimento
dos ingressantes. Ações como o nivelamento de conhecimentos e a preparação do
ingressante em termos psicopedagógicos e sociais podem contribuir para a
diminuição das taxas de retenção e, também, de evasão dos cursos. A resolução
anterior não tratava desses aspectos.
As DCNs atuais permanecem com a carga horária mínima de 3600 horas e a
duração mínima de cinco anos, conforme regulado pela Resolução CNE/CES nº
2/2007 (BRASIL, 2007). As DCNs anteriores não dispunham de tal informação. O
artigo 8º da nova resolução mostra como ficaram definidas a carga horária e a duração
do curso.
O artigo 9º da resolução atual lista os conteúdos básicos recomendados e
preserva a flexibilidade que a IES deve ter para elaborar o PPC do seu curso, em
acordo com a habilitação escolhida, enquanto que a resolução anterior listava os
conteúdos básicos e alguns dos conteúdos profissionalizantes de algumas
habilitações, mas não todas.
O artigo 10 da atual resolução e o artigo 5º, § 2º, da resolução anterior, tratam
das atividades complementares. Enquanto na resolução antiga, as atividades
complementares eram apenas estimuladas, na resolução atual, as atividades devem
contribuir para o desenvolvimento das competências previstas para o perfil do
egresso.
Na nova resolução, o estágio obrigatório, presente no artigo 11, permanece
com carga horária mínima de 160 horas. Entretanto, é estabelecido que o estágio deve
ser realizado em organizações de Engenharia e que é necessário o envolvimento de
discentes, docentes e profissionais das empresas. Além disso, é indicado que o
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estágio ocorra “em situações reais que contemplem o universo da Engenharia, tanto
no ambiente profissional quanto no ambiente do curso” (BRASIL, 2019).
O artigo 12 das novas DCNs altera a denominação “Trabalho Final de Curso”
para “Projeto Final de Curso”, que pode ser realizado de forma individual ou em grupo.
Tal alteração evidencia que este projeto é uma atividade intelectual fundamental do
engenheiro capaz de mostrar o desenvolvimento das competências previstas para o
egresso.
A resolução atual estabelece, quanto à avaliação dos estudantes, que esta
“deve ser organizada como um reforço, em relação ao aprendizado e ao
desenvolvimento das competências” (BRASIL, 2019). A resolução anterior cita que as
avaliações devem basear-se nas competências, também, mas estas não foram, de
fato, desenvolvidas ao longo dos cursos.
As novas DCNs consideram, pela primeira vez, em seu Capítulo V, o corpo
docente do curso. O artigo 14 estabelece que os professores devem estar alinhados
com o previsto no PPC, ou seja, devem possuir, permanentemente, uma formação
específica para o exercício da graduação, principalmente para o desenvolvimento de
atividades com base em metodologias ativas de aprendizagem, por meio de
“Programa de Formação e Desenvolvimento [...] com vistas à valorização da atividade
de ensino, ao maior envolvimento dos professores com o PPC e a seu aprimoramento
em relação à proposta formativa” (BRASIL, 2019). Além disso, a IES deve definir como
o corpo docente será avaliado, assim como valorizar o trabalho de cada docente nas
atividades desenvolvidas ao longo do curso.
Em ambas as resoluções, são previstos a avaliação e o acompanhamento da
implantação e desenvolvimento das diretrizes no curso, que devem ser realizados
pelas IES, bem como por processos externos, visando sempre ao aperfeiçoamento
do curso.
Por fim, fica estabelecido nas DCNs novas que os cursos de Engenharia do
país possuem o prazo de 3 (três) anos a partir da data de sua publicação para
implantarem-nas, ou seja, possuem até o final de abril de 2022 para cumprir com a
implementação. As antigas DCNs não previam prazo para sua implementação. Em
seu artigo 17, as atuais diretrizes preveem que os instrumentos de avaliação dos
cursos devem ser adequados às novas diretrizes nacionais, ou seja, os processos de
avaliação, internos e externos, devem ser modificados, no que couber, ao disposto
nos artigos da resolução atual.
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classroom (sala de aula invertida), peer instruction (instrução pelos colegas), just-in-
time teaching (ensino sob medida), desafio em grupo e in-class exercises (exercícios
em sala de aula) (Oliveira, 2019). Estes métodos foram selecionados dentre muitos
outros apresentados na literatura, principalmente em Oliveira (2019).
A sala de aula invertida (flipped classroom) pode ser definida com uma
abordagem pedagógica na qual os estudantes fazem o trabalho da sala de aula em
casa e o trabalho de casa em sala de aula. Ou seja, os estudantes produzem uma
tarefa (síntese do assunto, análise, solução de um problema etc.) anteriormente à aula
do assunto proposto e, no momento da aula, recebem um feedback do professor sobre
o tema estudado. Após esse retorno, o aluno revisa o conteúdo e amplia seus
conhecimentos (Oliveira, 2019).
Peer instruction (instrução pelos colegas) tem como principais objetivos
promover a aprendizagem dos conceitos fundamentais dos conteúdos em estudo, por
meio da interação entre os estudantes. Inicialmente, os estudantes realizaram uma
atividade previamente ao estudo, como na sala de aula invertida. Posteriormente, o
professor faz uma breve exposição oral do conteúdo e realiza uma pergunta
conceitual, geralmente de múltipla escolha, sobre o assunto. Se o índice de acertos
for superior a 70%, o professor comenta sobre cada alternativa da pergunta. Caso o
índice de acertos seja baixo, os alunos realizam uma discussão da questão em grupo
e uma nova resposta é apresentada (Oliveira, 2019).
O ensino sob medida (just-in-time teaching) é uma estratégia utilizada para
auxiliar os estudantes a criarem o hábito de estudar antes das aulas. Nela, o estudante
recebe tarefas de leitura e “aquecimento” do conteúdo a ser trabalhado em sala de
aula, e tarefas em grupo são realizadas (Oliveira, 2019).
Os desafios em grupo promovem o desenvolvimento de habilidades de
comunicação e de condutas para atuar em grupos, visto que esta atividade é de
intensa interação, cooperação e pensamento coletivo. Os estudantes resolvem
problemas no quadro em grupo, interagindo e discutindo as possíveis soluções para
o problema. O professor acompanha todo o processo e ao final discute com toda a
turma as resoluções apresentadas (Oliveira, 2019).
Por fim, nos exercícios em sala de aula (in-class exercises) o professor solicita
que os alunos formem grupos e determina um tempo para a resolução de
determinadas tarefas. Algumas tarefas incluem responder ou gerar uma pergunta,
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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Vale ressaltar que não existe uma estratégia que seja considerada a melhor.
Entretanto, espera-se que a apresentação de alguns métodos e estratégias ativas de
aprendizagem deste trabalho auxiliem docentes e coordenadores de cursos de
Engenharia Elétrica a impactarem a aprendizagem dos estudantes.
Recomenda-se que trabalhos futuros estudem a aplicação de outros métodos
apresentados por Oliveira (2019). Além disso, orienta-se que a aplicação dos métodos
propostos seja estudada em cursos de Engenharia Elétrica nos próximos anos a fim
de se comprovar a eficácia destes.
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5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAJAK, A. Lectures aren’t just boring, they’re ineffective, too, study finds. 2014.
Disponível em: <http://www.sciencemag.org/news/2014/05/lectures-arent-just-boring-
theyre-ineffective-toostudy-finds>. Acesso em: 04 ago. 2022.
FONTANELA, C.; DOS SANTOS ARAÚJO SILVA DOS SANTOS, M. I.; DA SILVA
ALBINO, J. A sociedade 5.0 como instrumento de promoção dos direitos sociais no
Brasil. Revista Justiça do Direito, v. 34, n. 1, p. 29-56, 30 abr. 2020.