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Qual o Significado de Unicórnio na Bíblia?

Daniel Conegero Daniel Conegero


O significado de unicórnio na Bíblia se refere a um animal forte, selvagem e feroz. Mas
é importante entender que o unicórnio bíblico nada tem a ver com o ser mitológico
semelhante a um cavalo que possui um único chifre espiral no centro de sua testa.

O unicórnio mítico é uma criatura que teve origem em antigas lendas que aparentemente
se desenvolveram em partes da Ásia e da Europa Oriental. Mas foi na Idade Média que
a figura do unicórnio se popularizou, sendo retratada em obras de arte e peças literárias
– sempre relacionada aos conceitos de força e pureza. Mas nada disso tem qualquer
ligação com o unicórnio que é citado na Bíblia em vários versículos.

Embora não seja um ser real, alguns estudiosos sugerem que é possível que a famosa
imagem do unicórnio tenha sido construída a partir de um animal que de fato existiu,
como por exemplo, o grande rinoceronte siberiano – cientificamente chamado de
Elasmotherium Sibiricum.

O unicórnio na Bíblia
Sim, dependendo da tradução utilizada você encontrará a palavra unicórnio na Bíblia.
Versões mais antigas dos textos bíblicos traduzem o hebraico re’em por “unicórnio” em
pelo menos nove versículos bíblicos (Números 23.22; 24.8; Deuteronômio 33.17; Jó
39.9,10; Salmos 22.21; 29.6; 92.10; Isaías 34.7).

A tradução Almeida Revista e Corrigida (ARC) emprega a palavra unicórnio nesses


versículos. Por exemplo: no texto que narra o episódio em que Balaão não conseguiu
amaldiçoar o povo de Israel, lemos: “Deus os tirou do Egito; as suas forças são como as
do unicórnio” (Números 23:22).

Os linguistas não sabem precisar o significado exato do termo hebraico re’em. Os


tradutores da Septuaginta traduziram esse termo hebraico com o grego monokeros, que
significa literalmente “um chifre” ou “unicórnio”. Traduções posteriores em outros
idiomas mantiveram essa ideia ao usar palavras que denotavam o sentido de “um só
chifre”.
Se o unicórnio não tivesse se tornado a principal designação de uma criatura fantástica
do imaginário popular, não haveria qualquer problema no uso da palavra unicórnio nas
traduções bíblicas. Mas devido a isso, outras palavras podem ser mais apropriadas para
evitar qualquer tipo de confusão. Por esse motivo as comissões de traduções
responsáveis pelas versões mais recentes têm preferido aplicar outras palavras e
expressões em vez de unicórnio, como: “boi selvagem”, “búfalo” e “rinoceronte”.

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O unicórnio na Bíblia tinha poderes?
O unicórnio citado na Bíblia não tinha poderes místicos ou algo do tipo. Como já foi
explicado, tratava-se de um animal comum e conhecido do povo daquela época. Na
verdade esse animal aparece no texto bíblico de um modo a evidenciar seus dotes
físicos. Ele é descrito como um animal grande, muito forte e indomável. Selvagem e
feroz, era perigoso se aproximar dele ou tentar caçá-lo (cf. Jó 39:9-12).

Considerando essas características alguns estudiosos sugerem que o unicórnio bíblico


era o rinoceronte. Isso explicaria o único chifre. Mas outros estudiosos defendem que
provavelmente o unicórnio na Bíblia era o rimu, um tipo de boi selvagem também
conhecido na Europa como auroque. Esse animal aparece representado em esculturas
assírias, mosaicos babilônicos e gravuras egípcias.

Como frequentemente essas imagens ilustravam o boi selvagem de perfil, apenas um de


seus grandes chifres ficava visível. Então talvez daí tenha vindo a designação
“unicórnio”. Esse animal foi extinto no século 17 d.C.

Portanto, o unicórnio na Bíblia não é uma referência a uma criatura fantástica que
possui poderes mágicos, mas uma referência a um animal real que foi criado por Deus.
Claramente esse animal era conhecido dos escritores bíblicos e das demais pessoas que
viveram naqueles tempos. O mesmo acontece com outras criaturas bíblicas que
despertam a curiosidade das pessoas, tais como o temido Leviatã e o monstro Beemote.

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