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Ulónguè, 2019
I
UNIVERSIDADE ZAMBEZE
Ulónguè, 2019
II
DECLARAÇÃO
Eu, Carlos António Rafael, declaro que esta monografia é o resultado do meu
Universidade Zambeze, Ulónguè. Ela não foi submetida antes para obtenção de nenhum
grau ou para avaliação em nenhuma outra Universidade. Todas obras de outros autores
referências bibliográficas.
III
DEDICATÓRIA
Aos meus pais, António Rafael e Cristina José Bata, pelo grande exemplo de
amor de um pai para filho e por todo o seu apoio e ajuda a mim oferecidas durante a
minha formação.
Aos meus irmãos, Armando António Rafael; Rafael António Rafael;
Juvência Constância António; Elcídio António Rafael; Aderito António Rafael;
Delma António Rafael; Letícia Domingas António e Lenílson Paulo António, pelos
incentivos e compaixão de irmão que nunca me faltou, acima de tudo pelas palavras
encorajadoras no sentido de continuar apostando na academia, e pelos seus apoios que
foram cruciais para chegar ao objectivo final.
Aos meus avôs paternos, Rafael Quimbine e Amelia Naete, por mostrarem e
ensinar um grande exemplo de como enfrentar as dificuldades que homem pode esperar
na vida, por acreditar em mim em todo percurso académico o seu apoio e ajuda por eles
concedido
Aos meus avôs Maternos, em especial a minha querida avó Maria José João,
por em encorajar-me a seguir o rumo académico e por ter apostado em mim desde o
instante que me tirou dos meus pais para juntos convivermos na sua casa e por nunca
parar de orar por mim para que chegue a essa fase. Ao meu anti-querido avô Carlos
Ernesto Bata (in memoriam), pelo apoio espiritual e porque acreditava no meu sucesso.
IV
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradecer a Deus pai, filho e espirito santo, pós admito que se
não fosse da força que me foi concedida, o tempo, o amor infinito, eu, definitivamente,
não teria chegue onde hoje estou. Espero que continue assim meu DEUS.
A minha mãe e ao meu pai, por todo amor, apoio, aceitação. Enquanto a maioria
não acreditava em mim, eles sempre estiveram lá, me estimulando a seguir em frente.
A minha família em geral, pelo companheirismo e apoio dedicados nesse
período de formação e em especial no período que desenvolvia o trabalho.
A todos funcionários da faculdade (CTA) em especial aos docentes e a direção.
Ao meu orientador, Eng. Marquês da Graça Paulo António Massocha, MSc.
Por todo o apoio dado neste percurso académico. Obrigado pelos conselhos, puxões de
orelha e cobranças do meu esforço. Posso dizer, sem medo de mentir, que é figura impar
como profissional dedicado e comprometido com a evolução do conhecimento na
avicultura e em compartilhar seu vasto conhecimento. Imenso respeito por sua
dedicação e simplicidade, meu muito obrigado.
Ao meu, amigo, colega e irmão Bonifácio Henriques Paulo (in memorian), vai
um agradecimento especial pela recepção convivência durante o meu primeiro ano que
moramos no mesmo teto e tivemos uma boa convivência durante esse período e ate aos
seus últimos dias aqui na terra, ainda me lembro como se fosse ontem a me ligar e dizer
puto estou doente, foste um bom amigo do Bairro na Beira, irmão em Ulónguè, colega
na Faculdade, nunca esquecerei dos teus conselhos, e ninguém fechara o vazio que
deixou em me, que Deus ti dei um descanso eterno.
Aos meus amigos e colegas da faculdade: Linda, Anabela, Liston, Valnice,
Sonia, Suraia, Joãozinho, Hernane, Virginia Tivir, Stela Cabo Verde, Dimba, Acelma,
Isolda, Stela Namarucha, Ivan, Michel Inacio, por todo o apoio, ajuda, brincadeiras e
risos em todo esse tempo de convivência, muito sucesso, acredito em todos vocês.
Aos melhores amigos que Deus colocou no meu caminho Gil Mucambe;
Cristina João Timóteo, Roberto Nazaré; Eumilsio Henriques; Ainodino Sumbana;
Osvaldo Neves; Francisco Gimo, Eliseu Tomo, Fausio Magaco, Cudzanai Creva,
Fábio Anacleto, Egas Singano e Bonifacio Rachide Júlio Nhamuchego, Celina
Escova Conde, por sempre me ajudarem e estarem comigo nos momentos bons e ruins
da vida, vocês são como anjos na minha vida.
Muito obrigado !!!
V
RESUMO
VI
SUMMARY
This study aimed to evaluate the zootechnical performance and economic viability of
broilers when different levels of Neem pie up to 21 days of age were included in their
diet. A total of 198 Cobb 500 broiler chicks were distributed in a completely
randomized design composed of three treatments and three replications, with levels of
0.0%, 5.0%, and 6.0%. Zootechnical and some economic performance data were
subjected to analysis of variance (ANOVA), means were compared by Dunnett's test (p
<0.05) in the SPSS version 24 package. Finish live weight, weight gain were evaluated,
feed intake and feed conversion, not evidencing negative influences with the inclusion
of the pie. The evaluation of the economic parameters showed that the inclusion of 6.0%
presented better economic return with 19.07% superior profit in relation to the control.
Neem pie is an alternative ingredient to be included in chicken feed up to 21 days of
age.
Key words: Neem pie in broiler feed, Zootechnical and economic performance.
VII
LISTA DE TABELAS
VIII
APÊNDICES e ANEXO
IX
LISTA DE SÍMBOLOS, SIGLAS E ABREVIATURAS
% – Percentagem;
o
C– graus Celsius;
A1 – ração inicial;
AAs– aminoácidos;
CA – conversão alimentar;
CR – consumo de ração;
CV – coeficiente de variação;
EM – energia metabolizável;
g – grama;
GP – ganho de peso;
kcal– quilocalorias;
kg – quilograma;
m– metro;
m2 – metro quadrado;
X
Mt – metical;
PB – proteína bruta;
PF – preço do frango;
R – repetição;
RM – rentabilidade média;
T – tratamento;
XI
SUMÁRIO
1.3. HIPÓTESE............................................................................................................. 4
XII
3.3.4. Trituração da Semente. .................................................................................. 21
6.0 RECOMENDAÇÕES............................................................................................... 31
XIII
1.0. INTRODUÇÃO
1
alimentação dos animais domésticos. Seu poder no controle de coccidiose em frangos
de corte vem sendo testado por diversos autores (TIPU et al., 2006).
O grande atrativo do Neem para o controle de pragas e doenças que atacam
plantas e animais é o seu elevado conteúdo de azadirachtina, porém em doses elevadas
este componente pode causar intoxicação nos animais de produção, não devendo ser
fornecida “in natura” em teores elevados na ração (UKO et al., 2006).
Apesar de rico tanto em ácidos graxos quanto em proteína, o Neem não pode ser
usado na nutrição animal sem passar por processamento, pois possui efeito deletério no
animal. Por ser rico em tanino (14 a 16%), o Neem e seus subprodutos podem causar
diminuição da ingestão de alimento se este não for processado. Em níveis baixos a torta
de Neem pode ser usada como promotor de crescimento para as aves, uma vez que
diminui a infestação por coccídeos. Apesar de sua importância no controle de
parasitoses e como substituto de ionóforos coccidiostáticos comerciais (TIPU et al.,
2006).
O cenário produtivo avícola convive com profundas mudanças ao qual são
inerentes a necessidade de atendimento as alterações de comportamento do mercado
consumidor, somando a isto a continua busca por melhores índices econômicos ao qual
norteia a sobrevivência financeira da cadeia produtiva como um todo (FASCINA,
2011).
Numa visão mecanicista da cadeia, direcionada apenas ao enfoque nutrição, está
vive grandes alterações com enorme dinamismo para atender as exigências impostas
pelo mercado consumidor este em questão, com a grande disponibilidade de
informações que por distintas situações são distorcidas ou mesmo mal elucidada de
forma a gera concepções errôneas sobre as técnicas de criação empregadas na avicultura
dos dias atuais (FASCINA, 2011).
1.1. PROBLEMA
A proteína representa-se em maior quantidade na dieta de frangos de corte,
como sendo o principal nutriente a ser depositado na carcaça como tecido muscular.
Esta, ainda, influencia a conversão alimentar, o ganho de peso e a qualidade de
carcaças, afetando diretamente o desempenho das aves e o custo de produção. A torta de
Neem, é um subproduto da forma “in natura” rica em proteína (TIPU et al., 2006).
2
Segundo MAIA (2017), ASSUNÇÃO (2016), LANDY et al. (2011), dizem que
o uso da torta de Neem como promotor de crescimento, afeta negativamente o
desempenho de frangos. Enquanto o GIROTTO & SANTOS (2012), UKO &
KAMALU (2008), MURTAZA & PASHA (2002), HAYAT et al. (1991), concluíram
que quanto maior for os níveis de inclusão da torta de neem na ração melhor será o
desempenho das aves.
Com a descrição anterior apresentando resultados controversos de pesquisas com
inclusão de 0% a 5%, segue-se a seguinte questão de partida: Qual é a influência da
inclusão (5% e 6%) de torta de Neem (Azadirachta indica) na ração comercial sobre o
desempenho produtivo e viabilidade económica de frangos de corte até aos 21 dias de
idade?
1.2. JUSTIFICATIVA
Para atingir-se altos índices de produção com frangos de corte uma das
alternativas é a utilização de aditivos como promotores de crescimento na ração. No
entanto, alguns desses produtos vêm sofrendo grande restrição, devido a esses produtos
apresentarem moléculas semelhantes com a de antibióticos utilizados na terapêutica
humana.
Neste contexto, os alimentos alternativos, podem reduzir os custos de produção
dos formulados (TIPU et al., 2006; BASTOS et al., 2007), e aumentando a
produtividade, na presença de aditivos (TIPU et al., 2006). Assim, estes alimentos têm
sido abordados com potencial a suprir as exigências nutricionais e reduzir o custo na
alimentação dos animais (ASSUNÇÃO, 2016).
Dentre os vários nutrientes presentes em alimentos, a proteína representa a
quantidade maior na dieta de frangos de corte, e o principal nutriente a ser depositado na
carcaça como tecido muscular. Esta, ainda, influencia a conversão alimentar, o ganho de
peso e a qualidade de carcaças, afetando diretamente o desempenho das aves e o custo
de produção. Um exemplo de ingrediente alternativo para compor dieta alimentar de
frangos de corte, como fonte proteica, é a torta de Neem, um subproduto da forma “in
natura” do fruto do Neem indiano (BAWA, 2014).
O uso da torta de Neem como ingrediente alternativo para compor dieta
alimentar de frangos de corte tem suas vantagens. A primeira ao reduzir os custos da
produção do formulado (ração) e competitivo aos alimentos tradicionais e o segundo
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pelas ações antimicrobianas potenciais no(s) alimento(s) alternativo(s) em detrimento de
antibióticos via rações (BAWA, 2014).
MAIA (2017), concluiu que o nível de 0 % de inclusão de torta de Neem foi o
mais indicado para o melhor desempenho dos frangos de corte nas condições avaliadas,
enquanto GIROTTO & SANTOS, (2012) concluíram que os níveis 3 e 4% são os mais
indicados para o aumento do desempenho dos frangos de corte, nas condições avaliadas.
Diante do cenário acima referido, torne-se necessário realização de mais
pesquisas com diferentes níveis de inclusão como forma de fortalecer os resultados já
existente.
1.3. HIPÓTESE
As aves que consumem ração com e sem inclusão da torta de neem podem
apresentar melhor desempenho zootécnico e maior lucro.
1.4. OBJECTIVOS
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2.0. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
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O COBB500 é um frango de corte flexível que pode trazer bons custos a partir
da alimentação com baixas densidades de aminoácidos e que responde com crescimento
acelerado e rendimento de peito a altos níveis de aminoácidos (COBB-VANTRESS,
2015).
Para a relação mais econômica de alimento por unidade de peso vivo, podem-se
aplicar menos aminoácidos, embora os resultados secundários possam ser um
crescimento mais lento e uma conversão alimentar (CA) mais alta. Os níveis gerais
exatos de aminoácidos devem ser determinados de acordo com os preços dos
ingredientes e os valores do produto acabado (da unidade de processamento)
(BELLAVER, 2014).
As tendências mundiais de produção de frangos de corte para deposição de carne
magra e a elevação dos preços das fontes proteicas têm motivado nutricionistas a
formularem rações que atendam adequadamente às exigências em aminoácidos desses
animais, por outro lado, o nível adequado de aminoácidos na ração pode melhorar a
eficiência alimentar, a taxa de crescimento e, consequentemente, aumentar o rendimento
económico da actividade avícola (HEINZEN, 2016).
GARCIA (2009), demostra a evolução tecnológica e a perspectiva e da
avicultura conforme as necessidades do sector e seus eventos históricos apresentados na
Tabela 1.
Tabela 1: evolução tecnológica e Perspectivas da avicultura de corte.
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foram aplicados na importação periódica e regular de pintos e rações. Com o fim destas
empresas, verificou-se o declínio da produção avícola. Iniciativas privadas desde os
anos 80 no País vem demonstrando que a avicultura mantém-se como actividade viável,
embora requeira investimentos elevados (MASA, 2016).
Existem dois tipos de raças de galinha importantes em Moçambique,
destacando-se o frango de corte e a galinha landim (a raça local). A vantagem do frango
de corte comparada com a raça local é de ter o ciclo de produção mais curto, apenas 35
dias são necessários para atingir 1,65 – 2kg de peso vivo (MASA, 2016).
A produção de frangos de corte no país tem merecido nos últimos tempos um
lugar de destaque na economia nacional, pois para além de constituir uma fonte de
emprego e rendimento, contribui para a segurança alimentar para a população rural e
urbana (SENETE et al., 2019).
Na realidade, Moçambique poderá ter as condições necessárias para se tornar
competitivo na exportação de frango no médio e longo prazo, principalmente para a
África Austral e o Médio Oriente. Para tal, seria necessário a tomada de iniciativas
dinamizadoras e a realização de investimentos em todas as partes da cadeia para reduzir
os custos de produção (SENETE et al., 2019).
Olhando para o ano de 2017, foi registado um total de 88952 Ton de frango,
representando um crescimento de 17,4% comparado com o igual período em 2016 tendo
reduzido as importações em 70% (AMARAL & MLAY, 2017).
A província de Manica é a que mais tem produzido frangos ao nível nacional
seguida da província de Maputo. Um dos focos prioritários da estratégia em
Moçambique na área da avicultura, consiste na promoção do desenvolvimento
sustentável da produção de frangos, redução de importações e redução dos custos de
produção do frango nos principais centros urbanos do país (MASA, 2016).
A facilidade de chegada de frangos congelados, induziu a uma descida de preços
para o frango local, na tentativa de competir, causando prejuízos para os produtores
locais que já vêm enfrentando os altos custos do pinto de dia e ainda os altíssimos
custos de ração (AMARAL & MLAY, 2017).
As autoridades ligadas ao sector da pecuária em Tete estão a incentivar os
avicultores para que adiram ao associativismo ou cooperativismo de modo a assegurar
uma produção de frango e de ovos de qualidade. Apelam ainda que os avicultores
devem pautar pela produção de frango de boa qualidade, o que requer um
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acompanhamento rigoroso na alimentação e tratamento das aves na fase do seu
crescimento (SENETE et al., 2018).
Lembrou-se que o governo está ainda empenhado na criação de condições para o
crescimento da actividade avícola na província, desde a implementação dos projectos de
produção de pintos, ovos e fabricação de ração para a alimentação das aves. Assim, foi
instalada no município da vila de Úlonguè, distrito de Angónia, uma incubadora da
empresa Escolha do Povo, para a produção do pinto do dia, inserido no programa de
Bolsas de Valores para a actividade avícola na província (SENETE et al., 2018).
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Dentre os factores ambientais, a temperatura é o que mais influencia a expressão
do potencial genético das aves. Quando submetidas a ambiente em termos neutros
(conforto térmico), as aves apresentam óptimo desempenho produtivo. A redução no
consumo de ração é uma resposta ao estresse por calor, trazendo prejuízos ao ganho de
peso e conversão alimentar das aves (MACHUCA, 2013).
As linhagens também são factores importantes e variáveis que influenciam a
exigência nutricional de AAs, particularidades como potencial de ganho de peso, o peso
corporal e as características reprodutivas e comportamentais devem ser considerados na
formulação das rações garantindo que os animais possam atingir seu potencial genético
(MACHUCA, 2013).
Na tabela 2, estão representados os níveis nutricionais requeridos para o
desempenho dos frangos de corte em diferentes fases de criação.
Tabela 2: Requerimentos nutricionais de frangos de corte em diferentes fases.
Componente 1-7 8-21 22-33 34-42
Energia Metabolizável Kcal/kg 2,925 2,980 3,050 3.100
Proteína % 22,00 20,00 19,00 17,80
Cálcio % 0,920 0,860 0,750 0,650
Fósforo % 0,470 0,384 0,335 0,290
Potássio % 0,590 0,585 0,580 0,580
Sódio % 0,220 0,210 0,200 0,195
Cloro % 0,200 0,190 0,180 0,170
Acido Linoléico % 1,090 1,060 1,040 1,020
Fonte: Elaboração própria, a partir de dados ROSTAGNO et al. (2011).
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de alimentos de origem vegetal, que quando consumidos, reduzem o valor nutritivo dos
alimentos (ALMEIDA, 2012).
A utilização de alimentos que possuam concentrações significativas dos
compostos secundários é indesejável na alimentação das aves, e pode interferir na
digestibilidade das proteínas e aminoácidos, na disponibilidade das vitaminas e
minerais, assim como na metabolização ou exigência energética destes animais. Fitatos,
oxalatos, inibidores de protéases (inibidor de tripsina e lectina), ácido cianídrico e
glicosídeos cianogénios são exemplos de factores antinutricionais encontrados na
maioria dos alimentos de origem vegetal (FASCINA, 2011).
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alimentares das espécies criadas. Surgiram, então, iniciativas de produção de “frangos
sem antibióticos, sem promotores de crescimento e sem ingredientes de origem animal
na ração”. (PIRES, 2017).
A criação alternativa de frangos surgiu, então, como opção ao consumidor,
sendo que o termo “Frango Certificado Alternativo” designa frango de exploração
intensiva, criado sem uso de antibióticos, anticoccidianos, promotores de crescimento,
quimioterápicos e ingredientes de origem animal na dieta, além de menor densidade de
aves por m², e de uma série de outros requisitos para regulamentação da produção do
frango alternativo em âmbito universal (RIBEIRO et al., 2010).
A demanda por produtos da avicultura, denominados “alternativos”, face às
exigências de mercado e às proibições do uso de alguns aditivos pelo princípio de
precaução, tem provocado melhoria das técnicas de criação desse segmento e os
resultados zootécnicos têm apresentado menores índices de mortalidade, maior ganho
de peso diário, com consequente melhoria no índice de eficiência produtiva (RIBEIRO
et al., 2010).
Segundo BRUGALLI (2003), diz a carne de frango registra um aumento do
consumo ao nível mundial, devido a alterações nos hábitos alimentares, com
substituição das carnes vermelhas pelas carnes brancas, em virtude do seu baixo teor de
gordura e preço reduzido. A carne de frango atinge as expectativas e desejos de grande
parcela da população mundial que está cada vez mais preocupada em consumir
alimentos saudáveis e seguros.
A criação alternativa em escala comercial sobrevive devido à diferenciação do
preço do produto para o consumidor, pois os menores índices zootécnicos
inviabilizariam a produção não fosse este recurso. Além disso há a necessidade de
remunerar e incentivar os produtores de maneira diferenciada, gerando benefícios que
os motivem a produzirem neste modelo. As empresas produtoras de carne de frangos
acredita-se que usando sistemas alternativos e orgânicos terão maior possibilidade de
viabilizar seu trabalho e conquistar mercados à medida que conheçam melhor a atitude e
expectativas do consumidor em relação aos produtos e a importância dos atributos da
qualidade oferecidos serem comunicados ao consumidor (BRUGALLI, 2003).
2.6.1. Aditivos Fitogénicos.
Os extratos de plantas e condimentos têm sido utilizados há muitos anos na
medicina humana para auxiliar na cura de doenças. Mas na alimentação animal
moderna, os extratos de plantas despertaram o interesse como uma alternativa aos
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aditivos antimicrobianos somente após a proibição do uso de promotores de crescimento
antibióticos. Desde então, muitas pesquisas estão sendo realizadas para aumentar o
conhecimento sobre o modo de ação, estabilidade, toxicidade e benefícios potenciais
dos extratos herbários (FASCINA, 2011).
Segundo ASSUNÇÃO (2016), testes recentes revelam que os extratos vegetais
estimulam a atividade enzimática intestinal das aves, as atividades das enzimas
pancreáticas e promovem o aumento da atividade antioxidante, com consequente
melhora na digestibilidade e na capacidade de absorção de nutrientes das aves.
A atividade antioxidante dos extratos vegetais se deve diretamente à captura de
radicais livres e outros intermediários oxidativos, da quelação de íons de ferro e cobre e
da inibição de óxidos. A atividade antioxidante foi atribuída aos carotenóides e
flavonóides, particularmente a quercetina e silibinina, que podem proteger as células e
tecidos contra os efeitos prejudiciais do oxigênio reativo, em grau semelhante ao efeito
dos tocoferóis (BETERCHINI, 2016).
Diversas espécies vegetais, tais como alho (Allium sativum), cebola (Allium
cepa), canela (Cinnamomum zujlanicum), orégano (Origanum vulgare), Yucca (Yucca
schidigera) e Quillaja saponaria estão sendo pesquisadas e já são utilizadas na
avicultura industrial como aditivos na ração de frangos de corte (BETERCHINI, 2016).
2.7. NEEM
O neem é uma planta de origem asiática, pertencente à família Meliaceae,
natural de Burma e das regiões áridas da Índia (SAXENA, 1983). O neem (Azadirachta
indica) também pode ser encontrado com os nomes de neen, nim, margosa, nime, lila
índio, ou ainda por Melia azadirachta L., Melia indica (A. Juss.) Brandis e Antelaea
azadirachta (L.) Adelb. O Neem, ainda, é um alimento rico em ácidos graxos, contendo
28 % de proteína bruta (PURI, 1999), e 14-16 % de tanino (TIPU et al., 2006).
O Neem, Azadirachta indica de Jussieu, é pertencente à mesma família da
Santa-bárbara (ou cinamomo), Cedro, Cedrilho, Mogno etc. Originário da Índia e de
Mianmar, é usado como planta medicinal, planta sombria e mais recentemente como
aditivo, inseticida, adubo, na produção de madeira e vermífugo (BEVILACQUA, 2008).
O grande atrativo do Neem para o controle de pragas e doenças que atacam
plantas e animais é o seu elevado conteúdo de azadirachtina, porém em doses elevadas
este componente pode causar intoxicação nos animais de produção, não devendo ser
fornecida “in natura” em teores elevados na ração (UKO et al., 2006). Apesar de rico
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tanto em ácidos graxos quanto em proteína, o Neem não pode ser usado na nutrição
animal sem passar por processamento, pois possui efeito deletério no animal (PURI,
1999). Por ser rico em tanino (14 a 16%), o Neem e seus subprodutos podem causar
diminuição da ingestão de alimento se este não for processado (BEVILACQUA, 2008).
Em níveis baixos o Neem pode ser usada como promotor de crescimento para as
aves, uma vez que diminui a infestação por coccídeos. Neste contexto, os alimentos
alternativos, por vez de custos reduzidos, tornam interessantes à redução dos custos de
produção dos formulados (TIPU et al., 2006; BASTOS et al., 2007), e ao aumento da
produtividade, na presença de aditivos (TIPU et al., 2006). Assim, estes alimentos têm
sido abordados com potencial a suprir as exigências nutricionais e reduzir o custo na
alimentação dos animais (MAHEJABIN et al.,2015).
Os seus compostos de interesse estão presentes nos frutos, sementes, folhas,
casca e raízes, e possuem acção antisséptica, anti-inflamatório, antifúngico, como
inseticida, adubo, vermífugo, e outros fins. Em destaque, estas substâncias com acção
em nematóides, fungos e bactérias: azadirachtina, nimbina, salannina, nimbidina,
kaempoferol, thionemone, quercetina e outras. A substância de interesse veterinária com
princípio ativo é a azadiractina, porque é a um tetranortriterpenóide de baixíssima
toxidade ao homem e animais domésticos (ASSUNÇÃO, 2016).
Em vários países, essa árvore tem sido estudada para fornecer produtos
alternativos aos agrotóxicos, como extratos de frutos, sementes, ramos e folhas, e para
controlar pragas em culturas onde o uso de agrotóxico não é permitido, como no caso
dos cultivos orgânicos (ASSUNÇÃO, 2016).
O balanceamento de um formulado que atenda exigências de animais
produtivos, como frangos de corte, requer balanceamento nutricional dos ingredientes
que o comporão. Dentre os vários nutrientes presentes em alimentos, a proteína
representa a quantidade maior na dieta de frangos de corte, e o principal nutriente a ser
depositado na carcaça como tecido muscular (ALMEIDA, 2012).
A proteina, influencia a conversão alimentar, o ganho de peso e a qualidade de
carcaças, afectando diretamente o desempenho das aves e o custo de produção. Um
exemplo de ingrediente alternativo para compor dieta alimentar de frangos de corte, e,
ao formulado, por ser fonte proteica, é a torta de Neem, um subproduto da forma “in
natura” do fruto do Neem indiano (ALVES, et al; 2016).
Em animais, estudos recentes, têm mostrado que o neem pode ser um grande
aliado na nutrição animal como sendo promotor de crescimento mais indicado para
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monogástricos em especial as aves e para controle de carrapato, mosca-do-chifre e no
controle de sarna em especial para os animais de grande porte (SARKER, 2014).
Os extratos das folhas, sementes e cascas do neem, são obtidos o óleo, a torta
moída e o pó de suas partes trituradas. Esses produtos têm demonstrado acção repelente
e de alteração no crescimento e no desenvolvimento de um grande número de espécies
de pragas (MAHEJABIN et al., 2015).
2.7.1. Torta de Neem.
A torta de Neem, um subproduto de neem que resulta do processamento dos
frutos de modo a reduzir os níveis de toxidade. Para tal, deve-se manter baixos níveis de
teor de tanino, para satisfatória ingestão do formulado pelos animais, reduzindo efeito
deletério. Atendida essa condição, a torta de Neem pode ser utilizada como fonte
proteica, no controle sanitário de endo e ectoparasitas, e na promoção de crescimento ao
reduzir a infestação por coccídeos (TIPU et al., 2006)
A população da microbiota intestinal das aves é composta por diversas espécies
bacterianas, que colonizam o trato intestinal ao longo de toda a vida das aves, tendo
início imediatamente após o nascimento e crescente principalmente durante as primeiras
semanas de vida. Necessitando assim um controle de patógenos que podem reduzir a
eficiência da digestão e absorção (SARKER, 2014).
Os antimicrobianos promotores de crescimento são substâncias administradas
aos animais com o objetivo de aumentar a produtividade, atuando sobre o metabolismo
dos animais, síntese de vitaminas e aminoácidos e inibindo o crescimento de patógenos
prejudiciais às aves, principalmente bactérias. A proibição do uso de antibióticos
melhoradores de desempenho viabilizou buscas por novos aditivos. Neste sentido, os
naturais são os mais utilizados, constituídos por compostos químicos presentes nas
plantas como um todo ou em partes específicas desta (MAIA, 2017)
Segundo MAIA (2017), diz que o uso da torta de Neem como promotor de
crescimento, quando afetou no desenvolvimento de frangos de corte da linhagem Cobb,
influenciou de forma negativa o desempenho das aves nas fases de desenvolvimento e
terminação, para tal, foram utilizados 96 pintos mistos (machos e fêmeas) de1 dia, que
foram alojados seguindo delineamento inteiramente ao acaso, cada parcela experimental
continha seis aves (três machos e três fêmeas).: T1 - 0 % de torta de Neem na ração; T2
- 1 % de torta de Neem na ração; T3 - 3 % de torta de Neem na ração e T4 - 5 % de torta
de Neem na ração ). Nesse caso, concluiu-se que o nível de 0 % de inclusão foi o mais
indicado para o melhor desempenho dos frangos de corte nas condições avaliadas.
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ASSUNÇÃO (2016), diz que a utilização de torta de Neem (Azadirachta indica)
como antimicrobiano em rações de frangos de corte, tendo como tratamentos dieta basal
sem inclusão de antimicrobiano, dieta com 0,05% de tilosina, dieta com 0,05% de Neem
e dieta com 0,1% de Neem na ração, concluiu que o uso da torta de Neem como
promotor de crescimento e antimicrobiano, não afetou o desempenho, a
metabolizabilidade e a microbiota intestinal das aves até 21 dias de idade.
DURRANI (2008), notou que as aves alimentadas com Neem ate aos 21 dias de
idade, apresentavam uma diferença estatística negativa em relação as aves que
consumiam ração que não continha o neem, os mesmos, se encontravam com peso
abaixo do que o indicado para Linhagem, resultado que pode estar relacionado com o
baixo consumo dos animais.
LANDY et al. (2011), também ao usar a torta de Neem como promotor de
crescimento observou que as aves alimentadas de dietas com Neem, apresentaram uma
diferença estatística negativa, onde as mesmas apresentavam um peso corporal menor
do que o padrão da raça, no qual o autor atribuiu esse resultado a baixa pressão de O2
atmosférica, que retardou a taxa de crescimento devido a uma depressão no consumo de
ração. O mesmo resultado foi encontrado por UKO et al. (2006), estudando os efeitos
tóxicos das amêndoas de Neem cruas para frangos de corte, antes da extração do óleo,
onde o autor atribui esses resultados ao baixo consumo da ração devido a toxidade da
mesma.
GIROTTO & SANTOS (2012), trabalhando com 300 pintos machos de 1 dia,
que foram alojados seguindo delineamento inteiramente ao acaso. Os tratamentos
empregados foram: T1 – 0% de torta de Neem na ração, T2 - 1% de torta de Neem; T3 –
2% de torta de Neem; T4 – 3% de torta de Neem e T5 – 4% de torta de Neem na ração.
Avaliando o desempenho zootécnico de frangos de corte da linhagem Cobb, com
diferentes níveis de inclusão da torta de neem (Azadirachta indica) na ração, sendo
assim, concluíram que os níveis 3 e 4% são os mais indicados para o aumento do
desempenho dos frangos de corte, nas condições avaliadas.
O UKO & KAMALU (2008), trabalhando com sementes de Neem tratadas
termicamente ou não. Os autores constataram também neste estudo que o tratamento da
semente pelo calor aumentou a eficiência produtiva em relação à semente crua. Para tal,
o uso como suplemento proteico, a torta de Neem deve passar por tratamento como
lavagens ou aquecimento. Contudo, a sua inclusão como suplemento proteico
15
inviabilizaria (reduziria o custo) das rações que tem no farelo de soja sua maior fonte de
proteína.
São encontrados resultados positivos, quando frangos de corte (linhagem Ross),
consomem dietas de 0 à 2 % de pó de Neem (como fonte de 7 % de proteína bruta) no
final da produção (14 a 49 dias de idade), nesse caso, o melhor desempenho foi obtido
pelos frangos que receberam maiores níveis de torta de Neem na ração, sendo que, os
maiores ganhos acompanharam o aumento no consumo ocorrido para maiores níveis de
Neem na ração consequentemente melhorando a eficiência (ONYIMONYI et al., 2009).
MURTAZA & PASHA (2002), encontraram resultados semelhantes ao autor
acima quando compararam o desempenho de frangos de corte recebendo o promotor de
crescimento Salomicina de sódio e torta de Neem como anticoccidiostáticos. O mesmo
foi encontrado também por HAYAT et al. (1991), quando estudaram o efeito da
salomicina e de preparados de Neem no controle da coccidiose em frangos.
16
3.0. MATERIAIS E MÉTODO
17
3.2.2 Condução da Pesquisa
Utilizou-se 198 animais misturados quanto a sexo de linhagem Cobb 500, foram
pintos de um (1) dia no qual, primeiramente para melhor controle e extração de dados
foram distribuídos em três (3) tratamentos com três (3) repetições, onde:
Tratamento 1 (controle) - 0 % de inclusão de torta de neem
Tratamento 2- 5 % de inclusão da torta de neem
Tratamento 3- 6 % de inclusão da torta de neem
Na chegada, os pintos foram alojados com um peso medio de 50 g em galpão aberto
com ventilação natural adotando-se uma densidade de 30 kg/m2, no piso havia uma
cama de serradura de madeira com 5 cm acima do chão, com a finalidade de evitar o
contacto directo das aves com o piso e possibilitar a diluição das excretas,
proporcionando conforto. Obedecendo assim o recomendado pelo manual da linhagem
COBB-VANTRESS (2013).
Tabela 3: Composição do complexo multivitamínico (stress-vita).
Composição Unidades
Vitamina A 20,000 U.I
Vitamina D3 3,600 U.I
Vitamina E acelate 10 mg
Vitamina K3 2 mg
Vitamina B1 HCl 2 mg
Vitamina B2 2 mg
Vitamina B6 HCl 2 mg
Vitamina B12 5 μg
D-pantothénatecalcium 10 mg
Nicotinamida 15 mg
Vitamina C 10 μg
Biotina 10μg
Ácido fólico 1 mg
Sulfato de magnésio 7aq. 40 mg
Sulfato de zinco 7aq. 40 mg
18
Para evitar o estresse da viagem, forneceu-se um complexo vitamínico (tabela
3), visto que os animais foram adquiridos na incubadora de Matewere á dez (10) Km da
Vila e por ter passado muitas horas na incubadora de jejum sem alimento e sem água o
que poderia causar um estresse no animal e comprometer o seu desempenho. As
divisórias foram feitas usando-se lonas pretas e blocos em uma altura de 50 cm para
impedir com que as aves passassem de um para outro compartimento.
Tabela 4: Composição da ração A1 (Higest).
Composição A1
19
usado nesse ensaio, uma pequena quantidade dos frutos coletou-se na vila Ulónguè e a
grande parte na cidade de Tete.
A colheita ocorreu quando os frutos começaram a amadurecer, ou seja, quando
passaram da cor verde para a amarela. Para a maior qualidade das sementes e dos
extratos, a colheita dos frutos foi feita diretamente nos ramos, cortando-se os cachos
quando cerca de 50 % dos frutos se encontravam amarelos (maduros). Os cachos de
frutos foram colocados à sombra até que termina-se o processo de maturação. Só então
fez-se o despolpamento e a secagem das sementes, conforme o recomendado por
MORAES et al. (2006).
20
3.3.4. Trituração da Semente.
Apos o preparo de todo equipamento para o inicio do ensaio, foi quando levou-
se as sementes para o pilão junto com a almofariz de modo a triturar ate que torna-se em
pó.
A análise bromatológica da torta de neem usada para o ensaio fez-se no
laboratório de análise de alimentos da Universidade Católica de Moçambique –
Chimoio (tabela 5).
Tabela 5: Análise bromatológico da torta de neem.
Composição Resultados
Proteína Bruta (%) 23.8
Humidade (%) 2.40
Gordura (%) 5.56
Cinzas (%) 5.37
Energia (Kcal) 318.77
Fonte: Elaboração própria, a partir de dados dos exames laboratoriais.
21
3.4.2 Análise Económica.
Para cada tratamento, foi realizada avaliação dos indicadores económicos por
meio de cálculos, utilizados por TOGASHI (2004):
Renda Bruta Média (RBM): valor em meticais (Mt) obtido em função do peso
médio vivo (PMV) e o preço do frango (PF) para 1kg:
Custo Médio de Arraçoamento (CMA): custo total relativo ao consumo de
ração (CR) na fase de criação em função do custo da ração em cada fase de
criação: CMA = (CR A1 x custo de ração A1/kg).
Margem Bruta Média (MBM): diferença entre a renda bruta média (RBM) e
os custos com alimentação: MBM = RBM – CMA;
Rentabilidade Média (RM): divisão entre a Margem Bruta Média (RBM) e o
custo médio de alimentação multiplicado por 100: RM = x 100;
Para os efeitos dos tratamentos foi realizada análise de variância dos dados
do experimento com recurso ao software SPSS-versão 24 e a classificação das
médias de tratamento foi pelo teste de Dunnett, adoptando-se um nível de
significância de 5%.
22
4.0 RESULTADOS E DISCUSSÃO
23
MURTAZA & PASHA (2002) quando compararam o desempenho de frangos de corte
recebendo o promotor de crescimento Salomicina de sódio e torta de Neem como
anticoccidiostáticos.
HAYAT et al. (1991) quando estudaram o efeito da Salomicina e de preparados
de Neem no controle da coccidiose em frangos também encontraram resultados
similares aos deste estudo. Ainda referenciam que o uso da torta de neem como
suplemento proteico na alimentação dos animais domésticos, é uma excelente
alternativa uma vez que, os animais precisam da proteína para a conversão em músculo.
Resultados contraditórios foram encontrados por MAIA (2017), quando incluiu
a torta de neem (0 %, 1 %, 3 % e 5 %) na ração de frangos de corte da linhagem Cobb,
dizendo que o ganho de peso não teve efeito significativo (p <0,01) na fase inicial (1 a
21 dias) e também no desenvolvimento. Na primeira fase (1 a 21 dias) a dieta de 0 % foi
20 % maior à dieta de 5 % (tratamento inferior), essa diferença também ocorre nas
demais concentrações de torta de neem, na segunda fase onde o ganho de peso foi
estatisticamente igual.
ASSUNÇÃO (2016), trabalhando com dieta basal sem inclusão de
antimicrobiano, dieta com 0,05% de tilosina, dieta com 0,05% de Neem e dieta com
0,1% de Neem, avaliados aos 7 e 21 dias de idade. Notou uma diferença estatística entre
os tratamentos, onde as aves que consumiram a dieta contendo a torta de Neem neem
aos 21 dias de idade se encontravam com peso abaixo em relação as aves que
consumiram a dieta contendo a tilosina.
LANDY et al. (2011), ao estudar o desempenho, características de carcaça, e
imunidade em frangos de corte alimentados com neem dietético (Azadirachta indica)
como alternativa em relação aos promotores de crescimento e antibióticos, observou que
as aves consumiram a ração que continham Neem, apresentavam o peso corporal menor
do que o padrão da raça.
Esses resultados podem ser justificados pelo facto da torta de Neem apresentar
maior teor de proteína na sua composição e do seu efeito antimicrobiano, inibindo o
crescimento de patógenos prejudiciais às aves, principalmente bactérias que reduzem a
eficiência da digestão e absorção dos nutrientes.
4.1.2. Consumo de Ração.
A tabela 7 mostra o consumo de alimento na fase de 1 a 21 dias de idade,
alimentados com níveis de inclusão de 0, 5 e 6% de torta de Neem na ração. Para tal,
nota-se que as aves que consumiram ração com a inclusão de torta Neem na sua ração
24
não apresentaram diferenças estatísticas com as aves controle que consumiram ração
sem a inclusão da torta de Neem na sua ração.
Tabela 7: Consumo de ração.
TRATAMENTO CR (g/ave)
Controle (0,0 %) 888,81a
5,0 % 872,00a
6,0 % 871,64a
Media 877,48
Erro Padrão 4,26
C V (%) 1,46
Médias seguidas por letras minúsculas diferentes na coluna, diferem entre se significativamente
pelo teste de Dunnett (p <0,05).
25
concentração de Neem nas rações, mais alto é o teor de Tanino, o que limita o consumo
do alimento pelas aves, conforme encontrado por UKO & KAMALU (2008) quando
forneceram sementes de Neem não tratadas pelo calor para frangos de corte.
Os resultados deste estudo podem estar relacionados a melhora na palatabilidade
da ração contendo a torta de Neem, visto que apos a torrefação das sementes de Neem o
teor de tanino é reduzido, garantindo assim a redução do efeito deletério, validando o
potencial do ingrediente (torta de Neem) em dietas de frangos de corte contrariamente à
sua forma in natura.
26
GIROTTO & SANTOS (2012), ao observar a conversão alimentar na fase de 1 a
21 dias de vida de frangos da linhagem Cobb, alimentados com 5 diferentes níveis (0 %,
1 %, 2%, 3 % e 4 %) de torta de Neem na ração, verificaram pior conversão alimentar
quando a quantidade de torta de Neem era menor na ração.
Resultado controverso foi encontrado por MAIA (2017), ao estudar o
desempenho produtivo de frangos de corte da linhagem Cobb, a partir de diferentes
concentrações (0%, 1%, 3% e 5%) de torta de Neem na dieta alimentar durante as fases
de criação (desenvolvimento e terminação), onde a conversão alimentar dos frangos de
corte foi estatisticamente igual para os tratamentos nas fazes de desenvolvimento e
terminação, com baixo ganho de peso por consumo de ração. Também não houve
diferença estatística quando incluída a torta de Neem nas percentagens de 0; 0,7 e 1,2
%, respectivamente nas fases de desenvolvimento e terminação: com médias de 1,79 e
2,21 (LANDY et al., 2011). Ocorrendo também na fase inicial, 1 a 21 dias (0; 0,05 e 0,1
%), com =1,534g/g (ASSUNÇÃO, 2016); e no final da produção, aos 42 dias de idade
(0,1; 0,2 e 0,3 %), =2,07g/g (TIPU et al., 2002).
Estes resultados estão relacionados com consumo de ração e ganho de peso. A
melhoria de conversão das aves com inclusão de 6,0 % pode estar aliada ao facto de
apresentarem um ganho superior e consumo de ração igual aos outros tratamentos,
evidenciando melhor aproveitamento dos nutrientes devido à melhora do metabolismo
dos animais, da síntese de vitaminas e aminoácidos proporcionado por este ingrediente.
27
Tabela 9: Indicadores económicos.
TRATAMENTO RBM CMA MBM RM IRR
(% Torta de Neem) (MT) (MT) (MT) (%) (%)
b a b
Controle (0,0 %) 123,34 39,29 84,05 214,33 100,00
5,0 131,82b 38,54a 93,27a 242,53 114,30
a a a
6,0 135,63 38,53 97,10 252,49 119,07
Media 130,26 38,79 91,48 236,45 111,12
Erro Padrão 2,09 0,19 2,16 6,12 3,11
C V (%) 4.82 1.47 7,11 7,76 8,41
Médias seguidas por letras minúsculas diferentes na coluna, diferem entre se significativamente
pelo teste de Dunnett (p <0,05).
28
A rentabilidade média (RM), também foi influenciada pela inclusão da torta de neem.
As aves que foram incluídas a torta de neem na sua ração apresentaram maiores valores
percentuais, esses valores foram aumentando conforme o incremento dos níveis de
inclusão de torta de Neem na ração (de 5 % para 6 %), 242,53% e 252,49%,
respectivamente, enquanto menor valor percentual verificou-se nas aves que não foram
incluídas a torta na sua ração (214,33%). Assim sendo, houve uma diferença percentual
de 28.20% e 38,16%, respectivamente para os níveis 5 % e 6 % em relação ao controle.
Estes resultados diferem com os encontrados por RAMOS (2007), que não
observou diferenças estatísticas nesse parâmetro económico entre todos os tratamentos
adoptados na sua pesquisa.
Este facto deve-se aos resultados observados em relação aos parâmetros renda
bruta média e custo médio de arraçoamento que influenciaram directamente este
parâmetro económico.
O maior índice relativo de rentabilidade (IRR) obtido nesse ensaio foi nas aves
que consumiram ração com 6 % de inclusão, apresentado 19,07 % de lucro superior em
relação as aves controle. O tratamento com 5 % de inclusão de torta de Neem
apresentou um lucro superior de 14,30 % em relação as aves controle. Estes resultados
Corroboram com os de RIBEIRO et al., (2010), ao afirmarem que o alimento não
convencional frequentemente reduz o custo de alimentação. ONU (2010), também
afirma que a inclusão dietética da farinha de extratos vegetais reduz o custo de produção
de um quilo de ração e isso se reflete no custo de um ganho de peso em quilogramas.
Estes resultados podem estar aliados ao facto da torta de nem melhorar o
metabolismo dos animais e aumentar a taxa de absorção dos nutrientes.
29
5.0 CONCLUSÃO
30
6.0 RECOMENDAÇÕES.
31
7.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
32
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36
APÊNDICES
PESO FINAL 0% DE INCLUSAO 3 858,00 32,06634 18,5135 778,3428 937,6572 832,50 894,00
DE NEEM 00 1
GANHO DE PESO 0% DE INCLUSAO 3 807,00 32,54612 18,7905 726,1510 887,8490 781,00 843,50
DE NEEM 00 1
1
CONVERSAO 0% DE INCLUSAO 3 1,1067 ,03512 ,02028 1,0194 1,1939 1,07 1,14
ALIMENTAR DE NEEM
ANOVA
Soma dos
Quadrados gl Quadrado Médio F
Total 15258,000 8
Total 15588,500 8
Total 1307,961 8
Total ,030 8
2
APÊNDICE II: Análise de variância para indicadores económicos.
RENDA BRUTA 0% DE INCLUSAO 3 123,33 4,60857 2,66076 111,8883 134,7850 119,67 128,51
MEDIA DE NEEM 67
CUSTO MEDIO DE 0% DE INCLUSAO 3 39,286 ,36116 ,20851 38,3895 40,1838 38,91 39,63
ARRACOAMENTO DE NEEM 7
MARGEM BRUTA 0% DE INCLUSAO 3 84,050 4,37583 2,52639 73,1798 94,9202 80,35 88,88
MEDIA DE NEEM 0
INDICE RELATIVO 0% DE INCLUSAO 3 100,00 ,00000 ,00000 100,0000 100,0000 100,00 100,00
DE DE NEEM 00
3
RENTABILIDADE 5% DE INCLUSAO 3 114,30 5,55041 3,20453 100,5154 128,0913 108,10 118,80
DE NEEM 33
ANOVA
Total 315,371 8
Total 2,561 8
Total 338,398 8
Total 2693,767 8
Total 698,223 8
4
ANEXO I