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INCLUSÃO DA TORTA DE NEEM (Azodirachata indica) NA

RAÇÃO PARA FRANGOS DE CORTE (1-21 DIAS).

Carlos António Rafael


UNIVERSIDADE ZAMBEZE

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS


CURSO DE ENGENHARIA AGRO-PECUÁRIA

ESPECIALIDADE: PRODUÇÃO ANIMAL

INCLUSÃO DA TORTA DE NEEM (Azodirachata indica) NA

RAÇÃO PARA FRANGOS DE CORTE (1-21 DIAS).

Carlos António Rafael

Ulónguè, 2019

I
UNIVERSIDADE ZAMBEZE

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS


CURSO DE ENGENHARIA AGRO-PECUÁRIA

INCLUSÃO DA TORTA DE NEEM (Azodirachata indica) NA

RAÇÃO PARA FRANGOS DE CORTE (1-21 DIAS).

Autor: Carlos António Rafael

Orientador: Eng.º Marques da Graça Paulo António Massocha, MSc

Monografia submetida à Universidade


Zambeze, Faculdade de Ciências Agrárias,
Ulónguè, em parcial cumprimento dos
requisitos para a obtenção do grau de
Licenciado em Engenharia Agropecuária,
área de concentração Produção Animal.

Ulónguè, 2019

II
DECLARAÇÃO

Eu, Carlos António Rafael, declaro que esta monografia é o resultado do meu

próprio trabalho, está a ser submetida para a obtenção do grau de Licenciado em

Engenharia Agro-Pecuária na área de concentração em Produção Animal na

Universidade Zambeze, Ulónguè. Ela não foi submetida antes para obtenção de nenhum

grau ou para avaliação em nenhuma outra Universidade. Todas obras de outros autores

consultadas neste trabalho foram devidamente citadas e encontram-se na lista de

referências bibliográficas.

(Carlos António Rafael)

Ulónguè, aos______de____________________de 2019

III
DEDICATÓRIA

Aos meus pais, António Rafael e Cristina José Bata, pelo grande exemplo de
amor de um pai para filho e por todo o seu apoio e ajuda a mim oferecidas durante a
minha formação.
Aos meus irmãos, Armando António Rafael; Rafael António Rafael;
Juvência Constância António; Elcídio António Rafael; Aderito António Rafael;
Delma António Rafael; Letícia Domingas António e Lenílson Paulo António, pelos
incentivos e compaixão de irmão que nunca me faltou, acima de tudo pelas palavras
encorajadoras no sentido de continuar apostando na academia, e pelos seus apoios que
foram cruciais para chegar ao objectivo final.
Aos meus avôs paternos, Rafael Quimbine e Amelia Naete, por mostrarem e
ensinar um grande exemplo de como enfrentar as dificuldades que homem pode esperar
na vida, por acreditar em mim em todo percurso académico o seu apoio e ajuda por eles
concedido
Aos meus avôs Maternos, em especial a minha querida avó Maria José João,
por em encorajar-me a seguir o rumo académico e por ter apostado em mim desde o
instante que me tirou dos meus pais para juntos convivermos na sua casa e por nunca
parar de orar por mim para que chegue a essa fase. Ao meu anti-querido avô Carlos
Ernesto Bata (in memoriam), pelo apoio espiritual e porque acreditava no meu sucesso.

Vocês me inspiram. !!!

IV
AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradecer a Deus pai, filho e espirito santo, pós admito que se
não fosse da força que me foi concedida, o tempo, o amor infinito, eu, definitivamente,
não teria chegue onde hoje estou. Espero que continue assim meu DEUS.
A minha mãe e ao meu pai, por todo amor, apoio, aceitação. Enquanto a maioria
não acreditava em mim, eles sempre estiveram lá, me estimulando a seguir em frente.
A minha família em geral, pelo companheirismo e apoio dedicados nesse
período de formação e em especial no período que desenvolvia o trabalho.
A todos funcionários da faculdade (CTA) em especial aos docentes e a direção.
Ao meu orientador, Eng. Marquês da Graça Paulo António Massocha, MSc.
Por todo o apoio dado neste percurso académico. Obrigado pelos conselhos, puxões de
orelha e cobranças do meu esforço. Posso dizer, sem medo de mentir, que é figura impar
como profissional dedicado e comprometido com a evolução do conhecimento na
avicultura e em compartilhar seu vasto conhecimento. Imenso respeito por sua
dedicação e simplicidade, meu muito obrigado.
Ao meu, amigo, colega e irmão Bonifácio Henriques Paulo (in memorian), vai
um agradecimento especial pela recepção convivência durante o meu primeiro ano que
moramos no mesmo teto e tivemos uma boa convivência durante esse período e ate aos
seus últimos dias aqui na terra, ainda me lembro como se fosse ontem a me ligar e dizer
puto estou doente, foste um bom amigo do Bairro na Beira, irmão em Ulónguè, colega
na Faculdade, nunca esquecerei dos teus conselhos, e ninguém fechara o vazio que
deixou em me, que Deus ti dei um descanso eterno.
Aos meus amigos e colegas da faculdade: Linda, Anabela, Liston, Valnice,
Sonia, Suraia, Joãozinho, Hernane, Virginia Tivir, Stela Cabo Verde, Dimba, Acelma,
Isolda, Stela Namarucha, Ivan, Michel Inacio, por todo o apoio, ajuda, brincadeiras e
risos em todo esse tempo de convivência, muito sucesso, acredito em todos vocês.
Aos melhores amigos que Deus colocou no meu caminho Gil Mucambe;
Cristina João Timóteo, Roberto Nazaré; Eumilsio Henriques; Ainodino Sumbana;
Osvaldo Neves; Francisco Gimo, Eliseu Tomo, Fausio Magaco, Cudzanai Creva,
Fábio Anacleto, Egas Singano e Bonifacio Rachide Júlio Nhamuchego, Celina
Escova Conde, por sempre me ajudarem e estarem comigo nos momentos bons e ruins
da vida, vocês são como anjos na minha vida.
Muito obrigado !!!

V
RESUMO

Este trabalho objectivou avaliar o desempenho zootécnico e viabilidade económica de


frangos de corte quando incluídos na sua dieta diferentes níveis de torta de Neem até
aos 21 dias de idade. Utilizou-se 198 pintos de corte da linhagem Cobb 500,
distribuídos em um delineamento inteiramente casualizado composto de três
tratamentos e três repetições, com níveis de 0,0%, 5,0%, e 6,0%. Os dados de
desempenho zootécnico e alguns económicos foram submetidos à análise de variância
(ANOVA), as médias foram comparadas pelo teste de Dunnett (p <0,05) no pacote
SPSS, versão 24. Foram avaliados o peso vivo final, ganho de peso, consumo de ração e
conversão alimentar, não sendo evidenciado influencia negativa com a inclusão da torta.
A avaliação dos parâmetros económicos, mostraram que a inclusão de 6,0 % apresentou
melhor retorna económico com 19,07 % de lucro superior em relação ao controle. A
torta de Neem é um ingrediente alternativo para ser incluído na ração para frangos até
aos 21 dias de idade.

Palavras-chave: Torta de Neem na ração de frangos de corte, Desempenho zootécnico


e económico.

VI
SUMMARY

This study aimed to evaluate the zootechnical performance and economic viability of
broilers when different levels of Neem pie up to 21 days of age were included in their
diet. A total of 198 Cobb 500 broiler chicks were distributed in a completely
randomized design composed of three treatments and three replications, with levels of
0.0%, 5.0%, and 6.0%. Zootechnical and some economic performance data were
subjected to analysis of variance (ANOVA), means were compared by Dunnett's test (p
<0.05) in the SPSS version 24 package. Finish live weight, weight gain were evaluated,
feed intake and feed conversion, not evidencing negative influences with the inclusion
of the pie. The evaluation of the economic parameters showed that the inclusion of 6.0%
presented better economic return with 19.07% superior profit in relation to the control.
Neem pie is an alternative ingredient to be included in chicken feed up to 21 days of
age.
Key words: Neem pie in broiler feed, Zootechnical and economic performance.

VII
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Perspectiva e evolução da avicultura de corte. ................................................. 6


Tabela 2: Requerimentos nutricionais de frangos de corte em diferentes fases. .............. 9
Tabela 3: Composição do complexo multivitamínico (stress-vita). ............................... 18
Tabela 4: Composição da ração A1 (Higest). ................................................................. 19
Tabela 5: Análise bromatológico da torta de neem. ....................................................... 21
Tabela 6: Ganho de peso dos frangos alimentados com diferentes níveis de torta de
Neem na ração. ............................................................................................................... 23
Tabela 7: Consumo de ração. ......................................................................................... 25
Tabela 8: Conversão alimentar. ...................................................................................... 26
Tabela 9: Indicadores económicos. ................................................................................ 28

VIII
APÊNDICES e ANEXO

APÊNDICE I: Análise de variância para desempenho produtivo. ................................... 1


APÊNDICE II: Análise de variância para indicadores económicos. ................................ 3
ANEXO I .......................................................................................................................... 5

IX
LISTA DE SÍMBOLOS, SIGLAS E ABREVIATURAS

% – Percentagem;

o
C– graus Celsius;

A1 – ração inicial;

AAs– aminoácidos;

CA – conversão alimentar;

CMA – consumo médio de arraçoamento;

Cobb 500 – nome da linhagem ou marca de frango utilizada;

CR – consumo de ração;

CV – coeficiente de variação;

EM – energia metabolizável;

et al.–e outros autores;

g – grama;

g/g – grama por grama;

GMD – ganho médio diário;

GP – ganho de peso;

IRR – índice relativo a rentabilidade;

kcal– quilocalorias;

kg – quilograma;

m– metro;

MBM – Margem Bruta Média;

m2 – metro quadrado;

X
Mt – metical;

ONGs– organizações não governamentais;

PB – proteína bruta;

PF – preço do frango;

PVF – peso vivo final;

Qc – quantidade de ração consumida;

R – repetição;

RBM – renda bruta média;

RM – rentabilidade média;

Cobb 500 – nome da linhagem ou marca de frango utilizada;

SPSS-versão 24 – nome do software de estatística;

T – tratamento;

XI
SUMÁRIO

1.0. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 1

1.1. PROBLEMA ...................................................................................................... 2

1.2. JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 3

1.3. HIPÓTESE............................................................................................................. 4

1.4. OBJECTIVOS ....................................................................................................... 4

1.4.1. Objectivo Geral ............................................................................................... 4

1.4.2. Objectivos Específicos .................................................................................... 4

2.0. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 5

2.1. AVICULTURA DE CORTE NO MUNDO .......................................................... 5

2.2. AVICULTURA DE CORTE EM MOÇAMBIQUE ............................................. 6

2.3. EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS .......................................................................... 8

2.4. FATORES ANTINUTRICIONAIS E COMPOSTOS BIOATIVOS


(FITOQUÍMICOS). ...................................................................................................... 9

2.5. PROMOTOR DE CRESCIMENTO. ................................................................... 10

2.6. CRIAÇÃO ALTERNATIVA .............................................................................. 10

2.6.1. Aditivos Fitogénicos. .................................................................................... 11

2.7.1. Torta de Neem. .............................................................................................. 14

3.0. MATERIAIS E MÉTODO ...................................................................................... 17

3.1. LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DO ESTUDO. ............. 17

3.2. INSTALAÇÃO E CONDUÇÃO DA PESQUISA. ............................................. 17

3.2.1. Instalação. ...................................................................................................... 17

3.2.2 Condução da Pesquisa .................................................................................... 18

3.3. OBTENÇÃO DA TORTA DE NEEM. ............................................................... 19

3.3.1. Colheita dos Frutos. ...................................................................................... 19

3.3.2. Despolpamento e Secagem das Sementes. .................................................... 20

3.3.3. Torrefação da Semente. ................................................................................. 20

XII
3.3.4. Trituração da Semente. .................................................................................. 21

3.4 PARÂMETROS AVALIADOS. .......................................................................... 21

3.4.1. Avaliação do Desempenho Produtivo. .......................................................... 21

3.4.2 Análise Económica. ........................................................................................ 22

3.5. ANÁLISE ESTATÍSTICA. ................................................................................. 22

4.0 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 23

4.1. DESEMPENHO ZOOTÉCNICO ........................................................................ 23

4.1.1. Peso Vivo Final e Ganho De Peso. ............................................................... 23

4.1.2. Consumo de Ração. ....................................................................................... 24

4.1.3. Conversão Alimentar..................................................................................... 26

4.2 INDICADORES ECONÓMICOS ........................................................................ 27

5.0 CONCLUSÃO .......................................................................................................... 30

6.0 RECOMENDAÇÕES............................................................................................... 31

7.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 32

XIII
1.0. INTRODUÇÃO

Em Moçambique, cerca de 80 % da população está engajada em actividades


agrícolas, sendo a criação de frango uma actividade complementar. A avicultura é um
dos segmentos da agro-pecuária que mais contribui para cobrir o défice de proteína,
para a promoção da segurança alimentar, na geração de rendimento de emprego, e do
crescimento económico do país (OPPEWAL et al., 2016).
O êxito na produção avícola no mundo é resultado da combinação de melhoramento
genético, nutrição, sanidade e maneio. O frango de corte (broilers) é considerada uma
ave com alta conversão alimentar, rápido ganho de peso, ciclo de produção curto,
resistentes a doenças e crescimento uniforme. Esta espécie de ave é hoje considerada
uma fonte importante de carne e responsável por mais de 30 % do total de proteína
animal consumida no mundo, com maior impacto nos países em desenvolvimento
(OPPEWAL et al., 2016).
Atualmente, o pinto nasce com aproximadamente 42 g e atinge 4 vezes o peso
inicial ao final de 1 semana de vida. O uso de rações mais adaptadas à fisiologia das
aves é importante nesta fase (MASA, 2018).
Para atingir altos índices de produção com frangos de corte, uma das alternativas
é a utilização de aditivos como promotores de crescimento na ração. No entanto, alguns
desses produtos vêm sofrendo grande restrição, devido a esses produtos apresentarem
moléculas semelhantes com a de antibióticos utilizados na terapêutica humana. Diante
desse contexto, muitos estudos têm sido conduzidos com produtos naturais que possuem
acções antimicrobianas para substituir os antibióticos utilizados nas rações dessas aves
(MASA, 2018).
O Neem (Azadirachta indica) cujo princípio activo é a azadirachtina, tem sido
relatado por possuir efeitos antimicrobianos O Neem (Azadirachta indica A. Juss) é
uma planta medicinal versátil, por possuir amplo espectro de atividade biológica
(ASSUNÇÃO, 2016).
A utilização de alimentos alternativos e aditivos na ração de frangos vem sendo
empregada no sentido de aumentar a produtividade e ou reduzir custos de produção.
Muitos criadores de diversas espécies animais têm empregado de forma empírica tais
alimentos. Um destes alimentos é o Neem indiano (Azadirachta indica) que vem sendo
empregado no controle de endo e ectoparasitas e como suplemento proteico na

1
alimentação dos animais domésticos. Seu poder no controle de coccidiose em frangos
de corte vem sendo testado por diversos autores (TIPU et al., 2006).
O grande atrativo do Neem para o controle de pragas e doenças que atacam
plantas e animais é o seu elevado conteúdo de azadirachtina, porém em doses elevadas
este componente pode causar intoxicação nos animais de produção, não devendo ser
fornecida “in natura” em teores elevados na ração (UKO et al., 2006).
Apesar de rico tanto em ácidos graxos quanto em proteína, o Neem não pode ser
usado na nutrição animal sem passar por processamento, pois possui efeito deletério no
animal. Por ser rico em tanino (14 a 16%), o Neem e seus subprodutos podem causar
diminuição da ingestão de alimento se este não for processado. Em níveis baixos a torta
de Neem pode ser usada como promotor de crescimento para as aves, uma vez que
diminui a infestação por coccídeos. Apesar de sua importância no controle de
parasitoses e como substituto de ionóforos coccidiostáticos comerciais (TIPU et al.,
2006).
O cenário produtivo avícola convive com profundas mudanças ao qual são
inerentes a necessidade de atendimento as alterações de comportamento do mercado
consumidor, somando a isto a continua busca por melhores índices econômicos ao qual
norteia a sobrevivência financeira da cadeia produtiva como um todo (FASCINA,
2011).
Numa visão mecanicista da cadeia, direcionada apenas ao enfoque nutrição, está
vive grandes alterações com enorme dinamismo para atender as exigências impostas
pelo mercado consumidor este em questão, com a grande disponibilidade de
informações que por distintas situações são distorcidas ou mesmo mal elucidada de
forma a gera concepções errôneas sobre as técnicas de criação empregadas na avicultura
dos dias atuais (FASCINA, 2011).

1.1. PROBLEMA
A proteína representa-se em maior quantidade na dieta de frangos de corte,
como sendo o principal nutriente a ser depositado na carcaça como tecido muscular.
Esta, ainda, influencia a conversão alimentar, o ganho de peso e a qualidade de
carcaças, afetando diretamente o desempenho das aves e o custo de produção. A torta de
Neem, é um subproduto da forma “in natura” rica em proteína (TIPU et al., 2006).

2
Segundo MAIA (2017), ASSUNÇÃO (2016), LANDY et al. (2011), dizem que
o uso da torta de Neem como promotor de crescimento, afeta negativamente o
desempenho de frangos. Enquanto o GIROTTO & SANTOS (2012), UKO &
KAMALU (2008), MURTAZA & PASHA (2002), HAYAT et al. (1991), concluíram
que quanto maior for os níveis de inclusão da torta de neem na ração melhor será o
desempenho das aves.
Com a descrição anterior apresentando resultados controversos de pesquisas com
inclusão de 0% a 5%, segue-se a seguinte questão de partida: Qual é a influência da
inclusão (5% e 6%) de torta de Neem (Azadirachta indica) na ração comercial sobre o
desempenho produtivo e viabilidade económica de frangos de corte até aos 21 dias de
idade?

1.2. JUSTIFICATIVA

Para atingir-se altos índices de produção com frangos de corte uma das
alternativas é a utilização de aditivos como promotores de crescimento na ração. No
entanto, alguns desses produtos vêm sofrendo grande restrição, devido a esses produtos
apresentarem moléculas semelhantes com a de antibióticos utilizados na terapêutica
humana.
Neste contexto, os alimentos alternativos, podem reduzir os custos de produção
dos formulados (TIPU et al., 2006; BASTOS et al., 2007), e aumentando a
produtividade, na presença de aditivos (TIPU et al., 2006). Assim, estes alimentos têm
sido abordados com potencial a suprir as exigências nutricionais e reduzir o custo na
alimentação dos animais (ASSUNÇÃO, 2016).
Dentre os vários nutrientes presentes em alimentos, a proteína representa a
quantidade maior na dieta de frangos de corte, e o principal nutriente a ser depositado na
carcaça como tecido muscular. Esta, ainda, influencia a conversão alimentar, o ganho de
peso e a qualidade de carcaças, afetando diretamente o desempenho das aves e o custo
de produção. Um exemplo de ingrediente alternativo para compor dieta alimentar de
frangos de corte, como fonte proteica, é a torta de Neem, um subproduto da forma “in
natura” do fruto do Neem indiano (BAWA, 2014).
O uso da torta de Neem como ingrediente alternativo para compor dieta
alimentar de frangos de corte tem suas vantagens. A primeira ao reduzir os custos da
produção do formulado (ração) e competitivo aos alimentos tradicionais e o segundo

3
pelas ações antimicrobianas potenciais no(s) alimento(s) alternativo(s) em detrimento de
antibióticos via rações (BAWA, 2014).
MAIA (2017), concluiu que o nível de 0 % de inclusão de torta de Neem foi o
mais indicado para o melhor desempenho dos frangos de corte nas condições avaliadas,
enquanto GIROTTO & SANTOS, (2012) concluíram que os níveis 3 e 4% são os mais
indicados para o aumento do desempenho dos frangos de corte, nas condições avaliadas.
Diante do cenário acima referido, torne-se necessário realização de mais
pesquisas com diferentes níveis de inclusão como forma de fortalecer os resultados já
existente.
1.3. HIPÓTESE
As aves que consumem ração com e sem inclusão da torta de neem podem
apresentar melhor desempenho zootécnico e maior lucro.

1.4. OBJECTIVOS

1.4.1. Objectivo Geral


 Avaliar o desempenho zootécnico e viabilidade económica de frangos de corte
quando incluídos na sua ração diferentes níveis de torta de Neem.

1.4.2. Objectivos Específicos


 Comparar o desempenho zootécnico das aves incluídas diferentes níveis de torta
de Neem na ração.

 Identificar o nível de inclusão que apresentou maior lucro.

4
2.0. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. AVICULTURA DE CORTE NO MUNDO


O desenvolvimento do sector avícola surgiu com o intuito de responder com a
demanda pela proteína animal, e foi necessário a produção de carne alternativa na época
em que o mundo encontrava-se na segunda guerra mundial (HEINZEN, 2016).
Os Estados Unidos da América em função da situação acima, passaram a
desenvolver pesquisas relacionadas com o ADN das aves visando em obter novas
linhagens que sob maneio adequado de alimentação e sanidade tivessem boa conversão
alimentar, bom ganho médio diário e crescimento precoce para que em curto período de
tempo pudesse estar pronto para o consumo humano (BELLAVER, 2014).
Depois de várias pesquisas, conseguiu-se então se obter linhagens capazes de
responder com todas as qualidades que estão referidas no paragrafo anterior, e alem
destas qualidades o avanço tecnológico trouxe também outras vantagens que estão
relacionadas com a sua implantação, ser necessária uma pequena área de terra para ser
usada para a colocação da unidade de produção, podendo estar localizada em terra fraca
e desvalorizada e que dá um bom retorno em curto espaço de tempo (BELLAVER,
2014).
De acordo com a USAID SPEED (2016), os consumidores estão a ter uma
tendência de preferirem mais a carne branca em comparação com a carne vermelha com
busca a obter uma dieta saudável e mais equilibrada, em função de valores culturais
atrelados a um novo enfoque sobre saúde, e estilos de vida, além da elevação do
consumo decorrente da melhora da renda em vários países, em especial nos países em
desenvolvimento, aumento na urbanização e ao crescimento populacional.
A evolução da avicultura nas últimas décadas, principalmente pela intensa
selecção, descaracterizou as raças e originou linhagens específicas, com características
próprias, onde as aves destinadas à produção de carne foram seleccionadas
principalmente para características de desempenho e carcaça, como o peso vivo, a
conversão alimentar e o peso de peito, o que proporcionou avanços na taxa de
crescimento dos animais (LOPES, 2015).
Os dados da Cobb demonstram que a proteína e os aminoácidos podem ser
elevados em cerca de 8% com a finalidade de aumentar o rendimento da carne do peito,
embora um resultado secundário possa ser o aumento do custo de alimentação por
unidade de peso vivo (COBB-VANTRESS, 2015).

5
O COBB500 é um frango de corte flexível que pode trazer bons custos a partir
da alimentação com baixas densidades de aminoácidos e que responde com crescimento
acelerado e rendimento de peito a altos níveis de aminoácidos (COBB-VANTRESS,
2015).
Para a relação mais econômica de alimento por unidade de peso vivo, podem-se
aplicar menos aminoácidos, embora os resultados secundários possam ser um
crescimento mais lento e uma conversão alimentar (CA) mais alta. Os níveis gerais
exatos de aminoácidos devem ser determinados de acordo com os preços dos
ingredientes e os valores do produto acabado (da unidade de processamento)
(BELLAVER, 2014).
As tendências mundiais de produção de frangos de corte para deposição de carne
magra e a elevação dos preços das fontes proteicas têm motivado nutricionistas a
formularem rações que atendam adequadamente às exigências em aminoácidos desses
animais, por outro lado, o nível adequado de aminoácidos na ração pode melhorar a
eficiência alimentar, a taxa de crescimento e, consequentemente, aumentar o rendimento
económico da actividade avícola (HEINZEN, 2016).
GARCIA (2009), demostra a evolução tecnológica e a perspectiva e da
avicultura conforme as necessidades do sector e seus eventos históricos apresentados na
Tabela 1.
Tabela 1: evolução tecnológica e Perspectivas da avicultura de corte.

Década Natureza Evento


1950-1960 Genética Cruzamentos/híbridos
1960-1970 Sanitária Higiene/profilaxia/vacinas
1970-1980 Nutrição Programação linear

1980-1990 Maneio Instalações e Equipamentos


1990-2000 Meio ambiente Controlo e Climatização
2000-2010 Marketing Qualidade/Diferenciação
2010-2020 Proteína Aminoácidos e proteína ideal

Fonte: Elaboração própria, dados GARCIA (2009).

2.2. AVICULTURA DE CORTE EM MOÇAMBIQUE


A avicultura em Moçambique, desde o tempo de estabelecimento das Empresas
Avícolas Estatais, tem enfrentado dificuldades de abastecimento em pintos de um dia e
matéria-prima para rações. Neste período, valores elevados do orçamento do Estado

6
foram aplicados na importação periódica e regular de pintos e rações. Com o fim destas
empresas, verificou-se o declínio da produção avícola. Iniciativas privadas desde os
anos 80 no País vem demonstrando que a avicultura mantém-se como actividade viável,
embora requeira investimentos elevados (MASA, 2016).
Existem dois tipos de raças de galinha importantes em Moçambique,
destacando-se o frango de corte e a galinha landim (a raça local). A vantagem do frango
de corte comparada com a raça local é de ter o ciclo de produção mais curto, apenas 35
dias são necessários para atingir 1,65 – 2kg de peso vivo (MASA, 2016).
A produção de frangos de corte no país tem merecido nos últimos tempos um
lugar de destaque na economia nacional, pois para além de constituir uma fonte de
emprego e rendimento, contribui para a segurança alimentar para a população rural e
urbana (SENETE et al., 2019).
Na realidade, Moçambique poderá ter as condições necessárias para se tornar
competitivo na exportação de frango no médio e longo prazo, principalmente para a
África Austral e o Médio Oriente. Para tal, seria necessário a tomada de iniciativas
dinamizadoras e a realização de investimentos em todas as partes da cadeia para reduzir
os custos de produção (SENETE et al., 2019).
Olhando para o ano de 2017, foi registado um total de 88952 Ton de frango,
representando um crescimento de 17,4% comparado com o igual período em 2016 tendo
reduzido as importações em 70% (AMARAL & MLAY, 2017).
A província de Manica é a que mais tem produzido frangos ao nível nacional
seguida da província de Maputo. Um dos focos prioritários da estratégia em
Moçambique na área da avicultura, consiste na promoção do desenvolvimento
sustentável da produção de frangos, redução de importações e redução dos custos de
produção do frango nos principais centros urbanos do país (MASA, 2016).
A facilidade de chegada de frangos congelados, induziu a uma descida de preços
para o frango local, na tentativa de competir, causando prejuízos para os produtores
locais que já vêm enfrentando os altos custos do pinto de dia e ainda os altíssimos
custos de ração (AMARAL & MLAY, 2017).
As autoridades ligadas ao sector da pecuária em Tete estão a incentivar os
avicultores para que adiram ao associativismo ou cooperativismo de modo a assegurar
uma produção de frango e de ovos de qualidade. Apelam ainda que os avicultores
devem pautar pela produção de frango de boa qualidade, o que requer um

7
acompanhamento rigoroso na alimentação e tratamento das aves na fase do seu
crescimento (SENETE et al., 2018).
Lembrou-se que o governo está ainda empenhado na criação de condições para o
crescimento da actividade avícola na província, desde a implementação dos projectos de
produção de pintos, ovos e fabricação de ração para a alimentação das aves. Assim, foi
instalada no município da vila de Úlonguè, distrito de Angónia, uma incubadora da
empresa Escolha do Povo, para a produção do pinto do dia, inserido no programa de
Bolsas de Valores para a actividade avícola na província (SENETE et al., 2018).

2.3. EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS

ROSTAGNO et al. (2011), definiram que a exigência de um nutriente pode ser a


quantidade do mesmo a ser fornecido na dieta para atender as necessidades do animal
em condições ambientais compatíveis com boa saúde animal, mas pode ser interpretada
como sendo a quantidade indispensável para atender determinado nível de produção.
Geralmente é expressa em termos de valor absoluto (quantidade mínima do
nutriente/animal / produção) ou quantidade relativa (concentração de nutriente na dieta).
A exigência nutricional de AAs é influenciada por uma série de factores como
idade e sexo dos animais, níveis de energia e lisina da ração, densidade populacional,
condições ambientais (principalmente temperatura), estado sanitário dos animais
(desafio imunológico), digestibilidade dos nutrientes das matérias-primas para
fabricação de rações e grande variedade de metodologias utilizadas para a estimativa
(ROSTAGNO et al., 2011).
A idade das aves influencia as exigências nutricionais de AAs, uma vez que
ocorrem mudanças tanto na capacidade de deposição de proteína, que aumenta durante
o crescimento das aves, atingindo um máximo e então decresce à medida que o animal
se aproxima do tamanho adulto, quanto na exigência de AAs para a mantença, que
aumenta com o aumento do peso corporal (RODRIGUES et al., 2011).
As exigências em AAs em percentagem da dieta diminuem com o aumento da
idade das aves, em função da redução na taxa relativa de crescimento e do aumento da
capacidade de consumo alimentar. No entanto, os valores absolutos de exigências de
AAs, em gramas ou miligramas por dia, aumentam com o avanço da idade (LOPES,
2015).

8
Dentre os factores ambientais, a temperatura é o que mais influencia a expressão
do potencial genético das aves. Quando submetidas a ambiente em termos neutros
(conforto térmico), as aves apresentam óptimo desempenho produtivo. A redução no
consumo de ração é uma resposta ao estresse por calor, trazendo prejuízos ao ganho de
peso e conversão alimentar das aves (MACHUCA, 2013).
As linhagens também são factores importantes e variáveis que influenciam a
exigência nutricional de AAs, particularidades como potencial de ganho de peso, o peso
corporal e as características reprodutivas e comportamentais devem ser considerados na
formulação das rações garantindo que os animais possam atingir seu potencial genético
(MACHUCA, 2013).
Na tabela 2, estão representados os níveis nutricionais requeridos para o
desempenho dos frangos de corte em diferentes fases de criação.
Tabela 2: Requerimentos nutricionais de frangos de corte em diferentes fases.
Componente 1-7 8-21 22-33 34-42
Energia Metabolizável Kcal/kg 2,925 2,980 3,050 3.100
Proteína % 22,00 20,00 19,00 17,80
Cálcio % 0,920 0,860 0,750 0,650
Fósforo % 0,470 0,384 0,335 0,290
Potássio % 0,590 0,585 0,580 0,580
Sódio % 0,220 0,210 0,200 0,195
Cloro % 0,200 0,190 0,180 0,170
Acido Linoléico % 1,090 1,060 1,040 1,020
Fonte: Elaboração própria, a partir de dados ROSTAGNO et al. (2011).

2.4. FACTORES ANTINUTRICIONAIS E COMPOSTOS BIOATIVOS


(FITOQUÍMICOS).

Os alimentos de origem vegetal apresentam em sua composição substâncias


classificadas como compostos secundários, não nutrientes, que actuam proporcionando
a planta resistência aos microrganismos e insectos, participam na pigmentação, nas
características organolépticas, na regulação simbiótica e no controle da germinação de
sementes (ALMEIDA, 2012).
A presença destes compostos nos alimentos de origem vegetal, quando
consumidos pelos animais pode atuar de formas distintas, podendo agir como factor
antinutricional ou como composto bioativo. Os compostos antinutricionais podem ser
definidos como compostos ou classes de compostos presentes em uma ampla variedade

9
de alimentos de origem vegetal, que quando consumidos, reduzem o valor nutritivo dos
alimentos (ALMEIDA, 2012).
A utilização de alimentos que possuam concentrações significativas dos
compostos secundários é indesejável na alimentação das aves, e pode interferir na
digestibilidade das proteínas e aminoácidos, na disponibilidade das vitaminas e
minerais, assim como na metabolização ou exigência energética destes animais. Fitatos,
oxalatos, inibidores de protéases (inibidor de tripsina e lectina), ácido cianídrico e
glicosídeos cianogénios são exemplos de factores antinutricionais encontrados na
maioria dos alimentos de origem vegetal (FASCINA, 2011).

2.5. PROMOTOR DE CRESCIMENTO.


Os promotores de crescimento e de eficiência alimentar são aditivos
antimicrobianos de uso generalizado na produção animal, sendo suplementados nas
rações em pequenas dosagens. Esses produtos incluem os antibióticos, que são
substâncias produzidas por fungos, leveduras ou bactérias e que atuam contra bactérias
e os quimioterápicos, que incluem substâncias obtidas por síntese química, com ação
semelhante à dos antibióticos (ALVES, et al; 2016).
Os efeitos dos promotores de crescimento podem ser agrupados em três
categorias: metabólico, nutricional e controle de doenças. Admite-se que o modo de
acção primário é o controle de doenças, promovendo equilíbrio na microflora
gastrintestinal, reduzindo as bactérias indesejáveis (Gram +) e favorecendo a
colonização das desejáveis (Gram -) (ALVES, et al; 2016).
A utilização de alimentos alternativos e aditivos na ração de frangos vem sendo
empregada no sentido de aumentar a produtividade e ou reduzir custos de produção.
Muitos criadores de diversas espécies animais têm empregado de forma empírica tais
alimentos. Um destes alimentos é o Neem indiano (Azadirachta indica) que vem sendo
empregado no controle de endo e ectoparasitas e como suplemento proteico na
alimentação dos animais domésticos (TIPU, 2006). Seu poder no controle de coccidiose
em frangos de corte vem sendo testado por diversos autores (TIPU et al., 2006).

2.6. CRIAÇÃO ALTERNATIVA


A partir da década de 90, a crescente demanda dos consumidores por alimentos
saudáveis e isentos de resíduos químicos fez com que algumas empresas pesquisassem
alternativas para alimentar as aves com ingredientes mais naturais aos hábitos

10
alimentares das espécies criadas. Surgiram, então, iniciativas de produção de “frangos
sem antibióticos, sem promotores de crescimento e sem ingredientes de origem animal
na ração”. (PIRES, 2017).
A criação alternativa de frangos surgiu, então, como opção ao consumidor,
sendo que o termo “Frango Certificado Alternativo” designa frango de exploração
intensiva, criado sem uso de antibióticos, anticoccidianos, promotores de crescimento,
quimioterápicos e ingredientes de origem animal na dieta, além de menor densidade de
aves por m², e de uma série de outros requisitos para regulamentação da produção do
frango alternativo em âmbito universal (RIBEIRO et al., 2010).
A demanda por produtos da avicultura, denominados “alternativos”, face às
exigências de mercado e às proibições do uso de alguns aditivos pelo princípio de
precaução, tem provocado melhoria das técnicas de criação desse segmento e os
resultados zootécnicos têm apresentado menores índices de mortalidade, maior ganho
de peso diário, com consequente melhoria no índice de eficiência produtiva (RIBEIRO
et al., 2010).
Segundo BRUGALLI (2003), diz a carne de frango registra um aumento do
consumo ao nível mundial, devido a alterações nos hábitos alimentares, com
substituição das carnes vermelhas pelas carnes brancas, em virtude do seu baixo teor de
gordura e preço reduzido. A carne de frango atinge as expectativas e desejos de grande
parcela da população mundial que está cada vez mais preocupada em consumir
alimentos saudáveis e seguros.
A criação alternativa em escala comercial sobrevive devido à diferenciação do
preço do produto para o consumidor, pois os menores índices zootécnicos
inviabilizariam a produção não fosse este recurso. Além disso há a necessidade de
remunerar e incentivar os produtores de maneira diferenciada, gerando benefícios que
os motivem a produzirem neste modelo. As empresas produtoras de carne de frangos
acredita-se que usando sistemas alternativos e orgânicos terão maior possibilidade de
viabilizar seu trabalho e conquistar mercados à medida que conheçam melhor a atitude e
expectativas do consumidor em relação aos produtos e a importância dos atributos da
qualidade oferecidos serem comunicados ao consumidor (BRUGALLI, 2003).
2.6.1. Aditivos Fitogénicos.
Os extratos de plantas e condimentos têm sido utilizados há muitos anos na
medicina humana para auxiliar na cura de doenças. Mas na alimentação animal
moderna, os extratos de plantas despertaram o interesse como uma alternativa aos
11
aditivos antimicrobianos somente após a proibição do uso de promotores de crescimento
antibióticos. Desde então, muitas pesquisas estão sendo realizadas para aumentar o
conhecimento sobre o modo de ação, estabilidade, toxicidade e benefícios potenciais
dos extratos herbários (FASCINA, 2011).
Segundo ASSUNÇÃO (2016), testes recentes revelam que os extratos vegetais
estimulam a atividade enzimática intestinal das aves, as atividades das enzimas
pancreáticas e promovem o aumento da atividade antioxidante, com consequente
melhora na digestibilidade e na capacidade de absorção de nutrientes das aves.
A atividade antioxidante dos extratos vegetais se deve diretamente à captura de
radicais livres e outros intermediários oxidativos, da quelação de íons de ferro e cobre e
da inibição de óxidos. A atividade antioxidante foi atribuída aos carotenóides e
flavonóides, particularmente a quercetina e silibinina, que podem proteger as células e
tecidos contra os efeitos prejudiciais do oxigênio reativo, em grau semelhante ao efeito
dos tocoferóis (BETERCHINI, 2016).
Diversas espécies vegetais, tais como alho (Allium sativum), cebola (Allium
cepa), canela (Cinnamomum zujlanicum), orégano (Origanum vulgare), Yucca (Yucca
schidigera) e Quillaja saponaria estão sendo pesquisadas e já são utilizadas na
avicultura industrial como aditivos na ração de frangos de corte (BETERCHINI, 2016).

2.7. NEEM
O neem é uma planta de origem asiática, pertencente à família Meliaceae,
natural de Burma e das regiões áridas da Índia (SAXENA, 1983). O neem (Azadirachta
indica) também pode ser encontrado com os nomes de neen, nim, margosa, nime, lila
índio, ou ainda por Melia azadirachta L., Melia indica (A. Juss.) Brandis e Antelaea
azadirachta (L.) Adelb. O Neem, ainda, é um alimento rico em ácidos graxos, contendo
28 % de proteína bruta (PURI, 1999), e 14-16 % de tanino (TIPU et al., 2006).
O Neem, Azadirachta indica de Jussieu, é pertencente à mesma família da
Santa-bárbara (ou cinamomo), Cedro, Cedrilho, Mogno etc. Originário da Índia e de
Mianmar, é usado como planta medicinal, planta sombria e mais recentemente como
aditivo, inseticida, adubo, na produção de madeira e vermífugo (BEVILACQUA, 2008).
O grande atrativo do Neem para o controle de pragas e doenças que atacam
plantas e animais é o seu elevado conteúdo de azadirachtina, porém em doses elevadas
este componente pode causar intoxicação nos animais de produção, não devendo ser
fornecida “in natura” em teores elevados na ração (UKO et al., 2006). Apesar de rico

12
tanto em ácidos graxos quanto em proteína, o Neem não pode ser usado na nutrição
animal sem passar por processamento, pois possui efeito deletério no animal (PURI,
1999). Por ser rico em tanino (14 a 16%), o Neem e seus subprodutos podem causar
diminuição da ingestão de alimento se este não for processado (BEVILACQUA, 2008).
Em níveis baixos o Neem pode ser usada como promotor de crescimento para as
aves, uma vez que diminui a infestação por coccídeos. Neste contexto, os alimentos
alternativos, por vez de custos reduzidos, tornam interessantes à redução dos custos de
produção dos formulados (TIPU et al., 2006; BASTOS et al., 2007), e ao aumento da
produtividade, na presença de aditivos (TIPU et al., 2006). Assim, estes alimentos têm
sido abordados com potencial a suprir as exigências nutricionais e reduzir o custo na
alimentação dos animais (MAHEJABIN et al.,2015).
Os seus compostos de interesse estão presentes nos frutos, sementes, folhas,
casca e raízes, e possuem acção antisséptica, anti-inflamatório, antifúngico, como
inseticida, adubo, vermífugo, e outros fins. Em destaque, estas substâncias com acção
em nematóides, fungos e bactérias: azadirachtina, nimbina, salannina, nimbidina,
kaempoferol, thionemone, quercetina e outras. A substância de interesse veterinária com
princípio ativo é a azadiractina, porque é a um tetranortriterpenóide de baixíssima
toxidade ao homem e animais domésticos (ASSUNÇÃO, 2016).
Em vários países, essa árvore tem sido estudada para fornecer produtos
alternativos aos agrotóxicos, como extratos de frutos, sementes, ramos e folhas, e para
controlar pragas em culturas onde o uso de agrotóxico não é permitido, como no caso
dos cultivos orgânicos (ASSUNÇÃO, 2016).
O balanceamento de um formulado que atenda exigências de animais
produtivos, como frangos de corte, requer balanceamento nutricional dos ingredientes
que o comporão. Dentre os vários nutrientes presentes em alimentos, a proteína
representa a quantidade maior na dieta de frangos de corte, e o principal nutriente a ser
depositado na carcaça como tecido muscular (ALMEIDA, 2012).
A proteina, influencia a conversão alimentar, o ganho de peso e a qualidade de
carcaças, afectando diretamente o desempenho das aves e o custo de produção. Um
exemplo de ingrediente alternativo para compor dieta alimentar de frangos de corte, e,
ao formulado, por ser fonte proteica, é a torta de Neem, um subproduto da forma “in
natura” do fruto do Neem indiano (ALVES, et al; 2016).
Em animais, estudos recentes, têm mostrado que o neem pode ser um grande
aliado na nutrição animal como sendo promotor de crescimento mais indicado para

13
monogástricos em especial as aves e para controle de carrapato, mosca-do-chifre e no
controle de sarna em especial para os animais de grande porte (SARKER, 2014).
Os extratos das folhas, sementes e cascas do neem, são obtidos o óleo, a torta
moída e o pó de suas partes trituradas. Esses produtos têm demonstrado acção repelente
e de alteração no crescimento e no desenvolvimento de um grande número de espécies
de pragas (MAHEJABIN et al., 2015).
2.7.1. Torta de Neem.
A torta de Neem, um subproduto de neem que resulta do processamento dos
frutos de modo a reduzir os níveis de toxidade. Para tal, deve-se manter baixos níveis de
teor de tanino, para satisfatória ingestão do formulado pelos animais, reduzindo efeito
deletério. Atendida essa condição, a torta de Neem pode ser utilizada como fonte
proteica, no controle sanitário de endo e ectoparasitas, e na promoção de crescimento ao
reduzir a infestação por coccídeos (TIPU et al., 2006)
A população da microbiota intestinal das aves é composta por diversas espécies
bacterianas, que colonizam o trato intestinal ao longo de toda a vida das aves, tendo
início imediatamente após o nascimento e crescente principalmente durante as primeiras
semanas de vida. Necessitando assim um controle de patógenos que podem reduzir a
eficiência da digestão e absorção (SARKER, 2014).
Os antimicrobianos promotores de crescimento são substâncias administradas
aos animais com o objetivo de aumentar a produtividade, atuando sobre o metabolismo
dos animais, síntese de vitaminas e aminoácidos e inibindo o crescimento de patógenos
prejudiciais às aves, principalmente bactérias. A proibição do uso de antibióticos
melhoradores de desempenho viabilizou buscas por novos aditivos. Neste sentido, os
naturais são os mais utilizados, constituídos por compostos químicos presentes nas
plantas como um todo ou em partes específicas desta (MAIA, 2017)
Segundo MAIA (2017), diz que o uso da torta de Neem como promotor de
crescimento, quando afetou no desenvolvimento de frangos de corte da linhagem Cobb,
influenciou de forma negativa o desempenho das aves nas fases de desenvolvimento e
terminação, para tal, foram utilizados 96 pintos mistos (machos e fêmeas) de1 dia, que
foram alojados seguindo delineamento inteiramente ao acaso, cada parcela experimental
continha seis aves (três machos e três fêmeas).: T1 - 0 % de torta de Neem na ração; T2
- 1 % de torta de Neem na ração; T3 - 3 % de torta de Neem na ração e T4 - 5 % de torta
de Neem na ração ). Nesse caso, concluiu-se que o nível de 0 % de inclusão foi o mais
indicado para o melhor desempenho dos frangos de corte nas condições avaliadas.
14
ASSUNÇÃO (2016), diz que a utilização de torta de Neem (Azadirachta indica)
como antimicrobiano em rações de frangos de corte, tendo como tratamentos dieta basal
sem inclusão de antimicrobiano, dieta com 0,05% de tilosina, dieta com 0,05% de Neem
e dieta com 0,1% de Neem na ração, concluiu que o uso da torta de Neem como
promotor de crescimento e antimicrobiano, não afetou o desempenho, a
metabolizabilidade e a microbiota intestinal das aves até 21 dias de idade.
DURRANI (2008), notou que as aves alimentadas com Neem ate aos 21 dias de
idade, apresentavam uma diferença estatística negativa em relação as aves que
consumiam ração que não continha o neem, os mesmos, se encontravam com peso
abaixo do que o indicado para Linhagem, resultado que pode estar relacionado com o
baixo consumo dos animais.
LANDY et al. (2011), também ao usar a torta de Neem como promotor de
crescimento observou que as aves alimentadas de dietas com Neem, apresentaram uma
diferença estatística negativa, onde as mesmas apresentavam um peso corporal menor
do que o padrão da raça, no qual o autor atribuiu esse resultado a baixa pressão de O2
atmosférica, que retardou a taxa de crescimento devido a uma depressão no consumo de
ração. O mesmo resultado foi encontrado por UKO et al. (2006), estudando os efeitos
tóxicos das amêndoas de Neem cruas para frangos de corte, antes da extração do óleo,
onde o autor atribui esses resultados ao baixo consumo da ração devido a toxidade da
mesma.
GIROTTO & SANTOS (2012), trabalhando com 300 pintos machos de 1 dia,
que foram alojados seguindo delineamento inteiramente ao acaso. Os tratamentos
empregados foram: T1 – 0% de torta de Neem na ração, T2 - 1% de torta de Neem; T3 –
2% de torta de Neem; T4 – 3% de torta de Neem e T5 – 4% de torta de Neem na ração.
Avaliando o desempenho zootécnico de frangos de corte da linhagem Cobb, com
diferentes níveis de inclusão da torta de neem (Azadirachta indica) na ração, sendo
assim, concluíram que os níveis 3 e 4% são os mais indicados para o aumento do
desempenho dos frangos de corte, nas condições avaliadas.
O UKO & KAMALU (2008), trabalhando com sementes de Neem tratadas
termicamente ou não. Os autores constataram também neste estudo que o tratamento da
semente pelo calor aumentou a eficiência produtiva em relação à semente crua. Para tal,
o uso como suplemento proteico, a torta de Neem deve passar por tratamento como
lavagens ou aquecimento. Contudo, a sua inclusão como suplemento proteico

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inviabilizaria (reduziria o custo) das rações que tem no farelo de soja sua maior fonte de
proteína.
São encontrados resultados positivos, quando frangos de corte (linhagem Ross),
consomem dietas de 0 à 2 % de pó de Neem (como fonte de 7 % de proteína bruta) no
final da produção (14 a 49 dias de idade), nesse caso, o melhor desempenho foi obtido
pelos frangos que receberam maiores níveis de torta de Neem na ração, sendo que, os
maiores ganhos acompanharam o aumento no consumo ocorrido para maiores níveis de
Neem na ração consequentemente melhorando a eficiência (ONYIMONYI et al., 2009).
MURTAZA & PASHA (2002), encontraram resultados semelhantes ao autor
acima quando compararam o desempenho de frangos de corte recebendo o promotor de
crescimento Salomicina de sódio e torta de Neem como anticoccidiostáticos. O mesmo
foi encontrado também por HAYAT et al. (1991), quando estudaram o efeito da
salomicina e de preparados de Neem no controle da coccidiose em frangos.

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3.0. MATERIAIS E MÉTODO

3.1. LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DO ESTUDO.

O experimento foi desenvolvido no distrito de Angónia, concretamente na vila


Ulónguè, este distrito situa-se no extremo norte-nordeste da Província de Tete, sendo
limitado a Norte, Nordeste e Este pelo território do vizinho Malawi, a Sul pelo distrito
de Tsangano, e a Noroeste pelo distrito de Macanga (MINAE, 2014).
O distrito é caracterizado pela predominância de um clima tropical húmido, com
a temperatura média anual a rondar entre os 18 ºC a 22 ºC e humidade relativa de 70 %.
A precipitação média anual oscila entre 1100 a 1200 mm. A topografia é
dominantemente muito ondulada a dissecada nesta região de alta altitude, que ocorre de
forma fragmentada sendo geograficamente localizada nas zonas do complexo de
Marávia - Angónia. As principais formações montanhosas são: o Monte Dómuè - 2.095
m, Macungua - 1.797 m e Chirobwé - 2.021 m de altitude. No geral, os solos são
argiloarenoso, argilosos e vermelhos e em alguns casos de textura pesada (MINAE,
2014).
O período experimental foi de 21 dias, concretamente 23 de Abril á 14 de Maio de
2019.

3.2. INSTALAÇÃO E CONDUÇÃO DA PESQUISA.


3.2.1. Instalação.
A instalação situam-se por trás da fábrica de processamento de cereais,
concretamente no aviário de Tsogolane - Farmas, na qual foi construída com material
convencional, piso de concreto, coberto com chapa de zinco, possuindo um lado aberto,
utilizando-se rede galinheira como cortina (plástico preto) para criar barreiras contra os
predadores e permitir a circulação de ar. Na entrada do aviário continha um pedilúvio
para evitar com que as pessoas que quisessem visitar o aviário transportassem
patógenos para o interior do galpão, conforme recomendado por COBB-VANTRESS
(2013).
A instalação está orientada no sentido Este – Oeste conforme as orientações
zootécnicas, com essa orientação facilitou também para que nas horas onde os raios são
mais quentes, a radiação não incidisse no interior, pois poderia provocar lesões e um
desconforto térmico. A área da instalação era de 400 m2, mas somente uma área de 24
m2 é que foi usada para o experimento.

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3.2.2 Condução da Pesquisa
Utilizou-se 198 animais misturados quanto a sexo de linhagem Cobb 500, foram
pintos de um (1) dia no qual, primeiramente para melhor controle e extração de dados
foram distribuídos em três (3) tratamentos com três (3) repetições, onde:
 Tratamento 1 (controle) - 0 % de inclusão de torta de neem
 Tratamento 2- 5 % de inclusão da torta de neem
 Tratamento 3- 6 % de inclusão da torta de neem
Na chegada, os pintos foram alojados com um peso medio de 50 g em galpão aberto
com ventilação natural adotando-se uma densidade de 30 kg/m2, no piso havia uma
cama de serradura de madeira com 5 cm acima do chão, com a finalidade de evitar o
contacto directo das aves com o piso e possibilitar a diluição das excretas,
proporcionando conforto. Obedecendo assim o recomendado pelo manual da linhagem
COBB-VANTRESS (2013).
Tabela 3: Composição do complexo multivitamínico (stress-vita).
Composição Unidades
Vitamina A 20,000 U.I
Vitamina D3 3,600 U.I
Vitamina E acelate 10 mg
Vitamina K3 2 mg
Vitamina B1 HCl 2 mg
Vitamina B2 2 mg
Vitamina B6 HCl 2 mg
Vitamina B12 5 μg
D-pantothénatecalcium 10 mg
Nicotinamida 15 mg
Vitamina C 10 μg
Biotina 10μg

Ácido fólico 1 mg
Sulfato de magnésio 7aq. 40 mg
Sulfato de zinco 7aq. 40 mg

Sulfato de ferro 7aq. 0.1 Mg


Iodeto de potássio 0.1 Mg
Ácido acetilsalicílico 50 mg
Aminoácido 50 mg
Excipientsup 1g

Fonte: Elaboração própria, a partir de dados do rótulo.

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Para evitar o estresse da viagem, forneceu-se um complexo vitamínico (tabela
3), visto que os animais foram adquiridos na incubadora de Matewere á dez (10) Km da
Vila e por ter passado muitas horas na incubadora de jejum sem alimento e sem água o
que poderia causar um estresse no animal e comprometer o seu desempenho. As
divisórias foram feitas usando-se lonas pretas e blocos em uma altura de 50 cm para
impedir com que as aves passassem de um para outro compartimento.
Tabela 4: Composição da ração A1 (Higest).
Composição A1

Proteína Bruta (%) 21.00


Fibra Bruta (%) 5.00

Gordura Bruta (%) 4.00


Cinzas (%) 5.50
Enriquecido com enzimas

Fonte: Elaboração própria, a partir de dados do rótulo.

As aves foram fornecidas a ração inicial (A1) em todo período experimental


(tabela 4) com o objectivo de atender as recomendações preconizadas por ROSTAGNO
et al. (2011). A ração e água foram fornecidas ad libitum. Os comedouros utilizados
foram do tipo bandeja na primeira semana de vida, substituídos pelos comedouros do
tipo tubular e bebedouro do tipo copo (pressão) que primeiramente ficaram no chão para
permitir o fácil acesso aos pintos e depois ajustados ao nível do dorso das aves.
O programa de luz adoptado foi luz constante (24 h) durante todo o período
experimental.
O aquecimento foi realizado até aos 21 dias, após este período as aves já
possuem o aparelho termorregulador funcional, possibilitando a regulação da sua
temperatura corporal, conforme o preconizado pelo manual da linhagem COBB-
VANTRESS (2013). Os aquecedores utilizados foram baldes metálicos com carvão no
interior, espalhados de tal forma que a distribuição de calor fosse eficiente e equitativo.

3.3. OBTENÇÃO DA TORTA DE NEEM.


3.3.1. Colheita dos Frutos.
A coleta dos frutos de neem indiano (Azadirachta indica), foi fácil visto que a
planta encontra-se em abundancia na província de Tete. Uma parte desta usa-se como
sombra caseira assim como nas redondezas da capital provincial e alguns distritos como
Mutarara e Angónia. Quanto a obtenção dos frutos para a produção da torta de neem,

19
usado nesse ensaio, uma pequena quantidade dos frutos coletou-se na vila Ulónguè e a
grande parte na cidade de Tete.
A colheita ocorreu quando os frutos começaram a amadurecer, ou seja, quando
passaram da cor verde para a amarela. Para a maior qualidade das sementes e dos
extratos, a colheita dos frutos foi feita diretamente nos ramos, cortando-se os cachos
quando cerca de 50 % dos frutos se encontravam amarelos (maduros). Os cachos de
frutos foram colocados à sombra até que termina-se o processo de maturação. Só então
fez-se o despolpamento e a secagem das sementes, conforme o recomendado por
MORAES et al. (2006).

3.3.2. Despolpamento e Secagem das Sementes.


Para facilitar o despolpamento, os frutos foram submersos em água por algumas
horas antes de serem despolpados, para amaciar e suavizar a polpa, para em seguida ser
possível realizar a lavagem das sementes com água para se extrair as substâncias
açucaradas restantes, conforme o recomendado por MORAES et al. (2006).
As sementes foram secadas antes do armazenamento, longe do contato direto
com o chão, para evitar que esquentem demais. Foi necessário um dia de pleno sol,
revolvendo as sementes duas vezes, e, depois as colocando à sombra em camadas finas,
para se eliminar a humidade remanescente. A secagem prosseguiu até as sementes
adquirirem cor marrom clara ou escura e com humidade de mais ou menos de 15 %.
Conforme o recomendado por MARTINEZ (2002), o despolpamento e secagem
das sementes fez-se logo após a colheita, por ser um processo fundamental na garantia e
preservação dos nutrientes na semente, para a conservação do teor de azadiractina e para
a qualidade da Torta de Neem.

3.3.3. Torrefação da Semente.


Nesse caso, apos a secagem das sementes foram armazenadas durante um
período de dois meses, num ambiente limpo e fresco de modo a evitar os possíveis
danos consequentes. Chegado o tempo levou-se as sementes e pôs-se numa panela de
alumínio com fogo procedendo-se assim a torrefação por um período de tempo que
variou de 20 a 40 minutos conforme o recomendado por UKO et al. (2006).
O objectivo da torrefação da semente foi de reduzir o teor de azadiractina na
semente que é considerado anti-nutricional e as demais substâncias que quando in
natura tem efeito antinutricional e deletério segundo UKO et al. (2006).

20
3.3.4. Trituração da Semente.
Apos o preparo de todo equipamento para o inicio do ensaio, foi quando levou-
se as sementes para o pilão junto com a almofariz de modo a triturar ate que torna-se em
pó.
A análise bromatológica da torta de neem usada para o ensaio fez-se no
laboratório de análise de alimentos da Universidade Católica de Moçambique –
Chimoio (tabela 5).
Tabela 5: Análise bromatológico da torta de neem.
Composição Resultados
Proteína Bruta (%) 23.8
Humidade (%) 2.40
Gordura (%) 5.56
Cinzas (%) 5.37
Energia (Kcal) 318.77
Fonte: Elaboração própria, a partir de dados dos exames laboratoriais.

3.4 PARÂMETROS AVALIADOS.


3.4.1. Avaliação do Desempenho Produtivo.
Como forma de verificar o desempenho dos frangos, durante o ensaio,
foram recolhidos e avaliados a partir de cálculos utilizados por GOMES (2013), as
seguintes variáveis:
 Peso Vivo Final (PVF): peso médio obtido das pesagens das aves.
 Ganho de Peso (GP): é a diferença entre o peso final (Pf) e o peso inicial (Pi),
GP= .
 Consumo de Ração (CR): a partir da diferença ente a pesagem das quantidades
das rações que foram fornecidas e das sobras nos comedouros que foi avaliado
no período experimental (21 dias).
 Conversão Alimentar (CA): obteve-se pelo quociente entre a quantidade de
alimento ingerido e a variação de peso em 21 dias. Assim, a conversão alimentar
(CA) foi determinada a partir da fórmula: CA= .

Ao fim de 21 dias do ensaio, foram calculados os indicadores económicos.

21
3.4.2 Análise Económica.
Para cada tratamento, foi realizada avaliação dos indicadores económicos por
meio de cálculos, utilizados por TOGASHI (2004):

 Renda Bruta Média (RBM): valor em meticais (Mt) obtido em função do peso
médio vivo (PMV) e o preço do frango (PF) para 1kg:
 Custo Médio de Arraçoamento (CMA): custo total relativo ao consumo de
ração (CR) na fase de criação em função do custo da ração em cada fase de
criação: CMA = (CR A1 x custo de ração A1/kg).
 Margem Bruta Média (MBM): diferença entre a renda bruta média (RBM) e
os custos com alimentação: MBM = RBM – CMA;
 Rentabilidade Média (RM): divisão entre a Margem Bruta Média (RBM) e o
custo médio de alimentação multiplicado por 100: RM = x 100;

 Índice Relativo de rentabilidade (IRR): relação entre a Rentabilidade Média


(RM) dos tratamentos e o controle. IRR = RM do tratamento testado/RM
tratamento controle x 100.
Os valores do preço de kg de frango no mercado local (Vila Ulónguè) é de
(143.75 Mt) e do preço de kg de ração A1 na loja Higest na cidade de Tete é de (44.2
Mt/kg), no período experimental (23 de Abril a 14 de Maio do ano em curso).

3.5. ANÁLISE ESTATÍSTICA.


O modelo estatístico utilizado foi: Yij = μ + τi+ εij; Onde: i=1 e 2; j=1, 2 e 3.
 Yij: é valor observado na unidade experimental j que recebeu o tratamento i;
 μ: é o efeito constante (média geral);
 τi: é o efeito do i - ésimo tratamento.
 εij: é erro correspondente ao tratamento i na repetição j.

Para os efeitos dos tratamentos foi realizada análise de variância dos dados
do experimento com recurso ao software SPSS-versão 24 e a classificação das
médias de tratamento foi pelo teste de Dunnett, adoptando-se um nível de
significância de 5%.

22
4.0 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. DESEMPENHO ZOOTÉCNICO

4.1.1. Peso Vivo Final e Ganho De Peso.


O peso vivo final e ganho de peso das aves foram influenciados com a inclusão
de torta de Neem na ração (Tabela 6). As aves controle (que não foram incluídas torta
de neem na sua ração) não apresentaram diferenças significativas em relação as aves
que foram incluídas 5% de torta de nem na ração, em contra partida, diferem
estatisticamente das aves que foram incluídas 6 % de torta na ração.
As aves que consumiram a ração com inclusão de 6% de torta apresentaram
maior peso vivo final (943,50 g) e consequentemente maior ganho de peso (893,50 g)
em comparação com as aves controle que tiveram um peso vivo final de 858,00 g e com
um ganho de 807,00 g.
As aves que consumiram 5% de torta de Neem, não se diferem estatisticamente
em relação as aves que consumiram ração de 0 % da torta. Onde as aves de 5 % tiveram
um peso vivo final de 917,00 g com um ganho de 867,00 g e as aves do controle
tiveram um peso de 858,00 g e um ganho de 807,00 g.
Tabela 6: Ganho de peso dos frangos alimentados com diferentes níveis de torta de
Neem na ração.

TRATAMENTO PVF (g) GP (g/ave)

Controle (0,0%) 858,00b 807,00b


5,0 % 917,00b 867,00b
6,0 % 943,50a 893,50a
Media 906,17 855,83
Erro Padrão 18,51 14,71
C V (%) 4,82 5,16
Médias seguidas por letras minúsculas diferentes na coluna, diferem entre se significativamente
pelo teste de Dunnett (p <0,05).

Resultados similares foram encontrados por GIROTTO & SANTOS (2012),


estudando o desempenho dos frangos de corte (1 a 21 dias) quando incluíram a torta
nem (0 %, 1 %, 2%, 3 % e 4 %) na ração, e observarem maiores ganhos de peso nos
frangos que receberam maiores níveis de torta de Neem, o mesmo foi encontrado por

23
MURTAZA & PASHA (2002) quando compararam o desempenho de frangos de corte
recebendo o promotor de crescimento Salomicina de sódio e torta de Neem como
anticoccidiostáticos.
HAYAT et al. (1991) quando estudaram o efeito da Salomicina e de preparados
de Neem no controle da coccidiose em frangos também encontraram resultados
similares aos deste estudo. Ainda referenciam que o uso da torta de neem como
suplemento proteico na alimentação dos animais domésticos, é uma excelente
alternativa uma vez que, os animais precisam da proteína para a conversão em músculo.
Resultados contraditórios foram encontrados por MAIA (2017), quando incluiu
a torta de neem (0 %, 1 %, 3 % e 5 %) na ração de frangos de corte da linhagem Cobb,
dizendo que o ganho de peso não teve efeito significativo (p <0,01) na fase inicial (1 a
21 dias) e também no desenvolvimento. Na primeira fase (1 a 21 dias) a dieta de 0 % foi
20 % maior à dieta de 5 % (tratamento inferior), essa diferença também ocorre nas
demais concentrações de torta de neem, na segunda fase onde o ganho de peso foi
estatisticamente igual.
ASSUNÇÃO (2016), trabalhando com dieta basal sem inclusão de
antimicrobiano, dieta com 0,05% de tilosina, dieta com 0,05% de Neem e dieta com
0,1% de Neem, avaliados aos 7 e 21 dias de idade. Notou uma diferença estatística entre
os tratamentos, onde as aves que consumiram a dieta contendo a torta de Neem neem
aos 21 dias de idade se encontravam com peso abaixo em relação as aves que
consumiram a dieta contendo a tilosina.
LANDY et al. (2011), ao estudar o desempenho, características de carcaça, e
imunidade em frangos de corte alimentados com neem dietético (Azadirachta indica)
como alternativa em relação aos promotores de crescimento e antibióticos, observou que
as aves consumiram a ração que continham Neem, apresentavam o peso corporal menor
do que o padrão da raça.
Esses resultados podem ser justificados pelo facto da torta de Neem apresentar
maior teor de proteína na sua composição e do seu efeito antimicrobiano, inibindo o
crescimento de patógenos prejudiciais às aves, principalmente bactérias que reduzem a
eficiência da digestão e absorção dos nutrientes.
4.1.2. Consumo de Ração.
A tabela 7 mostra o consumo de alimento na fase de 1 a 21 dias de idade,
alimentados com níveis de inclusão de 0, 5 e 6% de torta de Neem na ração. Para tal,
nota-se que as aves que consumiram ração com a inclusão de torta Neem na sua ração
24
não apresentaram diferenças estatísticas com as aves controle que consumiram ração
sem a inclusão da torta de Neem na sua ração.
Tabela 7: Consumo de ração.
TRATAMENTO CR (g/ave)
Controle (0,0 %) 888,81a
5,0 % 872,00a
6,0 % 871,64a
Media 877,48
Erro Padrão 4,26
C V (%) 1,46
Médias seguidas por letras minúsculas diferentes na coluna, diferem entre se significativamente
pelo teste de Dunnett (p <0,05).

Estes resultados assemelham-se aos encontrados por MAIA (2017), quando


estudava o desempenho produtivo de frangos de corte da linhagem Cobb, a partir de
diferentes concentrações (0%, 1%, 3% e 5%) de torta de Neem na ração alimentar
durante as fases de criação (desenvolvimento e terminação), que também não houve
diferença estatística (p <0, 05) no consumo de ração nas fases de desenvolvimento e de
terminação (= 1.984 g; = 3.338 g) respectivamente. KHARDE & SOUJANYA (2014),
não obtiveram diferenças significativas quando estudavam o desempenho produtivo de
frangos de corte da linhagem Cobb, nas diferentes concentrações (0%, 0.7%, e 1.2%) de
torta de Neem %), nas fases de desenvolvimento e de terminação.
ASSUNÇÃO (2016), também não observou uma diferença significativas no seu
ensaio, ao utilizar a torta de Neem (Azadirachta indica) como antimicrobiano em rações
de frangos de corte visando melhorar a saúde intestinal, a metabolização dos nutrientes
e o desempenho zootécnico dos animais, na fase inicial, de 1 a 21 dias, com uma dieta
0,05% de tilosina, dieta com 0,05% de Neem e dieta com 0,1% de Neem, com uma
media de 1.017 g, e também no final da produção aos 42 dias de idade, com uma media
de 4.135 g.
Foram encontrados diferenças estatísticas, quando frangos de corte (linhagem
Ross), consumiram dietas de 0 à 2 % de pó de Neem (como fonte de 7 % de proteína
bruta) no final da produção (14 a 49 dias de idade), onde o tratamento de 0%; é 14,8 %
maior à de 2 % (menor valor de consumo) (ONYIMONYI et al., 2009). Segundo
GIROTTO & SANTOS, (2012) o menor consumo de ração foi apresentado pelo nível
de 4%, quando estudava os níveis 0%, 1%, 2%, 3% e 4%. Quanto mais alta a

25
concentração de Neem nas rações, mais alto é o teor de Tanino, o que limita o consumo
do alimento pelas aves, conforme encontrado por UKO & KAMALU (2008) quando
forneceram sementes de Neem não tratadas pelo calor para frangos de corte.
Os resultados deste estudo podem estar relacionados a melhora na palatabilidade
da ração contendo a torta de Neem, visto que apos a torrefação das sementes de Neem o
teor de tanino é reduzido, garantindo assim a redução do efeito deletério, validando o
potencial do ingrediente (torta de Neem) em dietas de frangos de corte contrariamente à
sua forma in natura.

4.1.3. Conversão Alimentar.


A tabela 8 mostra a conversão alimentar na fase de 1 a 21 dias de vida de
frangos da linhagem Cobb, alimentados com diferentes níveis de torta de Neem.
Não observou-se diferença significativa entre as aves que consumiram ração
com 5 % de inclusão de torta Neem em relação as aves que não foram incluídas a torta
na ração. Mas, ocorreu diferença estatística (p <0,05) entre as aves que receberam ração
sem inclusão da torta (controle) (1,11g/g), em relação as aves que consumiram ração
com 6% de inclusão de torta de neem (0.98g/g), sendo claramente evidente que as aves
de tratamento com maior percentagem de torta de neem na ração apresentaram melhor
conversão.
Tabela 8: Conversão alimentar.
TRATAMENTO CA (g/g)
Controle (0,0 %) 1,11b
5,0 % 1,01b
6,0 % 0,98a
Media 1,03
Erro Padrão 0,02
C V (%) 5,83
Médias seguidas por letras minúsculas diferentes na coluna, diferem entre se significativamente
pelo teste de Dunnett (p <0,05).

Resultados similares foram encontrados por ONYIMONYI et al., (2009); ao


estudar os diferentes níveis (0%, 1%, 2%, 3%, 4% e 5%) de inclusão da torta de neem
na primeira fase (1 a 21 dias de idade), 4 % foi 5 % menor que o tratamento 0 %, que
apresentou maior valor para o índice, e na segunda fase (22 a 42 dias), a concentração
de 2 % apresentou um valor 4,8% maior que tratamento 0 %.

26
GIROTTO & SANTOS (2012), ao observar a conversão alimentar na fase de 1 a
21 dias de vida de frangos da linhagem Cobb, alimentados com 5 diferentes níveis (0 %,
1 %, 2%, 3 % e 4 %) de torta de Neem na ração, verificaram pior conversão alimentar
quando a quantidade de torta de Neem era menor na ração.
Resultado controverso foi encontrado por MAIA (2017), ao estudar o
desempenho produtivo de frangos de corte da linhagem Cobb, a partir de diferentes
concentrações (0%, 1%, 3% e 5%) de torta de Neem na dieta alimentar durante as fases
de criação (desenvolvimento e terminação), onde a conversão alimentar dos frangos de
corte foi estatisticamente igual para os tratamentos nas fazes de desenvolvimento e
terminação, com baixo ganho de peso por consumo de ração. Também não houve
diferença estatística quando incluída a torta de Neem nas percentagens de 0; 0,7 e 1,2
%, respectivamente nas fases de desenvolvimento e terminação: com médias de 1,79 e
2,21 (LANDY et al., 2011). Ocorrendo também na fase inicial, 1 a 21 dias (0; 0,05 e 0,1
%), com =1,534g/g (ASSUNÇÃO, 2016); e no final da produção, aos 42 dias de idade
(0,1; 0,2 e 0,3 %), =2,07g/g (TIPU et al., 2002).
Estes resultados estão relacionados com consumo de ração e ganho de peso. A
melhoria de conversão das aves com inclusão de 6,0 % pode estar aliada ao facto de
apresentarem um ganho superior e consumo de ração igual aos outros tratamentos,
evidenciando melhor aproveitamento dos nutrientes devido à melhora do metabolismo
dos animais, da síntese de vitaminas e aminoácidos proporcionado por este ingrediente.

4.2 INDICADORES ECONÓMICOS


Com auxílio dos resultados do desempenho foram obtidos resultados referentes
aos indicadores económicos: Renda Bruta Média (RBM), Custo médio de arraçoamento
(CMA), Margem Bruta Média (MBM), Rentabilidade Média (RM) e Índice Relativo de
Rentabilidade (IRR) dos tratamentos testadas, apresentados na tabela 9.
Renda Bruta Média (RBM), para este indicador, as aves que consumiram ração
com 5 % de inclusão de torta Neem, não apresentaram diferenças significativas em
relação as aves controle, em contra partida, ocorreu diferença significativa em relação as
aves que consumiram ração com 6 % de inclusão da torta de Neem, apresentando uma
renda superior (9,96 %) em relação ao controle.

27
Tabela 9: Indicadores económicos.
TRATAMENTO RBM CMA MBM RM IRR
(% Torta de Neem) (MT) (MT) (MT) (%) (%)
b a b
Controle (0,0 %) 123,34 39,29 84,05 214,33 100,00
5,0 131,82b 38,54a 93,27a 242,53 114,30
a a a
6,0 135,63 38,53 97,10 252,49 119,07
Media 130,26 38,79 91,48 236,45 111,12
Erro Padrão 2,09 0,19 2,16 6,12 3,11
C V (%) 4.82 1.47 7,11 7,76 8,41
Médias seguidas por letras minúsculas diferentes na coluna, diferem entre se significativamente
pelo teste de Dunnett (p <0,05).

Resultados semelhantes foram encontrados por VASCONCELOS et al. (2012),


ao verificarem em seus experimentos que o aumento do nível de aminoácidos
digestíveis na ração melhorou significativamente a renda bruta média visto que o peso
vivo final também foi maior. Resultados controversos são encontrados por RAMOS et
al., (2011), que ao estudarem o desempenho produtivo e económico de frangos de corte,
não observaram diferenças entre os valores de RBM, pelo facto de não terem havido
diferenças de pesos vivos das aves. Esses resultados podem ter sido influenciados pelo
peso vivo final, uma vez que este parâmetro tem uma influência crucial nos
procedimentos do cálculo deste indicador económico.
O custo medio de arraçoamento não diferiu significativamente entre as aves
controle e as aves que consumiram dietas com 5 % e 6 % de inclusão de torta Neem na
ração. Esses resultados podem estar aliados a falta de diferenças estatística no consumo
de ração uma vez que esse indicador de desempenho influencia nos cálculos do custo.
Para a avaliação da Margem Bruta Média, observou-se diferenças significativas
entre as aves controle e as aves que consumiram ração com os níveis de inclusão da
torta de neem na ração de 5% e 6%. As aves alimentadas com níveis de inclusão de 5%
e 6,0 % apresentaram melhores resultados (93,27 MT e 97,10 MT), respectivamente,
quando comparados com as aves alimentadas com nível de inclusão de 0,0 % ou
controle (84,05 MT). Este aumento de 9,22 e 13,05 MT, nas aves que consumiram ração
com 5% e 6% de inclusão em relação ao controle pode ser explicado pela maior
capacidade de converter a ração em músculo, o que proporcionou maior ganho de peso
consequentemente melhorou a Renda bruta Média, parâmetro utilizado para o cálculo da
Margem Bruta Media.

28
A rentabilidade média (RM), também foi influenciada pela inclusão da torta de neem.
As aves que foram incluídas a torta de neem na sua ração apresentaram maiores valores
percentuais, esses valores foram aumentando conforme o incremento dos níveis de
inclusão de torta de Neem na ração (de 5 % para 6 %), 242,53% e 252,49%,
respectivamente, enquanto menor valor percentual verificou-se nas aves que não foram
incluídas a torta na sua ração (214,33%). Assim sendo, houve uma diferença percentual
de 28.20% e 38,16%, respectivamente para os níveis 5 % e 6 % em relação ao controle.
Estes resultados diferem com os encontrados por RAMOS (2007), que não
observou diferenças estatísticas nesse parâmetro económico entre todos os tratamentos
adoptados na sua pesquisa.
Este facto deve-se aos resultados observados em relação aos parâmetros renda
bruta média e custo médio de arraçoamento que influenciaram directamente este
parâmetro económico.
O maior índice relativo de rentabilidade (IRR) obtido nesse ensaio foi nas aves
que consumiram ração com 6 % de inclusão, apresentado 19,07 % de lucro superior em
relação as aves controle. O tratamento com 5 % de inclusão de torta de Neem
apresentou um lucro superior de 14,30 % em relação as aves controle. Estes resultados
Corroboram com os de RIBEIRO et al., (2010), ao afirmarem que o alimento não
convencional frequentemente reduz o custo de alimentação. ONU (2010), também
afirma que a inclusão dietética da farinha de extratos vegetais reduz o custo de produção
de um quilo de ração e isso se reflete no custo de um ganho de peso em quilogramas.
Estes resultados podem estar aliados ao facto da torta de nem melhorar o
metabolismo dos animais e aumentar a taxa de absorção dos nutrientes.

29
5.0 CONCLUSÃO

 A inclusão da Torta de Neem na ração não influenciou negativamente todos


parâmetros de desempenho, onde o nível de 6 % apresentou melhor
desempenho.
 As aves que se alimentaram da ração incluída 6,0 % da torta apresentaram
melhor retorno económico.

 A torta de Neem é um ingrediente alternativo para ser incluído na ração até 6 %


para frangos até aos 21 dias de idade.

30
6.0 RECOMENDAÇÕES.

Que se realizem mais estudos utilizando os subprodutos do Neem na


alimentação de frangos de corte, no intuito de obter mais informações.

31
7.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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36
APÊNDICES

APÊNDICE I: Análise de variância para desempenho produtivo.

Desvio Erro Limite Limite Mínim Máxim


N Média Padrão Padrão inferior superior o o

PESO FINAL 0% DE INCLUSAO 3 858,00 32,06634 18,5135 778,3428 937,6572 832,50 894,00
DE NEEM 00 1

5% DE INCLUSAO 3 917,00 7,81025 4,50925 897,5983 936,4017 908,00 922,00


DE NEEM 00

6% DE INCLUSAO 3 943,50 28,16026 16,2583 873,5460 1013,4540 922,50 975,50


DE NEEM 00 3

Total 9 906,16 43,67207 14,5573 872,5973 939,7360 832,50 975,50


67 6

GANHO DE PESO 0% DE INCLUSAO 3 807,00 32,54612 18,7905 726,1510 887,8490 781,00 843,50
DE NEEM 00 1

5% DE INCLUSAO 3 867,00 8,71780 5,03322 845,3438 888,6562 857,00 873,00


DE NEEM 00

6% DE INCLUSAO 3 893,50 27,69025 15,9869 824,7136 962,2864 873,00 925,00


DE NEEM 00 7

Total 9 855,83 44,14252 14,7141 821,9024 889,7643 781,00 925,00


33 7

CUNSUMO DE 0% DE INCLUSAO 3 888,80 8,20604 4,73776 868,4217 909,1916 880,22 896,57


RACAO DE NEEM 67

5% DE INCLUSAO 3 871,99 14,91614 8,61184 834,9429 909,0504 854,80 881,43


DE NEEM 67

6% DE INCLUSAO 3 871,64 8,68629 5,01503 850,0621 893,2179 861,94 878,70


DE NEEM 00

Total 9 877,48 12,78652 4,26217 867,6525 887,3097 854,80 896,57


11

1
CONVERSAO 0% DE INCLUSAO 3 1,1067 ,03512 ,02028 1,0194 1,1939 1,07 1,14
ALIMENTAR DE NEEM

5% DE INCLUSAO 3 1,0067 ,00577 ,00333 ,9923 1,0210 1,00 1,01


DE NEEM

6% DE INCLUSAO 3 ,9833 ,02517 ,01453 ,9208 1,0458 ,96 1,01


DE NEEM

Total 9 1,0322 ,06078 ,02026 ,9855 1,0789 ,96 1,14

ANOVA

Soma dos
Quadrados gl Quadrado Médio F

PESO FINAL Entre Grupos 11493,500 2 5746,750 9,159

Nos grupos 3764,500 6 627,417

Total 15258,000 8

GANHO DE PESO Entre Grupos 11784,500 2 5892,250 9,294

Nos grupos 3804,000 6 634,000

Total 15588,500 8

CUNSUMO DE RACAO Entre Grupos 577,398 2 288,699 2,371

Nos grupos 730,564 6 121,761

Total 1307,961 8

CONVERSAO ALIMENTAR Entre Grupos ,026 2 ,013 20,333

Nos grupos ,004 6 ,001

Total ,030 8

2
APÊNDICE II: Análise de variância para indicadores económicos.

Desvio Erro Intervalo de confiança Máxi


N Média Padrão Padrão de 95% para média Mínimo mo

RENDA BRUTA 0% DE INCLUSAO 3 123,33 4,60857 2,66076 111,8883 134,7850 119,67 128,51
MEDIA DE NEEM 67

5% DE INCLUSAO 3 131,82 1,11969 ,64645 129,0385 134,6015 130,53 132,54


DE NEEM 00

6% DE INCLUSAO 3 135,63 4,04826 2,33726 125,5736 145,6864 132,61 140,23


DE NEEM 00

Total 9 130,26 6,27865 2,09288 125,4360 135,0884 119,67 140,23


22

CUSTO MEDIO DE 0% DE INCLUSAO 3 39,286 ,36116 ,20851 38,3895 40,1838 38,91 39,63
ARRACOAMENTO DE NEEM 7

5% DE INCLUSAO 3 38,543 ,66199 ,38220 36,8989 40,1878 37,78 38,96


DE NEEM 3

6% DE INCLUSAO 3 38,526 ,38280 ,22101 37,5757 39,4776 38,10 38,84


DE NEEM 7

Total 9 38,785 ,56578 ,18859 38,3507 39,2204 37,78 39,63


6

MARGEM BRUTA 0% DE INCLUSAO 3 84,050 4,37583 2,52639 73,1798 94,9202 80,35 88,88
MEDIA DE NEEM 0

5% DE INCLUSAO 3 93,273 ,47480 ,27412 92,0939 94,4528 92,74 93,65


DE NEEM 3

6% DE INCLUSAO 3 97,103 3,84210 2,21824 87,5590 106,6476 93,97 101,39


DE NEEM 3

Total 9 91,475 6,50383 2,16794 86,4763 96,4748 80,35 101,39


6

RENTABILIDADE 0% DE INCLUSAO 3 214,33 9,62024 5,55425 190,4320 238,2280 205,22 224,39


MEDIA DE NEEM 00

5% DE INCLUSAO 3 242,53 3,28611 1,89724 234,3702 250,6965 240,14 246,28


DE NEEM 33

6% DE INCLUSAO 3 252,48 8,26569 4,77220 231,9536 273,0198 244,16 260,69


DE NEEM 67

Total 9 236,45 18,34995 6,11665 222,3450 250,5550 205,22 260,69


00

INDICE RELATIVO 0% DE INCLUSAO 3 100,00 ,00000 ,00000 100,0000 100,0000 100,00 100,00
DE DE NEEM 00

3
RENTABILIDADE 5% DE INCLUSAO 3 114,30 5,55041 3,20453 100,5154 128,0913 108,10 118,80
DE NEEM 33

6% DE INCLUSAO 3 119,06 4,78521 2,76274 107,1795 130,9538 113,65 122,72


DE NEEM 67

Total 9 111,12 9,34226 3,11409 103,9422 118,3044 100,00 122,72


33

ANOVA

RENDA BRUTA MEDIA Entre Grupos 237,609 2 118,805 9,167

Nos grupos 77,762 6 12,960

Total 315,371 8

CUSTO MEDIO DE Entre Grupos 1,130 2 ,565 2,371


ARRACOAMENTO
Nos grupos 1,430 6 ,238

Total 2,561 8

MARGEM BRUTA MEDIA Entre Grupos 270,128 2 135,064 11,870

Nos grupos 68,270 6 11,378

Total 338,398 8

RENTABILIDADE MEDIA Entre Grupos 2350,428 2 1175,214 20,537

Nos grupos 343,339 6 57,223

Total 2693,767 8

INDICE RELATIVO DE Entre Grupos 590,812 2 295,406 16,502


RENTABILIDADE
Nos grupos 107,411 6 17,902

Total 698,223 8

4
ANEXO I

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