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ESCOLA CIDADE JARDIM | PLAYPEN

Ensaio sobre a obra Os ratos

Nome do aluno

São Paulo, 2024


Introdução
A obra Os ratos, escrita por Dyonélio Machado, é um romance do
escritor Dyonélio Machado, publicado em 1935, considerado o mais importante
do autor. O livro nasceu de um pedido do escritor Érico Veríssimo para
participar de um concurso literário.

Análise

O termo Romance de 30, frequente em nossa crítica literária, abrange


um conjunto heterogêneo de obras. Em sua tese de doutorado, Fernando Gil
propõe uma nova categoria para a literatura brasileira a partir da exposição e
análise de três romances – Os Ratos (1935), de Dyonelio Machado; Angústia
(1936), de Graciliano Ramos e O Amanuense Belmiro (1937), de Ciro dos
Anjos. Publicadas no miolo dos anos 30, essas três obras parecem formar um
conjunto à parte ao tematizarem metrópoles provincianas em processo de
modernização incipiente, opondo-se ao que seria o típico romance de 30, cujas
narrativas estariam "centradas nas transformações do mundo rural" (GIL,1999,
p. 36). Para dar conta desse conjunto de obras, Fernando Gil recicla o termo
Romance da Urbanização, utilizado por Roberto Schwarz em ensaio sobre O
Amanuense Belmiro.

Unindo os três romances da urbanização ainda teríamos outras


características, como a presença do herói fracassado e uma percepção
histórico-temporal peculiar. Vejamos:

"[…] o romance da urbanização nada conta do passado nem tampouco


aponta para o futuro. [...] Contrariamente ao tradicional romance de 30,
em que uma consciência crítico-desencantada narra a desintegração e
o colapso de um determinado universo social, apontando
implicitamente para as transformações que derivam dessa ordem social
em ruínas, no romance da urbanização não estão mais em jogo o
sentimento e a visão de mundo guiada e normatizada por uma escala
de valores a partir da qual o personagem baliza a sua trajetória e
experiência, conformando-se com ela ou entrando em choque." (GIL,
1999, p.36)

Os Ratos, entretanto, parece guardar algumas especificidades


interessantes em relação às demais obras que compõem a análise de Gil.
Primeiramente, é o único dos três romances narrado em 3ª pessoa, além de
possuir um narrador que, por sua vez, também se apresenta como peculiar na
narrativa brasileira da época. Em segundo lugar, as condições intelectuais e
socioeconômicas de Naziazeno diferem significativamente daquelas dos
protagonistas dos outros dois romances. Partindo do quadro composto por Gil,
esboçaremos nas próximas páginas uma análise de Os Ratos que se propõe a
considerar essas especificidades.

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