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MEMÓRIA E
CULTURA EM
ARIANO SUASSUNA
Roberta Fernandes Fajer
Sua formação contempla Mestrado Profissional em Memória Social e Bens
Culturais pela Universidade La Salle, Unilasalle (2017), possui especialização em
Administração e Planejamento de Turismo pela Fundação de Ensino Superior de
Pernambuco - FESP UP (1985) e especialização em Administração em Marketing
pela Fundação de Ensino Superior de Pernambuco FESP UP (1986). Graduada em
Comunicação Visual pela Universidade Federal de Pernambuco UFP (1983).
Tem experiência na área de Administração, com ênfase em Administração de
Pessoal.
Presidente:
José Quadros dos Santos
Reitor:
Evaldo Antonio Kuiava
Vice-Reitor:
Odacir Deonisio Graciolli
Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação:
Juliano Rodrigues Gimenez
Pró-Reitora Acadêmica:
Nilda Stecanela
Chefe de Gabinete:
Gelson Leonardo Rech
Coordenadora da Educs:
Simone Côrte Real Barbieri
Apresenta bibliografia.
978-65-5807-045-0
ISBN 978-65-xxxx-xxx-x
Modo de acesso: World Wide Web.
Direitos reservados à:
Introdução.................................................................. 7
1.2 Memória............................................................................... 14
1.3 Cultura.................................................................................. 31
FINAL DO PERCURSO...............................................180
REFERÊNCIAS...........................................................184
As autoras
No meu tempo não havia essas opções que tem hoje não.
No meu tempo só tinha três opções: Medicina, Direito
e Engenharia. Quem era bom em conta de somar, ia
ser engenheiro; não é o meu caso, eu faço uma conta
de somar quatro vezes, dá quatro resultados errados,
Mas ele não se calou, ainda assim seu trabalho tem profundas
raízes, e os produtos de sua obra, com a união às indústrias
cultural e criativa, continuarão semeando cultura pelos quatro
1.2 Memória
[...] tem seu ponto fixo; seu horizonte não muda com o
passar do tempo. Esses pontos fixos são eventos fatí-
dicos do passado, cuja memória é mantida através da
formação cultural (textos, ritos, monumentos) e comu-
nicação institucional (recitação, prática, observância).
Chamamos estas de “figuras de memória” (ASSMANN,
1995, p. 129, tradução nossa).
As indústrias criativas:
– São os ciclos de criação, produção e distribuição de
produtos e serviços que utilizam criatividade e capital
intelectual como insumos primários;
– Constituem um conjunto de atividades baseadas em
conhecimento, focadas, entre outros, nas artes, que
potencialmente gerem receitas de vendas e direitos de
propriedade intelectual;
– Constituem produtos tangíveis e serviços intelectuais
ou artísticos intangíveis com conteúdo criativo, valor
econômico e objetivos de mercado;
Análise Situações
>
socio-histórico espaço-temporais
CATEGORIAS
ORGANIZAÇÃO DE
ESTABELECIDAS NO SUBCATEGORIAS
SENTIDO DADO
TRABALHO
Quando começou, em
Carreira – obra
que lugar, obra
Poesias, romances,
Produtos culturais
peças e outras artes
Propagação Aulas-espetáculo
Na opinião de Flávia, foi ali que ele foi construindo aquela aula-
-espetáculo dele. Eu tinha um amigo que dizia assim: “Eu sempre me
sento na última banca”. As pessoas sentavam até no chão. Ela, que
TEATRO
1947 Uma mulher vestida de sol. Parcialmente publicado na revista
Estudantes, ano III, n. 4. Recife, out. 1948.
1948 Cantam as harpas de Sião. Inédita.
1949 Os homens de barro. Inédita.
1950 Auto de João da Cruz. Inédita.
ROMANCE
1956 A história de amor de Fernando e Isaura. Recife: Bagaço, 1994.
1966 O sedutor do sertão. Inédito.
1958-70 Romance d’A Pedra do Reino e o príncipe do sangue do vai-e-
-volta. Rio de Janeiro: José Olympio, 2004.
ENSAIO
Ferros do Cariri: uma heráldica sertaneja. Recife: Guariba, 1974.
O Movimento Armorial. Recife: Ed. da Universidade Federal de
Pernambuco, 1974.
Iniciação à estética. 4. ed. Recife: Ed. da Universidade Federal de
Pernambuco, 1996.
Mesmo não tendo convivido por muito tempo com seu pai, o
escritor herdou daquele muito mais do que o gosto pela leitura
e o dom da escrita.
Além de arte popular, Suassuna queria dar a oportunidade
às pessoas de conhecerem a arte erudita. Flávia conta que ele
dizia: “É preciso oferecer a diversidade de qualidade, até para a
pessoa compreender que há coisas...!” Na visão dela, o problema
é que [...] as pessoas não têm o filtro. Aí você acha que todo lazer é
cultura. E não é verdade isso. Isso é uma visão “moderna” de cultura,
que entende que tudo é cultura. Mas eu não gosto disso não. Porque eu
acho que quando tudo é cultura, nada é cultura.
Sobre a opinião de Flávia em relação ao que é cultura,
compreende-se seu sentimento. Porém é preciso que se leve
em consideração que a relação entre culturas e sociedades
não acontece de maneira homogênea. E que, dentro de uma
mesma sociedade, podem existir realidades culturais diferentes
(SANTOS, 2006).
Ariano dizia que tinha uma missão que ninguém lhe tinha
dado, mas que ele havia tomado para si: defender a cultura brasi-
leira. Não apenas a cultura nordestina, como muitos pensam.
Seria natural que ele se dedicasse mais de perto a esta, na qual
nasceu e viveu. Mas, como reforça Carlos Newton: [...] o foco dele
não era a cultura nordestina, era a cultura brasileira. Brasileira!
Ele sempre falava em cultura brasileira, arte popular brasileira. E,
O Movimento Armorial