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E-BOOK

CUIDADOS
COM
FERIDAS
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A HISTÓRIA DO TRATAMENTO DE FERIDAS
E OS PRINCÍPIOS ÉTICOS
Contextualizando!
Ferida uma chaga, coisa que penaliza, situação
central que deixa uma cicatriz.
Expressão popular: “Vou ferir ele”, “Ferir
alguém”
Algo que dói sem precisar ferir, uma mágoa
pontual.
Ferida conota uma lembrança de dor, perda,
mesmo após a cicatrização.

A história do Tratamento de Feridas-Um olhar inicial

Na pré-história era mutilizados bases de fitoterapia


(plantas curativas) em feridas abertas, além da
ingestão por via oral;
Os egípcios entre 2.700 anos a.C, tinham a“farmácia
da sujeira”esta utilizava produtos derivados de
urina humana e outros pontos absurdos, associados
a orações e sacrifícios para curar as feridas e
prevenir infecções;

Na Alexandria ,por volta de 3000 anos a.C., as feridas


infectadas foram descritas como aquelas cujas
bordas encontravam-se avermelhadas e
apresentavam calor;
Os homem (ser humano) buscavam a cura das
feridas através de milagres junto a deuses e santos;

Hipócrates (460-377 a.C.) preconizava métodos para


promover a supuração e reduzir a inflamação,
segundo a teoria humoral ,que buscava eliminar o
humor que estava em excesso no organismo e
recomendava também a aplicação de vinho em
feridas limpas

Ambroise Paré, cirurgião francês (1510-1590), autor da


máxima “eu cuido das feridas, Deus as cura”,
substituiu o óleo fervente que até então vinha sendo
utilizado para o tratamento das feridas por armas de
fogo, por pomada à base de terebentina, óleo de rosa e
gema de ovo;

Dominique Anel (1673-1790) criou um instrumento, a


seringa de Anel, para retirar sangue e pus de feridas,
que até então eram sugados pela boca do médico;

No atendimento aos militares feridos, nas batalhas do


início do século XIX, utilizavam-se o fogo, compressas
ferventes e aguardente. O pus ainda era considerado
benéfico no tratamento de processos infecciosos, e o
estímulo da supuração era feito com sanguessugas,
emolientes e cataplasmas
No final do século XIX e início do XX, o uso do
álcool tornouse mais comum, assim como dos anti-
sépticos metálicos. A solução de hipoclorito foi
introduzida para limpeza de feridas em 1915, por
Dakin;

Entre os anos de 1920 a 1940, surgiram as pomadas


contendo enzimas, destinadas ao desbridamento
químico das feridas;

A partir de 1950, experimentos realizados em


animais, por três laboratórios, com o intuito de
observar a cicatrização, resultaram em experiências
revolucionárias sobre esse processo;

Em 1950 começaram a surgir os estudos sobre


cicatrização de feridas em ambiente úmido;

No início dos anos de 1970, Roove demonstrou que


um ambiente úmido, sem crosta, aumentava a
migração de células epiteliais através do leito da
ferida, facilitando o seu fechamento
No Brasil em 1990 começaram os primeiros estudos
sobre curativos úmidos;

Ressalta-se que as escola de enfermagem e médicas da


época ainda ensinavam somente os curativos secos;

Materiais usados historicamente

Princípios Éticos no Tratamento


A moral é muito consistente dentro de um
determinado contexto, mas pode variar entre culturas
ou épocas. Por exemplo, algo moralmente aceito na
sociedade de hoje poderia ser imoral nos anos 70. Já a
ética é como o individuo reflete sobre determinada
moral.

Princípios Éticos no Tratamento

Imperícia: é a execução de uma determinada função


sem amplena capacidade para tal. É cometer um erro
por falta de conhecimento ou habilidade mínima para
manejo.
Imprudência: erro cometido por alguém que detém
conhecimento sobre as regras e informações para
tal situação, todavia não executa com as devidas
cautelas e exigências para manejo das feridas.

Negligência: considerada, no âmbito ético-


profissional, a mais grave dos três. É o erro
cometido com consciência de como deve ser feito o
tratamento da ferida e sem a existência, de algum
fator de impedimento, porém, por mero desleixo,
menosprezo não é realizado adequadamente.

Omissão: é deixar de fazer ou dizer alguma coisa.


Também pode ser entendido como deixar de lado,
desprezar ou esquecer algo ou alguém. O Direito
Penal entende por omissão algo que deixa de ser
feito quando a pessoa estaria obrigada a fazê-lo por
norma jurídica, ou teria condições para tal
Equipe Interdisciplinar

Medicina

Assistente
Enfermagem
Social

Psicologia Fisioterapia

Aspectos Psicológicos
Mantendo a metodologia de atendimento holístico do
paciente assistido, não devemos pensar simplesmente em
sua lesão cutânea, mais sim nele como um todo (ou seja,
integral);

Principio de integração corpo e alma;

Sabemos que a manifestação da ferida pode ter várias


origens, podendo inclusive denotar o nível de
desenvolvimento de uma população;
Enfatizo a vocês que a ferida é um grande problema
social, econômico e educacional, pois para a cicatrização
das lesões, são extremamente importante a boa nutrição,
assiduidade corporal e higiene da área afetada. Na
condição de problemas como (fome, saneamento básico
precário e\ou inexistente e sujeira), o viver com a doença
passa a ser considerado pelo paciente normal;

Devemos aprender a valorizar os aspectos psicológicos do


diagnosticado com feridas, a salientar mais uma vez a
importância da equipe interdisciplinar;

ANATOMOFISIOLOGIA DA PELE E A EVOLUÇÃO DA


CICATRIZAÇÃO

Contextualizando
A pele normal tem textura saudável e aveludada,
produzindo gordura em quantidade adequada, sem
excesso de brilho ou ressecamento;

A pele possui diversos receptores com a capacidade de


perceber uma grande variedade de estímulos, incluindo
tato, dor, temperatura e pressão. Entretanto, a
percepção da luz não é uma função da pele;
Maior órgão do corpo, constituindo 15% do peso
corporal;
Um peso aproximando de 6kg
Espessura de até 6mm;

Sistema Tegumentar

É composto pela pele e seus anexos:


unhas;
pelos;
glândulas: sudoríparas e sebáceas.
Epiderme
É a camada mais externa da pele;
Tem renovação a cada 14 dias;
É um tipo de tecido epitelial estratificado
pavimentoso queratinizado;
Desprovido de vasos e nutrição própria;
Nutrição por meio de difusão simples a parti da
derme;
Apresentação cinco subcamadas:

Córnea- barreira física, química e microbiológica;


Lúcida
Granulamentosa- retenção hídrica e termorregulação;
Espinhosa- presença das células de langerhans;
Basal- suporte nutricional e união com a derme;

Responsáveis pelo
controle das respostas
imunológicas da pele
Derme
Localiza-se entre a epiderme e a hipoderme;
A derme é um tecido conectivo, irregular e denso,
composto por colágeno, elastina e
glicosaminiglicanos;
Principal barreira mecânica da pele;
Formada por tecido conjuntivo, vasos e nervos;
Possui glândulas, pelos e músculos;
Sua rede de fibras elásticas funciona para suportar a
epiderme e ligar á hipoderme (tecido subcutâneo);
Representa aproximadamente 90% da massa da pele;

Derme
Hipoderme
Formada por tecido conjuntivo frouxo;
Responsável pela proteção contra traumas físicos;
Responsável pela proteção contra variações
térmicas;
Reservatório de gordura e estoque de energia;
Muitos anexos estendem até a hipoderme;
Possui uma rede vascular profunda;
Tecido subcutâneo que une a derme aos órgãos
profundos, de modo que eles podem se contrair sem
repuxá-la;
Função Geral da Pele

Proteção do organismo das


ameaças físicas externas
Imunitárias
Regulação do calor
Nervosas (sensação de dor,
tato, calor, frio)
Produção da vitamina D
(produzida na pele sob a
ação dos raios solares)

Comunicação e Identificação

Datiloscopia- estudo das impressões digitais;


Imagem corporal- a pele detalha a nossa
aparência, identifica de modo único cada
indivíduo.
Anotações importantes sobre as funções da pele:

A queratina oferece proteção sobre a perda de água


por dessecação;
A queratina confere sensibilidade;
A melanina protege a pele contra a entrada de
microrganismos patogênicos;
As células de Languerhans confere sensibilidade à
pele;
As células de Merkel são as que apresentam
antígenos, protegem a pele contra entrada de
microorganismos;

Estruturas Anexas

RECEPTORES
CUTÂNEOS
UNHAS

PELOS
O pelo humano é uma estrutura queratinizada que
apresenta uma cutícula, um córtex e uma medula. O
sistema tegumentar é formado pela pele e seus anexos,
tais como unhas, glândulas e pelos. Esses últimos
desenvolvem-se nos folículos pilosos e são uma
estrutura morta formada, principalmente, por queratina.
Envelhecimento da Pele

•A pele com o envelhecimento fica menos elástica, mais


flácida e mais seca;
• Forma-se os sulcos cutâneos e declínios das estruturas;
• Diminuição do tecido de sustentação;
• Os radicais livres são a principal causa do envelhecimento
cutâneo intrinsicamente;
Os 4 níveis de envelhecimento da pele humana -
Classificação de GLOGAU

Cicatrização
Cicatriz é a tentativa biológica de restaurar a
integridade do tecido.
Processo de cicatrização

Fases da cicatrização fisiológica


Processo de cicatrização

Fase Hemostasia / Inflamatória

Ativação plaquetária
Cascata de coagulação
Ativação de neutrófilos,
macrófagos,
mastócitos
Aumento da permeabilidade
vascular
Fase curta: 4 a 5 dias
Inflamação ou flogose (da latim inflamare e do grego
phagos, que significam pegar fogo): é uma reação dos
tecidos vascularizados a um agente agressor
caracterizada pela saída de líquidos e de células do
sangue para o interstício.

“é uma resposta vascular a injúria”

•Causas

– Infecção
– Trauma
– Injúria física (extremos de temperatura ou radiação
ionizante)
– Injúria química
– Injúria imunológica
– Tecido morto (alterações infamatórias ocorrem no
tecido viável
adjacente a áreas necróticas)

• Sinais cardiais\flogísticos

RUBOR (vermelho devido a dilatação dos vasos)

DOR (devido ao aumento da pressão exercido pelo


acúmulo de fluído intersticial e devido
mediadores químicos como a bradicinina)
CALOR (devido ao aumento do fluxo sanguíneo)

INCHAÇO (devido ao acúmulo extravascular de fluído)

PERDA DA FUNÇÃO

Processo de cicatrização
• Fase proliferativa

Fibroplasia
Angiogênese
Contração da ferida
Epitalização
Fase mediana: 4 a 28
dias
• Fase maturação\remodelamento
Reorganização das fibras de colágeno
Remodelação do tecido
O tecido já se encontra resistente a tração
Fase longa: 12 a 15 meses

Cicatrização de primeira, segunda e terceira


intenção
1ª intenção ou primária – a cicatrização primária
envolve a reepitelização, na qual a camada externa
da pele cresce fechada.

2ª intenção ou secundária – é uma ferida que


envolve algum grau de perda de tecido.

3ª intenção ou terciária – ocorre quando


intencionalmente a ferida é mantida aberta para
permitir a diminuição ou redução de edema ou
infecção ou para permitir a remoção.
ETIOLOGIA DAS PRINCIPAIS ÚLCERAS E
AVALIAÇÃO DAS FERIDAS

Conceito de Feridas

“Uma ferida é representada pela interrupção da


continuidade de um tecido corpóreo,bem maior ou em
menor extensão, causada por qualquer tipo de trauma
físico, químico, mecânico ou desencadeada por uma
afecção clínica, que aciona as frentes de defesa orgânica
para o contra ataque.”
Feridas

Úlceras

Fatores que prejudicam a boa cicatrização

Epidemiologia

Estima-se que nos Estados Unidos da América cerca


de 6 milhões de pessoas apresentem feridas crônicas
em MMII e que na população idosa a prevalência
seja de 15%.
Estima-se que nos Estados Unidos da América cerca de
6 milhões de pessoas apresentem feridas crônicas em
MMII e que na população idosa a prevalência seja de
15%.
Projetando-se esses dados para o futuro, estima-se que
em 2050 cerca de 25% da população idosa vai
apresentar essa lesão.
O aumento dos casos de obesidade, há um crescente
número de casos de úlceras de pé por diabetes mellitus
cuja incidência vem aumentando em cerca de 14% ao
ano.
Estudos revelam que cerca de 10% da população com
diabetes desenvolvem ferida crônica e 84% desses casos
evoluem para amputação.
Desses casos, o tempo médio de sobrevida de 3 anos é
de 50% após a amputação.
Na Inglaterra, a estimativa é de que 1,5 a 3 indivíduos
em cada 1.000 habitantes apresentam úlcera na perna a
cada ano.
No Brasil não existem estudos epidemiológicos que nos
permitam estabelecer esse percentual, porém, se
extrapolarmos os dados encontrados na Inglaterra,
podemos esperar que cerca de 570 mil brasileiros
apresentem novas feridas crônicas a cada ano. Na
população acima de 80 anos, essa prevalência é de 20
para cada 1000 indivíduos.
Etiologia das Feridas
• Genericamente, podemos classificar as feridas
em:

•Cirúrgicas
•Traumáticas
•Patológicas
•Iatrogênicas

•As feridas de maior complexidade no tocante cura, sem


duvidas são as patológicas e iatrogênicas.

•Conhecer a etiologia da ferida, os meios de formação,


cicatrização e claro os contextos gerais do paciente é o
primeiro passo para um tratamento efetivo.

Tipos de feridas
Feridas agudas: são originadas de cirurgias ou traumas,
onde a reparação ocorre em tempo adequado, geralmente
sem complicações.

Exemplo: incisão cirúrgica, queimaduras e abrasões

Feridas crônicas: são aquelas que não se reparam em


tempo esperado e apresentam complicações.

Exemplo: úlceras por pressão, venosa, arteriais e etc.


Localização das Feridas

As feridas localizadas em região proximal, tendem a


cicatrizar com maior facilidade, pois o aporte sanguíneo
nestas regiões são mais eficiente;

Feridas em membros inferiores e extremidades são de


difícil cicatrização;

Feridas em locais com alta mobilidade, precisam de


cuidados especiais, uma vez que a tensão da pele e
tecidos nestas regiões, pode retardar o processo
cicatricial;

Locais com alto potencial de contaminação precisa de


atenção dobrada e manejo especializado;

Feridas que estão em locais que recebe carga, como


região plantar, são de difícil tratamento, tornando
fundamental a orientação e cooperação do paciente;

Ressalta-se que a maioria das feridas ocorrem nos MMII.


Etiologia
•Os tipos mais comuns de ferida crônica são de origem:

1) vascular (venosa, arterial ou mista);


2) úlceras por pressão;
3) neuropáticas (p. ex., diabetes, hanseníase,
alcoolismo);
4) infectocontagiosas (erisipela, leishmaniose,
tuberculose);
5) reumatológicas, hematológicas, tumores

Pontos de observação
A insuficiência venosa crônica é responsável por 75% das
úlceras de perna que acarretam graves repercussões
socioeconômicas com perda de dias de trabalho,
aposentadoria precoce, longos períodos de tratamento.
No Brasil, é a 14ª causa de afastamento do trabalho;
(INSUFICIÊNCIA VENOSA)

A oxigenação tecidual adequada é fundamental para a


reparação tecidual. Cerca de 1/3 das úlceras em perna
têm algum grau de insuficiência arterial que interfere na
cicatrização e exige outras medidas terapêuticas;
(DOENÇA ARTERIAL OBSTRUTIVA PERIFÉRICA (DAOP)
Principais úlceras a serem estudadas

Arterial

Diabética Venosa

Por pressão
Úlcera Arterial

•São lesões decorrentes do déficit de perfusão capilar


provocado pelos processos isquêmicos crônicos,
quereduzem ou impedem a chegada do sangue ao
membro afetado.
• Estima-se que 5 a10% das úlceras das pernas estejam
relacionadas às doenças arteriais, quando são
denominadas de isquêmicas ou arteriais.
• Podemos subdividir as úlceras isquêmicas em dois
grupos:

•Arterioescleróticas (90-95%), denominadas também


macroangiopáticas, quando a isquemia afeta vasos
grandes, medianos ou pequenos.

•Romboangeíticas ou hipertensivas (5-10%),


denominadas também microangiopáticas, quando são
afetados capilares, ou são consequência de
complicações de uma doença hipertensiva arterial.

DM

HAS

Tabagismo

Arteriosclerose
Úlcera Arterial

Úlcera Venosa
Ulceração que se forma em decorrência da Insuficiência
Venosa Crônica (IVC), ou seja, da diminuição do fluxo
Úlceras vasculares sanguíneo na circulação de retorno
devido à incompetência valvular das veias, às
malformações congênitas (associadas a varizes), ou por
trombose do sistema venoso profundo.

• Podem ser classificadas em:

Varicosas: quando estão associadas a varizes essenciais.

Tromboflebíticas: quando a úlcera se origina após um


processo tromboembólico venoso. Apesar dos dados
estatísticos variarem segundo o autor, estima-se que sua
incidência seja de cerca de 60% para úlceras varicosas e
40% as tromboflebíticas . As úlceras por insuficiência
venosa quando espontâneas, geralmente surgem pouco
acima dos maléolos, principalmente internos (mediais),
sobre veias perfurantes insuficientes.
Quando desencadeadas por traumatismos, como
frequentemente encontramos em nosso meio, aparecem,
em geral, em outras posições, como na face anterior e
lateral da perna e menos frequentemente nos pés.

Úlcera Venosa

Úlcera Diabética
Uma pessoa com Diabetes Mellitus tem 25% de risco de
apresentar úlcera no pé. Essa lesão é responsável por
20% das internações de indivíduos diabéticos. A
neuropatia é o fator de risco mais importante e
prevalente para o desenvolvimento de úlceras nos pés de
pessoas com diabetes.
Úlceras em pacientes diabéticos podem ter origem
neuropática, microangiopática ou imunológica. Testes
de sensibilidade podem ser úteis na identificação de
áreas com deficiência e tomada de medidas
preventivas para se evitar a instalação de futuras
úlceras.

São consideradas uma situação clínica complexa, que


pode acometer pés e tornozelos de pessoas portadoras
de Diabetes Mellitus. Além das feridas, também são
características do Pé Diabético: diminuição da
sensibilidade nos pés, deformidades, alterações da
marcha infecções.
Úlcera por Pressão
• Segundo o American National Pressure Ulcer Panel
(NPUAP) e European Pressure Ulcer Advisory Panel
(EPUAP), a úlcera por pressão é uma lesão localizada
na pele ou tecidos subjacentes, normalmente sobre
uma proeminência óssea, secundárias a um aumento
de pressão externa, ou pressão em combinação com
cisalhamento.

• As úlceras por pressão são uma importante causa de


morbidade e mortalidade, especialmente para
pessoas com sensibilidade reduzida, imobilidade
prolongada ou idade avançada.

O início de tudo: como as UP iniciam


Mudanças degenerativas da pele e/ou tecido
subcutâneo expostos às forçascde pressão e
cisalhamento;

A pressão sobre a proeminência ósseaprejudica a


circulação sanguínea favorecendo a morte celular;
O cisalhamento é fenômeno de deformação da pele que
ocorre quando as forças que agem sobre ela provocam
um deslocamento em planos diferentes;

Fatores de risco para UP


Epidemiologia – Onde pode ocorrer
Afeta aproximadamente 9% de todos os pacientes
hospitalizados;
Maior público acometido (idosos);
Afeta 23% dos pacientes acamados com cuidados
domiciliares;
Associada às fragilidades decorrentes do processo de
envelhecimento na pele;
Associação importante com as Doenças Crônicas Não-
Transmissíveis;
Prevalência de 24% em ILPI;

Principais regiões para ocorrência de UP

mentoniana
Calcâneo Occipital

Maléolos escapular

Trocanter cotovelo
Ísquio sacral
Avaliação do paciente com feridas
A anamnese cuidadosa da história, dos sinais e sintomas
do paciente com úlcera deve sempre anteceder a
avaliação da úlcera nos membros;
A avaliação inicial das necessidades básicas afetadas, tais
como: mobilidade, alimentação, eliminação, repouso,
sono, dor, higiene e comunicação, bem como seus
aspectos psicológicos e sociais, permitem que o
profissional de saúde realize o planejamento dos
cuidados assistenciais e educacionais a serem prestados.

Características da Comprometimento
ferida venoso

Medicações em Comprometimento
uso arterial

Classificação das Feridas


Quanto ao grau de contaminação:
Quanto a cor do leito:

Avaliação das Feridas


O sistema de memorização chamado “MEASURE” é um
modelo de avaliação acurada das feridas crônicas, onde
M é a medida (measure), E o exsudato (exudate), A
aparência (appearance), S a dor (suffering), U o
deslocamento (undermining), R a reavaliação (re-
evaluation) e E a borda
(edge) (CROZETA; ROEHRS, 2011).
Dor
As mais utilizadas são a Escala Visual Analógica (EVA) e
a Escala Visual Numérica (EVN).
PROTOCOLOS DE TRATAMENTO DE
FERIDAS E TECNOLOGIAS ATUAIS

Tratamentos para feridas

Curativos e coberturas;
Medicações tópicas e orais;
Laserterapia de baixa intensidade;
Oxigenoterapia Hiperbárica;
Terapia por pressão negativa;

Curativos x Coberturas

Curativo: limpeza, desbridamento e indicação de


cobertura.
Coberturas: a própria substância ou componentes
ativos, que atuam interativamente no leito da ferida e
permitir a oclusão com o meio externo.
Curativos
• Principais finalidades dos curativos
• Manter Leito da ferida umedecido
• Remover o excesso de exsudação
• Permitir a troca gasosa
• Fornecer isolamento térmico
• Ser impermeável às bactérias
• Estar isento de partículas e tóxicos
contaminadores de ferida
• Permitir a retirada sem provocar trauma
• Promove cicatrização

Meio terapêutico para limpeza e proteção


da ferida;
O Curativo sozinho não promove a
Cicatrização;
Irrigação da ferida realizada com solução
estéril aquecida;
Curativos - Procedimentos gerais para limpeza e
troca

Utilizar sempre material esterilizado;


Se as gazes estiverem aderidas na ferida, umedecê-
las antes de retirálas;
Se houver mais de uma ferida, iniciar pela menos
contaminada;
Feridas em fase de granulação realizar a limpeza com
soro fisiológico em jatos;
Realizar os curativos contaminados com S.F 0,9 %
aquecido;
A aplicação de ataduras deve ser realizada no sentido
da circulação venosa, com o membro apoiado

Tipos de curativos
Aberto: sem necessidade de oclusão, sem infecção.
Ex: feridas cirúrgicas limpas após 24 horas, cortes
pequenos, suturas e escoriações.

Compressivo: utilizado para reduzir o fluxo


sanguíneo. Ex: hemorragias de extremidades.

Semi-oclusivo: curativo absorvente direto. Ex:


feridas exsudativas.

Oclusivo: não permite a entrada de ar ou qualquer


fluidos. Ex: úlceras por pressão.
• Quanto ao desempenho:

—Passivas: protegem e cobrem


—Interativas : mantém o ambiente úmido, facilitam a
cicatrização
—Bioativas: estimulam a cicatrização

• Quanto a relação com a ferida:

—Primárias: diretamente sobre a ferida


—Secundárias: colocadas sobre cobertura primária

Critérios para Seleção da Cobertura

Aspectos da Ferida
Localização da ferida
Tamanho da ferida
Profundidade da ferida
Conforto do paciente
Custo/Efetividade
Mobilidade do paciente
Seleção da Cobertura
Laserterapia de baixa intensidade

A laserterapia de baixa intensidade (LBI) é apontada


como um método não invasivo, indolor, de baixo
custo e com eficácia no tratamento de feridas, por
atuar nos eventos fisiológicos e bioquímicos do
processo de cicatrização;

Principais efeitos fisiológicos resolução anti-


inflamatória, neoangiogênese, proliferação epitelial e
de fibroblastos, síntese e deposição de colágeno,
revascularização e contração da ferida;
Oxigenoterapia Hiperbárica

Uma das tecnologias atuais para tratamento de


feridas é a hiperoxigenação;
A Medicina Hiperbárica é usada para cicatrização de
feridas seja agudas ou crônicas. Quando não há
oxigênio suficiente, essas lesões evoluem como
"feridas que não cicatrizam", ou seja, não se curam,
mesmo com tratamento adequado, em até seis
semanas.
Atualmente está R$ 300 por sessão;
Infecções virais é uma contra indicação;

Terapia por pressão negativa (TNP)

A TPN é um tipo de tratamento ativo da ferida que


promove sua cicatrização em ambiente úmido, por
meio de uma pressão sub-atmosférica controlada e
aplicada localmente. A TPN é composta por um
material de interface (espuma ou gaze), por meio do
qual a pressão sub-atmosférica é aplicada e o exsudato
é removido.
Método a vácuo de curativo tópico;
Objetivo de estimular a granulação e a cicatrização;
Custo semanal entre 1.000 - 4.000 reais;
Ações e aspectos relevantes no
Tratamento de feridas

Fatores individuais do paciente


Recursos materiais e humanos
Indicação, contra- indicação e custo
Fornecimento de explicações claras sobre o
tratamento
Promoção da participação do paciente e/ou
familiar no processo de tratamento
Orientação para o paciente sobre a importância
do acompanhamento com o(os) profissionais de
vínculo na Unidade de Saúde
Estimular o auto cuidado

OBRIGADO
E-book oferecido pelo
Centro Educacional Sete de Setembro
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