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Departamento de Matemática
Notas de aula em
Matemática Discreta
Prof. Júlio Araújo
3
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Conteúdo
1 Introdução à Lógica 7
1.1 Lógica Proposicional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.1.1 Proposições Compostas e Conectivos . . . . . . . . . . . . 8
1.1.2 Equivalências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.1.3 Fórmulas bem-formadas e a precedência . . . . . . . . . . 11
1.2 Lógica de 1ª Ordem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
2 Teoria de Conjuntos 15
2.1 Conceitos básicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.2 Operações entre conjuntos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.3 O Paradoxo de Russell . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
2.4 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
3 Técnicas de Prova 21
3.1 Condicional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
3.1.1 Prova Direta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
3.1.2 Prova pela contra-positiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
3.1.3 Modus ponens e modus tollens . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.2 A negação e a prova por absurdo . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.3 O quantificador universal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.4 O quantificador existencial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
3.5 Conjunção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
3.6 Duplo condicional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
3.7 Disjunção e a prova por casos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.7.1 Disjunção exclusiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.8 Existência e unicidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
3.9 Mais exemplos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
3.10 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
4 Relações 31
4.1 Fechos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
4.2 Relações de Equivalência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
4.3 Relações de Ordem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
4.4 Funções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
4.5 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
5
6 CONTEÚDO
7 Enumerabilidade e Diagonalização 63
7.1 Idempotência aos Naturais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
7.2 O método da diagonalização de Cantor . . . . . . . . . . . . . . . 69
7.3 O Teorema de Cantor-Schröder-Bernstein . . . . . . . . . . . . . 70
7.4 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
8 Análise Combinatória 73
8.1 Permutações Simples . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
8.2 Permutações Circulares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
8.3 Permutações com Repetições . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
8.4 Princı́pio da Reflexão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
8.5 Arranjos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
8.6 Combinações Simples . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
8.7 Combinações Completas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
8.8 Lemas de Kaplansky . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
8.9 Propriedades dos Números Binomiais . . . . . . . . . . . . . . . . 78
8.9.1 Binômio de Newton . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
8.9.2 Polinômio de Leibniz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
8.10 Princı́pio da Inclusão-Exclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
8.11 Permutações Caóticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
8.12 Princı́pio da Casa dos Pombos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
8.13 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
A Álgebra Booleana 93
Introdução à Lógica
são exemplos de proposições, já que as mesmas podem ser interpretadas como
verdadeiras ou falsas. Já as frases:
não podem ser interpretadas como verdadeiras ou falsas e, portanto, não são
proposições.
Já expressões como “a + b = c” são, do ponto de vista puramente linguı́stico,
proposições já que a interpretação do sı́mbolo = como “é igual a” leva apenas
a análise de tal expressão como verdadeiro e falso. Entretanto, nesse exemplo
tı́pico do contexto matemático, vale salientar que só saberemos se a sentença
é verdadeira ou falsa em função do que a, b e c representam. Considerando
essa hipótese, há quem diga que tal expressão não seria uma proposição já
que só podemos afirmar que a mesma é verdadeira ou falta se conhecermos os
objetos que a, b e c representam. Esse tratamento funcional de proposições será
apresentado na Seção 1.2. ♦
7
8 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO À LÓGICA
Negação: ¬p
Seja p uma variável proposicional. Então, ¬p corresponde a proposição “Não é
verdade que p” e o valor-verdade de ¬p é obtido a partir do valor-verdade de p
de acordo com Tabela 1.1.
p ¬p
V F
F V
Conjunção: p ∧ q
Se p e q são proposições, então p ∧ q corresponde a proposição composta “p e
q”. O valor-verdade de p ∧ q está representado na Tabela 1.2.
p q p∧q
V V V
V F F
F V F
F F F
livros The Mathematical Analysis of Logic (1847) e An Investigation of the Laws of Thought
(1854).
1.1. LÓGICA PROPOSICIONAL 9
Disjunção: p ∨ q
De modo análogo ao anterior, a disjunção de p e q, p∨q corresponde a proposição
“p ou q” e tem como tabela-verdade a que está representada na Tabela 1.3.
p q p∨q
V V V
V F V
F V V
F F F
Disjunção exclusiva: p Y q
A disjunção exclusiva de p e q, p Y q corresponde a proposição “ou p ou q” e sua
tabela-verdade é apresentada na Tabela 1.4.
p q pYq
V V F
V F V
F V V
F F F
Condicional: p ⇒ q
A expressão lógica p ⇒ q corresponde a proposição “se p, então q”. Também
a chamamos de implicação e dizemos que “p implica q”. Dizemos que p é a
hipótese ou premissa e que q é a conclusão ou tese.
A interpretação lógica dessa expressão corresponde à Tabela 1.5.
p q p⇒q
V V V
V F F
F V V
F F V
Vale salientar que as duas últimas linhas da Tabela 1.5 correspondem ao caso
em que a hipótese p é falsa. Nesse caso, dizemos então que a implicação é “ver-
dadeira, por vacuidade”. Ou seja, a implicação p ⇒ q representa a afirmação
10 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO À LÓGICA
“se p é verdadeiro, então q deve ser verdadeiro”. Essa afirmação não se refere ao
caso em que p é falso, logo considera-se que p ⇒ q é verdadeira, por vacuidade.
Além disso, supondo que p ⇒ q é verdadeira, note que saber que p é verdade
é suficiente para deduzirmos que q também é verdade. Portanto, dizemos que
p é condição suficiente para que q seja verdade. Por outro lado, ainda supondo
que p ⇒ q é verdadeira, se soubermos que q falsa, então podemos deduzir pela
Tabela 1.5 que p é necessariamente falsa. Logo, para que p seja verdade, é
necessário que q seja verdade. Portanto, dizemos que q é condição necessária
para que p seja verdade.
Dizemos que a proposição q ⇒ p é a conversa de p ⇒ q. A contra-positiva
de p ⇒ q é ¬q ⇒ ¬p. Finalmente, a inversa de p ⇒ q é a implicação ¬p ⇒ ¬q.
Duplo Condicional: p ⇐⇒ q
Para representar a proposição “p se, e somente se, q” usamos a expressão lógica
p ⇐⇒ q. A interpretação dessa proposição está representada na Tabela 1.6.
p q p ⇐⇒ q
V V V
V F F
F V F
F F V
1.1.2 Equivalências
Definição 4. Uma proposição composta é:
Lei Equivalência
Associatividade x ∨ (y ∨ z) ≡ (x ∨ y) ∨ z
x ∧ (y ∧ z) ≡ (x ∧ y) ∧ z
Comutatividade x∨y ≡y∨x
x∧y ≡y∧x
Distributividade x ∧ (y ∨ z) ≡ (x ∧ y) ∨ (x ∧ z)
x ∨ (y ∧ z) ≡ (x ∨ y) ∧ (x ∨ z)
Identidade x∨F≡x
x∧V≡x
Dominação x∧F≡F
x∨V≡V
Idempotência x∨x≡x
x∧x≡x
Absorção x ∧ (x ∨ y) ≡ x
x ∨ (x ∧ y) ≡ x
Complementação x ∨ ¬x ≡ V
x ∧ ¬x ≡ F
Dupla negação ¬(¬x) ≡ x
DeMorgan ¬x ∨ ¬y ≡ ¬(x ∧ y)
¬x ∧ ¬y ≡ ¬(x ∨ y)
(p ⇒ q) ≡ ((¬q) ⇒ (¬p))
≡ (¬p) ∨ q
≡ ¬(p ∧ (¬q)) (1.1)
(p ⇐⇒ q) ≡ (p ⇒ q) ∧ (q ⇒ p) (1.2)
≡ (p ⇒ q) ∧ ((¬p) ⇒ (¬q))
lógica, de acordo com uma descrição bem precisa que normalmente força a uti-
lização de parênteses a cada proposição composta.
Para simplificar a escrita, sem criar ambiguidades, é convencionada a se-
guinte precedência nos conectivos proposicionais, que nos permite não escrever
todos os parênteses de cada expressão:
1. ¬;
2. ∨, ∧, Y;
3. ⇒, ⇐⇒ .
¬x ∨ y ⇒ x ∨ ¬y ∨ z.
• R(x) := “x é racional”;
• I(x) := “x é irracional”;
• P r(x) := “x é primo”;
• P ar(x) := “x é par”.
1.2. LÓGICA DE 1ª ORDEM 13
∀x ∈ R(R(x) ∨ I(x)).
Já o quantificador existencial ∃ representa “existe” e uma proposição ∃x P (x)
tem valor-verdade V se, e somente se, existir algum elemento c no universo de
discurso tal que P (c) ≡ V.
Desse modo, a sentença “Existe um número primo que é par” pode ser escrita
como:
Teoria de Conjuntos
Definição 10. O conjunto vazio, denotado por ∅ ou {}, é o conjunto que não
possui elementos. Um conjunto é chamado de unitário se possui exatamente
um elemento. O conjunto universo, denotado por U , é o conjunto que possui
todos os elementos do contexto em estudo.
15
16 CAPÍTULO 2. TEORIA DE CONJUNTOS
A B
a
b,c
d
e
C
f
∀x(x ∈ A ⇒ x ∈ B).
∀x(x ∈ A ⇐⇒ x ∈ B)
P(A) = {B | B ⊆ A}.
A ∪ B = {x | x ∈ A ∨ x ∈ B};
• a interseção de A e B é:
A ∩ B = {x | x ∈ A ∧ x ∈ B};
A − B = A \ B = {x | x ∈ A ∧ x ∈
/ B};
A4B = (A ∪ B) \ (A ∩ B) = {x | (x ∈ A) Y (x ∈ B)};
• o complementar de A é: Ā = U \ A = {x | x ∈
/ A}.
Observe que se A e B são dois conjuntos distintos, ou seja A 6= B, não temos
a garantia de que eles não possuam nenhum elemento em comum.
Definição 15. O conjunto A é disjunto do conjunto B, se A ∩ B = ∅.
Como as definições de união, interseção e complementar são intrinsecamente
relacionadas aos conectivos ∨, ∧ e ¬, respectivamente, a Tabela 2.1 resume
diversas propriedades dessas operações.
De modo mais geral, podemos definir a união e a interseção de uma famı́lia.
Definição 16. Se F é uma famı́lia tal que F 6= ∅, então:
S
(a) F = {a | ∃F ∈ F(a ∈ F )};
18 CAPÍTULO 2. TEORIA DE CONJUNTOS
Propriedade Igualdade
Associatividade A ∪ (B ∪ C) = (A ∪ B) ∪ C
A ∩ (B ∩ C) = (A ∩ B) ∩ C
Comutatividade A∪B =B∪A
A∩B =B∩A
Distributividade A ∩ (B ∪ C) = (A ∩ B) ∪ (A ∩ C)
A ∪ (B ∩ C) = (A ∪ B) ∩ (A ∪ C)
Identidade A∪∅=A
A∩U =A
Dominação A∩∅=∅
A∪U =U
Idempotência A∪A=A
A∩A=A
Absorção A ∩ (A ∪ B) = A
A ∪ (A ∩ B) = A
Complementação A∪A=U
A∩A=∅
Dupla negação (A) = A
DeMorgan A ∪ B = (A ∩ B)
A ∩ B = (A ∪ B)
T
(b) F = {a | ∀F ∈ F(a ∈ F )}.
S
Note que se F = {A, B}, onde A e B são conjuntos quaisquer, então F =
A ∪ B. Uma dedução análoga pode ser feita para o caso da interseção.
Deve-se também enfatizar que a restrição de F = 6 ∅ é frequentemente uti-
lizada nas definições de interseção e união de uma famı́lia. Isso porque
S se
F =T ∅, note que para qualquer x no universo de discurso, temos T que x ∈
/ F e
x ∈ S F, por vacuidade. Em particular, deduzirı́amos que ∅ = U , enquanto
que ∅ = ∅!
Um conceito extremamente útil em Teoria de Conjuntos, é o de partição. A
ideia é geral é “fatiar” o conjunto em partes não vazias.
que foi definido ao longo deste capı́tulo, veja que podemos construir a seguinte
famı́lia:
A = {M | M ∈
/ A}.
Ou seja, A é uma famı́lia de conjuntos M que não são elementos de A. Como
A é também um conjunto, observe que:
• se A ∈
/ A, então A ∈ A;
• se A ∈ A, então A ∈
/ A.
2.4 Exercı́cios
Questão 1. Prove as seguintes equivalências lógicas. Primeiro use a Tabela
Verdade e em seguida use as equivalências vistas em sala.
(a) A ↔ B ≡ (A ∧ B) ∨ (¬A ∧ ¬B)
(c) (x ∨ y) → z ≡ (x → z) ∧ (y → z)
(b) A ↔ B ≡ ¬A ↔ ¬B
Questão 2. Simplifique as expressões a seguir usando equivalências lógicas.
(a) ¬(¬x ∧ ¬y)
(b) (x ∧ y) ∨ (x ∧ ¬y) (f) (x ∧ (x → y)) → y
(c) (x ∨ y) ∨ (x ∨ ¬y) (g) ((x → y) ∧ (y → z)) → (x → z)
(d) x ∧ (x → y) ∧ (¬y) (h) (x ∨ y) ∧ (x ∨ ¬y) ∧ (¬x)
(e) (x → y) ∧ ((¬x) → y) ∧ (¬y)
Questão 3. Escreva as sentenças abaixo e suas negações usando linguagem
lógica.
(e) Existe um inteiro que quando multiplicado por qualquer outro inteiro sem-
pre resulta em 0.
Técnicas de Prova
3.1 Condicional
Como não se produz conhecimento a partir do vazio, todos os enunciados são,
mesmo que implicitamente, proposições que possuem um conectivo condicional.
Sempre há um conjunto de hipóteses que assumimos (às vezes, apenas um con-
junto de axiomas elementares), para deduzirmos uma conclusão. É exatamente
o que diz a Definição 19 sobre uma argumentação válida.
1A definição formal de sequência é apresentada no Capı́tulo 6.
21
22 CAPÍTULO 3. TÉCNICAS DE PROVA
(p ∧ (p ⇒ q)) ⇒ q.
3.5 Conjunção
Se uma proposição composta como p ∧ q é tida como verdadeira, então tanto
p quanto q devem necessariamente ser verdadeiros. Portanto, quando p ∧ q for
hipótese, podemos usar tanto que p é verdadeiro, quanto que q é verdadeiro,
para deduzir o que for preciso.
Exemplo 3.7. Dizemos que x divide y, denotado por x|y, se ∃k ∈ Z(y = x · k).
Se x|y, dizemos que x é divisor de y e que y é múltiplo de x.
Vamos provar que se a, b e c são números inteiros tais que a|b e b|c, então
a|c. Reescrevendo como uma fórmula lógica, temos:
∀a, b, c ∈ Z(a|b ∧ b|c ⇒ a|c).
26 CAPÍTULO 3. TÉCNICAS DE PROVA
Proposição 5. Se a, b e c são números inteiros tais que a|b e b|c, então a|c.
p Y q ≡ (p ∧ ¬q) ∨ (¬p ∧ q)
≡ (p ∨ q) ∧ ¬(p ∧ q)
28 CAPÍTULO 3. TÉCNICAS DE PROVA
x ∈ A4C ∧ x ∈
/ B4C ⇐⇒
(x ∈ (A ∪ C) ∧ x ∈
/ (A ∩ C)) ∧ ¬(x ∈ (B ∪ C) ∧ x ∈
/ (B ∩ C)) ⇐⇒
(x ∈ (A ∪ C) ∧ x ∈
/ (A ∩ C)) ∧ (x ∈
/ (B ∪ C) ∨ x ∈ (B ∩ C)) ⇐⇒
(x ∈ A ∨ x ∈ C) ∧ ¬(x ∈ A ∧ x ∈ C) ∧ (¬(x ∈ B ∨ x ∈ C) ∨ (x ∈ B ∧ x ∈ C)) ⇐⇒
(x ∈ A ∨ x ∈ C) ∧ (x ∈
/ A∨x∈
/ C) ∧ ((x ∈
/ B∧x∈
/ C) ∨ (x ∈ B ∧ x ∈ C)) ⇐⇒
(x ∈ A ∨ x ∈ C) ∧ (x ∈
/ A∨x∈
/ C) ∧ ((x ∈
/ B∧x∈
/ C) ∨ (x ∈ B ∧ x ∈ C)) ⇐⇒
Como x ∈ C e x ∈
/ C, temos uma contradição.
Proposição
T S 10. Suponha que F e G são famı́lias tais que F ∩ G =
6 ∅. Então,
F ⊆ G.
3.10 Exercı́cios
Questão 8. Reescreva cada uma das seguintes afirmações usando linguagem
lógica e, em seguida, apresente para cada uma delas uma prova ou um contra-
exemplo.
(g) Para todo número real x, se x > 2, então existe um número real y tal que
y + y1 = x.
(q) Se A ∩ C ⊆ B ∩ C e A ∪ C ⊆ B ∪ C, então A ⊆ B.
(r) Para todo número real x, se |x − 3| > 3, então x2 > 6x .
(s) Para quaisquer conjuntos A, B e C, temos que A \ C ⊆ (A \ B) ∪ (B \ C).
Relações
A × B = {(a, b) | (a ∈ A) ∧ (b ∈ B)}.
(a) A × (B ∩ C) = (A × B) ∩ (A × C);
(b) A × (B ∪ C) = (A × B) ∪ (A × C);
(c) (A × B) ∩ (C × D) = (A ∩ C) × (B ∩ D);
(d) (A × B) ∪ (C × D) ⊆ (A ∪ C) × (B ∪ D);
(e) A × ∅ = ∅ × A = ∅;
A × (B ∩ C) = {(a, x) | a ∈ A ∧ x ∈ B ∩ C}
= {(a, x) | a ∈ A ∧ x ∈ B ∧ x ∈ C}
= {(a, x) | a ∈ A ∧ x ∈ B ∧ a ∈ A ∧ x ∈ C}
= {(a, x) | (a, x) ∈ A × B ∧ (a, x) ∈ A × C}
= (A × B) ∩ (A × C).
31
32 CAPÍTULO 4. RELAÇÕES
b α
d β
e .. ..
. .
Dom(R) = {a ∈ A | ∃b ∈ B(aRb)};
Im(R) = {b ∈ B | ∃a ∈ A(aRb};
a 1
b α
c 2
d β
e 3
(d) T ◦ (S ◦ R) = (T ◦ S) ◦ R;
4.1 Fechos
Definição 25. Seja R uma relação em um conjunto A. Então, o fecho reflexivo
(simétrico, transitivo) é uma relação S em A tal que:
(a) R ⊆ S;
(b) S é reflexiva (respectivamente, simétrica, transitiva);
(c) para toda relação T ⊆ A × A, se R ⊆ T e T é reflexiva (resp., simétrica,
transitiva), então S ⊆ T .
Ou seja, o fecho reflexivo de uma relação R é a menor relação reflexiva
(com respeito a inclusão) que contém R e é reflexiva. As definições para fechos
simétricos e transitivo são similares.
Teorema 4. Se R é uma relação em A, então:
(a) o fecho reflexivo de R é:
R ∪ idA ;
(b) o fecho simétrico de R é:
R ∪ R−1 ;
(c) o fecho transitivo de R é:
\
{T ⊆ A × A | (R ⊆ T ) ∧ (T é transitiva)}.
[a]R = {b ∈ A | aRb}.
∀b0 ∈ B(bRb0 );
∀b ∈ B(aRb);
∀b ∈ B(bRa).
(a) o supremo de B, denotado por sup(B), é o mı́nimo de S(B), caso ele exista;
(b) o ı́nfimo de B, denotado por inf(B), é o máximo de I(B), caso ele exista.
Definição 34. Dizemos que uma relação R em A é uma ordem parcial estrita
se as seguintes afirmativas são satisfeitas:
(a) R é irreflexiva;
(b) R é transitiva.
Definição 35. Uma ordem parcial estrita R em A é dita uma ordem total
estrita em A se:
∀a, b ∈ A(aRb ∨ bRa ∨ a = b).
4.4 Funções
Definição 36. Seja f uma relação de A em B. Dizemos que f é uma função
de A em B se:
∀a ∈ A∃!b ∈ B((a, b) ∈ f ).
(b) Pela Definição 23, temos que Im(f ) ⊆ B, já que f é função de A em B.
Suponha primeiro que f é sobrejetiva. Basta então mostrarmos que B ⊆
Im(f ). Como f é sobrejetiva, pela Definição 37, temos que para todo b ∈ B
existe a ∈ A tal que f (a) = b. Portanto, todo elemento de B é também
elemento de Im(f ).
Suponha então que Im(f ) = B. Pela Definição 23 sobre a imagem de uma
função, deduzimos que para todo b ∈ B existe a ∈ A tal que f (a) = b. Logo,
f é sobrejetiva.
Demonstração. Pela Definição 36, devemos mostrar que para todo b ∈ B, existe
um único a ∈ A tal que (b, a) ∈ f −1 . Seja b∗ ∈ B qualquer. Como comentado
na Seção 3.8, vamos primeiro provar que existe a ∈ A tal que (b, a) ∈ f −1 e, em
seguida, demonstramos que tal a é único.
Note que como f é sobrejetiva, temos que para todo b ∈ B, existe a ∈ A tal
que (a, b) ∈ f . Seja a∗ ∈ A tal que (a∗ , b∗ ) ∈ f . Pela Definição 23, deduzimos
que (b∗ , a∗ ) ∈ f −1 .
Sejam a1 e a2 tais que (b∗ , a1 ) ∈ f −1 e (b∗ , a2 ) ∈ f −1 . Pela Definição 23,
deduzimos então que (a1 , b∗ ) ∈ f e que (a2 , b∗ ) ∈ f . Como f é uma função
injetiva, temos que a1 = a2 .
(a) Suponha que g ◦ f = idA . Sejam a1 , a2 ∈ A tais que f (a1 ) = f (a2 ). Seja
b∗ ∈ B tal que f (a1 ) = f (a2 ) = b∗ . Como g ◦ f = idA , então g(f (a1 )) = a1
e g(f (a2 )) = a2 . Ou seja, g(b∗ ) = a1 = a2 .
O seguinte teorema afirma que três proposições (i), (ii) e (iii) são equivalen-
tes. Para demonstrá-lo, a argumentação básica seria provar que (i) ⇐⇒ (ii),
(i) ⇐⇒ (iii) e (ii) ⇐⇒ (iii). Isso corresponde a demonstrar seis implicações,
segundo a Equivalência (1.2).
Entretanto, graças a Equivalência (1.3), é suficiente provar que (i) ⇒ (ii),
(ii) ⇒ (iii) e (iii) ⇒ (i). Note que a Equivalência (1.3), combinada aplicada
em pares dessas implicações, nos fornece as outras três implicações necessárias.
Teorema 17. Suponha que f : A → B. Então, as seguintes afirmações são
equivalentes:
(i) f é injetiva e sobrejetiva;
(ii) f −1 : B → A é função;
(iii) ∃g : B → A tal que g ◦ f = idA e f ◦ g = idB .
Demonstração. Suponha que f é uma função de A em B. Note que a implicação
(i) ⇒ (ii) corresponde ao Teorema 14. Já a implicação (ii) ⇒ (iii) corresponde
ao Teorema 15. Finalmente, o Teorema 16 prova a implicação (iii) ⇒ (i).
Teorema 18. Se f : A → B e g : B → A são funções tais que g ◦ f = idA e
f ◦ g = idB , então g = f −1 .
Demonstração. Seja (b, a) ∈ g. Como f (g(b)) = b, já que f ◦ g = idB , temos
que f (a) = b, ou seja (a, b) ∈ f . Portanto, (b, a) ∈ f −1 , pela Definição 23.
Por outro lado, seja (b, a) ∈ f −1 . Logo, (a, b) ∈ f , ou seja f (a) = b. Como
g ◦ f = idA , temos que g(f (a)) = a, ou seja g(b) = a. Portanto, (b, a) ∈ g.
Deve-se notar que o Teorema 18 mostra que a função inversa f −1 é a única
que quando composta com f resulta na identidade, apesar de não termos como
hipótese que f é bijetiva.
Além disso, note que:
Corolário 1. Se f : A → B é uma função bijetiva, então f −1 : B → A também
é uma função bijetiva.
Demonstração. Basta combinar os Teoremas 16, 17 e 18, usando o fato que
(f −1 )−1 = f .
4.5 Exercı́cios
Questão 10. Sejam A = {1, 2, 3}, B = {4, 5}, C = {6, 7, 8}, R = {(1, 7), (3, 6), (3, 7)}
e S = {(4, 7), (4, 8), (5, 6)}.
(a) Represente as relações R e S por meio de grafos direcionados.
(b) Determine os domı́nios, imagens e relações inversas de R e S.
(c) Determine S −1 ◦ R e R−1 ◦ S.
Questão 11. Sejam R e S relações de A para B. Prove ou mostre um contra-
exemplo para os itens:
(a) R ⊆ Dom(R) × Im(R).
46 CAPÍTULO 4. RELAÇÕES
Questão 13. Quais das seguintes relações são de equivalência? Para as que
são, quais suas classes de equivalência?
(a) R = {(x, y) ∈ R × R | x − y ∈ N}.
(b) S = {(x, y) ∈ R × R | x − y ∈ Q}.
Questão 19. Seja R uma ordem parcial estrita em A e S o seu fecho reflexivo.
Mostre que:
(a) S é uma ordem parcial em A;
(b) Se R é uma ordem total estrita, então S é uma ordem total.
4.5. EXERCÍCIOS 47
Questão 20. Seja R uma relação em A e S o seu fecho reflexivo. Mostre que:
(a) Se R é simétrica, então S é simétrico;
(b) Se R é transitiva, então S é transitivo.
Questão 21. Mostre que existe uma única relação em A que é, ao mesmo
tempo, uma relação de equivalência em A e uma função de A para A.
Questão 22. Seja f : A → B uma função e C ⊆ A. A restrição de f a C é:
f C = f ∩ C × B.
Prove que:
(a) f C é uma função de C em B;
(b) para todo c ∈ C, f C (c) = f (c);
(c) se g : C → B, então g = f C se, e somente se, g ⊆ f .
Questão 23. Uma função f : A → A é constante se, para todo x ∈ A, f (x) = a.
Prove que:
(a) Se f : A → A é constante, então, para todo g : A → A, temos f ◦ g = f .
(b) Se, para todo g : A → A, temos f ◦ g = f , então f é uma função constante.
x+1
Questão 24. Seja A = R \ {1} e f : A → A tal que f (x) = x−1 . Mostre que:
(a) f é bijetiva.
(b) f ◦ f = iA .
Questão 25. Sejam f : A → B e g : B → C funções. Mostre que:
(a) Se g ◦ f é sobrejetiva, então g é sobrejetiva.
(b) Se g ◦ f é injetiva, então f é injetiva.
Questão 26. Seja f : A → B e C ⊆ A. Mostre que se f é injetiva, então f C
também é injetiva.
Questão 27. Seja f : A → B uma função constante. Mostre que:
(a) Se A tem mais de um elemento, então f não é injetiva.
(b) Se B tem mais de um elemento, então f não é sobrejetiva.
3x
Questão 28. Seja f : A → B uma função, A = R \ {2}, tal que f (x) = x−2 .
Os Números Naturais e a
Indução
0=∅
1 = {0} = {∅}
2 = {0, 1} = {∅, {∅}}
3 = {0, 1, 2} = {∅, {∅}, {∅, {∅}}}
..
.
Já Peano, definiu o conjunto dos naturais a partir dos seguintes axiomas:
1. 0 ∈ N;
49
50 CAPÍTULO 5. OS NÚMEROS NATURAIS E A INDUÇÃO
(a) P (0);
(b) ∀n ∈ N(P (n) ⇒ P (S(n)).
para algum n ∈ N.
Passo Indutivo: Note que
n+1 n
!
X X
i i
S(n + 1) = 2 = 2 + 2n+1 .
i=0 i=0
i=0
♦
3
Exemplo 5.2. Prove que para todo n ∈ N, temos que 3|(n − n).
Demonstração. Lembre que a|b se existe k ∈ N tal que ak = b. Logo, devemos
mostrar que para todo n ∈ N, existe k ∈ N tal que 3k = n3 − n. Provaremos
por indução em n.
Caso Base: n = 0.
Observe que se tomarmos k = 0, teremos:
3k = 3 · 0 = 03 − 0 = n3 − n.
(n + 1)3 − (n + 1) = n3 + 3n2 + 3n + 1 − n − 1
= 3(n2 + n) + (n3 − n)
♦
Em muitos casos, como no Exemplo 5.3, o primeiro valor que desejamos
provar que a propriedade (ou predicado) P (n) é válida(o) não é o zero. Ou seja,
desejamos provar que ∀n ∈ N(n ≥ k ⇒ P (n)), para algum k ∈ N. Para tanto,
devemos mudar o caso base para o primeiro valor que deve tornar tal predicado
verdadeiro, isto é, o caso base será n = k.
Exemplo 5.3. Demonstre que se n ∈ N e n ≥ 5, então 2n > n2 .
25 = 32 > 25 = 52 .
2n+1 = 2 · 2n
> 2n2
= n2 + n · n (5.1)
2
≥ n + 5n (5.2)
2
= n + 2n + 3n (5.3)
2
≥ n + 2n + 15 (5.4)
2
> n + 2n + 1
= (n + 1)2
onde as passagens de (5.1) para (5.2) e de (5.3) para (5.4) se devem ao fato que
n ≥ 5.
♦
A seguir, mostraremos exemplos de como usar indução para fazer demons-
trações sobre o número de elementos de um conjunto, caso este conjunto seja
finito. Precisamos, portanto, formalizar tais noções.
Para todo n ∈ N, denotamos por In ou por [n] o conjunto {i ∈ N∗ | i ≤ n}.
Note que I0 = ∅, enquanto que In = {1, . . . , n} se n > 0.
Observe que se A é vazio, então |A| = 0 já que o único n ∈ N tal que
conseguimos uma função bijetiva f : In → A é n = 0.
Enunciados sobre conjuntos finitos, embora possam não mostrar explicita-
mente um número natural n ao qual possamos aplicar indução, com frequência
podem ser demonstrados com essa técnica. A ideia é demonstrar por indução
na cardinalidade do conjunto, que é um número natural.
Teorema 19. Se R é uma ordem parcial em A, B ⊆ A, B 6= ∅ e B é finito,
então B possui elemento R-minimal.
Demonstração. Seja R uma ordem parcial em um conjunto qualquer A e seja
B ⊆ A tal que B é finito e não vazio.
Vamos demonstrar por indução em n = |B| que B possui um elemento R-
minimal. Como B não é vazio, teremos o seguinte caso base.
Caso Base: n = 1. Seja b o único elemento de B. Logo, não existe b0 6= b tal
que b0 ∈ B e (b0 , b) ∈ R. Portanto, b é R-minimal.
Hipótese Indutiva: suponha que se |B| = n ≥ 0, então B possui elemento R
minimal.
Passo Indutivo: seja B tal que |B| = n+1 ≥ 1. Seja b ∈ B. Defina B 0 = B \{b}.
Por definição, |B 0 | = n. Pela hipótese indutiva, B 0 possui elemento R-minimal.
Seja b0 um elemento R-minimal de B 0 . Note que se (b, b0 ) ∈ / R, então b0 é
elemento R-minimal de B.
Caso contrário, ou seja, se (b, b0 ) ∈ R, vamos provar que b é elemento R-
minimal de B. Por absurdo, suponha a existência de um elemento b00 ∈ B tal
que b00 6= b e (b00 , b) ∈ R. Observe que b00 6= b0 , já que b0 6= b, (b, b0 ) ∈ R
e a relação R é anti-simétrica. Logo, como (b00 , b) ∈ R, (b, b0 ) ∈ R e R é
transitiva, deduzimos que (b00 , b0 ) ∈ R. Como b00 ∈ B 0 e b00 6= b0 , isso contradiz a
minimalidade de b0 em B 0 .
Teorema 20. Se A é um conjunto finito e R é uma ordem parcial em A, então
existe uma ordem total T em A tal que R ⊆ T .
Demonstração. Por indução em |A|.
Caso Base: |A| = 0. Nesse caso, note que R = ∅. Tome T = R. Por vacuidade,
T é ordem total em R e R ⊆ T .
Hipótese Indutiva: Seja k ∈ N∗ . Suponha que para todo conjunto A tal que
|A| = k − 1 e para toda ordem parcial R em A, existe uma ordem total T em A
tal que R ⊆ T .
Passo Indutivo: Seja A um conjunto tal que |A| = k e seja R uma ordem
parcial em A.
Note que k ≥ 1, ou seja A é finito e não vazio. Pelo Teorema 19, seja a ∈ A
um elemento R-minimal de A. Seja A0 = A \ {a}. Seja R0 = R ∩ (A0 × A0 ). Note
que R0 é ordem parcial de A0 . Como |A0 | = k − 1, pela hipótese indutiva existe
uma ordem total T 0 de A0 tal que R0 ⊆ T 0 .
Defina T = T 0 ∪ {(a, a0 ) | a0 ∈ A0 } ∪ {(a, a)}. Afirmamos que T é ordem total
em A. De fato, note que T é reflexiva, já que T 0 é ordem total de A0 e (a, a) ∈ T .
T também é anti-simétrica, pois para T 0 é anti-simétrica, e não há dois pares
(a, a0 ) e (a0 , a) em T , com a0 6= a. T é transitiva, pela transitividade de T 0 , e
pelo fato que a é elemento mı́nimo de T , pela sua definição. Pela definição de T ,
como T 0 é ordem total de A0 , também observamos que para quaisquer x, y ∈ A,
temos que xT y ou yT x. Portanto, T é ordem total de A. Por último, observe
que R ⊆ T já que R0 ⊆ T 0 e a é R-minimal de A.
5.3. INDUÇÃO FORTE 53
√ 0 √ 0
1+ 5
2 − 1−2 5
F (0) = 0 = √
5
e que:
√ 1 √ 1
1+ 5
2 − 1−2 5
F (1) = 1 = √
5
Suponha que n ≥ 2.
Hipótese Indutiva: suponha que para todo 0 ≤ k < n temos
√ k √ k
1+ 5
2 − 1−2 5
F (k) = √ .
5
Passo Indutivo: Por definição, observe que F (n) = F (n − 1) + F (n − 2), já que
n ≥ 2. Aplicando a hipótese indutiva, temos:
F (n) = F (n − 1) + F (n − 2)
√ n−1 √ n−1 √ n−2 √ n−2
1+ 5
2 − 1−2 5 1+ 5
2 − 1−2 5
= √ + √
5 5
√ n−2 h √ i √ n−2 h √ i
1+ 5 1+ 5
2 2 + 1 − 1−2 5 1− 5
2 +1
= √
5
√ n−2 √ 2 √ n−2 √ 2
1+ 5 1+ 5
2 2 − 1−2 5 1− 5
2
= √
5
√ n √ n
1+ 5
2 − 1−2 5
= √
5
5.4. PRINCÍPIO DA BOA ORDENAÇÃO 55
O Teorema 24 pode ser utilizado para demonstrações por absurdo que usam o
chamado contra-exemplo mı́nimo. Novamente, essa técnica é útil para demons-
trações de proposições do tipo ∀n ∈ N(P (n)). A ideia é supor, por absurdo, que
existem números naturais n tais que ¬P (n). Portanto, pode-se definir um con-
junto S = {n | ¬P (n)} de contra-exemplos à afirmação ∀n ∈ N(P (n)). Como
S ⊆ N e S 6= ∅, pelo Princı́pio da Boa Ordenação, S possui um elemento mı́nimo
n∗ . Esse é o chamado contra-exemplo mı́nimo.
Note que se n∗ é contra-exemplo mı́nimo para ∀n ∈ N(P (n)), então ¬P (n∗ ) e,
para todo 0 ≤ k < n∗ , temos P (k). Veja que essa segunda hipótese é exatamente
a mesma que possuı́mos ao fazermos uma demonstração por indução (forte).
Portanto, as duas técnicas de prova são equivalentes.
√
Teorema 25. 2 é irracional.
Demonstração.
√ Por absurdo, suponha√que existem p ∈ Z e q ∈ N∗ tais que
2 = q . Seja S = {q ∈ N∗ | ∃p ∈ Z( 2 = pq )} ⊆ N. Como, por hipótese S é
p
2
√ p∗
( 2)2 =
q∗
2(q ∗ )2 = (p∗ )2 .
Portanto, pela Proposição 7, concluı́mos que p∗ é par, já que seu quadrado o é.
Seja p0 ∈ Z tal que p∗ = 2p0 . Podemos então observar que:
2(q ∗ )2 = (p∗ )2
2(q ∗ )2 = (2p0 )2
2(q ∗ )2 = 4(p0 )2
(q ∗ )2 = 2(p0 )2 .
56 CAPÍTULO 5. OS NÚMEROS NATURAIS E A INDUÇÃO
(a) R ⊆ S;
5.5 Exercı́cios
Questão 30. Prove por indução que:
(a) Para todo n ∈ N:
Pn
(i) i=0 i = n(n + 1)/2;
Pn 2
(ii) i=0 i = n(n + 1)(2n + 1)/6;
Pn
(iii) i=0 i(i + 1) = n(n + 1)(n + 2)/3;
(iv) 2|(n2 + n).
(b) Se A é um conjunto com n elementos, então P(A) tem 2n elementos.
(c) Se R é uma ordem total em A e A, então todo subconjunto finito e não-vazio
B ⊆ A contém um elemento R-mı́nimo.
Sequências, Recorrências e
Séries
59
60 CAPÍTULO 6. SEQUÊNCIAS, RECORRÊNCIAS E SÉRIES
(a) o(g(x)) = {f (x) | ∀c ∈ R∗+ ∃x0 ∈ R∗+ (∀x ≥ x0 (0 ≤ f (x) < cg(x)))};
(b) ω(g(x)) = {f (x) | ∀c ∈ R∗+ ∃x0 ∈ R∗+ (∀x ≥ x0 (0 ≤ cg(x) < f (x)))}.
Tais conjuntos também são definidos por alguns autores em temos de limites:
f (x)
o(g(x)) = f (x) | lim =0 ;
x→∞ g(x)
f (x)
ω(g(x)) = f (x) | lim =∞ .
x→∞ g(x)
6.4 Séries
Dada P
uma sequência (an ) de números reais, a sequência (sn ) definida como
n
sn = i=0 an é uma série. Dizemos que sn é a reduzida ou a soma parcial,
enquanto que a parcela an é o termo geral da série (sn ).
Deve-se notar que as séries podem ser definidas de maneira recursiva:
(
a0 , se n = 0;
sn =
sn−1 + an , caso contrário.
Como visto em vários exemplos do Capı́tulo 5, pode-se usar indução para
demonstrar uma fórmula para a soma parcial sn . Para tanto, é necessário obter
a fórmula, para poder aplicar a indução e verificar que a mesma está correta.
Para se obter a fórmula, nem sempre a tarefa é trivial. No caso de séries cujo
termo geral é um polinômio em n, podemos usar os números binomiais (vide
Capı́tulo 8, Página 78) para tanto.
Exemplo 6.2. Seja (sn ) a série definida pela soma dos quadrados do números
naturais de 0 a n, ou seja, a série cujo termo geral é an = n2 . Para encontrarmos
uma fórmula para a reduzida sn , a estratégia é converter o polinômio n2 em uma
soma de naturais consecutivos.
Note que n2 = n(n − 1) + n. Portanto:
n
X
sn = i2
i=0
n
X
= (i(i − 1) + i)
i=0
n
X n
X
= i(i − 1) + i
i=0 i=0
n n
X i(i − 1) (i − 2)! X i (i − 1)!
= 2! · · + 1! · ·
i=0
2! (i − 2)! i=0
1! (i − 1)!
n n
X i X i
= 2! · + 1! ·
i=0
2 i=0
1
" n
# n
0 1 X i
0 X i
=2· + + + +
2 2 i=2
2 1 i=1
1
62 CAPÍTULO 6. SEQUÊNCIAS, RECORRÊNCIAS E SÉRIES
6.5 Exercı́cios
Questão 35. Resolva as seguintes equações de recorrência:
(
0 , i = 1;
(a) ai =
an−1 + 4 , caso contrário.
(
0 , n = 1;
(b) T (n) =
T (n − 1) + 2n , caso contrário.
0
, x = 0;
(c) f (x) = 4 , x = 1;
2f (x − 1) + 3f (n − 2) , caso contrário.
Enumerabilidade e
Diagonalização
Teorema 28. Seja F uma famı́lia qualquer. Então, ∼ é uma relação de equi-
valência em F.
63
64 CAPÍTULO 7. ENUMERABILIDADE E DIAGONALIZAÇÃO
(i + j − 2)(i + j − 1)
h(i, j) = + i.
2
Logo, observe que a função f ◦ h : N∗ × N∗ → N é bijetiva, pelo Teorema 13.
(a) A × C ∼ B × D;
(b) Se A ∩ C = ∅ e B ∩ D = ∅, então A ∪ C ∼ B ∪ D.
Vamos provar que ` é bijetiva. Sejam x, y ∈ A ∪ C tais que `(x) = `(y). Como
A ∩ C = ∅, os seguintes casos podem ocorrer:
(i) A é contável;
Vamos provar que ` é injetiva. Sejam x, y ∈ A ∪ B tais que `(x) = `(y). Caso
`(x) = `(y) ≥ 0, pela definição de ` temos que f (x) = `(x) = `(y) = f (y). Como
f é injetiva, deduzimos que x = y. Caso `(x) = `(y) < 0, temos que −g(x)−1 =
`(x) = `(y) = −g(y) − 1. Portanto g(x) = g(y). Como g é injetiva, deduzimos
novamente que x = y. Logo, ` é injetiva. Pelo Teorema 31, existe uma função
bijetiva g 0 : Z → N. Pelo Teorema 13, note que g 0 ◦ ` : A ∪ B → N é uma função
injetiva. Logo, pelo Teorema 36, deduzimos que A ∪ B é contável.
S
Teorema 39. Se F é uma famı́lia contável de conjuntos contáveis, então F
é contável.
S
Demonstração. Se F = ∅, F = ∅ e portanto o resultado segue. Assuma então
que F 6= ∅.
0
S S 0
Caso ∅ ∈ F, note S que se F = F \ ∅, então F = F . Portanto, para
demonstrarmos que F é contável, vamos admitir que ∅ ∈ / F.
Como F é contável, seja f : N → F uma função sobrejetiva, pelo Teorema 36
e pela hipótese que F 6= ∅. Desse modo, podemos usar a função f para associar
a cada número natural, ou seja a cada ı́ndice i ∈ N, um elemento de F, f (i). Ou
seja, podemos descrever F = {F0 , F1 , F2 , . . .} (note que F pode ser um conjunto
finito).
Pelo mesmo argumento, como cada elemento Fi de F é contável e não-vazio,
podemos tomar uma função gi : N → Fi sobrejetiva. Isso nos permite indexar
7.2. O MÉTODO DA DIAGONALIZAÇÃO DE CANTOR 69
os elementos de Fi = {a0i , a1i , a2i , . . .} (novamente, observe que cada Fi pode ser
um conjunto finito). Note que F = {aji | i, j ∈ N}.
S
Corolário 5. R ∼ P(N).
que m, j ∗ , k ∈ Z e k > 0. Já observamos que q > x. Note também que, como
j ∗ ≥ 1, k > 0 e k1 < y − x, temos:
j∗ j∗ − 1 1
x<q =m+ =m+ + < x + (y − x) = y.
k k k
Defina g : R → P(Q) tal que g(x) = {q ∈ Q | q < x}. Pela afirmação
anterior, note que se x, y ∈ Q e x < y, então g(x) é subconjunto próprio, e
portanto distinto, de g(y). Logo, g é injetiva. Pelos Teoremas 33 e 37, temos
que P(Q) ∼ P(N). Logo, seja h : P(Q) → P(N) uma função bijetiva. Note que
h ◦ g : R → P(N) é injetiva, pelo Teorema 13, e portanto R - P(N).
Como P(N) - R e R - P(N), temos que P(N) ∼ R, pelo Teorema 43.
7.4 Exercı́cios
Questão 40. Prove ou apresente um contra-exemplo para as seguintes afirmações:
(a) Para todos n e m naturais, se In ∼ Im , então n = m.
Análise Combinatória
73
74 CAPÍTULO 8. ANÁLISE COMBINATÓRIA
Exemplo 8.8. De quantos modos pode-se colocar cinco rapazes e cinco moças
em cinco bancos de modo que em cada banco fique um casal? (Considerar que
assentos dos bancos são numerados.) ♦ 10 × 8 × 6 × 4 × 2 × 5! = 460800.
Exemplo 8.9. Número de formas de separar oito pessoas em dois grupos de
8!
quatro? ♦ 2×4!×4! = 35.
n!
(PC)n = = (n − 1)!.
n
(8,4)
(0,0)
(0,-2)
8.5 Arranjos
Número de modos de escolher p objetos de um conjunto com n objetos de modo
ordenado é:
n!
Apn = n · (n − 1) · . . . · (n − p + 1) = .
(n − p)!
Para a compreensão da fórmula acima, note que basta analisarmos dois casos:
quantos destes subconjuntos contém o número 1, e quantos não contém.
ou números combinatórios.
Como np corresponde ao número de subconjuntos com p elementos de um
conjunto que possui n elementos, podemos deduzir que np = 0 se p < 0 ou
p > n.
Os números binomiais são representados pelo Triângulo de Pascal:
0
1 0
1 1
1 1 0 1
1 2 1 2 2 2
0 1 2
1 3 3 1 3 3 3 3
0 1 2 3
1 4 6 4 1 4 4 4 4 4
0 1 2 3 4
1 5 10 10 5 1 5
5
5
5
5
5
0 1 2 3 4 5
1 6 15 20 15 6 1 6
6
6
6
6
6
6
.. 0 1 2 3 4 5 6
. ..
.
(b) Quantas são as funções bijetivas f : A → A tais que f (x) 6= x, para todo
x ∈ A?
(a) (n − 1)n .
(b) Dn
8.13 Exercı́cios
Questão 42. De quantos modos 3 pessoas podem sentar-se em 5 cadeiras em
fila?
Solução. 2.1-5: 53 · 3! = 60.
Questão 50. Quantas são as permutações dos números (1, · · · , 10) nas quais o
5 está à direita do 2 e à esquerda do 3? E se as posições não forem sucessivas?
Questão 52. Tem-se 5 pontos sobre uma reta R e 8 sobre uma reta R0 . Quantos
quadriláteros convexos com vértices em 4 destes 13 pontos existem?
Questão 57. Uma partı́cula, estando no ponto (x, y), pode mover-se para o
ponto (x + 1, y) ou (x, y + 1). Quantos caminhos a partı́cula pode tomar para,
estando no ponto (0, 0), chegar no ponto (a, b), onde a > 0 e b > 0?
(a+b)!
Solução. 2.5-3: a!b! .
Solução.
2.6-16: 2001.
(a) São divisı́veis por pelo menos três dos números 2, 3, 7 e 10?
Solução. 3.1-1: (a) 62; (b) 286; (c) 419; (d) 714.
Questão 62. Dizemos que uma permutação de (1, · · · , n) é caótica se, para
todo i ∈ {1, . . . , n}, o i-ésimo elemento é diferente de i. Quantas permutações
caóticas de (1, · · · , n) existem?
Pn
Solução. 3.2: Dn = n! i=0 (−1)i i!1 .
Questão 64. Dois médicos devem examinar, durante a mesma hora, 6 paci-
entes, gastando 10 minutos com cada paciente. Cada um dos 6 pacientes deve
ser examinado pelos 2 médicos. De quantos modos pode ser feito um horário
compatı́vel?
Questão 65. Há quatro grandes grupos de pessoas, cada um com mil membros.
Dois quaisquer desses grupos tem cem membros em comum. Três quaisquer
desses grupos têm dez membros em comum. E há uma pessoa em todos os
quatro grupos. Quantas pessoas há no total?
Solução. 3.5-2: 6.
Questão 67. Prove que todo subconjunto do conjunto {1, · · · , 2n} com n + 1
elementos possui um par de elementos tal que um divide o outro.
Solução. 3.5-6: Todo número pode ser escrito como 2x · t, onde t é ı́mpar.
Nesse conjunto há apenas n possı́veis valores para t.
Solução. Não tem no livro: Tome uma pessoa p1 qualquer. Pelo PCP, há pelo
menos três outras pessoas que conhecem p1 ou que não conhecem p1 . Suponha
que o primeiro caso ocorre. Se algum par dessas três pessoas se conhecer, o
resultado segue. Senão, também, já que elas não se conhecerão mutuamente. O
segundo caso é análogo.
Questão 69. Prove que todo número natural possui um múltiplo formado
somente com os algarismos 0 e 1.
Solução. 3.5-7: Tome os restos das divisões dos n números 1, 11, 111, 1111,
... por n.
Questão 72. Numa fila de cinema, m pessoas tem notas de R$ 5,00 e n (n < m)
pessoas tem notas de R$ 10,00. A entrada custa R$ 5,00. Quantas são as filas
que terão problemas de troco se a bilheteria começar a trabalhar sem troco?
Quantas são as filas que terão problemas de troco se a bilheteria começar a
trabalhar com duas notas de R$ 5,00?
n n(n−1)(n−2)
Solução. 3.4-1: m+1 (n + m)!; (n + m)! (m+3)(m+2)(m+1) .
n−2
Solução. 4.1-13: n(n + 1)2 .
Um grafo G é definido por um par ordenado (V, E) e por uma função ϕ tais
que V e E são conjuntos quaisquer e ϕ associa a cada elemento de E um par
não-ordenado de elementos de V que não são necessariamente distintos.
Os elementos de V são chamados vértices e os elementos de E são chamados
de arestas. Comumente se omite a função ϕ da notação e denotamos por e = uv,
se u e v são os elementos de V associados a e, sendo e ∈ E.
Além disso, é frequente o uso da notação V (G) e E(G) para representar os
conjuntos V e E, respectivamente, quando os mesmos não estão definidos no
contexto.
Um grafo G é dito finito se V (G) e E(G) são conjuntos finitos. Neste
capı́tulo, somente faremos referência a grafos finitos.
Note que, formalmente, os grafos G1 = (V1 , ∅) e G2 = (V2 , ∅), onde V1 = {a}
e V2 = {b} são grafos distintos, uma vez que V1 6= V2 . Ao estudarmos grafos
normalmente estamos mais interessados em como os vértices estão conectados,
do que quais são os “nomes” dos vértices. Para evitar esse problema, a noção
de isomorfismo é essencial.
9.1 Isomorfismos
Para podermos formalmente ignorar os “nomes” dos vértices, precisamos ser
capazes de identificar quando dois grafos, apesar de não terem o mesmo conjunto
de vértices, têm a mesma estrutura. Esse formalismo é possı́vel através na noção
de isomorfismo de grafos.
Definição 49. Dois grafos G e H são ditos isomorfos se existe uma bijeção
f : V (G) → V (H) tal que uv ∈ E(G) se, e somente se, f (u)f (v) ∈ E(H).
Usamos a notação G ∼
= H para representar que G e H são isomorfos.
Teorema 55. Seja G uma famı́lia qualquer de grafos. A relação de isomorfismo
em G é uma relação de equivalência.
Como visto na Seção 4.2, existirá então uma partição de G em classes de
equivalência. Observe que os elementos de uma mesma classe de equivalência
são isomorfos, e, portanto, têm a mesma estrutura.
87
88 CAPÍTULO 9. INTRODUÇÃO À TEORIA DOS GRAFOS
Os argumentos usados a seguir não dependerão dos nomes dos vértices, mas
somente da estrutura do grafo. Dessa forma, o resultado servirá para qualquer
grafo na mesma classe de equivalência.
Dessa forma, nos referimos a um grafo sem rótulos como a classe de equi-
valência à qual esse grafo pertence. Todos os resultados a seguir são válidos
para grafos não rotulados.
9.5 Árvores
Um grafo acı́clico é chamado de floresta. Um grafo acı́clico e conexo é uma
árvore. Por definição, note que toda floresta é um grafo simples. Um vértice
de grau igual a um em uma floresta é chamado de folha. Um vértice que não é
uma folha em uma floresta é chamado de nó. Devido a nomenclatura em inglês,
geralmente usaremos a letra T para representar uma árvore.
Teorema 58. Se T é uma árvore e n(G) ≥ 2, então T possui pelo menos duas
folhas.
Se árvores são grafos acı́clicos, há uma outra classe de grafos caracterizada
por restrições nos ciclos que possui.
Um grafo é dito bipartido se seu conjunto de vértices pode ser particionado
em no máximo dois conjuntos independentes.
Teorema 60 (König, 1936). G é bipartido se, e somente se, G não possui ciclos
ı́mpares.
9.7 Exercı́cios
Questão 75. Seja G = (V, E) um grafo simples e defina δ(G) = min{dG (v) |
v ∈ V (G)}. Mostre que se δ(G) ≥ 2, então G possui um ciclo como subgrafo.
Questão 76. Seja G = (V, E) um grafo. Mostre que as seguintes afirmações
são equivalentes:
(i) G é uma árvore;
(ii) G é conexo e m(G) = n(G) − 1;
(iii) m(G) = n(G) − 1 e G não possui ciclos;
Questão 80. Seja G um grafo e {S1 , . . . , Sχ(G) } uma partição de V (G) tal
que Si é um conjunto independente, para todo i ∈ {1, . . . , χ(G)}. Mostre que
para todo i ∈ {1, . . . , χ(G)}, existe v ∈ Si tal que NG (v) ∩ Sj 6= ∅, para todo
j ∈ {1, . . . , χ(G)} \ {i}.
92 CAPÍTULO 9. INTRODUÇÃO À TEORIA DOS GRAFOS
Apêndice A
Álgebra Booleana
• x ∨ y = ¬(x ∧ y);
• x ∧ y = ¬(x ∨ y).
Leis
As seguintes leis de Álgebra Elementar são válidas para Álgebra Booleana,
quando fazemos a correspondência do operador ∨ com a adição e do operador
∧ com a multiplicação:
1. Associatividade de ∨ : x ∨ (y ∨ z) = (x ∨ y) ∨ z;
2. Associatividade de ∧ : x ∧ (y ∧ z) = (x ∧ y) ∧ z;
3. Comutatividade de ∨ : x ∨ y = y ∨ x;
4. Comutatividade de ∧ : x ∧ y = y ∧ x;
6. Identidade para ∨ : x ∨ 0 = x;
93
94 APÊNDICE A. ÁLGEBRA BOOLEANA
7. Identidade para ∧ : x ∧ 1 = x;
8. Elemento neutro para ∧ : x ∧ 0 = 0.
11. Idempotência de ∧ : x ∧ x = x;
12. Absorção: x ∧ (x ∨ y) = x;
13. Absorção II : x ∨ (x ∧ y) = x;
15. Complementação: x ∨ ¬x = 1;
Teoria Axiomática de
Conjuntos
∀x∀y(∀w(w ∈ x ⇐⇒ w ∈ y) ⇒ x = y)
∀x∀y∃z((x ∈ z) ∧ (y ∈ z))
95
96 APÊNDICE B. TEORIA AXIOMÁTICA DE CONJUNTOS
n-upla, 31 disjuntos, 17
distintos, 16
aresta, 87 iguais, 16
incidente, 88 contenção de conjuntos, 16
múltipla, 88 contingência, 10
argumentação, 21 contra-domı́nio, 33
válida, 21 contra-exemplo, 13
axioma, 19 mı́nimo, 55
contra-positiva, 22
cardinalidade, 51 contradição, 10
caso base, 50, 53 cota, 40
ciclo, 88
par, 89 diferença de conjuntos, 17
ı́mpar, 89 diferença simétrica de conjuntos, 17
classe de equivalência, 37 divisor, 25
clique, 89 domı́nio, 33
coloração, 90 domı́nio de discurso, 13
própria, 90
complementar, 17 elemento
componente, 89 maximal, 39
composição minimal, 39
de relações, 33 máximo, 39
conclusão, 9, 21 mı́nimo, 39
condição equação
necessária, 10 de recorrência, 59
suficiente, 10 extremidades, 88
conjunto, 15 de um caminho, 88
contável, 64
das partes, 17 falácia, 21
enumerável, 64 famı́lia, 17
estável, 89 fecho
finito, 51 reflexivo, 36
incontável, 64 simétrico, 36
infinito, 51 transitivo, 36
parcialmente ordenado, 39 floresta, 89, 90
potência, 17 folha, 90
unitário, 15 função, 42
universo, 15 bijetiva, 43
vazio, 15 injetiva, 42
conjunto independente, 89 inversa, 44
conjuntos proposicional, 12
97
98 GLOSSÁRIO DE TERMOS
grafo, 87 ordem
acı́clico, 89 de um grafo, 88
bipartido, 90 parcial, 39
conexo, 89 parcial estrita, 41
desconexo, 89 total, 39
Euleriano, 89 total estrita, 42
finito, 87
planar, 90 par
sem rótulos, 88 ordenado, 31
simples, 88 partição, 18
trivial, 88 passeio, 88
vazio, 88 passo indutivo, 50
grau, 88 permutação
caótica, 80
hipótese, 9, 21 pertinência, 15
de indução, 50 predicado, 12
de indução forte, 53 premissa, 9, 21
princı́pio
idempotente, 63 da adição, 73
imagem, 33 da multiplicação, 73
implicação, 9 produto
contra-positiva, 10 cartesiano, 31
conversa, 10 proposição, 7
inversa, 10 composta, 8
indução, 50 equivalente, 10
forte, 53 prova
instanciação direta, 22
existencial, 25 indireta, 23
universal, 24 pela contra-positiva, 22
interseção de conjuntos, 17 por absurdo, 23
isomorfismo, 87 por casos, 27
por contra-exemplo mı́nimo, 55
laço, 88 por contradição, 23
limitante
inferior, 40 relação, 32, 34
superior, 40 anti-simétrica, 35
limite, 40 assimétrica, 35
composta, 33
membro, 15 de equivalência, 37
modus de recorrência, 59
ponens, 23 identidade, 33
tollens, 23 inversa, 33
múltiplo, 25 irreflexiva, 35
reflexiva, 35
nó, 90 simétrica, 35
número transitiva, 35
par, 27
ı́mpar, 27 satisfatı́vel, 10
GLOSSÁRIO DE TERMOS 99
sequência, 59
subconjunto, 16
próprio, 16
subgrafo, 88
gerador, 88
induzido, 88
superconjunto, 16
supremo, 41
série, 61
reduzida, 61
tamanho
de um grafo, 88
tautologia, 10
tese, 9
trilha, 88
tupla, 31
universo de discurso, 13
união de conjuntos, 17
vacuidade, 9
valor-verdade, 7
variável
booleana, 8
proposicional, 7
vizinhança, 88
vértice, 87
adjacente, 88
isolado, 88
árvore, 90
ı́nfimo, 41
100 GLOSSÁRIO DE TERMOS
Bibliografia
101