Balsamo para Almas Feridas - William S Plumer

Bálsamo Para Almas Feridas
William S. Plumer
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Tradução bíblica utilizada: Almeida Revista e Atualizada.
Públicação e tradução autorizada por Monergism.com
Tradução via DeepL
Revisão, organização e notas de roda pé:

Douglas Karnoski
Publicado e divulgado pelo projeto Reformatio in Christus.
Edição 2024.
Contato: douglas.karnoski@hotmail.com
AUTOR E OBRA
William Swan Plumer foi um clérigo, teólogo e autor

americano que foi reconhecido como um líder intelectual da
Igreja Presbiteriana no século XIX. Ele nasceu em 1802 na
Pensilvânia e se formou no Washington College na Virgínia em
1825. Foi ordenado pastor presbiteriano em 1827. Durante os
primeiros anos do ministério de Plumer, ajudou a organizar e
fundar igrejas em Danville, Virgínia e Warrenton, Carolina do
Norte. Após vários anos de ministério de pregação itinerante,
ele serviu como pastor residente em Petersburg, Virgínia, de
1831 a 1834, e em Richmond, Virgínia, entre os anos de 1835
e 1846. Durante seu pastorado em Richmond, Plumer fundou
um semanário religioso, o Watchman of the South, e uma
instituição para ajudar os surdos, mudos e cegos.
Ele também foi professor em vários seminários
teológicos e escreveu mais de 25 livros, além de inúmeros
artigos e sermões. Foi promovido para a glória em 1880 em
Baltimore, após uma cirurgia para remover pedras nos rins.
Plumer enfrentou diversos desafios e perseguições em
sua vida, era um abolicionista convicto. Denunciou a
escravidão como um pecado contra Deus e os homens. Sofreu
ameaças e violência de escravistas, principalmente quando
era pastor em Richmond, Virgínia, um estado escravista.
Também passou pela divisão da Igreja Presbiteriana,
sendo um dos líderes do movimento Old School, que defendia
a pureza doutrinária e disciplinar da igreja, contra o
movimento New School, que era mais liberal e tolerante a
erros. Em 1837, a Igreja Presbiteriana se dividiu em duas
denominações, e Plumer foi o moderador da Assembleia
Geral da Old School. Em 1861, a igreja se dividiu novamente,
desta vez por causa da Guerra Civil, se aliando à Igreja
Presbiteriana do Sul, que apoiava a Confederação.
William S. Plumer
Plumer teve que lidar com a morte prematura de

vários de seus entes queridos, incluindo sua primeira esposa,
quatro de seus filhos, e muitos de seus colegas e alunos. Ele
também teve que enfrentar a deserção de alguns de seus
amigos, que se voltaram contra ele por causa de suas posições
teológicas ou políticas.
Apesar de todas essas dificuldades, Plumer manteve
uma fé firme e uma esperança viva em Deus, que o sustentou
e consolou em suas aflições. Foi um exemplo de piedade,
sabedoria e coragem para muitas gerações de cristãos.
Este livro é uma coleção de dez sermões que tratam
do tema do sofrimento e da consolação cristã. Plumer oferece
conselhos práticos e bíblicos para aqueles que enfrentam
aflições, provações e perdas. Ele mostra como Deus tem um
propósito soberano e amoroso em permitir as dificuldades na
vida de seus filhos, e como eles podem encontrar alívio e
esperança em sua graça e promessas. Ele também apresenta
exemplos de grandes sofredores na história bíblica e na
história da igreja, que testemunharam da fidelidade e
bondade de Deus em meio às suas angústias.
O livro é uma obra de grande valor espiritual e pastoral,
que reflete a experiência pessoal e o conhecimento teológico
de Plumer. É um guia útil e encorajador para todos os que
sofrem ou se compadecem dos que sofrem, e que desejam
encontrar em Deus o bálsamo para seus espíritos feridos.
4
Bálsamo para Almas Feridas
Por William S. Plumer
Sumário
1. Há Muitas Almas Feridas.................................................................... 6

2. As Muitas Origens do Sofrimento ..................................................... 10
3. Exemplos de Frandes Sofredores ...................................................... 15
4. Nossas Provações Vêm de Deus ....................................................... 19
5. O Comportamento em Provações Dolorosas ..................................... 23
6. Dois Erros Perigosos e Opostos ........................................................ 27
7. Criando Preocupações Desnecessárias .............................................. 32
8. A Fonte de Consolação ..................................................................... 37
9. Verdadeiros Confortos ...................................................................... 43
10. Benefícios da Aflição...................................................................... 47
William S. Plumer
1. Há Muitas Almas Feridas
Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há

banquete, pois naquela se vê o fim de todos os homens; e os
vivos que o tomem em consideração. Melhor é a mágoa do que
o riso, porque com a tristeza do rosto se faz melhor o coração.
O coração dos sábios está na casa do luto, mas o dos insensatos,
na casa da alegria.1 Eclesiastes 7.2-4
Confesso francamente que estou cada vez mais solidário

com meus companheiros que sofrem. O coração do sábio está
na casa de luto. Muitas vezes o coração se torna melhor com a
dor e a tristeza.
Na Terra há sempre muitos corações aflitos. Os filhos da
tristeza são contados aos milhões. A família dos aflitos, por ser
multidão, está ao mesmo nível da família do gênero humano.
Ela nunca se extingue. Ela está constantemente recebendo
novas adesões. Chegamos no mundo com um choro, passamos
1
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil,
1993), Ec 7.2–4.
6
por ele em lágrimas e o deixamos com um gemido. Com idade

de cento e trinta anos, Jacó exclama: "Poucos e maus foram
foram os dias dos anos de minha vida".
O fato de os ímpios terem muitas tristezas não deveria
surpreender ninguém. A Palavra de Deus diz que será assim.
Seu estilo de vida naturalmente leva a esse resultado. A
destruição e a miséria estão em seus caminhos. Uma aparência
alegre muitas vezes esconde uma ferida dolorosa. Mesmo no
riso, seu coração está triste. Como poderia ser de outra forma?
Pois Jeová amaldiçoa suas bênçãos (Malaquias 2:2).
Mas os justos não estão isentos. "Deus teve um Filho na
Terra sem pecado - mas nunca um sem aflição."
"Neste vasto mundo, os bons e os mais queridos são os

mais provados, mais perturbados e angustiados."
Bem, que assim seja. A noite faz as estrelas brilharem, e

a tristeza dá brilho a muitas personalidades. O Senhor lida
fielmente com Seu povo. Ele nunca lhes prometeu facilidade ou
isenção de aflições. Jesus disse: "No mundo tereis aflições; mas
tende bom ânimo: Eu venci o mundo"
"A trilha da tristeza, e apenas essa trilha, Conduz à terra

onde as tristezas são desconhecidas; Nenhum viajante jamais
alcançou aquele abençoado refúgio, que não tenha encontrado
espinhos e arbustos no caminho."2
2
William Cowper (1731–1800). Cowper foi um poeta inglês do século XVIII, converteu-se
após ser internado no Asilo de Insanos Sr. Albans, devido a um colapso mental, tentando suicídio
de três maneiras diferentes. O Dr. Nathaniel Cotton, cristão, amante de Deus e do Evangelho
lutou pela vida de Cowper, tendo esperança de sua regeneração. Após encontrar uma bíblia em
um banco, lendo a passagem de Jesus ressuscitando Lázaro dos mortos escreveu: vi tanta
benevolência, misericórdia, bondade e simpatia para com os homens miseráveis, na conduta de
nosso Salvador, que quase derramei lágrimas com a revelação; sem pensar que era o tipo exato
da misericórdia que Jesus estava a ponto de estender a mim ”(William Cowper and the
Eighteenth Century, 131-32).
7
William S. Plumer
Mas, se estais sem correção, de que todos se têm

tornado participantes, logo, sois bastardos e não filhos.
(Hebreus 12:8).
Mesmo onde a pobreza cruel nunca bate à porta, nem

a perseguição usa seus instrumentos de tortura, nem a doença
consome a carne, ainda assim, de alguma forma, a aflição
invade todas as moradas dos santos.
Alguns ficam muito perplexos ao ver a aparente
confusão que parece reinar na Terra. O mais sábio dos homens
disse: “Tudo sucede igualmente a todos: o mesmo sucede ao
justo e ao perverso; ao bom, ao puro e ao impuro; tanto ao que
sacrifica como ao que não sacrifica; ao bom como ao pecador;
ao que jura como ao que teme o juramento. Este é o mal que
há em tudo quanto se faz debaixo do sol: a todos sucede o
mesmo; também o coração dos homens está cheio de maldade,
nele há desvarios enquanto vivem; depois, rumo aos mortos”
(Eclesiastes 9:2–3).
Às vezes, as coisas são ainda mais desconcertantes, pois
um homem iníquo pode parecer ter prosperidade ininterrupta
por um longo tempo, enquanto seu seu vizinho piedoso
experimenta tristes fracassos. Asafe teve um doloroso
tormento de Alma sobre esse mesmo assunto. Ele ficou com
inveja dos tolos quando viu a prosperidade dos ímpios. Eles não
eram perturbados como os outros homens, nem eram
atormentados como os outros homens. Mas quando ele viu a
desgraça que os esperava, deixou de invejá-los (Salmo 73).
As águas de amargura sempre foram dadas aos justos (2
Timóteo 3:11-12). Veja como Paulo se saiu: "Quando chegamos
à Macedônia, a nossa carne não teve repouso, mas fomos
atribulados de todos os lados; por fora havia lutas, por dentro
havia temores". De fato, esse tem sido o destino comum do
8
povo de Deus. Leia a história completa.

As aflições também não costumam diminuir com a
idade. Na verdade, algumas delas costumam aumentar muito à
medida que avançamos na vida. Assim disse o Pregador (Ec
12:1-5). No Salmo 90, Moisés ensina a mesma coisa. Nosso
homem exterior perece e, portanto, devemos desfalecer se
nosso homem interior não for renovado dia a dia (2 Cor. 4:16).
Owen diz: "Se for assim que, nas decadências diárias do homem
exterior, em todas as aproximações de sua dissolução, tivermos
reavivamentos e renovações espirituais interiores, não
desmaiaremos naquilo que sofremos. E sem essas renovações
contínuas, desfaleceremos em nossas aflições, quaisquer que
sejam as outras coisas que possamos ter, ou o que quer que
pretendamos fazer em contrário."
Abençoado é o homem que se comporta bem na aflição.
Os mares agitados e o estresse do clima fazem bons
marinheiros. Guerras longas e batalhas difíceis formam bons
soldados. Hall diz: "Todo homem parece bem em tempos de
prosperidade, mas a principal provação do cristão está no
sofrimento". Cultivemos o espírito dessas linhas agora tão
famosas:
"Não peço que meu caminho seja calmo e tranquilo;

Não, aqui também, Senhor, seja feita sua santa vontade;
Peço apenas um coração calmo e infantil;
Embora eu tenha muitas preocupações e trabalho incansável,
ainda assim meu coração permanecerá para sempre fino.
Retire-o da terra e fixe-o onde você quiser.
"Peço-lhe que não termine logo a luta, A labuta, os problemas desta

vida terrena;
Não, seja minha paz em meio à tristeza e à dor.
Não, antes que eu morra, deixe-me morrer para o mal, e, por meio
9
William S. Plumer
de sua Cruz, meus pecados serão totalmente eliminados".3
2. As Muitas Origens do
Sofrimento
Todos os idiomas estão repletos de palavras que

expressam diferentes tipos ou graus de aflição. Em ingles, te-
mos adversity, agony, anguish, anxiety, bereavement, burden,
calamity, discomfort, discouragement, disease, distress, dis-
turbance, grief, infirmity, losses, misfortunes, misery, pain, per-
plexity, sadness, sickness, sorrow, suffering, torment, trial, trib-
ulation, trouble, vanity, vexation e wretchedness.4
Os indivíduos geralmente diferem em suas avaliações
sobre a força dessas palavras. Seu uso é muito influenciado pela
preferência individual ou pela prática local. Em algumas
comunidades, a palavra trouble (problema) é comumente
3
Poema de James Edmeston, membro da Igreja da Inglaterra e escreveu mais
de 2.000 hinos, muitos dos quais foram publicados em coleções como Sacred
Lyrics e The Cottage Minstrel. Ele também era conhecido por seu trabalho
filantrópico e sua devoção à família.
4
Em português: adversidade, agonia, angústia, ansiedade, luto, fardo,
calamidade, desconforto, sofrimento, doença, aflição, perturbação, pesar,
enfermidade, perdas, infortúnios, miséria, dor, perplexidade, tristeza, doença,
pesar, sofrimento, tormento, provação, tribulação, problema, vaidade,
vexação e miséria.
10
usada para expressar doenças corporais, mas, de acordo com o

uso correto, algumas dessas palavras são mais intensas do que
outras.
A adversidade é um termo que descreve uma condição
geral, oposta à prosperidade. Falamos de uma calamidade
como algo grande, de um teste como algo difícil, de uma aflição
como algo severo, de angústia como algo agudo, de agonia
como algo intenso, de uma perda como algo pesado, de um
fardo como algo doloroso. Uma calamidade pode ser evitada,
tristezas podem ser aliviadas, perdas podem ser reparadas,
desconfortos podem ser removidos, perturbações podem ser
resolvidas, dores podem ser amenizadas, sofrimentos podem
cessar; o pesar diminui, a agonia acaba, o sofrimento passa, os
testes cessam. Esses são exemplos do uso de palavras. No
entanto, o objetivo atual não é definir palavras, mas sim indicar
a quantidade e variedade de termos usados sobre o tema da
aflição. Este é um mundo de tristezas. Este é um vale de
lágrimas.
"Não há rebanho, por mais vigiado e cuidado que seja,

Mas sempre há um cordeiro morto!
Não há lareira, por mais protegida que esteja,
Que não tenha uma cadeira vazia.
"O ar está cheio de despedidas para os moribundos,

E lamentos pelos mortos;
O coração de Raquel, chorando por seus filhos,
Não será consolado!"5
5
Henry Wadsworth Longfellow. As estrofes fazem parte do poema
"Resignation," que é uma parte mais longa chamada "The Voices of the
Night," publicada pela primeira vez em 1839.
11
William S. Plumer
Às vezes, nossas aflições dizem respeito ao estado de

nossa própria mente. Alguém diz: "Por que estás abatida, ó
minha alma, e por que te perturbas dentro de mim?" 6 Nosso
bendito Redentor disse: "A minha alma está profundamente
triste, até a morte". De fato, "os sofrimentos de Sua alma eram
a alma de Seus sofrimentos"7
Às vezes, nossas aflições afetam nossos corpos. Todos
temos muitas fraquezas e muitas doenças. O profeta choroso
diz: "Ele fez envelhecer minha pele e carne. Ele quebrou meus
ossos." "Nossa pele está quente como um forno, febril de
fome."8
É melhor ter uma boa reputação do que possuir grandes
riquezas. É como um óleo precioso. As pessoas mais virtuosas
valorizam muito isso, mas frequentemente está em perigo. Foi
um homem piedoso, representando tipicamente o Redentor,
que disse: "A vergonha partiu meu coração." 9 "Há quem fale
como as perfurações de uma espada." "A difamação é a
vingança de um covarde"10 — e há muitos covardes.
Certa vez, vi um menino com um lindo pássaro que ele
havia capturado na sua armadilha. O pássaro estava amarrado
com um laço. Seu captor estava encantado com seu prisioneiro.
Logo, quando ele não estava pensando, o pássaro vermelho
voou embora, junto com o laço bonito. O menino chorou. Da
mesma forma, a riqueza cresce asas e voa em direção ao céu.
Não é algo permanente. A perda repentina de propriedade é
uma grande aflição, e provavelmente testa as virtudes de
alguém tanto quanto o ganho súbito de riqueza.
Nossa própria vida muitas vezes está em perigo. Somos
6
Salmos 42:11
7
Mateus 26:38
8
Referência ao livro de Lamentações de Jeremias, capítulo 3:4 e 5:10.
9
Salmos 69:20
10
Provérbios 12:18
12
esmagados pela traça. Ninguém sabe em que momento pode

morrer por um assassino ou pela multidão, pois "o ímpio trama
contra o justo e range os dentes contra ele"11. Em todos os seus
estágios, nossa vida é apenas um vapor. Todos nós
desaparecemos como uma folha. Somos como a grama. O
vento passa sobre ela e ela se vai. Muitos estão morrendo todos
os dias. "Você os leva como um dilúvio."12
Muitas vezes, nossos amigos são fontes de nossa
tristeza. Às vezes, eles morrem, e lamentamos por eles, como
Davi por Jônatas. Às vezes, eles ficam doentes, e então ficamos
entristecidos, como Paulo por Epafrodito. Às vezes, os vemos
afundando na pobreza, e não podemos ajudá-los. Eles não
aceitam conselhos até que seja tarde demais. Às vezes, eles se
tornam distantes, até mesmo se transformam em estranhos ou
inimigos, e dizemos: "Sim, meu amigo íntimo, em quem
confiava, que comia do meu pão, levantou o calcanhar contra
mim."13
Muitas vezes, nossos inimigos são ativos, numerosos e
fortes. Eles têm grande influência, são ferozes, astutos e sem
escrúpulos. Eles são a espada de Deus. Davi não foi o único a
clamar: "Meus olhos estão cansados por causa de todos os
meus inimigos. Guia-me, Senhor, na tua justiça, por causa dos
meus inimigos."14
Além disso, nossos esforços parecem não produzir
resultados muito grandes ou bons. Trabalhamos em vão e
gastamos nossa força em vão. Muitas vezes, em amargura,
clamamos como Moisés: "Que a graça do Senhor nosso Deus
repouse sobre nós; estabelece o trabalho de nossas mãos para
11
Salmos 37:12
12
Salmos 90:5
13
Salmos 41:9
14
Salmos 5:8; 6:7
13
William S. Plumer
nós - sim, estabelece o trabalho de nossas mãos." Mas ainda

assim, tudo parece estar se dissipando como água derramada
no chão.
Nossos estudos muitas vezes são desconcertantes.
Muitos, como o aflito Asafe, dizem que não conseguem
entender a providência. Quando tentam compreender uma
questão difícil, é doloroso demais e os deixa perplexos.
Ou talvez nossas famílias estejam desfeitas, pareçam
desanimadoras, ímpias ou estejam passando por grandes
sofrimentos. Então, podemos dizer, como Davi: "Embora minha
casa não esteja tão bem com Deus [como eu gostaria], ainda
assim Ele fez comigo uma aliança eterna, ordenada em todas as
coisas e segura."15
15
2 Samuel 23.5
14
3. Exemplos de Frandes
Sofredores
Alguém disse que a vida de homens muito maus e de

homens muito piedosos são as mais instrutivas - o primeiro nos
alerta e nos coloca em guarda e o segundo nos incentiva a
imitar seu exemplo. Os homens inspirados parecem ter
pensado a mesma coisa. Pelo menos, as Escrituras raramente
descrevem uma pessoa comum ou mediana, mas falam
claramente de Caim e Abel, de Moisés e Faraó, de Davi e Saul,
e de Apolo e Simão Mago. Da mesma forma, eles nos dão
exemplos impressionantes de grandes sofrimentos.
Poderíamos nos estender longamente sobre as aflições
de Cristo, pois Ele foi o maior sofredor, principalmente "o
homem de dores e experimentado na dor". No entanto, Seu
cálice continha o vinho da ira de Deus por nossos pecados
imputados a Ele. A espada de Deus despertou contra Seu Filho
e O feriu. Ele carregou o pecado de muitos, e "nossos
sofrimentos não merecem ser mencionados no mesmo
momento em que falamos de Suas dores.”
Um longo relato das aflições de Jó, de Davi, de Jeremias
15
William S. Plumer
e de Paulo poderia ser muito pertinente aqui, mas o leitor

provavelmente está bastante familiarizado com a história deles,
pelo menos, pode lê-la rapidamente nas Escrituras. Esses
homens foram exemplos ilustres do que a graça divina pode
fazer para sustentar os escolhidos de Deus e dar-lhes uma
vitória abençoada.
Nenhum capítulo da história humana é mais instrutivo
e inspirador do que a história dos gloriosos mártires que
sofreram mortes cruéis por sua adesão inabalável à causa de
Cristo. Quando Paulo resumiu as grandes conquistas da santa
confiança em Deus por meio de Cristo, ele fala daqueles que
“fecharam a boca de leões, extinguiram a violência do fogo,
escaparam ao fio da espada, da fraqueza tiraram força,
fizeram-se poderosos em guerra, puseram em fuga exércitos de
estrangeiros. Mulheres receberam, pela ressurreição, os seus
mortos. Alguns foram torturados, não aceitando seu resgate,
para obterem superior ressurreição; outros, por sua vez,
passaram pela prova de escárnios e açoites, sim, até de
algemas e prisões. Foram apedrejados, provados, serrados pelo
meio, mortos a fio de espada; andaram peregrinos, vestidos de
peles de ovelhas e de cabras, necessitados, afligidos,
maltratados (homens dos quais o mundo não era digno),
errantes pelos desertos, pelos montes, pelas covas, pelos antros
da terra.” Hebreus 11:33–38.
Glória a Deus por nos dar esses exemplos de
sofrimentos heróicos e triunfantes. É provável que nenhum
filho de Deus seja submetido a uma provação em nossos dias,
em que os santos já não tenham triunfado.
Acredito que seja Henry Kirke White quem diz que
"existem tristezas e infortúnios que fazem o espírito se curvar
além da ajuda de todos os confortos humanos...". Nesses casos,
a tristeza profunda consome o sangue e o espírito, e nos
16
consumiria totalmente, não fossem as surpreendentes

interposições da misericórdia divina. Mas Deus é o Deus de
todo conforto e pode fazer com que toda a graça seja
abundante para nós.
Uma vez ouvi um discurso eloquente sobre o poder da
graça divina para sustentar e confortar em meio a grandes
aflições. O pregador é conhecido favoravelmente em ambos os
lados do Atlântico. Ele ainda está vivo para amar e ser amado
por milhares. Ele ilustrou seu tema contando alguns incidentes
na vida de uma pessoa que ele conhecia pessoalmente. A
história era mais ou menos assim: Quando eu era estudante no
Hampden Sidney College, havia um jovem no condado de
Prince Edward que sofria de uma das doenças mais dolorosas
que o corpo humano pode ter, uma infecção espinhal grave.
Sendo totalmente dependente dos outros para apoio, foi
necessário fazer algum arranjo permanente que garantisse a
atenção constante de que ele precisava. Por intermédio de
algumas pessoas benevolentes ligadas à instituição, ele foi
transferido para um dos quartos do Union Theological Seminary,
e foi feito um acordo no qual os estudantes do Seminário se
revezavam para cuidar dele, dia e noite. Depois que ele foi
transferido para seus cuidados, eu o visitei muitas vezes e tive
ampla oportunidade de saber o que ele sofreu e como suportou
a dolorosa provação a que foi submetido.
Ele estava tão contorcido por sua doença que não
conseguia deitar na posição horizontal, sendo apoiado por
travesseiros colocados sob sua cabeça e ombros. Ele ficava tão
curvado que geralmente o queixo descansava no peito. Às
vezes, era doloroso para ele comer sua comida necessária. Seu
nervo óptico estava de alguma forma envolvido, tornando-o
extremamente sensível à luz. Era preciso evitar a luz em seu
quarto, com uma cortina fechada na única janela e apenas uma
17
William S. Plumer
lâmpada suave à noite. Ele também usava uma faixa nos olhos
para evitar qualquer raio acidental que pudesse causar mais dor.
Mesmo com todas essas dificuldades físicas, sua paciência,
serenidade de espírito e otimismo eram notáveis. Sua sala,
longe de ser sombria, era um local atraente para estudantes do
seminário e amigos, e ele nunca reclamava, mas
frequentemente expressava gratidão. Mesmo que comer lhe
causasse dor, a confiança em algo celestial trazia força e
conforto ao seu espírito confiante. Por anos, ele não via campos
verdes ou céu azul, mas visões de beleza, transcendendo
infinitamente as perspectivas terrenas mais belas, eram
reveladas aos olhos da fé.
Assim, atormentado e consumido por dores físicas, e ao
mesmo tempo renovado e consolado pela graça divina, ele
persistiu até altas horas de uma noite, quando, enquanto
estava absorto nos estudos, fui interrompido pelo som do sino,
anunciando que seu corpo cansado, desgastado e emaciado
finalmente descansava, e que seu espírito paciente e sem
queixas estava entre os justos aperfeiçoados. O pregador
acrescentou: "Ouvimos falar daqueles que dizem que
dispensariam a religião durante a vida se pudessem ter certeza
de seu apoio na hora da morte; mas eu pergunto, qual seria a
condição desse homem durante esses longos anos de dor e
necessidade, se não fossem os apoios e consolações do
evangelho de Cristo?" Agora, caro leitor, quando você se sentir
inclinado a pensar que é o maior sofredor, lembre-se deste
jovem, ou daquele do passado que clamou: "Existe alguma
tristeza comparável à minha tristeza?"16
16
Lamentações 1:12-22
18
4. Nossas Provações Vêm de

Deus
Porque a aflição não vem do pó, e não é da terra que

brota o enfado. Jó 5:6.
Para uma pessoa piedosa, essa doutrina é um grande

conforto. É uma alegria saber que o governo de Deus sobre o
mal é tão perfeito e constante quanto sobre o bem. "Quando a
desgraça vem a uma cidade, não foi o Senhor quem a causou?"
(Amós 3:6). Agradecemos a Deus por uma revelação tão clara
sobre esse ponto.
A rebelião havia começado. Aitofel estava entre os
insurgentes. Absalão tinha muitos amigos. Davi era um fugitivo
de sua própria casa. Ele estava fugindo por sua vida, e um
homem da casa de Saul saiu e o insultou. Diante disso, um dos
amigos de Davi ficou muito irritado e disse: "Por que esse
cachorro morto está amaldiçoando meu senhor, o rei? Deixe-
me ir lá cortar a cabeça dele!" Mas Davi pensava de maneira
diferente. Ele sabia que quando Israel saiu do Egito, nem
mesmo um cachorro latiu (Êxodo 11:7). Ele sabia que Simei
19
William S. Plumer
tinha sido solto sobre ele como parte de sua humilhação, e ele
disse a Abisai: "Deixe-o amaldiçoar, porque o Senhor disse a ele:
'Amaldiçoa Davi'. Se o Senhor disse a ele para me amaldiçoar,
quem sou eu para impedi-lo?" (2 Samuel 16:9-10).
Certamente, nunca devemos esquecer que todas as
nossas provações são por designação de Deus, que conta até
mesmo os fios de cabelo em nossas cabeças. Sem Ele, nem um
pardal cai ao chão. Ele controla até mesmo o acaso. Ele encerra
a vida do culpado Acabe17 com uma flecha lançada ao acaso,
tão certamente como se tivesse sido mirada nele pessoalmente.
"Podemos lançar os dados, mas o Senhor determina como eles
caem" (Provérbios 16:33).
Satanás não podia fazer nada contra Jó até obter
permissão de Deus. Ele é o deus deste mundo, mas apenas até
onde Jeová escolhe estender sua corrente. O Altíssimo diz à Sua
Igreja: "Eu te refinei, mas não com prata; Eu te escolhi na
fornalha da aflição" (Isaías 48:10); e, "Eu deixarei no meio de
você um povo aflito e pobre, e eles confiarão no nome do
Senhor" (Sofonias 3:12).
"Embora Ele traga tristeza, Ele mostrará compaixão, tão
grande é o Seu amor infalível. Pois Ele não traz aflição ou
tristeza de boa vontade aos filhos dos homens" (Lamentações
3:33). Essa verdade foi um grande conforto para o querido Dr.
Nevins18 em suas dolorosas perdas. Pode muito bem encorajar
cada alma humilde. Owen diz: "Deus nunca aflige nem
17
1 Reis 22:34-36; 2 Crônicas 18:33-34.
18
Dr. Nevins nasceu em 1816 em Vermont, Estados Unidos. Se formou em medicina na
Universidade de Vermont em 1838 e se casou com Sarah Ann Smith em 1840. Em 1841, ele se
juntou à Sociedade Missionária Americana e foi enviado para a China, onde chegou em 1843.
Trabalhou em Macau, Xangai e Ningpo, cuidando dos doentes, pregando o evangelho e
traduzindo livros médicos e religiosos para o chinês. Também fundou uma escola para meninas
chinesas e um hospital para mulheres. Ele foi um dos primeiros missionários a usar a anestesia
na China. Dr. Nevins morreu em 1869 em Ningpo, vítima de uma febre tifoide. Deixou um
legado de amor e dedicação aos chineses, bem como de contribuição para a ciência e a teologia.
Ele foi elogiado por Plumer como “um dos homens mais santos e úteis que já viveu”.
20
entristece os homens, a não ser por alguma razão e causa

diferente de Sua própria vontade". Deus não se alegra na
miséria, assim como não se alegra na iniquidade. Há uma razão
para todas as tristezas que Ele envia. Sua justiça ou Seu amor
exige cada golpe de Sua vara ou de Sua espada. Ele nunca age
de forma inconsistente com Sua sabedoria, Sua santidade ou
Sua bondade. Ele nunca age de maneira arbitrária, mas tem boa
razão para todas as Suas decisões e ações. O fato de Ele estar
acima de tudo, agindo com autoridade soberana, mostra como
é adequado que Ele não preste contas de Seus assuntos a nós,
que não passamos de vermes, e vermes vis ainda por cima. O
pecado é a causa de toda a nossa miséria. Para curar isso e nos
libertar de seu poder, Deus nos castiga misericordiosa e
amorosamente - sim, nos castiga severamente.
Colocar ouro no fogo não prejudica sua qualidade. Isso
apenas remove as impurezas, ao mesmo tempo em que mostra
a autenticidade do metal testado. Essa é exatamente a ideia na
mente do homem de Uz quando ele disse: "Quando Ele me
testar, eu sairei como ouro."19
Portanto, devemos prontamente admitir que
merecemos todas as nossas aflições e dizer: "Devido ao grande
amor do Senhor, não fomos consumidos, pois Suas
misericórdias nunca falham" (Lamentações 3:22). Sim, após
nossos testes mais difíceis, devemos livremente dizer, como os
judeus quando voltaram da Babilônia: "Você, nosso Deus, nos
castigou menos do que nossas iniquidades merecem" (Esdras
9:13); ou como a Igreja em todas as épocas disse: "Ele não nos
tratou conforme os nossos pecados, nem nos recompensou de
acordo com as nossas iniquidades" (Salmos 103:10).
Vamos também nos submeter completamente à
vontade soberana de Deus, dizendo: "Por que um homem vivo
19
Jó 23:10
21
William S. Plumer
se queixa, um homem pela punição de seus pecados?"

(Lamentações 3:39). A criança que cai nos braços da correção
paternal, com esse ato, diminui a força do golpe. Nunca
esqueçamos que pensamentos rebeldes são pecaminosos e
que o menor pecado é um mal maior do que todas as nossas
tristezas.
Vamos constantemente implorar as ternas
misericórdias de Deus e nos esconder à sombra de Suas asas.
Assim como um pai se compadece de seus filhos, o Senhor se
compadece daqueles que O temem.
Acredito que é Paul Gerhardt quem canta sobre os
sofrimentos de Cristo e depois acrescenta:
"E se o Puro e Inocente

Pôde conhecer a tristeza assim,
Devo eu, que fiz tantos males,
Resistir à cruz?
Ó Tu
Em quem a paciência perfeita resplandece,
Quem deseja ser contado como teu
Deve agora usar a tua semelhança.
No entanto, Pai, cada coração recém-ferido
Perguntará, em sua tristeza,
Se você pode enviar tal dor amarga
E ainda assim não conhecer raiva.
Quanto tempo as horas sob a cruz!
Quão difícil é aprender que amor e perdão
Fluem de uma única Fonte!"
22
5. O Comportamento em
Provações Dolorosas
Às vezes, Deus decide levar nossos entes queridos de

forma muito repentina. Se eles estiverem totalmente
preparados para essa mudança, é nobre da nossa parte não
desejar que tenham sofrido por muito tempo, apenas para nos
preparar para a separação. No entanto, há momentos em que
Deus chama para a eternidade aqueles que amamos muito,
mas em cuja piedade tínhamos pouca ou nenhuma confiança.
Às vezes, pessoas que não professam fé em Cristo são retiradas
do mundo sem aviso prévio. Se sabemos que suas vidas foram
iníquas, esses casos causam angústia.
As Escrituras fornecem orientação suficiente para todos
esses casos. Elas nos contam sobre os filhos de Arão, que, por
grande maldade, foram retirados do mundo pelo justo
julgamento de Deus de maneira terrível. E ainda assim, elas nos
dizem como esse homem piedoso se comportou. O relato não
é longo, mas é muito relevante: "E Arão guardou silêncio". Ele
amava seus filhos. Seu coração se compadecia deles. Ele via a
maldade deles. Ele sabia que Deus era justo. Ele não conseguia
23
William S. Plumer
entender a providência sombria. Mas a graça lhe foi dada para

não dizer nenhuma palavra.
Davi também perdeu um filho na idade adulta e de
maneira terrível, lutando contra a própria autoridade legal do
pai. Havia sido uma criança mimada e querida. No início da vida,
cometeu fratricídio20 e fugiu para a Arábia, onde foi abrigado
por seu avô pagão. Depois de algum tempo, por influência
daquele intrigante sanguinário, Joabe, o Rei Davi consentiu em
seu retorno. Absalão era uma pessoa muito encantadora e
usava todas as artimanhas de um demagogo sem princípios.
Finalmente, liderou uma rebelião aberta e morreu como
resultado do evidente julgamento de Deus. Quando a notícia
chegou aos ouvidos de seu pai real, "o rei ficou muito comovido,
subiu à câmara sobre o portão e chorou; e enquanto chorava,
assim disse: Ó meu filho Absalão, meu filho, meu filho Absalão!
Quem dera eu tivesse morrido por você. Ó Absalão, meu filho,
meu filho!"21.
É uma questão de caráter muito sério: como devemos
nos comportar nessas aflições dolorosas e repentinas? A
pergunta deve ser respondida de forma justa e completa.
Não importa qual seja a razão da nossa tristeza,
devemos sempre ter cuidado para não nos entregarmos a uma
tristeza excessiva e desmedida. Na Bíblia, não há nada que
apoie a ideia de ficar constantemente abatido. Não há emoção,
mesmo sendo legítima por si só, que não se torne pecaminosa
quando indulgida de forma exagerada. Quando a alegria se
transforma em leviandade, quando a diligência se torna
ganância, quando a sobriedade se converte em amargura, ou a
tristeza em uma melancolia voluntária, sempre cometemos
pecado.
20
Ato de assassinar o próprio irmão. Referência à 2 Samuel 13.
21
2 Samuel 18:33.
24
Nenhum grau legítimo de tristeza conduz à morte.

Parece estranho que pessoas boas permitam que sua tristeza
afete todos ao seu redor. Se não podemos alegrar-nos em
nossas circunstâncias, pelo menos deleitemo-nos no Senhor
nosso Deus. Onde temos temores, mesmo temores intensos,
em relação à felicidade eterna de nossos amigos falecidos,
ainda assim devemos nos comportar sabiamente de maneira
perfeita. Leve essas sugestões como orientação:
1. Quando Samuel levou a triste mensagem ao venerável
Eli a respeito da condenação de seus filhos culpados, o homem
piedoso disse: "É o Senhor; que Ele faça o que Lhe parecer
bem". Jó estava envolvido em grande incerteza quanto à
salvação de seus filhos e, no entanto, em toda essa questão,
"não pecou, nem acusou a Deus de insensatez".
2. Deus tem o direito de fazer o que quiser com os Seus.
Ele nunca toma nada, exceto aqueles que Ele deu. Ele é o
legítimo e justo proprietário e soberano de nós e de nossas
vidas, de nossos filhos e de suas vidas. Seu reino domina sobre
tudo.
3. Deus é o melhor, mais puro, mais gentil e mais amoroso
Ser do universo. Seus conselhos são de fidelidade e verdade
antigas. Se não for possível confiar nEle em todos os momentos
e em todos os casos, a confiança acabará para sempre.
4. O juiz de toda a Terra fará o que é certo. Ele nunca erra,
nunca é cruel. Ele é misericordioso e gracioso, abundante em
bondade e verdade.
5. Tenham cuidado para não pecar com pensamentos
rebeldes e murmurações. Um pensamento indigno em relação
a Deus deve ser mais temido do que qualquer perda que
possamos sofrer com a morte de nossos entes queridos.
6. O seu caso não é único. Outras pessoas boas de todas
as gerações enfrentaram desafios semelhantes. Scott, o
25
William S. Plumer
comentarista, conta sobre uma nobre dama cujo filho perverso

foi de mal a pior, até ser condenado à morte no cadafalso. Ele
teimosamente recusou ter um conselheiro espiritual ou mesmo
ouvir orações, até que a corda se quebrou quando estava
prestes a ser enforcado. Ele caiu no chão e, antes de ser
suspenso novamente, pediu um breve momento para orar. Este
foi o único sinal que ele deu de uma disposição para se
arrepender. No entanto, sua mãe piedosa nunca foi ouvida
reclamando da dureza de sua situação. Se Deus sustenta os
outros, Ele pode te apoiar em circunstâncias semelhantes.
Coloque o seu fardo sobre Ele.
7. Não sabemos que mudança pode ocorrer, mesmo na
hora da morte. O ladrão convertido na cruz é um exemplo
maravilhoso da incrível graça de Deus. Com relação a seus
amigos que partiram, você pode nutrir toda esperança que seja
justificada pelas maiores promessas e provisões da Palavra de
Deus.
Seja qual for o caso, que toda alma ouça e obedeça ao
mandamento: "Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus". A
quietude da alma em circunstâncias difíceis é um dever
obrigatório e um bom sinal de um estado de graça.
26
6. Dois Erros Perigosos e

Opostos
Eis que te acrisolei, mas disso não resultou prata;

provei-te na fornalha da aflição. Isaías 48:10
Os raios do sol amolecem a cera, mas endurecem a

argila. Efeitos muito diferentes são produzidos nos homens
pelo mesmo evento. O evangelho é pregado. Alguns acreditam;
outros desprezam, admiram-se e perecem. Para alguns, as boas
novas são um sabor de vida para vida; para outros, um sabor
de morte para morte.
Da mesma forma acontece com aflições. Para alguns, a
tristeza é santificada, e seu caráter moral é aprimorado. Como
Daniel expressa, eles são purificados, testados e tornados puros.
Esse efeito sempre ocorre quando as aflições são enfrentadas
com mansidão, reverência, submissão e verdadeira humildade.
Embora o comportamento dessas pessoas não seja exatamente
como deveria ser, no geral está correto, e Deus declara Sua
aprovação em muitas partes das Escrituras.
“As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos
27
William S. Plumer
consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim;

renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade. A minha
porção é o SENHOR, diz a minha alma; portanto, esperarei nele.
Bom é o SENHOR para os que esperam por ele, para a alma que
o busca. Bom é aguardar a salvação do SENHOR, e isso, em
silêncio. Bom é para o homem suportar o jugo na sua mocidade.
Assente-se solitário e fique em silêncio; porquanto esse jugo
Deus pôs sobre ele; ponha a boca no pó; talvez ainda haja
esperança. Dê a face ao que o fere; farte-se de afronta. O
Senhor não rejeitará para sempre; pois, ainda que entristeça a
alguém, usará de compaixão segundo a grandeza das suas
misericórdias; porque não aflige, nem entristece de bom grado
os filhos dos homens”. Lamentações 3:22-33.
Foi quando a igreja disse: "Vou olhar para o Senhor; vou
esperar pelo Deus da minha salvação; meu Deus me ouvirá",
que ela foi capaz de se elevar mais alto e dizer: “Ó inimiga
minha, não te alegres a meu respeito; ainda que eu tenha caído,
levantar-me-ei; se morar nas trevas, o SENHOR será a minha luz.
Sofrerei a ira do SENHOR, porque pequei contra ele, até que
julgue a minha causa e execute o meu direito; ele me tirará para
a luz, e eu verei a sua justiça”. Miqueias 7:8-9.
O piedoso Sr. Jay 22 em algum lugar fala sobre perder
tanto nossos confortos quanto nossas aflições. Perdemos
nossos confortos quando a providência de Deus os remove;
mas perdemos nossas aflições quando não as enxergamos
corretamente, nem agimos sabiamente diante delas. Erros em
22
O piedoso Mr. Jay, citado por William S Plumer em suas obras, é
provavelmente William Jay (1769-1853), um famoso pregador e escritor
inglês da Igreja Anglicana. Ele foi um dos líderes do movimento evangélico
na Inglaterra e influenciou muitos outros ministros, como Charles Spurgeon
e J. C. Ryle. Ele escreveu vários livros, como Morning and Evening Exer-
cises, The Christian Contemplated, e The Autobiography of William Jay. Ele
era conhecido por sua piedade, sabedoria e eloquência.
28
relação a um período de provação são de dois tipos que

parecem bastante diferentes, mas realmente estão baseados
no mesmo princípio de incredulidade. Somos advertidos contra
ambos no Antigo Testamento e também no Novo. "Meu filho,
não despreze a correção do Senhor, nem se canse de ser
disciplinado por Ele." "Meu filho, não considere levianamente
a disciplina do Senhor, nem desmaie quando for repreendido
por Ele; pois o Senhor disciplina aquele a quem ama e castiga
todo filho que recebe" (Provérbios 3:11; Hebreus 12:5).
Desprezar as correções de Deus é ser duro e insensível sob elas,
indulgindo o espírito de desprezo. Deus reclama disso, "Por que
você deveria ser ferido ainda mais? Você se revoltará cada vez
mais" (Isaías 1:5). Isso é tanto uma conduta muito ímpia quanto
muito perigosa. Enquanto há esperança, um bom pai corrige
seu filho; mas quando toda esperança está perdida e ele o
rejeita, não o corrige mais. O outro erro consiste em ficar
cansado, desfalecer ou ser impaciente sob a vara da correção
divina. Alguém diz que não há esperança, quando todo bom
motivo de expectativa está diante dele. O primeiro endurece o
coração em orgulho e diz: "Não me importo; vou tornar meu
coração tão duro quanto o adamantino." O segundo diz:
"Minha punição é maior do que posso suportar;" e ele se
derrete e morre. Um é teimoso e desafiador; o outro está com
o coração partido, incentiva uma sensibilidade fraca e não se
agrada com nada.
Foi Faraó quem disse: "Quem é Jeová, para que eu o
obedeça?" Foi Belsazar quem disse: "Subirei ao céu, exaltarei
meu trono acima das estrelas de Deus." Essa desesperança
muitas vezes clama em sua agonia, mas, quando aliviada da
aflição, repete suas tolices anteriores. Tal conduta é
considerada muito audaciosa. Sua aparente submissão é falsa
ou enganadora, como quando Agague disse: "A amargura da
29
William S. Plumer
morte passou!" (1 Samuel 15:32).

No entanto, a disposição para a angústia e impaciência
é talvez muito mais comum e mais prontamente exercida pelos
seres humanos. Jonas era um homem piedoso, mas em certo
momento teve grande necessidade de uma disciplina severa.
Mesmo em sua tentativa de fugir para Társis, onde sofreu tanto,
ele não foi curado de sua disposição para dar ordens ao Todo-
Poderoso. Quão tolo ele se comportou em relação àquela
abóbora. Ele disse: "É melhor eu morrer do que viver." E Deus
disse a Jonas: "Você faz bem em ficar com raiva por causa da
abóbora?" E ele respondeu: "Eu faço bem em ficar com raiva,
até a morte" (Jonas 4:8-9).
Vamos garantir que evitemos ambos esses erros: que
nos entreguemos a Deus. O que pode ser mais razoável?
"A lição da resignação é difícil?

Examine, você encontrará
Que o dever exige pouco mais
Do que angústia da mente."
Quem endureceu contra Deus e prosperou? Ou quem,

descrente, definhou em aflição e ficou melhor com isso? Alguns
destruíram a saúde, levando à insanidade e depois à morte.
Nunca nos esqueçamos de que o juiz de toda a terra fará o que
é certo, e que toda oposição à Sua vontade, seja qual for a
forma que assuma, é criminosa e conduz à miséria e à vergonha.
“Quando o céu está escuro e ameaçador,

Quando seu caminho na vida é sombrio,
Levante seus olhares firmes para cima,
No labirinto da tristeza, mesmo que perdido.
30
Da fonte brilhante da alegria,

Despencará um resplendor radiante;
E a sepultura será um jardim,
E as horas de escuridão, luz vibrante.
Pois o Senhor ouvirá e responderá,

Quando, com fé, Seu povo orar;
Tudo que Ele designou,
Trabalhará para o seu bem, a sempre prosperar.
Até mesmo os seus cabelos são contados,

Deus comanda quando um deve cair;
E o Senhor está com Seu povo,
Ajudando e abençoando a cada um, a sorrir.”23
23
Poema escrito por William Jay, extraído do seu livro Morning and
Evening Exercises, publicado em 1841.
31
William S. Plumer
7. Criando Preocupações
Desnecessárias
Muitos têm um desejo pecaminoso de ver o futuro. O

fato de não saber o que estava por vir, fez com que os homens
recorressem à astrologia, à leitura das mãos, à bruxaria, ao
espiritismo e às mais loucas conjecturas. Essa disposição ainda
é comum.
Alguns passam muito tempo nessas imaginações loucas,
mas nenhuma delas jamais será realizada.
Mas em momentos de tristeza, a mente dos homens vai
para o outro extremo e tem uma visão sombria de todo o futuro.
Então, eles antecipam muitas calamidades. Foi por misericórdia
que Deus ocultou de nossa visão os eventos futuros. Muitas
vezes entendemos mal as coisas que já aconteceram. Com mais
frequência ainda, fazemos uma análise assustadora do que está
acontecendo agora diante de nós. Mas será que, com nossas
capacidades limitadas, poderíamos olhar se o Senhor pudesse
prever o futuro de modo a dizer o curso geral da providência
em relação a nós nos anos vindouros, seríamos muito infelizes.
Um ingrediente amargo peculiar dos sofrimentos de nosso
abençoado Senhor foi o fato de Ele ter previsto todas as Suas
provações (Lucas 12:50).
32
No entanto, não sabemos o que acontecerá no dia

seguinte e, em muitos casos, é melhor não nos entregarmos a
antecipações inúteis.
1. Temos algo mais a fazer. Nossos deveres são urgentes,
solenes, numerosos. Se conseguirmos lidar com as
responsabilidades da hora presente, isso será tanto quanto
podemos razoavelmente esperar. Suficiente para o dia é o mal
que lhe pertence.
2. Quando grandes provações atingem os verdadeiros
cristãos, eles têm a promessa de assistência de acordo com
suas necessidades. "Conforme são os teus dias, assim será a tua
força." 24 A graça para morrer raramente é concedida, exceto
aos crentes moribundos. Para eles, nunca é negada.
3. Ao antecipar ociosamente, aumentamos
significativamente nossos sofrimentos. Porteus diz: "Aquele
que prevê calamidades as sofre duas vezes!"
4. Nos é expressamente proibido investigar
curiosamente o futuro. "As coisas secretas pertencem ao
Senhor nosso Deus, mas as coisas reveladas nos pertencem, a
nós e a nossos filhos para sempre, para que possamos cumprir
todas as palavras desta lei" (Deuteronômio 29:29). Nossa
grande sabedoria é encontrada na total submissão à vontade
soberana de Deus em todos os eventos futuros.
5. Não há fim para o tormento que podemos infligir a
nós mesmos dessa forma. Sêneca estava certo quando disse:
"O estado da mente daquele homem que sente um interesse
tão intenso pelos eventos futuros deve ser lamentável."
Johnson diz: "Muitos filósofos imaginam que os próprios
elementos podem se esgotar com o tempo; que o sol, ao brilhar
por muito tempo, esgotará toda a sua luz; e que, pelo contínuo
desperdício de partículas aquosas, a terra inteira se tornará,
24
Deuteronômio 33:25
33
William S. Plumer
por fim, um deserto arenoso. Eu não aconselharia meus

leitores a se preocuparem em planejar como viverão sem luz e
água." Às vezes, a tolice parece não ter limites.
6. Um bom escritor diz: "Você pode viver até amanhã.
Esteja preparado para isso, execute seus planos, siga seus
negócios, seja trabalhador e empreendedor. Mas não se
esqueça que há outra opção. Você pode não viver até amanhã.
Esteja igualmente preparado para isso. Amanhã pode levá-lo à
presença de Deus, encerrar a conta da vida, retirar a oferta de
misericórdia, interromper a oportunidade de salvação. E se isso
acontecer? Você está pronto para essa entrevista e esse acerto
de contas?"
Um erro semelhante é cometido por aqueles que
passam seu tempo tentando descobrir como serão livres das
aflições que estão enfrentando agora. Mordecai era um
homem piedoso. Ele temia muito a Deus e confiava Nele
também. Ele estava convencido de que a expansão e o
livramento viriam. Ele pensava que a rainha poderia ser o
instrumento de resgate para o povo escolhido de Deus. Mas ele
não estava certo. Ele disse a sua prima que, por enquanto, o
dedo da providência parecia apontar para ela. Ao mesmo
tempo, ele livremente disse a ela que se ela recusasse
completamente, a ruína a alcançaria e sua casa, enquanto seria
visto que Deus não abandonaria Seu povo antigo. Uma maneira
muito apropriada de lidar com tais tentações em relação ao
futuro é refletir muito sobre a eternidade que está diante de
nós.
O que é todo o tempo? O que são todas as provações
do tempo? Não será muito tempo até que todo homem vivo
olhe para trás nas coisas mundanas que o alegraram ou
entristeceram, veja e diga que são nada. Os ímpios e os justos
em um estado futuro se perguntarão como tais vaidades
34
puderam algum dia chamar sua atenção. Deixe qualquer

homem ponderado mesmo aqui dizer: "Que importância darei
a este ou aquele evento - a esta ou aquela posse mil anos a
partir de agora?" e ele verá imediatamente quão vãs são suas
intensas emoções.
"Eternidade! Pensamento agradável e assustador!

Através de que variedade de existência inexplorada,
Por meio de quais novas cenas e mudanças devemos
passar?
A ampla, a prospectiva ilimitada está diante de mim;
Mas sombras, nuvens e escuridão repousam sobre
ela."25
Então, vamos nos preparar mentalmente, ficar firmes

em nossa posição, entregando alegremente tudo ao Deus de
toda graça e misericórdia. Não vemos, mas Ele vê o que está
por vir e fez completa provisão para isso. Vamos cantar:
"Não vejo um passo adiante,

Enquanto percorro os dias do ano;
Mas o passado ainda está sob o cuidado de Deus,
O futuro Sua misericórdia esclarecerá;
E o que parece escuro à distância
Pode clarear conforme me aproximo.
"Então eu sigo em frente, sem saber —

Eu não gostaria se pudesse;
Eu preferiria andar com Deus na escuridão
Do que andar sozinho na luz;
25
Esse poema é de Joseph Addison (1672-1719), um escritor, poeta e político
inglês. Ele o escreveu em sua peça Cato, a Tragedy, publicada em 1713.
35
William S. Plumer
Eu preferiria andar com Ele pela fé

Do que andar sozinho pela visão.
"Meu coração recua diante das provações

Que o futuro pode revelar;
No entanto, nunca tive uma tristeza
Que meu querido Senhor não escolhesse;
Então eu devolvo as lágrimas que virão
Com as palavras sussurradas, 'Ele sabe.'26
26
Essa música é de Mary Gardiner Brainard (1837-1905), uma poetisa e
escritora americana. Ela a escreveu em seu livro Not Knowing Whither,
publicado em 1875. É uma música de inspiração religiosa, que expressa
confiança na providência e na graça de Deus, mesmo nas incertezas e
dificuldades da vida.
36
8. A Fonte de Consolação
A Escritura está cheia de passagens que se encaixam

perfeitamente nas aflições do povo de Deus. Aquele que as
conhece e acredita nelas está totalmente preparado para
enfrentar qualquer dificuldade. Muitos acharam bom reunir
essas coisas preciosas para seu próprio uso, e é correto fazer
isso. Na esperança de incentivar os peregrinos de Sião a
fazerem o mesmo, a seguinte lista é apresentada, não como a
melhor que poderia ser feita, mas como um exemplo
encorajador do que pode ser feito dessa maneira.
Eis a Rocha! Suas obras são perfeitas, porque todos os

seus caminhos são juízo; Deus é fidelidade, e não há nele
injustiça; é justo e reto. Deuteronômio 32:4
O SENHOR é misericordioso e compassivo; longânimo e

assaz benigno. Não repreende perpetuamente, nem conserva
para sempre a sua ira. Não nos trata segundo os nossos
pecados, nem nos retribui consoante as nossas iniquidades.
Pois quanto o céu se alteia acima da terra, assim é grande a sua
misericórdia para com os que o temem. Quanto dista o Oriente
do Ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões.
37
William S. Plumer
Como um pai se compadece de seus filhos, assim o SENHOR se

compadece dos que o temem. Pois ele conhece a nossa
estrutura e sabe que somos pó. Salmos 103:8–14.
Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o

seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça,
mas tenha a vida eterna. João 3:16.
Graças a Deus pelo seu dom inefável! 2 Coríntios 9:15.
Vinde a mim, todos os que estais cansados e

sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Mateus 11:28.
Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que

vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora. João 6:37.
Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou

como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se
atemorize. João 14:27.
Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da

sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por
amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo,
para ganhar a Cristo e ser achado nele, não tendo justiça
própria, que procede de lei, senão a que é mediante a fé em
Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé; Filipenses
3:8–9.
Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou,

da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação, e
redenção. 1 Coríntios 1:30.
38
Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz,

mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus,
seu Filho, nos purifica de todo pecado. 1 João 1:7.
Porque, com uma única oferta, aperfeiçoou para

sempre quantos estão sendo santificados. Hebreus 10:14.
Porque satisfiz à alma cansada, e saciei a toda alma

desfalecida. Jeremias 31:25.
Em verdade, em verdade eu vos digo que chorareis e vos

lamentareis, e o mundo se alegrará; vós ficareis tristes, mas a
vossa tristeza se converterá em alegria. João 16:20.
Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem

daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados
segundo o seu propósito. Romanos 8:28.
Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro.

Filipenses 1:21.
Nós sabemos que já passamos da morte para a vida,

porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na
morte. 1 João 3:14.
Porque eu sei que o meu Redentor vive e por fim se

levantará sobre a terra. Depois, revestido este meu corpo da
minha pele, em minha carne verei a Deus. Vê-lo-ei por mim
mesmo, os meus olhos o verão, e não outros; de saudade me
desfalece o coração dentro de mim. Jó 19:25–27.
39
William S. Plumer
O que a mim me concerne o SENHOR levará a bom

termo; a tua misericórdia, ó SENHOR, dura para sempre; não
desampares as obras das tuas mãos. Salmos 138:8.
Estou plenamente certo de que aquele que começou

boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus.
Filipenses 1:6.
Eis que me matará, já não tenho esperança; contudo,

defenderei o meu procedimento. Jó 13:15.
O meu amado é meu, e eu sou dele; ele apascenta o seu

rebanho entre os lírios. Cantico 2:16.
Cantai, ó céus, alegra-te, ó terra, e vós, montes, rompei

em cânticos, porque o SENHOR consolou o seu povo e dos seus
aflitos se compadece. Isaias 19:13.
Quanto a mim, estou sendo já oferecido por libação, e o

tempo da minha partida é chegado. Combati o bom combate,
completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça
me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele
Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam
a sua vinda. 2 Timóteo 4:6–8.
Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não

temerei mal nenhum, porque tu estás comigo; o teu bordão e o
teu cajado me consolam. Salmos 23.4.
Nas tuas mãos, entrego o meu espírito; tu me remiste,

SENHOR, Deus da verdade. Salmos 31:5.
40
Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte,

o teu aguilhão? O aguilhão da morte é o pecado, e a força do
pecado é a lei. Graças a Deus, que nos dá a vitória por
intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, meus
amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes
na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho
não é vão. 1 Coríntios 15:55–58.
Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim

também Deus, mediante Jesus, trará, em sua companhia, os
que dormem. 1 Tessalonicenses 4:14.
“Eu sou a ressurreição e a vida”. João 11:25.
Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na

primeira ressurreição; sobre esses a segunda morte não tem
autoridade; pelo contrário, serão sacerdotes de Deus e de Cristo
e reinarão com ele os mil anos. Apocalípse 20:6.
[...] eu estava embrutecido e ignorante; era como um

irracional à tua presença. Todavia, estou sempre contigo, tu me
seguras pela minha mão direita. Tu me guias com o teu
conselho e depois me recebes na glória. Quem mais tenho eu
no céu? Não há outro em quem eu me compraza na terra. Ainda
que a minha carne e o meu coração desfaleçam, Deus é a
fortaleza do meu coração e a minha herança para sempre.
Salmos 73:22-26
Portanto, resta um repouso para o povo de Deus.

Hebreus 4:9.
41
William S. Plumer
O vencedor herdará estas coisas, e eu lhe serei Deus, e

ele me será filho. Apocalipse 21:7.
Sabemos que, se a nossa casa terrestre deste

tabernáculo se desfizer, temos da parte de Deus um edifício,
casa não feita por mãos, eterna, nos céus. 2 Coríntios 5:1.
E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não

existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as
primeiras coisas passaram. Apocalipse 21:4.
[...] porque ele tem dito: De maneira alguma te deixarei,

nunca jamais te abandonarei. Hebreus 13:5.
A graça do Senhor Jesus seja com todos. Apocalipse

22:21.
42
9. Verdadeiros Confortos
Você está aflito? Cuidado com maus confortos e

consolações. É sempre perigoso nos refugiarmos em cisternas
quebradas, que não podem conter água. Isso é um erro comum.
Muitos tentarão te persuadir a seguir por esse caminho.
Quando Israel, por seus pecados, atraiu sobre si os juízos
divinos na forma de guerras e inimigos públicos, em vez de se
humilharem diante da mão poderosa de Deus e pedirem a
Jeová, seu Rei, que os libertasse, eles tinham uma grande
inclinação a procurar ajuda na Assíria ou Egito.27
Sempre há pessoas fracas ou más que oferecem
conselhos de maneira insistente, os quais é perigoso seguir.
Talvez não dêem conselhos tão perversos quanto a esposa de
Jó, mas talvez não sejam muito melhores. Tudo o que nos leva
a pensar levemente sobre o pecado, ou a ter pensamentos
27
No tempo dos reis Acaz e Ezequias, Judá buscou ajuda da Assíria contra a
Síria e Israel, mas depois se rebelou e pediu ajuda do Egito contra a Assíria
(2 Reis 16:7-9; 18:7; 18:21-24). No tempo do rei Oseias, Israel buscou ajuda
do Egito contra a Assíria, mas foi traído e sitiado por Salmaneser, o rei da
Assíria, que levou o povo ao cativeiro (2 Reis 17:3-6). No tempo do profeta
Jeremias, Judá buscou ajuda do Egito contra a Babilônia, mas foi repreendido
por Deus, que disse que o Egito não poderia salvá-los (Jeremias 2:18; 37:5-
10).
43
William S. Plumer
rudes sobre Deus; tudo o que nos inclina a confiar em nosso

próprio entendimento, ou a menosprezar os castigos pesados
de Deus – é pecaminoso. Não podemos confiar com segurança
em nenhum braço além do Todo-Poderoso.
O que, então, o aflito deve fazer? As respostas são
muitas, tais como:
1. Se a sua aflição é algo que a compaixão humana pode

suavizar ou aliviar, peça a ajuda e bondade de amigos
verdadeiramente cristãos. É tanto lícito quanto natural fazer
isso. Jó, mesmo sendo uma pessoa importante e um grande
crente, disse: "Tenham compaixão de mim, tenham compaixão
de mim, ó amigos, pois a mão de Deus me tocou."28 Ele já havia
dito antes: "Aquele que está aflito deveria receber compaixão
de seus amigos." Paulo, o grande apóstolo, nos conta como as
visitas e a compaixão de seus amigos o revigoraram. Até mesmo
nosso abençoado Mestre pediu aos Seus discípulos por
compaixão em Sua grande agonia. 29 O amor cristão muitas
vezes é um grande remédio.
2. Mas precisamos também da compaixão divina, até
mesmo as misericórdias do próprio Deus. Isso é evidente de
muitas maneiras, mas principalmente através de Jesus Cristo.
Sobre esse assunto, ambos os Testamentos falam a mesma
linguagem. Pelo profeta bíblico, o Senhor diz: Em toda a
angústia deles, foi ele angustiado, e o Anjo da sua presença os
salvou; pelo seu amor e pela sua compaixão, ele os remiu, os
tomou e os conduziu todos os dias da antiguidade. (Isaías 63:9).
No Novo Testamento, temos a certeza da mesma abençoada
compaixão: "Porque não temos sumo sacerdote que não possa
compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em
28
Jó 19:21
29
Mateus 26:36-46
44
todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado.

(Hebreus 4:15).
3. É sempre sábio transferir nosso fardo para o braço do
Todo Poderoso. Ele é mais forte do que o homem. Ele é
poderoso para salvar e forte para libertar. Confia os teus
cuidados ao SENHOR, e ele te susterá; jamais permitirá que o
justo seja abalado. Salmos 55:22.
4. Então, quanto mais sofrimento santificado tivermos,
mais conforto real certamente teremos, mesmo nesta vida.
Paulo diz expressamente: "Assim como as aflições de Cristo são
abundantes em nós, assim também a nossa consolação é
abundante por Cristo" (2 Coríntios 1:5). O abençoado apóstolo
estava tão apaixonado por Cristo que um de seus fortes desejos
era "conhecê-lo, e o poder da sua ressurreição, e a comunhão
dos seus sofrimentos, conformando me com a sua morte"
(Filipenses 3:10).
5. Deus não apenas aumenta nossas experiências
abençoadas ao nos chamar para a provação, mas também nos
prepara para ajudar outras pessoas. Pois Ele "nos consola em
toda a nossa tribulação, para que possamos consolar os que
estiverem em alguma tribulação, pela consolação com que nós
mesmos somos consolados por Deus" (2 Coríntios 1:4). Pense
nisso e dê graças.
6. Paulo apresenta uma visão muito marcante das
provações do povo de Deus, quando fala de si mesmo (e
também de outros) como "completando o que resta das
aflições de Cristo" (Col. 1:24). Essa é uma linguagem muito
notável. Ela não pode significar que Cristo não sofreu tudo o
que era necessário para a expiação, pois as Escrituras dizem
expressamente que Ele sofreu. Ela provavelmente nos
apresenta Cristo como uma pessoa mística, da qual Ele, a
cabeça, já havia sofrido Sua parte, e agora Seus membros,
45
William S. Plumer
como unidos a Ele, deveriam sofrer sua parte.

7. Todas essas aflições são planejadas para preparar o
caminho para alegrias grandes, muito grandes e indescritíveis
no momento que a misericórdia eterna escolheu para
manifestações gloriosas. Essa doutrina era conhecida na igreja
mil anos antes de Cristo: “Tu, que me tens feito ver muitas
angústias males, me restaurarás ainda a vida e de novo me
tirarás dos abismos da terra. Aumenta a minha grandeza,
conforta-me novamente.” (Salmos 71:20-21).
8. Tampouco há um santo no céu, mesmo que tenha
morrido como mártir, que agora deseje que seus sofrimentos
na Terra tenham sido menores. De fato, os mártires usam uma
coroa muito gloriosa. Veja Apocalipse 7:9-17. Então, que cada
um de nós diga humildemente:
"Não me atrevo a escolher

meu destino; não o faria,
se pudesse;
Escolhe para mim, meu
Deus, para que eu ande
corretamente.
"Tome meu cálice, e

encha-o de alegria ou
tristeza, como melhor lhe
parecer;
Escolha você meu bem e meu mal"30
30
Esse poema é de John Greenleaf Whittier, um poeta e abolicionista americano do
século XIX. Ele escreveu esse poema em 1849, como parte de um livro chamado The
Chapel of the Hermits and Other Poems. O poema expressa a confiança e a submissão
do autor à vontade de Deus, mesmo diante das dificuldades da vida.
46
10. Benefícios da Aflição
Se as provações do povo de Deus não trouxessem

nenhum benefício, esse caso seria de fato triste. Mas toda a
experiência deles se une à Palavra de Deus ao declarar que de
todas as suas tristezas vem muito do "fruto pacífico da justiça".
Um apóstolo é muito ousado e diz: "Meus irmãos, tende grande
gozo quando cairdes em várias provações, sabendo que a prova
da vossa fé opera a paciência" (Tiago 1:2-3). E Paulo diz:
"Gloriamo-nos também nas tribulações, sabendo que a
tribulação produz a paciência, e a paciência, a experiência, e a
experiência, a esperança, e a esperança não envergonha"
(Romanos 5:3-5).
Vamos dar uma olhada em alguns detalhes:
1. Somos naturalmente tontos e descuidados com
relação às preocupações mais importantes. A insensatez está
ligada ao coração natural, e nossas provações nos tornam
sóbrios e ponderados (Lamentações 3:28). Somente os tolos
deixam de lado os pensamentos sérios. O poder da reflexão é o
que mais distingue um homem de um selvagem. O hábito da
reflexão distingue eminentemente um homem sábio de um
tolo.
2. A aflição nos permite ter em vista nosso último fim,
47
William S. Plumer
apresentando nos claramente a eternidade. Qualquer coisa é

boa para nós que nos lembre que o tempo é curto, que a vida
deve se encerrar em breve e que tudo o que está além é a
eternidade sem limites e sem margens. Cecil diz que a
humanidade está dividida em duas grandes seitas - Timistas e
Eternistas.31 Leitor, a qual dessas seitas você pertence?
3. Não tenho certeza de que alguém possa afirmar o
processo mental pelo qual o efeito é produzido; mas, de alguma
forma, é quase certo que os problemas nos façam lembrar de
nossos pecados. Foi assim no caso dos irmãos de José. "Somos
realmente culpados" 32 , gritaram eles. Os problemas fizeram
Davi dizer: "Não te lembres dos pecados da minha mocidade,
nem das minhas transgressões". 33
4. Um dos grandes ingredientes da verdadeira piedade
é a humildade - humildade profunda e sincera. Ambos os
Testamentos recomendam muito essa graça. A aflição é
adequada para nos humilhar e, se formos verdadeiramente
piedosos, ela nos fará bem. Jeremias diz que a aflição tem esse
efeito (Lamentações 3:20).
5. A aflição nos leva a orar. Foi o que aconteceu com
Jonas. Ele estava dormindo no navio, mas estava orando no
ventre da baleia. Um apóstolo diz: "Se alguém está aflito, que
ore" (Tiago 5:13). Por Asafe, Deus diz: "Invoca-me no dia da
angústia: Eu te livrarei, e tu me glorificarás" (Salmo 50:15).
6. As aflições nos ensinam a vaidade deste mundo e nos
31
Essa frase é uma citação de Richard Cecil, um clérigo e escritor inglês do
século XVIII, que foi amigo e biógrafo de John Newton. Segundo Cecil, os
Timistas são aqueles que vivem apenas para o tempo presente, sem se
preocupar com a eternidade. Eles são mundanos, carnais e egoístas, e não
têm interesse nas coisas espirituais. Os Eternistas são aqueles que vivem para
a eternidade, tendo em vista o propósito e o destino de suas almas. Eles são
espirituais, piedosos e generosos, e buscam agradar a Deus em tudo.
32
Gênesis 42:21
33
Salmos 25:7
48
afastam dele. A experiência cotidiana nos ensina com que

eficácia ela faz isso. Ela escreve a vaidade das vaidades em
todas as coisas abaixo dos céus. Ela fez até mesmo um grande
um estadista exclamou: "Que sombras nós somos, e que
sombras nós perseguimos".34
7. A aflição é um grande expositor das Escrituras. Lutero
disse: "Três coisas fazem um bom teólogo: meditação, tentação
e oração". E mais de 2500 anos antes de Lutero, Davi disse: "Foi
bom para mim ter sido afligido, para que aprendesse os Teus
estatutos. Melhor é para mim a lei da tua boca do que milhares
de ouro e prata" (Salmos 119:71-72).
8. O grande objetivo da aflição é promover a pureza de
coração. Paulo diz expressamente que o Senhor nos castiga
para que "sejamos participantes da Sua santidade" (Hebreus
12:10).
9. É claro que a aflição tem um efeito de recuperação
sobre os errantes. "Os sofrimentos são as únicas relíquias da
verdadeira cruz e, quando a graça divina os transforma em
nosso bem, eles quase realizam os milagres que a superstição
cega atribui à cruz falsa." Davi diz: "Antes de ser afligido, eu me
desviava, mas agora tenho guardado a Tua palavra".35 Deus diz:
"Irei, e voltarei ao meu lugar, até que reconheçam a sua ofensa,
34
Possívelmente a referência seja a Edmund Burke, um estadista, filósofo e
escritor irlandês que foi um dos fundadores do conservadorismo político. Ele
pronunciou essa frase em um discurso no Parlamento Britânico em 1775,
quando defendeu a conciliação com as colônias americanas que estavam em
revolta contra a Coroa. Ele criticou a política de opressão e violência do
governo britânico e alertou para as consequências desastrosas de uma guerra
civil. Ele disse: "Primeiro, Senhor, permita-me observar que o uso da força
sozinha é apenas temporário. Ela pode subjugar por um tempo; mas ela não
remove a necessidade de subjugar novamente; e uma nação não é governada
se deve ser perpetuamente conquistada. […] Que sombras nós somos, e que
sombras perseguimos!”
35
Salmos 119:67
49
William S. Plumer
e busquem a minha face; na sua aflição cedo me buscarão"

(Oséias 5:15).
10. A aflição nos ensina a quietude e a submissão. Ela
nos dá o temperamento abençoado de uma criança
desmamada. Ela acalma nossas perturbações. Ensina-nos que
Deus seguirá Seu caminho. Oh sim,
Essas horas cansativas não serão perdidas,

Esses dias de miséria,
Nessas noites de escuridão e tempestade,
Só posso me voltar para Ti;
Com trabalho secreto para sustentar com paciência
cada golpe,
Para tirar a fortaleza da dor,
E a santidade do infortúnio.36
11. A aflição santificada nos leva a confiar em Deus.

Ela fortalece nossa fé, e a fé é uma grande graça. "Como o ouro
responde a todas as coisas, assim a fé dá à alma propriedade
em todas as ricas consolações do evangelho, em todas as
promessas de vida e salvação, em todas as bênçãos necessárias;
ela extrai a virtude de Cristo para se fortalecer, e todas as outras
graças." Ela canta:
"Meus tempos estão em Suas mãos!

Muitos ou poucos são os meus dias,
36
Poema de Anne Brontë, uma escritora inglesa do século XIX. O poema
expressa a fé e a esperança da autora em Deus, mesmo em meio às
dificuldades e sofrimentos da vida. Ela reconhece que Deus tem um
propósito para seus momentos de angústia e que Ele pode lhe dar força e
santidade. O poema também reflete a experiência pessoal de Anne Brontë,
que enfrentou muitas perdas e doenças em sua família. Ela morreu de
tuberculose em 1849, aos 29 anos de idade.
50
Deixo com Você - só peço isso –

Que, por Sua graça, eu, todos os dias,
dedicando-me ao Seu louvor,
possa estar pronto para recebê-Lo,
Sempre que Você vier para libertar meu espírito". 37
12. Da mesma forma, a aflição melhora todos os nossos

princípios sagrados. Leighton diz: "Aquelas graças que
possivelmente se tornariam pesadas e difíceis de manejar com
muita facilidade, são mantidas na respiração e aumentam sua
atividade e força pelo conflito. A graça divina, mesmo no
coração de homens fracos e pecadores, é algo invencível. Se a
afogarmos nas águas da adversidade, ela se tornará mais bela,
como se não tivesse sido afogada de fato, mas apenas lavada;
se a lançarmos na fornalha das provações ardentes, ela sairá
mais pura e não perderá nada além da escória que nossa
natureza corrupta mistura com ela." Oh, é muito bom ser
cristão, experimentado, ensinado e treinado para a guerra e a
glória - para a guerra na Terra e para a glória além dos céus.
"Lá os santos como sóis são radiantes,

Como o sol ao amanhecer eles brilham;
Coroados vencedores após o conflito,
Todas as suas alegrias fluem juntas;
E contam com segurança as batalhas
onde lutaram contra o inimigo prostrado."
William Swan Plummer
37
Letra escrita por Plummer refletindo suas experiências pessoais. Foi
perseguido por defender ideais abolicionistas, sofreu com a divisão da Igreja
Presbiteriana nos Estados Unidos, além de perder prematuramente sua
primeira esposa e quatro de seus filhos.
51
William S. Plumer
52

Balsamo para Almas Feridas - William S Plumer

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Você está autorizado e incentivado a reproduzir e/ou distribuir este

Tradução bíblica utilizada: Almeida Revista e Atualizada.

Públicação e tradução autorizada por Monergism.com

Tradução via DeepL

Revisão, organização e notas de roda pé:

Publicado e divulgado pelo projeto Reformatio in Christus.

William Swan Plumer foi um clérigo, teólogo e autor

Plumer teve que lidar com a morte prematura de

1. Há Muitas Almas Feridas.................................................................... 6

1. Há Muitas Almas Feridas

Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há

Confesso francamente que estou cada vez mais solidário

por ele em lágrimas e o deixamos com um gemido. Com idade

"Neste vasto mundo, os bons e os mais queridos são os

Bem, que assim seja. A noite faz as estrelas brilharem, e

"A trilha da tristeza, e apenas essa trilha, Conduz à terra

Mas, se estais sem correção, de que todos se têm

Mesmo onde a pobreza cruel nunca bate à porta, nem

povo de Deus. Leia a história completa.

"Não peço que meu caminho seja calmo e tranquilo;

"Peço-lhe que não termine logo a luta, A labuta, os problemas desta

de sua Cruz, meus pecados serão totalmente eliminados".3

Todos os idiomas estão repletos de palavras que

usada para expressar doenças corporais, mas, de acordo com o

"Não há rebanho, por mais vigiado e cuidado que seja,

"O ar está cheio de despedidas para os moribundos,

Às vezes, nossas aflições dizem respeito ao estado de

esmagados pela traça. Ninguém sabe em que momento pode

nós - sim, estabelece o trabalho de nossas mãos." Mas ainda

Alguém disse que a vida de homens muito maus e de

e de Paulo poderia ser muito pertinente aqui, mas o leitor

consumiria totalmente, não fossem as surpreendentes

4. Nossas Provações Vêm de

Porque a aflição não vem do pó, e não é da terra que

Para uma pessoa piedosa, essa doutrina é um grande

entristece os homens, a não ser por alguma razão e causa

se queixa, um homem pela punição de seus pecados?"

"E se o Puro e Inocente

Às vezes, Deus decide levar nossos entes queridos de

entender a providência sombria. Mas a graça lhe foi dada para

Nenhum grau legítimo de tristeza conduz à morte.

comentarista, conta sobre uma nobre dama cujo filho perverso

6. Dois Erros Perigosos e

Eis que te acrisolei, mas disso não resultou prata;

Os raios do sol amolecem a cera, mas endurecem a

consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim;

relação a um período de provação são de dois tipos que

morte passou!" (1 Samuel 15:32).

"A lição da resignação é difícil?

Quem endureceu contra Deus e prosperou? Ou quem,

“Quando o céu está escuro e ameaçador,

Da fonte brilhante da alegria,

Pois o Senhor ouvirá e responderá,

Até mesmo os seus cabelos são contados,

Muitos têm um desejo pecaminoso de ver o futuro. O

No entanto, não sabemos o que acontecerá no dia

por fim, um deserto arenoso. Eu não aconselharia meus

puderam algum dia chamar sua atenção. Deixe qualquer

"Eternidade! Pensamento agradável e assustador!

Então, vamos nos preparar mentalmente, ficar firmes