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O Senhor Deus nos falou através deles...


- Estudando sobre os escritores da Bíblia -
ESTUDO 32 – Final, a Bíblia escrita para revelar Deus aos homens...

INTRODUÇÃO
Nossa lista de escritores bíblicos ficou assim:
1. Moisés = Gênesis, Êxodo, Levítico, Esdras: Sacerdote e escriba que liderou o
Números, Deuteronômio, Jó = 1400 retorno do exílio babilônico,
A.C. possivelmente autor do Salmo 116.
2. Josué = Josué – 1350 A.C. Salmos anônimos: Cerca de 50 Salmos não
3. Samuel, Natã e Gade = Juízes, Rute, possuem autores identificados.
1 Samuel, 2 Samuel = 1000 – 900 8. Salomão = Provérbios, Eclesiastes,
A.C. Cânticos = 900 A.C.
4. Jeremias = 1 Reis, 2 Reis, Jeremias, 9. Isaías = Isaías – 700 A.C.
Lamentações = 600 A.C. 10. Ezequiel = Ezequiel – 550 A.C.
5. Esdras e Neemias = 1 Crônicas, 2 11. Daniel = Daniel - 550 A.C.
Crônicas, Esdras, Neemias = 450 12. Oséias = Oséias – 750 A.C.
A.C.
13. Joel = Joel – 850 A.C.
6. Mardoqueu ou Mordecai = Ester =
14. Amós = Amós – 750 A.C.
400 A.C.
7. Vários autores = Salmos: 15. Obadias = Obadias – 600 A.C.
A autoria dos Salmos é complexa e 16. Jonas = Jonas – 700 A.C.
diversa. A tradição atribui a maioria dos 17. Miquéias = Miquéias – 700 A.C.
Salmos ao Rei Davi (cerca de 73), mas 18. Naum = Naum – 650 A.C.
outros autores também são 19. Habacuque = Habacuque – 600 A.C.
mencionados:
20. Sofonias = Sofonias – 650 A.C.
Autores principais: Davi: Poeta e rei de
Israel, conhecido por sua fé e devoção a 21. Ageu = Ageu – 520 A.C.
Deus. 22. Zacarias = Zacarias – 500 A.C.
Asafe: Levita e líder de música no 23. Malaquias = Malaquias – 430 A.C.
Templo de Jerusalém, autor de 12 24. Mateus = Mateus – 55 D.C.
Salmos.
25. Marcos = João Marcos – 50 D.C.
Filhos de Corá: Família de levitas que
serviam como porteiros do Templo, 26. Lucas = Lucas – 60 D.C.
autores de 11 Salmos. 27. João = João, 1 João, 2 João, 3 João e
Salomão: Filho de Davi e rei de Israel, Apocalipse = 90 D.C.
autor de 2 Salmos. 28. Atos = Lucas – 65 D.C.
Moisés: Líder do povo hebreu, autor do 29. Paulo = Romanos, 1 Coríntios, 2
Salmo 90. Coríntios, Gálatas, Efésios,
Hemã: Levita e músico do Templo, Filipenses, Colossenses, 1
autor do Salmo 88. Tessalonicenses, 2 Tessalonicenses, 1
Etã: Levita e músico do Templo, autor Timóteo, 2 Timóteo, Tito, Filemom =
do Salmo 89. 50-70 D.C.
Outros autores: Ageu: Profeta que viveu
30. Hebreus = Desconhecido, talvez
após o exílio babilônico, autor do Salmo
Paulo, Lucas, Barrabás ou Apolo –
112.
65 D.C.
Zacarias: Profeta que viveu após o exílio
babilônico, autor do Salmo 137. 31. Tiago = Tiago – 45 D.C.
Ezequias: Rei de Judá, possivelmente 32. Pedro = 1 Pedro, 2 Pedro = 60 D.C.
autor do Salmo 138. 33. Judas = Judas – 60 D.C.
Artigo I da Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira: Escrituras Sagradas

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1. A Bíblia é a Palavra de Deus em linguagem humana. 1. Sl 119.89; Hb 1.1; Is 40.8; Mt 24.35; Lc 24.44,45;

2. É o registro da revelação que Deus fez de si mesmo aos Jo 10.35; Rm 3.2; 1Pe 1.25; 2Pe 1.21

homens. 2. Is 40.8; Mt 22.29; Hb 1.1,2; Mt 24.35; Lc 24.44,45;

3. Sendo Deus seu verdadeiro autor, foi escrita por homens 16.29; Rm 16.25,26; 1Pe 1.25

inspirados e dirigidos pelo Espírito Santo. 3. Ex 24.4; 2Sm 23.2; At 3.21; 2Pe 1.21

4. Tem por finalidade revelar os propósitos de Deus, levar os 4. Lc 16.29; Rm 1.16; 2Tm 3.16,17; 1Pe 2.2; Hb 4.12;

pecadores à salvação, edificar os crentes e promover a Ef 6.17; Rm 15.4

glória de Deus. 5. Sl 19.7-9; 119.105; Pv 30.5; Jo 10.35; 17.17; Rm

5. Seu conteúdo é a verdade, sem mescla de erro, e por isso é 3.4; 15.4; 2Tm 3.15-17

um perfeito tesouro de instrução divina. 6. Jo 12.47,48; Rm 2.12,13

6. Revela o destino final do mundo e os critérios pelo qual 7. 2Cr 24.19; Sl 19.7-9; Is 34.16; Mt 5.17,18; Is 8.20;

Deus julgará todos os homens. At 17.11; Gl 6.16; Fp 3.16; 2Tm 1.13

7. A Bíblia é a autoridade única em matéria de religião, fiel 8. Lc 24.44,45; Mt 5.22,28,32,34,39; 17.5; 11.29,30; Jo

padrão pelo qual devem ser aferidas as doutrinas e a 5.39,40; Hb 1.1,2; Jo 1.1,2,14

conduta dos homens.


8. Ela deve ser interpretada sempre à luz da pessoa e dos
ensinos de Jesus Cristo.

1 - A REVELAÇÃO DE DEUS: GERAL e ESPECIAL


1. Revelação é “tornar conhecido o que está oculto; desvendar o que está coberto”
1
.
2. Os teólogos falam de REVELAÇÃO GERAL, aquela que Deus fez a todos os
homens, em todos os lugares.
3. POR MEIO DA CRIAÇÃO, a revelação geral acontece porque “os céus
manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra de suas mãos” (Sl
19.1).
4. Embora mostre apenas que há um Criador poderoso, generoso e digno de
majestade, nada revelando sobre a pessoa de Deus, mas os homens não têm
desculpa de não O reconhecer como Deus e glorificá-lo (Rm 1.19-21).
5. Deus também se manifesta POR MEIO DA CONSCIÊNCIA, pois os homens
“mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua
consciência e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os”
(Rm 2.15).
6. Apesar de a revelação geral ser suficiente para os homens reconhecerem que há
um só Deus e o glorificarem, ficando eles sem desculpa diante do Criador, DEUS
NA SUA INFINITA GRAÇA, DECIDIU REVELAR-SE falando “muitas vezes e
de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas” (Hb 1:1-2). E que culmina quando
“a nós falou-nos, nestes últimos dias pelo seu Filho”.
7. A ESSA INICIATIVA DE DEUS em se revelar aos homens, os teólogos
denominam “REVELAÇÃO ESPECIAL”, realizada na história humana e
registrada nas Escrituras.
 O que era IMPLÍCITO NA REVELAÇÃO GERAL tornou-se EXPLÍCITO NA
REVELAÇÃO ESPECIAL, aceita como “a Palavra de Deus em linguagem
humana”.

2 - A BÍBLIA É A PALAVRA DE DEUS

1
ERIKSON, Millard J. Conciso dicionário de teologia cristã. Rio de Janeiro: JUERP, 1991, p. 144.

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1. Quando dizemos que a Bíblia é a Palavra de Deus, estamos afirmando que A


AUTORIA DELA É DIVINA.
2. Se lermos os Salmos, principalmente o 119, veremos as mais lindas expressões
poéticas para se referir às Escrituras, como neste versículo: “A soma da tua
palavra é a verdade, e cada uma das tuas justas ordenanças dura para sempre”
(Sl 119.160), e Isaías acrescenta: “Seca-se a erva, e murcha a flor, mas a palavra de
nosso Deus subsiste eternamente” (Is 40.8).

 Essas duas declarações do Antigo Testamento são testemunhos de que as


Escrituras são a Palavra de Deus, porque o que Deus diz não cai por terra.

Dizer que a Bíblia é a Palavra de Deus implica ALGUMAS CONSIDERAÇÕES:


a) Primeiro, se alguém diz que a Bíblia apenas contém a Palavra de Deus, está
desautorizando a própria Escritura, pois afirmará que apenas parte do seu conteúdo é
verdade, e outra não.
- Se assim pensamos seremos juízes da Bíblia, ao julgarmos o que deve ser ou não a Palavra
de Deus.
b) Segundo, a Bíblia, por ser a Palavra de Deus, deixa bem claro: “Toda Escritura é
inspirada por Deus”.
- É como se dissesse: “Toda Escritura foi soprada por Deus”.
- Em 2Pedro 1.21, lemos que as Escrituras não são o resultado do desejo e ação humana,
“mas homens da parte de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo”.
- A expressão “inspirados (ou movidos) pelo Espírito Santo” no original grego traduz
uma interessante metáfora: “Os profetas levantaram suas velas e o Espírito Santo as
inflava e dirigia suas embarcações na direção que quisesse”.
c) A terceira, a Bíblia não contém erros.
- Se os autores da Escritura foram “soprados” pelo Espírito Santo, como ter erros?
- Por isso, “seu conteúdo (da Bíblia) é verdade, sem mescla de erro”, porque “sendo Deus
seu verdadeiro autor, foi escrita por homens inspirados e dirigidos pelo Espírito Santo”.
- Tal AÇÃO DO ESPÍRITO SANTO É O QUE CHAMAMOS INSPIRAÇÃO dos autores
das Escrituras, como escreveu R. C. Sproul: “É o processo pelo qual o Espírito Santo
superintendeu (em outras palavras: supervisionou) a produção da Bíblia. O Espírito Santo
guiou os autores humanos para que as palavras deles não fossem nada menos que a
Palavra de Deus”2.
d) Por último, afirmar que a Bíblia é a Palavra de Deus significa que só a Escritura
Sagrada é autoritativa.
- Contrariamente à igreja católica, para a qual a tradição e as Escrituras “constituem um
depósito da Palavra de Deus”3, os batistas crêem que a “Bíblia é a autoridade única em
matéria de religião, fiel padrão pelo qual devem ser aferidas a doutrina e a conduta dos
homens”.
- Portanto, a Bíblia como única autoridade exclui doutrinas extra-bíblicas como no
romanismo e seitas que atribuem a outros escritos e a seus líderes autoridade paralela à
das Escrituras.

3 - A BÍBLIA E SUA INTERPRETAÇÃO

2
SPROUL, R.C. Verdades essenciais da fé cristã. 1° caderno. São Paulo: Ed. Cultura Cristã, 1999, p. 19.
3
Catecismo da Igreja Católica. Editora Vozes, Petrópolis: RJ, 1993, p.38.

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1. Não basta apenas crer na autoridade da Bíblia e dizer que ela é a Palavra de
Deus. Alguém pode aceitá-la como autoridade e considerá-la como a Palavra de
Deus mas, com base nela, afirmar doutrinas e práticas estranhas ao cristianismo.
2. As “testemunhas de Jeová”, por exemplo, afirmam crer na Bíblia como a Palavra
de Deus, entretanto os ensinos da seita são contrários às Escrituras.

“ao falar a respeito destes assuntos, como, de fato, costuma fazer em todas as suas cartas.
Nelas há certas coisas difíceis de entender, que aqueles que não têm instrução e são
instáveis deturparão, como também deturparão as demais Escrituras, para a própria
destruição deles”. (2Pe 3.16)

3. Não há novidade nisso. O apóstolo Pedro declara que os “indoutos e


inconstantes” torciam o sentido das cartas do apóstolo Paulo, como também
“como o fazem também com as outras Escrituras, para a sua própria perdição”.

 Por isso não se deve ler a Bíblia e querer que ela NOS FALE E ENSINE DE
ACORDO COM OS NOSSOS DESEJOS E PREFERÊNCIAS.

Há alguns princípios básicos para se interpretar a Bíblia:


a) O primeiro é: a Bíblia interpreta a própria Bíblia. Ou seja, não se deve isolar uma
passagem bíblica e dela formular uma doutrina ou justificar uma prática. Por
isso, declarou Martyn Lloyd Jones: “A Bíblia é uma grande mensagem. Ela forma
sempre um todo homogêneo, de modo que um ponto nunca deve contradizer o
outro”.
b) O segundo diz que textos obscuros da Bíblia devem ser interpretados à luz dos
mais claros e explícitos.
c) O terceiro princípio nos mostra que a Bíblia deve ser lida à luz do contexto
histórico em que foi escrito. Se não atentarmos a essa regra, vamos confundir
costumes da época com prática cristã.
d) O último e importante princípio de interpretação é que a Bíblia “deve ser
interpretada sempre à luz da pessoa e dos ensinos de Jesus Cristo”, porque Cristo
e a salvação através dele é o tema central das Escrituras.

CONCLUSÃO

1. A Bíblia é considerada a Palavra de Deus escrita por seres humanos, que foram
inspirados e guiados pelo Espírito Santo de Deus.
- Isso significa que, apesar de ter sido escrita em linguagem humana, a Bíblia vem
diretamente de Deus.

2. Propósito da Bíblia: Ela é utilizada para:


- mostrar os planos de Deus para a humanidade;
- mostrar Deus como Pai e Seu desejo para nós;
- ajudar as pessoas a encontrarem a salvação (ou seja, serem salvas de seus
pecados);
- construir a fé das pessoas que acreditam em Deus;
- glorificar a Deus, mostrando quão maravilhoso Ele é.

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- A Bíblia é um tesouro de instruções divinas, mostrando o que é verdadeiro, sem


erros, e ensinando a maneira certa de viver.

3. Conteúdo e autoridade da Bíblia:


- Tudo na Bíblia é considerado verdadeiro e é usado como o padrão supremo para
a fé e o comportamento das pessoas.
- Ela fala sobre o final dos tempos e como Deus julgará a humanidade.

4. Interpretação da Bíblia:
- Devemos interpretar os ensinamentos da Bíblia pensando no que Jesus Cristo
disse e fez quando esteve na Terra.

Assim vemos a Bíblia como um guia confiável e autoritário para conhecer a Deus,
entender Sua vontade e viver de acordo com os princípios cristãos.

Amém. Aleluia!

Bibliografia:
Princípios Batistas – Pr. Roberto do Amaral;
https://www.gotquestions.org/Portugues/autores-Biblia.html
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Obs.: Todas as referências bíblicas são da versão NAA se não houver indicação ao
contrário.

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