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SEVERO, José Leonardo Rolim de Lima.

Perspectivas curriculares sobre a


formação do pedagogo para a educação não escolar. Educação em revista, Belo
Horizonte, v.34,mar.2018.Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0102-46982018000100124&lang=pt#aff1 >

RESENHA CRÍTICA

Rodrigo de Souza Camargo Mitre

O artigo em questão informa as dificuldades relacionadas ao trabalho do


pedagogo em ambientes não escolares.
Para uma análise referente a essas dificuldades, José Severo (2018) abordou
que foram realizadas pesquisas de campo onde foram analisados inúmeros PPCs
(Projetos pedagógicos de cursos) para se chegar a essas conclusões. Além disso, o
artigo informou sobre a existência de uma espécie de crise epistemológica da
Pedagogia no Brasil, que se refere ao fato de o objeto de estudo da disciplina não
ser tão definido de forma clara e objetiva, o que culmina nos erros de comunicação
que são disponibilizados nos vários PPCS, algo que finaliza na pouca importância
dada ao pedagogo em ambientes não escolares.
Primeiramente, o autor começa fornecendo algumas informações sobre
essa educação e aborda o fato de a ENE (educação não escolar) ser
demasiadamente importante, porque estamos inseridos em um mundo globalizado
em que a educação informal e não formal crescem cada vez mais. Para esclarecer
essa educação no mundo globalizado, o autor menciona o conceito de educação,
que deve ser entendido como um processo integral referente à formação humana na
cultura através de inúmeras mediações. José Severo (2018) diz, portanto, que a
educação não se restringe aos ambientes escolares. Além disso, menciona os vários
debates em torno dos objetos de pesquisa da Pedagogia (referências ao fato de a
Pedagogia precisar lidar com as resultantes que integram o homem na história atual;
dizer que a Pedagogia não se resume ao Positivismo, porque o enfoque é multi-
dimensional; o fato de a Pedagogia precisar receber o entendimento de “Ciência da
educação”; o debate de vários teóricos mencionados que relatam sobre a
importância da Pedagogia) que demonstram o fato de a ENE ser mesmo
fundamental. Sobre um exemplo importante que o autor menciona, diz respeito ao
fato de, no Brasil, existir ambientes propícios à ENE que são fornecedores de ruins
esclarecimentos à população: o surgimento de ONGS em que a predominância do
aspecto neoliberal está por nublar a finalidade das “educações” fornecidas aí, algo
que pede a urgência de uma intervenção pedagógica bem fundamentada.
Após uma longa explanação sobre a importância da ENE, o autor informa o
método usado para a coleta de informações nos PPCs e o fato de eles não
possuírem uma conceituação de ENE e de Educação. Esses fatores fizeram com
que a ENE não fosse implantada de forma eficaz e, além disso, José informou que
existe o entrave que se refere à própria noção de docência, algo que as próprias
diretrizes ajudaram a formar - que é uma palavra muito enfatizada pelos pedagogos
quando precisaram estipulá-la como prioridade, devido ao fato de ter existido a
necessidade de contrapor a noção de Pedagogia a um mero ensino técnico não
conceitual, mas que acoplou conceitos como gestão, pesquisa, dentre outros, que
geraram uma confusão em torno dela. A confusão com esta palavra termina, então,
por enfatizá-la demasiadamente nos PPCs sem vinculá-la aos ensinos não
escolares de forma clara e objetiva, apesar de a maioria dos PPCs abordarem o fato
de a Pedagogia lidar com a educação não escolar. Essa má utilização acaba por
priorizar, nos PPCs, apenas a educação no colégio.
Após o longo resumo do artigo, podemos dizer que, apesar de ser bem
crítico, acreditamos que diga respeito a informações importantes, sem dúvida, mas
que necessitam de uma melhor sintetização dos pontos, devido ao fato de, segundo
nossa visão, fornecer detalhes demasiadamente irrelevantes: por exemplo, a
necessidade de mencionar detalhes relacionados à forma com que as pesquisas
foram elaboradas, minúcias vinculadas com inúmeras universidades envolvidas e
outros aspectos.
Além disso, o autor faz muitos julgamentos sobre o fato de inúmeros pontos
dos PPCs serem vagos e insuficientes, o que aparenta demonstrar uma espécie de
“onipotência” a ponto de fazer com que tenha conhecimento demasiadamente vasto
sobre o que é ou não vazio e indeterminado; talvez apresente uma perspectiva
limitada e não filosófica sobre tal indeterminação, algo que possa necessitar de
uma abrangência hermenêutica mais ampla; mas não podemos afirmar com tanta
convicção todos esses pontos, já que não temos conhecimento suficiente do
tamanho real e da seriedade vinculada com tal pesquisa.
Mas, para continuarmos nessa linha hipotética, podemos dizer que ele
realmente cita autores, no início do artigo, que relatam os problemas
epistemológicos que envolvem a Pedagogia; no entanto, ele faz uma espécie de
salto gigantesco desses autores aos conteúdos dos inúmeros PPCs analisados, algo
que aparenta fazer com que ele se ache no direito de possuir, de forma
demasiadamente clara, o que seja e como se exemplifica, realmente, essa
problemática epistemológica na prática, observando uma abrangência enorme de
exemplos.
No entanto, apesar de haverem essas hipóteses, podemos dizer que existe,
realmente, carências de abordagens pedagógicas vinculadas a ENE, mas
carências essas que necessitam de mais enfoques e análises complementares, não
negando as contribuições importantes do autor.

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