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Introdução 1
1 Introdução 1
1.1 Problemas Introdutórios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
2 Permutações e Combinações 4
2.1 Princı́pio Multiplicativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2.2 Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.3 Fatoriais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.4 Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.5 Permutações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.6 Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.7 Combinações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.8 Permutações Circulares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1
7 title 31
Capı́tulo 1
Introdução
1
Problema 1.1.4 O governador do estado participou da cerimônia de comemoração do cen-
tenário de uma editora. Para expressar sua admiração, o editor ofereceu ao governador um
total de 10 livros a serem escolhidos dentre seus 20 tı́tulos best-sellers. O governador poderia
escolher 10 tı́tulos diferentes, 10 livros iguais ou qualquer combinação de tı́tulos que quisesse
desde que fossem 10 livros ao todo.
Todos esses problemas podem ser resolvidos simplesmente listando todas os casos possı́veis
e os contando. Vamos aprender maneiras mais sistemáticas de resolvê-los baseados em alguns
princı́pios.
Concluı́mos nossa introdução afirmando um princı́pio básico da contagem. Tão simples
quanto contar o número de páginas entre a página 14 e a 59, inclusive. A resposta é
46 = 59 − 14 + 1.
n − k + 1,
2
10. Qual é a menor quantidade de moedas necessárias para pagar qualquer troco inferior a 1
real? (Existem moedas de 1, 5, 10, 25 e 50 centavos).
11. Um homem tem 47 centavos a receber. Assumindo que o caixa tem todas as quantidades
necessárias de cada moeda, de quantas maneiras diferentes esse troco pode ser pago?
12. Um homem tem seis pares diferentes de meias. Quantas meias ele deve pegar da gaveta
no escuro para garantir que pegou pelo menos um par completo?
13. Um homem tem 12 meias azuis e 12 meias pretas misturadas em uma gaveta. Quantas
meias ele deve retirar, no escuro, para se certificar que que pegou um par de mesma cor?
15. Um homem tem uma grande quantidade de tetraedros regulares (pense num dado de 4
faces onde cada face é um triângulo equilátero). Se ele pinta cada face de uma dentre
quatro cores, quantos tetraedros diferentes podem ser fabricados? (Dois tetraedros são
diferentes quando não é possı́vel posicioná-los de modo que todas as faces correspondentes
tenham a mesma cor).
16. Quantos caminhos diferentes existem de um vértice de um cubo até o vértice oposto,
sendo cada caminho percorrido ao longo de três dentre as 12 arestas do cubo?
17. Em uma conferencia formal da suprema corte dos EUA, cada um dos nove juizes aperta
a mão de cada um dos outros oito no inı́cio da sessão. Quantos apertos de mão iniciam
tal sessão?
3
Capı́tulo 2
Permutações e Combinações
A resposta é 35 pois para cada uma dos 5 estilos existem 7 tamanhos, ou seja,
7 + 7 + 7 + 7 + 7 = 5 · 7 = 35
tipos de cintos.
Essa questão simples ilustra o que chamamos de Princı́pio Multiplicativo:
Se um conjunto de objetos pode ser dividido em m diferente tipos e cada um desses m tipos
pode ser dividido em k diferentes subtipos, então existem m · k tipos diferentes ao todo.
Outra forma de enunciar esse princı́pio é:
Se um evento A pode ocorrer de m maneiras diferentes e, se para cada uma dessas m
maneiras possı́veis de A ocorrer, um outro evento B pode ocorrer de k maneiras diferentes,
então o número de maneiras de ocorrer o evento A seguido do evento B é m · k.
Problema 2.1.2 Um homem quer ir a Europa de avião e voltar de navio. Se existem 8 com-
panias aéreas disponı́veis e 9 companhias navais, de quantas maneiras ele pode realizar sua
viajem?
Problema 2.1.3 Em um pic nic cada pessoa pode escolher seu lanche da seguinte forma: um
sanduı́che dentre 4 tipos, uma bebida (café, chá ou leite) e um sorvete escolhido dentre 3 sabores.
De quantas maneiras cada pessoa pode escolher seu lanche?
4
Poderı́amos simplesmente listar todas as possibilidades. No entanto é possı́vel responder a
essa pergunta de maneira mais sistemática utilizando o Princı́pio Multiplicativo.
Considere a primeira letra da sequencia. Existem 4 escolhas possı́veis para essa primeira
letra. Uma vez que essa letra foi escolhida, existem 3 opções para a escolha da segunda letra
(independentemente da primeira escolha). Percebe como isso difere das saias e blusas? (uma
das saias pode combinar com todas as blusas enquanto outra pode combinar com apenas uma
blusa. A quantidade de maneiras possı́veis para se escolher a blusa varia de acordo com a
escolha da saia)
Continuando esse processo podemos calcular a quantidade de maneiras que podemos orga-
nizar as quatro letras A, B, C e D:
4 · 3 · 2 · 1 = 24.
Liste todas as 24 maneiras e verifique!
Problema 2.1.5 Em certo paı́s (fictı́cio) as placas dos automóveis tem letras, e não números,
que as distinguem. Precisamente três letras são usadas. Quantas placas podem ser feitas se
contamos com um alfabeto de 26 letras?
Problema 2.1.6 Qual seria a resposta do problema anterior se não fosse permitido usar letras
repetidas em uma placa?
2.3 Fatoriais
É útil em muitas situações ter uma notação especı́fica para produtos do tipo
4·3·2·1
8·7·6·5·4·3·2·1
Tais produtos são chamados de fatoriais.
De forma geral denotamos o produto
n · (n − 1) · (n − 2) · (n − 3) · ... · 1
como n! (lê-se n fatorial).
5
2.4 Conjunto de Problemas 3
1. Escreva como um produto e em seguida calcule 3!, 5! e 8!.
12!
2. Calcule o seguinte: 10!
; 2!; 4! + 3!; (4 + 3)!.
4. Calcule n! + 1 para n = 4.
(a) 8! = 8 · 7
10!
(b) 9!
=9
(c) 4! + 4! = 8!
(d) 2! − 1! = 1!
(e) n! = n · (n − 1)!
(f) n! = (n2 − n)(n − 2)
2.5 Permutações
Permutações são arranjamentos ordenados de objetos. Veja como exemplo os Problemas 2.1.4
e 2.1.6.
De quantas maneiras podemos ordenar as letras A, B, C e D? Essa pergunta é equivalente
a Quantas permutações existem dessas quatro letras, quatro a quatro?
Quantas placas podem ser feitas se contamos com um alfabeto de 26 letras sem repetições?
Isso é o mesmo que perguntar Quantas permutações existem de 26 letras tomadas três a três?
Observação: Note que o que frequentemente encontramos com o nome de arranjo em al-
guns livros nós aqui trataremos como permutações. A distinção entre permutações e arranjos
como são descritos no nı́vel básico diz respeito apenas ao fato de utilizarmos todos os obje-
tos disponı́veis no nosso arranjamento ou não. O termo Permutação era empregado apenas
se todos os objetos disponı́veis fossem utilizados, (como no exemplo das letras A, B, C e D).
Caso contrário,como no exemplo das placas, o termo arranjo é mais comumente utilizado. Aqui
trataremos ambas as situações apenas por Permutação.
Denotaremos o número de permutações de n objetos tomados r a r (em grupos de r objetos)
por P (n, r).
Dessa forma a resposta para o problema 2.1.4 seria P (4, 4) e a resposta para o problema
2.1.6 seria P (26, 3).
Como já resolvemos esses dois problemas sabemos que
P (4, 4) = 4 · 3 · 2 · 1 = 24
6
e
P (26, 3) = 26 · 25 · 24 = 15600.
Para encontrar uma fórmula geral para P (n, r) vamos imaginar que temos r caixas distintas
e em cada uma delas vamos colocar um dos n objetos disponı́veis. Então P (n, r) é o número
de maneiras distintas de colocar r objetos distintos, escolhidos de um total de n objetos, nas r
caixas.
Note que precisamos da condição n ≥ r para que seja possı́vel desempenhar a tarefa de
colocar r objetos distintos nas r caixas.
A partir da condição n ≥ r vamos encontrar o valor para P (n, r) em dois casos:
P (n, r) = P (n, n) = n · (n − 1) · (n − 2) · · · 1 = n!
P (n, r) = P (28, 5) =
Definição 2.5.1 0! = 1
7
Exemplo 2.5.3 Quantos inteiros entre 100 e 999, inclusive, possuem todos os seus dı́gitos
ı́mpares e distintos?
Exemplo 2.5.4 Quantos inteiros entre 100 e 999 tem todos os dı́gitos distintos?
Exemplo 2.5.6 Quantos dos primeiros 1000 inteiros positivos tem todos os dı́gitos distintos?
A ideia utilizada nesse último exemplo é chamada de Princı́pio Aditivo: Se o que esta-
mos contando pode ser separado em casos/conjuntos com interseção vazia, a quantidade total
procurada é a soma das quantidades encontradas em cada caso.
P (26, 3) = 15600
8
Então
P (26, 3) 15600
C(26, 3) = = = 2600.
6 6
Podemos generalizar essa relação entre P (n, r) e C(n, r) da seguinte forma:
P (n, r) n!
C(n, r) = = .
r! r!(n − r)!
Notações:
n
nCr, Cr, Crn, (nr) .
Por ora é conveniente dar valores dar valores às combinações C(n, r) para todos os valores
inteiros de n e r. Para tanto, ficaremos com a definição a seguir:
n!
Definição 2.7.3 C(n, r) = 0, caso n, r ou n − r sejam negativos. C(n, r) = r!(n−r)!
em todos
os outros casos.
Observe que as permutações acima quando vistas como circulares são idênticas.
Cada permutação circular do grupo corresponde a 5 permutações lineares. Podemos então
concluir que a resposta pra nosso questionamento é
1 1
P (5, 5) = 5! = 4!.
5 5
A quantidade de permutações circulares possı́veis de n objetos é, então, (n − 1)!
9
Capı́tulo 3
Existem outras maneiras de interpretarmos o que introduzimos no capı́tulo passado como com-
binações. Veremos algumas outras interpretações para o número C(n, r).
Considere os 15 blocos que o homem precisa caminhar como 15 caixas. Devemos preencher
essas caixas com 7 L e 8 N para descrevermos o caminho que ele fará de casa ao trabalho.
Esse problema é resolvido quando escolhemos quais 7 das 15 caixas serão preenchidas com
L’s (o restante será preenchida com N’s) e podemos fazer isso de
C(15, 7)
maneiras.
Por que não temos P (n, r) maneiras de fazer isso?
Seria diferente escolher as 8 caixas para os N’s ao invés das 7 caixas para os L’s?
10
3.2 Permutações com repetições
Acabamos de ver que C(15, 7) pode ser interpretado como o número de permutações de 15
coisas das quais 7 são idênticas e as outras 8 também são idênticas entre si. De forma geral,
C(n, r) pode ser interpretado como o número de permutações distintas de n coisas das quais r
são idênticas e n − r são idênticas.
1. Alocar a letra M;
2. Alocar as quatro letras I;
3. Alocar as quatro letras S;
4. alocar as duas letras P.
11
Propriedade 3.3.1
Essa propriedade é conhecida como Fórmula de Pascal e pode ser descrita de outras manei-
ras.
Propriedade 3.3.2
Com esse tipo de manipulação simples podemos obter novos resultados a partir dos que já
conhecemos.
(a + b)(c + d)(e + f ) = ace + acf + ade + adf + bce + bcf + bde + bdf.
Sua expansão consiste de 8 termos. Por que isso acontece? De quantas maneiras podemos
escolher um termo de cada binômio? Exatamente 8 = 2 · 2 · 2.
Quantos seriam os termos do produto (a + b)(c + d)(e + f )(p + q)(r + s)? Como seriam esses
termos?
Citamos como exemplo
adeqs e bceps.
12
A partir dessas observações vamos olhar para a expansão de (x + y)5 como o produto
A primeira coisa que devemos perceber é que para cada xi y j que aparecer na expansão do
binômio teremos i + j = 5.
Existem 32 maneiras de selecionar 5 sı́mbolos, um de cada parêntesis, para criar um dos
termos da expansão do produto. Mas também existem diferentes maneiras de obter um mesmo
termo como vemos a seguir:
(x + y)5 = C(5, 0)x5 + C(5, 1)x4 y + C(5, 2)x3 y 2 + C(5, 3)x2 y 3 + C(5, 4)xy 4 + C(5, 5)y 5 .
Note que cada combinação C(n, r) nos dá o número de maneiras distintas de escrever r y 0 s
e n − r x0 s em uma linha. Ou seja, o número de maneiras de obter o fator xn−r y r .
Podemos então generalizar essa ideia para
(n fatores).
(x+y)n = C(n, 0)xn +C(n, 1)xn−1 y+C(n, 2)xn−2 y 2 +C(n, 3)xn−3 y 3 +···+C(n, j)xn−j y j +···+C(n, n)y n .
13
3.6 Triangulo de Pascal
Os coeficientes encontrados para as expansões binomiais de (x + y)n formam um padrão inte-
ressante conforme aumentamos o valor de n. Começamos com (x + y)0 = 1 para dar simetria a
tabela abaixo:
• 6 revistas
14
• 5 revistas
• 4 revistas
• 3 revistas
• 2 revistas
• 1 revistas
• 0 revistas
15
Capı́tulo 4
Muitos problemas de análise combinatória (ou contagem) são resolvidos através de refor-
mulações (o problema do caminho, por exemplo). Nessa capı́tulo vamos analisar alguns pro-
blemas que, quando vistos de um perspectiva adequada, se reduzem a problemas envolvendo
combinações.
++−+−+++−+−+−
O problema é fácil de resolver se olharmos pra ele da seguinte maneira: escreva os oito sinais
de + com m’s entre eles e também com m’s no começo e no final da linha:
m+m+m+m+m+m+m+m+m
Dessa forma temos oito sinais de + e nove m’s. Para responder nossa pergunta devemos
escolher, dentre os 9 m’s, quais serão substituı́dos por sinais de - e quais serão descartados.
Podemos fazer essa escolha de C(9, 5) maneiras.
De forma geral, podemos dizer que o número de maneiras de escrever k sinais de + e r
sinais de menos enfileirados de modo que os sinais de menos não ocupem posições adjacentes é
C(k + 1, r).
Note que se r > k + 1 essa combinação vale zero. O que está também condizente com a
solução do problema pois, se r > k + 1 é impossı́vel organizar os sinais de modo que não hajam
sinais de - adjacentes.
Considere agora uma sequencia de dez x’s enfileirados
x x x x x x x x x x.
Suponha que cada x pode ser substituı́do por um sinal de + ou de -. Quantas sequências
possı́veis há?
Dessas, quantas sequencias não possuem sinais de - adjacentes? Para responder a essa
pergunta precisamos considerar as diferentes quantidades de sinais de + e - possı́veis em uma
sequencia de dez sı́mbolos.
16
• 10 sinais de +
• 9 sinais de + e 1 de -
• 8 sinais de + e 2 de -
···
• 5 sinais de + e 5 de -
• 4 sinais de + e 6 de -
···
• 10 sinais de -
+ x x x x···x
− + x x x···x
Definição 4.1.1 Uma sequência é uma função cujo domı́nio é um subconjunto dos números
inteiros formado de inteiros consecutivos. O domı́nio pode ser finito (todos os inteiros entre
dois inteiros dados) gerando uma sequência finita, ou infinito (todos os inteiros maiores ou
iguais a um inteiro dado), gerando uma sequência infinita.
17
Notações:
(an )n≥0
x1 , x2 , x3 , · · · , xn
1
n n∈N
(F (n))n≥0
A função F (n) que discutimos até aqui é uma sequencia de números inteiros.
Definição 4.1.2 Uma relação de recorrência ou definição recursiva é uma fórmula que relaci-
ona cada n-ésimo termo de uma sequência a termos anteriores a ele. Uma definição recursiva
só está completa se, além da relação entre o n-ésimo termo e seus termos anteriores, apresentar
valores iniciais que não deixam espaço para ambiguidade.
A sequencia F (n) que encontramos pode ser definida recursivamente se considerarmos a
equação 4.2 desde que estabeleçamos seus valores iniciais. Para isso consideraremos F (0) = 1
e F (1) = 2 como encontramos através da equação 4.1.
A partir desses dois valores iniciais podemos encontrar o valor de F (n) para todo n ≥
0, n ∈ Z.
A soma dos elementos ao longo das diagonais destacadas resultam nos números de Fibonacci.
Observe que na definição clássica da sequencia (com F (0) = 1 e F (1) = 1) a diagonal que
começa na n-ésima linha nos fornece o F (n).
18
4.2 Equações Lineares com Coeficientes Unitários
Considere as soluções da equação x+y+z+w = 12 nos inteiros positivos. As soluções mostradas
abaixo são consideradas distintas.
Em geral, duas soluções dadas por x1 , y1 , z1 e w1 e x2 , y2 , z2 ew2 só são consideradas iguais
se os valores de cada uma das variáveis coincidem, ou seja, x1 = x2 , y1 = y2 , z1 = z2 e w1 = w2 .
Podemos determinar o número de soluções da equação reformulando o problema da seguinte
forma: Se 12 unidades (denotadas por u’s) separadas por 11 espaços (denotados por s’s) são
enfileirados como abaixo,
u s u s u s u s u s u s u s u s u s u s u s u,
os s’s que ficam separam as 12 unidades em 4 grupos. O número de unidades em cada grupo
pode ser usado como os valores de x, y, z e w que são solução da equação. No exemplo acima
temos x = 2, y = 4, z = 5, w = 1.
Note que qualquer solução possı́vel para a equação dada corresponde a uma seleção de 3 s’s
dentre todos os 11 s’s colocados como separadores das unidades.
Dessa forma podemos afirmar que o número de soluções distintas para a equação é
C(11, 3).
x1 + x2 + x3 + · · · + xk = m
19
temos um total de k − 1 s’s e m u’s para organizar em uma linha. Isso pode ser feito de
C(m + k − 1, k − 1)
maneiras. Ou ainda
C(m + k − 1, m)
maneiras.
x1 + x2 + x3 + · · · + xn = r,
onde cada xi representa a quantidade de itens do i-ésimo tipo que estará em nossa seleção.
Mas nós já conhecemos a quantidade de soluções dessa equação:
C(r + n − 1, r)
ou
C(r + n − 1, n − 1).
Exemplo 4.3.1 De quantas maneiras podemos selecionar três moedas se cada uma delas pode
ser de 1, 5, 10 ou 25 centavos?
x1 + x2 + x3 + · · · + x2 0 = 10.
Sabemos que a resposta para essa pergunta é
C(29, 10).
x + y + z + w = 12
em dois casos: nos inteiros positivos (maiores que zero) e nos inteiros não negativos (maiores
do que ou iguais a zero).
20
Nosso problema agora é determinar, por exemplo, as soluções da equação
x + y + z + w = 48 (4.3)
Se
x + y + z + w = 48
, então
(x − 5) + (y − 5) + (z − 5) + (w − 5) = 48 − 20 = 28
ou seja,
r + s + t + u = 28. (4.5)
Cada solução da equação 4.5 no conjunto dos inteiros positivos é uma solução da equação
4.3 no conjunto dos inteiros maiores que 5. E a relação entre essas soluções é dada pela
transformação 4.4.
A solução x = 6, y = 10, z = 12, w = 20 de 4.3 corresponde a solução r = 1, s = 5, t =
7, m = 15 de 4.5. Abaixo mais exemplos de soluções correspondentes:
21
Capı́tulo 5
Como a cada 5 números um é divisı́vel por 5, dos 6300 números em questão exatamente
6300/5 ou 1260 são divisı́veis por 5. A resposta então é 6300 - 1260 = 5040.
Problema 5.1.2 Quantos inteiros, entre 1 e 6300 não são divisı́veis nem por 5 nem por 3?
Problema 5.1.3 Quantos inteiros, entre 1 e 6300 não são divisı́veis por 5, nem por 3, nem
por 7?
22
Esses problemas ilustram o princı́pio da inclusão e exclusão que dá nome a este capı́tulo.
Suponha que temos N objetos e desses N uma quantidade N1 tem determinada propriedade
que chamaremos de P1 , N2 tem a propriedade P2 , ..., Ni tem a propriedade Pi , ..., Nk tem a
propriedade Pk . Denotemos por Ni,j o número de objetos que possuem as duas propriedades
Pi e Pj , Ni,j,k , o número de objetos que possuem as três propriedades Pi , Pj e Pk (e assim
sucessivamente).
Para calcular a quantidade de objetos que não possui nenhuma das k propriedades acima o
princı́pio da inclusão e exclusão nos dá a seguinte fórmula:
N
−N1 − N2 − ... − Nk
+N1,2 + N1,3 + ...N1,k + N2,3 + ... + N2,k + ... + N(k−1),k
−N1,2,3 − N1,2,4 − ... − N1,2,k − N1,3,4 − ... − Nk−2,k−1,k
···
(−1)k N1,2,...,k
Observe que a quantidade de termos em cada linha é C(k, j) onde a primeira linha equivale
a j = 0, a segunda a j = 1 e assim por diante.
x1 + x2 + x3 + x4 = 20 (5.1)
Em alguma aplicações do princı́pio da inclusão e exclusão existe uma simetria nas proprie-
dades conforme a condição abaixo:
N1 = N2 = ... = Nk
N1,2 = N1,3 = ... = N1,k = N2,3 = ... = Nk−1,k
N1,2,3 = ... = Nk−2,k−1,k
···
Dizemos, então, que as propriedades P1 , P2 , ...Pk são simétricas se o número de objetos que
possuem a propriedade Pi é igual ao número de objetos que possuem a propriedade Pj para
todo i 6= j, i, j ∈ {1, 2, 3, ..., k} . Além disso, o número de objetos que possuem dua propriedades
quaisquer também é sempre igual (Ni,j tem sempre o mesmo valor não importa quem são i e
j), o número de objetos que possuem quaisquer tês propriedades é o mesmo e assim por diante.
Nesse caso podemos resumir o principio da inclusão e exclusão de
N
−N1 − N2 − ... − Nk
+N1,2 + N1,3 + ...N1,k + N2,3 + ... + N2,k + ... + N(k−1),k
−N1,2,3 − N1,2,4 − ... − N1,2,k − N1,3,4 − ... − Nk−2,k−1,k
···
(−1)k N1,2,...,k
para
N − C(k, 1)N1 + C(k, 2)N1,2 − C(k, 3)N1,2,3 + ... + (−1)k C(k, k)N1,2,3,...,k
23
Problema 5.2.2 Quantas soluções existem para a equação
x1 + x2 + x3 + x4 = 26 (5.2)
x1 + x2 + x 3 + · · · + x k = m (5.3)
C(m − 1, k − 1)
−C(k, −1)C(m − c − 1, k − 1)
+C(k, 2)C(m − 2c − 1, k − 1)
−C(k, 3)C(m − 3c − 1, k − 1)
+C(k, 4)C(m − 4c − 1, k − 1)
+···+
(−1)k C(k, k)C(m − kc − 1, k − 1),
24
Pelo princı́pio da inclusão e exclusão (e pela simetria do problema) a quantidade de per-
mutações caóticas de 7 objetos é
D(7) = 7! − C(7, 1) · 6!+ C(7, 2) · 5! − C(7, 3) · 4!+ C(7, 4) · 3! − C(7, 5) · 2!+ C(7, 6) · 1! − C(7, 7) · 0!
Note que
7! 7!
C(7, k) · (7 − k)! = · (7 − k)! =
k!(7 − k)! k!
é a parcela que se repete acima com k ∈ 1, 2, · · · , 7.
Podemos então reescrever a equação acima como
7! 7! 7! 7! 7! 7! 7!
D(7) = 7! − + − + − + − (5.4)
1! 2! 3! 4! 5! 6! 7!
Generalizando:
n! n! n! n!
D(n) = n! − + − + · · · + (−1)n . (5.5)
1! 2! 3! n!
• Lançamento de um dado;
25
Cada um dos resultados descritos acima tem mesma probabilidade de ocorrer. Então esse
espaço é equiprovável e podemos aplicar nossa fórmula.
São 36 resultados possı́veis e só um deles é favorável. Portanto a probabilidade que procu-
ramos é
1
.
36
Problema 5.4.1 Qual é a probabilidade de obter uma cara e duas coroas quando três moedas
são jogadas?
Problema 5.4.2 Se dez moedas caı́rem no chão, qual a probabilidade de haver cinco caras e
cinco coroas viradas para cima?
Problema 5.4.3 Qual é a probabilidade de que seis cartas tiradas aleatoriamente de um baralho
padrão de 52 cartas sejam cartões vermelhos?
Problema 5.4.4 Qual é a probabilidade de obter um total de 13 pontos quando quatro dados
de seis faces são jogados?
26
Capı́tulo 6
Demonstração: Escolha um dos seis pontos, digamos A, sem perda de generalidade, e con-
sidere os segmentos que ligam A a todos os outros pontos. Como temos cinco desses segmentos
27
e apenas duas cores, podemos afirmar, pelo princı́pio da casa dos pombos, que pelo menos três
segmentos são de uma mesma cor. No nosso exemplo temos AB, AC e AE vermelhos.
Consideramos, então, o triângulo formado pelos vértices B, C e E (os mesmos tomados
anteriormente que se ligavam a A por segmentos de mesma cor). Para esse triângulo há duas
opções:
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Agora aplicamos o método da soma ”telescópica”; Isto é, escrevemos a equação f (k)−f (k −
1) seguida de suas contrapartes com k substituı́do sucessivamente por n − 1, n − 2, · · · , 3, 2:
Outro problema que pode ser resolvido com mesma técnica é enunciado abaixo:
Problema 6.3.1 n + k retas, das quais exatamente k são paralelas entre si, nenhum outro
grupo de retas é paralelo e três retas não se cruzam no mesmo ponto, dividem o plano em
regiões. Em quantas regiões o plano é dividido por essas retas?
Seja G(n, k) o número de regiões em que o plano é dividido por k retas paralelas entre si
mais n retas seguindo as regras do problema anterior. Por exemplo, G(1, 2) = 6 e G(2, 2) = 10.
Usaremos um argumento análogo ao anterior para resolver esse problema. Para isso, considere
um número fixo n de retas quaisquer (dentro das regras) e k − 1 retas paralelas. Quando
acrescentamos a k-ésima reta paralela quantas regiões aumentamos? Lembre-se que o número
de regiões acrescidas é igual ao número de retas cruzadas mais um.
Sendo assim,
G(n, k) − G(n, k − 1) = n + 1
pois a k-ésima reta paralela acrescentada cruza todas as n retas.
Note que, ao variarmos o número de retas paralelas, temos sempre um acréscimo de n + 1
retas, pois n retas serão cruzadas.
Temos
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Uma abordagem alternativa seria desenvolver a soma telescópica até o termo G(n, 3) −
G(n, 2). Dessa forma obterı́amos
G(n, 2) = f (n + 1) + n + 1
= (n+1)(n+2)
2
+1+n+1
n2 +3n+2+2n+4
= 2
2
= n +5n+6
2
Então
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Capı́tulo 7
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