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A ADORAÇÃO A DEUS

E Esdras abriu o livro perante os olhos de todo o povo; porque estava acima de todo o
povo; e, abrindo-o ele, todo o povo se pôs em pé. E Esdras louvou o SENHOR, o
grande Deus; e todo o povo respondeu: Amém! Amém!, levantando as mãos; e
inclinaram-se e adoraram o SENHOR, com o rosto em terra.
Neemias 8: 5-6

A adoração consiste nos atos e atitudes que reverenciam e honram à majestade do


grande Deus do céu e da terra. Sendo assim, a adoração concentra-se em Deus, e não
no ser humano. No culto cristão, nós nos acercamos de Deus em gratidão por aquilo
que Ele tem feito por nós em Cristo e através do Espírito Santo. A adoração requer o
exercício da fé e o reconhecimento de que Ele é nosso Deus e Senhor.

BREVE HISTÓRIA DA ADORAÇÃO AO VERDADEIRO DEUS

O ser humano adora a Deus desde o início da história. Adão e Eva tinham comunhão
regular com Deus no jardim do Éden (cf. Gn 3.8). Caim e Abel trouxeram a Deus
oferendas (hb. minhah, termo também traduzido por “tributo” ou dádiva”) de vegetais
e de animais (Gn 4.3,4). Os descendentes de Sete invocavam “o nome do SENHOR”
(Gn 4.26). Noé construiu um altar ao Senhor para oferecer holocaustos depois do
dilúvio (Gn 8.20). Abraão assinalou a paisagem da terra prometida com altares para
oferecer holocaustos ao Senhor (Gn 12.7,8; 13.4, 18; 22.9) e falou intimamente com
Ele (Gn 18.23-33; 22.11-18).

Somente depois do êxodo, quando o Tabernáculo foi construído, é que a adoração


pública tornou-se formal. A partir de então, sacrifícios regulares passaram a ser
oferecidos diariamente, e especialmente no sábado, e Deus estabeleceu várias festas
sagradas anuais como ocasiões de culto público dos israelitas (Êx 23.14-17; Lv 1-7; Dt
12; 16). O culto a Deus foi posteriormente centralizado no templo de Jerusalém (cf. os
planos de Davi, segundo relata 1Cr 22-26). Quando o templo foi destruído, em 586
a.C., os judeus construíram sinagogas como locais de ensino da lei e adoração a Deus
enquanto no exílio, e aonde quer que viessem a morar. As sinagogas continuaram em
uso para o culto, mesmo depois de construído o segundo templo por Zorobabel (Ed 3-
6). Nos tempos do NT havia sinagogas na Palestina e em todas as partes do mundo
romano (e.g. Lc 4.16; Jo 6.59; At 6.9; 13.14; 14.1; 17.1, 10; 18.4; 19.8; 22.19).

A adoração na igreja primitiva era prestada tanto no templo de Jerusalém quanto em


casas particulares (At 2.46,47). Fora de Jerusalém, os cristãos prestavam culto a Deus
nas sinagogas, enquanto isso lhes foi permitido. Quando lhes foi proibido utilizá-las,
passaram a cultuar a Deus noutros lugares, geralmente em casas particulares (cf. At
18.7; Rm 16.5; Cl 4.15; Fm v. 2), mas, às vezes, em salões públicos (At 19.9,10).

MANIFESTAÇÕES DA ADORAÇÃO CRISTÃ.

1. Dois princípios-chaves norteiam a adoração cristã. (a) A verdadeira adoração é a


que é prestada em espírito e verdade (ver Jo 4.23 nota), i.e., a adoração deve ser
oferecida à altura da revelação que Deus fez de si mesmo no Filho (ver Jo 14.6). Por
sua vez, ela envolve o espírito humano, e não apenas a mente, e também como as
manifestações do Espírito Santo (1Co 12.7-12). (b) A prática da adoração cristã deve
corresponder ao padrão do NT para a igreja (ver At 7.44 nota). Os crentes atuais
devem desejar, buscar e esperar, como norma para a igreja, todos os elementos
constantes da prática da adoração vista no NT (cf. o princípio hermenêutico estudado
na introdução a Atos).

2. O fato marcante da adoração no AT era o sistema sacrificial (ver Nm 28, 29). Uma
vez que o sacrifício de Cristo na cruz cumpriu esse sistema, já não há mais qualquer
necessidade de derramamento de sangue como parte do culto cristão (ver Hb 9.1-
10.18). Através da ordenança da Ceia do Senhor, a igreja do NT comemorava
continuamente o sacrifício de Cristo, efetuado de uma vez por todas (1Co 11.23-26).
Além disso, a exortação que tem a igreja é oferecer “sempre, por ele, a Deus sacrifício
de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome” (Hb 13.15), e a
oferecer nossos corpos como “sacrifício vivo, santo e agradável a Deus” (Rm 12.1
nota).

3. Louvar a Deus é essencial à adoração cristã. O louvor era um elemento-chave na


adoração de Israel a Deus (e.g., Sl 100.4; 106.1; 111.1; 113.1; 117), bem como na
adoração cristã primitiva (At 2.46,47; 6.25; Rm 15.10,11; Hb 2.12).

4. Uma maneira autêntica de louvar a Deus é cantar salmos, hinos e cânticos


espirituais. O AT está repleto de exortações sobre como cantar ao Senhor (e.g., 1Cr
16.23; Sl 95.1; 96.1,2; 98.1,5,6; 100.1,2). Na ocasião do nascimento de Jesus, a
totalidade das hostes celestiais irrompeu num cântico de louvor (Lc 2.13,14), e a igreja
do NT era um povo que cantava (1Co 14.15; Ef 5.19; Cl 3.16; Tg 5.13). Os cânticos
dos cristãos eram cantados, ou com a mente (i.e. num idioma humano conhecido) ou
com o espírito (i.e., em línguas; ver 1Co 14.15 nota). Em nenhuma circunstância os
cânticos eram executados como passatempo.

5. Outro elemento importante na adoração é buscar a face de Deus em oração. Os


santos do AT comunicavam-se constantemente com Deus através da oração (e.g. Gn
20.17; Nm 11.2; 1Sm 8.6; 2 Sm 7.27; Dn 9.3-19; cf. Tg 5.17,18). Os apóstolos
oravam constantemente depois de Jesus subir ao céu (At 1.14), e a oração tornou-se
parte regular da adoração cristã coletiva (At 2.42; 20.36; 1Ts 5.17). Essas orações
eram, às vezes, por eles mesmos (At 4.24-30); outras vezes eram orações
intercessórias por outras pessoas (e.g. At 12.5; Rm 15.30-32; Ef 6.18). Em todo
tempo a oração do crente deve ser acompanhada de ações de graças a Deus (Ef 5.20;
Fp 4.6; Cl 3.15,17; 1Ts 5.17,18). Como o cântico, o orar podia ser feito em idioma
humano conhecido, ou em línguas (1Co 14.13-15).

6. A confissão de pecados era sabidamente parte importante da adoração no AT. Deus


estabelecera o Dia da Expiação para os israelitas como uma ocasião para a confissão
nacional de pecados (Lv 16). Salomão, na sua oração de dedicação do templo,
reconheceu a importância da confissão (1Rs 8.30-36). Quando Esdras e Neemias
verificaram até que ponto o povo de Deus se afastara da sua lei, dirigiram toda a
nação de Judá numa contrita oração pública de confissão (cap. 9). Assim, também, na
oração do Pai nosso, Jesus ensina os crentes a pedirem perdão dos pecados (Mt 6.12).
Tiago ensina os crentes a confessar seus pecados uns aos outros (Tg 5.16); através da
confissão sincera, recebemos a certeza do gracioso perdão divino (1Jo 1.9).

7. A adoração deve também incluir a leitura em conjunto das Escrituras e a sua fiel
exposição. Nos tempos do AT, Deus ordenou que, cada sétimo ano, na festa dos
Tabernáculos, todos os israelitas se reunissem para a leitura pública da lei de Moisés
(Dt 31.9-13). O exemplo mais patente desse elemento do culto no AT, surgiu no
tempo de Esdras e Neemias (8.1-12). A leitura das Escrituras passou a ser uma parte
regular do culto da sinagoga no sábado (ver Lc 4.16-19; At 13.15). Semelhantemente,
quando os crentes do NT reuniam-se para o culto, também ouviam a leitura da Palavra
de Deus (1Tm 4.13; cf. Cl 4.16; 1Ts 5.27) juntamente com ensinamento, pregação e
exortação baseados nela (1Tm 4.13; 2Tm 4.2; cf. At 19.8-10; 20.7).

8. Sempre quando o povo de Deus se reunia na Casa do Senhor, todos deviam trazer
seus dízimos e ofertas (Sl 96.8; Ml 3.10). Semelhantemente, Paulo escreveu aos
cristãos de Corinto, no tocante à coleta em favor da igreja de Jerusalém: “No primeiro
dia da semana, cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua
prosperidade” (1Co 16.2). A verdadeira adoração a Deus deve, portanto ensejar uma
oportunidade para apresentarmos ao Senhor os nossos dízimos e ofertas.

9. Algo singular no culto da igreja do NT era a atuação do Espírito Santo e das suas
manifestações. Entre essas manifestações do Espírito na congregação do Senhor havia
a palavra da sabedoria, a palavra do conhecimento, manifestações especiais de fé,
dons de curas, poderes miraculosos, profecia, discernimento de espíritos, falar em
línguas e a interpretação de línguas (1Co 12.7-10). O caráter carismático do culto
cristão primitivo vem, também, descrito nas cartas de Paulo: “Quando vos ajuntais,
cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem
interpretação” (1Co 14.26). Na primeira epístola aos coríntios, Paulo expõe princípios
normativos da adoração deles (ver 1Co 14.1-33 notas). O princípio dominante para o
exercício de qualquer dom do Espírito Santo durante o culto é o fortalecimento e a
edificação da congregação inteira (1Co 12.7; 14.26).

10. O outro elemento excepcional na adoração segundo o NT era a prática das


ordenanças - o batismo e a Ceia do Senhor. A Ceia do Senhor (ou o “partir do pão”,
ver At 2.42) parece que era observada diariamente entre os crentes logo depois do
Pentecostes (At 2.46,47), e, posteriormente, pelo menos uma vez por semana (At
20.7,11). O batismo conforme a ordem de Cristo (Mt 28.19,20) ocorria sempre que
havia conversões e novas pessoas ingressavam na igreja (At 2.41; 8.12; 9.18; 10.48;
16.30-33; 19.1-5).

AS BÊNÇÃOS DE DEUS PARA OS VERDADEIROS ADORADORES


Quando os crentes verdadeiramente adoram a Deus, muitas bênçãos lhes estão
reservadas por Ele. Por exemplo, Ele promete

1. que estará com eles (Mt 18.20), e que entrará e ceará com eles (Ap 3.20);

2. que envolverá o seu povo com a sua glória (cf. Êx 40.35; 2Cr 7.1; 1Pe 4.14);

3. que abençoará o seu povo com chuvas de bênçãos (Ez 34.26), especialmente com a
paz (Sl 29.11);

4. que concederá fartura de alegria (Sl 122.1,2; Lc 15.7,10; Jo 15.11);

5. que responderá às orações dos que oram com fé sincera (Mc 11.24; Tg 5.15);

6. que encherá de novo o seu povo com o Espírito Santo e com ousadia (At 4.31);

7. que enviará manifestações do Espírito Santo entre o seu povo (1Co 12.7-13);

8. que guiará o seu povo em toda a verdade através do Espírito Santo (Jo 15.26;
16.13);

9. que santificará o seu povo pela sua Palavra e pelo seu Espírito (Jo 17.17-19);

10. que consolará, animará e fortalecerá seu povo (Is 40.1; 1Co 14.26;2Co 1.3,4; 1Ts
5.11);

11. que convencerá o povo do pecado, da justiça e do juízo por meio do Espírito Santo
(ver Jo 16.8 nota); e

12. que salvará os pecadores presentes no culto de adoração, sob a convicção do


Espírito Santo (1Co 14.22-25).

EMPECILHOS À VERDADEIRA ADORAÇÃO


O simples fato de pessoas se dizendo crentes realizarem um culto, não é nenhuma
garantia de que haja aí verdadeira adoração, nem que Deus aceite seu louvor e ouça
suas orações.

1. Se a adoração a Deus é mera formalidade, somente externa, e se o coração do povo


de Deus está longe dEle, tal adoração não será aceita por Ele. Cristo repreendeu
severamente os fariseus por sua hipocrisia; eles observavam a lei de Deus por
legalismo, enquanto seus corações estavam longe dEle (Mt 15.7-9; 23.23-28; Mc 7.5-
7). Note a censura semelhante que Ele dirigiu à igreja de Éfeso, que adorava o Senhor
mas já não o amava plenamente (Ap 2.1-5).

2. Outro impedimento à verdadeira adoração é um modo de vida comprometido com o


mundanismo, pecado e imoralidade. Deus recusou os sacrifícios do rei Saul porque
este desobedeceu ao seu mandamento (1Sm 15.1-23). Isaías repreendeu severamente
o povo de Deus como “nação pecadora... povo carregado da iniqüidade da semente de
alignos” (Is 1.4); ao mesmo tempo, porém esse mesmo povo oferecia sacrifícios a
Deus e comemorava seus dias santos. Por isso, o Senhor declarou através de Isaías:
“As vossas festas da lua nova, e as vossas solenidades, as aborrece a minha alma; já
me são pesadas; já estou cansado de as sofrer. Pelo que, quando estendeis as mãos,
escondo de vós os olhos; sim, quando multiplicais as vossas orações, não as ouço,
porque as vossas mãos estão cheias de sangue” (Is 1.14,15). Semelhantemente, na
igreja do NT, Jesus conclamou os adoradores em Sardes a se despertarem, porque
“não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus” (Ap 3.2). Da mesma maneira, Tiago
indica que Deus não atenderá as orações egoí stas daqueles que não se separam do
mundo (Tg 4.1-5). O povo de Deus só pode ter certeza que Deus estará presente à sua
adoração e a aceitará, quando esse povo tiver mãos limpas e coração puro (Sl 24.3,4;
Tg 4.8).
LOUVOR E ADORAÇÃO

Introdução: Qual o objetivo principal das reuniões das Igrejas? Por que vamos aos
domingos ao Templo? O que vamos fazer lá? Muitos, com muita simplicidade,
responderiam espontaneamente: "Ouvir o sermão do pregador."

Esse tipo de resposta acontece comumente, pela falta de informação bíblica sobre o
propósito de Deus para o homem: Ser criado para o louvor da Sua glória (Ef 1:6).
Devemos apresentar a Deus um culto racional (Rm 12:1).

- Muitas vezes, nossa intenção nos cultos não é apresentar-nos a Deus, mas sim,
esperarmos que Deus se apresente a nós através da oração, leitura bíblica,
mensagem, músicas apresentadas e hinos que cantamos. É evidente que Deus se
utiliza de todas essas formas para falar aos corações e nos levar a tomarmos atitudes.
Mas Ele quer que nos apresentemos, para que, OFEREÇAMOS LOUVOR e não,
simplesmente, para que RECEBAMOS ALGO.

- Com o passar dos anos, o materialismo, existencialismo e outras influências que


recebemos da modernidade afastaram dos momentos de adoração a CONTEMPLAÇÃO.
Esta era anteriormente praticada, com freqüência, no meio do povo judeu, no período
bíblico.

É tempo de resgatar a verdadeira adoração. Deus espera de nós uma maior intimidade
com Ele, através do louvor.

1. Definição

De forma geral, os dicionários dizem que "cultuar" ou "adorar" significa "uma


atribuição de honra e glória a quem ou ao que o adorador considera de valor
supremo". Como cristãos, diríamos que "é a veneração ou devoção expressa ao Deus
Trino, em público ou pessoalmente."

2. Formas De Culto

a) O culto carismático - com manifestações emocionais, sonoras, visíveis,


mostrando atitude dos adoradores em relação a Deus. É a livre participação dos que
cultuam, através de gestos, movimentos corporais. gritos de aleluia e cânticos
espirituais. Ex.: Este tipo é, principalmente, identificado em igrejas carismáticas
pentecostais.

b) O culto didático e pedagógico - exercício pela pregação, ensino e exortação. Ex.:


Muitas vezes é praticado por batistas e presbiterianos.

c) O culto eucarístico - valoriza o culto por meio da Ceia do Senhor. A Eucaristia


representa o cerne da aproximação entre Deus e o cultuante. Ex.: Igrejas luteranas,
anglicanas e católicas, principalmente.

d) O culto kerigmático - (vocábulo grego "kerigma" quer dizer: proclamação).


Focaliza a atenção sobre a evangelização dos não convertidos. As diversas partes do
culto são direcionadas aos perdidos, para se entregarem a Jesus.
e) O culto diakonal - Deus é visto no irmão necessitado. As boas obras, a caridade,
os atos de compaixão em favor dos que sofrem, passam a ser expressão de culto ao
Senhor.

f) O culto koinoniático (do grego "koinonia", que quer dizer: comunhão). O culto
concentra-se na comunhão uns com os outros.

2.1 - Perigos

O culto cristão tem sido ameaçado por dois perigos:

a) o formalismo - que sacramenta o modo de adorar a Deus, anulando um contato


vital com Deus.Ex.: Igreja de Éfeso - Perdeu o primeiro amor, caiu no formalismo.

b) uma espontaneidade excessiva - que encoraja a liberdade, desprezando


qualquer forma, criando confusão e desordem.
Ex.: Igreja de Corinto - Amando a liberdade, perdeu a santificação.

2.2 - Veículo

A forma do culto deve ser o veículo adequado para conduzir o adorador a um encontro
real com Deus. O ideal é juntar a forma com a expressão interna do coração,
coadunando isto ao máximo, com a verdade revelada na Bíblia, sobre a pessoa de
Deus.

3. O significado da adoração

"Tu és o meu Senhor, outro bem, não posso senão a Ti somente". (Salmo 16:2)

Adoração deve exprimir a riqueza que Deus representa para o adorador.

3.1 - Nossa visão de Deus afeta nossas atitudes de adoração.

J. B. Phillips, no seu livro "Seu Deus é Pequeno Demais", Ed. Mundo Cristo, SP, pg. 9 a
50, nos dá uma visão desta realidade, onde ele denuncia os conceitos inadequados que
muitos têm sobre Deus, que impedem uma visão correta do Deus verdadeiro.

Exemplos:

O policial Onipresente - transforma sua própria consciência em Deus.


Tal pai, Tal Deus - uma transferência da imagem paterna.
O idoso antiquado - Deus como um velho "Papai Noel".
O manso e suave - Deus, bonzinho e que não repreende.
O Deus dos 100% - quer de nós perfeição absoluta.
O Deus do escapismo - busca a Deus somente na hora dos problemas.
O Deus capturado - Igrejas que "capturam" Deus para suas 4 paredes, achando que
são objetos exclusivos do Seu amor.
O Deus Diretor-Presidente - aquele que é grande demais para se importar com...
O Deus "de segunda-mão" - conhecemos a Ele pelo que os outros nos dizem.
O Deus "da desilusão" - o culpado por uma oração não respondida, da tragédia
imerecida, deus que é "desmancha-prazeres".
O Deus "Negativo" - pessoas que têm um "masoquismo espiritual", achando que
Deus não lhe permitirá serem expansivos, alegres e bem sucedidos.
Imagem Projetada - enxergam a Deus através da imagem que têm de si próprios.
O Deus "da barganha" - só obedecem a Ele em troca de benefícios.

Quando temos uma visão deturpada sobre Deus, nossa adoração será distorcida.
Precisamos conhecer Sua natureza e caráter, para adorá-lo de maneira mais
significativa.

DICK EASTMAN, no seu livro "Digno de Louvor", Ed. Betânia, apresenta-nos alguns
atributos de Deus, com sugestões práticas para um louvor semanal, onde a cada dia é
ressaltado um atributo divino. Exemplo:

1ª Semana: Deus Pai, Tu és AMOR.


És ETERNO e SINGULAR.
Tu estás PRESENTE.
És IMACULADO, GLORIOSO e GRANDIOSO.

2ª Semana: Deus Pai, Tu és SANTO.


És EXCELSO e FORTE.
És DIGNO DE CONFIANÇA.
Possuis SUFICIÊNCIA.
És INCOMENSURÁVEL e SÁBIO.

3ª Semana: Deus, Tu és MAJESTOSO.


És CRIADOR, POTENTE e CONSTANTE.
Tu estás AO NOSSO ALCANCE.
És GENEROSO e CAPAZ!

4ª Semana: Deus Pai, Tu és JUSTO.


És INVENCÍVEL, BELO e BONDOSO.
Tu RESPONDES quando clamamos.
És IMUTÁVEL e PERDOADOR.

5ª Semana: Deus Pai, Tu és FIEL e RETO.


És RADIOSO e PODEROSO.
És SAÚDE, SEGURANÇA e PAZ.

6ª Semana: Deus Pai, Tu és MISERICORDIOSO.


És ALEGRIA, és INFINITO e ESTÁVEL.
És MARAVILHOSO, ACESSÍVEL e SOBERANO.

7ª Semana: Deus Pai, Tu és VERDADEIRO e PACIENTE.


És CONHECEDOR de todas as cousas
És COMPLETO, VITORIOSO e BOM.
Tu és CHEIO DE GRAÇA.

3.2 - Adoração é Meditação e Celebração.

A meditação nos prepara para gozarmos da comunhão com Deus. É o tempo que
usamos a imaginação para trazer à mente tudo o que Deus já fez e fará por nós.
A meditação produz a expectativa que alimenta a esperança do adorador, que resulta
num culto alegre e de celebração. Conseqüentemente, nossos cultos na igreja devem
ser elaborados visando também expectativas dos ouvintes: participação e entusiasmo.

3.3 - Adorar é render-se (do grego: "proskuneo").

Reconhecer a nossa inferioridade e a superioridade de Deus, colocando-nos à Sua


inteira disposição. A idéia básica é a de submissão. O gesto de curvar-se diante de
uma pessoa e ir até o ponto de beijar os seus pés.

Ex.: a intenção de Satanás na tentação de Jesus (Mt 4:9, Lc 4:7-8). Jesus responde:
"Ao Senhor Teu Deus adorarás (proskunesis) e só a Ele darás culto (Mt 4:10).

3.4 - Adorar é servir (do grego "latreia")

Este termo é usado por Paulo em Rm 12:1, para descrever o corpo entregue a Deus
como sacrifício vivo, santo e agradável. Ofertar a Ele toda a nossa potencialidade,
capacidade, inteligência, energia, experiência e dedicação. Servir, como
reconhecimento da transformação que Ele operou em minha vida. Ele merece o melhor
do meu serviço, como forma de gratidão.

3.5 - Adorar é reverenciar (gr. "sebein") a Deus, com temor (gr. "phobos")

O verdadeiro adorador, tem uma reverente preocupação de fazer o que agrada a Deus,
e fugir do que agrada ao diabo. João relata : "Sabemos que Deus não atende a
pecadores, mas pelo contrário se alguém teme a Deus (gr. "theosebes", que tem a
mesma raiz de "sebein") e pratica sua vontade, a este atende" (Jo. 9:31).

Temos de reconhecer não apenas a Sua bondade, como também Sua severidade (Rm
11:2 - considerai a bondade e a severidade de Deus). Reconhecer Sua justiça (Hb
10:31) - terrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo). A santidade de Deus nos
estimula a obedecê-lo (1 Pe. 1:16 - sede santos, porque Eu Sou santo).

3.6 - Adorar é realizar serviço sacerdotal (do grego: "leitourgeo").

O serviço dos sacerdotes no templo foi superado com o sacrifício de Cristo, o Sumo-
Sacerdote, na cruz (Hb 7:26-28).

Paulo oferecia seu serviço pastoral às igrejas, como uma oferta aceitável a Deus (Rm
15:16).

A obtenção de fundos para os carentes da igreja de Jerusalém chama-se "leitourgia" (2


Co 9:12) .

Os cristãos, quando servem aos irmãos, motivados pelo amor a Deus, exercem a
"leitourgia" (At 13:2). Quem serve a Deus serve a igreja e vice-versa.

4. OS REQUISITOS DA ADORAÇÃO
4.1 - Amor de todo o coração – uma adoração que se realiza sem objetivo de
expressar o nosso amor a Deus (Rm 11:36) falha completamente. Deixa de ser culto a
Deus, pois carece da essência, que é o amor. Seu mandamento requer de nós que O
amemos de todo coração e alma (Mt. 22:37). A adoração da igreja cumprirá seu
objetivo se o louvor, a oração, a mensagem e a música atraírem o coração para a
beleza de Deus, revelada na criação, na redenção e na regeneração, através de Cristo.
Quando adoramos, só devemos ficar satisfeitos se expressarmos amor ou se nosso
culto revelar toda a preciosidade do Senhor.

4.2 - Amor Integral de Mente – (do grego "dianoia"- significa a capacidade de


pensar e refletir.) A adoração deve ocupar a mente de maneira a envolver a meditação
e consciência do homem. Amar a Deus com entendimento (Mc 12:30). Caso contrário,
a adoração torna-se uma mera satisfação de ter se apresentado diante de Deus (como
o empregado que bate seu cartão no relógio de ponto da fábrica). Apresentou-se no
culto e está livre por mais uns dias. Fez seu ato sacrificial, saboreou o alívio da missão
cumprida e agora está pronto para receber a proteção divina. Precisamos que o
Espírito derrame Seu amor em nosso íntimo (Rm 8:14; 5:5) e nos conceda o "Espírito
de Sabedoria e de Revelação no pleno conhecimento dEle"(Ef 1:17-18), para adorá-Lo
com consciência total (Jo 4:23-24).

4.3 - Todo nosso esforço – Em Mc 12:30, o mandamento requer toda a força do


adorador. O termo "força" ("ischuos") implica no corpo físico desenvolver sua
capacidade, talento e força de ação. Significa "gastar suas energias físicas em atos de
amor a Deus".

JOHN COMENIUS, no passado, escreveu: – "Porque aquele que ama a Deus com todo
o seu coração, não necessita de prescrições para saber quando, onde e quanto deve
serví-Lo, adorá-Lo e cultuá-Lo. Porque a união sincera com Deus, juntamente com a
prontidão de obedecê-Lo, conduz a louvá-Lo através do seu ser e a glorificá-Lo por
meio de todos os seus atos."

4.4 - O passo da busca – a adoração requer que procuremos a Deus


voluntariamente, sintamos a necessidade de estar perto dEle. Nossa alma deve sentir
a necessidade de comunhão com Deus, assim como nosso físico manifesta o apetite
por alimentos (Sl 42:1; 53:1; 84:2). Quando nos falta este desejo de estar com Deus,
a adoração que prestamos não passa de uma "fachada espiritual", de uma
religiosidade externa.

4.5 - Auto-avaliação e arrependimento – adoração sem arrependimento não


agrada ao Senhor. Ele Se agrada do culto que Lhe é prestado por um espírito
quebrantado e um coração contrito (Sl 51:16-17). Arrependimento não é apenas sentir
pesar por termos errado. Trata-se de uma mudança de atitude ("metanoia"-
transformação de mente). O Espírito de Deus nos ajuda a descobrir os pecados mais
secretos, para depois confessá-los e sermos perdoados (1Jo 1:9), pois abriremos
caminhos para a adoração.

4.6 - Fé – "Sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele


que se aproxima de Deus creia que Ele existe e que recompensa os que O buscam"(Hb
11:6). A palavra "aproximar-se" no texto é um termo técnico para adoração, isto é,
"aproximar-se a Deus em adoração, com certeza de que Ele existe e não falhará
comigo", conforme Hb 11:1. Adorar com fé é fazê-lo confiando em suas promessas.
Quando adoramos a Deus com fé, agradamos ao Seu coração. Esta alegria não é
estática, aumenta à medida que O adoramos. Quando prestamos culto a Deus
devemos perguntar: – "Deus está satisfeito com o culto a Ele oferecido?"

5. OS EFEITOS DA ADORAÇÃO

5.1 - Segurança – a adoração fortalece a confiança íntima (Fp 4:6-7). É uma


"terapia" que levanta nossos olhos para o horizonte e nos faz andar confiantes e
esperançosos (Sl 37:5; Pv 3:5-6).

5.2 - Comunhão – a adoração nos aproxima de Deus e das pessoas (1 Jo 1:3). Faz
desaparecer as barreiras entre os irmãos (At.2:4).

5.3 - Visão Transformada – quando vivemos na presença de Deus, temos nossa


visão do mundo mudada. O resultado da íntima comunhão com Deus, cria em nós o
desejo de colocar a honra de Deus acima da própria segurança física.

5.4 - Evangelização – um culto digno do Senhor, faz crescer em nós o desejo de


testemunhar de Jesus Cristo e anunciar as boas novas. Jesus convidou os discípulos a
seguirem-nO (Mt 4:19; Mc 1:17; Lc 5:10), mas os enviou sem obrigá-los a ir (At.1:8).
A comunhão com Ele e o Seu poder motivou toda a realização da tarefa missionária.

6. OBSTÁCULOS À ADORAÇÃO

6.1 - Atitude Incoerente – um espírito ferido, amargurado, de incredulidade, ou


ressentimento, ou vingança, cobrança pela dívida moral do passado de outro,
impedem uma adoração real. É necessário retirar do íntimo todo e qualquer espírito
faccioso se pretendermos nos aproximar de Deus (Mt 5:23-24).

6.2 - Falso Ritualismo e Tradicionalismo – toda prática que faz parte da liturgia das
igrejas teve sua origem em boas intenções. Entretanto, o bom desejo por um culto
ordeiro, muitas vezes acarreta na implantação de atividades que, com o tempo, vão
sendo exercidas mecanicamente. Tornam-se uma porta aberta para um falso
ritualismo, um mero exercer automático de atividades religiosas, bem como uma
crescente convivência com a hipocrisia. Devemos lembrar que Deus examina nossas
intenções mais íntimas, muito antes de começar a adorá-lO. Portanto, se há hipocrisia,
o Senhor exige arrependimento e a volta à Sua Palavra, não aceitando o continuismo
de rituais e tradições desprovidos da verdade.

6.3 - A Rotina – assim como em nossa vida surgem hábitos que regulam o nosso dia-
a-dia, com muita facilidade a rotina pode caracterizar os cultos. Estes tornam-se
monótonos, com repetições cansativas, sendo um obstáculo à adoração.

Quando a rotina toma conta, o adorador precisa estar disposto a pensar, a mudar os
hábitos estéreis e revitalizar o "resto que estava para morrer" (Ap 3:2).

Quem se "acostuma" com Deus será condenado por causar-lhe cansaço, como
aconteceu com Israel no tempo de Isaías (Is 1:14).

6.4 - Amor às coisas do mundo – as vaidades humanas, os prazeres, pessoas, lugares,


desejos e pensamentos que consciente ou inconscientemente tomam o primeiro lugar
de Deus, nos impedem de adorar ao Senhor em espírito e em verdade. "Se você se
encontra amando qualquer prazer mais do que as orações ou a Bíblia, qualquer casa
mais do que a de Deus, qualquer pessoa mais do que Cristo, você está correndo o
perigo do mundanismo" (citação de Guthrie, registrada em "Adoração Bíblica", p.131,
Ed. Vida Nova, Dr. Russell Shedd).

6.5 - Pecado não confessado – somente após a confissão do pecado, tendo a confiança
no sangue purificador de Cristo, teremos livre acesso ao Trono da Graça (Hb 4:16). No
Velho Testamento, antes do sacerdote oferecer sacrifícios a Deus pelo pecado dos
outros, ele era obrigado a purificar-se por seus pecados (Ex. 30:17-20).

6.6 - O Desinteresse e a Ingratidão – a época em que vivemos, notabiliza-se pelos


grandes empreendimentos e mudanças rápidas. Os meios de comunicação (rádio, TV e
jornais), aprimoram-se para cativar cada vez mais as nossas mentes. Muitos cristãos
com isto, mostram desinteresse pelos valores eternos, ocupando seu tempo e mentes
com seus interesses e preocupações, deixando pouco espaço para os elementos da
adoração: louvor, comunhão, oração e gratidão.

6.7 - A Preguiça e a Negligência – os motivos que geram a preguiça são comuns: sono,
o contágio por outros preguiçosos, e um ambiente onde o culto não é valorizado. A
pessoa desmotivada, deixa alguma coisa ocupar o lugar de prioridade, que antes
pertencia ao Espírito. Ocorre a diminuição da "fome" pela comunhão com o Senhor.
Como conseqüência natural, vemos um aumento da negligência às coisas de Deus. O
irmão André (Missão Portas Abertas) disse que é mais fácil "esfriar" um fanático do
que "esquentar" um cadáver.

6.8 - Repressão Satânica – o inimigo detesta ouvir as pessoas louvando a Deus. Foi o
profundo ciúme de Satanás em relação a Deus que causou sua queda. Ele tenta
desanimar e suprimir todo louvor dirigido a Deus por parte dos crentes sinceros.

7. OS CONTRASTES DA ADORAÇÃO DO VELHO E NOVO TESTAMENTO

7.1 - A Adoração e o Tempo

O culto em Israel no Velho Testamento, foi divinamente determinado (Nm 29:39).


Estes cultos eram considerados partes centrais na adoração a Deus. Os eventos
passados, nos quais Deus agira, nunca deveriam ser esquecidos. Havia o sacrifício
diário, o descanso do sábado, os primeiros dias do mês e as cinco festas anuais do
período pré-exílio, além do ano do jubileu.

Para os cristãos da Nova Aliança com Deus, as "festas fixas" também chamadas de
"tempos designados" foram rompidos. O tempo é fundamental por causa da salvação
que Deus proporcionou na História ( em grego "kairós"). O tempo perdeu seu
significado sacro, a visão cristã santificou todos os tempos.

A Igreja Judaica continuou a observar os sábados e celebrar as festividades, mas a


motivação era meramente um fenômeno cultural.

A celebração cristã do significado da cruz, que liberta o homem do pecado, transpõe ao


tempo e deve ser contínua. O mundo físico e material deve ser encarado do ponto de
vista espiritual. Não há mais diferença sobre o momento do mais apropriado para
adoração. Toda nossa vida, quer seja o trabalho, a profissão ou nossas atitudes de
oração, cantar, ir à igreja, tudo deve ser uma celebração da nossa vida em Cristo.

7.2 - O Templo

No antigo Israel, Deus escolheu locais especiais para Se revelar no decorrer da


história. O Santo dos Santos, o Tabernáculo e o Templo, foram lugares de adoração.
Com a vida ressurreta de Jesus e a descida do Espírito Santo, anularam-se as
distinções geográficas "santas". A Glória de Deus ("Shekinah"), antes localizada no
Templo, agora habitaria no Filho (Jo 1:14) e seria compartilhada com todos os que
nEle habitam (Jo17:22).

Paulo identifica a Igreja com aqueles que em todo lugar invocam o nome do Senhor
Jesus Cristo (1 Co 1:2), presumivelmente na assembléia dos santos. Os membros da
Igreja precisam se reunir para se edificarem uns aos outros (1 Co 14:26).

7.3 - O Sacrifício

No Antigo Pacto, sacerdote e pecador se uniam para oferecer a Deus uma vítima
sacrificial propiciatória.

Do ponto de vista cristão, todo sacrifício animal é contrastado com a morte expiatória
de Cristo. Apenas através do Servo Sofredor, o Filho de Deus, é que qualquer pecador
tem livre e pleno acesso à presença de Deus (Rm 5:1; Hb 10:19). Cabe aos crentes a
gratidão pelo sacrifício de Cristo na cruz.

7.4 - O Sacerdócio

O sacerdócio sob a Antiga Aliança, unido ao Templo, sacrifica e festeja como uma
parte essencial ao rito estabelecido por Deus, através do qual Seu povo poderia adorá-
Lo. Os sacerdotes eram pontes vivas entre o Deus Santo e o homem pecador. Deus
tinha confiado a Israel Seus oráculos (Rm 3:2), a nação foi consagrada como um
"reino de sacerdotes" (Ex 19:6). A missão de Israel consistia em tornar o nome e a
vontade de Deus conhecidos por todas as nações.

Pela sua união com Cristo, a Igreja tornou-se um "reino" e seus membros, sacerdotes.
O Novo Israel tem a responsabilidade de executar a missão original do Antigo Israel,
isto é, proclamar as "virtudes daquEle que vos chamou das trevas para Sua
maravilhosa luz"(1Pe 2:9).

A Igreja também, como os sacerdotes, foi consagrada para ministrar em favor dos
homens, através da intercessão.

Outro ministério sacerdotal da Igreja, é o de ajuda mútua. Nas páginas do Novo


Testamento, acumulam-se cerca de 35 exemplos de responsabilidade mútua, indicados
pela frase "uns aos outros".

O Novo Testamento nos desafia a nos apropriarmos do verdadeiro conceito de


adoração. Todos os pensamentos, palavras e atos devem ser realizados como
adoração, porque o Cordeiro é "digno de receber o poder, a riqueza e a sabedoria,
força, honra, glória e louvor" (Ap 5:12).
Para Sua honra, glória e benção, falamos, escrevemos, trabalhamos, brincamos,
comemos e dormimos, pois Ele é digno de toda força da vida que pulsa dentro de nós
(1 Co 10:31 - portanto, quer comais, quer bebais ou façais qualquer coisa, fazei tudo
para a glória de Deus).

8. A PRÁTICA DA ADORAÇÃO

Deus nos ensina, por toda a Sua Palavra, que MUITAS são as formas de adorá-lO.

Por que o Senhor não escolheu UMA ÚNICA FORMA de Adoração ? Exatamente porque
sendo Ele o Criador dos seres humanos, sabe da diversidade que há quanto a
PREDILEÇÕES, TEMPERAMENTOS, TALENTOS e CULTURAS. Deus nos criou com estas
diferenças !

Assim sendo, as maneiras de expressar Adoração, também são diferentes ! Alguns,


identificam-se mais com algumas formas; outros, sentem-se mais à vontade, louvando
de outra forma.

Apesar de APROVAR as diferenças na Adoração, Deus também prega a UNIDADE DO


CORPO, e que devemos nos "esforçar diligentemente" para preservá-la, no vínculo da
paz (Ef. 4:3).

Para o bem da UNIDADE, devemos entrar em acordo : não deveríamos fazer


julgamentos precipitados, das pessoas que não têm as mesmas preferências que nós
temos, quanto à forma de adorarem ao Senhor.

Um dia, perceberemos que PODEMOS louvar a Deus lado a lado, mesmo através de
FORMAS DIFERENTES de Adoração. Esta diferença, bem dirigida e orientada ao
RESPEITO MÚTUO, trará riqueza, profundidade e maturidade ao Louvor.

O Senhor, no entanto, não abre mão do CONTEÚDO da Adoração : "Mas, vem a hora e
já chegou, em que os verdadeiros adoradores, adorarão o Pai EM ESPÍRITO E EM
VERDADE; PORQUE SÃO ESTES QUE O PAI PROCURA PARA SEUS ADORADORES" (Jo.
4:23).

A Bíblia nos relata várias formas de expressão. Algumas, calmas; outras, vigorosas.
Mas TODAS GLORIFICAM A DEUS. Entre elas :

NA QUIETUDE

Sl 46:10 "aquietai-vos e sabei..."

Mt 6:6 "no silêncio do quarto..."

COMPARTILHANDO

Sl 9:1 "louvar e testemunhar os feitos do Senhor"

Sl 105:2 "cantar e narrar Suas maravilhas"

CANTANDO
Sl 28:7 "com o meu canto O louvarei"

Sl 89:1 "cantarei para sempre"

SALMODIANDO

Sl 30:4 "citar salmos"

Sl 47:6 "salmodiarei a Deus"

COM INSTRUMENTOS

Sl 149:3 - louvor instrumental

Sl 150:3-5 - variedade de instrumentos

COM PALMAS

Sl 47:1 - sinal de alegria e júbilo

Sl 98:8-9 - a criação é conclamada a louvar

COM EXPRESSÃO CORPORAL

Sl 150:4 – movimento rítmico, acompanhado por adufes

Ex 15:20-21 - música, dança e cântico (Miriã)

2 Sm 6:14-15 – Davi dança com vigor, seriedade, alegria e música diante de Deus

COM MÃOS LEVANTADAS

Sl 134:2 "levantai as vossas mãos no Santuário..."

Sl 143:6 "estendendo para Ti as minhas mãos..."

COM OS LÁBIOS

Sl 63:3 "...os meus lábios Te louvarão"

Sl 119:171 "profiram louvor os meus lábios..."

COM ACLAMAÇÃO

Dicionário Aurélio – aclamar : "aprovar entusiasticamente, por meio de brados ou


aplausos"

Sl 98:4 "aclamai, regozijai-vos..."


COM AÇÕES DE GRAÇAS

Sl 147:7 "cantai ao Senhor em ação de graças"

Sl 92:1 "bom é render graças ao Senhor..."

Sl 136:1 "dai graças ao Senhor, porque Ele é bom."

BENDIZENDO

Sl 134:1 "eis aqui, bendizei ao Senhor..."

ORANDO

Fp 4:6 "diante de Deus, pela oração e súplica, com ações de graças."

9. A MÚSICA NA ADORAÇÃO

A Música é uma das muitas maravilhas que Deus, o Criador de todas as coisas, nos
permitiu conhecer. Em Sua soberania, aprouve ao Senhor dar aos homens a
capacidade de desenvolver novos sons e novas melodias. Nestes termos, cada raça,
região ou país expressa-se através de uma linguagem musical que, curiosamente,
pode ser apreciada pelas demais raças e nações. Assim sendo, temos o direito de não
gostar, mas também temos o dever de respeitar por tratar-se de um símbolo universal
e cultural de expressão.

No meio evangélico, entretanto, parece que a utilização e o desenvolvimento da


Música, como um dos meios de adoração ao Senhor ou como meio de evangelização,
tem sido motivo de polêmica, radicalização e polarização, principalmente no que tange
à modernização.

Alguns mais afoitos e exaltados, apressam-se a execrar certos ritmos, procurando


descobrir em suas origens, ligações demoníacas. O próximo passo, então, é a
generalização, abominando tudo o que "novo" como sendo uma ameaça aos melhores
padrões cristãos. De outro lado, estão os que não menos radicais, desejam "implodir"
o nosso passado musical. "Mordidos" por uma xenofobia absurda, tentando implantar
"no peito e na raça" suas idéias, mas sem o ingrediente principal que mantém o Corpo
de Cristo unido: o amor (1 Co 13).

Nestas horas é que muitos pensam: "Que confusão! Quem afinal está com a razão? Por
que Deus não nos deixou uma Bíblia Musical, com todas as notinhas que
determinassem qual é a música do céu e a do inferno, juntamente com uma relação de
instrumentos sacros e outra de profanos?"

Arrisco-me a sugerir que o Senhor não nos deixou a tal Bíblia Musical, justamente para
que de todas as raças, povos, tribos e nações surgissem louvores sinceros, exaltação
verdadeiras, todas impregnadas de criatividade cultural, peculiar a cada região do
planeta. O Senhor quer a adoração que traduza o sentimento e a decisão do mais
profundo de nosso ser, feita em Espírito e em Verdade.
Como agimos, então? Não há parâmetros para a música como meio de adoração?
Claro que há! Se Deus não nos deixou uma Bíblia Musical, é porque nossa informação
e parâmetro virão da carta que Ele nos deixou: A BÍBLIA SAGRADA.

Há tanto o que aprender com a música e a adoração no Velho e Novo Testamento


(mesmo sem notas musicais). Posso destacar que a música é encontrada desde o
Gênesis, sendo que percebemos, com a progressão da revelação de Deus, que a
música e os músicos vão se organizando. O número de instrumentos relacionados é
crescente. Não estagna, nem decresce. Até o ponto do salmista declarar
explosivamente "todo ser que respira, louve ao Senhor", exatamente após uma das
maiores relações de instrumentos de sua época.

A base para o nosso louvor e adoração está na Bíblia, no entanto, aprendemos sobre a
música, como veículo deste louvor, através de toda História da Igreja Cristã.

Destacamos a música na época das perseguições, onde o louvor era levantado em


meio às dentadas dos famintos leões das arenas romanas. Aprendemos também com a
música anterior à Reforma, executada, principalmente pelo clero (destacando-se o
canto Gregoriano); a popularização musical incentivada por Lutero, que foi buscar na
cultura secular subsídios para suas composições sob o princípio de que "não se deve
deixar que o diabo tenha todas as boas melodias".

Aprendemos com o progresso da música erudita, com a música européia e americana.


Vibramos com a música trazida pelos primeiros missionários chegados ao Brasil e com
a confecção dos cancioneiros evangélicos.

Todo este processo de aprendizagem, ocorrido na História da Igreja tem duas


características:

É um processo acumulativo, ou seja, o conhecimento anterior é básico para o que vem


adiante.

É um processo aberto para o novoÉ um processo aberto para o novo, que sempre
retira da modernização (novos estilos, instrumentos, harmonias, etc.) o que há de
melhor, pois o nosso Deus não merece menos que isso. Um exemplo positivo disto foi
Martinho Lutero.

Como podemos ver, a música é uma arte que não envelheceu, justamente porque não
anula o seu passado, que é a base para o seu futuro. Ao mesmo tempo, é sempre
atual, pois retrata o conhecimento, as tendências e a cultura do seu tempo, numa
reciclagem permanente.

Qual deve ser o nosso posicionamento como membros do Corpo de Cristo e filhos de
um mesmo Pai? Precisamos fazer uma auto-avaliação para que verifiquemos se há
radicalismos em nosso meio, seja pró-modernização, seja pró-estilo do passado, pois
não há base bíblica para nenhum deles. A base de todo radicalismo não é,
positivamente, o amor, que é o vínculo da perfeição e muito menos a paz de Cristo
que deve ser o árbitro nos corações (Cl 3:12-17).

Devemos, então, exercitar uma flexibilidade bilateral, baseada no amor, onde não
apenas o jovem ceda, para evitar discussões desagradáveis e divisão na Igreja, mas
onde também os mais velhos compreendam o desejo dos jovens em traduzir o seu
louvor em sons que caracterizem os dias de hoje, sempre utillizando tudo o que temos
de bom do passado e do presente. Afinal, não temos um Deus que aceita o louvor dos
mais velhos e outro Deus que aceita o louvor dos jovens. Nosso Deus é um, e Ele quer
que nós, como Igreja, busquemos ardentemente, viver em unidade e amor para o
louvor da Sua Glória (Ef 1:12; 4:1-3; Fp 4:2-5; Jo 17:20-21).

COMO PREPARAR O LOUVOR CONGREGACIONAL

1. Qualidade do dirigente Dirigir o louvor é um ministério específico. Nem todos


têm esta habilidade. Em geral, alguns pastores não têm esta capacidade
específica. Sendo assim, eles deveriam encontrar alguém na congregação, que
possua este dom e deixarem a liderança desta área com esta pessoa. Ser um
adorador. É necessário que alguém que leve outros à adoração tenha
anteriormente exercido a prática da adoração em toso os seus requisitos. Sua
vida pessoal deve ser coerente com o que ele fala e prega nos momentos de
louvor congregacional. Maturidade espiritual. É preciso ser uma pessoa
equilibrada emocional e espiritualmente. Tenha uma vida comprometida com
Deus, mantendo a leitura da Bíblia e a oração práticas regulares em sua vida. A
sua comunhão com Deus, o ajudará a discernir o que o Espírito Santo quer que
ele transmita à congregação. Ele deve ser um exortador, alguém que possa
motivar e animar os crentes. Humildade genuína. Um bom dirigente sempre
busca "esconder-se atrás da cruz". O centro do louvor é Cristo. Ao invés de
focalizar a atenção das pessoas em si mesmo, o dirigente do louvor deve
sempre buscar focalizar a atenção na pessoa de Cristo. Preparação em oração.
Antes do culto, o dirigente deve passar algum tempo sozinho em oração.
Durante a semana deve estar em oração, para receber a orientação do Espírito
Santo sobre qual tema abordar no louvor.
2. Preparando o louvor Se possível, entrar em contato com o pregador para
verificar o tema da pregação. Ex.: Ansiedade, Graça de Deus, Perdão, etc.
Decidir se o louvor terá como tema o mesmo assunto da pregação ou outro
tema paralelo. Escolher as músicas de acordo com o tema pré-estabelecido.
Num tempo de aproximadamente 30 minutos de louvor não colocar mais do
que duas músicas desconhecidas. Variar os tipos de músicas. Usar salmos,
hinos e cânticos. Dosar músicas lentas e rápidas. Se possível, abrir espaço para
compartilhar e orar. Não confundir ministração com pregação. Fale pouco.
Dirigir o louvor, é como se fossemos um guia turístico. Levamos o povo a
experimentar o gozo da ante-sala dos céus. É preciso levar o povo a meditar
sobre as letras das músicas. Enfatizar que o louvor não se limita a um tempo de
música, mas sim, a um estilo de vida diário. Louvor sem unidade não existe.
Devemos toma cuidado com a maneira de conduzir o louvor, de acordo com a
igreja e com o público presente. Ensine todas as maneiras e formas de
expressão que a Bíblia nos autoriza usar. Não manipule o povo à alguma delas.

Fim.

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