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1 Samuel 24

1 Samuel 24 narra um encontro entre Davi e Saul no deserto de En-Gedi. Aqui está um
resumo do conteúdo de 1 Samuel 24:

1. Saul persegue Davi: O capítulo começa com Saul perseguindo Davi incansavelmente no
deserto de En-Gedi. Saul está determinado a capturar David e pôr fim à aparente ameaça que
ele representa ao seu reinado.

2. A Oportunidade de Davi: Enquanto o exército de Saul descansa em uma caverna, Davi e


seus homens se encontram na mesma caverna, mas na parte mais interna dela. Os homens de
Davi o encorajaram a tirar vantagem da situação, sugerindo que esta poderia ser uma
oportunidade do Senhor para lidar com Saul.

3. Davi poupa Saul: Davi se aproxima de Saul e corta uma ponta de seu manto sem que
Saul perceba. Ele então se sente culpado por prejudicar o rei ungido do Senhor e se abstém
de tomar outras medidas. Em vez disso, Davi repreende seus homens por sugerirem violência
contra Saul.

4. O Discurso de Davi a Saul: Depois que Saul sai da caverna, Davi o chama de uma
distância segura e apresenta a ponta do manto de Saul que ele havia cortado. Davi explica
que teve a oportunidade de prejudicar Saul, mas optou por não fazê-lo, enfatizando sua
lealdade e retidão.

5. Saul reconhece a justiça de Davi: Saul responde emocionalmente, reconhecendo que


Davi é mais justo do que ele. Ele reconhece que Davi poupou sua vida apesar de ter sido
perseguido por ele e pronuncia uma bênção sobre Davi.

6. O Arrependimento de Saul: Saul implora a Davi para não eliminar seus descendentes, e
Davi concorda em não destruir a família de Saul. Saul reconhece que Davi realmente se
tornará rei e pede que Davi não corte seu nome ou descendentes.

7. A garantia de Davi: Davi assegura a Saul que não tem intenção de prejudicar a ele ou à
sua família, e eles se separam. Davi continua escondido no deserto, enquanto Saul volta para
casa.

1 Samuel 24 ilustra o caráter de Davi e seu respeito por Saul como rei ungido, mesmo
quando ele tem uma clara oportunidade de prejudicá-lo. Também destaca o reconhecimento
de Saul da justiça de David e a tensão entre os seus papéis como futuros e atuais reis de
Israel. O encontro entre Davi e Saul na caverna de En-Gedi é um momento crucial no
conflito em curso.

Significado

24.1, 2 Cumes das penhas das cabras monteses é o outro nome dado à área de En-Gedi.
24.3 E chegou a uns currais de ovelhas. A noite, os pastores daquela região árida juntavam
as suas ovelhas e as protegiam dentro de uma caverna fechada. Uma parede baixa de pedra
impediria as ovelhas de saírem. O pastor deveria se posicionar à entrada do curral para
guardá-las dos animais de rapina e dos ladrões. Não raro, cavernas com uma parede
construída na sua entrada serviam de curral nas regiões áridas. A cobrir seus pés é um
eufemismo para dizer esvaziar os intestinos (defecar).

24.4 Eis aqui o dia do qual o Senhor te diz. Talvez essas palavras tenham sido dadas como
uma interpretação dos homens de Davi acerca dos últimos eventos. Cortou a orla do manto
de Saul. Saul deve ter colocado a sua capa de lado, possibilitando a Davi cortar um pedaço
do manto sem ser observado. O pequeno retalho serviria como prova de que Saul estivera
totalmente à mercê de Davi.

24.5 O coração doeu a Davi. Davi teve dor na consciência. Ele sabia que era errado atacar o
rei ungido do Senhor (v. 6,10). Mesmo não tendo feito realmente nada para machucar o rei
fisicamente, o fato de ele ter se valido de uma faca o perturbou.

24.6 O Senhor me guarde de que eu faça tal coisa ao meu senhor. Davi tinha uma alta
consideração pelo rei ungido do Senhor. Cortar um pedaço do manto de Saul constituía para
Davi um ato de desrespeito para com o representante de Deus, ainda que este estivesse
obcecado pelo desejo de persegui-lo e matá-lo.

24.7 O fato de Davi não permitir que seus guerreiros matassem Saul demonstra que ele não
era um oportunista procurando uma chance de tomar o trono por quaisquer meios. Davi tinha
alta consideração pela posição de rei em Israel, embora este o considerasse um inimigo
pessoal.

24.8, 9 Rei, meu senhor. Essa saudação de respeito vinda na voz que Saul conhecia muito
bem provavelmente o surpreendeu. Se inclinou com o rosto em terra e se prostrou. Tal
atitude não constituía uma adoração religiosa, mas um ato de respeito pela posição de
Saul. Por que dás tu ouvidos às palavras [...] Davi procura o teu mal. Algumas pessoas
na corte de Saul estavam falsamente acusando Davi de tentar destruir Saul.

24.10 O Senhor, hoje, te pôs em minhas mãos. Davi reconheceu a soberania de Deus em
trazer as circunstâncias que dariam a ele a oportunidade de matar Saul.

24.11 Meu pai é um afetuoso termo de afeição e respeito (2 Rs 5.13; 6.21). Isso também fez
lembrar a Saul que Davi era seu genro. Teu manto. Não poderia haver mais clara evidência
de que Davi não estava disposto a ferir o rei.

24.12 Julgue o Senhor entre mim e ti. Davi dedicou ao Senhor aquele conflito que envolvia
a sua vida e a de Saul. Deus poderia resolver a situação e trazer a justiça perfeita (Dt 32.35;
Rm 12.17-21).

24.13 Dos ímpios procede a impiedade. O significado desse provérbio é que apenas um
homem perverso procuraria fazer mal contra o outro. Uma vez que Davi não tirou vantagem
da oportunidade de matar Saul, ele era, sem sombra de dúvidas, um homem bom.
24.14, 15 Davi se comparou a um cão morto e a uma pulga em contraste com o rei de Israel.
Como poderia algo tão indigno quanto um cão morto ou tão insignificante quanto uma pulga
representar qualquer perigo para Saul?

24.16-18 A expressão meu filho serve aqui como uma declaração de carinho. Saul alçou a
sua voz e chorou. As lágrimas de Saul refletiram o seu remorso por ter procurado fazer o mal
a Davi. Porém, foi um remorso que durou muito pouco (1 Sm 26.2). Mais justo és do que eu.
Para conferir um ato similar de confissão, veja o relato de Judá e Tamar (Gn 38.26).

24.19 O Senhor, pois, te pague com bem. Saul orou para que Deus abençoasse Davi.

24.20, 21 Agora, jura-me pelo Senhor. Saul pediu a Davi que se comprometesse com um
juramento de (1) preservar a família de Saul e (2) preservar o nome de Saul.

24.22 Então, jurou Davi a Saul. Davi concordou com o pedido de Saul e manteve a sua
promessa (2 Sm 9.1-13; 21.6-8). Enquanto Saul voltava para casa em Gibeá (1 Sm 10.26),
Davi permaneceu escondido. Aparentemente, ele não tinha muita confiança que a
demonstração de remorso de Saul durasse por muito tempo.

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