Você está na página 1de 4

SIMBOLISMO DO OLHO

( O OLHO QUE TUDO VÊ )

"A VERDADE É POR VEZES SIMPLES


DEMAIS PARA MERECER CRÉDITO "
F. LEWELD
 JOSÉ LAÉRCIO DO EGITO FRC.
 1976 - 3329

TEMA 07
9

Ficou esclarecido em tema anterior que o Cosmos é composto, ou melhor, é preenchido por algo
susceptível de vibrar de onde se originou e se origina a primeira manifestação de todas as criações, quer
sejam matéria ou energia.
Tudo no Universo é aquele " algo susceptível de vibrar" cuja natureza é desconhecida mas que os
antigos já suspeitavam da sua existência e consideravam como sendo uma das polaridades do PODER
SUPERIOR.
Tudo quanto existe é essencialmente resultante de diferentes níveis vibratórios daquela essência e
como tudo o que existe provém do Poder Superior, como afirmam todas as religiões e filosofias místicas,
evidentemente se pode considerar aquela essência vibrátil como fazendo parte da própria essência divina,
por isto os egípcios diziam ser ela a parte feminina de RA ( Deus ) e a denominavam MA.
Para melhor podermos estudar este tema, delimitemos uma parte do Universo. Quando pre-
tendemos isolar algo para estudo, por exemplo, um evento ou coisa, primeiramente devemos delimitar
aquilo que se pretende analisar. Cerquemos, pois , de alguma forma aquilo que vamos analisar.
Delimitemos uma parte ou todo o Universo com tudo aquilo que nele existe.
o Universo se estende em todos os sentidos, a melhor maneira de representa-lo numa Como
figura plana é com um círculo.
Essa é a razão pela qual todas as ciências esotéricas têm no círculo a representação do universo
(do infinito imanifesto). Por que se diz "universo imanifesto"? - Suponhamos uma época ( se é que houve
tal época) em que coisa alguma existia, nenhuma forma de energia e nenhum tipo de matéria, antes da
criação, portanto. Isto eqüivale a dizer que foi daquele meio susceptível de vibrar que chamamos MA é
que as coisas surgiram.
um pouco naquela situação; existia algo no Universo pois existia aquela essência Pensemos
básica MA, apta a entrar em vibração. Já que a essência estava numa situação de repouso nada existia
porque, para existir algo se faz necessário modificação de vibração da essência. Ela existia, é verdade, mas
é como se não existisse porque existia em fase um e algo não tem existência como realidade quando está
em fase um . Naquela época apenas o meio essencial vibrátil MA. Naquele oceano de MA nada havia
pois qualquer coisa que existisse seria o resultado da atuação de um elemento ativo sobre o meio
( elemento passivo).
2

Eis o círculo vazio, porque embora estando repleto de MA ( e esta não se manifesta de ne nhuma
forma se não entrar em oscilação) não se manifestava de alguma forma e assim é como se estivesse vazio.
Essa idéia metafísica da origem das coisas é muito antiga, como podemos ver por textos muito
antigos como este extraído do "LIVRO SECRETO DE ENOCH" e que consta de uma " Bíblia Apócrifa"
Publicado pelo Pontificium Institutum Biblicum - Imprimi Potest Romae, dia 8 maii 1951. Ass. Ernestus
Voght S.J. - Rector Pontificii Instituti Biblici.
Naquela obra vamos encontrar: Livro de Enoch XXIV 2 " Henoc tudo que tu viste, portanto que
EU criei do nada e do invisível, feito visível... pois que antes que as coisas visíveis existissem Eu andava
só no invisível...
No Capítulo XXV: 2 - " Eu ordenei que nas alturas um visível derivasse do invisível. E
descendeu o imenso ADOEL. Eu o considerei e eis em seu corpo uma grande luz e que de ti se torne
visível uma coisa limitada... saiu da luz uma grande EON manifestando toda criação que eu havia re-
solvido criar" ( O grifo é nosso)
Este texto é de um diálogo entre Criador e Haenoch e seria totalmente ininteligível se não tivésse-
mos a compreensão daquilo que foi abordado no tema anterior.
O texto pertence a um dos livros de Henoch. Por não ser aceito, ele Igreja é considerado apócrifo,
mas mesmo assim existe esta obra nos arquivos do Vaticano conforme foi publicado e referido acima.
Aceito ou não a autenticidade do livro como sendo de Henoch, seja qual for a origem do livro,
quem o redigiu há milênios conhecia a maneira como se deu a criação. A linguagem aparentemente é
muito difícil mas ante os conhecimentos revelados neste tema tudo fica muito simples de ser entendido.

"... DO NADA INVISÍVEL..." EU ORDENEI QUE UM VISÍVEL DERIVASSE DO


INVISÍVEL"...

Disto tira-se a seguinte conclusão: havia alguma coisa que ele denominou "nada invisível". Nada invisível"
corresponde exatamente à idéia de MA.
Ordenou que o "visível" derivasse do "invisível", isto é, derivasse daquilo que era imanifesto, e
surgissem todas as coisas manifestas.
A Consciência Cósmica ainda "andava só no cosmos". Ela ordenou, isto é, agiu sobre MA fa-
zendo surgir a "GRANDE LUZ" ou seja, a totalidade da energia de todo o nosso universo, simboli zado
pela "LUZ" da qual como diz o texto, manifestou-se toda a CRIAÇÃO.
Para que algo modifique seu padrão de vibração é necessário a atuação de um elemento im -
pulsionador sobre um meio vibrátil. A Mente Cósmica - RA - atuou sobe a Essência Cósmica MA
provocando-lhe a vibração e ai surgiu o primeiro algo.
Isto foi o ponto de partida, a atuação de RA ( consciência cósmica) sobre MA ( Essência
Cósmica) determinando o início da Criação. Surgiu um ponto inicial de alguma coisa dentro de MA.
Esta situação pode ser graficamente representada por um ponto dentro de um círculo.
Essa situação pode ser graficamente representada por um ponto dentro de um círculo.
O círculo, a delimitação do fenômeno ( o limite do evento) e o ponto, o foco primeiro de criação.
Esta idéia combina perfeitamente com a teoria mais aceita atualmente pela astronomia a respeito
da cosmogênese.
A hipótese atualmente aceita pela ciência para a gênese das coisas do universo diz que o
Universo teve origem a partir de uma explosão inicial, entre 15 e 20 biliões de anos passados, daquilo que

2
3

era a somatória de tudo o que atualmente constitui as coisas. Matéria e energia reunidas em um grande "
átomo" que a partir de um certo momento explodiu e os fragmentos daquela explosão ( evidenciada pelo
afastamento das galáxias uma das outras = expansão do Universo) gerou tudo quanto há. Na medida em
que os fragmentos foram esfriando foram se originando os elementos químicos primordiais.
Eis como o astrônomo Ronaldo Rogério de Freitas Morrão do Observatório Nacional, descreve a
grande explosão na obra: Universo - " As Inteligências Extraterrenas, página 139. Livraria Francisco Al -
ves Editora S.A. - Rio de Janeiro 1980)

"No instante zero, o Universo deveria ter sido um ponto, ou seja, em linguagem matemática,
uma singularidade. Alguns milionésimos de segundo depois, o universo era uma esfera contendo
exclusivamente uma mistura de fotons e neutrons".

Sabemos que do "nada absoluto" nenhuma coisa poderia ter origem, mas do "nada relativo " sim.
Por não ser algo detectável por quaisquer meios, aquilo pode ser considerado nada para a consciência
humana, é um nada relativo para à consciência subjetiva e objectiva dos seres, mas não para a
Consciência do Absoluto.
Portanto, desta maneira podemos representar aquela situação por um círculo com um ponto no
centro. O que lembra esta figura? Entre outras coisas lembra uma íris com a pupila no centro, isto é, lem-
bra a parte central de um olho. Por isso os sábios do passado desejando simbolizar a Consciência
universal usaram um ponto dentro de um círculo, elegeram a figura de um olho.

FIG. 1
Esta representação simbólica diz realmente que a criação se processou no inicio de tudo ( se é que
houve esse tipo de início) e se processa ainda.
Ora, a criação, como diziam os iniciados egípcios, originou-se do Supremo Ser pela atuação de
um elemento ativo - RA - sobre a passiva - MA -. Portanto qualquer que seja o tempo considerado tudo
resulta da interação desses dois elementos.
Como RA e MA são partes do Cosmos, são princípios do próprio Poder Superior e como fazem
parte de tudo, logo Deus também está presente em toda parte, em todas as coisas. Deus é, portanto:
Consciente, Onipotente, Onipresente e Eterno. Assim Ele é como um "OLHO” a vigiar todas as coisas
em todos os lugares e em todas as épocas.
Para representar a percepção das coisas o olho evidentemente serve bem como símbolo. Algo que
está em toda parte está vendo tudo e assim sendo, para a representação simbólica dessa situação, o olho é
bem significativo e preciso ( As pálpebras e os cílios não têm sentido especial que saibamos a não ser o de
complementação da imagem simbólica ).
Os iniciados das correntes autênticas, conhecedores do segredo da origem das coisas, atribuem
dois sentidos que se complementam ao "olho simbólico".
Um dos sentidos, o mais superficial, indica a presença de Deus em todos os pontos do Cosmos.
O " olho" do Supremo a vigiar todas as atividades das suas criaturas. Esta representação simbólica nos
concientiza de que sempre estamos sob a mira da justiça das leis cósmicas por quem somos vigiados; de
que podemos fugir de tudo menos da presença de Deus, portanto todos os nossos atos devem ser conscien -
temente pesados e medidos, pois Ele está em nós e em volta de nós, no mínimo como consciência.

3
4

O outro sentido mais profundo e mais secreto diz respeito à criação perene. Como qualquer
coisa é sempre o resultado da ação recíproca dos dois princípios cósmicos RA e MA, podemos dizer que o
"olho" é o símbolo da consciência do próprio Poder Superior.
O relativo não pode entender totalmente o absoluto, portanto ainda não poderemos entender o
Supremo Ser infinitamente grandioso, mas podemos sentir a Sua manifestação na natureza inteira. Já que
não é possível dar-Lhe forma, pois Ele não a tem, ao menos podemos usar um símbolo para representá-
Lo, um símbolo que diga algo de Sua natureza.
Sabemos que algumas destas revelações são difíceis de serem entendidas, mas se houver algum
esforço, se este tema for lido e meditado algumas vezes, qualquer pessoa as compreenderá perfeitamente..
Quanto ensinamentos o "olho" nos traz! Quantas páginas temos escrito para dizer coisas que um
simples símbolo pode perfeitamente expressar!
O neófito pode começar a entender para que servem os símbolos. Eles servem exatamente para
transmitir sem palavras os grandes ensinamentos velados. Quaisquer dos símbolos esotéricos têm sempre
vários significados, uns mais elementares e outros mais elevados.
Sentimos que é pouco quando apenas se diz: o "olho" representa a visão divina que tudo
percebe. Isto é certo mas podemos ir mais longe na interpretação da mensagem simbólica e descobrir
outras revelações.
Muitas vezes o olho se encontra dentro de um triângulo. Isto indica que a criação é trina, se
processa dentro das leis do triângulo, e que a Consciência Divina está presente em toda ela.
Algumas doutrinas substituem o olho pela letra G ( 1ª letra da palavra GOD = Deus ) com
idêntico sentido. Esta representação é mais limitativa pois esta é a 1ª letra do nome Deus só em al gumas
línguas.
Na Cabala podemos encontrar dentro do triângulo a letra hebraica IOD. Os cabalistas dizem o se-
guinte da letra IOD: Há uma letra principiante e universal, geradora de todas as outras, o iod que
representa o princípio absoluto, o ente produtor. Portanto o "iod" indica o princípio de tudo, logo re-
presenta o Criador. Neste sentido o IOD eqüivale ao olho, embora seja mais limitado o seu sentido
simbólico.
Muitas vezes vamos encontrar, em vez de uma, três letras "iod". Nesta representação simbólica os
três "iod" dentro de um triângulo eqüivalem-se ao olho. Uma das letras representa o primeiro princípio
básico RA, o segundo representa MA e o terceiro aquilo que resulta da ação dos dois princípios, portanto
representa A CRIAÇÃO

********************

Você também pode gostar