Você está na página 1de 9

EQUAÇÕES DE CHUVA ESPACIALIZADAS PARA 55 LOCAIS DO

CERRADO GOIANO

Alfredo Ribeiro da Costa1; Lucius de Albuquerque Prado1

Resumo - Trata-se de uma contribuição às determinações de intensidades de


chuva a serem utilizadas em terraceamentos de áreas agrícolas e drenagem
de maneira geral em 55 locais do Estado de Goiás. Empregou-se
metodologia laboriosa que consiste primeiro em espacializar as intensidades
de chuva para, posteriormente, determinar os parâmetros locais. Os
parâmetros regionais já são conhecidos a partir de uma sólida base de
registros interpretados em 16 locais de estações pluviográficas. Os
programas computacionais Surfer e Idrisi for Windows foram importantes
para o desenvolvimento do trabalho. O primeiro serviu para interpolar
intensidades com eficiência, traduzida em termos de ganho de tempo e
precisão, e o segundo possibilitou a leitura das novas intensidades para os
55 novos locais. Conforme trabalhos já publicados para as 16 estações
básicas, manteve-se a mesma estrutura de dois equacionamentos por local
para atender a validade dos períodos de retorno, de um ano até 8 anos e
outro de 8 a 100 anos. Face à elevada manipulação de dados, dispensou-se
atenção especial à confirmação dos resultados, a fim de permitir a imediata
aplicabilidade das novas equações de chuva. Enfatiza-se que ao espacializar
intensidades de chuva ao invés de parâmetros das equações, explora-se mais
o sentido físico das intensidades.

Abstract: It is a contribution to the determinations of rainfall intensities


for being employed in agricultural areas and drainage in a general way in 55
places of the State of Goiás. Laborious methodology was used which
consists first of interpolating the rainfall intensities for, later, to determine
the local parameters. The regional parameters are already known starting
from a solid base of registrations interpreted at 16 places of rain gages. The
softwares Surfer and Idrisi for Windows were important for the development
of the work. The first was used to interpolate intensities with efficiency,
translated in terms of earnings of time and precision, and the second made
possible the reading of the new intensities to the 55 new places. As works
already published for the 16 basic gages, the same structure of two
equations for each place was maintained to describe the validity of the
return periods, from one year to 8 years and another from 8 to 100 years. It
is emphasized the main purpose to work with space determination of rainfall
intensities instead of parameters of the equations, in order to explore the
physical sense of the intensities.

Palavras-chave: Equação de chuva; chuvas intensas; relações i-d-f

___________________________________
1
Universidade Federal de Goiás-UFG; Praça Universitária, s/nº, Setor Universitário; CEP 74230-120; Goiânia; GO; Tel
(0xx62) 2096084; Fax: (0xx62) 2020875 e-mail: alfredocosta@cultura.com.br
INTRODUÇÃO

As equações de chuva são fundamentais para os projetos de drenagem em


geral, por fornecerem a altura ou a intensidade a ser adotada nos mais
variados tipos de dimensionamento, como canais, vertedores de barragem e
galerias. O bom conhecimento da entrada de água na área de projeto evita
um super ou um sub-dimensionamento de estruturas. Levando em
consideração estudos já realizados conforme Costa et al. (1996) e Costa e
Mendonça (1998), dentre outros, que permitiram determinar 16 equações de
chuva básicas distribuídas pelos estados do Tocantins, Goiás e Mato Grosso,
neste trabalho tem-se como meta encontrar novas equações para outros 55
locais distribuídos pelo Estado de Goiás utilizando técnicas de “SIG –
Sistema de Informações Geográficas” e, principalmente, explorando o
sentido físico das intensidades de chuva. Publicações recentes como do
próprio autor Costa et al.(2001a), além dos excelentes trabalhos de Pruski et
al. (1997) e Silva et al. (1999), utilizaram a espacialização de parâmetros
das equações de chuva. A distinção aparentemente é tênue, porém,
significativa. Aqui, busca-se avançar em termos conceituais com reflexos
nos resultados, adotando a metodologia de espacializar diretamente as
intensidades de chuva onde, inclusive, percorre-se um caminho mais
extenso.

METODOLOGIA

A base de dados, fundamental para alimentar o presente trabalho, foram


as equações de chuva determinadas ao longo da década de 1990, a partir de
registros pluviográficos, em 16 locais distribuídos mais uniformemente
possível pela região do cerrado central, sendo 13 estações pluviográficas no
Estado de Goiás, uma em Mato Grosso e duas no Tocantins. Essas estações
com suas coordenadas geográficas e seus respectivos códigos da ANA –
Agência Nacional de Águas, obtidos através do Inventário de Estações
Pluviométricas, DNAEE (1987), podem ser encontradas na Tabela 1.

Tabela 1 – Localização das estações pluviográficas básicas


Código Long Código Long
Estação Lat Sul ⊗ Estação Lat Sul
ANA Oeste ANA Oeste
A) Aporé 1852000 18° 59' 52° 00' ⊗ I) Alto Garças 1653004 16° 56' 53° 32'
B) Catalão 1847004 18° 11' 47° 57' ⊗ J) Aruanã 1451000 14° 49' 51° 10'
C) Campo Alegre de GO 1747001 17° 40' 47° 37' ⊗ L) Ceres 1549000 15° 16' 49° 34'
D) Morrinhos 1749003 17° 46' 49° 08' ⊗ M) Formosa 1547003 15° 32' 47° 20'
E) Pires do Rio 1748014 17° 20' 48° 15' ⊗ N) Niquelândia 1448001 14° 28' 48° 27'
F) Goiânia 1649005 16° 40' 49° 16' ⊗ O)Alvorada do Norte 1147001 11° 37' 47° 44'
G) Israelândia 1650002 16° 22' 50° 54' ⊗ P) Natividade 1147001 11° 37' 47° 44'
H) Caiapônia 1651000 16° 57' 51° 50' ⊗ Q) Miracema do TO 0948000 09° 34' 48° 23'

A escolha dos novos locais de estudo foi baseada em sua importância


para a região. A Tabela 2 apresenta esses novos locais com suas
coordenadas geográficas. É oportuno destacar que para realizar a
espacialização há necessidade de converter as coordenadas geográficas das
Tabelas 1 e 2 em sistema de coordenadas planas, UTM – projeção Universal
Transversa de Mercator, evitando as distorções geradas pelos meridianos
2
cujas distâncias vão aumentando à medida em que se aproximam da linha do
equador. A Figura 1 permite uma visão da região de estudo, podendo-se
notar os 16 locais das estações pluviográficas básicas com letras de A até Q
e mais a distribuição dos 55 locais pelo cerrado goiano. Para a
espacialização das intensidades de chuva, foi utilizado o software Surfer e
para a leitura dos dados, já espacializados, utilizou-se o software Idrisi
for Windows de autoria de Eastman (1998).

Tabela 2 – Locais de estudo

Nº Local Lat Long Nº Local Lat Long


Sul Oeste Sul Oeste
1 Abadiânia 16° 12’ 48° 42’ 29 Ivolândia 16° 36’ 50° 48’
2 Acreúna 17° 24’ 50° 23’ 30 Leopoldo de Bulhões 16° 37’ 48° 45’
3 Água Limpa 18° 04’ 48° 46’ 31 Montividiu 17° 27’ 51° 10’
4 Alexânia 16° 05’ 48° 30’ 32 Montividiu do Norte 13° 07’ 48° 36’
5 Americano do Brasil 16° 15’ 49° 59’ 33 Mossâmedes 16° 08’ 50° 13’
6 Aparecida de Goiânia 16° 50’ 49° 15’ 34 Mozarlândia 14° 45’ 50° 34’
7 Aragoiânia 16° 55’ 49° 27’ 35 Mundo Novo 13° 47’ 50° 17’
8 Bom Jesus 18° 13’ 49° 44’ 36 Nova Crixás 14° 06’ 50° 20’
9 Britânia 15° 14’ 51° 10’ 37 Novo Brasil 16° 02’ 50° 43’
10 Buriti Alegre 18° 09’ 49° 03’ 38 Novo Planalto 13° 15’ 49° 30’
11 Cachoeira de Goiás 16º 40’ 50º 39’ 39 Orizona 17° 02’ 48° 18’
12 Cachoeira Dourada 18° 29’ 49° 28” 40 Ouvidor 18° 14’ 47° 50’
13 Cavalcante 13° 48’ 47° 27’ 41 Palminópolis 16° 48’ 50° 10’
14 Cezarina 16° 58’ 49° 47’ 42 Petrolina de Goiás 16° 06’ 49° 20’
15 Chapadão do Céu 18° 24’ 52° 33’ 43 Pilar de Goiás 14° 46’ 49° 35’
16 Cocalzinho de Goiás 15° 48’ 48° 47’ 44 Piranhas 16° 26’ 51° 49’
17 Colinas do Sul 14° 09’ 48° 05’ 45 Pirenópolis 15° 51’ 48° 58’
18 Corumbá de Goiás 15° 55’ 48° 49’ 46 Pontalina 17° 32’ 49° 27’
19 Cristianópolis 17° 12’ 48° 42’ 47 Rio Quente 17° 46’ 48° 46’
20 Damolândia 16° 15’ 49° 22’ 48 Sanclerlândia 16° 12’ 50° 19’
21 Davinópolis 18° 09’ 47° 34’ 49 São Miguel do Passa Quatro 17° 04’ 48° 40’
22 Diorama 16° 14’ 51° 15’ 50 Senador Canedo 16° 42’ 49° 06’
23 Edéia 17° 20’ 49° 56’ 51 Serranópolis 18° 18’ 51° 58’
24 Estrela do Norte 13° 52’ 49° 04’ 52 Silvânia 16° 40’ 48° 36’
25 Flores de Goiás 14° 27’ 47° 03’ 53 Uruana 15° 30’ 49° 41’
26 Goianápolis 16° 31’ 49° 01’ 54 Varjão 17° 03’ 49° 38’
27 Goianira 16° 30’ 49° 26’ 55 Vila Boa 15° 02’ 47° 04’
28 Hidrolândia 16° 58’ 49° 14’ ///// //////////////////////////// ////////// //////////

Dentro do âmbito da aplicação do software Surfer e partindo das 16


estações pluviográficas básicas, empregou-se o método do inverso do
3
quadrado das distâncias para realizar as interpolações das intensidades de
chuva e as poucas extrapolações. Outros métodos de interpolação foram
testados, inclusive a krigeagem, tão adequada em uma série de aplicações,
aqui, entretanto, não se mostrou fiel, provavelmente pela característica de
independência da intensidade de chuva. A vantagem de empregar o programa
computacional Surfer reflete-se em ganho de tempo e precisão. O software
Idrisi for Windows possibilitou a leitura das intensidades interpoladas na
própria tela do computador, em pixels correspondentes a um quadrado de 7
km de lado.

Figura 1 – Locais de estudo

Em cada local estudado foram realizadas 30 leituras de intensidades de


chuva “i” associadas às correspondentes 30 durações “t” situadas na faixa
de 5 min até 1440 min, isso para cada período de retorno “T”. Por sua vez,
foram necessários três períodos de retorno “T” em cada faixa, 1 ano ≤ T ≤ 8
anos e 8 anos < T ≤ 100 anos. A necessidade de adoção de três períodos de
retorno em cada faixa justifica-se tanto para determinação dos parâmetros
das equações, quanto pela checagem de sua precisão, tendo em vista uma
forte manipulação de dados. É exatamente a etapa que distingue
conceitualmente este trabalho das publicações recentes, mencionadas
anteriormente. Caso se espacializassem parâmetros, encerrar-se-ia aqui a

4
montagem das equações. Já com a espacialização das intensidades de chuva,
além de aumentar o volume de leituras, ainda deverão ser determinados os
parâmetros “b” , “c” , “B1” , “B2”.
As relações da intensidade “i” com a duração “t” e o período de retorno
“T” são as seguintes:

δ
 α + βγ 
B1  T T 
 
i=   1 ano ≤ T ≤ 8 anos (1)
b
(t + c)

B2 T α
i= 8 anos < T ≤ 100 anos (2)
(t + c) b

onde,
“b” , “c” , “B1” , “B2” são parâmetros locais a determinar;
α = 0,14710, β = 0,22, γ = 0,09, δ = 0,62740 são parâmetros regionais
constantes.

A Equação 1 descreve o trecho curvilíneo do relacionamento, enquanto o


trecho retilíneo aparece na Equação 2, com o expoente “α” indicando a
declividade da reta. Essas duas equações tiveram suas formas definidas,
através dos parâmetros locais e regionais, por ocasião da aplicação do
método da estação-ano, conforme Costa (2000). A vantagem de se trabalhar
com o método da estação-ano é a utilização de dados da própria região. A
metodologia para determinação de parâmetros é clássica e inicia-se com a
fixação de “b” e “c”, utilizando a relação i*t correspondente à quinta
grandeza, no caso T = N/5 = 50,6798 anos, sendo N = 253,399 anos de
registros pluviográficos interpretados nas estações pluviográficas básicas.
Aplicando transformada logarítmica às Equações 1 e 2, tem-se

log i = log A – b*log (t+c) (3)

δ
 α + βγ 
o n d e , A = B1  T T  n o c a s o d a E q u a ç ã o 1 o u A = B 2 T α p a r a a E q u a ç ã o 2 .
 
 
Entrando com os pares de valores i*t de quinta grandeza, obtém-se um
ajustamento curvilíneo em papel di-logarítmico. O parâmetro “c” fornece
exatamente o valor que se deve somar à duração t para mudar a forma do
ajustamento curvilíneo em reta, por isso denominado de parâmetro de
anamorfose. Através do método dos mínimos quadrados pode-se determinar
o parâmetro “b” o qual é a declividade da reta. O parâmetro “A” não é
utilizado. Novamente, aplicando transformada logarítmica à Equação 2, que
se refere à faixa de validade 8 anos < T ≤ 100 anos, chega-se a:

log i +b * log (t+c) = log B2 + α * logT (4)

Conforme mencionado acima, foram três períodos de retorno “T”


trabalhados nessa faixa acima de 8 anos. Entrando na Equação 4 com os 30
5
pares de valores i*t para um dos períodos de retorno e ainda levando em
conta que os valores de “b” e “c” já são conhecidos para toda a família,
além de α = 0,14710, obtiveram-se 30 valores de log B2, dos quais tira-se a
média para a fixação do parâmetro B2. Essa mesma sistemática de se
trabalhar com 30 pares de valores i*t foi repetida para outros dois períodos
de retorno da mesma faixa, 8 anos < T ≤ 100 anos, de tal maneira que
possibilitasse a confirmação de B2 com seis algarismos significativos.
Analogamente, utilizando o mesmo raciocínio para a Equação 1, determina-
se a média dos log B1 e a seguir B1.

RESULTADOS

A partir dos parâmetros encontrados puderam-se montar as relações


intensidade-duração-período de retorno relativas a cada localidade estudada,
as quais são expressas em duas equações matemáticas conforme a validade
do período de retorno “T”. A Tabela 3 sintetiza os resultados, enquanto que
as Equações 5 e 6 se referem especificamente a Abadiânia.

Tabela 3 – Locais e respectivos valores de parâmetros obtidos


Local B2 B1 c b
Abadiânia 41,5834 36,7260 18,8610 0,89751
Acreúna 40,6577 35,9094 19,3080 0,88687
Água Limpa 37,9011 33,4738 18,3060 0,87513
Alexânia 38,6830 34,1644 17,7990 0,88559
Americano do Brasil 42,6154 37,6381 20,2550 0,89590
Aparecida de Goiânia 60,1433 53,1178 23,9080 0,96253
Aragoiânia 53,9910 47,6843 22,5750 0,94217
Bom Jesus 41,2708 36,4502 19,6500 0,88816
Britânia 64,9337 57,3492 32,5230 0,94535
Buriti Alegre 42,3130 37,3705 20,3160 0,88927
Cachoeira de Goiás 33,7612 29,8181 17,3490 0,85274
Cachoeira Dourada 39,8128 35,1627 19,0600 0,88317
Cavalcante 45,8360 40,4819 21,0770 0,90516
Cezarina 46,1058 40,7206 20,7650 0,91163
Chapadão do Céu 39,7114 35,0738 18,5250 0,89072
Cocalzinho de Goiás 42,1751 37,2487 19,5090 0,89748
Colinas do Sul 45,0994 39,8313 19,6720 0,90077
Corumbá de Goiás 42,8696 37,8621 19,6660 0,90079
Cristianópolis 29,8982 26,4056 13,1630 0,84512
Damolândia 51,0728 45,1072 22,0020 0,93197
Davinópolis 27,8556 24,6018 13,7570 0,83622
Diorama 32,7766 28,9486 17,1270 0,84629
Edéia 42,9987 37,9766 20,0590 0,89662
Estrela do Norte 45,1902 39,9116 20,4980 0,90137
Flores de Goiás 52,3535 46,2380 23,7700 0,92747
Goianápolis 54,2796 47,9392 22,4700 0,94454
Goianira 58,3965 51,5750 23,5790 0,95699

6
Tabela 3–Locais e respectivos valores de parâmetros obtidos–continuação
Local B2 B1 c b
Hidrolândia 53,0579 46,8601 22,2230 0,93956
Ivolândia 31,7732 28,0622 16,6440 0,84187
Leopoldo de Bulhões 42,7464 37,7531 18,8600 0,90393
Montividiu 41,2182 36,4036 19,2820 0,88703
Montividiu do Norte 44,4883 39,2918 20,5320 0,89857
Mossâmedes 39,7560 35,1126 19,6210 0,88210
Mozarlândia 58,1872 51,3905 28,9960 0,93274
Mundo Novo 47,9630 42,3609 23,2310 0,90862
Nova Crixás 49,4029 43,6326 24,0640 0,91264
Novo Brasil 32,3910 28,6076 17,1350 0,84468
Novo Planalto 44,9334 39,6849 21,1870 0,89995
Orizona 24,3479 21,5038 9,7508 0,81524
Ouvidor 29,1782 25,7698 15,9230 0,84445
Palminópolis 40,5797 35,8400 19,4150 0,88714
Petrolina de Goiás 47,5157 41,9654 21,3690 0,91764
Pilar de Goiás 48,1279 42,5060 22,7250 0,91402
Piranhas 42,8333 37,8347 19,8110 0,88952
Pirenópolis 44,1299 38,9751 20,2900 0,90482
Pontalina 46,5182 41,0844 21,8680 0,90315
Rio Quente 37,6038 33,2113 17,9690 0,87358
Sanclerlândia 37,0751 32,7447 18,7120 0,86946
São Miguel do Passa Quatro 31,5251 27,8426 13,9750 0,85401
Senador Canedo 59,2232 52,3052 23,6550 0,96005
Serranópolis 39,5301 34,9153 18,6560 0,89197
Silvânia 37,2682 32,9149 16,702 0,88139
Uruana 50,4648 44,5700 23,8880 0,92365
Varjão 47,3525 41,8000 21,0550 0,91659
Vila Boa 35,1106 31,0091 16,9430 0,87195

0,6274
 0,1471 + 0,22 
36,726  T T 0,09 
 
i=   1 ano ≤ T ≤ 8 anos (5)
0,89751
(t + 18,861)

41,5834 T 0,1471
i= 8 anos < T ≤ 100 anos (6)
(t + 18,861) 0,89751

Neste trabalho utilizou-se a espacialização de intensidades de chuva,


face à constatação anterior de Costa et al. (2001b) de que há um desvio
médio de 4% a 6% nas estimativas de intensidades, conforme a metodologia
de espacialização ocorra através dos parâmetros ou através das intensidades.

7
A Figura 2 mostra de forma sintética os desvios, em função da duração
da chuva, quando as duas maneiras de espacialização foram aplicadas a
outros 48 locais da mesma região de cerrado goiano e, também, ao sul do
Tocantins. Os valores negativos dos desvios significam que a espacialização
através de parâmetros tende a estimar valores de intensidades de chuva entre
4% e 6% acima daqueles obtidos pela espacialização de intensidades.

Erro médio para 48 locais considerando a intensidade " i" obtida por dois
métodos de espacialização
0,00000
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600

-1,00000
Erro percentual médio de " i " (%)

-2,00000

-3,00000

-4,00000

-5,00000

-6,00000

-7,00000
B2
Durações t (min)
B1

Figura 2 - D e s v i o s e n t r e e s t i m a t i v a s d e i n t e n s i d a d e s o b t i d a s p o r 2 m é t o d o s
d i f e r e n t e s e m f u n ç ã o d a d u r a ç ã o d a c h u v a - F o n t e : Costa et al. (2001b)

CONCLUSÃO

As equações de chuva para os 55 locais situados no cerrado do Estado


de Goiás já estão disponíveis para utilização em projetos de drenagem em
geral, como obras de drenagem de áreas agrícolas, terraceamentos,
vertedores de barragens, drenagem urbana, canalização de córregos,
drenagem de estradas e outros.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

COSTA, A. R. da; LEMOS, J. P. de; GÉA Jr., L.. Relação intensidade/


duração / período de retorno de chuva em Goiás: Aporé, Caiapônia e
Israelândia. In: FIRST INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON TROPICAL
SAVANNAS. Anais. Brasília: EMBRAPA - CPAC, 1996. p. 226-229.

8
COSTA, A. R. da; MENDONÇA, J. C. Point Intensity – duration - frequency
equation. In: IV INTERNATIONAL CONGRESS OF PROJECT
ENGINEERING. Anais. Departamento de Ingenieria Rural de la
Universidad de Córdoba, España, 1998. p.1507 - 1512.

COSTA, A. R. da Método da estação-ano aplicado à região do cerrado.


In:XXVII CONGRESO INTERAMERICANO DE INGENIERIA
SANITARIA Y AMBIENTAL. Anais, AIDIS, Porto Alegre, RS, Brasil,
2000. v.CD p.1-9.

COSTA, A. R. da; SANTOS, A. C. C. dos; OLIVEIRA, L. F. C. de;


Regionalização de equações de chuva no cerrado. In: XIV SIMPÓSIO
BRASILEIRO DE RECURSOS HÍDRICOS / V SIMPÓSIO DE
HIDRÁULICA E RECURSOS HÍDRICOS DOS PAÍSES DE LÍNGUA
OFICIAL PORTUGUESA. Anais. ABRH 215, Aracaju, SE, 2001a. 7 p.

COSTA, A. R. da; PAULA, H. M. de; GODINHO, H. L. de A.


Regionalização de intensidades de chuva no cerrado. In: XIV SIMPÓSIO
BRASILEIRO DE RECURSOS HÍDRICOS / V SIMPÓSIO DE
HIDRÁULICA E RECURSOS HÍDRICOS DOS PAÍSES DE LÍNGUA
OFICIAL PORTUGUESA. Anais. ABRH 214, Aracaju, SE, 2001b. 10 p.

DNAEE. Inventário das estações pluviométricas. MME, Brasília, DF, 1987.


248p.

EASTMAN, J. R. IDRISI for Windows: introdução e exercícios tutoriais.


Editores da versão em português, Heinrich Hasenack e Eliseu Weber.
Porto Alegre, UFRGS Centro de Recursos Idrisi, 1998. 235 p.

PRUSKI, F. F.; CALIJURI, E. M. B.; SILVA, J. M. A. da. Metodologia


baseada no uso de sistemas de informações geográficas para obtenção de
equações de chuvas intensas em qualquer localidade do Estado do Paraná.
Revista Engenharia na Agricultura, Associação dos Engenheiros
Agrícolas de Minas Gerais, Viçosa-MG, vol.5, número 3, 1997. p. 254-
265.

SILVA, D.D.; PINTO, F.R.L.; PRUSKI, F. F.; PINTO, F.A. Estimativa e


espacialização dos parâmetros da equação de intensidade–duração–
freqüência da precipitação do Rio de Janeiro e Espírito Santo. Engenharia
Agrícola, Jaboticabal, v. 18, 1999. p. 11-21.

Você também pode gostar