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LIDERAR

Sérgio Luiz Rigoli

Índice:

I....................Conceitos; Liderança x liderança;

II..................Conselheiro

III................Instrutores de:
(A) Especialidades;
(B)Ordem Unida e Marchas

IV................Diretores de Clubes;
1-Desbravadores
2-Aventureiros
3-Clube de Líderes

V..................Regionais;

VI................Departamentais;

VII..............Conclusão;

Apêndice.

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Dedicatória:

Uma homenagem aos lideres que vieram “na frente; desbravando” o caminho, a fim de
torna-lo mais fácil para nós percorrermos. Se não fosse por sua pioneira ação, “abrindo
caminho”, às vezes com grande dificuldade, para deixarem uma “trilha”, jamais outros teriam
sequer um caminho a seguir na liderança dos desbravadores. Aos lideres atuais, que tem o
mesmo espírito de servir, tornando cada vez a “trilha” mais conhecida, mais fácil de percorrer,
a fim de que nossos lideres não se extraviem do “caminho”, mas sigam “desbravando” corações
para trilharem os mesmos passos inspirados nos ideais que moveram e movem os lideres dos
desbravadores. A todos aqueles que desejam vir a fazer parte desta “aventura-tarefa” de se
tornarem lideres de desbravadores, aventureiros ou outros lideres (clube de lideres, regionais,
departamentais); para que tenham mais alguns “sinais” para os ajudar na missão de liderar
outros; “desbravando” a “trilha” certa, levando a muitos ao desígnio certo cujo alvo final é: “a
conquista da vida eterna”.
Portanto, liderar é sair “na frente” abrindo o caminho, para que outros possam seguir, e
conduzir os liderados com “segurança” aos céus.

Introdução:

Uma das definições “clássicas” de liderança afirma que: “liderar é exercer uma influencia
tal que inspire e mova obtendo o máximo de colaboração e o mínimo de oposição”. Analisando
esta premissa podemos tirar de imediato algumas lições:
1º “exercer influencia”; todo aquele que ocupa uma posição de liderança, ou se faz líder
em uma situação, exerce influencia. É isto que o faz ser o líder do grupo. É algo ativo e
constante. Você só é líder, ou esta exercendo liderança enquanto estiver influenciando a outros.
Portanto, liderar é algo que deve acorrer continuamente e ininterruptamente.
2º “inspire e mova”; a influencia exercida é tamanha no grupo, que fará com que os
outros se sintam inspirados, transformados e motivados a uma ação: o “mova”! Você não só
consegue a atenção, você vai alem. Você não só consegue inspirar os liderados a algo, você vai
alem. Você consegue fazer com que eles comecem a agir, você causa uma profunda alteração
no “estado de coisas”. Você convence outros a fazerem algo que você quer. Este é também o
3º ponto:
“Obtendo o máximo de colaboração e o mínimo de oposição”. Se ao você influenciar
você consegue uma ação, e esta ação é na sua maioria a “favor” daquilo que você pretende,
você esta liderando. Não é necessário 100% de “colaboração”, mesmo porque é quase
impossível. Mas, se o numero a “seu favor” é maior do que o “do contra” (oposição), pode
considerar-se um líder. Você esta exercendo liderança, você começou a liderar! É neste espírito
e nesta “direção”, que vamos abordar os diversos aspectos da liderança nos desbravadores
para você influenciar com mais eficiência, e obter “mais colaboração” dos seus liderados.

Cap. I – Conceito de liderança X liderança nos desbravadores

Centenas de livros já foram escritos sobre liderança, seja na área religiosa, educacional,
empresarial ou política . Talvez não exista mais nenhuma “novidade” a se apresentar sobre este
assunto. Mesmo na área dos desbravadores, com seus mais de 50 anos de existência, inúmeras
apostilas, cursos e vários manuais foram produzidos enfocando diversas áreas. Das apostilas
“mimeografadas” (talvez você nem sabia o que é isso e terá que buscar no apêndice) dos anos
70, onde “novidades nunca vistas eram diligentemente ensinadas e incorporadas aos clubes
através dos pioneiros cursos de liderança, aos atuais manuais, extremamente bem elaborados,
o intuito dos seus criadores sempre foi o mesmo: Transmitir o máximo de conhecimento sobre
liderança a fim de formar novos lideres, cada vez melhor preparados para a tarefa de através
do “desbravadorismo”, conduzir crianças, juvenis, jovens e adultos a cumprir com os nossos
ideais (voto, lei, lema. Alvo, propósito e objetivo). Assim que vamos tentar apenas colocar
resumidamente conceitos gerais de liderança e suas aplicações especificas em “nossa área”.

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Com um time de lideres que somando os anos de liderança deva dar mais de 250 anos, vamos
trazer conceitos e formas de liderar, neste capitulo e nos demais deste livro.
Formas de liderar: Dividem-se tecnicamente em 3, quanto a forma de atuar do líder,
segundo conceitos “clássicos”: 1º democrático, 2º autocratico, 3º laisser-faire.
1º Democrático: por definição é aquele que lidera (ou governa) de acordo com a
vontade popular, de acordo com o desejo daqueles que estão sob sua autoridade e
responsabilidade. Em geral é uma forma de liderança muita bem vista, já que o líder conduz,
direciona as ações do grupo com o interesse dos liderados. O ponto forte é que como o que se
vai realizar é do interesse da maioria, a oposição sempre será menor que a colaboração. Ponto
fraco é quando se lidera um grupo por atividades que lhes são desconhecidas, as opiniões dos
liderados nas tomadas de decisão são infrutíferas, uma vez que ninguém pode emitir uma
opinião acertada sobre algo que desconhece. Principalmente nos desbravadores e aventureiros;
como estão a cada ano nas classes J.A aprendendo “novidades”, a democracia não faz muito
sentido. É lógico que no cantinho da unidade, na escolha do nome da unidade, grito de guerra e
outros “detalhes”, a democracia não só é importante como vital; é o 1º passo para já iniciar o
processo de “criar” novos lideres mesmo com 6 anos de idade (aventureiros, abelhinhas). Já ao
nível de clube de lideres, região e departamentais, o grau de democracia se faz necessário,
imprescindível e vital. Não poucas vezes, o diretor do clube de lideres, o regional e o
departamental vêm a ter entre seus liderados elementos com o mesmo ou maior grau de
conhecimento e experiência, portanto nestes casos, a democracia acaba sendo a soma das
forças e experiências. Nesta situação todos se ajudam, porque todos participaram das tomadas
de decisões.
2º Autocrático: apesar de a 1º vista, por definição trazer uma “certa antipatia”, é útil
também, às vezes muito útil essa forma de liderar. Liderar (ou governar) com total autoridade,
sendo a “palavra final”, o tomador de decisões não é lá muito popular (ou até antipopular), mas
não é errado nem perverso se o líder estiver decidindo o melhor para o grupo, mesmo que
este, a principio se oponha. Muita gente gosta e precisa ser liderada. Juvenis, adolescentes e
crianças, em especial, valorizam muito mais o líder que manda, com autoridade e justiça do
que o líder “bonzinho”. O ponto forte na autocracia é a rapidez na tomada de decisões, fazendo
desta forma de liderar a mais útil em casos de emergência e urgência. Imagine em um caso de
acidente com vitima em situação grave. É vital que alguém lidere o socorro e resgate. Nesta
hora, não da pra ser democrático, e ouvir as opiniões dos lideres e das vitimas para então
decidir como, quando, onde e por quem começar. É “vital” ser autocrático! Em contrapartida é
a liderança por autocracia aquela que pode vir a gerar os maiores erros e, por conseguinte as
maiores oposições (ao invés de colaboração). Ao ser imposto o que se fará pelo líder
autoritário, em caso de falha, erro ou insatisfação, a culpa é total do líder. É, portanto,
podemos afirmar que essa forma de liderança é “de risco”. Este é o ponto fraco no líder
autocrático. Pode perder sua liderança por um único erro; uma vez que se faz responsável por
erros e acertos das ações dos seus liderados.
3º Laisser-faire: esta é uma expressão da língua francesa usada para definir o líder do
tipo “vale tudo...” o que os liderados querem. É aquela “liderança” (“entre aspas”) onde alguém
em posição ou função de direção deixa cada um dos liderados fazerem o que bem entendem.
Não se opõe a nenhuma ação ou direção que desejam tomar. Ponto forte; jamais criará
oposição, uma vez que não se opõe. Se os liderados tiverem grande capacidade, conhecimento
e experiência; é o tipo de liderança ideal. Cada um desenvolve algum tipo de beneficio para o
grupo e o líder “laisser-faire” só colhe os bons resultados de sua liderança. Na verdade, este é o
ponto fraco, é uma situação quase utópica a descrita, uma vez que se não houver uma
normativa imposta pelo líder, o que normalmente virá a acontecer é o imposto da liderança-
anarquia. Neste tipo de liderança é muito difícil de conseguir resultados. Mas a momentos que é
útil esse tipo de liderança, para estimular nos liderados criatividade, iniciativa e até mesmo
despertar nos mesmos aqueles que tem potencial de liderança, contudo latente , a agirem.

Conclusão: qual é a forma de liderar tecnicamente melhor? Nenhuma das 3, e todas as


3. O bom líder é o que na verdade consegue “sentir” (feeling) a cada momento de sua liderança

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qual das 3 formas é a melhor a se aplicar naquele momento. Numa mesma reunião, atividade
ou evento é possível e proveitoso o líder alterar-se nas 3 formas citadas; de acordo com as
circunstancias. Ex. Numa reunião de clube você terá que ser autocrático para dar ordem unida,
é impossível faze-lo de outra forma. Logo em seguida, você poderá ser democrático para
decidir as especialidades a serem desenvolvidas durante o próximo acampamento do clube,
principalmente se você tiver “estrategicamente” elaborado de antemão uma lista com as
“possíveis” de serem feitas. E devera ser um líder “laisser-faire” na hora do cantinho da
unidade, deixando que cada conselheiro tenha oportunidade de se desenvolver em sua
liderança frente ao seu grupo (a unidade), não interferindo durante a mesma. É por esta razão
que os conselheiros tem que ter treinamento prévio, e em caso de erros, os mesmos devem ser
corrigidos “a posteriori” (ver cap. II).

Ser líder X estar líder: esta é uma “relação” ou ainda uma “equação” donde pode-se
surgir dois resultados diametralmente antagônicos; se bem “aplicada”, os esforços se
multiplicam. Se não; se opõe e se anulam, vira “versus” (X). O que vem a ser isto? Vamos as
explicações: Ser líder . Este é o chamado “líder nato”. Algumas pessoas que já nascem com o
dom de liderar, influenciar outros a seguirem-no. Ainda na infância, nos primeiros contatos,
algumas crianças já se despontam naturalmente como lideres. Na verdade é um percentual
muito pequeno; talvez 1 em cada 50 ou 100. Apesar disto, nem todos chegam a ser grandes
lideres, por falta de apoio, condição, treinamento ou oportunidades. Possuem o dom, porém,
não sendo direcionado, “canalizado” propriamente, acabam desperdiçando ou usando
erradamente. Este tipo de líder, o líder nato, ele é líder até mesmo não estando em posição de
liderança, e muitas vezes sem ter qualquer tipo de treinamento ou preparo. São “peritos” em
improvisar as saídas e soluções, onde às vezes os mais preparados ficam sem ação. Sabendo
ser “aproveitados” pelos lideres, estes vêm a tornar-se os maiores auxílios ao líder, e podem vir
a ser grandes lideres no futuro. O grande líder, sendo também um líder nato, consegue se bem
aproveitado e treinado influenciar, inspirar e mover por “gerações”. Porque? Porque para ele,
liderar não é um trabalho. É uma necessidade natural do seu caráter e comportamento. Ele é
líder, e está sempre pronto para “tomar a frente” e “sair liderando”, seja qual for o lugar,
situação e até o grupo a ser liderado.
Estar líder. É a condição que alguns assumem, sendo ou não lideres nato, por imposição
de um cargo ou situação. Um pai de família, por questão de situação está em posição de liderar
sua família, mesmo não sendo um líder. Muitas pessoas chegam a cargos de liderança por
razões diversas como: Mais tempo de “casa”, ter estudado sobre o assunto, indicação,
“parentesco” e até por falta de opção, aquela que : “quem não tem cão caça com gato”. Não
que isso seja de todo o mal, pelo contrario, muitos grandes e eficientes líderes não só na
história, mas inclusive nas histórias bíblicas não eram lideres; mas ao estarem lideres e se
dedicarem a este trabalho; “aventura-tarefa” obtiveram êxito. Quanto mais se falando de
desbravadores, aonde a dedicação vem acompanhada de bênçãos de ninguém menos que
Deus, Criador e mantenedor de todo o universo. Ao estar líder por qualquer uma das razões
citadas (ou outras quaisquer) entra então em “jogo”, a relação/equação: “ser líder X estar
líder”. Não é por que alguém não é líder nato que não possa liderar. Ainda mais liderar sobre
líder(es) nato(s). Ao ser colocado em posição de liderança, e usando os seus liderados,
inclusive (e principalmente) os “lideres natos” sob seu comando e direção pode conseguir
resultados positivos. Principalmente estando o líder “associado” ao poder de Deus. Não haverá
nenhuma tarefa difícil ou impossível para este líder. Caso você não concorde com esta
afirmação , dê uma lida depois no capitulo IV, “missão impossível” que você passará a acreditar
que nenhuma obra é impossível , nenhuma missão é difícil para alguém que venha a estar na
liderança da obra de Deus . Qualquer pessoa, sendo líder ou estando líder pode em se falando
de desbravadorismo conseguir grandes êxitos em liderar. Bastam para tal buscar algumas
qualidades, e estas servem para todos; os lideres natos ou não.

Qualidades de um líder: Empatia/simpatia; vamos analisar essas duas qualidades por


“contraste”. Empatia, o oposto é apatia, que significa uma pessoa apática, imóvel, inoperante,

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não chama a atenção, não atrai os outros a si, e jamais é capaz de motivar outros, influenciar e
mover alguém, uma vez que a mesma não se move. Vejamos o exemplo bíblico de Paulo (ver
historia de Paulo livro I). Ninguém naquele tempo “viajava” tanto quanto Paulo, e mesmo
depois de preso, ainda influenciava seus liderados a viajarem; o “mova”, por todas as partes.
Paulo da um grande exemplo dessa qualidade do líder. Em cada lugar por onde passava,
deixava vários seguidores da igreja apostólica, inspirados e motivados ao trabalho, e com
empatia Paulo os encorajava e cita os mesmos sempre em suas cartas. Pode ler, em todas as
suas cartas há sempre uma lista empática e por que não dizer também simpática de
“saudades”, a cada um com uma palavra de motivação e incentivo. Veja por exemplo em
Romanos 16: 1 a 16. onde Paulo começa recomendando a “irmã Febe” como protetora inclusive
dele mesmo (V. 1 e 2), e segue com cooperadores que arriscaram as próprias cabeças (Priscila
e Áquila – v. 3 e 4); primícia de Cristo (Epêneto – V. 5); parentes e companheiros “atrás das
grades” (Andronico e Junias, que já eram apóstolos antes mesmo de Paulo – v. 7); Maria –
muito trabalhadora pelos Romanos (v.6); o “amigo do Senhor” Ampliato (v.8); amigos e
cooperadores em Cristo (Urbano e Estáquis – v. 9); parente (Herodião e os da casa de
Aristóbulo – v. 10); apesar de nomes “tri-estranhos” (parece coisa do sul) as “trabalhadoras no
Senhor” Trifena e Trifosa, e também Pérside (v.12); o irmão e a mãe “postiços”, como Rufo e
sua mãe (v.13); e mais (dá-lhe nome estranho) Asíncrito, Flegonte, Hermes, Pátrobas, Hermas
(v. 14); os santos Filólogo, Julia, Nereu e irmã Olimpas (v.15). Como você pode ver, a singela
lista com 27 nomes (muitos deles estapafúrdios, que ninguém colocaria em seus filhos hoje) é
uma prova da qualidade do líder Paulo, empatia, e também, pelas palavras de encorajamento
“individualizadas”, mostra a simpatia do “líder-apóstolo” Paulo, “servo de Deus e amigo de
todos” (ver história de Paulo). Pessoas antipáticas (o oposto de simpáticas) o máximo que
conseguem é “inspirar e mover” os outros para longe de si! Empatia e simpatia são qualidades
indispensáveis num líder, e tem que ser desenvolvidas e “cultivadas” a todo instante, a cada
dia. Estas qualidades de bom líder nos levam a próxima qualidade.

Atenção: esta é uma lei natural dos relacionamentos humanos; “o tanto de atenção que
você recebe de alguém é o mesmo que você dá!” Ou seja, quanto mais atenção você dá a
alguém, este retornará a mesma quantidade de atenção a você . Se você que é líder ou esta
em posição de liderança quer que seus liderados dêem atenção a você e as suas “ordens”,
comece você prestando atenção nos seus liderados. Observando, gaste tempo para conhecer
detalhes “peculiares”, desejos e anseios pessoais de cada 1. Participe também dos seus
problemas. Mostre-se atento a suas atitudes e reações as ordens. Quer ganhar, por exemplo, o
total e incondicional apoio duma desbravadora, liderada? Repare e comente sobre o seu novo
penteado ou qualquer outro “detalhe” no “visual”. Você ganhou da desbravadora, por um gesto
de atenção, o apoio para qualquer atividade. Preste atenção, nas capacidades naturais dos
liderados, suas predileções e interesses, comente isto com eles, incentive e realce sempre os
seus pontos fortes. O maior erro de um líder é gastar toda a sua atenção tentando corrigir os
liderados naquilo que são fracos ao invés de centrar a atenção em desenvolver em cada um
primeiramente naquilo que ele tem de forte naturalmente. Pode ter certeza, se você começa
fortalecendo os pontos fortes que você prestou atenção que seu liderado possui, ele mesmo
tentará por si mesmo em atenção ao líder se superar naquilo que é ineficiente. Para
desenvolver-se nesta qualidade importantíssima você líder terá que também buscar se
desenvolver na próxima qualidade de um bom líder, a saber:

Disposição: isso requer força de vontade e disponibilidade do líder. Estar disposto a


gastar tempo, estudando e conhecendo os seus liderados, sua vida, seus gostos, dificuldades,
problemas, expectativas, desejos e etc... Esta é aquela disposição de “andar a 2º milha”. Os
grandes lideres são aqueles que não se contentam em fazer muito, sempre estão dispostos a
fazer mais. Não querem fazer bem feito, querem fazer perfeito . Para tal, tem que estar
disponível para ouvir. Este talvez seja o maior “pecado” de um líder. Não se disponibilizar para
ouvir as reclamações e principalmente as sugestões dos liderados; “derruba” muito líder
preparado e “bem intencionado”, levando-os ao fracasso e os liderados a desmotivação. O bom

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líder é o que se coloca a disposição dos seus liderados a fim de ouvir os comentários, após uma
atividade ou evento, independente se foi bom ou ruim. Esta disposição de enfrentar opiniões,
inclusive sobre o próprio desempenho faz com que o liderado passe a respeitar e amar o seu
líder. Não quer dizer que o líder tenha que fazer ou acatar todas as sugestões. Mas a disposição
em ouvir, dando atenção, sendo simpático nos comentários quanto as sugestões, já é suficiente
para “ganhar” total apoio dos liderados. Pode ter certeza. Acima de tudo, disposição para
aceitar sugestões e aplica-las, mesmo que estas não sejam do seu inteiro interesse, é o
diferencial que qualifica um bom líder. Exemplo: após meses de campanhas e cansativos
preparos para levar o clube (ou a unidade, ou a região, ou o campo) a um Camporee, talvez o
que venha a mente do líder é “contar os minutos” que faltam para as férias. Mas... vem alguém
com uma sugestão: fazer uma festa para comemorar a participação no Camporee, ou quem
sabe um outro acampamento, afim de por em prática algumas novidades aprendidas no
Camporee (por ex. Uma competição, novos corinhos, uma torre ou portal inovador e etc...).
Você pensa; a idéia e boa, mas... haja disposição! Não é mesmo? Ao aceitar uma sugestão,
lembre-se de que quem sugeriu, será o 1º a “se matar” para sua sugestão vir a dar certo. Se a
sugestão for portanto a vontade e desejo dos liderados, do grupo, você só terá que se
disponibilizar para “estar líder”, uma vez que os interessados é que virão a “ser líder” nos
esforços e trabalho. Lembre-se disto e seja um líder disposto. Esteja a disposição, isto fará de
você sem dúvida um bom líder.

Preparo: Duas formas de preparo; o pessoal e o preparo para agir. Pessoal :


Todo aquele que deseja vir a ser líder, liderar, tem que procurar preparar-se, estudar. Seja
estudar sobre liderança, sobre relacionamentos, “técnica” de ensinar, preparo pessoal. Como
liderança está relacionada a pessoas, e estas são dinâmicas, ativas, modificando-se e
movendo-se constantemente, assim também o preparo do líder para tal tem que ser constante.
Você tem que estar sempre “atualizado”. Atravéz de leitura especializada, leitura em geral,
leitura cultural e principalmente espiritual. Aquela resposta à sua duvida ou dificuldade para
enfrentar a situação de liderança, Deus quer dar a você, mas você tem que fazer a “sua parte”,
e buscar atravéz da leitura da Bíblia. Só assim você estará sempre “atualizado e sintonizado”
com os seus liderados. Você tem que estar sempre pronto para si mesmo, para então poder
estar preparado para agir! Esta é a característica que faz de um líder um grande líder. Tenha
sempre preparado algo “novo” para apresentar. Mesmo que você não tem nenhuma “parte” a
apresentar, leve algo preparado, estudado e pronto para fazer. Vou mais alem: Leve também
um “plano B”. Não faz mal que você não foi acionado. Você preparou um plano (ou melhor, 2!!)
e não foi usado. Imagine o contrário: Você não preparou nada, não era a sua responsabilidade,
porem o responsável (eis) não foi (foram) ou acontece um “imprevisto”. Você “é um líder”, e
então alguém vem para você e te “passa a peteca”. Você vai sair com uma; “não estou
preparado”..., a “peteca” vai parecer “batata quente” na sua mão, e você perdeu a chance e
oportunidade de mostrar que é líder, e provavelmente sua “liderança” será posta em dúvida
pêlos liderados, uma vez que para eles, lider é líder em toda e qualquer situação! A outra
“opção” é bem melhor, estar preparado e não precisar agir, ao invés de ser colocado “na
fogueira” e passar pelo vexame, para um líder, de “fugir da raia” ali, na frente dos liderados.
Faça do preparo o seu maior aliado em liderar. Você nunca terá nada a perder em estar sempre
pronto. Conhecimento é uma “bagagem” sempre necessária e que não pesa para carregar!

Bom humor/otimismo: você se preparou para um programa. Tem plano A, plano B e até
plano C. Esta disposto a fazer o possível e o impossível para dar tudo certo. Buscou com seus
liderados atentamente o que lhes interessava, o que lhes era simpático. Quem sabe, por
exemplo, você preparou para dar aquela especialidade, um filme, uma projeção em multimídia,
e várias gravuras. Vai ser um arraso. É tudo o que os liderados querem aprender. Chega na
hora, ansiedade, e então... acaba a luz. Nem filme, nem multimídia e nem sequer as gravuras,
a luz de vela e lanterna. O que fazer? Entra em ação estas duas qualidades do lide; bom humor
e otimismo. Aparentemente catástrofe a vista, ou ainda a não vista, uma vez que no escuro
não se enxerga nada. Primeiro passo: bom humor: transforme a “desgraça aparente” em um

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momento engraçado. Afinal, as cenas hilárias e cômicas sempre partem de algum


acontecimento ruim. Como exemplo uma situação “muito parecida” a citada, a especialidade de
animais mamíferos acabou se transformando numa “não programada” aula de estrelas, com
direito a constelações “mamíferas” (touro, cão menor e maior) e até o “alimento” dos
mamíferos, observando a “via Láctea”. Com bom humor, a aparentemente “catástrofe”
transformou-se numa cômica e inesquecível introdução a especialidade de estrelas. Não só bom
humor, mas otimismo, uma vez que era algo difícil começar o estudo pela observação, sem
antes toda a parte teoria necessária, mas para o otimismo, sempre dá (ou vai dar) certo.
Imagine-se na mesma situação. Se ao invés de levar com bom humor e otimismo, você decide
que como não tem luz não tem mais nada, o que ia acontecer aos liderados? Com certeza alem
de perderem uma inesquecível aula de “constelações mamíferas”, iriam inventar algo para
fazer. Provavelmente bem “menos útil” que estudo de estrelas e constelações. Com bom humor
até as tarefas mais indesejáveis tornam-se mais fáceis de se executar. O otimismo é a alavanca
que “move” os grandes obstáculos. Duas características e qualidades que podem fazer qualquer
líder transformar-se em um líder inesquecível! Pode crer.

Perseverança: Mesmo tudo se apresentado “do contra”, você sabe que a tarefa ou
atividade é o melhor a se fazer. Provavelmente será a única oportunidade para os liderados.
Mas vai requerer de todos, inclusive você, esforços dobrados. O que fazer? Desistir? Entra a
impagável qualidade de um líder: perseverança. Já pensou Jesus “desistindo” de se entregar
para cruxificcão porque um liderado é quem ia trai-lo, e nem pedindo por 3 vezes os seus
“vices” mais chegados não ajudaram-no a vigiar em oração no Getsemami? É verdade que é
um exemplo extremo! Mas mostra que a perseverança é a maior qualidade do líder, assim
como foi a do maior líder do universo; Jesus! É como num treinamento. Um atleta, corredor,
vai para os treinamentos todos os dias já sabendo que vai “enfrentar” a pista de atletismo, e
com ela, o suor, cansaço, falta de ar, dores musculares e a exaustão, mas persevera tendo em
vista que lá na frente, na competição poderá “melhorar” a sua marca. Assim deve ser a atitude
do bom líder. A cada reunião, é como um “treino”. Vai ter que enfrentar todas as dificuldades.
Vai ter que suar a camisa. O objetivo não é “ganhar dos outros”, o objetivo é superar a si
mesmo. O bom líder de desbravadores não deve procurar ser melhor que os outros, mas como
o bom corredor, enfrentar cada reunião, dando o máximo de si mesmo a fim de melhorar a sua
própria marca, seu tempo. Quanto a “ganhar” a corrida? A medalha? O troféu? É só
perseverando, quem sabe por anos, que um líder de aventureiros ou desbravadores vai ver o
resultado. Vai poder ver nos seus liderados aqueles que “viraram gente”, por causa da sua
perseverança e insistência em confiar que aquele menino ou menina ia dar certo. Mesmo que
todos os outros dissessem o contrário, você líder decidiu “enfrentar” a toda reunião, resistindo
com os mesmos, e então “no cansaço” você acabou “ganhando a corrida”, conquistando o
premio: O coração de um pequeno para Cristo. Não tem medalha ou troféu melhor para o líder.
Só a perseverança leva a resultados. Esta qualidade, todo líder deve buscar ansiosamente, a
todo custo.

Habilidades “especiais”: estas vêm, ao contrario que muita gente pensa, por ultimo.
Alguns imaginam que para serem grandes lideres, a pessoa já vem “dotada” de alguma
habilidade ou dom extraordinário. Não são poucos os que acreditam que o bom líder é aquele
que sabe “assobiar e chupar cana enquanto dão um show de sapateado”. Este é sem dúvida o
maior erro. É verdade que dons, talentos e habilidades especiais podem ajudar, mas jamais são
tão ou ainda mais importantes que as qualidades citadas anteriormente. Alguns crêem não
poderão ser bons lideres porque, por exemplo, não tem o “dom de falar”, não dominam a arte
de falar em público. É certo que ajuda, mas não desqualifica ninguém a ser líder, ou ainda
grande líder. Basta se esmerar mais nas outras qualidades. Ser líder (ou estar líder) não é
sinônimo de “não largar o microfone”. Você delega aos liderados as ações, como por exemplo
alguém que você ao dar atenção notou ter o “dom da palavra”, a tarefa de falar. Você como
líder instrui o que deve ser dito e ele executa. Talvez você gostaria de ter o dom de cantar,
para se considerar um grande líder. Nada importante. Você lidera e delega essa tarefa aos

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liderados que tem o dom, e com bom humor você só faz parte do coro, mesmo que “meio
desafinado”. Alguns vão mais longe, acreditando que para serem um bom líder tenham que ser,
ou “super-homem” ou “mulher maravilha”. Jamais erram, jamais se cansam e conseguem
executar toda e qualquer missão. São invencíveis. Assim como os exemplos citados (S.H. e
M.M) este tipo de líder só existe mesmo na ficção! Você é líder não porque consegue sozinho
carregar as barracas e mochilas dos seus 40 liderados, mas você é líder porque faz com que as
barracas e mochilas sejam carregadas pelos seus 40 liderados. Você não tem que ser mais
forte; você tem que ser o líder. Você tem atenção e disposição para saber distribuir as tarefas
entre os liderados. Este é o seu forte. Alguns imaginam que tem que ter todas as
especialidades para serem então grandes lideres . É muito bom que você, através do seu
preparo tenha um número considerável delas. Mas você terá se mostrado como grande líder se
você conseguir trazer para os seus liderados “grandes instrutores”, cada um nas suas
especialidades, muito mais que você mesmo ensinar a todas elas. Disposição para “ir atrás” de
outros instrutores, e com isso você também estará ampliando o seu preparo, juntamente com
seus liderados. Desta forma, você estará aumentando suas habilidades enquanto amplia
também as qualidades de um bom líder.
“Liderar nos desbravadores é, portanto: Vamos, façamos, juntos conseguiremos... e
juntos nos céus habitaremos”.

Cap. II – Conselheiros

Conselhos para os conselheiros de unidade dos clubes de desbravadores:

Importância do conselheiro(a) de unidade:


É bem verdade que o clube de desbravadores existe em função do desbravador, por
tanto a “peça” mais importante é o menino e menina que vem para o clube a fim de através do
“desbravadorismo” ser preparada e treinada a viver os ideais. Entretanto para que isto ocorra,
o clube tem através de diversas “ferramentas” os meios para tornar o juvenil numa “peça” útil.
Tendo então “peça” e “ferramenta” só falta quem saiba usar um (ferramenta) para ajustar a
outra (peça). Entra em ação a diretoria do clube. Cada membro possui uma função especifica e
útil no processo de produção. Mas... você conselheiro alem de uma função especifica, tem
ainda uma função especial, que faz de você a “ferramenta mestra”, ou seja o elemento mais
importante para que o clube possa atingir plenamente sua missão de transformar meninos e
meninas em desbravadores. Conheça a fundo a sua importância e papel nesta tarefa.

ORGANOGRAMA DO CLUBE DOS DESBRAVADORES:

1. Diretor(a) – responsável geral pelo clube de desbravadores, é quem dirige e toma as


decisões.
2. Diretor associado – responsável junto com o diretor pelo andamento do clube,
especificamente na área masculina.
3. Diretora associada – idem, área feminina.
4. Conselheiro(a) geral – cargo exercido pelo pastor da igreja ou ancião. Acompanha e
auxilia a diretoria nas tomadas de decisões, disciplinas e atividades externas (sempre
que possível). É a figura do “paizão” ou “mãezona” do clube.
5. Instrutores(as) – todos que através do seu conhecimento pode ajudar o clube
ensinando itens das classes e/ou especialidades. Podem ser efetivos (estão sempre no
clube) ou ocasionais (convidados a darem uma palestra, uma atividade, uma
especialidade e etc... ex. Regionais, professores e etc...).
6. Tesoureiro(a) – responsável pelas finanças do clube, perante a igreja os pais e
diretoria. Deve ajudar e planejar junto com os conselheiros de unidade campanhas para
levantar fundos.
7. Secretario(a) – responsável em cuidar dos relatórios, chamadas, atas e toda a
correspondência “oficial” entre o clube e região, associação e etc...

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8. Conselheiro(a) – elemento de ligação entre diretoria e os desbravadores. É quem


comanda a unidade, célula-máter do clube, onde efetivamente ocorre o treinamento e
ensinamento dos juvenis.

Características do conselheiro(a) da unidade: O ideal para conselheiro seria aquele


juvenil que veio ao clube com 9/10 anos e passando por todas as classes regulares e
avançadas; chega agora aos 16 anos e deve começar a classe de líder . Obrigatoriamente
na classe de líder é requerido que comesse a pôr em pratica sua “liderança”, um “estágio”
de líder. Ainda não é líder, nem maduro suficiente (normalmente) para dirigir um clube,
mas por ter passado pelas classes, as conhece e precisa começar a desenvolver sua
liderança. Assim como a figura dum Sargento, nas forcas armadas, é o conselheiro que fará
os comandados executarem as tarefas dos superiores (diretoria). O conselheiro se
identifica, se aproxima muito mais dos desbravadores até por motivos etários (idade) já que
ainda esta recente, e até presente, os mesmos interesses e características dos que serão
comandados por ele (os desbravadores de 10 a 15). O conselheiro, portanto, ainda “fala” a
mesma linguagem do desbravador, apesar de ter um pouco mais de idade, experiência e
conhecimento (classes e especialidades e participação nas atividades do clube). É também
para os conselheiros a participação ativa no Clube de Líderes, onde o contato, treinamento e
intercâmbio com líderes já formados ou em formação , de outros clubes, ampliará o
“horizonte” e perspectivas para serem aplicadas nas suas unidades. Dai a importância do
Clube de Líderes ser formado por aqueles que estão na ativa dos clubes de desbravadores.
Esta inerente busca do saber promovida pela classe de Líder em conjunção com as
atividades do Clube de Líderes dá base para o trabalho do conselheiro frente à unidade e
também, por outro lado, faz com que os juvenis liderados passem a ter respeito e
admiração pelo “seu líder” mais imediato. Esta é a chave-mestra. É assim que os
desbravadores terão seus coraçãozinhos abertos e estarão prontos a atender a todas as
ordens e ensinamentos dos conselheiros. É por essa razão que o conselheiro pode conseguir
apoio total dos seus liderados. Principalmente se, você conselheiro, seguir alguns simples
conselhos:

1º ordem, ao dar uma ordem, ao invés de faça, use façamos; ao invés de vá, vamos;
limpe, limpemos e etc... Ao se incluir na ordem, mesmo que seja algo só para os
desbravadores fazerem (por ex. Decorar um requisito da classe) a barreira da ordem
autoritária estará desfeita, e por pior que seja a ordem o juvenil a fará com prazer, sem
necessidade de ameaça ou punições.

2º justiça, É na idade dos juvenis e adolescentes que nós seres humanos atingimos o
conhecimento de justiça . Para um juvenil, a injustiça é algo inaceitável. Assim, o
conselheiro deve criar um “regulamento da unidade”, um código de honra e disciplina,
proposto pelos próprios desbravadores. E com um os menos apresentarem disciplinas, para
eles mesmos, muito piores e intensas que a diretoria do clube poderia imaginar. Caberá ao
conselheiro “amenizar” estas “rígidas leis disciplinares”. O importante aqui, é que nenhum
desbravador reclamará de ser corrigido por uma lei criada por ele mesmo .

3º relação pessoal : Dependendo do tamanho do clube, alguns diretores mal chegam a


saber, o nome de todos os participantes do clube, e às vezes é impossível a diretoria
conhecer os pais de todos os participantes e mais ainda, entender as individualidades dos
juvenis. Esta é a razão principal de se ter no clube dos desbravadores as unidades. O
conselheiro acaba assumindo o papel de “irmão mais velho” do juvenil. Este relacionamento
deve extrapolar a reunião do clube. O conselheiro deve obrigatoriamente conhecer os
juvenis de sua unidade por nome, conhecer os pais pessoalmente, e mais, visitar a casa
onde mora o seu liderado. Muitos problemas podem ser evitados, e muitas injustiças jamais
serão cometidas se o conselheiro tão somente tiver este cuidado. Ao conhecer o seu
desbravador a fundo, ficará muito mais fácil a relação com o mesmo, e o desbravador

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estará sempre disposto a acatar as ordens do seu conselheiro, pois o considerará mais que
tudo.

4º promessas e planos: É importante que a unidade tenha certa autonomia dentro do


clube. Alem do “cantinho da unidade” a cada reunião, a mesma deve ter atividades
exclusivas. O conselheiro deve fazer os planos com os próprios desbravadores, mas só
prometer a execução dos planos após a diretoria dar o aval. Com isso ao invés de que
alguns conselheiros imaginarem estar sendo cerceada sua liderança diante dos
comandados, estará ao contrario, mostrando ao juvenil que o seu conselheiro “também é
diretoria”. Com isto, o conselheiro não terá que passar pela difícil situação de uma
promessa não cumprida.

Sugestão de atividades para unidades: uma das maiores forças para “atração” dos
juvenis nos desbravadores é que os mesmos precisam se socializar. Alem disso, na “crise de
identidade” proveniente da idade, mudanças e crescimento, o juvenil precisa sentir-se
reconhecido e aceito por seu grupo (unidade). Algumas simples ações farão com que estes
desejos, anseios e necessidades sejam supridos e trarão conforto aos participantes.
Reuniões especiais; o simples fato de marcar um encontro da unidade, por ex., 10
minutos antes da reunião normal do clube, ou antes, do culto de quarta-feira, forma na
mente dos desbravadores uma expectativa e ansiedade, úteis para obtenção de resultados.
O juvenil se sentirá importante. É só “desafiá-lo”.
Solenidade, uma simples reunião como acima descrito, toma ares de algo solene, já
que “só nós” (os desbravadores da unidade) é que estaremos lá. Neste “embalo”, o
conselheiro e diretoria conseguirão ganhar a atenção e apoio dos desbravadores para
qualquer tarefa, mesmo que seja algo que eles normalmente não fariam espontaneamente.
Por ser “só para nós”, entretanto, não só farão como ainda o farão com orgulho pela
“exclusividade”.
Códigos; é natural nesta idade que as “turmas” tenham seus próprios códigos, algo que
“só eles” tem, sabem e/ou fazem. Ai entra o conselheiro. Escolha especialidades, atividades
e “distinções” exclusivas para sua unidade (ex. Todos da unidade usarão camiseta azul na
caminhada. Todas as meninas usarão cabelo “assim ou assado”). O interesse é diferente de
acordo com idade, sexo e localidade, assim que esta escolha será particular dos
participantes da unidade (ex. Urbanos são loucos pelo mato enquanto os que não moram
nas cidades preferem o oposto). Ao usar estes princípios, você poderá então fazer
especialidades e atividades extras da unidade em horários extras e locais diferentes, como
por ex. Na casa dos desbravadores da unidade. Nada os deixará mais entusiasmados em
exibir seus novos amigos e seus novos conhecimentos para suas famílias. Às vezes com
algo simples você “mata” tudo de uma vez. Ex. Reunião especial na casa do desbravador
“X”; todos devem ir com camiseta “X” (camiseta do clube, da unidade ou algo combinado).
É uma “reunião secreta” (para efeitos de solenidade, lógico que será anteriormente
combinado com os pais do/a desbravador “X”. Mas será secreta para os outros
desbravadores do clube). Na dita reunião o conselheiro ensinará a todos a fazerem alguns
nós da classe de amigo e ao final todos farão um cordão com nós para na próxima reunião
do clube todos irem com ele preso no cinto da calça e assim darem “um show” para os
outros. Para o desbravador de 10 anos (idade da classe de amigo) isso é motivo para ficar
muito orgulhoso e ter o que falar por meses.
Numa simples caminhada do clube, por exemplo, uma unidade de meninas pode
preparar algo especial, um cartãozinho com algo alusivo ao local (ex. Pico do Jaraguá,
cartão em forma da montanha com os dizeres:” Sobreviventes da conquista do Jaraguá do
dia “x”) e entregar a todos que cumpriram a “missão”. Isto fará a unidade delas ser
lembrada por meses ou anos com orgulho e admiração.
Padrões para escolha do conselheiro/a: Algumas regras simples podem trazer
grandes resultados, porem a diretoria utilizará algumas somente como base, já que cada
clube individualmente tem suas características. 1º É a regra básica. Obrigatoriamente

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unidade masculina, conselheiro masculino, e unidade feminina conselheira feminina. 2º


Conforme já citado, os conselheiros são “estagiários”, a partir dos 16 anos. É, entretanto
muito difícil um conselheiro de 16 anos liderar uma unidade com desbravadores de 15 anos,
por exemplo assim que o fator idade deve seguir, dentro da possibilidade a seguinte regra:
conselheiro/a de 16 anos, unidade de 10 e/ou 11 anos. Conselheiro/a de 17 anos, unidade
de 11 e/ou 12 anos. Conselheiros/as de 18 anos e acima, unidade de 13 a 15 anos. Assim,
mantém-se uma distância necessária para diferenciar o conselheiro dos liderados, dando
chance aos recém saídos do clube (16 anos) condição de começarem a experimentar a
liderança necessária à classe de líder e atividades do clube de líderes . (apenas para citar,
para os aventureiros esta relação idade é inversamente proporcional, ou seja, o conselheiro
de 16 anos, unidade de 9/10 ou 8 anos; o de 17 anos, unidade de 8 e/ou 7 anos; e o de 18
e acima, unidade de 7 e/ou 6 anos). Outro fator, é que as classes (por isso chamavam-se
progressivas no passado) vão se apresentando num crescente grau de dificuldade, assim
que o conselheiro de unidade de 15 anos, por exemplo ao estar ensinando a classe de guia
já terá facilmente (aos 18 anos) concluído a classe de líder, podendo inclusive já estar
investindo até em líder máster, dando assim certo “peso” diante de adolescentes de 15
anos. Vale lembrar que toda regra (não é lei) tem exceção.
Conselhos conclusivos: Como foi descrito, você conselheiro/a é não só alguém com
função especifica no Clube, mas acima de tudo alguém realmente especial no Clube dos
Desbravadores. Nem um bom Diretor (a) ou Associado(a) será capaz de conseguir com
tanta eficiência o que só você poderá, deverá e fará, como diz o nosso voto: “pela graça de
Deus...”. Se por um lado, você é tão importante, indispensável; um privilegiado, por outro
lado pesa sobre você uma responsabilidade. É a lei do privilégio X responsabilidade. Igual a
lei física da ação x reação. A cada privilégio corresponde uma responsabilidade de igual
tamanho e responsabilidade. Você teve (ou não) o privilégio de passar por todas as classes
(ou está passando) assim você tem a responsabilidade ensina-las aos seus liderados. Você
teve o privilégio de viver no Clube acampamentos, Camporees, congressos, caminhadas e
aventuras, é sua responsabilidade agora liderar outros a experimentarem as mesmas, ou
ainda muito mais e melhores atividades (mesmo porque paralelamente você também estará
tendo o privilégio de continuar aumentando sua experiência ao viver estas atividades).
Enfim, você pode ser para seu liderado, o desbravador da sua unidade aquele líder que você
teve, ou então aquele líder que você não teve, mas que com absoluta certeza você sonhou
em ter. Este é o principio que deve reger os esforços e dedicação de cada um dos
conselheiros e conselheiras de unidades. O privilegio? Veja o que Jesus, o próprio líder e Rei
do universo fala para você(Mateus 25:40): ...em verdade vos afirmo, sempre que o fizestes
a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes”. Sim conselheiro, ao você guiar e
liderar cada menino e menina você o faz como se estivesse fazendo ao próprio Redentor
Jesus Cristo! Quanto a responsabilidade? Esta é de igual tamanho e intensidade, e também
o próprio Jesus a descreve (Mateus 18:6)... “qualquer, porem, que fizer tropeçar a um
destes pequenos que crêem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço
uma pedra de moinho, e se submergisse na profundeza do mar”. Como então agir com
eficiência, sendo conselheiro? Use a citação também de Jesus de Mateus 18 1 a 5.Viram
como é simples? Basta se “converter”, se tornar como criança(v3). É por isso que
conselheiro é, e age como desbravador, seu liderado. Anda junto, senta junto,, acampa e
dorme na mesma barraca, brinca junto, recebe o desbravador tão bem(v5) como se fosse o
próprio Senhor do universo. Tenha esse conselho do conselheiro e Deus-conosco, Jesus, em
mente ao dirigir sua unidade.

Cap. III – Instrutores

Toda a vez que alguém tiver dando uma instrução ele tomara a posição de um instrutor.
Ele estará liderando ao conhecimento que possui , em determinado assunto, aqueles que
desejam aprender sobre o mesmo. Assim que ao dar uma aula em um curso, ensinar um item
de uma classe J.A ou dar palestra, você estará na posição de um instrutor. Porem vamos ver

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mais especificamente dois tipos de instrutores neste capitulo: (A) instrutores de especialidades
e (B) instrutores de ordem unida e marchas.
Talvez você se surpreenda ao descobrir como é fácil “arranjar” instrutores de
especialidades. Pode ser também que você tenha que repensar os seus conceitos ao ler a
“Filosofia da ordem unida e marchas”.
Instrutores estão em posição de liderar; e no desbravadorismo isto significa ação! Mais
ainda, a emoção de que você pode transmitir algo que você sabe a um pequenino aventureiro
ou desbravador, que para ele soou como um “tesouro”. Esta indescritível sensação e prazer que
podemos experimentar, é algo impagável! Ao ver a alegria do seu liderado, mostrando que
aprendeu quem sabe um “novo nó”, o nome cientifico de uma planta ou animal, o que ele fará
com ares de um “PHD”, ou ainda uma “evolução-revolucionaria”, você entendera que todo e
qualquer esforço para dar aquela instrução já foi compensado! Você instrutor deixou “sua
marca” profundamente gravada nas mentes e corações dos seus liderados. Pronto para sua
grande “aventura” de ação, emoção e... instrução?

A – instrutores de especialidades: O instrutor de especialidade é muito mais que um


multiplicador de saber. Ao ele transmitir os conhecimentos em uma especialidade, motivando a
outros se tornarem também “especialistas”, ele estará desencadeando um crescimento
exponencial. Bem, talvez você não goste ou gostava muito de matemática, e não saiba (ou se
lembre) ao certo o que significa “exponencial”. Ao invés de uma definição, tipo “Sangiorgi” vai
uma história pessoal para exemplificar:
Em 1978 (faz tempo, o autor já deve ser velhinho?!) conheci uma das grandes
instrutoras de especialidades, especialmente na área de natureza, a “vó Dorina”. Dorina dos
Reis Azevedo e seu esposo, o pastor Emilio Azevedo, aposentados ou jubilados, moravam numa
chácara em Hortolândia-SP, naquele tempo uma vilinha próxima do IASP (UNASP III). Já
naquele tempo (e até hoje – setembro 2003) toda a “molecada” desbravadora ia a “vó Dorina”
para completar requisitos de classes J.A e especialmente aprender especialidades. Foi ali, em
meio a livros, gráficos e “mapas celestes” que me interessei e fiz as especialidades de estrelas I
e II. Ajudado pelo céu com poucas nuvens da região, e as poucas luzes (naquela época) da
“vilinha”, cumpri com os requisitos de ambas as especialidades (I e II). Como bom desbravador
e juvenil (naquele “tempo” eu era juvenil) não me contentei só com aquilo, e nas férias fiz uns
dois cursinhos promovidos pelo planetário de São Paulo (um sobre “novas e super novas” e
outro da “teoria de expansão do universo”; “desvio para o vermelho”) e mais algumas
“sessões” do planetário e palestras. No final daquele ano, visitando minha irmã que morava na
Bahia, ajudei na formação do clube de Brotas, em Salvador. O clube chamava na época
“Raimundo Santana”, e adivinhe que especialidade foi a 1º a ser ensinada ao clube? Estrelas I,
é lógico; e aulas teóricas e pratica de observação na praia da Pituba, com caminhada na ida e
na volta começou o processo exponencial a que me referi. Tanto eu como as dezenas (ou talvez
até centenas) que aprendemos da “vó Dorina” sobre estrelas, passando a ensinar outros.
Muitos clubes onde ensinei sobre a especialidade de estrelas nos mais de 20 anos desde então
(1978 a 2002) alguns desbravadores se tornaram também instrutores de estrelas, sendo assim,
digamos , duns 10 que aprendemos sobre estrelas em 1978, cada um formando mais 10
outros instrutores de estrelas, chegamos num primeiro momento a “astronômica” marca de
10/10 (dez elevado a décima potencia) o que dá 100.000.000.000 (cem bilhões). É lógico que
não conseguimos este sucesso todo, mas a idéia é valida. Se você ao dar uma especialidade
você conseguir dentre o grupo formar 2 ou 3 novos instrutores, já é um começo do tal
“crescimento exponencial”. E olha que 2/10º já da 2.048!

Dicas sobre instrutores/instruções em especialidades J.A: Onde conseguir


instruções para as 200 e tantas especialidades? Com certeza não será você o instrutor de todas
elas. Difícil, improvável e talvez até impossível! Talvez você chegue, quando muito a umas
cento e poucas, o que já será notório, mas mesmo dentre as especialidades que você possui,
nem todas vocês será instrutor. Alem disso, as especialidades tendem a crescer em número e
principalmente em diversidade regionais. Desta maneira, especialidades “endêmicas” serão

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especificas para alguns; não todos. Como fazer? Muito, mas muito simples mesmo . Buscar
“especialistas” para o ensino de cada especialidade, naquilo que ele tem conhecimento.
Professores de biologia e ciências, por exemplo, tem toda a condição e capacidade de
ensinarem e desenvolverem grande parte (ou quase a totalidade) das especialidades de
natureza. Professores de educação física (puxando a sardinha para minha brasa, também) são
qualificados a darem das especialidades nas áreas de cultura física e recreação, como as
natações (I, II e III), atletismo, ginástica olímpica e etc... Todo desbravador vai a escola,
portanto todos conhecem um professor de biologia ou ciências e um professor de educação
física. Simples? Com certeza, pois aos vocês os convidarem para ensinar o que conhecem a
“quem está interessado” em aprender, se sentirão honrados. Quem não conhece um médico ou
uma enfermeira
(ou medica e enfermeiro)? Normalmente, todos nós passamos “pelas mãos” destes
profissionais ainda antes das mãos de nossas mães! E tem enfermagem e enfermagem caseira,
alerta vermelho, primeiros socorros 1 e 2; talvez as mais importantes especialidades, uma vez
que desbravadorismo requer ação e esportes “radicais”, não é mesmo? Pode ser ainda mais
fácil. Como? Todos temos mãe, e muitas delas, se não todas; sabem cozinhar, lavar, passar,
costurar e etc... Taí as instrutoras de Arte Culinária, Trabalhos em agulha, Corte e costura,
Ciência do lavandeiro, Estabelecimento e cuidado de uma casa e etc... Um pai pode ser
construtor ou algo semelhante? Alvenaria, Eletricidade, Carpintaria e até Marcenaria podem vir
“de presente”; e quem sabe os “especializados” podem como “prova” fazer ou reformar uma
casa para um necessitado, “ressuscitando” o antigo departamento de “Bom Samaritano”! Uau!
Parecia algo tão complicado as tais especialidades... Mas não o é! O próprio pastor pode dar
algumas delas, como Colportagem, Etnologia missionária, e muitas delas, são desenvolvidas
para que os próprios desbravadores consigam faze-las, cabendo ao “instrutor” tão somente a
missão de verificar os resultados (ex. Madeiras entalhadas, Magistério,
Pesquisador/Investigador bíblico I e II e etc...). Falta de instrutor não é motivo.
E quanto ao conteúdo e forma ao ser ensinado? Sem problemas, pode ter certeza! O
manual traz as perguntas que ao serem respondidas (ou itens a serem executados) dará ao
mesmo a qualificação de “especialista” em algo. O instrutor ensina baseado nos seus
conhecimentos, que incluirão o suficiente conhecimento para se responder a todas as perguntas
(ou itens) daquela especialidade. O instrutor não ensina as respostas! Ensina a especialidade.
Um “especialista” em fotografia (um fotografo, por exemplo) vai demonstrar muito mais que as
simples perguntas que tráz o manual. Inclusive porque quando a especialidade foi “criada”,
sequer existiam as câmaras digitais, assim que “megapixels” ainda não haviam sido inventados,
porém em pouco tempo serão muito mais comuns na fotografia que os filmes, câmaras
“pentaprismaticas” e outras! Mas os “princípios” contidos na especialidade continuam a valer. O
ideal é ensinar muito mais do que a especialidade pede, e então “cobrar” um grande percentual
do mínimo exigido pelo manual. Talvez, pelo menos 80%! Afinal ninguém é “meio-especialista”,
assim que nota “5”, não dá “pra passar”. Tem que haver conteúdo!
Quanto à forma, a grande variedade de especialidades, fica praticamente impossível
ditar uma norma ou regra que seja valida à todas. Porém, em linhas gerais alguns conselhos
são úteis: Sempre que possível inicie uma especialidade que é do interesse do grupo. Assim
sendo, todos se esforçarão a cumpri-la. Sempre que possível, desenvolver por unidades,
fazendo assim uma certa “competição” entre os membros do clube, aumentando o interesse.
Assim também, num grupo menor (unidade é de 6 a 8) fica muito mais fácil do instrutor
alcançar cada participante, e também as unidades são normalmente mais homogêneas quanto
a capacidade e gosto (ver cap. II conselheiros).
Os instrutores têm que ser do clube ou da igreja? Não! Imagine o “trabalho missionário”
ao chamar, por exemplo, um bombeiro para ensinar Salvamento de afogados ou Resgate básico
para seu clube. Já vi isto acontecer. O bombeiro ficou tão interessado pelo interesse do clube
que “virou” membro. O importante é que seja realmente especialista na sua área, e possa
gozar de boa reputação; alem de que lhe deve ser completamente explicado o que é o clube
(Desbravadores, Aventureiros e Clube de Lideres), seus princípios, filosofia e etc..., A fim de o

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mesmo portar-se de “acordo”. Taí “de novo” um bom testemunho a ser dado. Mais alguém a
ser alcançado. Mais um “interessado” desbravado pelo “desbravadorismo”.

B – instrutor de ordem unida e marchas:

Para não deixar dúvidas, criamos para você a Filosofia da Ordem Unida e Marchas,
como se segue:

- “Atenção desbravadores..., sob meu comendo... cobrir, firmes, descansar, sentido!”

INTRODUÇÃO

A mais de 40 anos, esta frase se faz presente nas reuniões dos Clubes de Desbravadores
todo domingo em todo o Brasil. Muito já se falou, comentou, algumas apostilas e cursos sobre o
assunto foram feitos; entretanto a filosofia que deve (ou deveria) permear esta importante
atividade jamais foi devidamente e profundamente discutida. É verdade que por intuição muitos
líderes com boa vontade tem feito um magnífico trabalho em seus Clubes e Regiões, mesmo
sem terem um profundo conhecimento. Não a respeito das ordens ou vozes de comando, ou de
evoluções e desfiles, mas conhecimento da filosofia e utilidade destas “ferramentas” que os
Clubes tem a sua disposição, e que , se devidamente utilizadas trarão benefícios a cada menino
e menina do clube, alem de prestarem um grande serviço à igreja, comunidade e a pátria. O
objetivo deste é elucidar estes benefícios, a fim de ajudar aos diretores e conselheiros não só
aplicarem, dosarem corretamente, bem como terem “conhecimento” para explicarem a
utilidade destas atividades aos pais, Desbravadores e Igreja.

Histórico:
Junto com a implantação dos primeiros clubes no Brasil, nos anos 60, as primeiras atividades
dos clubes por usarem uniforme atraíram (ou foram impostos) muitos diretores militares ou ex-
militares à frente dos clubes de desbravadores. Muitos jovens, saídos dos “tiros de guerra”
(serviço militar obrigatório daqueles anos) eram escolhidos pelas comissões de igreja para a
diretoria dos clubes locais. Assim que desde os primeiros Clubes a Ordem Unida e Marchas
militares foram aplicadas aos liderados. Nos anos 80, entretanto com o fim dos governos
militares não só no Brasil, mas em toda a América do Sul , a mídia bombardeou tudo o que era
relacionado a “militar”, e muita gente falava em banir o “militarismo” dos Clubes de
Desbravadores, referindo-se a Ordem Unida e Marchas, por causa de expressões e vozes de
comando (ex. Apresentar armas, a palavra “comando”, ordinário e etc...). A “crise” antimilitar
passou e a Ordem Unida continuou nos Clubes.
Vejamos como melhor aplicar e dosar estas “ferramentas” em nossos Clubes, e para tal
vamos dividir a Ordem Unida e Marchas em” 3 colunas”. Assim ficará mais fácil executar as
“ordens” e fará “sentido” a filosofia desta atividade que faz “marchar” nossos “exércitos” e
“pelotões” de Desbravadores em todo o Brasil e o mundo.

“Ferramenta” educacional:
“A Ordem Unida e Marchas servem para desenvolver nos juvenis e adolescentes participantes
suas qualidades sócio-cognitivas, noção espaço-temporal, concentração, freio motor e melhoria
da capacidade óculo-manual, áudio-corporal, equilíbrio, postura e coordenação motora.”
(Rigoli).
Credo!?! Quanta palavra difícil junta; nem com dicionário... não se desespere, tudo isso
junto é apenas o que a Ordem Unida e Marchas podem (e devem) trazer “de bom” aos seus
participantes, se tão somente aplicados corretamente. Vamos explicar cada um destes,
digamos... “palavrões” (de palavras grandes, é claro).

Coordenação motora: pela faixa etária, os desbravadores estão enfrentando ou o


primeiro “estirão do crescimento” (final da infância e primeira adolescência) dos 9 aos 12 ou o

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segundo (primeira adolescência para puberdade) de 13 a 16 anos. Devido ao crescimento


rápido e as transformações do metabolismo, o desbravador tende a ficar “descoordenado”. O
juvenil vive tropeçando, tudo cai da mão, as vezes não sabe “medir a força”, mesmo nas
brincadeiras. Alguns experimentam um crescimento vertical (altura) de centímetros em poucos
meses, assim que fica difícil coordenar um corpo que “dum dia pro outro” está maior. É muito
comum os meninos, usarem uma “calça de igreja” uma ou duas vezes e já ficar “pula brejo”. As
meninas, na primeira vez o vestidinho que caia como “uma luva”, após algumas semanas
percebem que o comprimento “encolheu”, e os botões ou zíper parecem “conspirar” em não
fecharem na altura do busto. Nesta hora a Ordem Unida e Marchas por serem movimentos
repetitivos, são mais facilmente “reconhecidos” pelo corpo em crescimento. Dai a importância
da freqüência desta atividade. Em todas as reuniões do Clube deve estar presente. A Ordem
Unida e Marchas fazem parte da reunião, não a reunião faz parte da Ordem Unida e Marchas.
Isto significa que apenas alguns momentos da reunião, de TODAS elas, deve-se gastar com
esta atividade.

Equilíbrio e postura: Devido as grandes mudanças, é comum ao juvenil e adolescente


adquirir uma postura errada, tentando compensar a falta de equilíbrio. É comum os pais e
professores brigarem com eles com frases: “- senta direito, endireita as costas, tá andando
todo torto e etc...”. É na Ordem Unida e Marchas em simples ordens e comandos que você
treina os Desbravadores nesses itens. Acha que não? Veja esse exemplo: Posição de sentido;
ao colocar o desbravador nesta posição por algum tempo, até 1, 2 ou 3 minutos (é necessário
lembrar que não é “castigo unido”, é Ordem Unida e Marchas) ele terá que “treinar” seu corpo
na posição correta. Aquele “jargão militar” “peito para fora, barriga para dentro”, serve para
lembrar a postura. Quanto ao equilíbrio, tente fazer umas 10 conversões em seguida (direita,
volver; esquerda, volver; meia-volta, volver) num terreno acidentado (pedrisco, grama, terra,
por exemplo) e sair marchando em seguida. É um treinamento de equilíbrio.

Capacidade óculo-manual e áudio corporal: Apesar de talvez estas palavras soarem


estranhas, são termos conhecidos de educadores, pedagogos, psicólogos e psicomotricistas.
Numa aula de Ordem Unida e Marchas você já usou estes “palavrões” muitas e muitas vezes,
sem saber. Óculo-manual é o ato de responder a um incentivo visual. Ex.: você ensina ao
desbravador a posição de cobrir, ele vê e a copia. Este é o mesmo principio usado na educação,
ao professor escrever ou desenhar e você copiar no seu caderno. Mas na Ordem Unida e
Marchas, entretanto, como nas demais atividades físicas (E.F), você vê, e copia corretamente a
imagem que vê. Áudio corporal é outro principio que você usou desde o 1º dia que foi a escola.
O principio de aprendizado do “ditado”, ou seja, você ouve uma palavra, processa na sua mente
e a transforma em palavra escrita. No caso aqui, você ouve a ordem, processa mentalmente a
imagem do movimento a executar e transforma numa ação corporal.

Concentração e freio motor: As maiores dificuldades enfrentadas pelos educadores hoje


nas escolas estão baseadas nestes dois princípios que são exaustivamente “treinados” através
da Ordem Unida e Marchas. Não existe nada mais eficaz para concentração do que você estar
executando algo complexo (como marchar) e ter que estar atento para ouvir uma ordem (por
ex.: direita volver), e executar este movimento no tempo, forma e modo corretos. Se você não
estiver concentrado, no mínimo vai errar a ordem e sair “trombando” com os outros. Freio
motor: muitas crianças por viverem em ambientes fechados, ou não terem muita atenção ou
atenção demasiada, sofrem deste grave problema educacional. Ou são extremamente inativos
ou excessivamente irrequietos ou ainda, ambos em diferentes situações. Na Ordem Unida e
Marchas, estes são os mais fáceis de se identificar. Nas primeiras “aulas” num Clube de
Desbravadores, as ordens mais “estáticas” (cobrir, firme, descansar, sentido) são assimiladas
com alguma facilidade. O “ordinário marche”, entretanto já mostra os “sem freio” (começam na
metade do marche, ou até no ordinário), e os “freiados” (todo mundo começa, eles são
empurrados pelos de trás). Ai vem à catastrófica (nas primeiras vezes) ordem de “alto”! Como
ninguém tem “freio motor” treinado, você gasta muitas reuniões até que esta ordem fique boa.

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Concentração e freio motor são qualidades que fazem o diferencial do bom para o mau
estudante.

Noção espaço-temporal: A consciência do corpo em relação ao espaço que o cerca e em


relação ao tempo e movimento ao redor é importante e vital. Ao “calcular” o tempo e como seu
corpo fará para atravessar uma rua sem ser atropelado por um carro que vem vindo é um
simples (e vital) exemplo para que serve esta qualidade e ser desenvolvida. Na Ordem Unida e
Marchas, você está em meio a outras pessoas, a uma distância pequena (um braço: “cobrir”)
executando movimentos, no tempo certo (meia volta volver, por ex.) e, portanto, esta
“trabalhando” toda a noção espaço (que seu corpo ocupa no “pelotão”) temporal (executando a
ordem no momento exato). Entretanto, além de todos estes benefícios de ordem educacional, é
na Ordem Unida e Marchas que temos a melhor ferramenta para o desenvolvimento sócio-
cognitivo, necessário e vital no desbravador, que não encontra substituto a altura em nenhuma
outra atividade, seja no Clube, escola, lar ou igreja. Com todas as mudanças ocorrendo na vida
do juvenil; crescimento, conhecimento acadêmico, descoberta das diferenças, sociais (rico,
pobre), sexuais (mais bonito, mais feio, mais e menos atraentes) religiosas (religioso não
religioso) e das habilidades físicas (mais ou menos capacidade em esportes e atividades físicas
de dificuldade e “risco”: esportes radicais) leva o mesmo a ter uma dificuldade muito grande de
auto-aceitação, auto-estima e auto-conhecimento. Diferente e superior ao esporte coletivo,
onde poucos se sobressaem, a ordem unida nivela todos e forma um censo de aceitação social,
afinal o bonito não é um marchando, mas todo um grupo executando o mesmo (unida) com
precisão. Esta auto-afirmação e auto-aceitação oriundas da Ordem Unida e Marchas levam
segurança e conforto a cada juvenil alem do “espírito de corpo” (grupo), onde todos se
precisam e se ajudam. É ai que entra então a 2º ferramenta da ordem unida e marchas.

“Ferramenta” de ordem, disciplina e unidade: Quando algumas pessoas defendiam a


desmilitarização dos desbravadores, o melhor argumento era: Vamos tirar dos Desbravadores
o uniforme, as insígnias, distintivos e hierarquia também (diretor, regional, departamental e
etc...), pois são a “materialização” do militarismo (ninguém nunca tentou fazer esta dramática
mudança). É importante definir Ordem Unida e Marchas. Ordem Unida é toda e qualquer
atividade executada por um grupo de pessoas de maneira uniforme em resposta a uma ordem.
Sendo assim, não perece “militar” quando as crianças cantam o corinho “...meu salvador é meu
amigo, seu escudo sobre mim é o amor”... e executam a Ordem Unida de fazerem os gestos;
perece “militar”? Militar, não é; mas é uma Ordem Unida comandada pelas palavras e frases da
música. Veja os corinhos “Nas mãos do Criador” (Camporee U.C.B 2002) e “Derrubando
Muralhas” (Camporee UEB 2002) sendo cantados com os movimentos acompanhando a musica.
É pura Ordem Unida. Outras formas de Ordem Unida são: Ordem Unida com bandeiras,
marchas sincronizadas e até brincadeiras e jogos recreativos. Nenhuma destas atividades tem
“cunho militar”, entretanto são Ordens Unidas. G.R.D (ginástica rítmica desportiva) quando
exercida em grupo também é uma forma de Ordem Unida, e assim como todas as outras
citadas é bem vinda no Clube desde que não esteja em conflito com os princípios dos
Desbravadores e da IASD (ex. Música utilizada, vestimenta e etc...). Ao desenvolver e utilizar a
Ordem Unida e Marchas no Clube, obtém-se um alto grau de ordem e disciplina nos liderados,
sem necessidade de imposição de disciplinas. O desbravador acostumado a agir através dos
princípios da Ordem Unida e Marchas, torna-se mais participante e colaborador , pois aprende a
portar-se como parte do grupo (unidade), para beneficio do todo (clube).

Marchas: É a maneira organizada de dispor e deslocar um grupo de pessoas. Aqui sim,


pode-se incorrer no erro de se “militarizar”. Diferente dos militares que usam as marchas para
deslocamento organizado em combate, temos que manter clara e consciente que a marcha nos
desbravadores esta sendo aplicada a desbravadores. Isto quer dizer: Meninos e meninas que
estarão sendo treinados para se deslocarem organizadamente mas de modo algum são
soldados ou paramilitares. Sem esta clara visão é que alguns incorreram no oposto do
“desmilitarizar”, indo para o “militarizar”. Infelizmente, não por mal, mas por não conhecimento

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da filosofia não só da Ordem Unida e Marchas, mas também da filosofia do Clube ocorrem os 2
extremos citados. É lindo ver um Clube marchando bem, entretanto fazer as meninas de saia,
levantarem os pés formando um angulo de 60º no quadril como os “dragões da independência”
ou “9 de julho” (tropas de elite das forças armadas) alem de ridículo é de um mal gosto quase
inaceitável. Clubes em forma uniformizados (uniforme de gala) sobre gramados molhados na
apresentação ao “oficial de dia” de Camporee executando: “sentado 1 – 2” é no mínimo
desrespeitoso, e mostra desconhecimento e despreparo. Os Desbravadores não são soldados
das forças armadas, são juvenis e adolescentes. Como “equilibrar” esta atividade sem cair nos
“extremos”? Algumas “dicas”:
Treinar Ordem Unida e Marchas por unidade. O Clube se apresenta como todo. Desfila
como todo, mas o “treinamento” deve ser por unidade, por 2 motivos: 1º é mais fácil, lógico e
eficiente ensinar os detalhes a 6 ou 8 que a 40 ou 50. Gastar menos tempo (ex. Na posição de
descansar mão esquerda segura punho da direita fechada na altura da cintura). Enquanto um
“instrutor” gastará uns 2 a 3 minutos para ver se todas as mãos estão corretas na posição
descrita acima para um Clube com 40 participantes, em 20 a 30 segundos efetua-se o mesmo
em 6 a 8 participantes membros da unidade. Sem contar no fator emocional do desbravador ao
ser corrigido na frente do clube inteiro, pelo “líder” que fará com que aprenda Ordem Unida e
Marchas por pavor de ser corrigido em público e não por prazer. Este tipo de instrução geral
(ou “general”) foge completamente a filosofia dos desbravadores da Ordem Unida e Marchas
nos desbravadores. 2º já a correção feita na unidade, não tem este aspecto vexatório. O
conselheiro é (deve-se) bem mais próximo do desbravador, e ser corrigido no meio da unidade
(que é para o desbravador sua turma, “gang”) não trás os efeitos negativos da “chamada geral
do general”. Outra vantagem é que na unidade todos podem (e devem) também ter
oportunidade para “dar as ordens”. O conselheiro (que deve ter seus 16 a 18 anos e está sendo
treinado no Clube de Líderes) tem chance de sair da teoria para a prática. Os desbravadores
começam a se desenvolver e é ai que se descobrem os “lideres potenciais”. Aqueles que virão a
ser lideres no futuro. A melhor maneira de se aprender é ensinando, esta verdade se aplica
para o conselheiro e desbravador na unidade. Muitas vezes você desperta o “líder nato” nos
meninos e meninas de 10 ou 11 anos ao serem colocados na posição de comandar a Ordem
Unida e Marchas para os companheiros da unidade. Como aplicar esta “formula”? Ao invés do
“instrutor/general/sargento” que normalmente é o único que “sabe tudo” de Ordem Unida
gastar metade da reunião dando “aula” para todos, deve “passar” algumas instruções para os
Conselheiros de unidade antes da reunião (ou durante alguns minutos enquanto o diretor, o
pastor, um conselheiro geral esta dando alguma “palestra”) e depois dos Conselheiros
“ensinarem” estas instruções, ai sim, colocar todo o clube em forma e ver os “resultados”.
Ganha-se tempo, atingisse o objetivo e alcança a Filosofia da Ordem Unida e Marchas no Clube
dos Desbravadores com eficiência. Pode-se (se houver interesse espontâneo) criar um tipo de
“pelotão especial”, onde os interessados se reúnem para treinar e cumprir as especialidades de
Ordem Unida e Marchas e prepararem evoluções e alegorias especiais para competições e
desfiles. Em suma: a Ordem Unida e Marchas são uma atividade do Clube de Desbravadores,
muito importante e que deve trazer prazer, ordem, disciplina e espírito de “corpo” ao Clube e a
cada desbravador individualmente.

“Ferramenta” marketing: Já nos anos 70, um dos mais dedicados lideres de


desbravador, o Pr. José Silvestre, dizia que o clube dos desbravadores era o cartão de visita da
IASD. Sendo assim, os desbravadores desfilando mostram e apresentam a organização e
beleza dos nossos ideais, promovendo e atraindo a todos quantos venham a ter contato com os
desbravadores. Baseado nessa premissa pode-se ver quão importante é para a “propaganda e
marketing” da IASD o clube, e tanto mais “como” ele se “apresenta”. Como desbravador devo
ter participado de uma centena ou mais de desfiles. Um desses, no entanto algo ficou gravado
na memória. Anos 70, auge do governo militar no Brasil. Desfile em comemoração a revolução
constitucionalista, no Ibirapuera (São Paulo) defronte ao obelisco dos soldados
constitucionalistas (MMDC). Vários pelotões do Exército , Marinha, Aeronáutica, a Cavalaria do
pelotão 9 de julho, umas 2 ou 3 escolas que nos “separavam” dos talvez 50 escoteiros e

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bandeirantes. Fazia um frio peculiar da “São Paulo da garoa”. Nosso “pelotão especial” de
desbravadores era o ultimo após vários Clubes de diversos bairros de São Paulo . Na formação
ao lado da Assembléia Legislativa , fui conversar com os “irmãos” escoteiros. Afinal nós
Desbravadores viemos parcialmente das mesmas idéias e ideais do nobre Baden Powel.
Copiamos deles, entre outros, o lenço , o gosto pêlos acampamentos a divisão em grupos
(deles “patrulhas” e nossas “unidades). Conversava com uns garotos da mesma idade que eu
(na época uns 13 anos) e que eram “Escoteiros do Ar” , da Lapa (bairro do 1º clube que
freqüentei), falando sobre o tempo o frio (os coitados de perna de fora) e o desfile. Nisso veio
um dos “chefes” dizendo que eles só haviam trazido poucos, porque..., mas que eram maiores
e melhores que nós Desbravadores. Lembro que os meninos ficaram “constrangidos”; afinal
queriam fazer amizade . Percebendo, me convidei para ir assistir uma reunião deles, já que
conheciam a sede deles na Lapa, rua Sabaúna, e convidei-os a virem um domingo na nossa
reunião no Capão Redondo. Situação contornada, me despedi deles com um “sempre alerta”,
cumprimento com mão esquerda, Flor de Liz (continência escoteira) e tudo que tem direito. Lá
foram eles, com o “chefe” dizendo... “vamos passar andando frente ao palanque, Escoteiro não
é soldado, não marcha...” lógico que era mais uma agulhada. Apesar de eu estar só, o resto do
Clube estava já formado, não “baixei a crista” e respondi: ...“a gente (desbravador) também
não é soldado, mas vamos fazer uma apresentação especial frente ao palanque das
autoridades. Fique lá para nos aplaudir”. Nosso pelotão se aproximava do palanque.
Governador, Prefeito, autoridades militares e nós o “cerra fila”. Tínhamos que “fazer bonito”, já
que as forças armadas já tinham dado o show, os escoteiros, as escolas, e como ultimo
pelotão, para arrancar atenção e algumas palmas após todos, inclusive todos os
Desbravadores, era uma tarefa difícil. Começamos as “evoluções” pouco antes de chegarmos ao
palanque, e pelo sincronismo e beleza visual, muita gente que já estava indo embora voltou
para assistir e aplaudir. Numa das evoluções, fui parar de frente para o palanque, e embaixo
dele, acocorados estavam todo o grupo de escoteiros, se protegendo da garoa, aplaudindo feito
loucos. Aqueles meninos com quem eu havia falado? Aplaudiam e sorrindo demonstravam o
quanto gostariam de estar ali. Senti um “santo orgulho” de ser Desbravador. As autoridades
comentavam...” é o melhor grupo, melhor que o Exército...” Quer melhor “marketing” do que
este? Definitivamente a Ordem Unida e Marchas podem fazer para IASD, o que nenhum pastor,
sermão e conferencista consegue. É a melhor mostra da mais bonita face (literalmente,
inclusive) da nossa igreja. E não é de hoje que as marchas, desfiles chamam a atenção. Nos
tempos bíblicos, por exemplo, um dos motivos que fez Davi se tornar tão popular, é que : I
Samuel 18:16: “Porem todo o Israel e Judá amavam Davi, portanto fazia saída e entradas
militares diante deles”.

Conclusão:
Ao conhecer a Filosofia da Ordem Unida e Marchas, sob o ponto de vista
educacional, funcional (ordem, disciplina e unidade) e como estratégia de marketing, cabe
agora a você Diretor, Instrutor, Conselheiro e Desbravador... “cumprir fielmente a parte que
me corresponde”. As diversas “formas” de ordem unida, não tem limitações aos “Manuais de
caserna” (manuais militares). Como você viu, pode também criar algumas “formas” de Ordem
Unida e Marchas até pôr clube ou unidade. Alem da “tradicional” Ordem Unida e Marchas
originada dos manuais militares, vocês tem um universo ilimitado a ser desbravado e
“inventado” (porque não) pelos próprios meninos e meninas. Tomando por base as ferramentas
providas pela nossa Filosofia, podemos demonstrar através da Ordem Unida e Marchas entre
outras, que:
• Amamos a Pátria, porque amamos a Deus.
• Através do “desbravadorismo” seremos mais úteis a Deus a Pátria a ao
semelhante.
• Somos um “povo” diferente, muito melhor, mais treinado, educado e organizado.
• Nossa “aparência” militar, advinda pelo uniforme, e marchas fazem de nós um
exército, como profetizou Ellen G.White, que não chegou a conhecer os

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Desbravadores (Educação P.210) e disse: “... com tal exército de obreiros com o
que poderia fornecer nossa juventude devidamente preparada, quão depressa a
mensagem do salvador crucificado, ressurreto e prestes a vir seria levada a todo
o mundo”.
Treine os seus desbravadores para “fazerem bonito” através da Ordem Unida e Marchas
e com isso estaremos alcançando o nosso alvo “A mensagem do advento a todo o mundo nesta
geração”.

Capitulo IV – Diretores de Clubes

“Missão impossível”

“De repente” você é indicado para ser o Diretor do Clube. Talvez a “coisa” possa ser até
pior. Inventaram de formar um Clube de Aventureiros ou Desbravadores na sua igreja e você
não tem a menor idéia do que é isto. Você só ouviu dizer como é. Ou talvez, mandaram você
“ressuscitar” um Clube que morreu por “graves” problemas no passado. Pode ser ainda pior,
você foi escolhido para dirigir um Clube de Líderes mas você tem pouca experiência na direção
do Clube de Desbravadores, imagina agora liderar lideres. É possível que tenham alguns bem
mais “graduados” que você. Pode (ou deve) dar um acesso de “dor de barriga”, seguido de dor
de cabeça” e um desejo de usar a estratégia “leão da montanha”: “- saída pela direita...” Afinal,
tem deram um “abacaxi” com casca para descascar “a unha”. Ou pior, uma “uma bomba acesa”
com “paviu curto”. Parece uma “missão impossível...” mas não é. Tem tudo para não dar certo,
afinal você não se julga capaz de enfrentar sozinho a “fera”. E você esta completa, total e
inequivocadamente certo! Não é mesmo para o “seu bico”, com certeza vai dar tudo errado
mesmo! O que fazer? Fugir? Abandonar “o barco”? Afinal você não tem “obrigação” nenhuma,
você estava muito bem no “seu cantinho”. Aparentemente esta parece ser uma forma
completamente errada de se iniciar um capitulo de “incentivo” para diretores de Clubes
(Desbravadores, Aventureiros e Líderes). Mas não é! Não mesmo, e para “provar” esta teoria
vamos buscar numa história bíblica um ótimo exemplo e incentivo para você que de uma
maneira ou outra das descritas (ou algumas até piores) chegou a ser por “livre e espontânea
pressão” colocado no cargo de diretor. Posição de liderar! O exemplo não vem de grandes
lideres da bíblia, como por exemplo o Super Líder Master Avançado II , Moisés(ver história), ou
Davi, o Rei do coração (ver história), ou ainda o líder apóstolo Paulo, servo de Deus e amigo de
todos (ver história) e nem do líder maior do universo, Jesus. Porque? Se fossemos nos
comparar à algum deles já sairíamos “perdendo de longe”, sem qualquer chance ou esperança,
para nós mesmos, de que existiria possibilidade de chegarmos a ser líder. Afinal, Moisés, você
poderia dizer tinha “estudo” (toda a ciência dos egípcios – Atos 7:22); Paulo havia estudado
“aos pés” do maior doutor da lei do seu tempo, Gamaliel (Atos 22:03) e Jesus, sem
comparações. É por essa razão que o exemplo vem de outro líder. É até possível que como eu,
você tenha lido muitas vezes a história que este líder escreveu de si mesmo, no livro que leva o
seu nome, e que deveria ter acompanhado o titulo de “missão impossível”. É o penúltimo livro
histórico, no Velho Testamento. As vezes nem é muito lido, e seu autor muito pouco lembrado
como os demais “grandes heróis” da bíblia; Neemias. Entretanto, este livro de 13 capítulos é
“aula” ou ainda “um curso” de liderança capaz de incentivar qualquer um, mesmo em face das
aparentes dificuldades, como as descritas. A começar pelo próprio “treinamento” para liderar do
personagem em questão. Neemias não era treinado para liderar, dirigir, comandar. Não
conhecera também a “área” aonde devia atuar, isto no campo físico e geográfico; afinal ele
jamais estivera em Jerusalém . Havia nascido na Pérsia durante o cativeiro. Era uma pessoa
comum. Como qualquer um de nós com um trabalho comum: Copeiro do rei Artaxerxes
(Neemias 1:11). Assim como qualquer pessoa apontada, indicada ou votada para diretor,
Neemias era uma pessoa que possuía um trabalho comum, porem que inspirava confiança. O
que tem a ver copeiro com inspirar confiança? Naquele tempo tudo. Uma vez que não havia
eleições para rei ou faraó, o cargo de copeiro apesar de ser aparentemente algo “serviçal” era,
entretanto de vital importância. A única maneira de alguém chegar ao poder, na falta de

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eleições, era matando o soberano. Cercados de soldados leais, a formula mais “comum” de
conspiração era matar o rei ou faraó envenenando-o. Assim que, ser copeiro, apesar de não ser
um cargo de importância administrativa ou legislativa, como ministro, chefe dos exércitos ou
oficial, tesoureiro, conselheiro, sátrapa e etc...; era quase sempre ocupado por um escravo,
porem tinha que ser de total confiança. Se indicarem alguém para entregar-lhe nas mãos, a
coisa mais preciosa que alguém possui, seu “reino”, ou seja, os filhos (os filhos são a coroa dos
pais – Provérbios 17:6), é porque este alguém com certeza inspira confiança. Ao Neemias ser
informado da situação de desgraça, miséria e desprezo que se encontravam os remanescentes
do “Clube” morto e arrasado, usou por primeiro passo a primeira das estratégias a serem
usadas pelo assustado indicado diretor: Jejum e oração. Antes de mais nada, antes de curso de
liderança, antes até de ir conhecer “a sede” e os futuros liderados , a lição de Neemias é a
única saída para enfrentar uma “missão impossível” como esta (v.4)... “assentei-me (para não
cair das pernas) e chorei (provavelmente de medo da “missão”), e lamentei (será que não tinha
outro?, eu estava tão bem no meu canto...) por alguns dias; e estive jejuando e orando perante
o Deus dos céus”. É líder, por alguns dias Neemias teve uma crise de medo e choro até aceitar
a “missão impossível”: Liderar uns poucos miseráveis, desprezados e pobres, cuja “sede” nem
muro tinha mais, ou seja, a sua segurança e proteção estavam derribados, e a porta, o controle
de entrada e saída tinha “virado fumaça”, (Neemias 1:3) e fazer deles um Clube. Ou melhor:
ressuscitar um Clube nestas condições. Que tal? Isto sim é uma “missão impossível”, afinal,
sem “pessoal”, sem treinamento especifico, sem conhecer a “área” e ainda por cima pobre, já
que Neemias era escravo; só sentando e chorando. Duvido que algum pegou um “abacaxi”
maior e “mais pior de ruim” para descascar... e sem nem sequer “unhas”.
Por pior que seja aparentemente seu “abacaxi”, não é nada comparado a “missão
impossível” de Neemias. Principalmente se o seu primeiro passo for o mesmo dele: Jejum e
oração. Ai você pode perguntar: - “e esta estratégia, funciona?” A historia de Neemias, o líder
da “missão impossível” prova que sim. E nem demorou muito para começar a “fazer efeito”. É
uma curiosidade e tremenda coincidência. O chamado ou indicação ocorreu no mês de quisleu,
no calendário hebreu novembro/dezembro (quando ocorrem normalmente as comissões de
nomeação) Capítulo1:1; e a primeira boa resposta ao jejum e oração (primeiro passo a se
tomar) ocorreu no capítulo 2:1, no mês de nisã, março/abril (quando normalmente os Clubes
após uma estruturação inicial, começam efetivamente a se “aparecer” na igreja, ensaiando para
o dia dos Desbravadores no final de abril). O “probleminha” de Neemias era só: Verba, uma vez
que escravo não tinha salário; liberdade, para ir ausentar-se do trabalho (de copeiro) e iniciar
algo impensável : Reconstruir a Jerusalém destruída pelo fogo e... com nada em mãos. Mas...
dado o primeiro passo, jejum e oração, o segundo passo veio como só podia-se imaginar
(apesar que Neemias não tinha imaginado nada): Duma só vez, vieram de Artaxerxes a
“solução” dos “probleminhas”. Não tinha verba = o rei deu “ as cartas” (de credito) para o
material necessário (capítulo 2: 7 e 8); como escravo não podia sequer “pedir as contas” na
empresa para tentar aventura-se na “missão impossível” = o rei e a rainha liberaram, dando
“certo prazo” (v. 6). Até o material e “pessoal” vieram de presente, acompanhados de “escolta
oficial”, oficiais do exército e cavaleiros (v.10). Tudo parecia impossível. O “líder no susto” da o
primeiro passo, “do nada” vem mais ajuda que o esperado ou pensado. Nada de esperar
primeiro ter um curso de liderança, acabar a classe de Líder ou Líder Master (ou avançado)
para só então começar a trabalhar na sua “missão impossível”. É só seguir os passos dum
“garçom” que decidiu liderar e dirigir, mesmo com tudo indicando ser impossível.
Agora, você deve estar se dizendo: ...está parecendo um capitulo de incentivo para
alguém se iniciar na diretoria dum clube. Talvez você pense: “já sei a “formula” para minha
liderança dar certo; entregar nas mãos de Deus, e Ele provera todo o mais”. Sim, porem tem
alguns outros “detalhes”, e logo de saída vão surgir com absoluta certeza! Na história de
Neemias, sequer mudou de capitulo para darem “sinal”, ainda no capítulo 2 verso10 aparecem
aqueles que ficaram felizes quando o “Clube” morreu, e ...”muito lhes desagradou que alguém
viesse a procurar o bem dos filhos de Israel”. No caso de Neemias foram os que se alegraram
da destruição de Jerusalém, e até deram uma “mãozinha” para não sobrar nada. No seu caso,
poderá ser alguns ex-membros do “falecido” Clube ou oficiais que na época em que ocorreu o

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“grave” problema, deram uma “mãozinha”, não para solucionar o problema, mas para não
sobrar nada. E posso já afirmar com certeza que ao ouvirem que algum vai tentar “ressuscitar”
o Clube também vai os “desagradar muito”. Você vai começar a ter oposição mesmo antes de
começar a efetivamente liderar a sua “missão impossível”. Que fazer? Desistir, “fugir da raia”
ou ainda “bater de frente”? Talvez você pense que o próximo passo é começar uma guerra para
“destruir” os inimigos primeiro, para depois começar o seu trabalho, em favor dos “filhos de
Israel”. Voltemos a história exemplo, e vejamos qual foi o próximo passo de Neemias. Mesmo
os tais que estavam “desagradados”, Sambalate, Tobias e Gesen (v.19) tendo zombado de
Neemias e sua pretensões em liderar o “clube” a fim de restaurar o muro (segurança e
proteção ao redor dos seus desbravadores) e as portas (controlar o que entra e sai da vida dos
seus desbravadores) e as portas (controlar o que entra e sai da vida dos seus liderados), o que
fez Neemias? Desistiu? Fugiu “da raia?” Bateu de frente? Nenhuma das 3 hipóteses. Assim
também você! Neemias deu o terceiro passo = Colocou todos os esforços na “missão
impossível”. Nada de gastar tempo se preocupando ou se incomodando com a oposição. Deixa
eles “zombando” a vontade. Existe um ditado popular, com palavras ásperas, para esta
situação: “...os cachorros latem enquanto passa a carruagem” .E não pensem que Neemias não
poderia revidar. Ele tinha não só as cartas de autorização do rei, o próprio rei o havia mandado
para esta missão. Se você pensa que Neemias não revidou porque fosse talvez alguém tímido,
pacifico ou talvez medroso ou apático; você talvez vai ter a maior surpresa da sua vida como
leitor bíblico (ou ainda Pesquisador/insvestigador Bíblico) quer ver só? Vá a Neemias 13:25, e
você vai ler a descrição de Neemias agindo por zelo contra alguns teimosos dentre o povo:
“...contendi com eles, e os amaldiçoei, e espanquei alguns deles, e lhes arranquei os cabelos, e
os conjurei por Deus, dizendo: Não dareis mais vossas filhas e seus filhos, e não tomareis mais
suas filhas, nem para vossos filhos nem para vos mesmos”. Uau! O tal líder Neemias não era
“pouco violento”. É verdade que ao ler todos os 13 capítulos, você pesquisando todo o contexto
da historia você verá que havia motivo para estas ações. Entretanto o terceiro passo não foi
esse, e não será (de jeito nenhum) também o seu terceiro passo. O que fez foi colocar os
esforços, centrar a atenção, e provavelmente canalizar a raiva da zombaria na “missão
impossível”. Tipo assim: Agora é que vocês vão ver só, “...o Deus dos céus é quem nos dará
bom êxito; nós, seus servos nos disporemos e reedificaremos; vós, todavia não tendes parte,
nem direito, nem memorial em Jerusalém” (v.20). Vamos começar, ou “ressuscitar” o Clube
sim, e teremos êxito por que é da vontade de Deus, quanto a vocês, com dor de cotovelo, não
se intrometam, não tem direito de atrapalhar, e não vão fazer parte da memória desta “missão
vitoriosa”.
E vem o quarto passo que junto com o terceiro ocupa todo o capítulo 3 de Neemias. A
divisão da “missão impossível”. Ele delegou uma parte do muro para cada sub-líder, um
“maioral”, começando a construir ou reedificar o muro. É exatamente o que alguém que recebe
a incumbência de dirigir e liderar um clube (Desbravadores, Aventureiros ou Clube de Líder)
tem a fazer. Dividir o Clube em unidades, delegando a um “maioral”, ou conselheiro de
unidade, um pedaço do muro para ele com seus liderados trabalharem protegendo e dando
segurança aos seus liderados de todos os adversários, mesmo algumas vezes sendo os próprios
outros “moradores da região”, no nosso caso membros da igreja. Tudo começa ao mesmo
tempo. Você delegou e dividiu a tarefa (a construção do caráter de cada liderado) e todos ao
mesmo tempo iniciam, cada um no seu “pedaço” e com isso, a cada “pedaço” concluído, sobra
menos “brechas” para os ataques dos inimigos. Conforme o “muro” vai se edificando, vão
sendo colocadas as portas para controlar de vez com eficiência o que entra e sai, para dentro
não só do clube, mas da vida dos seus liderados. É um verdadeiro curso para diretores de
Clubes o livro de Neemias, você não acha?
Vem o quinto passo. Quanto mais o muro crescer, mais vai trazer segurança; porem vai
causar mais fúria dos adversários. No começo só zombavam, mas ao verem a obra na vida dos
seus “filhos de Israel” crescer, as táticas de ataque se tornarão (pode ter certeza) mais
ostensivas e agressivas. Isto aconteceu na nossa história-exemplo. Capítulo 4 mostra que de
zombaria passou a ira, passou a insulto, desprezo, infiltração dos adversários no meio dos
trabalhadores na obra e guerra declarada. Veja só (v.1) “ardeu em ira”, (v.2) “uma raposa

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derribará o seu muro”; (v.4) “estamos sendo desprezados”; (v.11) “entremos no meio deles e
os matemos”; (v.12) “subirão contra nós”. Ao você chegar neste ponto, após os 4 primeiros
passos, isto vai acontecer. Vão tentar impedir a obra de todas estas formas (e até outras), sem
duvida nenhuma. O que fazer? Lição de Neemias: “pus o povo por famílias nos lugares baixos e
abertos, por de traz do muro, com sua espadas, lanças”... (v13). Taí o quinto passo. Nada de
sair sozinho atráz e guerrear com os adversários. Nada de formar um exército para sair em
“perseguição”. A sua “missão impossível” é o muro. É hora de chamar os pais, as famílias e
familiares dos seus Aventureiros, Desbravadores e mesmo Líderes, e mostrar-lhes até onde o
muro já foi feito. Mas que isto, é hora de por a família “por traz” do muro (segurança, proteção,
lembra?) a fim de ajudar a defender a invasão dos inimigos “nas brechas” que ainda não foram
totalmente fechadas. O quinto passo é a participação não só dos pais, mas de toda a família-
igreja, evitando a invasão do inimigo, com todas as armas possíveis, para que a obra do mundo
e suas portas, a aparente “missão impossível” não cesse até ser concluída. Vale todas as
“armas” disponíveis, espada, lanças e arcos. Vale tudo: bíblia, atividades religiosas, passeios e
acampamentos, atividades sociais. E como com Neemias, poderá (e deverá) chegar ao extremo
que enquanto metade do clube trabalha, metade “guerreia” e até que, como no v17 “cada um
com uma das mãos fazia a obra e com a outra segurava a arma”. Cada um dos seus liderados,
neste ponto vai com certeza se preparar pessoalmente para a batalha (cada um trazia a espada
a cinta v.18) e as unidades ao “toque da trombeta”, sairão umas a ajudar as outras. Já vi isto
em muitos clubes. A “prontidão” por parte dos liderados será tamanha “...não largávamos as
nossas vestes (uniformes); cada um se deitava com as armas a sua direita” (v.23), ou seja, os
liderados vão estar sempre prontos para qualquer atividade a se fazer, qualquer requisito de
classe e especialidade a cumprir, qualquer visita missionária a fazer em prol dos menos fortes
(partes baixas, brechas). Este é o sexto passo, que você dará praticamente “carregado” pelos
seus liderados, pois os mesmos também querem agora tanto quanto você ver a “missão
impossível” concluída.Eles também terão o mesmo desejo de você Líder-Neemias de ver a obra
, muro e portas , concluídos para a glória de Deus .
Vem então o sétimo passo, e como tudo na Bíblia o 7 é o número da perfeição. O muro
conclui-se? Neemias agora então “repassa” todo o muro numa cerimônia de dedicação (
capítulo 12: 27 a 43). Você, após seguir os seis passos do Copeiro-Garçom-Líder imposto-
Neemias , também vai seguir o sétimo passo , a fim de fazer da “missão impossível”que você
começou com jejum e oração ( e choro, medo , lamentação) com a cerimônia de
...INVESTIDURA . Repassa por todos os “pedaços do muro”, o que cada um construiu sobre si
mesmo, seu caráter , através das Classes JÁ e Especialidades , e com toda pompa alegria e
jubilo investe e dedica seus liderados. Está completa esta sua “missão impossível”. Mas não
desanime, no próximo ano tem mais.
E agora, você já sabe o que é preciso, só sete passos, assim como Neemias; e toda
pessoa que liderar um Clube, fará de qualquer “missão impossível” uma “missão cumprida”.
Uma “missão vitoriosa”!

A – Diretor de clube de desbravadores:

Depois do curso de liderança Neemias, que serve para quem queira (ou foi imposto) vir
a ser um Diretor de Clube de Desbravadores, Aventureiros ou ainda Clube de Líderes; a
“missão impossível”, vamos agora apresentar características, técnicas e sugestões especificas
para cada “tipo de diretor”. Começando pelo dos desbravadores, uma vez que por diversos
motivos, é o Clube dos Desbravadores o principal dos três, ou como chamaríamos em
jornalismo o “ancora”. Porque? É simples a explicação além de lógica. Todo aventureiro entra
no Clube a fim de aprender, ou começar a aprender, técnicas de “desbravadorismo”, como
acampar, marchar, excursionismo e etc... Todo aventureiro de 9 anos almeija ser promovido a
desbravador. Pode perguntar. Assim que o Clube de Aventureiros existe para treinar os
pequeninos a serem bons desbravadores. Na “ponta oposta” esta o Clube de Líderes. Criado
com um duplo objetivo: 1º fornecer aos jovens que por amarem o “desbravadorismo” sentiam-
se frustrados ao “passarem da idade” e terem que sair do Clube e, 2º formar líderes para

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atuarem aonde? Nos Clubes de Desbravadores e Aventureiros. Assim que tendo “provado” a
“tese” que o Clube dos Desbravadores é o principal dos três, e por isso merece mais (não
única) atenção, vamos a características especificas para liderar o clube dos desbravadores.

Características para um bom líder de desbravadores:

Exemplo: Juvenis (10 a 15) aprendem mais, por exemplo, do que por preceito. “Faça o
que eu faço”. Você ditou uma “regra”, você é o primeiro a seguir. Sem distinção. Esta
característica leva a outra : Justiça: Nada é para um juvenil mais importante de que esta
característica. Se a lei é pra todos, inclui todos, inclusive o diretor, associados, “filhos dos
chefes” e etc... Se você der privilégios especiais à alguém você destruiu sua liderança e foi
contra o que apregoa o clube: ...“sem distinção de sexo, cor, credo ou classe social”. Todos são
iguais no Clube dos Desbravadores significa todos são iguais. Ao você agir desta forma, virá
outra característica, tanto de quem lidera como dos liderados: Lealdade: Quase metade de
nossa bandeira, a cor azul, representa esta qualidade. O desbravador vê o líder que dá o
exemplo, é justo, não atua com “favores e concessões especiais da providencia”, o juvenil
aprende a lealdade. Esta é a mais nobre característica do líder. É leal a Deus, pois está na
liderança do Clube não para se aparecer ou tirar alguma vantagem, está para fazer a vontade
de Deus; “salvar do pecado e guiar no serviço”. É leal aos pais, que confiam nele e por esta
razão entregam nas “suas mãos” o tesouro mais precioso; os filhos. Leal a igreja, uma vez que
manterá os seus liderados dentro dos princípios da igreja em todas as atividades
desenvolvidas pelo Clube, alem de motivar a sua participação e entrosamento com outros
departamentos: Adra, trabalho missionário, escola sabatina, diaconato e etc... Por fim, mas não
menos importante, leal aos seus desbravadores, pondo os interesses e bem estar dos mesmos
até acima dos seus próprios. Mais ainda, jamais agirá para com seus liderados de forma
desleal, em qualquer âmbito. Até porque o líder sabe (ou saberá) que os juvenis desbravadores
lhe serão leais a ponto de obedecer e acatar toda e qualquer ordem, sem avaliar as
conseqüências. É por isso também que a outra quase metade da bandeira dos desbravadores é
de cor branca, a outra característica do líder dos desbravadores: Pureza: Você tem a obrigação
de agir sempre com pureza para com seus liderados. Você não pode, não deve e não “abusa”
da inocência deles, seja no sentido financeiro, intelectual, espiritual ou moral. Você tem nas
mãos os “filhos de Deus”. O Todopoderoso não aceitará qualquer abuso ou impureza que você
cometa contra os seus pequenos, e Hebreus 10:31 serve bem nesta situação: ...“horrível coisa
é cair nas mãos do Deus vivo”. Jamais você como líder, deverá permitir que alguém sob sua
liderança possa agir se aproveitando de nenhuma forma dos seus meninos e meninas. Eles tem
nas mãos os “filhos” de um Deus de poder que vê inclusive o coração; as suas intenções.
Técnicas para ser um bom líder de desbravadores :
Para desenvolver suas técnicas para liderar, você precisa antes de tudo conhecer o
“material humano” que você tem em mãos. O que não é nada fácil. Porque? Juvenis e
adolescentes (10 a 16 anos) estão sofrendo nesta faixa etária as mais profundas e drásticas (e
dramáticas!) transformações. Os meninos a cada dia vêem seu tamanho alterado, sendo
necessários “reparos” nas “barras das calcas” numa freqüência semanal. Sem contar as
mudanças de voz, aparecimento das “penugens” que darão em breve lugar a barba e bigodes.
Quanto as meninas duma hora para outra as “princesinhas” parecem ter um “conspiração”
diária com “todas” as roupas, que insistem em não acompanhar as suas alterações
morfológicas (nas formas) trazendo mudanças acentuadas na postura; uma vez que os
músculos dos ombros mudam a função para sustentarem o aparecimento e desenvolvimento
dos seios, e os ossos do quadril começam a se alterar no formato e tamanho para prepararem
o corpo para a futura função de serem mães. Vem ainda a quase sempre dramática ou até
traumática menarca, dando inicio a mudanças que mensalmente acompanha-las-ão por muitos
anos. Na verdade, isto é um “iceberg”, onde o que você vê é só a menor parte. Internamente,
a quantidade de reações químicas e descarga de hormônio, que leva a estas mudanças
externas, é algo violentíssimo. É uma alteração a cada minuto. No campo psicológico também
não é diferente. De uma “professora tia” que ficava com eles boa partes do dia, vem agora na

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escola (5º serie – 10 anos – primeiro ano dos desbravadores) a cada 45 minutos um “ser”
diferente, que “desaparece” apos este curto espaço de tempo, deixando para eles um montão
de “coisas” a se fazer, que serão cobradas num próximo dia ou próxima semana. Mesmo em
casa, com os pais, algumas “ordens” antes seguidas, parecem agora que necessitam serem
contestadas. Está assustado, líder? Mas é por ai, por estes motivos que vem a primeira e
infalível técnica, para ser um bom líder dos desbravadores. Você vai entrar em “sintonia” com
toda esta “desordem” decorrente da idade e vai trazer para seus liderados a oportunidade de
enfrentar estas experiências. Esta é a primeira técnica:

Experiência/experimentação; Por estarem sofrendo “alterações diárias” sob todos os aspectos


do crescimento (físico, mental e espiritual) há uma necessidade de experimentarem-se
diariamente, a fim de reconhecerem a cada momento as alterações de suas formas,
capacidades e até gostos. É por esta razão que os juvenis “abraçam” as atividades dos
desbravadores e não dificilmente (para não dizer sempre) tem nos seus líderes a imagem do
“salvador da pátria” ou ainda o “porto seguro”, nesta tempestade de mudanças que está
abalando as suas vidas. Ao você providenciar as “chances”, as oportunidades de
experimentação dos seus limites em constante modificação, você estará provendo para cada
um deles o necessário aumento das suas autoaceitação, autoconhecimento e autosuperação.
Você será, portanto, a figura mais importante para eles. Vão te ouvir (e obedecer) muitas vezes
mais que aos próprios pais e professores. E tudo o que você tem a fazer é deixar que eles
experimentem, tenha experiências novas a cada reunião. Lembre-se que estão se alterando e
desenvolvendo. É um processo; não ocorre duma vez ou num só dia. Esta situação leva a 2º
técnica:

Surpresa; Tenha sempre uma surpresa preparada para eles; pois do contrário eles mesmos
“aprontarão” alguma surpresa para você. Como as surpresas que você propiciará serão sempre
úteis, para trazer-lhes boas experiências, os seus liderados estarão aprendendo com você, por
experimentação, o quão bom é ter surpresas agradáveis, construtivas. Assim sendo, se vierem
a fazer-lhe alguma surpresa, esta será com certeza uma boa surpresa. Eles aprenderam com
você que sempre trouxe para eles, boas surpresas. Nada de surpresas tipo “pegadinha”, a fim
de realçar os defeitos, erros ou incapacidades dos liderados, a fim de exporem-nos ao ridículo
ou situação vexatórias. Nada de os expor a reais perigos. “Adrenalina” e atividades “radicais”,
sim e sempre, mas com segurança. O que vão fazer deve ser surpresa para eles, nunca para
você líder. Teste, se preciso for a surpresa antes. Se a surpresa for, por exemplo, a visita a
um lugar desconhecido, o ideal é que você esteja lá antes, só ou com sua equipe de liderança;
afinal você é o líder (e a classe de líder, tem seu nome original de “guia maior” ou másterguide,
designando a sua função de ser o “guia”. Para tal, você tem que conhecer a área para guiar os
outros)! Qualquer “coisinha” que às vezes parece não ser grande coisa para você como adulto e
líder, pode ser, no entanto uma surpresa incrível para os meninos e meninas que os ajudará
nas suas experiências de autoafirmação de suas capacidades e possibilidades. A técnica das
surpresas fará de você um bom líder, sem divida.

Otimismo/palavras de animo: Esta terceira técnica vem com seu amor, pelos seus
liderados. Você deve de ter sempre uma palavra de ânimo para seus meninos e meninas. Eles
precisam disto para seguir enfrentando as mudanças que são de correntes da idade. Não
poucas vezes falharão no cumprimento dos deveres. Não por displicência, ou insubordinação.
Falharão em decorrência de fatores somatotróficos inerentes da suas idades. É nessa hora, que
muitos pais e professores falham “grosseiramente” e que você como líder de desbravador
poderá ser a diferença. Por ser sempre otimista, ter sempre uma palavra de ânimo, você será
sempre procurado pelo seu liderado quando ele falhar nas expectativas que outros os
impuseram. Às vezes uma nota baixa numa prova escolar, ou até a perda dum ano letivo.
Jamais desanime um desbravador por ele não ter conseguido cumprir da primeira vez um
requisito da classe J.A ou especialidade. Dê 2, 10, 100 ou 1000 chances, até ele conseguir
cumprir totalmente o requisito. Nunca o desencoraje, e se preciso for, faça toda a “prova” com

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ele, muitas vezes, até que o mesmo obtenha êxito. Já pensou se Jesus desistisse de você cada
vez que você não conseguisse cumprir totalmente os seus requisitos da lei, por exemplo? Ou
ainda o reprovasse porque você não alcançou nota 10 (ou 7 ou 5) no seu exame ou prova para
ser “santo e irrepreensível” diante de Deus e dos homens”? As palavras de ânimo do líder,
soam para o liderado como a força motriz para não desistir de tentar, até conseguir. Como
escreveu o líder Paulo, e é nosso lema (2 cor. 5:14) “o amor de Cristo nos constrange”; é por
amor aos nossos liderados, constrangidos pelo amor de Cristo que nós líderes teremos sempre
otimismo e palavras de ânimo. Isto é Divino. Nada impedirá que você Diretor e seu Clube
sigam... “sempre avante assim marchamos”.

Sugestões para ser um bom líder de desbravadores:

Boa memória:

Esta é a “arma secreta” mais eficiente para um líder, em qualquer posição de liderança.
Algumas pessoas possuem este verdadeiro dom de Deus. Esta é a maior arma em um líder
para ter seus liderados sempre dispostos a fazerem mais do que o esperado. E vai então
algumas sugestões para você que “tem que ter” esta “arma secreta”:

1-Lembrar-se dos nomes das pessoas = Um dos lideres, grandes lideres de


desbravadores que conheço, o Pr. Léo Ranzolin, é um exemplo, digamos assim, “clássico”. Eu
pessoalmente atesto que ele possui esta “arma secreta”. Já o vi cumprimentando pelo nome
mais de uma centena de pessoas, isto em diferentes ocasiões, lugares e inclusive paises (só pra
citar: Brasil, Argentina, USA e Canadá). Isto faz do Pr. Léo também alguém conhecido por
nome por milhares de pessoas. Da impressão que ele tem o “arquivo de membros” de toda a
Associação Geral na mente, razão pela qual foi o Secretário da mesma. Mas, a nós mais
normais, nem sempre é assim. Eu pessoalmente (e muita gente não sabia deste defeito, vai
ficar sabendo agora) tive que “aprender” sobre isto. Foi nos anos 80, quando vim a ser o
coordenador geral dos desbravadores da antiga APO, que naquele tempo era a área das APAC e
atual APO. E foi lendo uma reportagem sobre um político da época, governador do estado e que
a anos depois teve uma estrondosa votação para deputado federal que me ocorreu a sugestão
para resolver este impasse. Tenho uma memória “razoável” para números, uma vez coloquei
quase 100 números de telefone numa agenda eletrônica, usando só a memória. Concordo com
os que dizem que a minha memória geográfica e muito boa, lembro-me de lugares, cidades,
ruas, mapas, etc... com relativa facilidade. Mas quanto a nomes, é um vexame a minha
memória. Como professor gastava o ano todo para decorar os nomes dos alunos, fazendo
chamada todas as aulas. Nos clubes, pior, só conseguia decorar os nomes dos desbravadores
(30 a 40 nomes) só lá por Setembro, e quando no ano seguinte entrava mais meia-dúzia de
“gatos pingados” eram mais alguns meses para decorar. O que fazer ? usei a tal da estratégia
do tal político, que a cada cidade que ia visitar e visitara, uma equipe de assessoria tinha
preparado os nomes daqueles a quem ele iria encontrar, bem como uma “lista” das últimas
promessas e concessões relacionadas aquelas pessoas. Resultado: As pessoas eram
cumprimentadas por nome, e os assuntos prosseguiam onde haviam parado. Qualquer um,
mesmo da “oposição” ficava “vendido” (ou comprado) pelo tal político. Que fiz? Comprei uma
agenda bem pequena, cabia no bolso da camisa, e a cada cidade que ia para formar, investir,
etc... um clube de desbravadores anotava nesta agendinha o nome de todos que eram
apresentados, com alguma característica ou conversa que pudesse me fazer lembrar e
relacionar o nome à pessoa. Ainda mais, anotava (resumidamente) algo importante que tivesse
dito ou prometido, e quando viajava para aquela cidade, “estudava” a agenda durante o
percurso. E dava para estudar muito bem, uma vez que da sede, Campinas até Araçatuba\
Guararapes no limite Nordeste eram mais de 6 horas de ônibus. Presidente Prudente,
Presidente Venceslau, Presidente Epitácio no extremo oeste, mais de 7 (8 ou9) horas. Ao norte,
Ribeirão Preto (3 horas e meia) Franca (4 a 5 horas) e mesmo Catanduva, onde ia com
freqüência nos “Confortáveis trens da Fepasa”, saindo pelas 8:00 da noite da sexta-feira (se

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não atrasava) lá pelas 4:00 da madrugada já estava começando a dormir na casa do Diretor do
Clube, depois de uma “aventura”, normalmente em pé, no trem lotado, por toda a noite.
Tempo mais que suficiente para “repassar” muitas vezes a agenda, os nomes. Funcionava? É
tão importante assim? Eu mesmo fiz uma “experiência” e pelo resultado, posso dizer que foi (e
vai) alem das expectativas.
Fui a cidade de Ilha Solteira, divisa de São Paulo com Mato Grosso e a igreja devia de ter
quando muito uns 35 membros. O clube ia ser “fundado”com um total de 16 participantes,
entre diretoria, conselheiros, instrutores e desbravadores. Decidi anotar todos os nomes na
“bat-mini-agenda”. Durante todo o fim de semana, que estive ali, consegui decorar
“tecnicamente” todos os nomes. Passados vários meses, voltei ali, para estar com o clube só
algumas horas no domingo entre uma e outra cidade. Lembro a surpresa e alegria no rosto dos
meninos e meninas (treze ao todo) ao serem cumprimentados pelo “chefe” (no caso eu) um por
um pelos seus nomes. Mas o resultado ainda não foi “este”, o que aconteceu depois sim é digno
de nota e “prova cabal” da importância de lembrar-se dor nomes das pessoas. Passados vários
outros meses, voltei a Ilha Solteira para a Investidura de Lenços, e o clube havia crescido mais
de 30%, de 16 para 21 membros, mas os 16 “pioneiros” foram novamente cumprimentados
pelos nomes, e os outros 5 devidamente anotados. Sabe o que aconteceu na hora de ir
embora? Todo clube estava na Rodoviária, uniformizados, fizeram um programa de
homenagem ali. Todos os desbravadores falaram alguma coisa, ganhei presentes (a faca de
campo tenho até hoje) e a homenagem se delongou a ponto de convencerem o motorista e
passageiros do ônibus a atrasar a partida em mais de 15 minutos, convidando os mesmos a
assistirem também o “programa”. Não sei que “tipo” de memória para nome você tenha. Se
“tipo” Léo Ranzolin (num extremo) ou uma das piores memórias para nomes que conheço, a
minha mesmo (Sergio). Acho que com esta sugestão, ninguém tem desculpa. E posso afirmar
para você: os resultados sempre excederão qualquer expectativa.

2. Lembrar dos Aniversários: Algo difícil? Impossível? De jeito nenhum. Não que o dia do
aniversário seja assim tão importante. Afinal, a gente envelhece a cada dia um dia. Alguns
(mas especialmente algumas) costumam ser “atacados” de um certo “surto de Amnésia” Lá
pelos “20 e muitos” e não passam mais a “trocar as velinhas”. Para os desbravadores de (10 a
16 anos) o aniversário é importante. A comemoração do mesmo pelo seu Líder e Diretor do
clube lhe cai como uma honra. É para isso que se tem uma secretária (secretário) no Clube.
Basta você como o Líder estimular o “Lado festeiro” da secretária do Clube, que nenhum
aniversário passará “batido”.

3. Lembrar-se dos gostos, das individualidades:


Cada desbravador é um individuo que gosta de algo e não gosta de algo. Se você insiste
sempre com o desbravador que não gosta de falar na frente, achando que assim o está
ajudando, você está redondamente errado. Ocasionalmente fazê-lo passar por esta “dor de
barriga”, vai lá, mas do contrario, você estará “criando um calo”, e mais dia ou menos dia vai
apertar “seu sapato”, você não vai conseguir caminhar “sem mancar”. Por outro lado, você tem
um desbravador que gosta de algo, por exemplo, gosta de ser chamado por um apelido, ok,
faca o “gosto freguês”. Até Jesus fez isto! Acha que não? João 1:42 vem o chamado de Pedro
(sempre Pedro ver História)... “Olhando Jesus para ele, disse: Tu és Simão, filho de João; tu
serás chamado Pedro”. E não é que o “dito cujo” gostou mesmo do apelido!? Afinal você tem na
Bíblia os livros de I e II Pedro, não I e II Simão, não é mesmo? Mas lembre-se: respeite o gosto
e individualidade “do freguês”. Nada de apelidos pejorativos depreciativos. NUNCA-JAMAIS!!!

4. Lembrar-se de elogios/ agradecimentos/ reconhecimentos:


Como é bom quando você “cumpri fielmente a parte que lhe corresponde”. Como é melhor
ainda quando ao fazê-lo você recebe um elogio. É como se você recebe-se uma “carga rápida”,
deixando você pronto de novo, para se preciso fazer outra vez. Muitos Líderes pecam “de
menos ou de mais” no requisito agradecimento. Lembre-se que os juvenis querem que o Líder
haja com justiça. É uma das características de um bom Líder. Ao você não agradecer alguém,

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ou agradecer “de menos”, para seu liderados o acharão injusto. Por outro lado se você
agradecer quem não merece ou agradecer “de mais”, “jogar confete”, ou ainda “enfeitar o
pavão” os desbravadores criarão uma repulsa por você e também pelo “protegido”.
Agradecimento, sim, mas “a quem honra, honra”. Nada de mais e nada de menos. Creio que o
maior “pecado” de um líder, por medo, que já vi é a falta de reconhecimento. Acham, errônea e
equivocadamente, que ao reconhecerem que um “subalterno” “sabe mais”, irá “cair” no
conceito dos desbravadores seus liderados. Não é assim mesmo! Afinal, ao você reconhecer e
“elevar” o “subalterno”, ele não deixara de ser “subalterno seu”. Ou seja, quanto mais “alto” ele
for, e você reconhecer, mais alto ainda você irá; afinal você é o líder dele também. Outra
conseqüência será todos os liderados se “matando” para imitar o exemplo, mesmo que seja só
para que você também os reconheça. Com isso, você terá cada vez mais ajuda dos seus
liderados.

Outras sugestões:

1 – Variedade/novidade = juvenis e adolescentes por natureza (e necessidade natural)


são ativos e curiosos. Afinal, eles estão “descobrindo o mundo”. É nesse ponto forte dos
liderados que o líder e diretor do Clube deve “apostar todas as fichas”; investir todos os
esforços. Atividades, quanto mais e mais variadas, tanto melhor para “saciar” os desejos
insaciáveis, afinal não são juvenis e adolescentes comuns; são desbravadores. A curiosidade
em desbravar sempre “novos horizontes” tem o ponto de convergência, por exemplo, nas
novidades a serem descobertas nas “200 e lá vai fumaça” especialidades. Durante a idade de
desbravador (10 a 16 anos) se eles fizerem 20 por ano, não passarão muito da metade. Tem
variedade e novidade “de sobra”. Sem contar com a sugestão seguinte:

2 – Atividades = campanhas, caminhadas, trabalho missionário, estudos


(pesquisador/investigador Bíblico, compartindo heróis), classes J.A, desfiles, acampamentos,
congressos, feiras, camporees e por ai vai, o que não falta, não pode e não deve faltar é
atividades.
Atividades para cada um desenvolver individualmente (algumas especialidades), por unidade
(classes, clube do livro, acampamentos, campanhas) por clube, região, associação, união,
divisão, mundo, só pra lembrar ; é o suficiente para auxilia-lo como líder e Diretor do Clube dos
Desbravadores a preencher a vida dos seus meninos e meninas de boas, construtivas,
excitantes e salvadoras atividades . Não dê tempo para a ociosidade. “Mente desocupada (ou
ocupada com atividades que não essas) é oficina do inimigo”. Faça sempre todo o impossível
para estar o seu clube com atividades e em atividade. E para tal, vem a ultima das sugestões a
seguir:

3 – Programas e metas = Deixe avisar de antemão: Seja qual for o tamanho do seu
programa, você nunca conseguirá o seguir a risca. Isto não quer dizer que você não precisa ter
um programa. Também não é para fazer um “programazinho” de meia tigela, com mêdo de não
“chegar lá”. O que quer dizer, é que você esta “trabalhando” com gente, e não com máquinas.
E mesmo máquinas, são imprevisíveis. Vai aqui um conselho no mínimo revolucionário: Faça
um programa, com metas muitas vezes maiores que as que você imaginaria ser possível
alcançar se tudo desse certo. Parece um conselho no mínimo insano e utópico? Filipenses 4:13-
Paulo, sob inspiração divina discorda ao dizer “tudo posso naquele que me fortalece”. Por essa ,
você diretor (e até líder mais experiente) não esperava. Não diz uma; algumas os umas ; diz
tudo! E tudo é tudo mesmo. Quer dizer que... tenho que cumprir todo este programa com
metas acima de qualquer expectativa? Deixe dar um exemplo. Você “acha” que consegue fazer
20 atividades num ano. Você se esforça e faz as 20. você conseguiu 100% da meta ou alvo.
Ficou feliz. Errado! Veja a outra possibilidade: você “acha” que consegue 20, mas coloca 100
atividades no seu programa. Era algo impossível, incabível, insano e utópico. Você consegue
através do esforço “sobre humano” só 40. Você conseguiu a vexatória marca de 40% da meta
ou alvo, talvez você pense. Ficou frustrado, certo? Errado de novo. Os seus 40% representaram

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neste aparente plano insano e utópico exatamente o dobro do que você teria conseguido no
plano “de meia tigela”, que alcançou os 100%. Você em números fez muito mais,e este é o
espírito que deve reger o verdadeiro líder dos desbravadores! Mesmo que você só alcançasse
25% do alvo, ainda assim seria 25% a mais que o plano “teoricamente” viável. Tudo posso, é o
seu desafio, para com aquele que vai te fortalecer como diretor de Clube de Desbravadores!

B - Diretor do Clube de Aventureiros:

Antes de qualquer coisa, você diretor de Aventureiros deve ler todo o capitulo de
diretores de Clube. Esta parte (B) é só resumo das diferenças que servem só para os diretores
de Aventureiros. A parte complementar e especifica para você. As características, técnicas e
sugestões em quase sua totalidade aplicam-se a você. Vamos ao que lhe é especifico.
Como já descrito, o clube de Aventureiros é para as crianças de 5/6 anos até os 9 anos
de idade. Eles são aventureiros, não “mini-desbravadores”. Que isto quer dizer? 1º precisam de
uma liderança específica e apropriada. Em alguns lugares, por diversos motivos os aventureiros
vêm a ser uma (s) unidade (s) dentro do Clube dos Desbravadores. Não estará errado se as
suas atividades forem diferenciadas dos “grandes”. É até bom, pois eles vêem o que “os
aguarda”, e os anima a almejarem ser um desbravador no futuro. Para tal, o líder dos
Aventureiros tem que ser um misto de “mamãe-sargentão”. Muito momentos, você terá que
literalmente pegar os liderados no colo, e os consolar do choro, as vezes até sem um motivo
que não carência afetiva. As vezes, num acampamento, você terá que “salvar a vida” dum
aventureiro, que por razões inexplicáveis foi “acometido” do fenômeno meteorológico da chuva
que atingiu somente o colchão dele, dentro da barraca. E então, com todo o tato (e segredo
“mortal”) você o ajuda a se livrar de um eminente e seríssimo transtorno, perante todos os
demais amiguinhos. Mas, por outro lado, não poucas vezes, você agirá como um “tipo
sargentão”, dando ordens, se “fazendo” de durão... e eles vão “adorar”. Para um aventureiro,
tudo é aventura. Na sua imaginação infantil, um montinho de terra, vira uma montanha a ser
“escalada”, uma poça d’agua, vira um lago, e uma enxurrada, um rio de corredeiras bravas a
ser “aventurado”. Talvez você já esteja “muito velho” e não se lembra mais destas aventuras
que você viveu na infância. Principalmente porque você não foi aventureiro (ou ainda
Desbravador, como eu aos 6 anos), caso você tenha sido, com certeza você esta entendendo
sobre o que é que estamos falando. Por via das dúvidas vamos aos fatos:

1º Proteção:

Eles não sabem se proteger sequer uns dos outros. Sua 1º prioridade é, portanto, a de
protetor. Em toda e qualquer atividade, o primeiro a se pensar é se é seguro, lembrando que
um degrau de 30 cm para você de 1,80 representa um obstáculo de quase 60 cm para um
aventureiro de 5 anos e menos de 1 metro de altura. A dificuldade dele será praticamente
dobrada. Para você carregar um “quilo”, na campanha da Adra, representa para o pequenino
aventureiro uma “carga” considerável. Preocupe-se a todo o momento com a proteção; é sua
obrigação.

2º Capacidade:

Você líder e diretor de aventureiro é a pessoa capaz de resolver todos os problemas


deles, certo? Impossível! O clube de aventureiros foi designado como ferramenta auxiliar para
ajudar os pais. Na idade deles (5 aos 9) são e devem ser dependentes das capacidades
primeiramente dos pais. Sendo assim, muitas atividades têm que ter a participação dos pais. É
na verdade um trabalho duplo para você, pois terá que ensinar e corrigir os pais que estarão
ensinando, corrigindo e acompanhando os seus filhos nas divertidas atividades. Mais que ser
investido pelo líder na Classe de Abelhinhas Laboriosas, o aventureiro (e muito mais os pais)
ficará “orgulhoso” ao ver seus pais lá na frente colocando a “medalhinha” (distintivo) neles. Sua

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capacidade é aumentada pela soma dos esforços seus, com os pais e com os próprios
aventureiros. Esta é a equação correta do líder e diretor dos aventureiros.

3º Alegria:

O Diretor(a) dos Aventureiros tem que ser alguém alegre. Você esta, para principio de
conversa, no meio das “florzinhas de Jesus”. Não há razão de tristeza. Uma criança nesta idade
chora, mas não passa 2 minutos, já está outra vez sorrindo. Ela não guarda rancor. Ao errar e
ser repreendida por você, antes que você pense numa “punição” para ela a mesma já estará
feliz e nem lembrará que você deu uma bronca nela! Crianças não são adultos. Aventureiros
têm que fazer “arte”. Entretanto, arte não é igual a malcriação. Por isso é necessário que você
desenvolva bem a característica a seguir também.

4º Explicação das regras bem claras:

Em geral a criança vem para o Clube dos Aventureiros sem estar “muito” (ou nada)
acostumada com regras a seguir em casa. Às vezes alguns pais confundem malcriação e quebra
de regras com “gracinha”. E, ao fazerem os coitadinhos algo que os pais não gostam, o que
vem a seguir não é explicação dos porquês, mesmo porque chinelo, cinto e palmadas não
falam! Assim que no Clube dos Aventureiros, caberá a você ensinar-lhes o que são regras, para
que servem e o que vem ser a sua violação e punição. Mais ou menos assim: Você põe os
aventureiros em forma” e dita a regra: “em forma não se mexe”. Para um desbravador, ou um
soldado esta ordem está clara, mas para o aventureiro (nas primeiras reuniões) não. Em
seguida a ordem, você tem que completar: “tem que ficar que nem estátua. Não mexe os pés,
não pode coçar o nariz, não mexe a cabeça, não fala, só pode ficar com o ouvido bem aberto
para ouvir a próxima ordem. Se mexer a sua unidade será a última a poder participar da
brincadeira, isto se der tempo”. Esta sim é uma explicação clara das regras para um
aventureiro. Ele é capaz de entender claramente o que pode fazer, o que não deve fazer e as
conseqüências em seguir e acatar as ordens ou não. É desta forma, com paciência, amor,
segurança e alegria; afinal eles estão no seu Clube para aprender a “virar gente grande”, uma
vez que “criança é gente”,... gente criança!!

5º Desenvolvimento dos dons espirituais:

Ninguém mais do que os pequeninos aventureiros esta preparada para desenvolver os


dons espirituais. E esta afirmação não é do Sergio Rigoli, é de alguém que realmente entende:
Jesus! Mateus 18; traz a prova: (v. 2 e 3) “e Jesus, chamando uma criança (um
aventureirinho) colocou-a no meio deles... se não vos converterdes e não vos tornardes como
crianças de modo algum entrareis no reino dos céus”. E você diretor de aventureiros verá
claramente o porque. Comesse a ensinar um hininho para seus liderados. Ninguém canta com
coração mais do que as criancinhas. Não tem vergonha se estão no tom ou não. Se você
mandar cantar mais alto, vão o fazer, sem vergonha alguma. As crianças estão sempre prontas
a desenvolverem-se espiritualmente. Nada as impede, exceto os adultos. Marcos 10:13 e 14;
“então trouxeram algumas crianças para que as tocasse, mas os discípulos os repreendiam.
Jesus porem vendo isto, indignou-se e disse-lhes: deixai vir a mim os pequeninos não os
embaraceis, porque dos tais (aventureiros) é o reino dos céus”. As crianças têm o reino dos
céus, a menos que nós os adultos as embaracemos impedindo-as. Isto é sério. Você Diretor de
aventureiros tem os herdeiros do reino sob seus cuidados, tudo que você tem que fazer é
deixar “ o caminho livre” para eles. E com eles você será abençoado a receber o reino dos céus.
Basta você Diretor ser um “Diretor-Aventureiro”, tornando-se com seus liderados.

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C – Diretor do Clube de Líderes:

A sua situação é mais ou menos assim: você tem uma pedra na sua frente. Enorme.
Deram-te umas dinamites na mão (a direção), já acesas. Sua função não é tirar a pedra “no
braço”. Também não é apagar a dinamite. Muito menos ficar segurando ela na mão até
explodir, e achar que assim você resolveu o problema. Você vai pelos ares, a pedra, entretanto
continuara lá! Acho que você entendeu todo o “principio” que envolve o seu cargo: Dirigir o
Clube de Líderes. Mas, por via das dúvidas vamos a explicação passo a passo. Você, Diretor do
Clube de Líderes esta defronte duma pedra enorme. A pedra é as dificuldades e problemas que
impedem o avanço dos Clubes de Desbravadores e Aventureiros relacionados aos participantes
de seu Clube de Líderes. A “dinamite” acesa, são os líderes ou futuros líderes que vem a você,
cheios de idéias, anseios, sonhos, enfim, cheios de vontade de fazer algo (ou tudo) para tirar a
“pedra” do caminho. Estão todos a ponto de “explodir”, pois cada um, individualmente não
consegue sequer “mover a tal pedra”. Tudo o que você tem que fazer é colocar toda esta
dinamite junta, o mais próximo possível do problema (ou ainda dentro ou em baixo) que ao ela
“explodir”, não vai sobrar nem “pozinho” da tal pedra. E fazer isto logo! Caso contrário, a
dinamite vai explodir (e queimar) você. Seus liderados são líderes também. Não dá para ficar
“segurando” eles “nas mãos” por muito tempo; já estão como todo líder (ou futuro líder) com o
“fogo da liderança” queimando nos seus pavios. Já exercem cargos de liderança nos seus
Clubes de origem. Entendeu porque tem que ser “jogo rápido” a sua ação nesta situação?
Dentre os muitos bons e grandes lideres que tive o privilégio de conhecer e trabalhar junto,
ninguém tinha uma solução melhor para uma situação como esta do que o Pr. Cláudio Belz. Ele
não só gostava, mas sabia lidar com isto como ninguém, transformando “dinamites” em forca
útil e em grandes projetos (grandes pedreiras) para honra e glória de Deus. Como? Fazendo o
mais lógico numa situação destas, delegando. Esta sempre foi a “especialidade” da “linha de
liderança” que marcou este grande líder de Desbravadores de Associações, Uniões e Divisão
Sulamericana. Foi por isso, por saber e gostar de delegar que o Pr. Cláudio marcou décadas na
liderança dos Desbravadores e jovens, influenciou uma geração de líderes Departamentais e
realizou ousados e pioneiros projetos; não sozinho, carregando “a pedra”, mas liderando pela
propriedade de delegação muitas “dinamites”, desde lideres em suas igrejas, Associações e
Uniões. Foi assim que aconteceram, só para citar como exemplo, o grande congresso do
centenário dos M.V (1979) no ginásio de Guarani, em Campinas, o 1º Camporee de União no
Brasil (77 – ponta grossa) e o 1º Camporee da Divisão Sulamericana, marco que mudou
completamente a importância dos Desbravadores, em 1983/84 na cidade de Foz do Iguaçu.
Talvez você líder de Desbravadores não tenha hoje (2003, 20 anos depois) idéia da importância
deste 1º Camporee da Divisão. Só de exemplo, naquele tempo nós que trabalhávamos nas
Associações, em algumas igrejas tínhamos ainda dificuldade de pregar usando uniforme dos
Desbravadores; e havia ainda muitos departamentais J.A que não tinham nunca usado sequer
uma vez um uniforme, e fizeram-no pela primeira vez (assim como muitos pastores) para este
“tal Camporee”. Já existiam os Clubes dos Desbravadores a mais de 20 anos naquela época,
mas como você pode perceber, não era assim “tão importante” com hoje. Perece difícil de
acreditar. Mas era de legando tarefas e responsabilidades com “maestria” que o Pr. Cláudio Belz
tirava estas “pedreiras” de letra. Como? Buscando um “especialista” em cada “área”,
delegando-os funções especificas, sua parte na “pedreira”, formando assim um (e tinha mesmo
este nome) “staff”, que equivale a você criar no seu Clube de Líderes um staff, equipe de apoio,
pelotão de elite, conselho de instrutores ou qualquer outro nome que vocês quiserem inventar
(não vale tipo “liga da justiça”, “super amigos” ou qualquer outra “aparência do mal”). Para
que? Porque? Ora você tem nas mãos um grupo de lideres. Você não tem que ensinar os
“rudimentos” do desbravadorismo. Você tem “gente boa”, especializada em um monte de coisa.
Tudo que você tem a fazer, é descobrir “quem é bom em que”, as Especialidades individuais, e
então delegar a cada “especialista” a parte específica da pedreira que ele tem que “explodir”.
Cada um “na sua”e todo mundo com... o mesmo objetivo, tirar do caminho a pedra (problema
e dificuldades) que impedem os clubes do Distrito, Região, Associação etc... de avançarem.
Acho que ficou “explosivamente claro”, certo? O Clube de Líderes é este “staff”, onde todos

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atuam na pedra em comum. Tem um bom “ especialista” em nós e amarras? Ele vai ajudar a
tirar esta pedra de todos os Clubes envolvidos. Uma “especialista”em música ? Que tal fazer um
coral juntando todos os Clubes , para se apresentarem num congresso ou Camporee? Dá pra
mais que “explodir”a pedra, dá pra “derrubar muralhas”... E você diretor do Clube de Líderes,
só coordena as ações dos seus “dinamites”, ou ainda “líderes-bomba”para atuarem aonde são
necessário. Vai ter um Camporee na sua Associação, União, Divisão; sabe quem vai trabalhar
como equipe de apoio ou staff nesta pedreira? Ninguém menos que o Clube de Líderes, afinal,
estão se especializando a isto,e assim os seus próprios Clubes de origem serão duplamente
favorecidos. E você, Diretor nem carregou a pedra enorme sozinho nem se “explodiu”com a
dinamite na mão. Resumindo; tudo o que você tem a fazer como Diretor do Clube de Líderes
numa só palavra : Delegar!
Só tem mais um “detalhe” importante. Para você descobrir os “especialistas”, você tem
que ter como fundamento e base do Clube de Líderes a constante formação e aperfeiçoamento
dos “liderados-líderes”. Assim, o número, ou seja, a quantidade e a qualidade dos
“especialistas” vai estar sempre crescendo. Com isso, você poderá cada vez “enfrentar” pedras
ainda maiores, pois terá em “suas mãos” mais e mais potentes dinamites. Esta é a dinâmica do
Clube de Líderes.

Cap. V – Regionais

“Se não serve para servir, não serve!”

É com esta premissa que se inicia (ou deve iniciar) a descrição de quem poderá servir
para ocupar o cargo/função de líder Regional. Apesar de aparentemente uma simples “frase de
efeito”, entretanto leva a uma verdade profunda; e por assim dizer designa o que vem a ser o
trabalho, a conduta e até o caráter esperado daqueles que são escolhidos a atuarem nesta
esfera de liderança.

Com isso se desencadeia uma lista dos “10 não mandamentos” do Regional:

1º O Regional não é General (além da rima, é verdade); alguém pode imaginar (ou
imaginar-se) que ao “ganhar” o cargo de Regional, a sua função agora é de um General, é só
“passar as tropas em revista” (os clubes sob sua orientação) e sair dando ordens. Errado,
redonda e retumbantemente errado! Se você pensava (ou pensa) assim, vai ter que mudar de
idéia! Porque? Vem o 2º não mandamento:

2º O Regional não dirige os “seus” Clubes, ele orienta: Os clubes sob sua “área de ação,
influência e responsabilidade” tem os seus Diretores, votados pela comissão da igreja, os quais
dirigem os seus Clubes. Não é mister do Regional mandar ou dirigir. Ele serve para orientar os
Clubes, as diretorias principalmente, e eventualmente, se convidado para tal, os membros, os
Desbravadores. Isto não desmerece o Regional. Ele é responsável a orientar os Líderes de
Desbravadores (e normalmente também Aventureiros e Clube de Líderes).

3º O Regional não é espião, é um inspetor =Qual a diferença? O espião vem


sorrateiramente, sem avisar, e com o objetivo de descobrir os “pontos francos e fortes” do
inimigo, e então voltar a quem enviou a fim de preparar o ataque! Acompanhe comigo: Ele é
um enviado do Departamental, escolhido por ele . O Departamental não é um inimigo. Sua
vinda ao Clube, salvo em ocasiões excepcionais, deve ser previamente agendada com a
diretoria, a fim de que o Clube possa preparar na sua programação um “espaço” para assim
usar o Regional e seu conhecimento para o Clube (servir lembra?). Até mais, se não agendado,
alem de “parecer” mesmo um espião a fim de descobrir os “erros” e segredos, o Clube e
diretoria não tem o dever de parar a reunião ou altera-la para dar atenção ao Regional. Por
outro lado, ao ser devidamente programada a visita, o Clube pode não só estar pronto para a

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inspeção (inspetor-certo) como dará ao Regional com certeza toda a primazia, atenção e não
raramente até algum tipo de “homenagem”. Será motivo de “festa”. Pode ter certeza!

4º O Regional não esvazia a diretoria local : É um erro “descobrir um santo para cobrir
outro”. É isto que acontece muitas vezes. Aparece uma “vaga” de Regional, e sai o melhor
Diretor de algum Clube abandonando a diretoria para “cobrir” a função de Regional. Resultado:
O Clube enfraquece, quando não, morre! Não que o Regional não deva ser ou ter sido um bom
Diretor de Clube. Este é na verdade um pré-requisito (ver também o 5º não mandamento). Mas
não se deve nunca, jamais, em hipótese alguma e etc... deixar um Clube sem direção, para se
instruir ou “salvar” a região. Não é na esfera de “região” que estão os que têm que ser salvos!
É nos Clubes que estão os desbravadores, aventureiros e lideres que precisam de um líder para
os conduzir a salvação.

5º O Regional não é “de fora” : Aparentemente uma controvérsia ou conflito com o não
mandamento anterior. Mas não o é! Soa assim como: “sapo de fora não chia”. O que quer dizer
é que o ideal é que venha a assumir a região alguém conhecido dos liderados. Algum ex-diretor
que durante sua gestão formou bons lideres para o Clube local, ajudou os Clubes irmãos,
mostrou boa disposição quando convidado a alguma atividade, curso ou mesmo instrução em
outros Clubes, a convite destes, da Região ou da Associação. Naturalmente assim, ao dar
oportunidade para outro Líder desempenhar e desenvolver-se na direção do Clube o mesmo
ficando na ativa, a disposição para com seus conhecimentos (ver também 7 não mandamento)
vir naturalmente a, se convidado ocupar a função de Regional. Ele já é conhecido dos liderados!
Não parecerá um intruso. Os demais líderes e diretores foram seus “companheiros de luta”.
Com absoluta certeza vão ver o Regional como seu aliado a fim de fazerem mais pelos seus
liderados!

6º O Regional não é turista : Ele não sai passeando pelas igrejas e Clubes de sua
região. Ele é membro de uma igreja , porem durante o período em que assume a região , ele
estará atuando em várias diferentes igrejas. Como assim? Se ele está em outra igreja que não
a sua, é porque ele tem algo para fazer! Não é um passeio. Ele não é turista. Ele foi a outra
igreja que não a sua a fim de participar de uma programação especial, uma reunião, um
encontro ou qualquer outra atividade que sua presença seja necessária. Nada de ficar
“perambulando” para lá e para cá sem razão, motivo e necessidade.

7º O Regional não é despreparado : Talvez você diga: “mas é obvio e onululante”.(caso


precise ver no apêndice) . Afinal, para ser um Regional, você é Líder, e foi um bom Diretor de
Clube, assim que o Regional é alguém preparado. Mas a “coisa” vai “um muito” além. Além de
ser preparado, é necessário também estar preparado. Você é Regional a todo o momento,e
será portanto “exigido” como tal a todo o instante. Assim que, mais que ser preparado você
tem que também estar preparado para, como Regional e Líder, liderar. As vezes o Diretor do
Clube está com certa “dificuldade” num certo “item”, digamos da Classe de Amigo. Ele não tem
muita habilidade para ensinar aos seus desbravadores o nó de escota, por exemplo . Ai ele tem
uma “feliz idéia”: “não faz mal, ele avisa para seus meninos e meninas, próxima reunião o
Regional vai estar aqui, e então ele ensina para vocês”. Já vi isto acontecer. Não é o
programado para o Regional fazer na visita ao Clube. Mas, como o Regional tem a Classe de
Amigo e é o Regional, ele com certeza, acredita o diretor, vai dar um “show”, ensinando o nó
de escota. Ai você sequer lembra como ensinar o nó duplo, já que você fez a classe de amigo a
10 ou 20 anos (ou mais). Resultado, você vai passar por uma situação de “saía justa”, sendo
Regional mulher ou homem! Vai além. É esperado que o Regional esteja sempre preparado
para ensinar. Não é o outro extremo (e já vi também isto) que você devia saber “todas as
perguntas das especialidades decor”. Mas , as Classes e Especialidades que você tem, e
“impressiona” os seus liderados ao usá-las no seu uniforme e faixa (ou faixas), você tem
obrigação de estar preparado para as ensinar. Aconselho até que em todas as visitas aos seus
Clubes, você de ou inicie o ensino de uma Especialidade. Além disto, a Associação que o indicou

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para o cargo deverá também prover treinamento extra para você “enfrentar a missão” de ser
um Regional que está preparado para o bom desempenho de suas funções.

8º O Regional não é pastor : Mesmo que o Regional seja ou tenha sido pastor, a
função/cargo de Regional não o faz ser pastor! É certo que nem todos os diretores de clubes
tem ou tenham a obrigação de ter o “dom da palavra”, e com isso pedem ao Regional para
“pregar” sempre que esta missão cabe ao Clube local. Porém, não é o Regional que disciplina o
Diretor ou os membros do Clube. Nem mesmo o Departamental tem este poder. É função do
pastor. O Regional poderá ser convidado a participar duma comissão de igreja, a fim de ajudar
o Diretor representando os interesses do Clube local. Mas não é o Regional quem convoca ou
dirige a comissão da igreja ou dá ou não as autorizações para os clubes. Ele não é o pastor e,
portanto não tem este poder! O Clube dos Desbravadores, Aventureiros e Líderes não são
forças armadas, e o Regional ou Departamental são General ou Marechal com poderes punitivos
sobre os “inferiores”. Não devem, não podem e não tem o direito ou poder de dar punições ou
autorizações. É função do pastor e comissão da igreja local. Ao tentarem assumir uma função
que não a sua; só criarão mais barreiras para os clubes e para si mesmos. O Regional é acima
de tudo institucional . Segue as normas e regras da igreja.

9º O Regional não é político : Ou seja : Ele não “sobe no palanque” para fazer
promessas ou “falar bonito” para ser reeleito, manter-se no cargo. Ele sobe sim “no palanque”
e “fala bonito” para impressionar um menino e menina nas promessas que os conduzirão a vida
eterna. Isto quer dizer que um Regional deve ter como visão de trabalho que o seu cargo,
função e posição à frente servem na sua essência, nos “finalmentes” para impressionar os
coraçõezinhos dos liderados para a salvação. Nada é mais importante. Nenhuma outra
pretensão deve acompanhar o cargo e posição de você como Regional. Você está ai não para
prometer, mandar, exibir os seus talentos e “medalhinhas”. Você está ai porque é seu profundo
desejo fazer mais pela salvação dos seus liderados, todos eles. Você sabe que a sua posição à
frente causa impressão e impacto. Você tem que ter a postura do “bom político”: Trabalhar pelo
interesse daqueles que você representa; os Clubes, e os liderados da sua Região. Assim sendo,
seu “hino predileto” deverá ser “...muitos há Senhor que me contemplam, sim meu Senhor,
que olham para mim”. Mesmo que este não seja o seu “hino predileto”, aconselho você lê-lo
palavra por palavra se preciso fôr, cada vez que você sair de casa para cumprir sua missão de
regional.

10º O Regional não é o Departamental : Este é o ultimo dos 10 não mandamentos


estratégica e propositalmente aqui colocado. Por que? Para você Regional não se esquecer
desta ultima mensagem. O Regional não inventa o que “lhe dá na telha”. Ao inventar “algo
novo”, ou qualquer e toda atividade que envolva mais de um Clube (mais que um significa a
partir de 2) deve comunicar ao seu “superior”, o Departamental. Por que? Para obter a
aprovação. Digamos que você tem uma boa idéia de fazer uma campanha do agasalho, usando
toda a região, revertendo os resultados para a Adra. Ao você comunicar o seu Departamental,
você o envolve no seu plano. Digamos que haja resistência, oposição ou apenas não apoio na
igreja ou ainda do pastor local. Você vai “brigar” contra isto? Não mesmo! O Departamental,
ciente do projeto e da possível oposição ou falta de apoio, vai buscar aliar-se ao Departamental
da Adra da Associação. Ai então, se necessário for, serão dois contra um. O que dá uma
enorme vantagem. Você sem “lutar” já ganhou a “briga”. Afinal são dois pastores contra um, e
na sua “torcida” tem também o Diretor e o Clube todo. Seguindo o exemplo hipotético, digamos
que aí a “barreira” é alguém da Adra da igreja local. Ai já é “briga ganha antes de começar”.
Afinal vai ter do seu lado os departamentais, o seu “chefe” (J.A, Desbravadores) o “chefe” deles
(Adra), mais o pastor local “convencido” pelos outros dois pastores e “de quebra” o Diretor e
Clube local. É covardia. “Nocaute” no 1º minuto do 1o “round”. É uma ilustração. Mas tire dai a
lição que da sua boa idéia acabou saindo uma maior e melhor com o suporte de: Dois
departamentos da Associação, os pastores locais envolvidos, os outros departamentos
envolvidos junto com os Clubes, e você não teve que “dar uma de Departamental”. Você é o

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Regional, você coordenou a ação. Agora você coordena a “força tarefa”. A briga, a autorização ,
o “bater de frente”? Deixa isso pro “chefe”, o Departamental. E vale para todo e qualquer tipo
de atividade: Acampamentos, caminhadas, cursos, feiras, Camporee e etc...

Conclusão dos 10 não mandamentos:

Ao analisar os 10 não mandamentos podemos alterar a premissa inicial :“Se não serve
para servir não serve”, tirando os “não”, e fazendo uma tônica afirmativa e otimista: “Se você
serve para servir, serve para ser o Regional”. Assinado Sérgio Rigoli (por curiosidade o
meu nome Sérgio significa o que serve; é uma coincidência). Uma vez estando claro o que não
o faz Regional, vamos buscar a “palavra abalizada” do pai dos Regionais. Isto mesmo, quem
concebeu, inventor, criou e instituiu esta função e cargo: o pastor Jose Maria Silvestre. Nada
melhor que ouvir o “pai da matéria”:

Cap. VI – Departamentais

Chegamos agora no capítulo do ponto alto, a posição mais importante na “carreira” do


desbravadorismo ou ainda o ápice da pirâmide organográfica. Parece bonito, não é mesmo?
Para você que é um Departamental soou como elogio, e para alguém que almeja um dia este
“posto” um grande incentivo. Pois vou dizer que estão completamente e inequivocadamente
completamente... errados! Bem, por esta você não esperava . Tome tempo, respire fundo, não
fique com raiva do livro... ainda. Já que começou a ler, vá até o fim, mesmo que pareça uma
conspiração contra tudo que você sempre aprendeu e acreditou (ou ainda julgava que você
mesmo era). Você não é o único a pensar assim. É provável, que como o escritor deste livro,
você tinha teses, ou ainda deu aulas em cursos de liderança baseado no tradicional, conhecido
e até presente nos manuais “Gráficos do organograma- hierárquico dos desbravadores”. Eu
também dei muitas vezes esta aula. Em cursos regionais, a nível de Associação, e em até nível
de União, isto em pleno Camporee de uma União (Chilena). Na verdade eu também aprendi
assim, no meu 1º curso de Líder M.V, em 1978. Mais ainda, decorei todos os nomes dos
“superiores” desde a Associação Geral (alias é um dos co-autores) Pr. Léu Ranzolin, até o
Departamental da minha Associação na época, a recém-nascida paulista “caipira”, Paulista
Oeste, o Pr. Artur Elias Marski (também é um dos co-autores). E por décadas, ensinei e
acreditei e até atualizei e melhorei este organograma. Tanto que, vou colocar ele aqui para
vocês entender o “fio da meada”. (gráfico I)
Como vocês podem notar nesta configuração, o organograma toma a forma de uma
pirâmide, sendo o ápice, o topo, os Departamentais da Associação Geral, ramificando e
aumentando pelas Divisões, Uniões, Associações e daí continuando a aumentar em forma
piramidal até chegar a base, os desbravadores. E não está certo? Está assim no manual de
1970, 1985, 1990 e etc... quero ver só você sair desta, talvez seja o seu pensamento neste
momento. Pois vou não só provar, como também convencer você através de: Uma história e
um desenho. A historia até que não é tão antiga assim, é de 1985, mas quanto ao desenho,
este é de 1949 e você o vê desde o 1º dia em que conheceu os desbravadores, mesmo antes
de você ter “virado” um. Será possível? Uma coisa por vez. Comecemos pela historia ou
ilustração:
O personagem principal desta história, o Pr. Mike Stevenson, que infelizmente faleceu
em... (1989 ou 1991, confirmar com Pr. Léo), eu e muitos outros brasileiros o conhecemos em
1983. Natural da África do Sul, alto, muito calmo sempre sorridente e atencioso, veio ao
primeiro Camporee da Divisão Sul Americana , era o Departamental especialista em
Desbravadores da Associação Geral enquanto o Pr. Léo Razolin dirigia todo o Departamento da
juventude .Ambos vieram como convidados especiais ao “nosso” Camporee . Como convidados
de honra, preparamos várias homenagens; por exemplo; chegaram á abertura do Camporee
com todos os Clubes em frente ao palanque de helicóptero, causando um momento de emoção
inesquecível aos desbravadores dos 9 países que ali se encontraram. Durante os dias (8 dias =
28/12 de 83 á 04 de janeiro de 84) que seguiram, sempre era fácil achar o Pr. Mike. Ou estava

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falando nas reuniões ou era só ver um “bolinho” de desbravadores com alguém bem mais alto
no meio (o Pr. Mike tinha quase 2 metros) e mesmo sem falar português, espanhol ou ainda o
“portunhol”, língua “oficial” do Camporee, se entendia com todos os meninos e meninas, dava
autógrafos, tirava fotos, comia com os clubes, enfim, estava “no meio”. A noite no programa
geral, entretanto, era sempre figura de honra com outros Departamentais, “subalternos”. Tive
ainda oportunidade de acompanha-lo em curso de liderança (promovido pelo Pr. José Maria)
para toda União sul Brasileira, e por diversos programas e encontros por toda a Divisão Sul
Americana. Chegou 1985 , e fui convidado a estar no 1º camporee da Divisão Norte
Americana, diga-se de passagem um super Camporee, entre 31/07 a 08/08 no Colorado - USA.
Eram 17.500 Desbravadores “da casa”, USA e Canadá, além de uma boa delegação do México e
outros paises da América central, um Clube da Austrália e, pela Divisão Sul Americana
literalmente, “6 dúzias de gatos pingados”. Isto mesmo, eu mais 5. Depois da aventura de
viajar até Miami de avião (via Paraguai) e uma viagem num “carrão” enorme alugado, andando
por 7 estados e quase a distancia de São Paulo/Manaus (3.800 Km.) chegamos ao local do
Camporee. Como todo Camporee, recepção a entrada e ao nos identificarmos como vindo da
Brasil, foi uma festa (porque será? Acho que Brasil lembra carnaval...). procurei pelo Pr. Léo
Ranzolin, que me dissera que um Clube do Texas iria nos “adotar” com barracas e comida. Me
avisaram que o Pr. Léo ainda estava em New Orleans, onde acabara de acorrer a Assembléia da
Associação Geral e só chegaria para abertura no dia seguinte. Procurei então pelo Pr. Mike, e o
pessoal da recepção me afirmou com um sorriso “intrigante”: “ah... o Pr. Mike? Com certeza
está no palanque; é ali onde tem aquele “telão gigante”(15 x 25 mts.)! Imaginei: que pergunta
“boba”, afinal ele é só o Líder Mundial dos Desbravadores, com certeza convidado especial, só
podia estar palanque. Ainda mais que tem televisão, deve estar dando entrevista; com não
pensei em algo tão “lógico”? E foi lá mesmo que o encontrei. O primeiro para quem perguntei
na área do palanque já foi me levando á ele. Estava em cima do palanque, próximo da “telão
gigante”...pregando. Não no sentido de pregação falada, não ; estava de martelo e prego nas
mãos, todo sujo de tinta, com um”cinto de utilidades” com tudo que é ferramenta fixando um
grande escudo em forma de painel que ele mesmo acabara de retocar a pintura. Se a sua(e a
minha naquele dia )surpresa já foi grande, espere pelo “resto”da história . Ao me ver ali, ele
largou tudo o que estava fazendo, se informou onde estava a Associação e o Clube anfitrião,
me levou até lá”, e só me “largou” quando viu as barracas e o Diretor do Clube de ”Triangle-
Texas” já ”enturmado” comigo até oferecendo um “almoço”, as 4:00 da tarde. Pediu licença, e
disse que ia voltar ao palco, ver se precisavam ainda dele como ”pregador” . Raciocine comigo :
Como Líder Mundial, era de se esperar o Pr. Mike fazendo tudo num Camporee, até pregando,
mas não “aquele tipo de pregação”. Além disso, tinham ali 17.500 desbravadores “da casa”
para ele dar atenção, e depois se preocupar com 6 vindos lá do fim do mundo. Só por nos
cumprimentar, já era um privilégio. Lembrar o meu nome, uma honra. Mas aquele “grau” de
preocupação e atenção dispensadas, era algo no mínimo para virar de “cabeça para baixo” todo
e qualquer “fundamento” que eu (e todos vocês) podiam (e podem) ter quanto a postura do
Departamental . Ponto mais alto, posição mais importante ou ápice da pirâmide? Esta historia
ou ilustração não “derrubou”, “virou literalmente de cabeça para baixo” o nosso conceito do
organograma, a “pirâmide” da hierarquia. E aí , vem então o desenho, conhecido seu, o
triângulo dos desbravadores, e com ele a “prova final” para você se convencer de vez.

Como é que você (e eu) não pensou nisto antes? É tão lógico, e ainda por cima, está ali,
desenhado e escrito no nosso símbolo. Ao invés da “pirâmide” do organograma hierárquico
“usual”; no “desbravadorismo” a coisa é exatamente o inverso. Vamos a algumas afirmações a
partir desta dupla lição; história e triângulo :
O mais “graduado”, está na base, sendo responsável para dar sustentação e equilíbrio
para todos os demais. Sustentação ou suporte nos seguintes aspectos:
• Técnico: As organizações superiores são as responsáveis para criar, atualizar,
corrigir e difundir os manuais, apostilas, emblemas, insígnias, bandeiras a serem
usados pelos que estão “acima”, adaptando-os por Divisão, União, Associação
quanto a idioma, costumes e realidades locais; com equilíbrio.

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• De pessoal : Parte também da base de apoio , devidamente equilibrados, os


parâmetros para os cursos e instruções em “efeito cascata”, ou seja: Associação
Geral “passa” para as Divisões, que por sua vez passa para as Uniões , e daí para
as Associações , Regiões e Clubes, tendo em vista o objetivo final: Elevar o nível
e o nome dos Desbravadores. É por isso que a palavra escrita no topo, no alto,
na parte mais importante é Desbravadores. É para os meninos e meninas que
toda a base e material são criados e “trabalhados”.
• De atividades : Por conseguinte, os Camporees, congressos, feiras e toda e
qualquer atividade criada pelas lideranças, têm como objetivo final atender os
Desbravadores. É para eles que se criam as mesmas. A participação dos Líderes e
Departamentais nos eventos por eles promovidos são também para dar suporte
ou sustentação . Ou trocando em miúdos; os Líderes, Departamentais criam o
evento, Camporee, congresso e etc... e vão lá para trabalhar para os
Desbravadores. O evento, as atividades, competições, programas, tudo enfim é
para eles . O Departamental o cria e conduz, para dar suporte e equilíbrio. E não
dá para esquecer deste compromisso e responsabilidade; só se tirar (ou virar) o
triângulo!

Deveres dos departamentais:

Ainda de acordo com este “novo conceito”, podemos extrair alguns deveres dos
Departamentais, quanto aos seus “superiores”; dentro do “novo” conceito e a sua relação com
os “de baixo”, os Departamentais das organizações “superiores”. Acho apesar de
aparentemente confuso, estes “superiores” e “de baixo” ou inferiores, tenho certeza que você
Departamental ou ainda “aspirante” a esta função entendeu a lógica: É uma inversão completa
(de cabeça para baixo) nos “antigos” conceitos, usando-se como base para o “novo” conceito o
mais antigo símbolo: O triângulo (1946).

I – Programa anual : É dever e responsabilidade do Departamental para com os seus


liderados prover um programa com atividades, eventos e demais informações úteis, para que
possam criar os seus calendários de atividades. No caso dos Departamentais de
Associações/Missões, este programa deve ser enviado aos Regionais e Diretores de Clube no
inicio do ano eclesiástico. Assim, as Regiões e Clubes tomam por base este programa para
criarem e fixarem as datas dos seus eventos baseados no programa “oficial”, evitando assim
conflito de datas. Uma vez de posse deste calendário ou programa anual provido pelo
Departamental, não há desculpas do tipo: “O Clube não vai (ou está) participando porque já
tinha outro compromisso”. Lembre-se que o Departamental é para servir, orientar e dar suporte
aos seus liderados. Assim que quanto antes e mais completo venha o programa das
Associações/Missões, mais suporte os Clubes terão, e mais chances de errarem menos. O que
deveria conter este programa?

A – Palavras de incentivo: Nada como começar com incentivo. Encorajarm os liderados


na grande missão e bênçãos que os aguardam, por traz do árduo trabalho que irão enfrentar.
Nunca “cansar” de re-frisar a importância deles frente às Regiões e Clubes no intuito de atingir
o objetivo: “Salvar do pecado e guiar no serviço”. Lembrar e incentivar que todas as ações
deles na liderança são para salvar aquele menino e menina que Deus pôs sob seus cuidados. O
resto não importa.

B – Novas informações/novidades: Livros do “Clube do livro”, novos Manuais , apostilas,


materiais e etc... que foram criados pelas organizações superiores. Desbravadores, como todo
bom jovem e juvenil está sempre a espera de novidades, as “ultimas”. Pode não parecer, mas
só em saber que tem um novo material, para o Desbravador significa que “agora sim vai ficar
melhor”.

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C – Eventos em nível de Associação/Missão: Os cursos, congressos, encontros,


Camporees e etc... Devem estar neste programa. Assim sendo, e baseado nestes eventos, os
Clubes e Regiões preparam os seus eventos e suas campanhas e treinamentos para estarem
presentes.

D – Eventos a nível de União/Divisão/mundo: Mesmo que seja impossível para muitos


Clubes a participação, só o fato de saberem que estão acontecendo outras atividades em
diversos lugares, traz um “fogo” a mais, tanto para os Líderes como para os liderados.

II – Registros: Ter sempre atualizados os registros e cadastros dos Regionais, Diretores


e números de Desbravadores, Aventureiros e participantes dos Clubes de Líderes. Ter estes
dados os mais completos possíveis, afinal numa “emergência”, o Departamental poderá
contatar a todos. Exemplo : De ultima hora um Departamental da Associação Geral, numa
visita não agendada está na “área”. E agora? Você tem telefone, celular, radioamador, bip e
etc... de “todo mundo”. Então em horas você consegue arregimentar um verdadeiro ”batalhão”,
para surpresa do “visitante surpresa”. Resultado: O visitante sai com uma boa impressão e os
participantes, com certeza animados pelo “evento surpresa” e pelas palavras do ilustre
visitante. Vale também para situações de real emergência, como catástrofes, ajuda a defesa
civil e etc...
III – Material: Pior do que “matar” um Desbravador, é ele “se matar” para fazer uma
Classe ou Especialidade e não ser investido por falta de material. Poderá ser o “decreto de
morte” do Desbravador, do Clube ou ainda a “morte do Departamental”, no conceito dos
liderados. Eles estão atrás de aumentar o saber (e o número de distintivos e insígnias no
uniforme), todo e qualquer esforço é valido e “louvável” por parte dos Líderes . É uma
competição! Ainda mais , é uma guerra!! Tirar estes meninos e meninas de diante da TV,
filmes, e outras formas de “entretenimento” sempre accessível e “maquiadas” para os desviar
do caminho. Nada poderá ou deverá atrapalhar. É seu dever prover, como Departamental,
tudo relacionado ao interesse deles. Jamais deixe frustrar um juvenil ou jovem.

IV – Cursos : Dar, ajudar, criar e incentivar o maior número de cursos. Sejam de


formação de Líderes, sejam de cargos específicos (Diretor, Conselheiro, Capitão, Instrutor
etc...) ou de Especialidades ou outros de cultura geral (palestras com médicos, psicólogos,
professores e etc...). A liderança é um sacerdócio. Parafraseando Oséias 4:6 ...“o meu povo
(Desbravador, Aventureiro e Líderes) esta sendo destruído, porque lhe falta conhecimento”,
frase conhecida e recitada, porém, o versículo 6 não acaba ai; ... “Porque tu, sacerdote (Diretor
de Clube, Regional e Departamental) rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para
que não sejam sacerdote diante de mim; visto que esqueceste da lei do teu Deus (conduzir o
sacerdócio levando conhecimento ao seu “povo”, os liderados) também eu me esquecerei de
teus filhos” (é uma afirmação de castigo, condicional a ação do seu e meu sacerdócio como
lideres!).

V – Relação com as autoridades : Uma vez que nosso “exército” tem a máxima :
“Amamos a pátria porque amamos a Deus”, e somos o “cartão de visita” da IASD , é dever do
Departamental um bom contato com as autoridades constituídas. Não só no dia do desfile, mas
para se apresentar disponível para campanhas filantrópicas em conjunto com os Fundo Social
de Solidariedade, Secretarias do Bem Estar Social , Secretarias de Saúde em atividades
comunitárias onde os Clubes podem e devem atuar. Deste bom “trânsito”, advirá dois
benefícios: Divulgação da igreja, dos Clubes e de nossa filosofia de vida e apoio das
autoridades, sempre que delas precisarmos. Os organismos públicos sempre estão dispostos a
ajudar (inclusive com verba), entretanto ajudam a quem conhecem. Não poucas vezes gastam
verbas do erário público com “desnecessariedades” por que estamos nos escondendo deles.
Sem contar com o beneficio para cada participante, sentindo-se útil. Vale a pena “ir atrás”,
temos uma força-tarefa que sempre causa espanto e surpresa nas autoridades.

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Preparo e atuação para liderar eventos:

Para “começo de história”, vamos a história do “Super Líder Master Avançado II” Moisés
.

Como pode se notar, Moisés foi o maior Departamental que já existiu, e atuação em
eventos, indiscutivelmente, incomparável. Afinal, o “Camporee” de 40 anos, com o número de
600 mil homens participantes e sequer treinados como são os Desbravadores, Aventureiros e
Clube de Líderes, era uma tarefa “sobre-humana”! Só mesmo com Deus a resolver os
“detalhes”, uma vez que diferente do que você Departamental possa programar para seus
liderados, não houve para Moisés as oportunidades de preparo prévio do evento. Baseado
entretanto nesta história, você Departamental poderá extrair as mais importantes lições para
seu prévio preparo e atuação quando a liderar os seus eventos, sejam eles Camporees,
congressos, cursos, encontros, desfiles e... até um “Camporee-expedição”. Vamos as lições:

1o – O maior problema:

Em todo e qualquer tipo de evento, a sua falta ou excesso trarão aos participantes
descontentamentos, e ao Líder o não sucesso completo de sua missão: Não verá os “frutos do
trabalho”, o resultado final. Assim como aconteceu com Moises, porem você, diferentemente
dele pode (e deve) preparar-se para evitar e enfrentar este que é o maior problema. Já sabe
qual é, seguramente; não? Água! Foi por causa dela, primeiro em excesso, que Deus mostrou
seu poder; abrindo o Mar Vermelho e fazendo que Moisés se fizesse tão respeitado como Líder
do evento. Porém , foi também por causa da água ; no caso a falta dela, que Moisés mesmo
sendo muito mais Líder que todos nós , o único “Super Líder Master Avançado II” ; não só
perdeu a paciência como a oportunidade de “assistir” o final do “Camporee”. Um bom líder
aprende (e tira lições) não só dos acertos, mas principalmente dos “erros” dos outros. Assim
que ao programar um evento, esteja certo de que você não esquecerá deste “item”, o mais
problemático. Água! A mesma deve ser em abundância, qualidade, fácil acesso e , tenha
sempre uma saída “extra”, caso possa ocorrer uma emergência. Para um Desbravador ou
Aventureiro, se o “gramado” para a barraca não for lá um “tapete” (ou colchão), ele vai dormir
menos, mas nem por isso vai resmungar. Pode faltar sombra (apesar que com povo de Israel
eles tinham a “nuvem”), pode ter algum problema técnico na programação (exemplo : chuva
na hora da formação, acabar a luz, faltar um “convidado especial”) e até a comida sair não tão
“comível”. Nada disto vai tirar o bom humor dos meninos e meninas (apesar que as vezes os
adultos , tal qual os adultos de Israel comecem a reclamar e mereçam ser punidos). Água, ou
melhor a falta dela tirou de Moisés o “Direito” de participar e receber os agradecimentos na
“Cerimônia de encerramento”. Você pode e deve atentar a este item, água , caso contrário
você também vai “perder o encerramento” seu evento. Por outro lado, o excesso dela, chuva,
lago, rio, mar, etc... também pode destruir totalmente seu evento. Tenha todo cuidado
possível, programando-se tanto para eventuais ocorrências de chuva “indesejada”, tendo
sempre outra “opção” àquela atividade. Quanto aos “Mar Vermelho ” ou “ Rio Jordão”, lembre-
se que todo povo passou com segurança. Jamais descuide de qualquer água. Rio “rasinho”,
“laguinho” pequeno e “marzinho” calmo, não existem quando se tem um grupo de crianças,
juvenis, adolescente ou jovens; por esta razão tem que haver preparado todo esquema de
segurança. Uma vida perdida na água por falta de segurança trará não só o fim do evento como
também conseqüências nefastas para as crianças para sempre.

2ª - Divisão das responsabilidades

Como você já viu na história de Moisés, ao tentar levar sozinho o evento ,além de estar
“ se matando “ , estava também “ matando “ os liderados . Esta , é por exemplo a razão de nos
Camporees se instituírem os Oficiais de Dia ( e de noite também) para resolverem os
problemas e dirigirem a programação . A divisão de responsabilidades significa também a

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divisão dos problemas , do trabalho , das dificuldades mas não da autoridade . Apesar de
Moisés ter instituído os “ chefes “ de 1.000 , de 100 , 50 e de 10 , o Líder do Camporee
continuou SENDO Moisés . Alguns Líderes pensam , erroneamente , que ao instituírem outros “
chefes “ , significa que estão se “ esvaziando” da autoridade ou ainda da responsabilidade.
Nem uma nem outra coisa é certa. Divisão não é igual a omissão . Os “casinhos” ficam por
conta dos “chefes” de 10 (Conselheiros de Unidades), de 50 (Diretores de Clube) de 100
(Regionais), de 1000 (Departamentais de Associação\ União) e as “Broncas” os verdadeiros
“pepinos” vem para as mãos do “Chefe Geral”. Deve-se também instruir um “STAFF”, um
“conselho” que no caso de Moisés era de 70 anciãos. Como diz em Provérbios o sábio Salomão
“na multidão de conselheiros há vitória” (Provérbios 24:06). E você nota que era anciãos, ou
seja pessoas experientes, que poderiam dar bons conselhos. É verdade que as vezes, todo o
“conselho” “pisava na bola”; cabendo ao “Super Lider Master Avancado II” Moisés “por ordem
no acampamento” e dar a palavra final. Foi graças a esta atitude de dividir as
responsabilidades, tirando de si toda a carga e responsabilidade do evento que Moisés pôde ter
tempo para outras tarefas importantíssimas, como: Escrever os 5 livros do Pentateuco
(provavelmente o livro poético de Jó já havia sido escrito quando nos 40 anos do deserto de
Mídia, e acho até que eram as histórias para a programação noturna, o “fogo do conselho”),
compor e ensinar Salmos e cânticos (com a assessoria da irmã-música Miriã) e acima de tudo
construir o tabernáculo. Imagine se Moisés continuasse a julgar o povo o dia todo e não aceitar
o conselho do sogro Jetro (Êxodo 18), quem iria escrever Gênesis, Êxodo, Levíticos , Números e
Deuteronômio ? Quem iria receber a “planta” detalhada do tabernáculo, copia do celeste, onde
cada “detalhe” tem um significado e simboliza alguma importante doutrina referente a adoração
e salvação de Deus? Não tem como ser diferente. Ou você aprende a lição com o Líder do maior
e mais longo Camporee, Moisés (afinal 40 anos é tempo!) ou ao tentar “levar sozinho” todo o
seu evento, você “se mata”, “mata” as oportunidades de outros te ajudarem e por fim, a pior
conseqüência : Acaba “matando” os liderados. Como diria o adágio popular: “dividir é
multiplicar”. Multiplique o alcance e eficiência de suas ações dividindo as responsabilidades. Isto
vai gerar uma 3ª lição:

3ª - Novidades para os liderados:

Já citamos, porém vale a pena lembrar, que ao dividir as responsabilidades, vai sobrar tempo.
Ai entra você, e atua a cada momento ou dia apresentando “novidades”, surpresas. Talvez seja
difícil ser como Moisés que tinha muitos dons. Escritor, compositor, cantor só para citar alguns.
Mas você pode com este tempo disponível criar algumas “novidades”: Exemplo : Visitar a
“cozinha” de diferentes Clubes; isto significa comer com eles. Não sei se você já fez esta
experiência; mas posso afirmar que marca para o Clube e os participantes para o resto das
vidas. É o máximo! E você só precisará... comer com eles. Viu só; nem tem que ter muito
“dom”, assim como Moisés . Talvez você não seja lá bom músico; arrume uma “Miriã”. Moisés
até no finzinho estava sempre apresentando alguma novidade. Acha que não? Leia então
Deuteronômio capítulos 32 e 33 e veja só a “cerimônia” de despedida do “cargo” de Moisés .
Ensinou um cântico e deu os anúncios finais, bem como antecipou a “premiação”, já que por
causa do “maior problema” ele não estaria na “cerimônia de encerramento”. Tenha a cada dia
algo novo a apresentar aos liderados. No caso dum congresso de um dia, por exemplo mostre
alguma idéia inovadora. No caso de um curso , Instrutores “tradicionais”, e alguém “novo”,
uma “novidade”. No caso de um desfile , faixas, pelotões e até carros alegóricos “novos” são a
sua parte. No caso de Camporees , sempre busque tudo novo. Atividades novas, corinhos
novos, tema novo, trufo novo, área de acampamento nova. Nada de repetições. Afinal, você é o
responsável para trazer as “novidades”. Caso contrário, se tudo for sempre igual, é capaz que
inventem um “bezerro de ouro” para “inovar”, ou alguma aproximação com alguma “adoração
Moabita”, como em Baal-Peor, e você vai ficar na “peor”.

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4ª - Não há privilégios “especiais”!

Seja qual for a importância do seu “cargo” (ou cargo a que aspire) esta é uma ordem! Para
evitar que Moisés cometesse este tipo de erro, Deus deu pessoalmente esta instrução. Afinal,
não existem privilegiados ou desprivilegiados perante Deus. Ele no seu poder, disponibiliza seu
amor, atenção e cuidado a todos sem diferenças. Num evento, seja qual for, jamais você deve
tratar diferentemente aos Clubes (ou Regiões, ou Associações, ou Uniões, ou... Divisões?),
mesmo sendo eles indiscutivelmente “diferentes”. Algumas são maiores, outros menores,
alguns mais antigos, outros tem mais condição financeira. Com certeza alguns são mais bem
equipados enquanto que outros só tem o ânimo como equipamento. Alguns vieram para o seu
evento de mais longe, outros são “experientes” enquanto alguns podem ser “novatos” como
agir nesta situação, evitando um tratamento “diferenciado”, sendo, entretanto diferente?
Imagine então para Moisés , afinal o que não faltava eram diferenças entre os seus “campos”,
as tribos. Se você buscar em Números 1, por exemplo , você verá que em tamanho, a
diferença entre as tribos era muito grande. Só dos de 20 anos para cima tinha a tribo de Judá
74.600, bem mais que o dobro de Manassés com seus 32.200. Bem, se juntasse Manassés
(32.200) com Efraim (40.500) para formar os descendentes de José daria quase o mesmo que
Judá, somente 1.900 a menos. Mas, Benjamim só tinha 35.400, pouco mais que Manassés
(3.200) mais ainda menos que Efraim (5.100) e era um dos 12 filhos de Israel. Seus Clubes
também serão assim. As vezes um mais novo poderá ser maior que um mais antigo, e assim
por diante. No caso de Moisés , Deus deu as ordens quanto a escolha da área no Campore (
Números 2). E você notará que divididos em 4 estandartes (quem sabe Uniões?!) sendo 3
tribos em cada um. De modo que na área de acampamento (e foram 54 áreas diferentes nos 40
anos) todos estivessem mais ou menos eqüidistantes da área principal; o Tabernáculo.
Também em marcha, iam dois estandartes a frente; o de Judá (com Issacar e Zebulom) o de
Rubem (com Simeão e Gade) depois seguiam os Levitas carregando o Tabernáculo (o que seria
o “palco” do seu Camporee) a parte mais importante, seguidos e protegendo a retaguarda o
estandarte de Efraim (com Manassés e Benjamim) e por fim, Cerra fila , o estandarte de Dã
(com Aser e Naftali). O Tabernáculo (o palco) onde aconteciam as “programações” tanto
religiosas como leitura das ordens e leis (ordem do dia, regulamentos, avisos, civismo e etc...)
estava no meio. Rodeada ao leste Judá e suas turmas, ao sul Ruben e suas turmas e Efraim e
suas turmas ao oeste e Dã e suas turmas ao norte. Todos então convergiam ao centro de
atenções o Tabernáculo; o seu palco.
Bem, talvez na área do seu Camporee seja impossível colocar os Clubes (ou Associações
ou Uniões ou Divisões) distribuídos desta forma. Tenha então o cuidado de fazer o possível e
impossível para não cometer deliberadamente injustiças ou privilégios. Se tem áreas melhores
e piores (e sempre tem), então coloque nas melhores os que são “tecnicamente”
desfavorecidos, por exemplo. Os que vieram de mais longe, ou menos equipados, ficam nas
áreas melhores e os mais “tecnicamente” favorecidos ficam nas áreas piores, soará como um
desafio para mostrarem como “são bons”. Você estará equilibrado todos, nivelando as
condições, e receberá igual atenção e respeito. Afinal Departamental você achava que todos
estes detalhes e números foram escritos por Moises só para aumentar o numero de capítulos ou
livros por ele escritos? Não mesmo! Foram escritos para que você Departamental tivesse donde
extrair lições divinamente inspiradas quanto a forma de “Preparo e atuação para liderar os seus
eventos”. E até na despedida, Moisés deixou uma lição que você não pode deixar de seguir.
Está em Deuteronômio 33, no ultimo dia da vida do Departamental e “Super Líder Master
Avançado II”, a hora da despedida, do encerramento do seu evento (congresso, curso,
Camporee e etc...) onde Moisés dá a sua benção e palavras de incentivo a todas as tribos.
Você tem que fazer o mesmo. Nada de premiar um ou uns vencedores. Todos que estiveram
no evento são os vencedores. Todos sairão com a sua benção e palavras de incentivo. A ultima
impressão é que fica, diz o ditado popular. Deuteronônio 34:10 ...“nunca mais se levantou em
Israel profeta algum como Moisés...” é assim que encerra o livro de Deuteronômio e o relato
da vida do Departamental.

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Quanto mais você Departamental conhecer a vida de Moisés, mais você terá soluções
para seus eventos. Mais você terá coragem de ousar um evento maior e mais marcante para os
seus liderados. Quem sabe, até um... Camporee-expedição!

Cap. VII – Conclusão

O seu exemplo em liderar:

Toda pessoa que chega a uma posição de liderar receber em sua formação a influência de
algum (ou alguns) Líder, que observou, e de quem adquiriu idéias e características. Todos os
líderes, indistintamente se inspiram nas atitudes e ações de outros líderes que vieram “na
frente” para nortearem seus esforços, planos e mesmo conceitos pessoais quanto a própria
liderança. Não é difícil que você tenha se decidido a participar desta “aventura-tarefa” de
liderar, no desbravadorismo, por influencia de algum (ou alguns) grande líder que você
conheceu. Às vezes um sermão , ou ao vê-lo em “ação” frente a seus liderados, motivou-o a
ser “como ele” (ou eles). Pode ter sido mais pessoal, uma palavra de incentivo ou apoio deste
(destes) Líder dirigida a você, fez com que seu “coração” tomasse aquilo como profecia e
desafio. Algo que você tem que honrar. Foi assim com você, Conselheiro, Instrutor, Diretor,
Regional ou Departamental, enfim, Líder que aconteceu? A apartir deste acontecimento, você
passou a observar mais, imitar o seu Líder (ou Líderes) buscando ver sempre a maneira dele
atuar e agir frente a tarefa de liderar? É possível (e provável que pelo menos no principio você
tenha até adquirido algumas características, incorporado certos gestos e frases do seu “líder
exemplo”, mesmo que inconscientemente, afinal você também queria “chegar lá”, não é
mesmo? Não pense que é vergonhoso “confessar” estas ações, pois todos os grandes lideres de
todos os tempos sempre buscaram exemplos, “Líderes-exemplos”, para assim direcionarem
seus lideranças (de uma olhadinha no Apêndice-histórico dos Líderes para confirmar). Quem
sabe até, o seu (ou seus) “Líder-exemplo” possa ter sido um (ou uns) dos 7 Líderes, grandes
Líderes, que participam da apresentação deste livro. Talvez você tenha feito um “mix” de todos
eles. E a partir do resultado criou sua forma de liderar. Pode ser que a partir da leitura deste
livro você comece a buscar mais exemplos nas lideranças de Neemias e Moisés. No entanto,
como não podia deixar de ser, neste capitulo de conclusão, deixe te apresentar o mais famoso
dos “personagens” de todos os tempos. É certo que todos conhecem sobre Ele. Mas vamos
analisar apenas alguns aspectos de sua vida sob a óptica de sua liderança. Vamos ver a forma
d liderar de Jesus. Afinal Ele foi o exemplo para nós em tudo... Inclusive liderar.
Jesus não era alguém de origem importante. Às vezes alguns pensavam que para vir a
ser um grande Líder, a pessoa tem que ter “origem”; de berço, ou ainda “sobrenome” ou
“pedigree”. Se dependesse destes detalhes, Jesus jamais seria sequer “subalterno”, quanto
mais Líder. Origem “desconhecida”, ao invés de “berço de ouro” teve uma manjedoura, um
lugarzinho no meio do estábulo, não deveria indicar um bom começo para um futuro grande
Líder. Quanto a sobrenome, não fora a aparição do anjo do Senhor, José sequer ficaria para ver
seu nascimento. Apesar de ser da linhagem de Davi, o “pedigree”, naquele tempo não era
grande coisa. Afinal, que mandava eram os Levitas, isto depois das ordens dos Romanos, de
quem eram tributários. Nada promissor para alguém vir a ser um Grande Líder, ou ainda vir a
liderar a maior tarefa, a “missão” que esteve sob sua responsabilidade. Não faz a menor
diferença portanto de “onde você veio”! Você pode (e irá) pelo poder de Deus se tornar (com
absoluta certeza) num Grande Líder no Desbravadorismo, e cumprir também a sua missão.
Estudo e preparo “técnico – acadêmico”.
Nosso exemplo Jesus, não teve preparo acadêmico para atuar na liderança. Mesmo por que,
Nazaré era não mais que uma “vilazinha” sem importância. Um subúrbio no pé-do-morro que
segundo os “doutores” da época...”pode vir alguma coisa boa de Nazaré”?... demonstrava bem
a “fama” de onde Jesus fora criado. Quando a trabalho, carpinteiro era algo simples e humilde.
Mesmo que você tenha passado a infância e a juventude vivendo numa “área” não lá muita
bem conceituada, isto não é pretexto pra que você não venha a ser um Grande Líder. Podem
até alguns “Doutores da Lei” e “Fariseus” virem a questionar sua origem...”pode vir coisa boa

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da vila”... “lá só tem favelas e marginais”...! Quanto a sua ocupação, trabalho ou ofício não é o
desqualifica para a liderança. Qualquer profissão desenvolvida com esmero é digna; seja
carpinteiro, pedreiro, vendedor ou importante empresário ou doutor.

- Escolha de acessores.

Todo bom Líder deve estar assessorado por pessoas altamente qualificadas, certo? Vamos só
dar uma olhada no “time” de assessores que Jesus escolheu, antes de qualquer conclusão:
Pedro , André, Tiago e João = Um terço do “time”, os primeiros convocados eram parentes e/ou
sócios. Um mal começo para uma “acessoria”. Quanto as qualidades dos escolhidos, pior ainda
os quatros eram pescadores. Profissão braçal e comum, “nada a ver” com a habilidade de
liderança, arte de falar em publico ou ainda conhecimento profundo da “missão” a ser realizada.
Para atender o chamado à participar como assessores, Jesus teve que como bom Líder, “entrar
na deles”, convidando-os para serem “pescadores de Homens”. Apesar dos quatros serem da
mesma profissão, eram completamente diferentes. Pedro, explosivo e talvez até meio “cabeça-
de-pedra”, demorava a entender as coisas. André, seu irmão foi o Primeiro dos quatro
primeiros, pois sendo discípulo de João Batista e inteligente, “pescou” a mensagem de João
Batista ao dizer que Jesus era o “Cordeiro de Deus” (João 1:36 a 40). Os outros dois filhos de
Zebedeu não só eram diferentes como foram diferentes “até a morte”. Enquanto João, discípulo
amado foi o último dos 12 a morrer, Tiago , seu irmão foi o primeiro a partir por causa da
“missão”. Não o primeiro dos 12 assessores a morrer, pois isto coube a Judas Iscariotes,
morreu na missão de traição ao Líder por si mesmo. João escreveu um Envangelho , três cartas
e o único livro profético do Novo Testamento. Tiago seu irmão provavelmente não chegou a
escrever nada por falta de tempo. Morreu ainda no começo da missão. Já o outro Tiago, que
também tinha um irmão no time dos assessores, Judas, escreveu um dos livros mais fortes do
Novo Testamento . O outro filho de Alfeu, Judas Tadeu, teve sérios problemas quanto a nomes,
já que Judas, tornou-se sinônimo de traidor ; teve que começar o seu livro já se explicando:
“Judas, servo de Jesus e irmão de Tiago”. Entanto apesar de escrever um livrinho pequenino,
conseguiu fazer um resumo de quase toda a Bíblia (ver história de Judas Livro II). Alguns como
Mateus, sua profissão anterior a de “assessor”, está claramente descrita, coletores de
impostos, enquanto outros como Filipe, o que ficou conhecido foi sua profissão “a posteriori”, o
evangelista . Bartolomeu, sequer sabe-se sua ocupação, e ao que parece, deve ter sido o
mesmo amigo de Filipe, que aparece com o nome de Natanael, ambos da mesma cidade,
Betsaida. Tomé, ficou famoso por sua incredulidade, era também uma mostra de que não se
convencia facilmente, porém era alguém fiel e denotava muito amor a Jesus,... “então Tomé
disse aos condiscípulos : Vamos também nós para morrermos com ele” (João 11:16). E por fim
Simão, o que continuou como Simão (já que outro Jesus apelidou de Pedro) era um ex-
participante dum grupo de fanáticos e revolucionários. Uma facção que por zelo as leis e
costumes insurgia-se contra toda autoridade Romana. Que tal, com um “time de assessores”
deste, você “toparia” a “missão” de só... “ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda a
criatura”(Marcos 16:15)? Talvez você esteja se dizendo: “Jesus apesar de humano era Deus
e...” sim! Mas liderar, significa que você tem liderados, você envolve outros. Jesus não tomou
esta “missão” de pregar em todo o mundo sozinho. Você não é (ou esta) líder sozinho. Para ser
líder, você tem que envolver outras pessoas, liderar, mesmo que não sejam tão qualificados ou
preparados, instruídos, como o fez Jesus. Não faz mal que você consiga só uns 12 para serem
liderados por você. Já esta bom, você já estará liderando. E mesmo que um (ou mais) venha a
te “trair”, não se dê por vencido ou frustrado; não poderá ser pior o grau de traição do que o
foi com o assessor Judas Iscariotes; por 30 moedas não só traiu como entregou seu líder a
morte! E mesmo com este “time de assessores” Jesus conseguiu levar a cabo uma “missão”
que tinha tudo e um pouco mais para dar errado. É só ver os fatos seguintes, e você se
animará, pois suas condições serão com toda certeza bem menos dramáticas em sua liderança.

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- Sob domínio de outra nação.

A lei natural diz que o dominador impõe-se ao dominado. Sendo assim, os liderados deveriam
ser influenciados pelas leis, costumes e crenças dos dominantes, os Romanos. Não foi isto o
que aconteceu. Não foram influenciados por Roma, jamais aceitaram seus costumes pagãos.
Mesmo estes sendo impostos por força e violência. Você e seus liderados não devem aceitar
qualquer tipo de influencia pagã dos “Romanos” atuais. Dominam a “moda” e os costumes? Não
de você Líder e de seus Desbravadores e Aventureiros.

- Trabalho de campo.

Jesus após um primeiro “curso de treinamento” mandou seus assessores em duplas (dois dá
mais coragem que um só) testarem o que haviam aprendido. Só entre os “seus”. E pela forma
das instruções, fica claro que muitos não iam aceitar os “Líderes em treinamento”. Você Líder,
tem que por os seus liderados à prova, testá-los. Use se preciso for a mesma “técnica”: Duplas.
Pode ser algo simples para você, porém numa primeira experiência se um falhar, tem o outro.
Aprender é praticar.

- Ensinar.

Qual é a melhor forma de uma líder ensinar? Usar experiências e fatos comuns aos liderados.
Como você viu, até no chamado Jesus usou esta técnica. Pescadores? Pescadores de homens!
Ao ensinar, Jesus usava de ilustrações comuns aos seus ouvintes, de modo a que todos
pudessem entender a mensagem. Falava através de parábolas sobre sementes, plantas e
plantações, árvores e frutos; afinal, eram na sua grande maioria agricultores. Fermento, massa
, pão; muitas donas de casa. Imagine você tentar ensinar para um Aventureiro de 5 ou 6 anos
a especialidade de química, falando sobre isótopos, isóbaros e isótonos ? Mais ainda, você num
grupo de Desbravadores nascidos e criados no centro de São Paulo, usar como ilustração as
coisas do campo. Os meninos e meninas “urbanos” não vão entender nada. Que tal num clube
da Amazônia você falar de metrô, prédios, terminal do “busão”? Vai parecer outra língua. E aos
Desbravadores de Natal, por exemplo, você falar sobre montanha de neve, lavouras de uvas e
secóias ? Não é a “praia” deles, mas se você falar sobre dunas, salinas e cajueiros (e dá-lhe
cajueiro) sua mensagem será entendida com certeza! Ao liderar, seja como o maior Líder de
todos os tempos” Ensine! E ensine buscando exemplos do dia-a-dia dos seus liderados. Nada
de palavras difíceis, termos rebuscados ou exemplos filosóficos para “impressionar a platéia”.
Não funciona!

Equipamentos/manuais:

Sua vantagem aqui, é séculos (ou milênios) superiores as condições de seu “Líder- exemplo”.
Jesus não tinha: Sede, equipamentos ou sequer manuais e apostilas. Nem mesmo a Bíblia
como hoje temos. Havia somente os rolos do Velho Testamento e em pouquíssima quantidade,
o que restringia o seu uso. Mesmo assim, inspirou a 5 dos 12 (ou 11 remanescentes) a
escreverem os seus “manuais e apostilas”. Quase metade dos “assessores” produziu material.
Você hoje, Líder tem a sua disposição muita material de apoio. Além dos manuais e livros
específicos, milhares de publicações sobre liderança, psicologia, atividades recreativas, esportes
“radicais” estudos sobre natureza e até a Bíblia, completa e de fácil “acesso”. (até este livro
sobre liderar).

Final do treinamento:

Os “assessores” de Jesus, até no final do treinamento, ainda não tinham entendido os


“porquês” da missão que iriam enfrentar. Ainda discutiam quem ia ter qual “cargo” no reinado,
quando o seu Líder viesse a ser o rei de Israel. Pior, tinham “botado até a mãe no meio” duma

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controvertida disputa sobre os melhores “cargos” e “posições de honra” até no “reino do céu”.
É... líder! A missão do nosso Líder-exemplo Jesus estava destinada a um aparente e inevitável
fracasso. Ultima noite, para piorar, um dos 12 “assessores” o trai e entrega a morte. E para a
situação ficar irremediavelmente pior, morre o Líder condenado como um criminoso, na
vergonhosa morte de cruz! Aparentemente tudo perdido. Treinamento e liderança infrutífera.
Foi assim? Você e eu e mais quase toda a humanidade sabe que não. Dum Pedro, impulsivo,
violento e não muito inteligente (ver história de Pedro) saiu uma das principais colunas da
igreja. Duma Maria, pecadora (ver história de Maria Madalena) saiu uma testemunha ocular da
glória de Jesus, ressurreto. E por sua liderança de amor a cada um de nós, a “missão” foi um
sucesso inimaginável. Mas... foi quase toda a humanidade atingida pelos ensinamentos do
nosso Líder-exemplo, Jesus. O ide por todo mundo e pregai o evangelho a toda a criatura”.
Quase significa, não todo mundo e toda a criatura. E ai entra você e eu! Ainda mais, você, eu e
nossos “acessores”, juntamente com todos os nossos liderados. Sabe por que? Porque Jesus
nosso Líder-exemplo nos deu esta tarefa, esta “missão”:... “e será pregado este evangelho do
reino por todo o mundo a testemunho a todas as nações. Então vira o fim” (Mateus 24:14). O
quase, é a nossa missão, o nosso alvo! E é mesmo o alvo dos Desbravadores dos Aventureiros
, Líderes e todo aquele que quiser fazer parte do “time de assessores” do Líder Jesus Cristo. “A
mensagem do advento a todo mundo em minha geração!”
Temos que liderar tendo em vista este alvo, principalmente por que ao fazê-lo, nesta
geração, teremos o privilégio de concluir a “missão” inicia da por Jesus, entregue a seus
“assessores”, os discípulos e apóstolos, e que ao assim fazermos veremos “o fim”. O fim do
mundo como se encontra hoje, e o inicio de um “novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a
primeira terra passaram” (Apocalipse 21:1). Então Líderes e liderados sob a liderança de Jesus
o nosso exemplo em liderar teremos todo o necessário para todo o sempre. Liderar é
multiplicar, alcançar o quase que falta ser alcançado. Você líder sai na “frente” desbravando
aqueles corações que ainda precisam ser desbravados. Seus liderados o seguem pois o “amor
de Cristo nos constrange”. É para esta “missão” que viemos a ser Líderes . Esta é a nossa
“missão final”: LIDERAR!! 06/09/03 - ACDC

RIGOLI

À FAZER NO BRASIL
Apresentação= Líderes que apresentarão e poderão/deverão comentar ao final dos cap.
I a VI. Pr. Léo, Cláudio, Artur, Erton , Bechara , Silvestre e José Maria. Os mesmos
entrevistados quanto à :
Anos de liderança, desde quando e quantos anos como departamental de
Desbravadores. Eventos que dirigiram e outras curiosidades- histórico no apêndice.

Cap. IV- programa sugestivo para o clube dos desbravadores, aventureiros e para o
clube dos lideres como também projeto M.O. P. D
Cap. V- com pr. Silvestre “deveres e regulamentos sugestivos para regionais”.

Apêndice- completar glossário, desenhos, e histórico dos lideres participantes deste


livro. E índice.

APÊNDICE
(glossário + histórico dos lideres, apresentação\participação+índice)

GLOSSÁRIO
Mimeógrafo (copias mimeografadas)= maquina cilíndrica para efetuar copias
heliográficas (carbono+álcool) usada nos anos 60 e 70, cada original suportava até 50 a 60
cópias. Acionada manualmente.
Morfológico = ramo da anatomia que estuda as formas dos seres vivos

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Iceberg = grandes blocos de gelo que se desprendem dês calotas polares e são
arrastados por correntes marítimas, causando muitas vezes desastres a embarcações (como o
titanic) e que apenas 1/7 do seu tamanho total é que fica visível sobre a superfície, o restante,
a maior parte fica imersa.
Somatotróficos = Toda e qualquer ação que causa influencia na conduta social de uma
pessoa . Quer atos , palavras , circunstâncias etc...

APAC = Associação Paulista Central : Nome designado a sede administrativa da IASD em


Campinas que reúne parte do centro do estado de São Paulo.
APO = Associação Paulista Oeste. Primeiramente com sede em Campinas, na 1ª divisão
das paulistas (em sul e oeste) no início todo interior exceto Vale do Ribeira e do Paraíba.
FEPASA = Sigla de Ferrovias Paulistas S.A, nome da estatal que mantinha os trens de
passageiros, o transporte mais econômico apesar de não tão confortável, servindo grande parte
do estado de São Paulo, porem já em decadência nos anos 80 e que veio praticamente a
extinção nos anos 90.
Palavra abalizada =Palavra sem desvio , dentro de “balizas” . Termo muito usado para
identificar comentários de quem tem autoridade sobre o assunto a ser discorrido .

PHD = graduação máxima em determinada área, também chamada de livre docência,


vem após o mestrado e doutorado.
SANGIORGI = Alfredo Sangiorgi = conhecido professor de matemática, editor de muitos
livros didáticos, sempre com definições de termos.
Hortolândia = até 1991 sub-distrito de Sumaré, tornou-se município a partir de então e
possui o maior número de Desbravadores por habitante (1 por cada 150; aventureiros cada
100).
Endêmica = termo usado em biologia (zoologia e botânica) que designa plantas ou
animais que só ocorrem em determinadas áreas.
“Bom Samaritano” = nos anos 70 era um departamental da igreja, equivalente as
“Dorcas”, atual ADRA, para os homens da igreja, ajudando na construção e reformas de casas
para pobres.
Novas e Super novas =

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