Almeida Garrett, um dos maiores escritores da era romântica na
Literatura Portuguesa, tendo dado origem a diversas obras como “Viagens na minha terra”, “Falar Verdade a Mentir” e a mais importante hoje “Frei Luís de Sousa”. Frei Luís de Sousa é caracterizada como uma obra trágica, histórica, cheia de mistério e sobretudo uma obra emblemática na história da literatura portuguesa. A história de “Frei Luís de Sousa” explora uma história de um amor trágico, o qual gira em torno de D. Manuel Coutinho, Madalena de Vilhena e Telmo Pais. A tragédia familiar culmina com a morte de Maria e a separação dos pais. Mas aos olhos de uma hondurenha, como foi esta obra, será que foi boa, má, pobre, rica em sentimento? Como uma amante do teatro lusitano e amante da representação, foi uma obra demasiado sentimental a hora de assistir, apelo aos grandes atores os quais deram vida às personagem, cujo trabalho não deve ser fácil pois as emoções têm que ser espontâneas e posso afirmar que o fizeram da forma mais natural possível. Mas podemos concordar que este drama não foi um drama qualquer para Garrett, mas sim uma forma mais pura de representá-lo e levá-lo ao palco. Citando a “Memória ao Conservatório Real”, o próprio Garrett afirma que o drama é “a mais verdadeira expressão literária e artística da civilização do século”. E não consigo discordar com ele, pois o que senti naquele momento foi de facto uma peça altruísta, a qual partilha os sentimentos com o público ao ponto de que a angústia sobre o que vai acontecer a seguir nos prende de tal forma, que até nos esquecemos que estamos a assistir a uma peça teatral. Contudo, embora tenha sido uma experiência sumamente enriquecedora, posso dizer que é preciso ter certo conhecimento na área da história portuguesa, já que sem este a sua interpretação e localização no tempo pode ser algo confusa ou até mesmo impossível de compreender certos trechos da obra devido ao contexto que Portugal atravessava naquela altura, neste caso, a desaparição do D. Sebastião o conduziu ao regime Filipino e originou a crise da identidade lusitana. Em síntese, a obra do Garrett demonstra uma das maior relíquias do romantismo tendo nela todas as características deste mesmo movimento artístico, e embora seja uma obra complexa de perceber em termos históricos, é única devido a sua representação e decisão de quebrar padrões perante o mundo do drama e da representação, por isso, mais uma vez, um escritor português a fazer história…