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Frei Luis de Sousa foi um drama, da autoria de Almeida Garrett, escrito em

1843 e publicado em 1844, é considerado a obra-prima do teatro


romântico e da literatura portuguesa. Estreou publicamente em 1847, no
Teatro do Salitre, mas num formato censurado - a versão integral só seria
levada à cena no Teatro Nacional, posteriormente Teatro Nacional de D.
Maria II, em 1850.
Almeida Garrett foi um escritor e dramaturgo português, e também um
dos maiores representantes do romantismo. O Romantismo foi um
movimento artístico, político e filosófico que surgiu em Portugal no século
XIX que se refletiu em diversas áreas entre elas a literatura. Na peça Frei
Luís de Sousa é possível identificar diversas características românticas, que
justificam a classificação de "drama romântico" que lhe atribuiu o seu
autor: o amor da Pátria (o patriotismo e o nacionalismo de Manuel de
Sousa Coutinho; o idealismo patriótico de Maria); o amor pela Liberdade
(quase uma nova religião); a religiosidade, as crenças, os agouros, as
superstições, as visões; a apologia do individualismo (o conflito entre a
sociedade e o indivíduo, entre o código moral e o desejo de ser feliz), a
morte como solução para os problemas; o fatalismo (o destino comanda a
vida das personagens) e a evidente intenção pedagógica (a problemática
dos filhos ilegítimos, a denúncia da falta de patriotismo de alguns).
Por outro lado, esta obra também apresenta características de uma
tragédia clássica. 'A tragédia clássica é um género nobre, cultivado
inicialmente na Grécia. As personagens, ilustres, protagonizam uma ação
recheada de atitudes nobres, de coragem, mas em que o protagonista,
pessoa justa e sem culpa, caminha em direção à desgraça ou à morte,
vítima de um destino que não consegue vencer. Algumas destas
características que podemos encontrar na obra são 'a classe social dos
protagonistas: pessoas de estirpe elevada', 'o sofrimento como uma
constante ao longo da obra, especialmente vivido por D. Madalena e ' o
papel do Destino, entidade à qual o homem não pode fugir'

'A obra Frei Luís de Sousa não é exemplo típico nem de uma tragédia
clássica nem de um drama romântico. É uma obra híbrida, a nível da
classificação quanto à sua natureza. O próprio Almeida Garrett o diz na
"Memória ao Conservatório Real", texto por meio do qual faz a
apresentação da sua peça: "Contento-me para a minha obra com o título
de drama; só peço que a não julguem pelas leis que regem, ou devem
reger, essa composição de forma e índole nova; porque a minha, se na
forma desmerece da categoria, pela índole há-de ficar pertencendo
sempre ao antigo género trágico."'

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