Você está na página 1de 3

O Governo Provisório

A princípio, foi constituído um Governo Provisório, uma república parlamentar, composta por socialistas moderados e
burgueses liberais, como o advogado Alexander Kerensky. Na capital e por toda a Rússia, formaram-se sovietes
reunindo trabalhadores, camponeses e soldados. O Governo Provisório russo adotou algumas medidas liberais: anistia
aos presos políticos, liberdade de imprensa, reunião e associação e redução da jornada de trabalho para oito horas.
Convocou-se uma Assembleia Constituinte a ser eleita em novembro, com voto universal. No entanto, a população
ansiava por medidas mais radicais, como a reforma agrária e a retirada da Rússia da guerra. O líder bolchevique
Vladimir Lênin, que se encontrava exilado, retornou à Rússia em abril de 1917 e, diante do agravamento da situação
social, em suas Teses de Abril, propôs, entre outras medidas:
• a dissolução do Governo Provisório;
• a transferência do poder aos sovietes;
• a supressão da polícia, do exército e dos funcionários do Estado;
• o confisco das grandes propriedades rurais e a nacionalização da terra.
• a fundação de um banco nacional único;

Entre as massas de operários, soldados e camponeses, porém, havia um forte sentimento de que o ‘primeiro ato’
ainda não havia terminado. No front, os comitês do Exército ainda tinham de enfrentar oficiais que não conseguiam
se acostumar a tratar seus homens como seres humanos; na retaguarda, os membros dos comitês rurais eleitos pelos
camponeses eram presos por tentarem aplicar as determinações do governo referentes ao campo; e os operários nas
fábricas enfrentavam listas negras e lockouts. Além disso, refugiados políticos que voltavam para casa eram expulsos
do país como cidadãos ‘indesejados’; em alguns casos, homens que voltavam do exterior para suas aldeias eram
perseguidos e encarcerados por atos revolucionários cometidos em 1905.” (REED, 2010)

*Lockouts: coligação de patrões que, em resposta à ameaça de greve de seus operários, fecham suas fábricas.

O Governo Provisório
A princípio, foi constituído um Governo Provisório, uma república parlamentar, composta por socialistas moderados e
burgueses liberais, como o advogado Alexander Kerensky. Na capital e por toda a Rússia, formaram-se sovietes
reunindo trabalhadores, camponeses e soldados. O Governo Provisório russo adotou algumas medidas liberais: anistia
aos presos políticos, liberdade de imprensa, reunião e associação e redução da jornada de trabalho para oito horas.
Convocou-se uma Assembleia Constituinte a ser eleita em novembro, com voto universal. No entanto, a população
ansiava por medidas mais radicais, como a reforma agrária e a retirada da Rússia da guerra. O líder bolchevique
Vladimir Lênin, que se encontrava exilado, retornou à Rússia em abril de 1917 e, diante do agravamento da situação
social, em suas Teses de Abril, propôs, entre outras medidas:
• a dissolução do Governo Provisório;
• a transferência do poder aos sovietes;
• a supressão da polícia, do exército e dos funcionários do Estado;
• o confisco das grandes propriedades rurais e a nacionalização da terra.
• a fundação de um banco nacional único;

Entre as massas de operários, soldados e camponeses, porém, havia um forte sentimento de que o ‘primeiro ato’
ainda não havia terminado. No front, os comitês do Exército ainda tinham de enfrentar oficiais que não conseguiam
se acostumar a tratar seus homens como seres humanos; na retaguarda, os membros dos comitês rurais eleitos pelos
camponeses eram presos por tentarem aplicar as determinações do governo referentes ao campo; e os operários nas
fábricas enfrentavam listas negras e lockouts. Além disso, refugiados políticos que voltavam para casa eram expulsos
do país como cidadãos ‘indesejados’; em alguns casos, homens que voltavam do exterior para suas aldeias eram
perseguidos e encarcerados por atos revolucionários cometidos em 1905.” (REED, 2010)

*Lockouts: coligação de patrões que, em resposta à ameaça de greve de seus operários, fecham suas fábricas.
Stalinismo: o socialismo soviético

“É muito difícil avaliar a experiência do socialismo soviético sem a presença de Josef Stalin (1878-1953). Alguns
autores alegam que os ideais da Revolução de Outubro de 1917 foram desvirtuados por ele; outros o dissociam da
tradição bolchevique. O estudo de sua trajetória e do stalinismo, no entanto, é sempre polêmico. Stalin iniciou na
política como um típico militante bolchevique. Na Geórgia, país onde nasceu, atuou na clandestinidade incitando
greves, promovendo comícios e assaltando casas comerciais para financiar atividades revolucionárias. Sua fama de
militante ficou tão conhecida que Lênin (1870-1924) o chamou para compor o Comitê Central do recém-fundado
Partido Bolchevique. Stalin era editor do jornal do partido, Pravda (Verdade). Sua participação na Revolução de
Outubro, no entanto, é pouco conhecida. Com a tomada do poder pelos bolcheviques, ele foi indicado para assumir o
cargo de Comissário do Povo para as Nacionalidades. Em 1922, Lenin o indicou para o importante cargo de
Secretário-Geral do Partido Comunista. Quando Lenin sofreu o primeiro derrame, em 1922, Stalin já era o homem
forte do partido. Lenin e outras lideranças, como Leon Trotski (1879-1940), jamais se interessaram pelo dia a dia da
administração. Eram líderes políticos, intelectuais. Assim, coube a Stalin a direção da burocracia estatal, a
organização do partido e a relação com as demais nacionalidades da URSS. Stalin nomeou pessoas de sua confiança
para os cargos na administração e no partido. Discretamente, foi acumulando influência. Com a morte de Lenin, em
1924, houve acirrada disputa pelo poder, sobretudo entre Stalin e Trotsky. Stalin, que sempre concordou com Lenin,
saiu vencedor, com o apoio do Partido Comunista. Trotsky, além de ter divergido de Lenin várias vezes, levantava
entre os bolcheviques o receio de que, por sua liderança e inteligência, Stalin pudesse se tornar um ditador, no
entanto, visto como autêntico bolchevique e leninista, Stalin assume o poder no país em 1929. Stalin não era,
portanto, estranho ao bolchevismo, mas alguém que ascendeu ao poder exatamente por ser um deles. Em seus
últimos anos de vida, Lenin deixou uma série de pequenas notas, conhecidas como Testamento de Lenin,
denunciando as brutalidades de Stalin e o perigo de ele acumular tantos cargos. Por isso, afirmava que ele deveria
ser removido das funções. Após a morte de Lenin, o documento veio a público. Stalin, então, pôs seus cargos à
disposição do partido. Porém, como contava com a lealdade da maioria, foi confirmado em sua posição,”

Stalinismo: o socialismo soviético

“É muito difícil avaliar a experiência do socialismo soviético sem a presença de Josef Stalin (1878-1953). Alguns
autores alegam que os ideais da Revolução de Outubro de 1917 foram desvirtuados por ele; outros o dissociam da
tradição bolchevique. O estudo de sua trajetória e do stalinismo, no entanto, é sempre polêmico. Stalin iniciou na
política como um típico militante bolchevique. Na Geórgia, país onde nasceu, atuou na clandestinidade incitando
greves, promovendo comícios e assaltando casas comerciais para financiar atividades revolucionárias. Sua fama de
militante ficou tão conhecida que Lênin (1870-1924) o chamou para compor o Comitê Central do recém-fundado
Partido Bolchevique. Stalin era editor do jornal do partido, Pravda (Verdade). Sua participação na Revolução de
Outubro, no entanto, é pouco conhecida. Com a tomada do poder pelos bolcheviques, ele foi indicado para assumir o
cargo de Comissário do Povo para as Nacionalidades. Em 1922, Lenin o indicou para o importante cargo de
Secretário-Geral do Partido Comunista. Quando Lenin sofreu o primeiro derrame, em 1922, Stalin já era o homem
forte do partido. Lenin e outras lideranças, como Leon Trotski (1879-1940), jamais se interessaram pelo dia a dia da
administração. Eram líderes políticos, intelectuais. Assim, coube a Stalin a direção da burocracia estatal, a
organização do partido e a relação com as demais nacionalidades da URSS. Stalin nomeou pessoas de sua confiança
para os cargos na administração e no partido. Discretamente, foi acumulando influência. Com a morte de Lenin, em
1924, houve acirrada disputa pelo poder, sobretudo entre Stalin e Trotsky. Stalin, que sempre concordou com Lenin,
saiu vencedor, com o apoio do Partido Comunista. Trotsky, além de ter divergido de Lenin várias vezes, levantava
entre os bolcheviques o receio de que, por sua liderança e inteligência, Stalin pudesse se tornar um ditador, no
entanto, visto como autêntico bolchevique e leninista, Stalin assume o poder no país em 1929. Stalin não era,
portanto, estranho ao bolchevismo, mas alguém que ascendeu ao poder exatamente por ser um deles. Em seus
últimos anos de vida, Lenin deixou uma série de pequenas notas, conhecidas como Testamento de Lenin,
denunciando as brutalidades de Stalin e o perigo de ele acumular tantos cargos. Por isso, afirmava que ele deveria
ser removido das funções. Após a morte de Lenin, o documento veio a público. Stalin, então, pôs seus cargos à
disposição do partido. Porém, como contava com a lealdade da maioria, foi confirmado em sua posição,”

Você também pode gostar