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Nascido e criado nos arredores de Leto. Filho de Corsh e Bennelee. Seu pai e mae brigavam o tempo todo Seu pai era trabalhador, porém esquentado.Ele tinha ressentimento de sua vida, comparada a de seus parentes. Sempre que se enfurecia, descontava na familia, batendo na esposa e filho. Caliban, ainda crianga, tinha medo do pai. Sua mae o mandava se esconder quando as brigas comecgavam. Um dia, seu pai entrou em casa furioso, bébado e gritando sobre o trabalho e suas frustragdes. Sua mae estava planejando fugir naquele dia, com Cal, enquanto o marido estava no trabalho. Aparentemente, ele havia causado um acidente na mina onde trabalhava, fora demitido em meio a briga e voltou mais cedo para casa Corsh encontrou sua esposa e 0 filho, terminando de fazer suas malas Benelee mandou 0 garoto se esconder, o que fez prontamente, se enfiando dentro da caldeira da casa A briga foi intensa, mais do que o normal. Corsh nao se segurou, 0 que Cal ja duvidava que o fazia. Mas naquela noite, algo morreu dentro de seu pai. Sua calma, quase invisivel, caso nado se soubesse procurar, acabou. E com o fim dela, outra coisa morreu Cal continuou vivendo com seu pai, nao conseguindo criar coragem para uma fuga Sua raiva crescia a cada dia, cada hora 6 momento na presenga do assassino de sua mae. Ele ia dormir, contando os nds das madeira do telhado e sonhando com o dia em que ele se vingaria. Os espancamentos e brigas pararam. Seu pai se tornava cada vez mais monosilabico, fechado e quieto. Ele passava a maior parte dos seus dias fora, voltando pra casa em meio a madrugada, cada dia com menos dinheiro e menos vida nos olhos Se ele se arrependia do que tinha feito, Caliban nunca soube ao certo e nao importava Cal criou coragem, durante uma madrugada extremamente silenciosa. Ele pegou a antiga picareta do pai ese aproximou do velho, enquanto ele dormia, bébado, sobre a mesa de jantar. As lagrimas quentes escorriam por suas bochechas, seu coragao palpitag¢ao em seus ouvidos e seus dedos doiam de tanto apertar o cabo da ferramenta. Segundos antes de exercer sua vinganga, por tudo que ele havia feito a sua mae, em meio a silenciosa madrugada, ele descobriu a fonte de tal calmaria. Seu pai ja estava morto, sua vingang¢a era inutil. Ele prometeu para si mesmo nunca se tornar o seu pai. Décadas se passaram Ele se estabeleceu em Leto, construiu uma familia e descansou. Conheceu uma moga, chamada Felicia, que se tornou o amor de sua vida. Juntos tiveram uma filha, Sioux. Trabalhava como guarda em um dos "cemitérios" do local. Trabalho honesto, mas nao pagava muito, além de ter q ficar olhando cadaveres o dia todo. O dinheiro estava ficando curto e suas preocupagdes aumentando Uma noite, durante o trabalho de vigia, ele apanhou duas figuras desenterrando mprtos vivos, com correntes, focinheiras e algemas prontas. Com uma seta apontada para o peito dos ladrdes, eles comegaram a tentar se safar de qualquer forma possivel. Entao o suborno foi proposto: um ter¢o dos lucros, em troca de vista grossa de Caliban. Para o bem ou para o mal, ele aceitou. Isso o fez entrar para o negocio: trafico de mortos-vivos para fora de Leto. Gerric, o lider do grupo, conhecia um comprador para esse tipo de "mercadoria", pagando bem a cada lote. As despesas conseguiam ser pagas em dia, além de sobrar alguns contos ao final de cada onzena. Esse foi o comeco do Bando formado por Gerric, Avdan e Caliban. As Escoltas de Recém-renascidos, como Avdan gostava de chamar, era so 0 comeco. Apos algums meses de roubos, a seguranga dos centros mortuarios foi aumentada, assim como os antigos membros da guarda do local, demitidos ou suspeitos de cumplicidade com os furtos. Caliban manteve seu emprego, porém estava a pouco de ser descoberto. Ele prop6s uma mudanga no modo de operacgao do bando, focando mais em diligéncias e cargas exportadas para dentro e fora da cidade. Demorou um pouco para convencer o grupo. Afinal, o risco era maior, mas a recompensa também. A unica regra que Caliban impés, foi a de que ninguém seria morto durante os assaltos. E ela funcionou... por um tempo. Os meses de jornada dupla foram passando. Durante o dia roubavam diligéncias, mercadores e bancos, durante a noite, trabalhava como vigia em Leto. Sua esposa, Felicia, tinha suas suspeitas mas Cal mentia ou desconversava sobre suas saidas. Os meses se passaram assim, com Caliban se tornando cada vez mais ausente e obcecado por juntar dinheiro e fazer assaltos cada vez mais perigosos. A Unica regra do bando: Nao matar. Era cada vez mais levada a seu limite, com caravanas cada vez mais bem guardadas e mercadores mais bem preparados. A primeira regra foi quebrada, durante um assalto a diligéncia de um nobre, vindo de uma cidade adjacente em uma missao diplomatica. O tipo de pessoa que reage, deixando tudo mais dificil. A carruagem foi parada, os guardas surpreendidos e rendidos. Tudo estava indo tranquilamente, até que um dos membros do bando, que havia aumentado de tamanho com o tempo, abriu a porta do veiculo. 3 guardas saltaram pra fora, com o nobre atras, atirando flechas e empunhando espadas. Avdan, 0 coitado que resolveu abrir a porta da carruagem, sofreu cortes por todo o seu rosto e bragos, enquanto saltava para tras. Caliban percebeu o que ia acontecer tarde demais. Ele ouviu um xingamento vindo de seu lado, junto ao som de um gatilhos e silvo de uma flechas. Ele so as viu segundos depois, pontuando o corpo do diplomata. Nao havia mais volta dali. O bando acabou com todos os guardas restantes, o cocheiro e até atiraram no nobre denovo, so por precaugao. A carruagem foi incendiada e eles fugiram o mais rapido que podiam. A relagao do grupo nao foi a mesma depois do incidente. Alguns comegaram a levar os roubos mais a sério, outros ficaram animados com a reputagao que receberiam. Cal, por outro lado, achou que era seu limite. Com o fim da onzena, Caliban juntou suas coisas e fugiu durante a madrugada. Ele tentou ao maximo esconder seus rastros, mas sabia que eles o encontrariam se tentassem de verdade. Ele voltou para sua casa 0 mais rapido possivel, trancando todas as portas, preparando sua besta e mandando sua familia se esconder. Ele passou horas na casa, na penumbra, escondido em meio as sombras de um pilar, proximo a porta, esperando. Para sua sorte, ou azar. Foi nesta noite que Leto caiu. Cal e sua familia fugiram durante a madrugada, em meio ao caos que se encontravam as ruas da cidade. Desviando de guardas, cidadaos em panico e mortos vivos. Cal os colocou em seu cavalo, junto com todo o dinheiro que havia conseguido pelos assaltos e os mandou embora. Sem nenhum plano de onde se encontrarem. Pegou sua besta, sua farda, e foi lutar na cidade. Afinal, este era um de seus trabalhos. Ele mal conseguiu fazer alguma coisa, antes de ser atacado e ficar inconsciente. Todo o evento foi um grande borrao. Quando ele acordou, estava numa enfermaria improvisada, nos arredores da cidade. Havia sido retirado dos destrogos em que estava parcialmente enterrado. Sua casa e cidade, agora uma vala publica. Ele teve alta rapidamente e foi colocado como mensageiro durante todo 0 evento do Sol Negro? Durante uma das entregas de mensagens, entre postos avangados, ele esbarrou com um membro de seu antigo bando, que o reconheceu. Eles trocaram comprimentos, uma pequena conversa cheia de tensao, escondida debaixo de sorrisos amarelos e falsas camaradagens, e cada um foi para seu lado. E isto tudo leva Caliban a trincheira onde foi jogado pelo bando que, antigamente, se considerava parte. Estava levando uma carga entre cidades, sempre com a impressao de estar sendo seguido. Este sentimento logo se fez valido, quando foi atacado a 3 horas de distancia, a cavalo, da cidade. Seu cavalo foi ao chao com um tiro na cabega. No chao, antes que pudesse reagir a algo, foi rendido e amarrado. Ele foi levado para um "passeio" sendo arrastado por uma corda atada em seus pulsos. Era um belo local e seria mais ainda, se nao fosse o seu tumulo. Seria mais bonito ainda se Gerric e Avdan nao estivessem Ia, com os sorrisos de escarnio e de uma vinganga que estava prestes a ser completada. Eles gritaram, fizeram perguntas e cacgoaram do antigo membro. Ele foi interrogado entre socos e chutes, nao respondendo muito. Gerric sempre dizia que Cal nado escolhia. Se mantinha sempre em cima do muro. Nem um bandido completo. Nem um cidadao honesto. Nao era uma criatura pacifica, afinal, ele ja o havia visto arrancar mais dentes e fazer mais coitados se molharem do que qualquer outro. No entanto, ele tinha medo de ir até as ultimas consequéncias. Nao vivia, nado matava. O lider Ihe entregou uma moeda de prata como tributo. Disse que era o tributo perfeito para alguém como Caliban. Pois o cobre causa a ganancia, 0 ouro, causa 0 esbanjou, mas a prata... E com um silvo de seta, Caliban morreu.

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