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O termo hacker não está confinado somente à cultura do software, existe também em outros
campos, como na música, no design, na ciência, na arte, entre outros. Fundamentalmente é
aceito como hacker todo aquele que sinta emoção para resolver problemas e acrescentar
suas habilidades para exercitar sua inteligência, além disso, deve atuar de acordo com os
fundamentos da cultura hacker, não importa seu campo de atuação. A cultura hacker se
fundamenta na cooperação, na ajuda mútua voluntária, no compartilhamento e na liberdade.
Os hackers se opõem ao autoritarismo, à censura, ao segredo, ao controle e ao uso da força,
valorizando a cultura da liberdade, a participação, a colaboração e a oposição à sociedade
individualista, competitiva e voraz.
Com relação aos programas vetoriais, que nos ajudam a preparar os arquivos para o corte à
laser, o inkscape é o software livre mais avançado. É constantemente desenvolvido por uma
comunidade mundial que disponibiliza o código do software, tutoriais, exercícios e extensões
de forma aberta - qualquer pessoa pode acessar e propor modificações - e gratuita. Além
disso, também existem comunidades de pessoas que colaboram voluntariamente criando
vetores, disponibilizando-os gratuitamente online na rede. Você mesmo pode ser um
colaborador, subindo seus trabalhos na rede para que outras pessoas possam acessá-los,
obviamente com a liberdade para distribuir, estudar e modificar. Assim, a comunidade fica
cada dia mais forte e o conhecimento menos monopolizado.
Na medida que o tempo vai passando, as leis de direitos autorais e de patentes são mais
restritivas, monopólicas e se prolongam mais no tempo. Por exemplo: ao Miguel de Cervantes
Saavedra foi dada a potestade de usufruir da sua obra Dom Quixote por 10 anos por parte
do Rei de Espanha da época. Na atualidade segundo a legislação brasileira, uma obra autoral
entra em domínio público após 70 anos contados do primeiro dia do ano subsequente da
morte do autor, isso se conhece como o efeito Mickey: sempre que está por expirar o tempo
dos direitos autorais do Mickey, se inventam uma nova lei para estendê-lo mais e mais, (Ver
gráfico 1). O mais engraçado de tudo é que o Mickey não é tão original assim, ele surgiu
sobre ombros de gigantes, nasceu da fusão de um gato e um coelho que virou camundongo.
(Ver figura 2)
Figura 1. O efeito Mickey no direito autoral. Fonte: https://www.tutoriart.com.br/disney-direito-autoral-
de-mickey-mouse/)
O mais grave do assunto é que o código dos softwares entra na legislação de direitos autorais.
Por exemplo, para que o software inicial do Windows fique no domínio público no Brasil, temos
que esperar completar 70 anos da morte do Bill Gates. O assunto mais grave dos direitos
autorais no software é que o software controla a vida contemporânea: mísseis nucleares,
governos, semáforos, máquinas de hospitais, hidroelétricas, aviões, etc. e esses softwares
têm dono e nós, portanto, estamos à mercê deles. Por isso a importância da existência do
software livre que não tem dono e qualquer um com conhecimento pode investigar como
funciona. Sempre que puder, use software livre, use tudo o que seja livre para diminuir esse
poder monopólico da indústria do software e da indústria cultural.
Existem vários tipos de licenças que permitem liberar os trabalhos para o bem comum
conhecidas como Copyleft - um trocadilho para Copyright-, a mais popular delas é a Creative
Commons, que o oferece vários graus de liberdade para o compartilhamento de obras ou
trabalhos, variando desde poder baixar a obra, compartilhar citando o ator e sem chance de
criar derivações; poder utilizar a obra sem intenções de lucro; até a obra totalmente livre ou
de domínio público para ser modificada, remixada e compartilhada sem permissão do autor
(ver figura 3). Quem administra essas licenças é a Creative Commons, ela se define como:
Desenhar a mão no papel e converter esse desenho num vetor, pode ser o caminho mais
rápido para criar vetores de figuras complexas. Só basta ter um mecanismo de digitalização
desse desenho, que pode ser um es um scanner ou até mesmo a câmera do celular e suas
ferramentas de edição de fotos, depois usamos o inkscape para vetorizar esse desenho
com a ferramenta: rasterizar bitmap
a) Rasterizar um desenho
1. Desenhar com uma caneta escura sobre um papel branco, tirar uma foto com o
celular, usar os filtros de fotos para converter a imagem colorida numa imagem em
preto e branco e finalmente deixar o desenho preto ajustando o contraste. (Ver
tabela 1)
2. abrir o inkscape e importar essa imagem, para isso vamos no menu >> arquivo>>
importar… (ver figura 4), vai aparecer uma janela onde precisa dar clique em OK (ver figura
5)
3. Rasterizar a imagem que contém o desenho, para isso deve Ir em caminho >> rasterizer
Bitmap…(ver figura 6), aparece uma janela onde deve verificar se a opção Brightness cutoff
está ativada, finalmente dar clique no OK (ver figura 7) e fechar a janela.
Também podemos importar imagens achadas na internet e convertê-las em vetor, para isso:
procurar imagens em preto e branco (ver figura 10), copiar imagem e colar no inkscape ou
salvar imagem no seu computador e depois importá-la no inkscape. e repetir os passos
mencionados anteriormente para vetorizar um desenho feito a mão.(Ver figura 11) e usar o
vetor para diferentes aplicações. A imagem vetorizada foi usada para a fabricação de
brincos na máquina de corte a laser. (Ver figura 12)
Na correria do dia a dia é difícil fazer trabalhos desde zero, geralmente precisamos de
coisas simples para nos comunicar com nossos estudantes, para criar um cartão de
apresentação, um cartaz, elaborar material didático, fabricar um objeto etc. A seguir será
apresentado uma série de sites onde podem ser baixados vetores para o uso diário, alguns
são vetores livres, outros são vetores que podem ser usados em trabalhos não comerciais,
outros sites misturam vetores pagos com vetores para uso não comercial, no uso diário
você vai saber diferenciar.
https://www.flaticon.com/
https://thenounproject.com/
https://openclipart.org/
https://www.deviantart.com/
https://pt.vecteezy.com/v
https://remixicon.com/
https://iconmonstr.com/
https://orioniconlibrary.com/all-icons
https://www.freepik.com/
Inkscape usa como padrão vetores no formato .svg (Gráficos vectoriales escaláveis), ele é
um formato livre que abre por defeito nos navegadores como Mozilla, Chrome, etc.
Inkscape aceita outros formatos como: .ai, .dxf, .cdr, .plt, etc,. você pode verificar os tipos
de arquivos que o inkscape aceita, indo em arquivo >> importar >>. Aparecerá uma janela
com os diferentes formatos de arquivo que o inkscape aceita. (Ver figura 13)
Figura 13. Lista de arquivos que aceita o Inkscape. Fonte: o autor.
Sempre vai ser necessário fazer uma caixa para alguma coisa, mas sem ajuda de um
software é muito dispendioso de fazer. Afortunadamente existem sites que disponibilizam
ferramentas paramétricas para fazer as mais variadas formas de caixas, contentores, racks,
armários, etc. O site mais básico de fazer caixas é o Maker Case
(https://pt.makercase.com), que conta com ferramentas para fazer caixas básicas de 4
lados, caixas de mais de três lados e caixa de 4 lados com os cantos arredondados. (Ver
figura 14).
Figura 14. Caixas no Maker Case. Fonte: o autor
Depois de preencher os parâmetros da caixa, basta dar clique no botão Baixar esquema
das caixas e escolher o formato .svg ou .dxf. (Ver figura 16) É recomendado baixar o .svg
quando se quer adicionar mais coisas no inkscape, se deseja só fazer a caixa, pode baixar
no formato .dxf e importar o arquivo diretamente do software da cortadora laser.
Figura 16. Baixando esquemas das caixas no Maker Case. Fonte: o autor.
Em inkscape você pode adicionar letreiros, pode adicionar figuras, modificar coisas para
deixar sua caixa ainda mais personalizada. (Ver figura 17). Caixa pode virar mesinha, né?
(Ver figura 18)
Figura 17. Caixa personalizada. Fonte: o autor.
Figura 18. mesinha caveira. Fonte: o autor.
Se quer caixas mais complexas, com tampa, com outras formas, com outro tipo de usos,
boxes py (https://www.festi.info/boxes.py/) é o site ideal (ver figura 19), encontrará diversas
caixas, aplicações, formas e só precisará de colocar os parâmetros necessários e baixar o
arquivo em formato .svg. (Ver figura 20). Se deseja ver mais coisas que podem ser feitas
nesse site, acesse https://florianfesti.github.io/boxes/html/generators.html#castle.
Figura 19. Site boxes.py. Fonte: o autor.
2.5 Labirintos
Os labirintos são importantes para fazer atividades escolares ou simplesmente para se
divertir. Maze Generator (http://www.mazegenerator.net/Default.aspx) permite criar seus
labirintos a partir de parâmetros determinados (Ver figura 23), eles não permitem o uso
comercial, mas para sala de aula está valendo.
Fazer um quebra cabeças fica mais fácil usando o site Jigsaw puzzle
(https://cdn.rawgit.com/Draradech/35d36347312ca6d0887aa7d55f366e30/raw/b04cf9cd63a
59571910cb226226ce2b3ed46af46/jigsaw.html) e a máquina de corte a laser. (Ver figura
25)
Precisa de algumas engrenagens para fazer um robô algum objeto que tem movimento?
Involute Spur Gear Builder v2.0
(http://hessmer.org/gears/InvoluteSpurGearBuilder.html?circularPitch=8&pressureAngle=20
&clearance=0.05&backlash=0.05&profileShift=0&gear1ToothCount=30&gear1CenterHoleDi
amater=4&gear2ToothCount=8&gear2CenterHoleDiamater=4&showOption=3) (Ver figura
26) é um site de código aberto que permite desenhar engrenagens de dentes retos
envolventes (Ver figura 27), preenchendo alguns parâmetros para criar vários tipos de
mecanismos (Ver figura 28)
A máquina de corte laser é uma máquina que gera um feixe de laser que é direcionado até
o material a cortar por meio de espelhos, esse feixe é movimentado por meio controle
numérico computadorizado (CNC), ou seja, existe um código que dá instruções aos
servomotores para se movimentar no espaço por meio de uns parámetros definidos de
velocidade e deslocamento; esse deslocamento é definido por vetores que nós já
aprendemos a criar :D. O raio laser derrete, queima o material deixando uma borda com
um acabamento superficial de alta qualidade. As máquinas de corte a laser são usadas para
cortar e gravar em materiais de chapas planas, usualmente de madeiras maciças,
aglomeradas e compensadas; papelão, papel, tecidos, acrílicos e plásticos que não geram
gases tóxicos para o ser humano; também grava metais e materiais cerâmicos.
Antes de ligar a máquina de corte a laser, deve ligar o chiller (ver figura 31) e deixar ele a
uma temperatura abaixo dos 27º celsius, sua função é a de esfriar o tubo que gera o feixe
do laser.
1. Preparar o arquivo digital: para isso devemos ter em conta os três tipos de
trabalho que a máquina laser faz: corte, gravação e linha ponteada, cada tipo de
trabalho deve ser representado por uma cor, por exemplo: corte usa um caminho de
cor preta, gravação caminho de cor vermelha e linha ponteada usa caminho de cor
verde. Também pode ter cortes com diferentes potências de laser, no caso de que
não precise de cortar o material e sim riscar, aí pode designar uma cor de caminho.
Na figura 33 foi usada a linha preta para cortar uma chapa de compensado de 3mm
e a linha vermelha riscar o material. (ver resultado na imagem 12)
Figura 33. Preparação de cores do vetor para corte a laser: caminho de cor preto corta, caminho de
cor vermelha risca. Fonte: o autor.
2. Segundo Passo - Exportar como formato .dxf: Para exportar o arquivo feito no
inkscape no formato .dxf, deve ir no menu >> arquivo >> salvar como...>> colocar
um nome ao arquivo >> selecionar a pasta de localização, salvar no formato de
arquivo: Desktop Cutting Plotter (autoCAD DXF R14) (*.dxf). (Ver figura 34) e
finalmente fazer clique em salvar.
Para posicionar o bico na altura de foco correta em relação ao material a cortar, deve soltar
a porca de aperto (ver figura 41), depois posicionar o gabarito embaixo do bico do laser (ver
figura 42) e apertar de novo o bico para ficar fixo nessa posição.
Criar um objeto com vetores feitos nos sites apresentados neste material e adicionar um
vetor baixado da internet ou rasterizado. Fabricar ele na máquina de corte a laser.