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Corte à laser é fácil! Hackeando o vetor e aprendendo a usar a cortadora.

Por: Edison Uriel Rodrígez Cabeza

1. Conhecimento livre x conhecimento proprietário

1.1 Como assim, hacker?

“Hack” é uma gíria do inglês que significa "gambiarra'' ou “modificações” em um software. A


cultura hacker nasceu com as comunidades que desenvolveram os primeiros computadores,
uma espécie de mistura entre hippies anarquistas que lutavam contra a guerra do Vietnã,
cientistas e gambiarreiros. Essa galera desenvolveu uma série de tecnologias, linguagens,
programas e protocolos que eram disponibilizados livremente, até configurar o que
conhecemos hoje como a internet. Não devem ser confundidos como os crackers, aqueles
caras que entram nos sistemas para roubar, destruir ou extorquir.

O termo hacker não está confinado somente à cultura do software, existe também em outros
campos, como na música, no design, na ciência, na arte, entre outros. Fundamentalmente é
aceito como hacker todo aquele que sinta emoção para resolver problemas e acrescentar
suas habilidades para exercitar sua inteligência, além disso, deve atuar de acordo com os
fundamentos da cultura hacker, não importa seu campo de atuação. A cultura hacker se
fundamenta na cooperação, na ajuda mútua voluntária, no compartilhamento e na liberdade.
Os hackers se opõem ao autoritarismo, à censura, ao segredo, ao controle e ao uso da força,
valorizando a cultura da liberdade, a participação, a colaboração e a oposição à sociedade
individualista, competitiva e voraz.

Com relação aos programas vetoriais, que nos ajudam a preparar os arquivos para o corte à
laser, o inkscape é o software livre mais avançado. É constantemente desenvolvido por uma
comunidade mundial que disponibiliza o código do software, tutoriais, exercícios e extensões
de forma aberta - qualquer pessoa pode acessar e propor modificações - e gratuita. Além
disso, também existem comunidades de pessoas que colaboram voluntariamente criando
vetores, disponibilizando-os gratuitamente online na rede. Você mesmo pode ser um
colaborador, subindo seus trabalhos na rede para que outras pessoas possam acessá-los,
obviamente com a liberdade para distribuir, estudar e modificar. Assim, a comunidade fica
cada dia mais forte e o conhecimento menos monopolizado.

1.2 O problema do conhecimento

O conhecimento é intangível e complexamente mensurável. Ao ser distribuído, cria o efeito


bola de neve, ou seja, quanto mais pessoas têm acesso a ele, mais ele pode crescer e virar
um recurso infinito, ao contrário das matérias primas como minérios, petróleo, etc, que são
limitadas e se esgotam. Essa característica é conhecida pelos economistas como “sobre os
ombros dos gigantes", lembrando a declaração de Isaac Newton: “Se vi mais longe é porque
eu estava sobre ombros de gigantes”.

O conhecimento e a informação são os combustíveis da “Nova revolução industrial”, assim


como foi o carvão para a primeira revolução industrial. As empresas que ganham mais
dinheiro na atualidade são as que extraem e exploram nossa informação, conhecimento e
cultura; elas precisam de estratégias para que o conhecimento,que é infinito, seja convertido
num recurso artificialmente escasso e assim criar um valor econômico e monopolista sobre
ele. A estratégia mais famosa é o uso dos cada dia mais restritivos direitos autorais e de
patentes.

Na medida que o tempo vai passando, as leis de direitos autorais e de patentes são mais
restritivas, monopólicas e se prolongam mais no tempo. Por exemplo: ao Miguel de Cervantes
Saavedra foi dada a potestade de usufruir da sua obra Dom Quixote por 10 anos por parte
do Rei de Espanha da época. Na atualidade segundo a legislação brasileira, uma obra autoral
entra em domínio público após 70 anos contados do primeiro dia do ano subsequente da
morte do autor, isso se conhece como o efeito Mickey: sempre que está por expirar o tempo
dos direitos autorais do Mickey, se inventam uma nova lei para estendê-lo mais e mais, (Ver
gráfico 1). O mais engraçado de tudo é que o Mickey não é tão original assim, ele surgiu
sobre ombros de gigantes, nasceu da fusão de um gato e um coelho que virou camundongo.
(Ver figura 2)
Figura 1. O efeito Mickey no direito autoral. Fonte: https://www.tutoriart.com.br/disney-direito-autoral-
de-mickey-mouse/)

Figura 2. Gato, coelho ou camundongo. Fonte: (https://www.tutoriart.com.br/wp-


content/uploads/2016/08/felix-oswald-mickey.png)

O mais grave do assunto é que o código dos softwares entra na legislação de direitos autorais.
Por exemplo, para que o software inicial do Windows fique no domínio público no Brasil, temos
que esperar completar 70 anos da morte do Bill Gates. O assunto mais grave dos direitos
autorais no software é que o software controla a vida contemporânea: mísseis nucleares,
governos, semáforos, máquinas de hospitais, hidroelétricas, aviões, etc. e esses softwares
têm dono e nós, portanto, estamos à mercê deles. Por isso a importância da existência do
software livre que não tem dono e qualquer um com conhecimento pode investigar como
funciona. Sempre que puder, use software livre, use tudo o que seja livre para diminuir esse
poder monopólico da indústria do software e da indústria cultural.

1. 3 Licenças Creative commons

Existem vários tipos de licenças que permitem liberar os trabalhos para o bem comum
conhecidas como Copyleft - um trocadilho para Copyright-, a mais popular delas é a Creative
Commons, que o oferece vários graus de liberdade para o compartilhamento de obras ou
trabalhos, variando desde poder baixar a obra, compartilhar citando o ator e sem chance de
criar derivações; poder utilizar a obra sem intenções de lucro; até a obra totalmente livre ou
de domínio público para ser modificada, remixada e compartilhada sem permissão do autor
(ver figura 3). Quem administra essas licenças é a Creative Commons, ela se define como:

“uma organização sem fins lucrativos que permite o compartilhamento e uso da


criatividade e do conhecimento através de instrumentos jurídicos gratuitos. O Creative
Commons ajuda você a compartilhar legalmente seu conhecimento e criatividade para
construir um mundo mais justo, acessível e inovador. Nós desbloqueamos todo o
potencial da internet para impulsionar uma nova era de desenvolvimento, crescimento
e produtividade”. (Creative Commons)
Figura 3. Grau de liberdade de obras com licença Creative Commons. Fonte:
https://ja.wikipedia.org/wiki/%E3%83%95%E3%82%A1%E3%82%A4%E3%83%AB:Creative_commo
ns_license_spectrum.svg

O mais legal do site de Creative Commons é que disponibiliza todas as ferramentas


necessárias para registrar sua obra com o grau preferido de restrição, tem um motor de
pesquisa de obras segundo o grau de restrição, onde pode ser achado muitos desenhos
vetoriais.
2. Criando rapidamente seus próprios vetores

2.1 Converter desenho em vetor

Desenhar a mão no papel e converter esse desenho num vetor, pode ser o caminho mais
rápido para criar vetores de figuras complexas. Só basta ter um mecanismo de digitalização
desse desenho, que pode ser um es um scanner ou até mesmo a câmera do celular e suas
ferramentas de edição de fotos, depois usamos o inkscape para vetorizar esse desenho
com a ferramenta: rasterizar bitmap

a) Rasterizar um desenho

1. Desenhar com uma caneta escura sobre um papel branco, tirar uma foto com o
celular, usar os filtros de fotos para converter a imagem colorida numa imagem em
preto e branco e finalmente deixar o desenho preto ajustando o contraste. (Ver
tabela 1)

1. Fazer o desenho no 2. Converter a imagem 3. Aumentar o


papel branco com colorida em imagem contraste até o
uma caneta de tinta em preto e branco desenho ficar preto.
escura
Tabela 1. Passos para deixar preto o desenho. Fonte: o autor

2. abrir o inkscape e importar essa imagem, para isso vamos no menu >> arquivo>>
importar… (ver figura 4), vai aparecer uma janela onde precisa dar clique em OK (ver figura
5)

Figura 4. Importar imagem. Fonte: o autor.

Figura 5. Dar click em OK. Fonte: o autor.

3. Rasterizar a imagem que contém o desenho, para isso deve Ir em caminho >> rasterizer
Bitmap…(ver figura 6), aparece uma janela onde deve verificar se a opção Brightness cutoff
está ativada, finalmente dar clique no OK (ver figura 7) e fechar a janela.

Figura 6. Rasterizar bitmap. Fonte: o autor

Figura 7. Brightness cutoff. Fonte: o autor

4. Imediatamente a imagem ficará vetorizada sobre a imagem original, basta afastar


para um lado esse vetor e trabalhar sua criatividade sobre ele. ver figuras (8 e 9)
Figura 8. Vetor e imagem. Fonte: o autor

Figura 9. Aplicação. Fonte: o autor

b) Rasterizer uma imagem da internet

Também podemos importar imagens achadas na internet e convertê-las em vetor, para isso:
procurar imagens em preto e branco (ver figura 10), copiar imagem e colar no inkscape ou
salvar imagem no seu computador e depois importá-la no inkscape. e repetir os passos
mencionados anteriormente para vetorizar um desenho feito a mão.(Ver figura 11) e usar o
vetor para diferentes aplicações. A imagem vetorizada foi usada para a fabricação de
brincos na máquina de corte a laser. (Ver figura 12)

Figura 10. Pesquisar imagens. Fonte: o autor.

Figura 11. Converter em vetor. Fonte: o autor.


Figura 12. Aplicações de vetores. Fonte: o autor.

2.2 Onde achar vetores para hackear?

Na correria do dia a dia é difícil fazer trabalhos desde zero, geralmente precisamos de
coisas simples para nos comunicar com nossos estudantes, para criar um cartão de
apresentação, um cartaz, elaborar material didático, fabricar um objeto etc. A seguir será
apresentado uma série de sites onde podem ser baixados vetores para o uso diário, alguns
são vetores livres, outros são vetores que podem ser usados em trabalhos não comerciais,
outros sites misturam vetores pagos com vetores para uso não comercial, no uso diário
você vai saber diferenciar.

https://www.flaticon.com/
https://thenounproject.com/
https://openclipart.org/
https://www.deviantart.com/
https://pt.vecteezy.com/v
https://remixicon.com/
https://iconmonstr.com/
https://orioniconlibrary.com/all-icons
https://www.freepik.com/

Inkscape usa como padrão vetores no formato .svg (Gráficos vectoriales escaláveis), ele é
um formato livre que abre por defeito nos navegadores como Mozilla, Chrome, etc.
Inkscape aceita outros formatos como: .ai, .dxf, .cdr, .plt, etc,. você pode verificar os tipos
de arquivos que o inkscape aceita, indo em arquivo >> importar >>. Aparecerá uma janela
com os diferentes formatos de arquivo que o inkscape aceita. (Ver figura 13)
Figura 13. Lista de arquivos que aceita o Inkscape. Fonte: o autor.

Geralmente nesses sites especializados em vetores, você digita a palavra chave


preferencialmente em inglês do vetor que quer procurar e aparecem várias imagens de
vetores do tema escolhido. Você pode selecionar o vetor de preferência e baixar no seu
computador, depois importar no Inkscape normalmente.

2.3 Fazendo caixas

Sempre vai ser necessário fazer uma caixa para alguma coisa, mas sem ajuda de um
software é muito dispendioso de fazer. Afortunadamente existem sites que disponibilizam
ferramentas paramétricas para fazer as mais variadas formas de caixas, contentores, racks,
armários, etc. O site mais básico de fazer caixas é o Maker Case
(https://pt.makercase.com), que conta com ferramentas para fazer caixas básicas de 4
lados, caixas de mais de três lados e caixa de 4 lados com os cantos arredondados. (Ver
figura 14).
Figura 14. Caixas no Maker Case. Fonte: o autor

É preciso colocar os parâmetros de altura, largura, profundidade, espessura de material e


que tipo de encaixe deseja. (Ver figura 15)

Figura 15. Preenchendo os parâmetros no Maker Case. Fonte: o autor

Depois de preencher os parâmetros da caixa, basta dar clique no botão Baixar esquema
das caixas e escolher o formato .svg ou .dxf. (Ver figura 16) É recomendado baixar o .svg
quando se quer adicionar mais coisas no inkscape, se deseja só fazer a caixa, pode baixar
no formato .dxf e importar o arquivo diretamente do software da cortadora laser.
Figura 16. Baixando esquemas das caixas no Maker Case. Fonte: o autor.

Em inkscape você pode adicionar letreiros, pode adicionar figuras, modificar coisas para
deixar sua caixa ainda mais personalizada. (Ver figura 17). Caixa pode virar mesinha, né?
(Ver figura 18)
Figura 17. Caixa personalizada. Fonte: o autor.
Figura 18. mesinha caveira. Fonte: o autor.

Se quer caixas mais complexas, com tampa, com outras formas, com outro tipo de usos,
boxes py (https://www.festi.info/boxes.py/) é o site ideal (ver figura 19), encontrará diversas
caixas, aplicações, formas e só precisará de colocar os parâmetros necessários e baixar o
arquivo em formato .svg. (Ver figura 20). Se deseja ver mais coisas que podem ser feitas
nesse site, acesse https://florianfesti.github.io/boxes/html/generators.html#castle.
Figura 19. Site boxes.py. Fonte: o autor.

Figura 20. Algumas coisas no site boxes.py. Fonte: boxes.py.

2.4 Fazendo embalagens e modelos

Se quer fazer caixas, figuras e formas bacanas em papel, o template maker


(https://www.templatemaker.nl/pt/) é o site ideal (ver figura 21) Este site oferece uma
quantidade ilimitada de modelos para papel artesanal, embalagens, design de embalagens,
materiais de aprendizagem, decoração e muito mais. Todos os modelos são de tamanho
personalizado. Normalmente, isso inclui o comprimento, largura e altura de um objeto.
Alguns modelos também possuem alguns ângulos e faces que você pode personalizar.

Figura 21.Site templatemaker. Fonte: o autor.


Nó só pode fazer coisas em papel, por exemplo um vaso de cimento em forma de
dodecaedro foi feito aproveitando as formas que o templatemaker permite.(Ver figura 22)

Figura 22.Vaso de cimento. Fonte: o autor.

2.5 Labirintos
Os labirintos são importantes para fazer atividades escolares ou simplesmente para se
divertir. Maze Generator (http://www.mazegenerator.net/Default.aspx) permite criar seus
labirintos a partir de parâmetros determinados (Ver figura 23), eles não permitem o uso
comercial, mas para sala de aula está valendo.

Figura 23.Print do site de labirintos. Fonte: o autor.


Outro site legal para criar labirintos é o Laser-Cut Maze Designer
(https://adashrod.github.io/LaserCutMazes/) , que permite com a ajuda de uma máquina de
corte a laser criar seu próprio labirinto de brinquedos de madeira. Você pode então montá-
lo e brincar com ele rolando uma pequena bola de gude pelos corredores. (Ver figura. 24)

Figura 24.Print do site Laser-cut Maze. Fonte: o autor.

2.6 Gerador de quebra cabeças

Fazer um quebra cabeças fica mais fácil usando o site Jigsaw puzzle
(https://cdn.rawgit.com/Draradech/35d36347312ca6d0887aa7d55f366e30/raw/b04cf9cd63a
59571910cb226226ce2b3ed46af46/jigsaw.html) e a máquina de corte a laser. (Ver figura
25)

Figura 25.Print do site Jigsaw puzzle. Fonte: o autor


2.7 Engrenagens

Precisa de algumas engrenagens para fazer um robô algum objeto que tem movimento?
Involute Spur Gear Builder v2.0
(http://hessmer.org/gears/InvoluteSpurGearBuilder.html?circularPitch=8&pressureAngle=20
&clearance=0.05&backlash=0.05&profileShift=0&gear1ToothCount=30&gear1CenterHoleDi
amater=4&gear2ToothCount=8&gear2CenterHoleDiamater=4&showOption=3) (Ver figura
26) é um site de código aberto que permite desenhar engrenagens de dentes retos
envolventes (Ver figura 27), preenchendo alguns parâmetros para criar vários tipos de
mecanismos (Ver figura 28)

Figura 26.Print do site Gear Builder v2.0. Fonte: o autor.


Figura 27.Engrenagem de dentes retos do Jigsaw puzzle. Fonte: Builder v2.0.

Figura 28.Relógio com Engrenagens. Fonte: http://www.hessmer.org/blog/2019/07/

2.8 Baixando projetos prontos


A comunidade maker compartilha muitos projetos online, para que outras pessoas com
acesso a internet, possam baixar os arquivos digitais, ler as instruções e tentar replicar
esses projetos (Ver figura 29). O mais famoso deles é o site Instructables
(https://www.instructables.com/circuits/howto/laser+cut+projects/), especializado em
projetos de bricolagem criados e carregados pelos mesmos usuários, agora propriedade da
Autodesk. instructables tem diversos projetos desde os mais manuais, até projetos com
programação, impressão 3D e corte a laser; basta procurar projetos com a palavra chave
Laser cut que vão aparecer vários projetos legais. (Ver figura 29)

Figura 29. Projetos com corte a laser no Instructables. Fonte


https://www.instructables.com/circuits/howto/laser+cut+projects/

Outro site para achar projetos prontos interessantes é o Thingiverse


(https://www.thingiverse.com/) , dedicado ao compartilhamento de arquivos digitais para
fabricação digital criados por usuários (Ver figura 30). O fornecimento dos designs são de
hardware de código aberto, principalmente gratuitos e licenciados sob a GNU General
Public License ou Creative Commons License, os usuários escolhem o tipo de licença de
usuário que desejam anexar aos designs que compartilham. Impressoras 3D, cortadores a
laser, fresadoras e muitas outras tecnologias podem ser usadas para criar fisicamente os
arquivos compartilhados pelos usuários no Thingiverse.
Figura 30. Projetos no site Thingiverse. Fonte: o autor.
https://www.thingiverse.com/search?q=laser+cut&type=things&sort=relevant
3. Usando a cortadora laser

A máquina de corte laser é uma máquina que gera um feixe de laser que é direcionado até
o material a cortar por meio de espelhos, esse feixe é movimentado por meio controle
numérico computadorizado (CNC), ou seja, existe um código que dá instruções aos
servomotores para se movimentar no espaço por meio de uns parámetros definidos de
velocidade e deslocamento; esse deslocamento é definido por vetores que nós já
aprendemos a criar :D. O raio laser derrete, queima o material deixando uma borda com
um acabamento superficial de alta qualidade. As máquinas de corte a laser são usadas para
cortar e gravar em materiais de chapas planas, usualmente de madeiras maciças,
aglomeradas e compensadas; papelão, papel, tecidos, acrílicos e plásticos que não geram
gases tóxicos para o ser humano; também grava metais e materiais cerâmicos.
Antes de ligar a máquina de corte a laser, deve ligar o chiller (ver figura 31) e deixar ele a
uma temperatura abaixo dos 27º celsius, sua função é a de esfriar o tubo que gera o feixe
do laser.

Figura 31. Ligar o chiller. Fonte: o autor.


Para ligar a máquina: basta girar a chave de segurança para desligar/ligar a máquina, ligar
a iluminação da área de trabalho, ligar a bomba de ar do bico laser e finalmente o exaustor
de fumaça (Ver figura 32)
Figura 32. Ligar a máquina cortadora laser. Fonte: o autor.

3.1 Passos para usar a cortadora laser

1. Preparar o arquivo digital: para isso devemos ter em conta os três tipos de
trabalho que a máquina laser faz: corte, gravação e linha ponteada, cada tipo de
trabalho deve ser representado por uma cor, por exemplo: corte usa um caminho de
cor preta, gravação caminho de cor vermelha e linha ponteada usa caminho de cor
verde. Também pode ter cortes com diferentes potências de laser, no caso de que
não precise de cortar o material e sim riscar, aí pode designar uma cor de caminho.
Na figura 33 foi usada a linha preta para cortar uma chapa de compensado de 3mm
e a linha vermelha riscar o material. (ver resultado na imagem 12)
Figura 33. Preparação de cores do vetor para corte a laser: caminho de cor preto corta, caminho de
cor vermelha risca. Fonte: o autor.

2. Segundo Passo - Exportar como formato .dxf: Para exportar o arquivo feito no
inkscape no formato .dxf, deve ir no menu >> arquivo >> salvar como...>> colocar
um nome ao arquivo >> selecionar a pasta de localização, salvar no formato de
arquivo: Desktop Cutting Plotter (autoCAD DXF R14) (*.dxf). (Ver figura 34) e
finalmente fazer clique em salvar.

Figura 34. Salvar vetor como formato .dxf. Fonte: o autor.


O software da cortadora laser serve para converter um vetor em parâmetros de posição,
velocidade e potência que a máquina precisa para fazer o trabalho de corte e gravação num
material escolhido. Esse vetor deve estar preferencialmente em formato .dxf.

3. Terceiro Passo: Importar o arquivo .dxf no software da cortadora laser: Para


isso deve ir em arquivo >> importar >> escolher a pasta de localização do arquivo >>
dar clique em abrir para incorporar o arquivo. (ver figura 35)

Figura 35. Importar arquivo em formato .dxf. Fonte: o autor.

4. Quarto Passo - Escolhendo os parâmetros de velocidade e potência para corte


ou gravação de um material: Cada material usado tem caraterísticas físico-
mecânicas que precisam de diferentes parâmetros de velocidade de corte e
potência do laser, geralmente as empresas que fabricam as máquinas de corte a
laser oferecem esses parâmetros, mas é possível fazer vários testes diferentes até
chegar numa relação de potência e velocidade ideais para um trabalho de
qualidade. Deve fazer os seguintes passos para escolher os parâmetros de
velocidade, potência e tipo de trabalho (ver figura 36).

- duplo clique no retângulo que representa a cor do caminho, na janela de


camadas.
- Selecionar na livraria de parâmetros o tipo de processo, espessura e
material. Ex: Cutting 3mm MDF
- Selecionar o modo de processo ou tipo de trabalho: Gravar (scan), cortar
(cut), linha ponteada (dot).
- fazer clique em ok
Figura 36. Parâmetros de velocidade e potência segundo o material. Fonte: o autor

5. Quinto Passo - Colocar o material a cortar e definir a localização do corte:

- A máquina de corte laser do arrastão tem um área útil de corte de 100cm x


80cm (ver figura 38), por isso deve preparar o material para caber nessa
área. Feito isto, coloque o material na área de corte da máquina.

Figura 37. Área útil de corte 100cm x 80 cm. Fonte: o autor


- Posicionar o bico do laser no ponto em que quer iniciar o corte (ver figura 38), para
isso existe no tabuleiro umas setas em cor laranja que indicam o movimento no Y e
no X. (ver figura 39), uma vez localizado o bico no ponto escolhido, aperta o botão
Origin, isso dá o comando para que a máquina inicie o corte nesse ponto que foi
determinado. Se quiser saber a área que ocupa o desenho que vai ser cortado,
aperta o botão Frame, essa ferramenta serve para saber se o corte que a máquina
vai fazer cabe na área do material. Se quer cortar em outra localização, basta
movimentar o bico do laser na localização que deseja e apertar de novo Origin.

Figura 38. Ponto de início do corte. Fonte: o autor

Figura 39. Tabuleiro de controle. Fonte: o autor.


6. Sexto Passo - Ajustar o foco do laser: A altura do foco em que a máquina corta
melhor é de 6mm entre a ponta do bico do laser e a superfície do material a cortar,
para isso foi criado um gabarito (ver figura 40) que facilita o posicionamento do bico
do laser nessa altura.
Figura 40. Gabarito do foco. Fonte: o autor.

Para posicionar o bico na altura de foco correta em relação ao material a cortar, deve soltar
a porca de aperto (ver figura 41), depois posicionar o gabarito embaixo do bico do laser (ver
figura 42) e apertar de novo o bico para ficar fixo nessa posição.

Figura 41. Soltando / apertando porca. Fonte: o autor


Figura 42. Gabarito embaixo do bico. Fonte: o autor

7. Sétimo Passo - Começar o trabalho de corte e/ou gravação: Apertar o botão


Start/Pause no tabuleiro de controle (ver figura 39) para iniciar o trabalho de corte
e/ou gravação no material escolhido. (ver figura 43)

Figura 43. Máquina de corte a laser trabalhando. Fonte: o autor.


Exercício:

Criar um objeto com vetores feitos nos sites apresentados neste material e adicionar um
vetor baixado da internet ou rasterizado. Fabricar ele na máquina de corte a laser.

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