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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS


FACULDADE DE TECNOLOGIA

THAIS ALICE QUINALHA

CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA SATURADA EM PERMEÂMETROS COMPOSTOS POR


RESÍDUOS ORGÂNICOS E MISTURA DE SOLO E AREIA DESCARTADA DE FUNDIÇÃO

LIMEIRA
2019
THAIS ALICE QUINALHA

CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA SATURADA EM PERMEÂMETROS COMPOSTOS POR


RESÍDUOS ORGÂNICOS E MISTURA DE SOLO E AREIA DESCARTADA DE FUNDIÇÃO

Dissertação apresentada à Faculdade de


Tecnologia da Universidade Estadual de
Campinas como parte dos requisitos exigidos
para obtenção do título de Mestre em
Tecnologia, na área de Ciência dos materiais.

Orientadora: Profª Drª Gisleiva Cristina dos Santos Ferreira


Co-orientadora: Profª Drª Marta Siviero Guilherme Pires

ESTE TRABALHO CORRESPONDE À VERSÃO


FINAL DA DISSERTAÇÃO DEFENDIDA PELA
ALUNA THAIS ALICE QUINALHA, E ORIENTADA
PELA PROFª DRª GISLEIVA CRISTINA DOS
SANTOS FERREIRA.

LIMEIRA
2019
Ficha catalográfica
Universidade Estadual de Campinas
Biblioteca da Faculdade de Tecnologia
Felipe de Souza Bueno - CRB 8/8577

Quinalha, Thais Alice, 1994-


Q42c QuiCondutividade hidráulica saturada em permeâmetros compostos por
resíduos orgânicos e mistura de solo e areia descartada de fundição / Thais
Alice Quinalha. – Limeira, SP : [s.n.], 2019.

QuiOrientador: Gisleiva Cristina dos Santos Ferreira.


QuiCoorientador: Marta Siviero Guilherme Pires.
QuiDissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Faculdade
de Tecnologia.

Qui1. Lixiviação. 2. Solos - Permeabilidade. 3. Aterro sanitário. I. Ferreira,


Gisleiva Cristina dos Santos, 1975-. II. Pires, Marta Siviero Guilherme, 1969-.
III. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Tecnologia. IV. Título.

Informações para Biblioteca Digital

Título em outro idioma: Saturated hydraulic conductivity in permeamets composed of


organic waste and soil mix and waste foundry sand
Palavras-chave em inglês:
Leaching
Soil permeability
Sanitary landfills
Área de concentração: Ciência dos Materiais
Titulação: Mestra em Tecnologia
Banca examinadora:
Gisleiva Cristina dos Santos Ferreira [Orientador]
Renata Lima Moretto
Cassiana Maria Reganhan Coneglian
Data de defesa: 21-02-2019
Programa de Pós-Graduação: Tecnologia

Identificação e informações acadêmicas do(a) aluno(a)


- ORCID do autor: https://orcid.org/0000-0003-4008-7676

- Currículo Lattes do autor: http://lattes.cnpq.br/7546273077079170

Powered by TCPDF (www.tcpdf.org)


FOLHA DE APROVAÇÃO

Abaixo se apresentam os membros da comissão julgadora da sessão pública de


defesa de dissertação para o título de mestre em Tecnologia na área de concentração
de ciência dos materiais, a que submeteu a aluna Thais Alice Quinalha, em 21 de
fevereiro de 2019 na Faculdade de Tecnologia- FT/ UNICAMP, em Limeira/SP.

Prof. (a). Dr (a) Gisleiva Cristina dos Santos Ferreira

Presidente da Comissão Julgadora

Prof. (a). Dr (a) Renata Lima Moretto

Universidade São Francisco

Profa. Dra. Cassiana Maria Reganhan Coneglian

Faculdade de Tecnologia UNICAMP

Ata da defesa, assinada pelos membros da Comissão Examinadora, consta no


SIGA/Sistema de Fluxo de Dissertação/Tese e na Secretaria de Pós Graduação da
FT.
RESUMO

Dada a problemática ambiental atual, sabe-se da importância da redução da geração


de resíduos sólidos, fato que exige ações de gestão adequadas à Política Nacional de
Resíduos Sólidos. Neste sentido verifica-se a necessidade da reutilização dos
resíduos sólidos. A areia descartada de fundição (ADF), proveniente da indústria de
fundição, é um tipo de resíduo que apresenta potencial para ser aplicado como
matéria-prima na construção civil. Entre as diversas aplicações destaca-se a
estabilização granulométrica de solos argilosos para obras geotécnicas, por exemplo,
a utilização da ADF como material componente da cobertura diária de resíduos sólidos
urbanos em aterros sanitários. Portanto, o objetivo desta pesquisa foi determinar a
interferência da ADF na condutividade hidráulica saturada de um sistema composto
por resíduos orgânicos e mistura de solo + ADF. Para entender as variações da
condutividade hidráulica ao longo do tempo, determinou-se as características físico
químicas do sistema e do lixiviado, as quais foram comparadas com os dados obtidos
em um sistema composto por resíduos orgânicos e solo argiloso (sistema referência).
Os resultados indicaram que a ADF não inferiu alterações nos valores de
condutividade hidráulica saturada (ksat), quando comparados àqueles obtidos no
sistema referência. A NBR 13896 (1997) estabelece valores de k ≤ 10 -6cm·s-1, logo
este parâmetro não foi atendido, entretanto, deve-se destacar que os valores citados
são indicados para as camadas de fundo, porém o foco desta pesquisa foi as camadas
intermediárias. Portanto, os resultados desta pesquisa evidenciam a funcionalidade
da ADF em aterros sanitários, reduzindo os impactos ambientais oriundos da indústria
de fundição.

Palavras-chave: lixiviado, permeabilidade, aterros sanitários.


ABSTRACT

Given the current environmental problem, we know the importance of reducing the
generation of solid waste, requiring management actions appropriate to the National
Solid Waste Policy. In this sense, there is a need to reuse solid wastes.The Waste
Foundry Sand (WFS), from the foundry industry, is a type of waste that has the
potential to be applied as raw material in construction. Among the several applications,
it is worth highlighting the granulometric stabilization of clayey soils for geotechnical
works, for example, the use of WFS as a component of the daily coverage of municipal
solid waste in landfills. Therefore, the objective of this research was to determine the
interference of the WFS in the saturated hydraulic conductivity of a system composed
of organic residues and soil mixtures + WFS. To understand the variations of the
hydraulic conductivity over time, the physicochemical characteristics of the system and
the leachate were determined, which were compared with the data obtained in a
system composed by organic residues and clay soil (reference system). The results
indicated that the WFS did not infer alterations in the values of saturated hydraulic
conductivity (ksat), when compared to those obtained in the reference system. The
NBR 13896 (1997) establishes values of k ≤ 10-6 cm · s-1, so this parameter was not
met, however, it should be noted that the values cited are indicated for the background
layers, but the focus of this research was the intermediate layers Therefore, the results
of this research evidence the functionality of the WFS in landfills, reducing the
environmental impacts of the foundry industry.

Keywords: foundry’s waste; leached; permeability.


LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – Quantidade de areia descartada de fundição em diferentes


países. ...................................................................................................................... 16
FIGURA 2 – Cascas de bananas, antes e depois de picadas ................................... 37
FIGURA 3 – Cascas de laranjas, antes e depois de picadas .................................... 37
FIGURA 4 – Cascas de mamões, antes e depois de picadas ................................... 37
FIGURA 5 – Cascas de melões, antes e depois de picadas ..................................... 37
FIGURA 6 - Cascas de frutas picadas e misturadas ................................................. 38
FIGURA 7 – Representação esquemática dos sistemas utilizados nas etapas
experimentais ............................................................................................................ 40
FIGURA 8 – Foto obtida “in loco” dos sistemas utilizados nas etapas experimentais
..................................................................................................................................40
FIGURA 9 – Permeâmetro 1 (P1) com sono ............................................................. 42
FIGURA 10 – Permeâmetro 2 (P2) com mistura de 30%solo+70% ADF (P2) .......... 42
FIGURA 11 – Fluxograma do monitoramento dos sistemas ..................................... 43
FIGURA 12 – Coleta de lixiviado ............................................................................... 45
FIGURA 13 – Amostra semi indeformada referente ao sistema P1 .......................... 47
FIGURA 14 – Amostra semi indeformada referente ao sistema P2 .......................... 47
FIGURA 15 – Resultado da análise de Difração de Raios X (DRX) realizada na
amostra de solo argiloso utilizado nesta pesquisa .................................................... 48
FIGURA 16 – Difratograma da amostra de mistura de 30%solo+70%ADF ............... 49
FIGURA 17 – Imagem obtida pelo microscópio eletrônico de varredura MEV (50 μm)
..................................................................................................................................51
FIGURA 18 – Imagem obtida pelo microscópio eletrônico de varredura MEV (100 μm)
..................................................................................................................................51
FIGURA 19 – Imagem obtida pelo microscópio eletrônico de varredura MEV (200 μm)
..................................................................................................................................51
FIGURA 20 – Imagem obtida pelo microscópio eletrônico de varredura MEV (500 μm)
..................................................................................................................................51
FIGURA 21 – Resultados de condutividade hidráulica saturada: permeâmetros P1 e P2
..................................................................................................................................57
FIGURA 22 – Resultados de pH para lixiviados L1 e L2 obtidos na 1ª fase de operação
..................................................................................................................................59
FIGURA 23 – Comparação dos resultados de pH obtidos na 1ª fase de operação com
a literatura ................................................................................................................. 60
FIGURA 24 – Resultados de alcalinidade total (AT) obtidos nas amostras de lixiviados
obtidas na primeira fase de monitoramento dos sistemas P1 e P2 ........................... 61
FIGURA 25 – Comparação dos resultados de alcalinidade obtidos na 1ª fase de
operação com a literatura .......................................................................................... 62
FIGURA 26 – Resultados de ácidos orgânicos voláteis (AOV) obtidos na 1ª fase de
operação ................................................................................................................... 63
FIGURA 27 – Comparação dos resultados de ácidos orgânicos voláteis obtidos na 1
fase de operação com a literatura ............................................................................. 64
FIGURA 28 – Resultados de nitrogênio amoniacal para L1 e L2 obtidos na 1ª fase de
operação ................................................................................................................... 65
FIGURA 29 – Comparação dos resultados de nitrogênio amoniacal obtidos na 1ª fase
de operação com a literatura ..................................................................................... 66
FIGURA 30 – Resultados de demanda química de oxigênio (DQO) obtidos na 1ª fase
de operação .............................................................................................................. 67
FIGURA 31 – Comparação dos resultados de DQO obtidos na 1ª fase de operação
com a literatura .......................................................................................................... 68
FIGURA 32 – Resultados de potencial redox obtidos na 1ª fase de operação.......... 69
FIGURA 33 – Comparação dos resultados de potencial redox obtidos na 1ª fase de
operação com a literatura .......................................................................................... 70
FIGURA 34 – Resultados de condutividade elétrica obtidos na primeira fase de
operação ................................................................................................................... 71
FIGURA 35 – Comparação dos resultados de condutividade elétrica obtidos na 1ª fase
de operação com a literatura ..................................................................................... 72
FIGURA 36 – Resultados de pH para 2ª fase de operação dos lixiviados L1 e L2 ... 74
FIGURA 37 – Comparação dos resultados de pH obtidos na 2ª fase com a literatura
..................................................................................................................................75
FIGURA 38 – Resultados de alcalinidade obtidos na 2ª fase de operação para os
lixiviados L1 e L2 ....................................................................................................... 76
FIGURA 39 – Comparação dos resultados de alcalinidade obtidos na 2ª fase de
operação com a literatura .......................................................................................... 77
FIGURA 40 – Resultados de ácidos orgânicos voláteis obtidos na 2ª fase de operação
..................................................................................................................................78
FIGURA 41 – Comparação dos resultados de AOV obtidos na 2ª fase de operação
com a literatura .......................................................................................................... 79
FIGURA 42 – Resultados de nitrogênio amoniacal obtidos na 2ª fase de operação 80
FIGURA 43 – Comparação dos resultados de nitrogênio amoniacal obtidos na 2ª fase
de operação com a literatura ..................................................................................... 81
FIGURA 44 – Resultados de demanda química de oxigênio obtidos na 2ª fase de
operação ................................................................................................................... 82
FIGURA 45 – Comparação dos resultados de DQO obtidos na 2ª fase de operação
com a literatura .......................................................................................................... 83
FIGURA 46 – Resultados de potencial redox obtidos na 2ª fase de operação 84
FIGURA 47 – Comparação dos resultados de potencial redox obtidos na 2ª fase de
operação ................................................................................................................... 85
FIGURA 48 – Resultados de condutividade elétrica obtidos na 2ª fase de operação
.....................................................................................................................................86
FIGURA 49 – Comparação dos resultados de condutividade elétrica obtidos na 2ª fase
de operação com a literatura ..................................................................................... 87
LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - Fases de degradação dos RSU em aterros sanitários .......................... 24


TABELA 2 - Valores de pH relacionados à fase de biodegradação .......................... 31
TABELA 3 - Resultados dos ensaios da Classificação Ambiental, conforme
requisitos da ABNT NBR 10004:2004, obtidos para a amostra de ADF e mistura de
30%solo+70%ADF .................................................................................................... 36
TABELA 4 – Dados para montagem das camadas de solo do Permeâmetro de
referência (P1) e Permeâmetro com mistura de 30% solo + 70% ADF ..................... 41
TABELA 5 – Análises químicas e respectivas metodologias aplicadas durante o
monitoramento e caracterização dos lixiviados obtidos dos dois sistemas ............... 46
TABELA 6 – Composição Química da ADF e solo utilizados nesta pesquisa obtidos
por meio da análise de Fluorescência de raio X (FRX) ............................................. 50
TABELA 7 – Resultados de massa específica e limites de consistência do solo e
ADF ........................................................................................................................... 52
TABELA 8 – Índices físicos para solo e mistura de solo+ADF ................................. 53
TABELA 9 – Resultados de Teor de umidade e massa específica aparente seca dos
resíduos orgânicos .................................................................................................... 54
TABELA 10 – Resultados de condutividade hidráulica saturada: permeâmetros P1 e
P2 .............................................................................................................................. 56
TABELA 11 – Resultados máximos e mínimos dos parâmetros físico químicos
obtidos por Miguel et al., 2018 .................................................................................. 88
LISTA DE EQUAÇÕES

EQUAÇÃO 1 - Lei de Darcy ...................................................................................... 22


EQUAÇÃO 2 – Teor de umidade .............................................................................. 37
EQUAÇÃO 3 – Massa específica aparente .............................................................. 37
EQUAÇÃO 4 – Cálculo da condutividade hidráulica ................................................. 44
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................ 13
2 OBJETIVOS ................................................................................................... 15
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................... 16
3.1 Indústria de fundição ............................................................................................. 16
3.2 Areia descartada de fundição ................................................................................ 18
3.3 Uso da ADF em aterros sanitários ......................................................................... 19
3.4 Condutividade hidráulica ....................................................................................... 22
3.5 Decomposição dos resíduos sólidos e geração de lixiviados em aterros sanitários24
3.6 Fases de biodegradação dos RSU .........................................................................28
3.7 Análises físico químicas para caracterização de lixiviados ..................................... 30
4 MATEIRAIS E MÉTODOS .............................................................................. 33
4.1 Materiais ................................................................................................................ 34
4.1.1 Solo ....................................................................... .........................................34
4.1.2 Areia Descartada de Fundição (ADF) e mistura de solo+ADF ........................ 35
4.1.3 Resíduos Orgânicos ....................................................................................... 37
4.2 Métodos ................................................................................................................. 38
4.2.1 ETAPA 1 – Montagem dos sistemas ............................................................... 38
4.2.1.1 Difração de Raios X (DRX) e Fluorescência de Raio X (FRX) ..................... 43
4.2.2 ETAPA 2 – Monitoramento dos sistemas........................................................ 43
4.2.2.1 Análises físico químicas dos lixiviados ........................................................ 44
4.2.2.2 Caracterização física .................................................................................. 46
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................... 48
5.1 Difração de Raios X (DRX) e Fluorescência de Raio X (FRX) ............................... 48
5.2 Caracterização Física ............................................................................................ 52
5.3 Índices Físicos Iniciais ........................................................................................... 53
5.4 Caracterização Dos Resíduos Orgânicos............................................................... 54
5.5 Resultados da condutividade hidráulica saturada (kSAT) ......................................... 55
5.6 Resultados das análises físico químicas realizadas nas amostras de lixiviado ....... 58
5.6.1 Resultados das análises físico químicas da primeira fase realizadas nas
amostras de lixiviado .................................................................................................... 58
5.6.2 Segunda Fase de operação ........................................................................... 73
6 CONCLUSÕES ............................................................................................... 89
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 90
13

1 INTRODUÇÃO

Considerando a Política Nacional de Resíduos Sólidos e a necessidade do


desenvolvimento sustentável, é imprescindível repensar os sistemas produtivos de
forma a gerar menos resíduos e rejeitos. Entretanto, há situações que tal geração é
compulsória, o que infere aos setores produtivos e à própria sociedade promover
reutilização funcional dos resíduos.
Dentre os principais setores produtivos e geradores de resíduos sólidos,
destacam-se as indústrias de fundição, que utilizam areia quartzosa como molde de
peças metálicas. Mas este material, após alguns ciclos de utilização, perde suas
características iniciais e é descartado em aterros sanitários próprios ou particulares,
sendo identificado como um resíduo sólido (areia descartada de fundição - ADF)
(ABIFA, 2014; BNDES, 2011).
Com este cenário, alguns pesquisadores identificaram que este resíduo
pode ser aproveitado em outros setores produtivos, por exemplo, na construção civil.
Tais estudos envolveram aplicações em matrizes cimentícias (artefatos de concreto,
argamassas e concretos) e obras geotécnicas (base para tubulações, pavimentação,
barragens e aterros sanitários) (DOMINGUES et al., 2018; OLIVEIRA, 2016;
DOMINGUES e FERREIRA, 2015).
Sobre as aplicações geotécnicas, destaca-se a possibilidade de utilização da
ADF como material de cobertura das camadas de resíduos sólidos dispostas
diariamente em aterros sanitários. Este tipo de aplicação é muito promissor devido ao
volume de material necessário para a cobertura diária destes resíduos, compatível com
o volume de ADF gerado. Além disso, o resíduo ADF já é depositado em aterros
sanitários, o que torna este material funcional dentro da estrutura de um aterro sanitário,
trazendo economia em relação ao transporte. Isso poderia ocorrer porque o resíduo se
tornaria um material funcional dentro da estrutura de um aterro sanitário, havendo
economias principalmente em relação ao transporte.
Entretanto, para tal aplicação é imprescindível atentar-se às leis e normas
de construção e operação dos aterros sanitários, bem como aos princípios da
engenharia geotécnica. Um dos principais parâmetros que devem ser considerados
durante a vida útil de um aterro é a condutividade hidráulica dos materiais que o
compõem e do maciço como um todo, devido a percolação de líquidos dentro do
maciço e formação dos lixiviados (chorume).
14

Sendo assim este trabalho determinou a interferência da ADF na


condutividade hidráulica saturada dos sistemas compostos por camadas de resíduos
orgânicos e mistura de solo + areia descartada de fundição para verificar a viabilidade
da aplicação deste resíduo como camada de coberturas intermediárias de resíduos
sólidos urbanos em aterros sanitários. Também foram realizadas análises físico
químicas que auxiliaram no entendimento da variação da condutividade hidráulica ao
longo do tempo de monitoramento.
15

2 OBJETIVOS

O objetivo principal desta pesquisa foi determinar a interferência da ADF


na a condutividade hidráulica saturada do sistema composto por camadas de resíduos
orgânicos e de mistura de solo+70%ADF denominado P2.

Objetivos Secundários

a) Determinar a influência da mistura de solo+70%ADF em relação às


propriedades hidráulicas, físicas, químicas do sistema P2, comparando-
as àquelas obtidas no sistema denominado P1 (composto por camadas
de resíduos orgânicos e de solo);
b) Determinar os principais parâmetros físico químicos dos lixiviados
gerados e percolados pelos dois sistemas (P1 e P2), para auxiliar no
entendimento da variação da condutividade hidráulica do sistema em
função do tempo de operação;
c) Verificar viabilidade de estabilização do solo para ser utilizado como
cobertura intermediária de resíduos sólidos em aterros sanitários.
16

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Indústria de fundição

A indústria de fundição é fundamental para a economia brasileira e mundial,


setor responsável por aproximadamente 60 mil empregos diretos, o que gera renda e
desenvolvimento para diversos países (CASOTTI et a.., 2011). Quase 85% da
produção mundial de fundidos está concentrada em 10 países conforme observado
na Figura 1 (CASOTTI et al., 2011).

FIGURA 1 – Quantidade de areia descartada de fundição em diferentes países

Fonte: AFS, 2014.

O processo de fundição iniciou-se desde 10.000 anos A.C., quando,


provavelmente, o cobre foi o primeiro metal a ser fundido devido ao seu baixo ponto
de fusão. No Brasil, a fundição teve início no período da imigração devido a
necessidade de confecção de instrumentos de trabalho utilizados na lavoura. Em
seguida, as oficinas metalúrgicas brasileiras surgiram em função das construções das
primeiras ferrovias e portos (BETHELL, 2002).
O processo de fundição se intensificou com a indústria automobilística e
construção de Brasília na década de 50, ganhando papel importante no
17

desenvolvimento do Brasil. Na década de 70 devido aos altos investimentos em


infraestrutura, a produção de fundidos aumentou de 700 mil toneladas para 1,8 milhão
de toneladas em 10 anos (CASOTTI et al. 2011).
De forma técnica, a fundição pode ser definida como fundir e refinar os
insumos metálicos e despejá-los, seja por gravidade, vácuo, centrifugação ou
pressão, em moldes, obtendo-se então peças metálicas brutas (SILVA e GIL, 2009).
Todo o processo pode ser resumido nas seguintes etapas: modelar, moldar, obter
aglomerados de areia e resina (macharia), fundir, vazar, desmoldar e rebarbar
(SCHEUNEMANN, 2005; COUTINHO NETO, 2004).
As indústrias de fundição utilizam em seus processos materiais reciclados,
principalmente sucatas, mas por outro lado geram vários tipos de resíduos que podem
apresentar impactos ambientais, por exemplo, as escórias, areia de moldagem e
particulados em suspensão (FAGUNDES et al., 2009; DANTAS, 2003). Segundo
CASOTTI et al. (2011) os processos de fundição podem ser definidos em função das
características das peças que serão moldadas.
Os moldes não metálicos utilizam areia quartzosa durante os processos de
fundição de metais, para a confecção dos moldes e peças machos, classificados como
“areia verde” ou ligadas quimicamente, quando recebem adição de resinas. O
processo areia verde utiliza basicamente sílica e bentonita (tipo de argila) como
ligante. Este material é mantido no processo até não apresentar alterações
granulométricas e/ou instabilidade dimensional devido a exposição às altas
temperaturas, além de não conter elementos voláteis e apresentar pH dentro da faixa
dos ligantes adicionados (SCHEUNEMANN, 2005).
O resíduo proveniente do processo chamado “areia verde” geralmente é
classificado como II-A (não perigoso e não inerte) conforme ABNT NBR 10004/2004.
Já as areias que recebem adições para obter características específicas como
maleabilidade, coesão, resistência à compressão e tração e permeabilidade são
denominadas areias ligadas quimicamente. Tais adições podem ser inorgânicas
(cimento Portland, argila), orgânicas (resinas) mistas ou catalisadoras (SOARES et
al., 2010). Geralmente, o processo cujo molde leva areias ligadas quimicamente é
utilizado na confecção de peças maiores e com mais detalhes de acabamento.
18

3.2 Areia descartada de fundição

Após alguns ciclos de utilização, dependendo das propriedades,


quantidade, tipo de aglutinantes e aditivos inseridos, a areia perde suas características
iniciais, sendo inutilizada para o processo de fundição. Assim, deve ser descartada
corretamente em aterros sanitários, sendo identificada como areia descartada de
fundição (ADF) (ABIFA, 2014; BNDES, 2011). Tal resíduo pode ser recuperado,
retornando-o ao sistema produtivo, o que consiste em devolver à ADF suas
características iniciais. Entretanto, são necessários estudos para verificar a viabilidade
econômica para a recuperação do resíduo. Sendo assim, a utilização da ADF em
outros setores produtivos apresenta maior facilidade, por exemplo, na construção civil
(ALVES, 2012). Tais aplicações podem ser em matrizes cimentícias, misturas
asfálticas e estabilização de solos para camadas estruturais de pavimentos e para
cobertura de resíduos sólidos em aterros sanitários.
Quando os lotes de ADF são oriundos de processos sem adição de resinas
(areia verde), podem ser classificados como II-A (resíduo não perigoso e não inerte)
conforme ABNT NBR 10004/2004, o que também facilita a utilização deste tipo de
ADF devido riscos mínimos de contaminação do ambiente. No Brasil são geradas 3
milhões de toneladas anuais de areia descartada de fundição (ABIFA, 2014; AFS,
2014). No âmbito internacional se destacam a China, EUA e Índia, que geram 45,5;
12,5 e 10 milhões de toneladas por ano de ADF, respectivamente, conforme pode ser
observado na Figura 1 (AFS, 2014).
A utilização da ADF como matéria-prima de outros setores produtivos está
de acordo com as exigências da Política Nacional de Resíduos Sólidos (BRASIL,
2010). A gestão compartilhada dos resíduos, preconizada por esta política, exige
procedimentos de reutilização, reciclagem e disposição final ambientalmente
adequada. Além disso, indica a adoção, desenvolvimento e aprimoramento de
tecnologias limpas para minimizar impactos ambientais.
Pesquisadores verificaram que a ADF é um tipo de resíduo sólido que pode
ser aplicado em diversos setores produtivos, principalmente na construção civil
(OLIVEIRA, 2016; DOMINGUES E FERREIRA, 2015; FERREIRA et al., 2014;
KLINSKY et al., 2014; MASTELLA et al., 2014; BRANDÃO, 2011; COUTINHO NETO,
2004; BONIN, 1995).
Alguns autores confirmaram a viabilidade técnica da utilização da ADF
19

como agregado miúdo em matrizes cimentícias (PINTO, 2013; SIDDIQUE e DHANOA,


2013; COSTA et al., 2011). Assim como pesquisas relacionadas à sua aplicação em
misturas asfálticas e na estabilização de solos para camadas estruturais de
pavimentos e para cobertura de resíduos em aterros sanitários (NABHANI et al., 2013;
KLINSKY et al., 2012; KLINSKY E FABRI, 2008; BAKIS et al., 2006; GUNEY et al.,
2006 E KIRK, 1998).
Entre as principais aplicações já estudadas, destaca-se a estabilização de
solos com ADF para a utilização como cobertura de resíduos em aterros sanitários. Este
tipo de aplicação é interessante haja vista que a ADF já é disponibilizada em aterros
sanitários, além do grande volume descartado deste resíduo. As justificativas para este
tipo de aplicação vão desde a funcionalidade atribuída ao resíduo até o aumento da
vida útil dos aterros sanitários (CACIATORI et al., 2017; FERREIRA et al., 2014;
DAYTON et al., 2009; MGANGIRA, 2006). Mas para validar esta proposta, vale ressaltar
que a viabilidade depende de parâmetros técnicos, ambientais e econômicos.
Parâmetros a serem considerados para validação do emprego da ADF
como material para cobertura de resíduos sólidos em aterros sanitários podem ser
observados nas normas brasileiras regulamentadoras, tais como NBR 15702/2009 e
NBR 15984/2011. A NBR15702/2009 traz diretrizes para aplicação da ADF em asfalto
e em aterros sanitários e a NBR15984/2011 estabelece procedimentos quanto ao
processamento, armazenamento e destinação da areia descartada de fundição.

3.3 Uso da ADF em aterros sanitários

Segundo a ABNT NBR 8419 (1996), que trata sobre apresentação de


projetos de aterros sanitários e, aterro sanitário é:

Técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, sem


causar danos à saúde pública e à sua segurança, minimizando os
impactos ambientais, método este que utiliza princípios de engenharia
para confinar os resíduos sólidos à menor área possível e reduzi-los
ao menor volume permissível, cobrindo-os com uma camada de terra
na conclusão de cada jornada de trabalho, ou em intervalos menores,
se necessário (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS, 1996 p. 1).

Além disso, a área destinada ao aterro sanitário deve ser escolhida segundo
fatores ambientais, físicos e sobre a estimativa da vida útil de operação (IPT/CEMPRE,
20

2010; FERREIRA, 2010; BOSCOV, 2008). Os projetos e operação dos aterros


sanitários devem ser desenvolvidos com o objetivo principal de controlar emissão de
contaminantes e impedir possíveis contaminações da água e do solo (BOSCOV, 2008).
No entanto em alguns países não há um sistema para coleta do lixiviado ou para impedir
que este contamine a água e o solo (KUMAR e ALAPPAT, 2005). Este tipo de estrutura
geotécnica deve abranger critérios técnicos da engenharia (hidráulica, estabilidade,
resistência mecânica) com controle ambiental (VAN, 2007).
A concentração das pessoas nas áreas urbanas resultou em aumento de
10 vezes na quantidade de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) gerados (HOORNWEG
e BHADA-TADA, 2013). Estima-se que até 2025 a produção global de RSU atinja 2,2
bilhões de toneladas por ano (HOORNWEG BHADA-TADA, 2012). Há uma estimativa
de que cada pessoa, em diferentes partes do mundo, produza de 0,5 a 4,5 kg de RSU
por dia (BAKARE et al., 2005). Considerando esta quantidade crítica e que os aterros
sanitários são, na maioria das vezes, o principal destino dos RSU, é necessário que
estes apresentem gestão eficiente, considerando técnicas vigentes. Outro aspecto
importante em um aterro sanitário é que este seja sustentável, para tal, pode-se, entre
outras medidas, reutilizar materiais para as camadas de coberturas intermediárias,
poupando extração de recurso natural (solo).
A utilização de ADF, oriunda do processo areia verde, como material para
coberturas mostrou-se satisfatória de acordo com algumas pesquisas já realizadas
(DOMINGUES e FERREIRA, 2015; QUISSINI, 2014). Diariamente, ou em intervalos
menores, conforme demanda do aterro, após a disposição dos resíduos, estes
recebem coberturas intermediárias. Tal ação evita o contato dos resíduos com meio
ambiente, impede vetores e minimiza a percolação da água da chuva no maciço. As
coberturas intermediárias são necessárias para evitar vetores e espalhamento da
parte leve do resíduo pelo vento, bem como para diminuir a geração de odores
(BOSCOV, 2008). A cobertura também tem a função de isolar os resíduos do meio
ambiente, controlar entrada e saída de gases e limitar a quantidade de água a ser
infiltrada no maciço, proporcionando um controle do volume de lixiviados (BOSCOV,
2008; DANTAS, 2007).
Necessita-se de grande volume de material para cobertura, podendo ser
empregado solos ou outros materiais disponíveis no aterro sanitário ou proximidades.
Atualmente, há uma tendência em utilizar resíduos dispostos no próprio aterro,
evitando extração de recursos naturais, consequentemente, aumentando a vida útil
21

dos aterros.
Frente a esta tendência, considerando vantagens econômicas e
ambientais, a areia descartada de fundição (ADF) pode ser aplicada em aterros
sanitários como matéria prima para a cobertura dos resíduos sólidos, e por então fazer
parte do aterro sanitário é necessário que seu emprego atenda normas que
regulamentam o projeto, operação e monitoramento dos aterros sanitários (AFS,
2014; NBR 15984/2011; NBR 15702/2009; CETESB 152/2007; USEPA 542-F-03-
015:2003; ABNT NBR13896/1997 AFS, 1991), as quais visam a segurança, vida útil
e bom funcionamento.
Uma condição importante para a aplicação da ADF como cobertura de
resíduos é a sua classificação ambiental, segundo a ABNT NBR 10004 (2004). Além
de estar em conformidade com os parâmetros citados pela norma deve-se salientar
que há a necessidade de obedecer aos critérios dispostos pelos órgãos ambientais
de cada estado.
No estado de São Paulo deve-se atender aos requisitos da CETESB
(Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) definidos em alguns documentos. A
decisão 152/2007/C/E dispõe sobre os procedimentos para gerenciamento de areia
descartada de fundição e o procedimento técnico CETESB/L5.228 (2001) traz o
método de ensaio para o teste de toxicidade aguda utilizando a bactéria Spirillum
volutans. Em relação à aplicação desse resíduo em aterros sanitários têm-se o estudo
de Ganjian et al. (2004), que obtiveram resultados satisfatórios quanto a
permeabilidade e resistência mecânica durante análises sobre a aplicação de misturas
de ADF+solo para formação de barreiras de aterros de resíduos sólidos. A aplicação
de misturas de solo+ADF como cobertura diária promove melhor recirculação do
chorume (FIORE et al., 2014; GOMES et al. (2007).
A aplicação de ADF em coberturas intermediárias de resíduos sólidos em
aterros sanitários traz vantagens ambientais uma vez que promove redução de
extração de matéria prima, agregando valor a um resíduo que ao invés de ser
descartado passa a ser parte funcional do aterro sanitário. Traz também vantagens
econômicas e sociais, pois diminui custos com transportes, gera emprego, uma vez
que há necessidade de mão de obra especializada para caracterização da ADF bem
como para estabilização do solo e aplicação da mistura na cobertura de resíduos em
aterros sanitários.
Um dos parâmetros para viabilizar a utilização de ADF como material de
22

coberturas intermediárias de resíduos sólidos urbanos em aterros sanitários é a


condutividade hidráulica deste material, uma vez que influencia na estabilidade do
aterro sanitário.

3.4 Condutividade hidráulica

Os solos apresentam diversas propriedades, dentre elas está a


permeabilidade que é medida pelo coeficiente de permeabilidade (k), também
chamada de condutividade hidráulica. Este parâmetro, importante para o estudo da
percolação da água no solo, pode ser obtido pela Lei de Darcy (Equação 1).

EQUAÇÃO 1 - Lei de Darcy

Q
k 
iA
Onde:
k = Coeficiente de permeabilidade ou condutividade hidráulica (L/T)
Q = Vazão (L³/T)
i = gradiente hidráulico
A = Área da seção transversal do permeâmetro (L²)

A condutividade hidráulica saturada expressa o quão permeável é ou não


o maciço, sendo que quanto maior seu valor maior a quantidade de água que passará
pelos vazios. Há diversos fatores que o influenciam, como o índice de vazios, a
porosidade e a forma como os grãos de solos estão dispostos (compacidade e
microestrutura). Quando o maciço não está saturado, isto é, quando ainda há bolhas
de ar nos vazios, estes se comportam como obstáculos para o fluxo da água,
diminuindo o coeficiente de permeabilidade. Isto depende do peso específico e da
viscosidade, que varia com a temperatura (PINTO, 2000).
A condutividade hidráulica do material a ser utilizado, seja para construção
ou operação do aterro sanitário, deve ser parâmetro importante a ser considerado
para a escolha, especialmente quanto ao material que será utilizado para coberturas
de resíduos sólidos. Tal parâmetro influencia na estabilidade do aterro, uma vez que
a presença de água diminui a resistência do material.
Para planejamento, construção e operação de aterros sanitários é
23

imprescindível considerar a condutividade hidráulica do material utilizado para


construção e operação (REDDY et al., 2009). Para Bortolazzo (2010) é importante que
o material de cobertura de resíduos apresente baixa condutividade hidráulica,
diminuindo a geração de lixiviados e aumentando a estabilidade do aterro sanitário.
Ao estudar o fluxo de água em coberturas de aterros sanitários, Souza et
al. (2015) concluíram que a condutividade hidráulica influencia diretamente os
processos hidrológicos do aterro sanitário. Além disso, a permeabilidade ou
condutividade hidráulica dos RSU também influenciam no desempenho do aterro
sanitário e, consequentemente, na estabilidade e assentamento (MIGUEL et a.., 2018;
QUISSINI, 2014).
Segundo as normas NBR 13896 (1997) e USEPA 542-5-03-015 (2003) o
material empregado na construção das coberturas de fundo e cobertura de aterro
sanitário devem apresentar baixo coeficiente de permeabilidade (máximo de 10-6cm∙s-
1
). A ocorrência de recalques (deslocamentos verticais) quando a altura e volume do
maciço são modificados ocorre devido a decomposição dos resíduos sólidos (DAI
PRÁ, 2018; DENARDIN, 2013). Esta decomposição, em conjunto com a umidade
própria dos resíduos e de águas de chuvas que percolam pelo maciço, formam o
lixiviado ou chorume (ALVES E BERTOLO, 2012; FERREIRA, 2010; GUTIERREZ,
2010; RENOU et al., 2008; BIDONE, 2007; PEDROSO, 2007; MORAVIA, 2007;
CARVALHO et al., 2006; KJELDSEN et al., 2002; LIEHR et al., 2000; LO, 1996).
A definição do lixiviado, segundo ABNT NBR 15849 (2010) é “líquido
resultante da infiltração de águas pluviais no maciço de resíduos, da umidade dos
resíduos e da água de constituição de resíduos orgânicos liberada durante sua
decomposição no corpo do aterro sanitário”. Entretanto, não há especificações
definidas para a condutividade hidráulica (k) das coberturas diárias ou intermediárias,
que apresentam as funções de evitar a proliferação de vetores e controlar a geração
e fluxo do lixiviado produzido durante a operação e monitoramento dos aterros
(PIMENTEL, 2012).
As funções principais das camadas de coberturas diárias ou intermediárias
são diminuir infiltração da água da chuva no maciço, evitar espalhamento dos RSU
pelo vento, auxiliar na minimização da emanação de odores, impedir contato de aves
e vetores, além de facilitar o acesso de veículos e minimizar o impacto visual
(PIMENTEL, 2012). A impermeabilização de tais camadas pode gerar bolsões de
lixiviado e desestabilizar o maciço de RSU, podendo até ocasionar rupturas. Logo, tais
24

camadas não devem ser tão impermeáveis como a camada de fundo, porém, devem
apresentar condutividade hidráulica que permita a percolação do lixiviado e da água
da chuva que infiltrou pelo maciço.

3.5 Decomposição dos resíduos sólidos e geração de lixiviados em


aterros sanitários

O material geralmente empregado para coberturas intermediárias de


resíduos sólidos em aterros sanitários, o solo, é a principal fonte de micro-organismos
que decompõem biologicamente a parte biodegradável do resíduo sólido
(SAWAMURA et al., 2010; PEDROSO, 2007). A presença de micro-organismos é
responsável pela biodegradação dos resíduos sólidos em um aterro sanitário devido
aos processos biológicos aeróbios e, predominantemente, anaeróbios, uma vez que
há pouco ou nenhum oxigênio no interior do maciço (TADA et al., 2013). Logo a
combinação de processos físico químicos, químicos e biológicos degradam os RSU
no interior dos aterros sanitários (ALVES e BERTOLLO, 2012). As fases de
degradação para RSU podem ser observadas na Figura 2.

TABELA 1 - Fases de degradação dos RSU em aterros sanitários

1ª FASE 2ª FASE 3ª FASE 4ª FASE 5ª FASE


(Fase Inicial) (Fase de (Formação (Fermentação (Maturação
Transição) ácida) Metanogênica) Final)
25

Produtos
Capacidade
Aterramento Os ácidos intermediários que
de retenção Estabilização
dos resíduos graxos voláteis aparecem na fase
em água dos dos
nas células e (AGVs) se ácida são
resíduos é componentes
início do tornam transformados em
ultrapassada e orgânicos
acúmulo de preponderantes metano e dióxido
inicia-se a disponíveis;
umidade; nos lixiviados; de carbono em
formação de
excesso;
lixiviados;
Passagem de
Diminuição do
Compactação condições Crescimento do pH
pH se produz Concentração
inicial dos aeróbias para a valores mais
com de nutrientes
resíduos e anaeróbias. O elevados,
mobilização e inicialmente
fechamento aceptor de controlado pela
possível elevados se
das células elétron passa capacidade
complexação tornam
do aterro; do O2 para os tampão do
de espécies limitantes;
nitratos e sistema;
metálicas;
sulfatos;
Detecção das
primeiras Potencial de óxido-
Concentrações Consumo de Produção de
mudanças redução se
de metabólitos N2 e fósforo (P) gases entra
dos encontra em
intermediários para o em queda
diferentes valores baixos e
(AGVs) crescimento acentuada e,
parâmetros consumo
surgem nos dos micro- em seguida,
de importante de
lixiviados; organismos; cessa;
degradação nutrientes;
dos resíduos.
O2 e espécies
Tendências Detecção de H2 oxidadas
Fenômenos de
perceptíveis e influência na reaparecem
complexação e
de instalação natureza dos lentamente e
precipitação de
de condições produtos um aumento
metais continuam
redutoras no intermediários do potencial
a ocorrer;
meio formados redox é
observado;
Matérias
orgânicas
Carga orgânica
resistentes a
dos lixiviados
biodegradação
decresce e a
são
produção de gases
convertidas
aumenta
em moléculas
proporcionalmente.
como ácidos
húmicos.

Fonte: Brito Filho, 2005.

O processo se inicia com os micro-organismos aeróbios e alta liberação de


calor (bactérias fermentativas). Devido à escassez do oxigênio nesta etapa, inicia-se a
decomposição pelas bactérias acetogênicas, que por meio da hidrólise, convertem o
material orgânico particulado em dissolvido (SIMÕES e CATAPRETA, 2013). Na fase
26

fermentativa há redução do pH e geração de amônia, já na fase acetogênica os


compostos orgânicos são consumidos pelos organismos que não necessitam de
oxigênio, com isto há aumento do pH e consumo de ácidos orgânicos voláteis.
Para melhorar a biodegradação dos RSU são indicadas algumas medidas
como a compactação, controle de umidade, temperatura e pH. Além disso, adotar a
recirculação do lixiviado (REINHART et al., 2002; VALENCIA et al., 2009; WARITH,
2002). O lixiviado, proveniente da decomposição dos resíduos sólidos é um efluente
com alto potencial de contaminação, principalmente pela presença de material
orgânico e metais pesados (LUO et al., 2015; LA FARRE, 2008; BARROS, 2004;), o
qual exige caracterização, armazenamento e tratamentos específicos (ALVAREZ-
VAZQUEZ et al., 2004).
O volume e qualidade do lixiviado (chorume) dependem das condições
climáticas (temperatura, pluviosidade e evapotranspiração), juntamente com o líquido
resultante da biodegradação da matéria orgânica (IPT/CEMPRE, 2000). Como
exemplo, pode-se citar a compactação dos resíduos sólidos, que diminui o seu volume
e a migração de líquidos pelo maciço, resultando na redução do volume de lixiviado.
A geração do lixiviado também depende da umidade dos resíduos dispostos e da
interação entre líquidos presentes no maciço e no ambiente externo (FLECK, 2003).
Com isso verifica-se que o principal fator de influência na geração do lixiviado é o
clima, ou seja, as altas temperaturas aceleram o processo de biodegradação e as
precipitações pluviométricas (infiltração, escoamento superficial e evapotranspiração)
contribuem com a interação entre o líquido presente no maciço e a água do ambiente
externo (FERREIRA, 2010; BIDONE, 2007).
Considerando os problemas que o lixiviado pode trazer ao ambiente em
relação às contaminações (água e solo) e prejuízos à saúde pública, os aterros
sanitários devem ser projetados e operados com objetivo de reduzir ao máximo a
formação deste passivo ambiental, bem como a emissão de gases poluentes
provenientes do processo de decomposição dos resíduos sólidos dispostos (FIORE
et al., 2014; GIBBONS et al., 2014; HOLDEN e NASH, 2014; MIGUEL et al., 2012;
BOSCOV, 2008; GOMES et al., 2007 E RUSSO, 2005;).
Portanto, o monitoramento dos lixiviados é muito importante, pois pode
trazer informações sobre a estabilização dos resíduos e possíveis contaminações. O
comportamento do lixiviado é variável ao longo do tempo e sua caracterização pode
prever tal variabilidade (LANGE et al., 2006). O tratamento convencional ex-situ de
27

lixiviado de aterros sanitários abrange tecnologias aeróbias e anaeróbias bem como


precipitação química e/ou oxidação (ALVAREZ-VAZQUEZ et al., 2004).
Além disso, o controle de drenagem dos lixiviados influencia diretamente
nas pressões neutras e estabilidade geotécnica do maciço. Os monitoramentos
geotécnicos, ou seja, o controle dos recalques, deslocamentos horizontais e controle
da vazão de lixiviados são importantes para garantir a estabilidade do aterro e vida
útil estimada (BOSCOV, 2008).
Os recalques são os principais problemas na operação dos aterros
sanitários, pois interferem no volume e podem danificar a cobertura final e sistema de
drenagem (JUCÁ, 2003 e MOREDA, 2000). Para estudar recalques em aterros
sanitários utilizam-se parâmetros da geotecnia convencional (índice de vazios, altura
das camadas, coeficiente de adensamento). Entretanto, estes parâmetros não são
suficientes para explicar as particularidades que ocorrem em aterros sanitários,
principalmente devido à biodegradação (JUCÁ 2003).
Segundo Paschoalin Filho (2002), muitos fatores podem interferir na
estabilidade dos taludes de aterros sanitários (variações de pressão, compactação
dos resíduos após disposição, teor de umidade e permeabilidade). A condutividade
hidráulica ou permeabilidade das coberturas intermediárias e final influenciam
diretamente na vazão e velocidade de transporte de fluidos pelo maciço. Em conjunto
está o teor de umidade dos resíduos, que influencia na sua decomposição e no
transporte de nutrientes pelo maciço, possibilitando o crescimento de micro-
organismos (QUISSINI, 2014).
Segundo Andrade (2016) há outros fatores indiretos que podem interferir
nos processos de recalque em aterros sanitários com a composição gravimétrica do
maciço, que varia em função do perfil socioeconômico e cultural da população do
município ou região que utiliza aquele aterro sanitário. Portanto, tais diferenças
resultam na necessidade de monitoramentos distintos para cada situação.
Dentre os RSU dispostos nos aterros sanitários, o material orgânico é o
primeiro a se decompor, gerando gases e líquidos que serão lixiviados pelo maciço
(CALLE, 2007; SILVEIRA, 2004). O processo de degradação da matéria orgânica pode
ser aeróbio ou anaeróbio, ou seja, com formação de gases e lixiviados (RAGHAB,
MEGUID e HEGAZI, 2013; MAMEDE, 2013; CAMARGO, 2012; DILLENBURG, 2006;
CINTRA, 2003). O tempo de cada processo será determinado por diferentes fatores
como o teor de umidade e grau de compactação das camadas do aterro (BOSCOV,
28

2008; CALLE, 2007; OLIVEIRA, 2002; MARQUES, 2001). Entretanto, as fases de


degradação dos aterros variam muito, não apresentando um período específico que
identifique cada uma delas. Para identificar em qual fase um aterro se encontra é
necessário avaliar parâmetros referentes ao seu lixiviado, ou seja, conhecer as
características físico químicas deste líquido, que variam ao longo da vida útil dos aterros
sanitários (BHALLA et al., 2012; SLOMCZYNSKA e SLOMCZYNSKI, 2004).
A composição do lixiviado permite classificar o aterro sanitário em novo
ou estabilizado, considerando, entre outros, a relação entre DBO e DQO. Quando
esta relação é >0,5 o lixiviado é classificado como novo, pois há alta concentração
de material orgânico que ainda não foi degradado. Mas quando este valor for <0,5,
o lixiviado está estabilizado, isto é, parte da matéria orgânica já foi decomposta
(KJELDSEN et al., 2002). Ge et al. (2016) obtiveram relação DBO/DQO de 0,41 a
0,16 para biorreatores, indicando que aqueles cuja relação foi menor que 0,2 já estão
estabilizados.
Portanto, durante análises experimentais “in loco” ou em protótipos
representativos de um aterro sanitário, é necessário definir um cronograma de coleta
de amostras do lixiviado, representativas de cada fase de degradação dos resíduos
(O’DONNELL et al., 2018).
O estudo do processo de biodegradação de resíduos sólidos no aterro
sanitário (em campo) gera dados inconsistentes devido aos fatores interferentes, que
muitas vezes não são controláveis (WANG et al. 2013). Com isto, várias pesquisas
nesta área acabam por serem realizadas em escala experimental ou de protótipos
(FEI et al., 2016).
Várias pesquisas já foram desenvolvidas com o objetivo de estudar tais
processos de forma mais rápida, utilizando protótipos e técnicas que aceleram estes
processos de biodegradação, chamados de biorreatores ou reatores (MIGUEL et al.,
2018; CONTRERA et al., 2014; BENATTI et al., 2014; JIE et al., 2013; MORTATTI et
al., 2013; REDDY et al., 2009; POWRIE et al., 2008; LEITE, 2008; GOMES et al.,
2007; POWRIE et al., 2005 e DURMUSOGLU et al., 2006).

3.6 Fases de biodegradação dos RSU

A decomposição dos RSU ocorre nas seguintes fases:


29

 Fase I – Aeróbia: Fase inicial, nesta é feita a disposição, aterramento e


compactação dos resíduos, a umidade é acumulada (BRITO FILHO, 2005). Há
presença de oxigênio logo, a degradação ocorre em condições aeróbias
(CASTILHOS, 2006). Há aumento da temperatura, e o oxigênio é rapidamente
consumido gerando CO2 (KJELDSEN et al., 2002). O período desta fase é de
apenas alguns dias, uma vez que o RSU é coberto diariamente ou intervalos
menores, conforme necessidades do aterro sanitário, com isso o oxigênio é extinto
rapidamente (KJELDSEN et al., 2010).
 Fase II – Fase de transição: Início da formação do lixiviado, cerca de 70% do
volume de lixiviado é gerado nesta fase, pois, a capacidade de retenção em água
das RSU é ultrapassada. Apresentando ácidos orgânicos voláteis (AOV), pH ≤5 e
valores de DBO e DQO elevados (BRENNAN et al., 2016 e AUDIBERT, 2011).
Esta fase identifica a transição da fase aeróbia para a fase anaeróbia, ocorrendo
variações no potencial de oxirredução (-150 a – 300Mv). Também ocorre
redistribuição de nutrientes e micro-organismos pelo maciço devido a circulação
da água presente nos vazios (KJELDSEN et al., 2002).
 Fase III – Formação ácida: A degradação do resíduo orgânico ocorre na hidrólise
(BAREITHER et al., 2013). Há formação dos ácidos orgânicos voláteis pela
hidrólise e fermentação, como o pH é ácido e o lixiviado é quimicamente agressivo
e os compostos passam a ter maior solubilidade (KJELDSEN et al., 2002). Esta
fase apresenta altas concentrações de CO 2. Os ácidos presentes no lixiviado
sofrem dissolução com isto há aumento dos parâmetros DQO, DBO e
condutividade elétrica. Há consumo de N 2 e fosforo para crescimento dos
microrganismos. Para CHRISTENSEN et al. (2001) e MORAIS, 2005 a razão de
biodegradabilidade (DBO/DQO) dos lixiviados de aterros sanitários são
semelhantes aos valores encontrados para esgotos provenientes de municípios.
Esta relação, segundo KJELDSEN et al. (2002), é acima de 0,4.
 Fase IV – Fermentação metanogênica: Formação de gases que acarreta em
grande perda de material orgânico, nesta fase o período de atividade biológica é
mais intenso. Os valores de DBO caem devido ao fato de os ácidos voláteis serem
consumidos. A condutividade elétrica e DQO também decaem. A carga orgânica
dos lixiviados decresce, há aumento na produção de gases (BRITO FILHO, 2005),
as taxas de metano se intensificam (EL FADEL et al., 2002; CHRISTENSEN et al.,
2001). Os compostos recalcitrantes, de difícil degradação, ainda estão presentes
30

no resíduo. Os ácidos orgânicos voláteis controlam pH, a faixa ideal deste para
que ocorra a metanogênese é de 6,8 a 7,2 (WARITH, 2002). Para FEI et al. (2016)
a saturação dos RSU elimina nutrientes que são necessários para atividade
microbiana, e esta prática, bem como a recirculação de percolado aceleram o início
da fase metanogênica, o que causa rápida biodegradação dos RSU e gera metano.
Para Luo et al. (2013) baixos valores de pH também inibem a capacidade de micro-
organismos metanogênicos.
 Fase V – Maturação final: Estabilização da atividade biológica, pois, os nutrientes
que antes eram abundantes se tornam limitados (BRITO FILHO, 2005). Ocorre
depois que a matéria orgânica é convertida em CH4 e CO2 com o aumento no
potencial de oxirredução devido aos agentes oxidantes. Ácidos húmicos estão
presentes nos lixiviados uma vez que as matérias orgânicas são convertidas. A
produção de gases diminui e, em seguida cessa. O2 reaparece e pode haver
aumento do potencial redox.

A Figura 2 permite melhor entendimento das fases de degradação dos


RSU. O aterro sanitário continua a produzir lixiviado por cerca de 50 anos após
receber RSU (KJELDSEN et al., 2002), porém, com cor mais escura e odor menos
desagradável. O processo de degradação pode ser acelerado durante a fase
operacional do aterro sanitário.

3.7 Análises físico químicas para caracterização de lixiviados

As análises físico químicas são métodos utilizados na caracterização do


lixiviado que podem trazer informações que possibilitam identificar em qual fase de
biodegradação, em relação ao tempo, o resíduo está (ANGELIDAKI et al., 2004). Os
principais parâmetros envolvidos nestas análises são o pH, alcalinidade, temperatura
e presença de materiais orgânicos. MORTATTI (2013) e SOUZA (2005) relacionaram
as análises físico químicas com as fases de biodegradação em função do tempo e
identificaram as etapas acidogênica e acetogênica da biodegradação das amostras
de resíduos sólidos urbanos que estudaram.
O pH é um dos parâmetros mais utilizados pelos pesquisadores para
qualificar a fase de biodegradação que os resíduos de um aterro sanitário estão. A
Tabela 1 apresenta valores de pH obtidos em diversos trabalhos sobre o mesmo tema,
31

relacionados às fases de biodegradação.

TABELA 2 - Valores de pH relacionados à fase de biodegradação

pH Fase de Local Autor


biodegradação
6,9 a 8,2 Fermentação Bauru (Brasil) Segato et al. (2000)
metanogênica
8 Fase metanogênica Wysieka (Polônia) Kulikowska e Klimuk
(2008)
5,5 a 6 Fase ácida Campinas (Brasil) Benatti et al. (2014)
5 e 5,6 Fase ácida Campinas (Brasil) Mortatti (2013)
5,9 Fase ácida Paulínia (Brasil) Gomes et al. (2018)

Para MAHAPRATA (2011), a acidez do lixiviado pode ser explicada pela


presença dos ácidos carbônico, húmico, fúlvido e outros ácidos orgânicos. Já a
presença de bactérias fermentadoras de ácidos pode contribuir para a redução do pH
(SILVA et al., 2015). Portanto, lixiviados identificados como alcalino podem indicar que
houve estabilização dos resíduos do aterro (JORSTAD et al., 2004). Benatti et al.
(2013) e MORTATTI (2013) obtiveram pH na faixa de 5,5 a 6, considerando a mesma
idade de resíduos sólidos (80 dias), enquanto GOMES et al. (2018) obtiveram pH na
faixa de 5,9 a 7, para lixiviado proveniente de uma célula experimental de aterro
sanitário da região de Paulínia, SP.
A alcalinidade é resultado da presença de bicarbonatos, hidróxidos e
carbonatos (METCALF e EDDY, 2003). Representa a capacidade de neutralização
dos ácidos presentes por meio dos íons, com isto evita-se grandes variações de pH.
O valor de alcalinidade permite saber se há presença de amônia, pois esta aumenta
alcalinidade do lixiviado de aterros sanitários estando presente na forma de
bicarbonato de amônio (CONTRERA, 2008). As condições ácido-base devem estar
em equilíbrio para biodegradação da matéria orgânica, permitindo que os micro-
organismos exerçam suas funções. Os processos de biodegradação da matéria
orgânica produzem bicarbonato, este é o principal elemento da alcalinidade
(MAHAPATRA, 2011).
Para aterros brasileiros, cujo clima é tropical, a faixa mais provável de
32

alcalinidade é 750 a 7100 mgL-1 (SOUTO e POVINELLI, 2007). O lixiviado de uma


célula experimental de aterro sanitário com resíduos sólidos recém confinados, cerca
de 80 dias apresentou alcalinidade entre 12475 e 12225,5 mgL-1 (BENATTI et al.,
2013). Considerando a mesma idade de confinamento, GOMES et al. (2018) obteve
alcalinidade na faixa de 14000 mg CaCO 3L-1 e Mortatti (2013) apresentou valores
menores para lixiviado obtido em permeâmetro composto por RSU confinados (entre
4491 a 3742 mg CaCO3L-1).
A elevada atividade biológica converte nitrogênio orgânico em nitrogênio
amoniacal, a amônia é liberada dos RSU (KJELDSEN et al., 2010), sendo um
importante indicador de contaminação presente no chorume, identificado pelo odor
desagradável deste líquido (GIORDANO et al., 2002). Segundo Mukherjee et al.
(2015), o componente mais tóxico do lixiviado é o nitrogênio na forma amoniacal, pois
não é consumido pelos micro-organismos presentes neste líquido. A lixiviação é o
mecanismo capaz de diminuir a quantidade de amônia (KJELDSEN et at., 2010).
A condutividade elétrica do lixiviado permite entender sobre as fases em
que a matéria orgânica é estabilizada, pode variar com a temperatura ou tem,
substâncias dissolvidas em meio aquoso. Pode estar associada às fases do aterro
sanitário (POHLAND; HARPER, 1986). Para Maus; Costa e Righes (2009) o aumento
da condutividade elétrica está relacionado ao fato da matéria orgânica estar
mineralizada, ou seja a matéria orgânica passou a ser inorgânica aumentando a
concentração de íons. Tal parâmetro está relacionado ao pH, pois em meio ácido os
compostos inorgânicos sofrem maior dissolução. Já o aumento do pH diminui a
condutividade elétrica do lixiviado, uma vez que solubilidade dos compostos diminui.
A Demanda Química de Oxigênio (DQO) é a quantidade necessária de
oxigênio para oxidar quimicamente determinadas substâncias (SOUZA, 2005).
Permite determinar a quantidade de matéria orgânica que está presente no lixiviado,
porém não difere matéria orgânica biodegradável da inerte. A composição da DQO em
lixiviados é em função do tempo de disposição dos resíduos, quanto mais tempo disposto
menor será a DQO (ZIYANG et al., 2009). A evolução do processo de digestão anaeróbia
dos resíduos sólidos também contribui para diminuição nos valores de DQO
(CONTRERA et al., 2014). As faixas mais prováveis de DQO para lixiviados provenientes
de aterros sanitários são de 190 a 22300 mgO2/L, enquanto a DQO máxima é 80000
mgO2/L (SOUTO e POVINELLI, 2007).
A Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) é a quantidade de oxigênio que
33

os micro-organismos gastam para degradar os compostos carbonatos e nitrogenados


(ZANCHETTA, 2005; NASCIMENTO FILHO e MUHLEN, 2001). Com o consumo da
matéria orgânica de fácil degradação logo após aterramento dos resíduos sólidos
urbanos, a DBO tende a diminuir com passar do tempo de operação do aterro
sanitário. Quando os resíduos estão na fase metanogênica, restam apenas ácidos
fúlvicos e húmicos, difíceis de serem degradados, com isto a DBO diminui em um
ritmo maior quando comparada a DQO (BARLAZ e HAM, 1993).
As variáveis DBO e DQO indicam a biodegradabilidade do lixiviado, este
possui elevados valores destas variáveis. Altos valores da DBO indicam grande
quantidade de matéria orgânica e atividade biológica alta. O potencial redox indica a
facilidade com que substrato pode ser oxidado, a presença de oxigênio contribui para seu
aumento. Para KJELDSEN et al. (2002) e Barlaz et al. (2002) um aterro estabilizado deve
apresentar lixiviados com valores de DBO e relação DBO/DQO respectivamente menor
que 100 mgL-1 e abaixo de 0,1. Embora sejam indicadores insuficientes, são fortes
indicadores de que o aterro sanitário está estabilizado ou tendendo a isto.
Bhatt et al. (2017) estudaram diversos reatores com diferentes teores de
resíduos distintos e aqueles com resíduos alimentares apresentaram maiores
concentrações de DBO e DQO, dado que tal resíduo é o componente mais
biodegradável.
A biodegradabilidade se refere à facilidade ou não de degradação do
composto, quanto maior a biodegradabilidade, mais rápido é o processo de degradação
de tal material. A temperatura interfere no processo de biodegradação, sabe-se que
temperatura ideal para os micro-organismos é entre 30ºC e 50ºC, porém, a degradação
pode ocorrer também entre 15ºC e 65ºC (THIELE e ZEIKUS, 1988). A razão DBO/DQO
é indicativo da biodegradabilidade do lixiviado, que varia com o tempo (HAMADA, 1997).
Pode indicar a fase de decomposição e quanto mais alta essa razão, maior a
biodegradabilidade do efluente, porém se baixa, os micro-organismos não foram capazes
de consumir os compostos ali presentes (SOUTO, 2009).
Estes parâmetros são importantes para caracterização físico química do
lixiviado, proporcionando informações importantes quanto a biodegradação e são
utilizados por diversos autores. As interações físico químicas de lixiviados de RSU não
interferiram na condutividade hidráulica de misturas de silte e bentonita compactadas
(FRANCISCA e GLATSTEIN, 2010).
Aluko et al. (2003) caracterizaram os lixiviados de aterros sanitários da
34

cidade de Ibadan na Nigéria em períodos chuvosos e secos por meio das análises
físicos químicas já citadas. A partir destes resultados, os autores concluíram que os
lixiviados apresentaram maiores concentrações de poluentes nos períodos chuvosos,
quando comparados aos períodos com menor precipitação de chuvas.
O potencial de oxirredução (Eh) indica a presença ou ausência de oxigênio
(APHA / WWA / WEF, 2005). Além disso, este parâmetro pode qualificar a solubilidade
das substâncias presentes do lixiviado, ou seja, quando o Eh diminui, indica que as
substâncias insolúveis passaram a ser solúveis.

4 MATEIRAIS E MÉTODOS

Para o desenvolvimento dessa pesquisa, utilizou-se um sistema composto


por dois permeâmetros:

 Permeâmetro (P1): composto por camadas de resíduos orgânicos (cascas e


restos de frutas) e solo;
 Permeâmetro (P2): composto por camadas de resíduos orgânicos e misturas
de solo+ADF.

Os dois sistemas foram confeccionados com o objetivo de avaliar e


comparar os dois materiais utilizados como cobertura dos resíduos orgânicos (solo e
mistura de solo+ADF) quanto a condutividade hidráulica e qualidade do lixiviado
gerado. Ambos os sistemas foram saturados com água por meio de um reservatório
acoplado acima deles, cuja configuração pode ser observada no Tópico 2.1 (Figuras
7 e 8). Importante ressaltar que o sistema funcionou por um período aproximado de
11 meses e o monitoramento dos parâmetros do lixiviado e da condutividade
hidráulica se deram por 10 meses.

4.1 Materiais

4.1.1 Solo

A amostra de solo utilizado nas misturas com ADF, obtido no campus da


Faculdade de Tecnologia da Unicamp, foi classificado como laterítico argiloso. Este
35

solo foi definido devido a sua utilização em diversas pesquisas realizadas pelo Grupo
de Pesquisa que este trabalho está inserido. Além disso, apresenta características
granulares propicias para uso como material de cobertura de RSU em aterros
sanitários, necessitando apenas de estabilização granulométrica (RUSSO, 2005;
SOARES et al. 2010; BOSCOV, 2008; PRIM, 2003).
Após compactação do solo (Ensaio Proctor Normal), obteve-se os valores
de massa específica aparente seca máxima (ρdmax= 1,58g/cm³) e umidade ótima
(ωót=24,42%), conforme dados apresentados por Domingues (2015).

4.1.2 Areia Descartada de Fundição (ADF) e mistura de solo+ADF

A amostra de ADF utilizada nesta pesquisa foi fornecida por uma indústria
de fundição localizada na região sul do Brasil. O lote de ADF era oriundo do processo
de moldagem “areia verde” (livre de resinas orgânicas), sendo classificado como
Resíduo Sólido II-A (resíduo não perigoso e não inerte), conforme ABNT NBR
10004:2004 (Tabela 2).
A mistura de solo+ADF utilizada como material de cobertura do sistema P2
(Permeâmetro composto por camadas de resíduos orgânicos e mistura de solo+DF)
é composta por 30% de solo e 70% de ADF. Este teor de ADF foi definido em função
do coeficiente de permeabilidade (k= 10 -6 cm/s), e dos resultados obtidos pelo ensaio
de Proctor normal (massa específica aparente seca = 1,93g/cm³ e umidade ótima de
9,82%) obtidos por Domingues e Ferreira (2015). Esta mistura também foi classificada
conforme NBR 10004:2004, cujos resultados estão disponíveis na Tabela 2.
36

TABELA 3 - Resultados dos ensaios da Classificação Ambiental, conforme requisitos da


ABNT NBR 10004:2004, obtidos para a amostra de ADF e mistura de 30%solo+70%ADF

NBR 10004:2004 – Massa Bruta (mg/kg)


Parâmetros LQ* ADF Solo+70%ADF VMP** NBR
pH (Suspensão 1:1) 0-14 9,9 7,5 2,0 - 12,5
Sulfeto (como H2S) 1 <1 <1 500
Cianeto (como HCN) 0,1 <0,1 0,3 250
NBR 10005:2004 – Extrato Lixiviado (mg·L ) -1

Parâmetros LQ* ADF Solo+70% ADF VMP** NBR


Bário 0,01 1,8 0,181 70,0
Chumbo 0,01 <0,01 0,265 1,0
Cromo 0,00005 0,067 0,015 5,0
Prata 0,01 <0,01 <0,01 5,0
Selênio 0,008 <0,008 <0,008 1,0
NBR 10006:2004 – Extrato Solubilizado (mg·L ) -1

Parâmetros LQ* ADF Solo+70%ADF VMP** NBR


Cloreto 1,0 16,1 3,9 250
Nitrato (N) 0,2 1,0 0,2 10
Sulfato 1,0 57,4 48,5 250
Alumínio 0,01 0,499 1,1 0,2
Bário 0,01 0,029 <0,01 0,07
Cádmio 0,001 <0,001 <0,001 0,005
Cianeto 0,05 <0,05 <0,05 0,07
Cobre 0,005 <0,005 <0,001 2,0
Ferro 0,01 0,270 0,927 0,3
Prata 0,01 <0,01 <0,01 0,05
Sódio 0,5 52,6 34,4 200
Surfactantes (LAS) 0,1 0,17 0,52 0,5
Zinco 0,01 <0,01 0,033 5,0

Legenda:
LQ*: Limite de Quantificação da Amostra (LQ = LQM x fator de preparo da amostra x correção base seca,
quando aplicável); VMP**: Valores Máximos Permitidos pela Norma ABNT NBR 10004:2004; Un. = Unidade;
Qtd. = Quantidade.

Fonte: Domingues, 2015.


37

4.1.3 Resíduos Orgânicos

Os resíduos utilizados para compor as camadas de resíduos orgânicos do


sistema eram compostos por cascas e sobras de frutas coletadas no restaurante
universitário da FT/UNICAMP por um período de 15 dias (Figuras 2 a 5). Este resíduo
foi escolhido em função da facilidade de obtenção e por atender a proposta desta
pesquisa, ou seja, utilizar material orgânico com fácil biodegradação. Para evitar a
biodegradação antes da montagem dos sistemas P1 e P2, os resíduos ficaram
armazenados em refrigerador até a obtenção da quantidade necessária, resultando
em aproximadamente 38 kg de cascas e sobras de frutas.
Em seguida, os resíduos orgânicos foram picados a faca e misturados
para se obter um material homogêneo (Figura 6) e foram determinados teor de
umidade e massa específica aparente a partir das Equações 2 e 3. Deve-se salientar
que para a determinação do teor de umidade a amostra foi mantida em estufa a
60ºC (para evitar a queima da parte sólida do resíduo) até a obtenção da massa
seca constante, considerando três amostras.

EQUAÇÃO 2 – Teor de umidade

𝑀𝑤
ω= × 100
𝑀𝑠

Onde: ω= Teor de umidade (%);𝑀𝑤= Massa da água e 𝑀𝑠= Massa seca da


amostra de resíduo orgânico

EQUAÇÃO 3 – Massa específica aparente

𝑀
ρ=
𝑉
Onde ρ=Massa especifica aparente; 𝑀= Massa total da amostra de resíduo
orgânico; 𝑉= Volume.
38

FIGURA 2 – Cascas de bananas, antes e FIGURA 3 – Cascas de laranjas, antes e


depois de picadas depois de picadas

Fonte: Autoria própria (2017). Fonte: Autoria própria (2017).

FIGURA 4 – Cascas de mamões, antes e FIGURA 5 – Cascas de melões, antes e


depois de picadas depois de picadas

Fonte: Autoria própria (2017). Fonte: Autoria própria (2017).


38

FIGURA 6 – Cascas de frutas picadas e misturadas

Fonte: Autoria própria (2017).

4.2 Métodos

4.2.1 ETAPA 1 – Montagem dos sistemas

Conforme descrito anteriormente, esta pesquisa apresenta etapas


experimentais desenvolvidas em dois sistemas compostos por camadas de resíduos
orgânicos, solo argiloso e de mistura de 30%solo+70%ADF. Estes sistemas foram
confeccionados no interior de dois permeâmetros de grandes dimensões:

 Permeâmetro 1 (P1): camadas de resíduos orgânicos e solo argiloso;


 Permeâmetro 2 (P2): camadas de resíduos orgânicos e mistura de
30%solo+70%ADF.

Os permeâmetros de grandes dimensões, considerados para esta


pesquisa e utilizados por MORTATTI (2014), foram confeccionados em tubos de PVC
de 30cm de diâmetro e foram instalados no Laboratório de Protótipos (LabPro) da
Faculdade de Engenharia Civil, UNICAMP. Os acessórios utilizados para a montagem
dos sistemas foram:

 Base e tampa de acrílico: foram confeccionadas com material acrílico, as


quais foram fixadas com anéis “O-ring” e silicone. Estes materiais foram
39

escolhidos com o objetivo de evitar reações químicas com os resíduos


orgânicos, solo e ADF, o que poderia alterar as características do lixiviado;
 Varões metálicos: foram utilizados 6 varões metálicos com rosca para cada
sistema, com o objetivo de fixação e distribuição das pressões sobre a base de
cada permeâmetro;
 Registros: foram adaptados dois registros em cada permeâmetro, sendo que
um deles no topo e o outro na base com as funções de saturação e coleta do
lixiviado, respectivamente;
 Saídas laterais (espigões): em cada sistema foram instalados 5 espigões, os
quais estão localizados nas laterais de cada tubo de PVC. Estas saídas têm o
objetivo de ligar as mangueiras de silicone ao sistema, sendo utilizadas para
obter as cargas piezométricas durante o monitoramento dos sistemas, e
posteriores cálculos da condutividade hidráulica. Vale ressaltar que a
localização de cada espigão correspondeu à cada camada do sistema
(resíduos orgânicos, solo ou mistura de 30%solo+70%ADF);
 Suporte metálico: estrutura metálica (cantoneiras de ferro) construída para
servir de base aos permeâmetros e possibilitar uma distância de 30cm entre a
base e o piso do laboratório;
 Reservatório de água: bombona de plástico rígido (capacidade de 50 l)
instalada na parte superior do sistema, com o objetivo de abastecer os
permeâmetros durante a saturação e monitoramento semanal;
 Painel piezométrico: painel de madeira com escala graduada (2,25 m) e
mangueiras de silicone acopladas, utilizado durante a determinação da
variação piezométrica, obtida para o cálculo da condutividade hidráulica.

Para evitar problemas relacionados à turbulência (topo dos sistemas) e


percolação da água com sedimentos que compunham as camadas de resíduos
orgânicos, solo e mistura de 30%solo+70%ADF, foram colocadas camadas de 5 cm
de altura de brita número zero no topo e base de cada permeâmetro. Na base também
foi adicionada uma manta geotêxtil para evitar possível obstrução do registro. As
Figuras 7 e 8 representam esquematicamente (sem escala) os sistemas descritos nos
itens anteriores e uma foto tirada “in loco”, respectivamente.
40

FIGURA 7 – Representação esquemática dos sistemas utilizados nas etapas


experimentais

Fonte: Adaptado de Mortatti (2013).

FIGURA 8 – Foto obtida “in loco” dos sistemas utilizados nas etapas experimentais

Fonte: Autoria própria (2017).


41

Os dois permeâmetros de grandes dimensões foram montados no


laboratório Prtótipos da Faculdade de Engenharia Civil e Arquitetura da UNICAMP e
foram preenchidos até altura de 80 cm, conforme os seguintes procedimentos:

a) Permeâmetro P1 (referência): camadas intercaladas de solo e de resíduos


orgânicos com espessuras de 10 cm e 20 cm, respectivamente (Figura 9). As
camadas de solo foram compactadas com soquete conforme dados da Tabela
3.
b) Permeâmetro P2 (Figura 10): apresenta a mesma configuração do P1, ou seja,
sequência das camadas e altura, exceto as camadas de solos que foram
substituídas por mistura de 30%solo+70%ADF. Esta camada foi compactada
conforme dados obtidos no ensaio de Proctor (Energia normal), listados na
Tabela 3.

TABELA 4 – Dados para montagem das camadas de solo do Permeâmetro de


referência (P1) e Permeâmetro com mistura de 30% solo + 70% ADF

P1 - Permeâmetro Referência (100% Solo)

Massa
Massa Específica Umidade Massa
Volume (cm³) Massa Seca (g) de água
ρdmax (g/cm³) Ótima (%) Total (g)
(g)

7068,58 1,58 24,42 11168,36 13895,67 2727,31

P2 - Permeâmetro com mistura de 30%solo+70%ADF

Massa Massa
Umidade Massa Massa
Volume Específica Massa Seca Massa
Ótima ω Seca30% de água
(m³) ρdmax Seca (g) 70% ADF Total (g)
(%) solo (g) (g)
(g/cm³) (g)

7068,58 1,93 9,82 13642,36 4092,71 9549,65 14982,04 1339,68


42

FIGURA 9 – Permeâmetro 1 (P1) com sono

Fonte: Autoria própria, 2017.

FIGURA 10 – Permeâmetro 2 (P2) com mistura de 30%solo+70% ADF (P2)

Fonte: Autoria própria, 2017.


43

4.2.1.1 Difração de Raios X (DRX) e Fluorescência de Raio X


(FRX)

As análises mineralógicas por difração de raios X (DRX) foram realizados


no Laboratório do Instituto de Geociências e Ciências Exatas da Universidade
Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, UNESP, campus de Rio Claro, SP
(DOMINGUES, 2015). As análises foram feitas para amostra de solo puro, ADF, e a
mistura de 30%solo + 70%ADF (DOMINGUES, 2015).
Já a análise de Fluorescência de Raios X (FRX) foi realizada no
Departamento de Engenharia de Minas e Petróleo, Poli-USP.

4.2.2 ETAPA 2 – Monitoramento dos sistemas

Os sistemas compostos por camadas de resíduos orgânicos, solo e mistura


de 30%solo+70%ADF foram monitorados conforme o fluxograma da Figura 12.

FIGURA 11 – Fluxograma do monitoramento dos sistemas

Fonte: Autoria Própria, 2018.

Conforme figura 11, a primeira parte da Etapa 2A ocorreu antes da


44

saturação dos sistemas. Com isso, foi possível realizar a coleta do lixiviado gerado
apenas pela biodegradação dos resíduos orgânicos, o que ocorreu 30 dias após a
montagem dos sistemas.
Na segunda parte (Etapa A) ocorreu a saturação inicial dos sistemas,
realizada por fluxo ascendente de água até a completa saturação, ou seja, eliminação
do ar presente nos vazios dos materiais. Em seguida, iniciou-se as coletas do lixiviado,
necessário às análises físico químicas e determinação da condutividade hidráulica.
Foram 31 coletas para cada permeâmetro no total das 2 fases.
A etapa 2B teve início com a saturação dos sistemas, envolvendo os
seguintes procedimentos:

 Coleta de lixiviado acumulado durante 1 semana;


 Saturação durante 24h ou até a estabilização do nível dos líquidos presentes
nas mangueiras, conectadas aos permeâmetros e fixadas em uma escala
graduada (cm);
 Determinação da condutividade hidráulica (equação 4).

EQUAÇÃO 4 – Cálculo da condutividade hidráulica

Q
k 
iA
Onde:
k= Coeficiente de permeabilidade ou condutividade hidráulica (cm/s)
Q= Vazão (cm³)
i= gradiente hidráulico
A= Área da seção transversal do permeâmetro (cm²)

Durante a saturação dos sistemas (Etapa 2B - Figura 11) ocorreram


vazamentos na base do sistema P1. Após várias tentativas para controlar os
vazamentos, mantendo constante o monitoramento, verificou-se a necessidade do
esgotamento do mesmo para solução do problema. Dessa forma, foi preciso esgotar
a água livre presente no sistema e depois aplicar material para vedação (massa epóxi
e silicone) na base dos sistemas P1 e P2. Entretanto, verificou-se que durante o
período de vazamentos (perda de lixiviado constante) ocorreu a aceleração das
45

reações de biodegradação dos resíduos orgânicos deste sistema, o que influenciou


nos resultados físico químicos.
Também ocorreu problema no registro inferior do P2, que devido a
exposição ao solo teve a parte plástica danificada, que cedeu, logo foi preciso a
desativação do mesmo. Com isso, foi necessário realizar a coleta do lixiviado pelo
último espigão, fixado na lateral de cada permeâmetro (figura 12). Para evitar a
oxidação do lixiviado gerado, colocou-se um coletor em cada espigão (mangueira), o
qual foi vedado com fita adesiva e garrafa pet (Figura 12). Para verificar possíveis
alterações nos resultados, fez-se análises de pH e DQO do lixiviado coletado na
mangueira do espigão superior ao desativado.
FIGURA 12 – Coleta de lixiviado

Fonte: Autoria própria, 2017.

4.2.2.1 Análises físico químicas dos lixiviados

A caracterização físico química dos lixiviados dos permeâmetros foi


realizada através das análises listadas na Tabela 5. O monitoramento ocorreu durante
10 meses (janeiro a outubro de 2018), correspondendo a 32 semanas de coletas não
sequenciais.
46

TABELA 5 – Análises químicas e respectivas metodologias aplicadas durante o


monitoramento e caracterização dos lixiviados obtidos dos dois sistemas

Análises Metodologia
pH APHA Método 4500B:2012
Condutividade elétrica APHA Método SM 2510 B:2012
Alcalinidade total APHA Método Titulométrico – Ripley e SM20 2320 B:2012
Potencial Redox (Eh) APHA Método SM20 1580 B:2012
Ácidos orgânicos voláteis (AOV) Dilallo, 1961
Nitrogênio amoniacal APHA Método SM20 5210 B:2012
Demanda Química de Oxigênio APHA Método SM 5210 B:2012
(DQO)

As análises listadas na tabela 5 foram importantes para a caracterização


do lixiviado, as quais trazem informações que possibilitam identificar as fases de
biodegradação em relação ao tempo de monitoramento dos sistemas e,
consequentemente, comparar o comportamento dos sistemas propostos nesta
pesquisa (P1 e P2).

4.2.2.2 Caracterização física

Após finalizar a etapa de monitoramento dos sistemas, foram coletadas


amostras semi indeformadas de cada sistema P1 e P2 (Figuras 13 e 14,
respectivamente) para identificar possíveis alterações nos índices físicos de ambos
após as etapas de saturação, percolação e determinação da condutividade hidráulica
do lixiviado. Os resultados destes ensaios foram comparados com aqueles obtidos ou
considerados durante a confecção dos sistemas.
47

FIGURA 13 – Amostra semi indeformada FIGURA 14 – Amostra semi indeformada


referente ao sistema P1 referente ao sistema P2

Fonte: Autoria própria, 2017. Fonte: Autoria própria, 2017.

As amostras semi-indeformadas foram obtidas desmontando os sistemas


e retirando o tubo que as armazenavam para preservar ao máximo a estrutura das
camadas após o período de monitoramento (10 meses). Em seguida, as amostras
foram embaladas com camadas de plástico filme transparente e plástico bolha para
viabilizar o transporte até o laboratório de Solos da FT, onde foram realizados os
ensaios para determinação dos índices físicos.
48

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 Difração de Raios X (DRX) e Fluorescência de Raio X (FRX)

Na análise para a amostra de solo puro (Figura 15), foram constatados


altos teores de quartzo (SiO2), caulinita (Si2Al2O5(OH)4) e hematita (Fe2O3), devido
aos óxidos de ferro cristalizados no solo. Esta composição cristalográfica se deve
ao fato de ser um solo do tipo laterítico argiloso, o qual apresenta esses tipos de
argilominerais em sua composição, ideais para uso em camadas de cobertura de
aterros de resíduos sólidos.

FIGURA 15 – Resultado da análise de Difração de Raios X (DRX) realizada na


amostra de solo argiloso utilizado nesta pesquisa

Fonte: Domingues, 2015.

A mistura de 30% solo + 70% ADF apresentou picos de quartzo (sílica),


calcita (CaCO3) e portlandita (Ca(OH)2), conforme Figura 16. Toledo (2006) avaliou
amostra de ADF a partir de ensaios de DRX, provenientes do processo de fundição
“areia seca”, com objetivo de utilizá-la como matéria-prima para fabricação de
cerâmica vermelha.
49

FIGURA 16 – Difratograma da amostra de mistura de 30%solo+70%ADF

Fonte: Domingues, 2015.

A Tabela 6 traz resultados quanto a composição química da amostra de


ADF e solo utilizados para esta pesquisa.
Os principais minerais presentes na amostra de ADF são quartzo (90%),
óxidos de alumínio (3%) e de ferro (2,3%). Esta composição é semelhante às
apresentadas por outros autores (DOMINGUES e FERREIRA, 2015). Já a amostra de
solo apresentou a composição química característica de material argiloso, com a
presença predominante de quartzo (37%), alumínio (27%) e ferro (19%). O solo
apresentou maior perda ao fogo (12,4%) do que a amostra de ADF (2%), o que indica
a maior presença de material orgânico no primeiro material.
A ADF contém menos óxido de ferro (2,37%) do que o solo (19,4%),
evidenciando que o resíduo, apesar de oriundo da indústria de fundição, não absorveu
este composto durante o processo de fundição.
50

TABELA 6 – Composição Química da ADF e solo utilizados nesta pesquisa obtidos por
meio da análise de Fluorescência de raio X (FRX)

ADF (%) Solo (%)


Al2O3 2,71 27,2
SiO2 90,0 36,8
K2O 0,45 0,28
CaO 0,23 0,12
TiO2 0,18 3,17
MnO 0,10 0,08
Fe2O3 2,37 19,4
PF 1,93 12,4

OBS: Os teores apresentados foram determinados em amostra prensada, na


calibração STD-1 (Standardless), relativa a análise sem padrões dos elementos
químicos compreendidos entre o flúor e o urânio, em espectrômetro de fluorescência
de raios X, marca PANalytical, modelo Zetium. A perda ao fogo (PF) foi efetuada a
1.020°C por 2h. Os valores expressos foram normalizados a 100%.

Foram obtidas imagens da ADF no Microscópio Eletrônico de Varredura


(MEV), sendo estas apresentadas nas Figuras 17, 18, 15 e 20 com ampliação de
1700x, 812x, 290x e 91x, respectivamente.
51

FIGURA 17 – Imagem obtida pelo FIGURA 18 – Imagem obtida pelo


microscópio eletrônico de varredura microscópio eletrônico de varredura
MEV (50 𝜇𝑚) MEV (100 𝜇𝑚)

Fonte: Autoria própria, 2018. Fonte: Autoria própria, 2018.

FIGURA 19 – Imagem obtida pelo FIGURA 20 – Imagem obtida pelo


microscópio eletrônico de varredura microscópio eletrônico de varredura
MEV (200 𝜇𝑚) MEV (500 𝜇𝑚)

Fonte: Autoria própria, 2018. Fonte: Autoria própria, 2018.


52

5.2 Caracterização Física

Os valores de massa específica e de limites de consistência (liquidez,


plasticidade e índice de plasticidade) para as amostras de solo e ADF estão
expressos na Tabela 7.

TABELA 7 – Resultados de massa específica e limites de consistência do solo e ADF

Material Massa Limite de Limite de Índice de


específica ρ Liquidez Plasticidade Plasticidade
(g/cm3)
Solo Puro 2,79 41 31 10
ADF 2,68 - - -

Foram determinados os índices físicos, conforme descrito no item 4-


Materiais e métodos, das amostras de solo e de mistura de solo+ADF antes e após
operação dos sistemas.

5.3 Índices Físicos Iniciais

A Tabela 8 permite observar valores dos índices físicos iniciais, ou seja,


antes da operação, das amostras de solo e mistura de solo+ADF. Na mesma tabela é
possível observar os índices físicos após desinstalação dos sistemas, as amostras
foram levadas ao laboratório e foi possível separar o resíduo orgânico do solo em P1
e da mistura de solo+ADF em P2, logo, somente a camada inferior de ambos sistemas
foi utilizada para ensaios e obtenção dos índices físicos finais.
53

TABELA 8 – Índices físicos para solo e mistura de solo+ADF

Índices físicos iniciais (antes da montagem dos sistemas)

Solo Puro

ρnat ρs ρd
W (%) e n (%) Sr (%)
(g/cm³) (g/cm³) (g/cm³)
1,96 2,68 1,58 24,42 0,696 41,04 94,21

30%solo + 70%ADF

ρnat ρs ρd
W (%) e n (%) Sr (%)
(g/cm³) (g/cm³) (g/cm³)
2,12 2,69 1,93 9,82 0,394 28,25 67,23

Índices físicos finais (Após desinstalação dos sistemas)

Solo Puro
ρnat ρs ρd
W (%) e n (%) Sr (%)
(g/cm³) (g/cm³) (g/cm³)
2,08 2,68 1,62 24,42 0,65 39,39 98

30%solo + 70%ADF

ρnat ρs ρd
W (%) e n (%) Sr (%)
(g/cm³) (g/cm³) (g/cm³)
2,26 2,69 1,99 9,82 0,35 25,92 75,5
Legenda:
ρnat: Peso especifico natural
ρs: Peso especifico dos sólidos
ρd: Peso especifico aparente seco
W: Teor de umidade
E: Índice de vazios
n: Porosidade
Sr: Grau de saturação

Observa-se pequenas alterações nos valores dos índices físicos que


podem ser explicados pelo fato de que os índices físicos iniciais foram obtidos por
meio de ensaios em laboratório, em condições controladas. Já a compactação dos
materiais (solo e solo+ADF) foi feita a céu aberto sem controle de laboratório. Outra
explicação é o fato de que o sistema ficou em operação por quase um ano, ações do
tempo, bem como reações físico químicas que ocorreram em seu interior podem ter
modificado alguns dos índices físicos. Tais diferenças se dão, principalmente, à
biodegradação ao longo de tempo. O índice de vazios (e), sofreu uma queda no valor
54

(“e” inicial= 0,7, “e” final= 0,65 para solo; “e” inicial = 0,4, “e” final para mistura de
solo+ADF), devido ao carreamento de partículas ao longo do período de
monitoramento que causou acomatação.

5.4 Caracterização Dos Resíduos Orgânicos

Conforme descrito em materiais e métodos foram determinados, o teor de


umidade e massa específica aparente seca dos resíduos orgânicos utilizados para
esta pesquisa consta na Tabela 9.

TABELA 9 – Resultados de Teor de umidade e massa específica aparente seca dos


resíduos orgânicos

Teor de umidade W Massa especifica


(%) aparente seca
ρ (g/cm3)
Resíduo orgânico
(cascas de frutas) 93 0,66

O alto valor de umidade é explicado pelo fato de serem resíduos orgânicos,


cascas de frutas possuem muita massa de líquidos. Quanto a densidade aparente,
Silva e Santos (2011) obtiveram valor de 1,025 g/cm³ de densidade aparente para
matéria orgânica do aterro sanitário de Fortaleza CE. Já Mortatti, 2013 obteve teor de
umidade de 58% para RSU confinados em permeâmetro. Tais diferenças, quando
comparadas com resultados aqui obtidos, podem ser explicadas pela diferença de
composição, o resíduo orgânico proposto é constituído apenas de cascas de frutas, o
material orgânico do aterro sanitário de Fortaleza CE possui outros componentes
como restos de comida, vegetais, enquanto que RSU possui outros materiais além de
resíduos orgânicos como papeis, vidros, plásticos, entre outros.
55

5.5 Resultados da condutividade hidráulica saturada (kSAT)

Determinou-se condutividade hidráulica saturada semanalmente no


período de 09/01/2018 a 18/10/2018, totalizando 31 leituras. Os resultados
encontram-se na Tabela 10 e Figura 21, percebe-se que as variações de valores foram
de 7,05E-04 cm∙s-1 a 8,36 E-04 cm∙s-1 para L1 e de 4,33E-04 cm/s a 7,54E-04 cm/s
para L2. Observa-se que P2 possui condutividade hidráulica ligeiramente menor do
que P1, isto pode ser explicado pela presença da ADF. Mas, como pertencem a
mesma ordem de grandeza (E-04 cm∙s-1) tal diferença não é relevante.
Considerando a variação ao longo do tempo, em ambos sistemas a
condutividade hidráulica saturada sofreu ligeiro aumento. Muitos fatores podem
aumentar condutividade hidráulica, como a pressão do gás gerado, que pode carrear
pequenas partículas, alterando a estrutura do maciço de RSU resultando no aumento
do número de vazios (MIGUEL et al., 2018)
Mortatti (2013) obteve valores de condutividade hidráulica próximos aos
aqui obtidos para os mesmos sistemas (5,7 E-05cm/s para permeamêtro pequeno,
correspondente ao P1 desta pesquisa e 2,8 E-05cm/s para permeâmetro grande,
correspondente ao P2), porém preenchidos apenas com RSU. Já Miguel et al., 2018
obtiveram valores máximos e mínimos para condutividade hidráulica saturada de RSU
confinados em permeâmetros de 2 E10-4 cm/s e 7,4 E10-8 cm/s.
Segundo Ozcoban et al. (2006) o lixiviado, quando percolado pelo solo,
pode causar o aumento da permeabilidade deste. Isto foi constatado por Alimi-Ichola
e Gaidi (2006) e Merayyan e Hope (2009), a condutividade hidráulica aumentou devido
a percolação do lixiviado em camadas intermediárias de aterros sanitários. O lixiviado
possui potencial para causar alterações na química dos fluídos nos vazios do solo,
provocando a redução da sucção de campo (MERAYYAN e HOPE, 2009; LEME e
MIGUEL, 2018).
A NBR 13896 (1997) estabelece que materiais a serem utilizados para
construção de aterros sanitários (camada de fundo) apresentem condutividade
hidráulica k≤10-6cm/s. Os resultados desta pesquisa não atenderam à este parâmetro.
Entretanto, deve-se destacar que o valor citado na norma é indicado para as camadas
de fundo e de cobertura final e não intermediárias, que justifica valores menores de k.
Como o foco desta pesquisa foi nas camadas intermediárias, deve-se comparar os
respectivos resultados com estudos de caso e literatura correspondente.
56

TABELA 10 – Resultados de condutividade hidráulica saturada: permeâmetros P1 e P2

Primeira fase de operação


Coleta Data Tempo (dias) P1 (E-04cm/s) P2 (E-04cm/s)
1 12/01/2018 28 8,18 5,07
2 19/02/2018 35 8,27 5,05
3 26/01/2018 42 8,33 5,12
4 09/02/2018 56 8,06 5,02
5 16/02/2018 63 8,27 5,13
6 23/02/2018 70 7,38 5,22
7 02/03/2018 77 7,05 5,61
Segunda fase de operação
Coleta Data Tempo (dias) P1 (E-04cm/s) P2 (E-04cm/s)
8 16/03/2018 91 7,93 5,47
9 23/03/2018 98 8,03 5,39
10 30/03/2018 105 7,90 5,19
11 06/04/2018 112 7,92 5,23
12 13/04/2018 119 8,05 5,69
13 11/05/2018 140 7,56 4,99
14 18/05/2018 147 7,33 4,90
15 01/06/2018 154 7,24 4,85
16 08/06/2018 168 7,28 4,92
17 15/06/2018 175 7,30 4,93
18 22/06/2018 182 7,46 5,01
19 29/06/2018 189 7,01 4,33
20 13/07/2018 196 7,90 4,90
21 20/07/2018 210 7,51 4,51
22 27/07/2018 217 7,54 4,81
23 03/08/2018 224 7,16 4,86
24 10/08/2018 231 7,17 6,12
25 17/08/2018 245 7,65 6,70
26 24/08/2018 252 7,98 6,90
27 07/09/2018 266 8,26 6,91
28 14/09/2018 273 8,06 7,33
29 28/09/2018 287 8,36 7,27
30 05/10/2018 294 7,15 7,34
31 19/10/2018 308 7,44 7,54
Média 7,7 5,56
57

FIGURA 21 – Resultados de condutividade hidráulica saturada: permeâmetros P1 e P2

Fonte: Autoria própria, 2018.

As condutividades hidráulicas saturadas obtidas para o permeâmetro P1


foram superiores às obtidas para o permeâmetro P2, em função, principalmente, dos
diferentes pesos específicos totais entre os dois permeâmetros (4,9 kN/m3 para P1 e
7,2 kN/m3 para P2). Já o resultado de condutividade hidráulica saturada, observado
por ROCHA (2008) para o RSU em aterro controlado em Minas Gerais, foi de 3,34 'E-
05 m/s. Os resultados obtidos nesta pesquisa estão dentro dos valores encontrados
na literatura.
58

5.6 Resultados das análises físico químicas realizadas nas amostras de


lixiviado.

As análises físico químicas e respectivos resultados foram divididas em 2


fases e consequentemente, analisadas e discutidas separadamente. Os resultados
foram organizados em figuras conforme cada parâmetro considerado. As coletas e
análises físico químicas referentes à primeira fase foram realizadas entre 11/01/2018 e
01/03/2018 totalizando 7 coletas semanais. Já as coletas e análises referentes à
segunda fase ocorreram entre 15/03/2018 e 25/10/2018, totalizando 24 coletas e
consequentemente 24 análises. Após duas etapas foram realizadas 3 coletas.

5.6.1 Resultados das análises físico químicas da primeira fase


realizadas nas amostras de lixiviado

Durante a primeira fase de operação foram realizadas 7 coletas de lixiviados


realizadas semanalmente, totalizando 7 análises para cada parâmetro. Tais foram
feitas do período 11/01/2018 à 01/03/2018.

A Figura 22 apresenta os resultados de pH ao longo do período citado para a


primeira fase do monitoramento, sendo que os valores obtidos nos sistemas P1 e P2
permaneceram na fase ácida durante 50 dias de monitoramento. Este comportamento
pode ser explicado pelo curto período de biodegradação dos resíduos orgânicos
utilizados nos sistemas, ocorrido antes do monitoramento (±30 dias), o que indica a
fase ácida, com presença de bactérias fermentadoras de ácidos orgânicos (SILVA et
al., 2015). O aumento do pH do lixiviado obtido no sistema P2 ocorre devido a
presença de calcário na amostra de ADF, elemento químico com pH alcalino e
solubilidade extremamente baixa.
59

FIGURA 22 – Resultados de pH para lixiviados L1 e L2 obtidos na 1ª fase de operação

Fonte: Autoria Própria, 2018.

A Figura 23 compara os valores de pH obtidos nesta pesquisa com aqueles


obtidos por alguns pesquisadores que também utilizaram lixiviados provenientes da
degradação de resíduos sólidos recém confinados (GOMES et al. (2018), MORTATTI,
2013 e MANZATTO, 2016).
60

FIGURA 23 – Comparação dos resultados de pH obtidos na 1ª fase de operação com


a literatura

Fonte: Autoria Própria, 2018.

A faixa de pH para L1 foi de 4 a 5,5 e de 6 à 9 para L2. Para aterros em fase


de transição, os autores estabelecem pH de 6,7. Para aqueles em fase acidogênica, o
pH pode variar de 4,7 a 7,7. Entretanto, as faixas de pH de um aterro sanitário variam de
acordo com a fase de biodegradação em que se encontram, e, em aterros sanitários
localizados em regiões de clima tropical, como no Brasil, torna-se mais identificar tais
fases, uma vez que as transições acontecem rapidamente, apresentando valores
máximos de 8,6 (SOUTO E POVINELLI, 2007; POHLAND E HARPER, 1985). Valores
de pH provenientes de aterros sanitários considerados antigos (mínimo de 30 anos)
podem ser encontrados na literatura. Amaral et al. (2008) obtiveram pH de 8,2 para
lixiviado proveniente de um aterro sanitário de Belo Horizonte, MG, em operação desde
1975. Já Queiroz et al. (2011) obtiveram pH médio de 8,1 para o aterro Bandeirantes, SP
(30 anos de operação) e de 8,3 para o aterro São João, com 15 anos de operação. Os
valores de alcalinidade obtidos para os dois sistemas (P1 e P2) estão na figura 24.
61

FIGURA 24 – Resultados de alcalinidade total (AT) obtidos nas amostras de lixiviados


obtidas na primeira fase de monitoramento dos sistemas P1 e P2

Fonte: Autoria Própria, 2018.

Os valores do P2 (composto por mistura de slo+70%ADF) foram


significativamente mais altos do que aqueles apresentados pelo P1, considerando o
período inicial de monitoramento (50 dias). Logo em seguida, a alcalinidade do P2
diminuiu bruscamente, atingindo valores menores do que o P1. Esta alternância de
comportamento do sistema P2 se deve à composição química da ADF e alguns
vazamentos ocorridos durante o mesmo período, o que pode ter causado a ‘lavagem’
das camadas do sistema.
Souto e Povinelli (2007) citaram que a faixa mais provável de alcalinidade
para aterros brasileiros (clima tropical) varia de 750 a 7100 mgCaCO3·L-1, e a faixa
máxima deve estar entre 750 e 11400 mgCaCO3·L-1. Já Pohland e Harper (1985)
propõem faixas de alcalinidade por fase de estabilização, sendo de 200 a 2500
mgCaCO3·L-1 para lixiviados cujo aterro esteja na fase de transição, 140 a 9650
mgCaCO3·L-1 para fase acidogênica, 760 a 5050mgCaCO3·L-1 para fase metanogênica
e 200 a 3520mgCaCO3·L-1 para fase de maturação final. A comparação dos resultados
desta pesquisa com a literatura pode ser observada na Figura 25.
62

FIGURA 25 – Comparação dos resultados de alcalinidade obtidos na 1ª fase de


operação com a literatura

Fonte: Autoria Própria, 2018.

Manzatto (2016) e Gomes et al. (2018) obtiveram valores mais altos de


alcalinidade durante todo o período de monitoramento (12000 a 16000 mgCaCO 3/L).
Gomes et al. (2018) relataram que os valores de alcalinidade total (AT) não
apresentaram comportamento bem definido, o que corrobora os resultados desta
pesquisa. Segundo os mesmos autores, sabe-se que a presença de ácidos graxos
voláteis aumenta o pH em decorrência do consumo destes ácidos pelos micro-
organismos acetogênicos, tornando o meio base.
Apesar deste trabalho utilizar apenas resíduos orgânicos (cascas de frutas)
para compor os respectivos sistemas, verifica-se que os valores de alcalinidade
obtidos no sistema P1 foram semelhantes aos encontrados por Mortatti (2013), que
considerou o material total obtido em aterro de resíduos sólidos urbanos (material
orgânico, papel, metais, etc).
A figura 26 apresenta os resultados relacionados às análises de ácidos
orgânicos voláteis (AOV). Segundo a literatura, esses ácidos são gerados na fase
63

acidogênica e consumidos na metanogênica, logo, tal parâmetro pode ser indicativo


da fase de biodegradação e do andamento do processo anaeróbio (KJELDSEN et al.,
2002; TCHOBANOGLOUS e al., 1993).

FIGURA 26 – Resultados de ácidos orgânicos voláteis (AOV) obtidos na 1ª fase de


operação

Fonte: Autoria própria, 2018.

Verifica-se que os volumes máximos de AOV para cada sistema (P1 e P2)
ocorreram entre 35 e 45 dias após o início do período de monitoramento da primeira
fase. Este comportamento foi semelhante aos apresentados por GOMES et al. (2018).
Nota-se nos resultados obtidos posteriormente que ocorre a queda brusca
dos valores de AOV nos dois sistemas, o que indica ocorrência de biodegradabilidade.
Tal queda é mais acentuada no sistema com mistura de 30%solo+70%ADF. Isso pode
ter ocorrido devido à microestrutura desta mistura, com maior porosidade devido ao
maior tamanho das partículas, quando comparadas ao material solo.
64

Para Pohland e Harper (1985), a faixa de AOV na fase de transição deve


ser de 1000 a 3000 mg·L-1, para fase acidogênica de 3000 a 18800mg·L -1, para a
metanogênica de 250 a 4000mg·L -1 e ausente na fase de maturação final. Em
lisímetros, os valores de AOV variaram, segundo Favery (2016) e Manzatto (2016),
de 7000 a 19000mg·L -1, para um protótipo com até 230 dias de operação.
A Figura 27 apresenta comparação dos resultados de AOV aqui obtidos
com a literatura.

FIGURA 27 – Comparação dos resultados de ácidos orgânicos voláteis obtidos na 1


fase de operação com a literatura

Fonte: Autoria própria, 2018.

Comparando os valores da literatura com aqueles apresentados pelos


sistemas P1 e P2 e levando em conta que os resíduos utilizados eram somente de
origem orgânica, verifica-se que o lixiviado proveniente de ambos os sistemas
apresentaram valores baixos de AOV, além de indicar que a ADF não influenciou
neste parâmetro.
65

A Figura 28 apresenta os resultados de nitrogênio amoniacal (NH3). Esse


composto químico é produzido na fase acidogênica. Praticamente nenhum grupo de
micro-organismo o consome no processo de degradação anaeróbia, por isso há pouca
variação de sua quantidade, sendo um composto de baixa biodegradabilidade.
Para Pohland e Harper (1985), o nitrogênio amoniacal pode variar de 120
a 125mgNNH3·L-1 na fase de transição, de 2 a 1030 mg·L-1 na fase acidogênica, de 6
a 430 mg·L-1 na metanogênica e na maturação final. Essas substâncias podem sofrer
diluições, o que com certeza ocorreu no lixiviado proveniente do sistema com ADF, já
que houve brusca queda de seus valores.

FIGURA 28 – Resultados de nitrogênio amoniacal para L1 e L2 obtidos na 1ª fase de


operação

Fonte: Autoria própria, 2018.

Os níveis de nitrogênio amoniacal total (NAT) são utilizados, em conjunto


com os valores de pH e alcalinidade total (AT), para verificar o potencial de
toxicidade do lixiviado, pois o NAT é composto pela somatória do íon amônio (NH4+)
66

e a amônia livre (NH3), sendo está última considerada muito tóxica dependendo pH,
se este aumentar NH3 também aumenta, e com isto há maior toxicidade (GOMES et
al., 2018).
Ao comparar os valores destas análises conclui-se que os valores de pH
aumentaram enquanto os valores de AT e NAT diminuíram, em ambos os sistemas,
durante o período de monitoramento da primeira fase. Portanto, pode-se concluir que
a ADF não influenciou neste parâmetro, quando comparado ao do solo (P1) e que os
lixiviados não apresentaram potencial tóxico em relação à amônia livre. Campos et al.
(2009) relatam que para este período de monitoramento, todo o NAT está na forma
de NH4+, a qual não é tóxica. Este comportamento também pode ser justificado pelo
tipo de resíduo utilizado nesta pesquisa (cascas de frutas).
A Figura 29 apresenta comparação dos resultados de nitrogênio amoniacal
obtidos na 1ª fase de operação com a literatura.

FIGURA 29 – Comparação dos resultados de nitrogênio amoniacal obtidos na 1ª


fase de operação com a literatura

Fonte: Autoria própria, 2018.


67

Para Souto e Povinelli (2007), aterros brasileiros (clima tropical)


apresentam faixa máxima de 0,4 a 3000 mg·L -1 e faixa mais provável de 0,4 a 1800
mg·L-1 de nitrogênio amoniacal. Em lisímetros, a variação de nitrogênio amoniacal foi
de 90 a 1400mg·L-1, segundo Favery (2016) e Manzatto (2016). Na literatura
encontram-se valores de nitrogênio amoniacal de lixiviados de aterros sanitários com
idades de 15 e 30 anos, de 2252 e 10720 mg·L -1, respectivamente Queiroz et al.
(2011). Para aterros com 43 anos de operação o valor de nitrogênio amoniacal
encontrado por Amaral et al. (2008) foi de 1079 mg·L-1.
A DQO (Demanda Química de Oxigênio) quantifica a matéria orgânica
presente no meio, porém, não diferencia a matéria orgânica inerte da biodegradável.
Os resultados deste parâmetro podem ser observados na Figura 30.

FIGURA 30 – Resultados de demanda química de oxigênio (DQO) obtidos na 1ª fase


de operação

Fonte: Autoria Própria, 2018.

Observa-se que, inicialmente, ambos lixiviados apresentavam valores de


DQO mais elevados do que aqueles apresentados na literatura consultada (Figura 29)
68

(MORTATTI, 2013; MANZATTO, 2016; GOMES et al., 2018). Este comportamento


pode ser justificado pela composição estritamente orgânica da amostra de resíduo
utilizada nos sistemas P1 e P2, o que resulta na rápida biodegradação, se comparados
aos aterros sanitários ou lisímetros, que são compostos por outros tipos de resíduos
além do orgânico. Também deve-se destacar que a ADF não interferiu neste
parâmetro, uma vez que os valores diminuíram na mesma proporção e no mesmo
período em ambos os sistemas.
Este comportamento também é relatado em trabalhos cujas análises foram
realizadas em protótipos (células experimentais) e lisímetros (GOMES et al., 2018;
CONTRERA et al. 2014).
Souto e Povinelli (2007) estabeleceram faixas máximas de valores de DQO
para aterros brasileiros (clima tropical), sendo de 190 a 80000 mgO 2·L-1 e de 190 a
22300 mgO2·L-1. Na literatura é possível encontrar valores de DQO de lixiviados de
aterros com diferentes idades. Amaral et al. (2008) obtiveram DQO igual a 2576
mgO2·L-1 para um aterro com 43 anos. Já Queiroz et al. (2011) obtiveram 7373 e 6707
mgO2·L-1 para aterros com 30 e 15 anos, respectivamente, a comparação entre
resultados desta pesquisa, comparados com a literatura, podem ser observados na
Figura 31.

FIGURA 31 – Comparação dos resultados de DQO obtidos na 1ª fase de operação com a


literatura

Fonte: Autoria própria, 2018.


69

Pohland e Harper (1985) estabeleceram valores de DQO para as diferentes


fases de estabilização dos aterros sanitários. Para a fase de transição, a DQO pode
variar de 480 a 18000 mgO2·L-1. Para fase acidogênica, a variação é de 1500 a 71100
mgO2·L-1. Já na metanogênica, os valores podem ser de 580 a 9760 mgO 2·L-1. Na
maturação final os valores estão entre 31 e 900 mgO2·L-1.
O potencial Redox indica a presença ou ausência de oxigênio no meio,
sendo que os valores positivos indicam que há oxigênio e valores negativos que não
há oxigênio (meio anaeróbio). O oxigênio é o fator que mais contribui para o aumento
do potencial redox. Os resultados de potencial Redox dos sistemas estão
apresentados na Figura 32.

FIGURA 32 – Resultados de potencial redox obtidos na 1ª fase de operação

Fonte: Autoria própria, 2018.

Os resultados de potencial redox desta pesquisa foram comparados


com a literatura e podem ser observados na Figura 33.
70

FIGURA 33 – Comparação dos resultados de potencial redox obtidos na 1ª fase de


operação com a literatura

Fonte: Autoria própria, 2018.

O Potencial Redox do sistema P1 permaneceu constante enquanto que o


do sistema P2 aumentou no período de monitoramento. O lixiviado cujo sistema
possui camadas de coberturas com ADF (L2) apresentou-se maior se comparado ao
outro sistema. É possível observar comparação dos resultados desta pesquisa com
a literatura.
Percebe-se que os resultados aqui obtidos estão de acordo com a literatura
apresentada. Pohland e Harper (1985) estabeleceram valores de potencial Redox
para diferentes fases de decomposição do aterro sanitário. Para a fase de transição
os valores variam de 40 a 80 mV, para a acidogênica podem ser encontrados valores
de -240 a 80 mV. Na fase acidogênica os valores podem variar de -240 a -70mV, e na
maturação final, de 97 a 163mV.
Outro parâmetro analisado foi o de condutividade elétrica. Os resultados
estão na Figura 34. A condutividade elétrica é maior em meio ácido, pois há maior
dissolução de compostos inorgânicos. Percebe-se, pela Figura 33, maior
condutividade no começo da operação em ambos os lixiviados. Porém, com o passar
71

do tempo, o pH do lixiviado proveniente do sistema com ADF aumentou, chegando a


valores superiores a 8 e, consequentemente, a condutividade elétrica diminui. Pelo
fato de o sistema ser composto principalmente por ADF, esperava-se maior
condutividade quando comparado ao outro sistema, composto apenas por solo.
Porém, com o aumento do pH houve queda da solubilidade dos compostos, e,
consequentemente, uma diminuição da condutividade elétrica. A Figura 35 expressa
comparação entre resultados aqui encontrados com a literatura.

FIGURA 34 – Resultados de condutividade elétrica obtidos na primeira fase de


operação

Fonte: Autoria própria, 2018.


72

FIGURA 35 – Comparação dos resultados de condutividade elétrica obtidos na 1ª fase


de operação com a literatura

Fonte: Autoria própria, 2018.

Segundo Pohland e Harper (1985), a condutividade elétrica para lixiviados


de aterros sanitários na fase de transição varia de 2,45 a 3,31 mS∙cm-1. Na fase
acidogênica, a condutividade varia de 1,6 a 17,1 mS∙cm-1. Na metanogênica, a
variação é de 2,9 a 7,7 mS∙cm-1. Na maturação final, varia de 1,4 a 4,5 mS∙cm-1.
Para aterros brasileiros (clima tropical), a faixa mais provável de condutividade
elétrica é de 2,95 a 17,66 mS∙cm-1, e a faixa máxima, de 2,95 a 25,00 mS∙cm-1
(SOUTO e POVINELLI, 2007). Já MIGUEL et al. (2018) constataram valor máximo
de condutividade elétrica de 14 mS∙cm-1 (Tabela 17) para RSU confinados em
permeâmetros.
Considerando a literatura referente a aterros brasileiros, cujo clima é
tropical, os resultados de condutividade elétrica dos sistemas estão dentro de
esperado, evidenciando que a ADF não interferiu nos processos referentes à
biodegradação em aterros sanitários.
GOMES et al. (2007) estudaram o emprego de ADF e de solo como
materiais para coberturas finais em aterros sanitários e concluíram que tais materiais
73

possuem características favoráveis para este uso, uma vez que possuem baixa
permeabilidade, desfavorecendo a formação de grande volume de lixiviado.
Com os resultados apresentados, verifica-se que a ADF não interferiu nos
parâmetros físico químicos das amostras de lixiviado. Logo, considerando os objetivos
deste trabalho e a literatura a respeito dos parâmetros físico químicos de lixiviados de
aterros sanitários e lisímetros, pode-se concluir que a ADF oriunda do processo “areia
verde”, apresenta potencial para ser empregada como material de cobertura de
resíduos em aterros sanitários (FAVERY, 2016; MANZATTO, 2016; SOUTO E
POVINELLI, 2007; TCHOBANOGLOUS, HEISEN E VIGIL, 1993 e POHLAND E
HARPER, 1985).

5.6.2 Segunda Fase de operação

Durante a segunda fase de operação foram realizadas 24 coletas de


lixiviados realizadas semanalmente, totalizando 24 análises para cada parâmetro.
Tais foram feitas do período 15/03/2018 à 25/10/2018. No final das duas etapas foram
realizadas 31 análises.
As variações de pH para L1 foram de 4,4 a 5,3 já para L2 foram de 6,4 a
8,8, conforme pode ser observado na Figura 36. Assim como na primeira fase, na
segunda o pH de L2 é superior ao pH de L1 e o motivo é o mesmo: A ADF, presente
da mistura que compõe o sistema P2 que originou L2, contém calcário que contribuiu
para elevação do pH. Em relação ao tempo, ambos lixiviados apresentaram um
aumento gradativo de pH que pode ser explicado devido a estabilização do lixiviado
que ocorre em aterros sanitários com o decorrer do tempo. Os resultados obtidos
quanto ao parâmetro pH estão de acordo com a literatura, apresenta pela Figura 36.
74

FIGURA 36 – Resultados de pH para 2ª fase de operação dos lixiviados L1 e L2

Fonte: Autoria própria, 2018.

A Figura 37 compara os valores de pH obtidos nesta pesquisa com


resultados de outros pesquisadores que investigaram lixiviados provenientes da
degradação de RSU recém confinados (GOMES et al., 2018; MORTATTI E
MANZATTO, 2016). Percebe-se ligeiro aumento do pH em ambos lixiviados, isto é
indicativo que ocorreu biodegradação, diminuição na produção de ácidos orgânicos
voláteis e que o lixiviado está se estabilizando.
75

FIGURA 37 – Comparação dos resultados de pH obtidos na 2ª fase com a literatura

Fonte: Autoria própria, 2018.

Percebe-se, assim como na primeira fase, que todos lixiviados sofrem


lixeiro aumento no pH com o passar do tempo de operação, isso é devido a
estabilização em ambas pesquisas. Como esperado, os resíduos, sejam estes
orgânicos ou RSU confinados em lisimetros ou permeâmetro sofreram processo de
degradação, isso é evidente devido ao aumento de pH observado. Mortatti (2013)
obteve valores bem próximos de L1, isto porque o sistema P1 que gerou L1 é
composto por resíduos orgânicos e solo puro, e o sistema utilizado por Mortatti (2013)
é o mesmo, porém contém apenas RSU. Assim como na primeira fase, L2,
proveniente de P2 composto por resíduos orgânicos e 30%solo + 70% ADF,
apresentou valores mais altos de pH devido ao calcário presente na ADF.
Comparando resultado obtidos nesta pesquisa com a literatura é possível constatar
que, apesar de L2 (que possui ADF) apresentar valores de pH maiores devido ao
calcário, a ADF não interferiu negativamente neste parâmetro. Os resultados da
alcalinidade total para L1 e L2 estão na Figura 38.
76

FIGURA 38 – Resultados de alcalinidade obtidos na 2ª fase de operação para os


lixiviados L1 e L2

Fonte: Autoria própria, 2018.

Na segunda fase de operação a alcalinidade variou de 254mg·L -1 a 6459


mg·L-1 para L1 e de 197,1 mg·L-1 a 1445,3 mg·L-1 para L2. Percebe-se que os valores
de L1 permanecem, até determinado período (cerca de 190 dias), superiores aos
valores de alcalinidade para L2. Porém ambos lixiviados atingem valores muito baixos
após 200 dias de operação. Isso evidencia lavagem que ocorreu devido as saturações
realizadas durante o período de monitoramento. A Figura 39 permite comparações
entre valores encontrados na literatura e aqui obtidos.
77

FIGURA 39 – Comparação dos resultados de alcalinidade obtidos na 2ª fase de


operação com a literatura

Fonte: Autoria própria, 2018.

Assim como na primeira fase de operação, percebe-se pela Figura 39 que


MORTATTI (2013) obteve valores bem próximos de L2 e inferiores a L1, Já
MANZATTO (2016) e GOMES et al. (2018) obtiveram valores superiores a ambos
lixiviados desta pesquisa. Gomes et al. (2018) não obtiveram valores de alcalinidade
com comportamento definido, assim como esta pesquisa. Tal comparação permite
concluir que a ADF não interferiu nos resultados, uma vez que estão coerentes com
valores encontrados na literatura.
Os resultados de alcalinidade para L1 e L2 são baixos, quando comparados
a literatura, devido a composição do resíduo utilizado nesta pesquisa que consiste em
resíduos orgânicos que foram rapidamente decompostos. Outra explicação, já
apresentada, é que a lavagem dos sistemas devido a vazamentos que ocorreram
durante o período de monitoramento.
Os resultados da segunda fase quanto aos ácidos orgânicos voláteis para
L1 e L2 podem ser observados na Figura 40.
78

FIGURA 40 – Resultados de ácidos orgânicos voláteis obtidos na 2ª fase de operação

Fonte: Autoria própria, 2018.

L1 e L2 apresentaram valores mínimos para ácidos orgânicos voláteis de


0mg·L-1. Enquanto que valores máximos apresentados por L1 e L2 foram de
3780,6mg·L-1 e 670,8 mg·L-1, respectivamente. Comparando-se valores de AOV entre
eles percebe-se que L2 atinge valores muito baixos e então zero antes de L1, isso
pode ser explicado pelos vazamentos que ocorreram no sistema L2, provocando
lavagem do mesmo e diluição do lixiviado. Fica evidente que após
aproximadamente150 dias não houve produção de ácidos orgânicos voláteis, logo a
fase ácida cessou neste mesmo período. O aumento do pH, observado nesta fase,
também contribuiu para queda dos ácidos orgânicos voláteis, pois um meio mais
alcalino não permite formação de ácidos.
Os resultados aqui obtidos foram comparados com a literatura, tal
comparação pode ser observada na Figura 41.
79

FIGURA 41 – Comparação dos resultados de AOV obtidos na 2ª fase de operação


com a literatura

Fonte: Autoria própria, 2018.

Ao comparar os valores obtidos nesta pesquisa com a literatura por meio


da Figura 41 fica evidente a semelhança entre valores aqui encontrados e a literatura,
com exceção dos resultados de MANZATTO (2016), que se mostraram extremamente
superiores no início, isso porque o lixiviado era proveniente de uma célula
experimental de um aterro sanitário que contém maior variação quanto aos compostos
presentes, porém tal lixiviado apresentou valores tão baixos quanto os demais autores
a partir de aproximadamente 149 dias. Tal diminuição nos valores de ácidos orgânicos
voláteis ocorreram quando valores de pH aumentaram, pois, cessou formação de
ácidos, evidenciando tendência a estabilização.
Os resultados para L1 e L2 do parâmetro nitrogênio amoniacal durante a
segunda fase de operação podem ser observados na Figura 42.
80

FIGURA 42 – Resultados de nitrogênio amoniacal obtidos na 2ª fase de operação

Fonte: Autoria própria, 2018.

L1 apresentou variações quanto ao parâmetro nitrogênio amoniacal de


42,1mg·L-1 a 176,7 mg·L-1 e L2 de 25,2 mg·L-1 a 378,6 mg·L-1. Apesar do pico nos
resultados de L2, esta dentro do esperado considerando a literatura apresentada na
Figura 43, uma vez que até os valores máximos aqui obtidos são inferiores aos
apresentados pela literatura. Os resultados encontrados para L1 e L2 evidenciam que
não ocorreu nitrificação, ou seja formação de nitrito a partir da amônia. O aumento do
pH contribui para aumento de amônia (NH 3), este composto é extremamente tóxico,
logo valores altos deste evidenciam lixiviados mais tóxicos. A presença de ADF não
interferiu neste parâmetro, já que ambos lixiviados (L1 e L2) apresentaram valores
próximos e a baixo daqueles encontrados na literatura.
81

FIGURA 43 – Comparação dos resultados de nitrogênio amoniacal obtidos na 2ª fase


de operação com a literatura

Fonte: Autoria própria, 2018.

Observando-se valores encontrados na literatura (Figura 43) e comparando-


os com os resultados aqui obtidos (Figura 42), percebe-se que os valores de nitrogênio
amoniacal para lixiviados de ambos sistemas estudados nesta pesquisa são muito
inferiores ao encontrado na literatura, com exceção de Mortatti, 2013 que obteve valores
muitos próximos ao encontrados, pois, utilizou o mesmo sistema, porém com RSU. A
presença de nitrogenio amoniacal é uma caracteristica de lixiviados provenientes de
aterros sanitários, porém, nesta pesquisa foi empregado apenas resíduo orgânico e por
isso houve baixos valores para este parâmetro.
Há pouca diferença entre resultados de nitrogênio amoniacal obtidos para
L1 e L2, evidenciando que a presença da ADF não interferiu na qualidade do lixiviado,
considerando-se o parâmetro nitrogênio amoniacal. Os resultados de Demanda
Química de oxigênio para segunda fase de operação de L1 e L2 podem ser
observados na Figura 44.
82

FIGURA 44 – Resultados de demanda química de oxigênio obtidos na 2ª fase de


operação

Fonte: Autoria própria, 2018.

Os resultados de DQO para L1 oscilaram de 1492 mg·L-1 a 23606 mg·L-1. Já


para L2, devido aos limites do equipamento, não foi detectado valores mínimos,
chegando a DQO máxima de 1416 mg·L-1 conforme pode-se observar na Figura 44,
além disso percebe-se que os resultados para DQO de L1 são superiores ao L2, isso
porque o L2 sofreu vazamentos o que pode ter diluído seu lixiviado. Os resultados aqui
obtidos foram comparados com a literatura e podem ser observados na Figura 45.
83

FIGURA 45 – Comparação dos resultados de DQO obtidos na 2ª fase de operação


com a literatura

Fonte: Autoria própria, 2018.

A diminuição da DQO, observada nesta pesquisa e na literatura apresenta,


indica que houve biodegradação e devido a natureza dos resíduos utilizados (resíduos
orgânicos), tal ldiminuição foi mais acelerada nesta pesquisa quando comparada às
demais. Percebe-se que, inicialmente, Mortatti (2013) obteve valores elevados de
DQO mas que estes decaem rapidamente, apresentando valores muito parecidos com
L2. Já L1 apresenta valores semelhantes aos outros autores no início. Considerando
L2 e demais valores da literatura conclui-se que a ADF não interferiu negativamente
no sistema, apresentando biodegradação como outros sistemas, conforme literatura.
Os resultados de potencial redox para L1 e L2 durante a segunda fase de
operação podem ser observados na Figura 46.
84

FIGURA 46 – Resultados de potencial redox obtidos na 2ª fase de operação

Fonte: Autoria própria, 2018.

As variações de resultados para Potencial Redox de L1 e L2 foram de 68,2


mV a 195,6 mV e -102 mV a 240 mV conforme Figura 46. L2 apresentou resultados
oscilatórios para potencial redox, ora positivo ora negativo, logo houve momentos em
que o sistema se apresentou anóxico, ou seja, sem oxigênio. Já L1 apresentou valores
mais estáveis, isso pode ser explicado pela presença de ADF no sistema P2 que
originou L2. A Figura 47 apresentam comparações dos resultados obtidos nesta
pesquisa com a literatura.
85

FIGURA 47 – Comparação dos resultados de potencial redox obtidos na 2ª fase de


operação

Fonte: Autoria própria, 2018.

Percebe-se que os valores para L1 e L2 são superiores aos resultados


apresentados pela literatura, com exceção de Mortatti (2013) que obteve valores
próximos a L2. Tal fato pode ser explicado pela origem do lixiviado, esta pesquisa
utilizou sistema igual ao do Mortatti (2013) com exceção que este utilizou apenas RSU.
O sistema empregado nesta pesquisa e por Mortatti, 2013 provavelmente, facilitou
interação do material com oxigênio o que contribuiu para valores de potencial redox
mais altos. Já demais autores utilizaram células experimentais de aterros sanitários.
O oxigênio é o fator que mais contribui para o aumento do potencial redox, logo em
ambos lixiviados (L1 e L2) havia concentrações de oxigênio. Os resultados de
Manzatto evidenciam a ausência de oxigênio, isso porque o material utilizado foi RSU
confinados em lisímetros.
Os resultados para L1 e L2 de condutividade elétrica para segunda fase
podem ser observados na Figura 48.
86

FIGURA 48 – Resultados de condutividade elétrica obtidos na 2ª fase de operação

Fonte: Autoria própria, 2018.

Percebe-se que as variações nos resultados obtidos para condutividade


elétrica de L1 e L2 foram de 0,2 mS·cm-1 a 9,9 mS·cm-1 e de 0,8 mS·cm-1 a 4,1 mS·cm-
1
, respectivamente. A condutividade elétrica de ambos lixiviados sofreram queda com
o passar do tempo de operação, isso porque houve aumento do pH, com a
biodegradação há liberação de íons. Estes resultados foram comparados com a
literatura e podem ser observados na Figura 49.
87

FIGURA 49 – Comparação dos resultados de condutividade elétrica obtidos na 2ª fase


de operação com a literatura

Fonte: Autoria própria, 2018.

Os resultados aqui encontrados estão de acordo com valores encontrados


por Mortatti (2013). Manzatto (2016) obteve valores muito inferiores, isso porque ela
utilizou lixiviado proveniente de aterro sanitário enquanto que esta pesquisa e
Mortatti (2013) utilizaram mesmo sistema.
A Tabela 11 permite comparar valores máximos e mínimos obtidos nesta
pesquisa com valores obtidos por Miguel et al. (2018).
88

TABELA 11 – Resultados máximos e mínimos dos parâmetros físico químicos obtidos por
Miguel et al., 2018

Miguel et al. (2018)


Parâmetro pH CE PR AT NA AOV DQO
(mS∙cm-1) (mV) (mg·L-1 ) (mg·L-1) (mg·L-1) (mg·L-1 )
Máximo 5,8 14 100 6500 1100 11000 40000
Mínimo 4,7 0 -400 0 0 0 0
L1 e L2 (1ª e 2ª fase)
Máximo 8,8 9,9 240 15306,7 378,59 3780,6 47691
Mínimo 4,4 0,1 -102 105,8 25,23 2,3 0

Considerando Tabela 11 e Figuras com resultados de outros autores,


percebe-se que os valores dos parâmetros físicos químicos, obtidos por meio de
análises ao longo do tempo nesta pesquisa, estão de acordo com a literatura
apresentada, já que não foram constatadas grandes diferenças entre os resultados
aqui apresentados e literatura consultada.
Não foram constatadas diferenças relevantes nos resultados de
condutividade hidráulica e nos parâmetros físico químicos entre sistema composto por
resíduos orgânicos e solo e sistema com solo + ADF, evidenciando que a ADF não
interferiu na qualidade do lixiviado, nem na condutividade hidráulica, logo pode ser
utilizada como material de coberturas intermediárias de RSU em aterros sanitários.
89

6 CONCLUSÕES

Considerando os objetivos propostos nesta pesquisa e os resultados do


comportamento hidráulico, das análises físico químicas e índices físicos, pode-se
concluir que:

a) A utilização do lote de ADF como material para estabilização granulométrica de


solo argilosos, visando sua aplicação como coberturas intermediárias de
resíduos orgânicos, não inferiu alterações significativas no comportamento
hidráulico e físico químico do sistema proposto (P2), comparado aos mesmos
parâmetros apresentados pelo sistema de referência (P1);
b) A condutividade hidráulica saturada (k SAT) não atendeu o valor (k≤10 -6cm·s-1)
descrito nas normas de construção operação e manutenção de aterros
sanitários. Entretanto, deve-se destacar que os valores citados nas referidas
normas são indicados para as camadas de fundo e de cobertura final. Como o
foco desta pesquisa foi nas camadas intermediárias, verifica-se neste caso que
a condutividade hidráulica deve ser maior, o que facilita a percolação de águas
pluviais e do lixiviado;
c) Os resultados dos parâmetros físico químicos obtidos através de análises dos
lixiviados dos sistemas P1 e P2 indicaram que as etapas de biodegradação
foram iguais nos dois sistemas, indicando que a ADF não interferiu nas reações
bioquímicas;
d) Para finalizar, deve-se salientar que os valores de ksat se mantiveram no mesmo
patamar durante as duas fases de monitoramento e para os dois sistemas. Este
comportamento valida os sistemas propostos (P1 e P2) e corrobora as
indicações da literatura em relação às aplicações da ADF em obras
geotécnicas.
90

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