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Introdução..................................................................................... 3
Transporte..................................................................................... 5
Mapa de Fluxo de Valor............................................................. 6
Espera............................................................................................ 8
Mapeamento de Processo........................................................ 9
Falta de Material/Equipamento/Ferramenta ........................... 9
Movimentação............................................................................... 11
Produtos pré-fabricados ...........................................................13
Estoques intermediários........................................................... 13
Projeto de canteiro....................................................................13
Estoque.......................................................................................... 14
Processos Ineficientes .............................................................. 15
Falta de controle de processos..................................................16
Riscos de Qualidade ................................................................. 16
Desperdício de Espaço ..............................................................16
Ritmo de Contrução.................................................................. 16
Consumo de Insumos................................................................17
Gestão de Compras e Fornecedores......................................... 17
Processos desnecessários............................................................... 18
Recebimento de materiais........................................................ 15
Processamento de Insumos...................................................... 16
Defeitos......................................................................................... 21
Matéria-prima........................................................................... 22
Método Constru�vo..................................................................22
Instruções de Trabalho..............................................................23
5 Porquês.................................................................................. 23
Diagrama de Ishikawa............................................................... 24
Excesso de produção...................................................................... 25
Vamos Agir? .................................................................................. 28
Conclusão................................................................................. 29
Referências............................................................................... 30
Sobre o Autor............................................................................ 31
OS 7 DESPERDÍCIOS DO LEAN
INTRODUÇÃO
A filosofia Lean evidenciou para o mundo que esses custos marginais, que estão
a parte da a�vidade que realmente agregam valor, são desperdícios que podem
e devem ser eliminados ou no mínimo reduzidos. Esses desperdícios são a�vida-
des que não geram valor para o cliente. Ou seja, toda etapa que não cria efe�va-
mente nada na percepção do cliente final. Baseado nisso, temos 7 desperdícios
são ocorrem em quase todas as operações do mundo, seja da construção civil ou
de qualquer outro setor, são elas:
Transportes
Espera
Movimentação
Estoque
Processos desnecessários
Defeitos
Excesso de produção
Apesar deste conceito de desperdícios ter surgido nas fábricas, eles podem ser
vistos em obras no mundo todo, e como nas indústrias, apenas mudança de
mentalidade e ajustes em projetos e conceitos de construção podem melhorar
significa�vamente a cadeia de agregação de valor e principalmente, reduzir
desperdícios é mais produ�vidade e mais lucra�vidade para as construtoras.
BOA LEITURA!
Mas como realizar esse mapeamento? Isso pode ser feito u�lizando um VSM -
Value Stream Mapping ou Mapa de Fluxo de Valor (MFV).
Após mapear os processos fica muito claro em quais locais temos um tempo
elevado de transporte e quanto de recursos estamos desperdiçando nesta a�vi-
dade. Para diminuir esse problema, podemos iniciar com uma boa organização
da obra, começando por um bom projeto de canteiro. Uma maneira mais simples
para começar a atacar essa dificuldade é a u�lização de produtos pré fabricados.
Ao falar de produtos pré fabricados é natural vir a mente que apenas obras muito
grandes podem u�lizar, pois precisa de um volume muito alto para valer a pena
o inves�mento. Isso até faz sen�do quando pensamos em u�lizar painel de veda-
ção pré fabricados por exemplo, mas a apenas a adoção de produtos mais inteli-
gentes, que chegam prontos na obras já reduzem bastante o transporte de mate-
riais dentro do canteiro.
Mapeamento do processo
Organizar o fluxo de trabalho para que as novas frentes sejam liberadas pode
gerar um ganho enorme na produ�vidade da empresa. Trabalhar com as meto-
dologias de Last Planner e linhas de balanço vão ajudar os engenheiro a iden�fi-
carem esses problemas.
Porém, temos desperdícios causados pela espera que podem até ser mais fáceis
de iden�ficar.
Por mais básico que isso possa parecer, não ter as ferramentas necessárias ou
todos os materiais necessários para execução completa de uma a�vidade é uma
falha constante em obras. Tudo acaba sendo visto na úl�ma hora e aí começa a
corrida para conseguir tudo que é necessário para o processo con�nuar. É uma
situação �pica ver nas obras os funcionários parados esperando um insumo da
obra chegar ou esperando uma betoneira bater a massa.
Esse é um desperdício de tempo clássico que com uma boa gestão de estoque ou
uma alteração no processo constru�vo podem facilmente serem resolvidos.
Para evitar esse �po de situação, a indústria u�liza, entre tantas outras ferramen-
tas, de PPCP (Plano Para Cada Peça), que nada mais é do que uma planilha
descrevendo todos os produtos que serão u�lizados, quais são os fornecedores,
qual o prazo de entrega e confiabilidade de cada fornecedor, como o produto é
entregue, qual o consumo do material na obra e a cada quanto tempo devo
programar uma nova compra. É uma a�vidade que pode ser muito cansa�va e
necessita de um bom conhecimento de todo o processo, mas pode ser funda-
mental para evitar falta de material nas obras.
Faça o exercício: quanto custa meia hora por dia os funcionários parados espe-
rando material? Quanto a mais poderia ser produzido? 0,5 hora perdida por dia
equivalem a 11 horas no mês - mais de 1 dia de trabalho!
Diagrama Espaguete
Fonte: Voitto
Pense em uma obra que conta com 5 apartamentos por andar e que está no
estágio de assentamento de �jolos. É muito comum ver em um empreendimen-
to assim, vários pedreiros espalhados e cada um trabalhando em uma frente
diferente. Agora vamos pensar na movimentação que um servente tem que fazer
para levar material ou ferramenta para cada uma das frentes de obra, seria muito
mais o�mizado se todos es�vessem trabalhando em apenas uma parte da obra,
pois o fluxo de pessoas e movimentação seria reduzido. Sem falar que isso libera-
ria antes a construção de um apartamento e outra equipe poderá iniciar a a�vi-
dade seguinte.
Algumas metodologias e prá�cas podem ser u�lizadas para reduzir esse proble-
ma:
O estoque é um dos maiores vilões do Lean. Para muitas pessoas e empresas ter
um estoque grande significa que a empresa está indo bem, tem bastante produ-
to para atender os clientes, matéria prima sobrando para não parar a sua produ-
ção e os custos parecem menores, afinal está apenas guardando o material.
O alto estoque vai esconder algumas falhas como processos ineficientes, falta de
controle dos processos, riscos de qualidade e desperdício de espaço.
Processos ineficientes
Assim ela evita de comprar material em excesso para não faltar, ou comprar
material na hora errada. Não faz sen�do comprar um material para acabamento
de a obra está na fundação.
Riscos de Qualidade
Desperdício de espaço
Para evitar esses problemas ou pelo menos reduzir os custos atrelados a eles, os
departamentos de engenharia e compras devem trabalhar juntos na melhoria da
gestão de processos de compras, controle de estoque e controle de consumo de
materiais.
Recebimento de materiais
Processamento de insumos
Queima do cal
Na construção civil temos um cenário até pior que em uma indústria “convencio-
nal”. Como corrigir um problema em um produto que é muito grande, está�co e
caro? Normalmente a solução passa por refazer toda a a�vidade. Um exemplo
simples, um porcelanato mal colocado com uma camada incorreta de argamas-
sa, pode causar um desplacamento que, no pior dos cenário pode causar um
acidente sério, ou no melhor cenário prejudicar a reputação do construtor.
A prevenção dos problemas passa por uma análise criteriosa de matérias primas
que serão u�lizadas, métodos constru�vos e procedimentos bem definidos.
Matéria-prima
Por mais básico que possa parecer, ainda encontramos obras u�lizados produtos
que não atendem as normas de construção civil ou u�lizados produtos em
aplicações indevidas. Seguir o determinado pelas normas da ABNT é uma etapa
básica que os fornecedores de materiais devem cumprir e que os construtores
devem exigir. Inspecionar a qualidade dos materiais no recebimento e na compra
já podem evitar defeitos no futuro.
Método constru�vo
Não basta apenas o produto seguir as normas, mas a aplicação do produto deve
ser feita de acordo com as normas também. A chance de ocorrência de uma
patologia será muito maior se o mínimo de cuidado com a aplicação dos mate-
riais não for tomado. Trabalhar próximo dos fornecedores pode evitar que os
produtos sejam aplicados de forma incorreta.
Instruções de trabalho
Evitar que os problemas ocorram é importante, mas entender por que os proble-
mas ocorrem é fundamental. Algumas ferramentas u�lizadas pela indústria
podem ser adaptados para a construção, como o 5 Porquês e o diagrama de
Ishikawa.
5 Porquês
A ferramenta dos 5 porquês é muito u�lizada pelos setores de qualidade por ser
uma metodologia simples para aprofundar em problemas não muito complexos.
A ideia da ferramenta é justamente ques�onar o porquê que o problema aconte-
ceu e a cada resposta repe�r a pergunta até chegarmos num ponto que não tem
mais como aprofundar. Apesar de ser simples, pode ser muito poderosa para
fazer as equipes pensarem de forma mais global nos problemas. Após chegar na
causa raiz, o gestor deve planejar um plano de ação para resolver o problema e
impedir que ele volte a acontecer.
Diagrama de Ishikawa
Tão importante quanto evitar que os defeitos ocorram é entender qual foi a
causa do problemas e planejar ações para evitar que ele aconteça novamente.
Negligenciar um defeito, por menor que seja, pode esconder erros estruturais da
empresa, como falta de monitoramento de processos e falha na gestão das equi-
pes.
A produção em excesso pode surgir por um planejamento mal feito das frentes
de trabalho da obra e quan�dade de material que será necessário naquele
momento. Essa produção em excesso, na construção civil, normalmente vai
gerar uma elevação no nível de desperdício, consequentemente aumenta a
quan�dade de entulho, e perdemos dinheiro com manejo de entulho, custo de
material jogado fora… É muito importante ter isso planejado, pois o custo finan-
ceiro de lidar com esses desperdícios pode comprometer o planejamento da
obra.
O Lean nos ensina que devemos produzir apenas o que precisamos, no momen-
to que precisamos. Produzir além do necessário gera estoque, consome tempo
da mão de obra, gastamos dinheiro comprando mais matéria prima e aumenta-
mos o risco de desperdícios.
Para evitar essa superprodução a busca por fluxos con�nuos de trabalho foi a
solução encontrada pelas fábricas. No caso da construção civil, temos uma
dificuldade maior por termos produto com um arranjo �sico posicional, ou seja,
o produto que estamos fabricando (casa, prédio, galpão) fica parado e quem se
movimenta são as pessoas e os materiais. Mas mesmo nesse caso, podemos
controlar o Takt Time (ritmo de produção) para atender as demandas das frentes
de trabalho, sem gerar excesso de material produzido ou correr o risco de faltar
material.
O controle desse ritmo deve ser feito pensando no prazo estabelecido para a
construção de uma etapa do empreendimento, a disponibilidade e capacidade
da mão de obra. Vamos fazer um exemplo:
Uma obra tem 500 m² de alvenaria para rebocar em uma semana, sendo 5 dias
de trabalho com 8 horas por dia. Digamos que temos 5 pedreiros na obra e que
cada um consiga produzir 20 m² de reboco por dia. Considerando um reboco de
2 cm de espessura, cada pedreiro vai demandar por dia 0,4 m³ de massa para
reboco ou 0,005 m³ de massa/hora. Logo a produção e fornecimento de massa
deve ser a quan�dade necessária para atender, sem muita sobra a produção.
Essa análise do ritmo que vamos produzir geram os cálculos de como montar
nossa capacidade na obra, de mão de obra, de equipamentos necessários e pon-
derar mais facilmente no que realmente vale a pena inves�r para o�mizar. Algu-
mas reflexões que poderiam ser feitas:
Vale a pena trabalhar com mais uma betoneira para atender o ritmo com mais
tranquilidade?
Colocar uma betoneira a mais não vai gerar ociosidade de equipamento de mão
de obra?
Ou não vale a pena gastar um pouco a mais e pegar uma massa estabilizada e
re�rar essa etapa de preparo de massa na obra?
Após comentar sobre todos esses desperdícios que encontramos nos canteiros
de obra, gosto de lembrar que a única forma de perceber esses problemas é
quando pararmos para analisar com seriedade como que ocorrem os processos
nas obras. Com o mapeamento bem feito será possível colocar em números o
quanto de dinheiro que estamos desperdiçando e qual o tamanho do impacto
que essas melhorias poderiam gerar no projeto.
Isso tudo é muito óbvio, nem um pouco fácil! Toda a empresa tem que enxergar
que a melhoria dos processos gera um resultado mais posi�vo no final. Desde o
sócio da empresa até o servente.
Encerro esse e-book com a expecta�va que esse texto tenha ajudado pelo
menos um pouco a dar essa visão de melhoria de processos e redução de
desperdícios. Nós da uBeton con�nuaremos a�vos para ajudar na modernização
da construção civil.
Livro: Aprendendo a Enxergar. Autores: Mike Rother e John Shook. Lean Ins�tute
Brasil
Sites consultados:
h�ps://www.buildin.com.br/lean-construc�on-desperdicio-1/
h�ps://www.buildin.com.br/lean-construc�on-desperdicio-2/
h�ps://www.buildin.com.br/desperdicio-na-construcao-lean-construc�on/
h�ps://www.lean.org.br/colunas/529/entenda-os-%E2%80%9C7-des-
perdicios%E2%80%9D-que-uma-empresa-pode-ter.aspx
h� p : / /e p rc o n s u l to r i a . c o m . b r / l e a n - m a n u fa c t u r i n g - e - e l i m i n a c a o -
-das-7-perdas-da-producao-para-um-processo-de-excelencia/
h�ps://www.voi�o.com.br/blog/ar�go/8-desperdicios-lean
h�ps://www.inovacivil.com.br/principios-construcao-enxuta/
h�ps://www.voi�o.com.br/blog/ar�go/diagrama-de-espaguete
h�ps://blogdaqualidade.com.br/diagrama-de-ishikawa/
h�ps://ferramentasdaqualidade.org/5-porques/