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EMPREENDEDORISMO
117 minutos
Aula 1 - Perspectiva Lean no empreendedorismo
Aula 2 - Plano de negócios: planejamento e financiamento
Aula 3 - Metodologias de gestão
Aula 4 - Empreendedorismo e inovação: desafios e alguns possíveis caminhos
Referências

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Aula 1

PERSPECTIVA LEAN NO EMPREENDEDORISMO


O mercado tem se transformado constantemente e em alta velocidade, e a busca de soluções simples para problemas
complexos exige que o empreendedor seja cada vez mais inovador, no entanto, o desafio principal é não ficar
aprisionado aos antigos métodos de gestão e estar preparado para empreender em um cenário de extrema incerteza.
25 minutos

INTRODUÇÃO

Olá, estudante.

Boas-vindas ao curso de empreendedorismo.

O mercado tem se transformado constantemente e em alta velocidade, e a busca de soluções simples para problemas
complexos exige que o empreendedor seja cada vez mais inovador, no entanto, o desafio principal é não ficar aprisionado
aos antigos métodos de gestão e estar preparado para empreender em um cenário de extrema incerteza. Frente a isso,
nesta segunda unidade, você compreenderá como é possível empreender de maneira ágil, sem desperdícios de tempo e
dinheiro, focando a necessidade do cliente e utilizando a visão Lean, que busca eliminar o desperdício presente no
empreendedorismo, enfatizando a rápida interação e mudança de plano sem alterar o principal objetivo.

Estão prontos para esse passo? 

O QUE É LEAN?

Na década de 1950, após a Segunda Guerra Mundial, o Japão passou por várias dificuldades econômicas; a Toyota se
destacou na produção de carros, mas também enfrentou problemas relacionados à alta produtividade, peças paradas em
estoque e desperdícios, o que levou à grande necessidade de mudança.

Taiichi Ohno e Shigeo Shingo participaram do desenvolvimento de um novo sistema de gestão, chamado Toyota Production
System (TPS) (em português, Sistema Toyota de Produção), baseado em dois princípios:

just-in-timee o jidoka

Com a evolução dessa metodologia, surgiu o Lean, que, traduzido do inglês, significa enxuto. No início, ele era focado apenas
na manufatura, o Lean manufacturing, que, em tradução livre, significa produção enxuta, e os resultados foram
surpreendentes. Segundo Womack, Johes, Roos (2004), a fábrica japonesa produzia carros com a metade dos esforços de
trabalho que empresas norte-americanas e um quarto das fábricas europeias com qualidade superior ao de seus
concorrentes.

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Consequentemente, o modelo de gestão Toyota começou a ser analisado e visto como precursor de transformação no ramo
automobilístico e em demais empreendimentos que envolviam linhas de produção. De acordo com Ries (2019), entre os

princípios do Lean manufacturing, estão a aplicação do conhecimento e criatividade de todos os envolvidos no processo,
redução de desperdícios na produção, compra e estoque.

Para Womack; Johes; Roos (2004), os produtores Lean buscam a perfeição com custos reduzidos, ausência de defeitos na
produção, pouco ou nenhum estoque e uma imensidade de novos produtos. Na busca pela melhoria contínua, esse processo
também se torna contínuo e, mesmo que os empreendedores não consigam chegar na perfeição almejada, gera resultados
surpreendentes.

O pensamento enxuto (Lean) mudou a maneira como o mundo percebia valor, desperdício e qualidade. Entre seus
princípios, podemos destacar cinco: valor, fluxo de valor, fluxo, puxar e perfeição.

Valor 

Nessa etapa, é importante identificar, de maneira precisa, as necessidades do cliente, para produzir o que ele
realmente necessita..

Fluxo de valor 

É preciso identificar as etapas necessárias para se desenvolver o produto que o cliente necessita.

Fluxo 

Fazer com que todas as atividades do processo fluam continuamente.

Puxar 

Deixar de empurrar produtos para o cliente, produzindo apenas o que é solicitado.

Perfeição 

O foco dessa etapa é trabalhar na melhoria contínua para chegar ao resultado perfeito, com total redução de
desperdício em todo fluxo.

A metodologia Lean existe há vários anos, no entanto, sofreu diversas adaptações para alcançar a versão que é vista na
atualidade, focando a solução de problemas apresentados pelo cliente, e uma de suas evoluções é o Lean startup ou startup
enxuta, como é mais conhecida, que atualizou essas ideias para o empreendedorismo atual, promovendo alterações
significativas na avaliação de progresso em todos os perfis de empresas.

A startup enxuta analisa o progresso de um empreendimento por meio da aprendizagem validada, que visa a eliminar as
fontes de desperdício existentes no empreendedorismo atual.

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LEAN NA ATUALIDADE

 Vamos reforçar o conceito e a contribuição que o pensamento Lean trouxe para os negócios e como é utilizado, na
atualidade, em diversos setores, inclusive em startups, em que é mais difundido. Para melhor entendimento, é importante
esclarecer que startup tem o significado literal de empresa emergente.

"Uma startup é uma instituição humana projetada para criar um novo produto ou serviço sob condições de incerteza
extrema” (RIES, 2019, p. 35), portanto, uma startup é formada por um grupo de pessoas que buscam soluções para as
necessidades de outras pessoas em um ambiente de extrema incerteza, pois tudo está baseado em hipóteses e
experimentações.

O Lean startup considera como crucial o ciclo de feedback: construir-medir-aprender:

Para aplicar esse método, é preciso saber quais hipóteses deverão ser testadas, e as mais importantes são a hipótese de
valor e a hipótese de crescimento, que auxiliam na construção do motor de uma startup.

O primeiro passo no ciclo de feedback deve se dar por meio da construção do mínimo produto viável (MVP, em inglês), que é
a versão do produto que permite que o empreendedor passe por todas as etapas do ciclo com o menor esforço e menor
tempo possível, e essa sigla é comumente citada em empreendimentos de inovação, pois é o ponto de partida para a

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validação de um novo projeto e um novo produto. Diferentemente do que é praticado na administração tradicional, esse
protótipo não conta apenas com a avaliação interna de especialistas, ele precisa ser testado em clientes potenciais, para que

toda reação seja levada em consideração.

Como apresenta Ries (2019), o empreendedor tem dois grandes desafios: o primeiro é criar um ambiente de testes
sistemáticos, ou seja, o processo deve ser organizado e incansável, logo, a busca pela perfeição não pode parar; o segundo
desafio é que, ao fazer esses testes e as novas criações, o empreendedor não pode perder a visão original do negócio.

Todos os testes devem ser realizados como se fossem produtos reais, para serem avaliados com precisão. Assim que entrar
na etapa de medir, será necessário analisar se os esforços para o desenvolvimento desse produto geraram resultados
significativos e se houve progresso.

 Assimile
Uma das ferramentas importantes para a análise de startups é a análise de coorte; com ela, é possível analisar cada
grupo de clientes que teve contato com o produto, e a esses grupos damos o nome de coorte. Por meio dos
experimentos e análises, o ciclo se repete e é possível estabelecer se o MVP deverá ser pivotado ou perseverado.

Toda a análise é feita para verificar se a hipótese estratégica inicial progrediu ou se é preciso realizar uma grande mudança, e
a essa mudança de rota, é dado o nome de pivô. Conforme mostra Ries (2019), o pivô é uma mudança de rota estruturada e
planejada para que seja feito um novo teste de hipótese apresentada. Empreendedores que não se atentam à necessidade
do cliente e têm dificuldade em mudar de rota, podem fracassar por insistir em algo que não progrediu, e a cada mudança
de rota, deve haver o aprendizado do empreendedor.

ESTRATÉGIAS DE CRESCIMENTO

A última etapa do ciclo de feedback é aprender. De acordo com o conteúdo visto anteriormente, o foco do empreendedor da
startup enxuta deve ser o aprendizado; seja pivotando, seja perseverando, o foco deve estar no processo e não no resultado
final. Seguindo a linha de estudos da metodologia Lean, a melhoria deve ser contínua, portanto, o ciclo se repete.

Como mostra Reis (2019), na startup enxuta, o objetivo é aprender, o mais rápido possível, como desenvolver um negócio
sustentável, viável e que se sustente com sua própria estrutura. O motor de crescimento é utilizado por startups com o
objetivo principal de ter crescimento sustentável, ou seja, novos clientes surgem das ações de antigos clientes, e a pergunta
que fazemos é: quantos novos clientes surgem a partir da ação do cliente anterior?

De acordo com Ries (2019), existem quatro modos de fazer isso acontecer:

A) Boca a boca:
Produto carrega crescimento natural, provocado pela indicação de clientes satisfeitos para outros possíveis clientes.

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B) Efeito colateral de uso:


 Produtos de moda ou status que são expostos sempre que são utilizados, despertando a necessidade de compra.

C) Publicidade financiada:
Publicidade paga com o dinheiro da receita de vendas e não por capital de investimento. O custo de adquirir novo
cliente deve ser menor que a receita gerada por ele, e esse excedente pode ser utilizado para captar novos clientes.

D) Compra ou uso repetido:


Projetar produtos para serem comprados periodicamente.

Portanto, para sustentar um negócio, é preciso utilizar a estratégia do motor de crescimento, seguindo o princípio de venda
recorrente, publicidade viral e financiada. Para Weinberg e Mares (2015), para crescer, é preciso saber chegar até o cliente,
para isso, é preciso utilizar a tração, com ela, é possível conseguir dinheiro, aumentar a equipe e ser visto pelo mercado. Ela
é, basicamente, a evidência quantitativa de demanda, logo, para crescer, é preciso explorar canais de tração para
compreender seu funcionamento, testar possibilidades, analisar resultados e filtrar aqueles que geram resultados para o
empreendimento.

Para cada fase do negócio, poderá ser utilizado um canal, para que continue crescendo. De acordo com Wenberg e Mares
(2015), existem dezenove canais, são eles:

marketing viral;

relações públicas;

relações públicas não convencionais;

marketing em buscadores (SEM);

anúncios sociais e display;

anúncios offline;

otimização para buscadores (SEO);

marketing de conteúdo;

e-mail marketing;

engenharia como marketing;

cobertura em blogs;

marketing de afiliados;
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plataformas existentes;

 feiras e eventos;

eventos offline;

palestras e criação de comunidade, mas também pode ser incluído o influenciador digital e outros canais de tração.

Marc Andreessen, em 2007, criou a expressão product/market fit ou adequação do produto ao mercado para ilustrar o
momento que a startup alcança um grande grupo de clientes que se identifica com o produto desenvolvido. Para ele, num
mercado excelente, com muitos clientes potenciais, o próprio mercado puxa o produto da startup.

Desse modo, para que o empreendedor alcance o maior número de clientes e que estes gerem novos clientes, é preciso
passar pelo ciclo do feedback focado na aprendizagem, pois em todas as etapas do ciclo haverá testes e validações, a fim de
que o próximo passo seja dado e, então, reinicie-se todo o processo, seguindo a metodologia de Lean startup, com menos
desperdício de tempo, pessoas e matéria-prima.

VIDEOAULA

Olá, estudante. Neste vídeo, você compreenderá melhor o que é a metodologia Lean, que, apesar de ser melhor difundida
em grandes empresas ou startups, pode ser facilmente adaptada para qualquer perfil de negócio. Além da história dessa
metodologia, serão apresentadas as possíveis aplicações nos empreendimentos da atualidade e você poderá visualizar a
importância do processo de aprendizagem na criação e validação de um novo produto ou projeto.

Vamos dar mais esse passo?

Videoaula

Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

 Saiba mais
Está com dificuldade em criar uma ideia que solucione o problema do cliente? O livro O poder da empatia: a arte de se
colocar no lugar do outro para transformar o mundo, de Roman Krznaric, pode ajudar você a compreender melhor a
dor do cliente e criar soluções que façam a diferença na vida de várias pessoas. Nesse livro, o autor mostra a
importância de se ter um olhar e uma escuta ativa para analisar a necessidade das pessoas, mesmo daquelas que têm
dificuldade em visualizar o que querem. 

Aula 2

PLANO DE NEGÓCIOS: PLANEJAMENTO E FINANCIAMENTO


Nesta aula, você verá o que é investidor anjo, quais índices financeiros eles analisam antes de investir em um negócio e
quais são os principais canais para dar início a esse relacionamento.
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23 minutos

INTRODUÇÃO

Olá, estudante!

Agora, vamos estudar a importância da elaboração do plano de negócios para a captação de recursos financeiros para
alavancar o negócio já validado para o crescimento escalável. Você verá o que é investidor anjo, quais índices financeiros eles
analisam antes de investir em um negócio e quais são os principais canais para dar início a esse relacionamento.

Vamos lá? 

A IMPORTÂNCIA DO PLANO DE NEGÓCIOS

A metodologia Lean é muito importante nos negócios de inovação; vimos, também, que o lean startup tem como cerne o
ciclo de feedback de construir-medir-aprender e que, durante esse ciclo de aprendizagem, o MVP (Mínimo Produto Viável)
passa por testes de hipóteses e validações, até que a startup alcance a fase de crescimento e tração.

Após alcançar essa fase, é preciso captar recursos financeiros para a alavancagem e sustentabilidade do negócio, então, faz-
se necessário planejar e estruturar tudo o que foi feito por meio do plano de negócios. De acordo com Gonçalves (2021), o
plano de negócios é um documento formal que deve ser apresentado para o mercado, deixando claro que o produto ou
serviço desenvolvido pode ter sucesso. Nesse documento, devem estar descritos todos os objetivos de um negócio, assim
como o caminho a ser trilhado para se alcançar os resultados esperados, tornando os riscos calculados e diminuindo as
incertezas de todos os envolvidos. Além da visão, missão, valores e objetivos, o plano de negócios deve envolver o plano
operacional, de marketing, financeiro e jurídico.

Por ser um documento trabalhoso e extenso, muitos empreendedores julgam não ser necessário, porém a única maneira de
diminuir riscos e captar investimentos, sejam eles de investidores anjo, sejam de bancos, terceiros ou de outros meios, é por
meio da análise minuciosa do plano de negócios. Na administração moderna, foi criado o Canvas como modelagem de
negócios, mas engana-se quem espera que essa ferramenta possa substituir o plano de negócios, uma vez que ambas são
ferramentas complementares. A primeira é utilizada na ideação e estruturação de um novo produto ou serviço, enquanto a
segunda mostra, por meio de estudos e levantamento de dados, se a ideia inicial é viável.

A essência do plano de negócios é o planejamento; ele é um levantamento minucioso de tudo o que envolve a ideia de
negócio inicial, e é por meio dessa ferramenta que o empreendedor chega à conclusão se deve ou não seguir adiante. “O
plano de negócio funciona como um mapa [...] é útil tanto para empresas nascentes quanto para as que já estão constituídas
e querem organizar, crescer, ampliar ou até mesmo lançar algo novo no mercado” (GONÇALVES, 2011, p. 62).

Após a elaboração desse planejamento, o empreendedor poderá iniciar a busca por investidores que estejam interessados
em ideias disruptivas e que apresentam risco calculado. O que comumente acontece em casos de negativa por parte do
possível investidor é que o empreendedor, sem passar pelas fases de validação, crescimento e tração, pula para a etapa do

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plano de negócios, o que gera insegurança e descrença. Aliás, ainda que se trate de um documento formal e muito utilizado,
não existe um formato padrão, ele é adaptado ao negócio, ao perfil do empreendedor e ao que se tem por objetivo a ser

apresentado.

ESTRUTURA DO PLANO DE NEGÓCIOS

Na aula anterior, falamos da importância do plano de negócios para a captação de recursos financeiros e viabilização da ideia
inicial; nesta aula, abordaremos a estrutura básica e seus principais elementos, que são:

Na aula anterior, falamos da importância do plano de negócios para a captação de recursos financeiros e viabilização da ideia
inicial; nesta aula, abordaremos a estrutura básica e seus principais elementos, que são:

Sumário executivo 

Síntese de tudo o que será apresentado no documento. Ele deve ser atrativo, apenas com palavras-chave, para
gerar interesse em quem o lerá.

Análise de mercado

Análise de público-alvo, concorrentes, fornecedores, entendimento do mercado para o negócio proposto e se há


crescimento previsto. 

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Plano de marketing

Deve conter objetivos e metas, produto, comunicação e divulgação, política de preço, distribuição e localização do
PDV (ponto de venda).

Plano operacional

Detalhamento de todos os processos operacionais do negócio, como: principais custos de instalações, produção,
logística, cadeia de suprimentos, controle de qualidade e sistemas de gestão que serão utilizados, além da
quantidade de pessoas necessárias para a operação.

Plano financeiro

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Ponto crucial para a elaboração do plano de negócios, considera como primordial a gestão do fluxo de caixa, com o
 objetivo de avaliar se o negócio se sustenta sob aspecto financeiro. Deve ter o investimento total, análise de
necessidade de capital de giro, estimativa de faturamento, estimativa de custos, fluxo de caixa projetado,
demonstração de resultados e indicadores de viabilidade (ponto de equilíbrio, lucratividade e prazo de retorno de
investimento).

O plano de negócios é um documento formal com cerca de 40 a 50 páginas. Ao elaborá-lo, de acordo com Gonçalves (2021),
o empreendedor deve pesquisar clientes, concorrentes, levantar possíveis custos, definir estratégias e analisar o ambiente
em que está inserido, ou seja, o ecossistema empreendedor, e todos os dados levantados, por mais que envolvam previsões,
devem ser fieis à realidade.

O plano financeiro é um dos pontos mais relevantes para o investidor, pois, além de considerar todas as projeções em
relação ao valor investido, estimativa de custos e de receitas, apresenta os índices de viabilidade financeira, e os principais
são:

Índice de lucratividade líquida (ILL) 

Indicador que apresenta a quantidade de riqueza que pode ser gerada pelo negócio para cada unidade investida e
considera a taxa mínima de atratividade (TMA).

Valor presente líquido (VPL) 

É um dos principais índices para a análise de viabilidade de um projeto; ele traz o fluxo de receitas positivas para o
presente, por meio da diferença entre as receitas e os investimentos feitos, considerando a taxa mínima de atratividade
(TMA)..

Taxa interna de retorno (TIR) 

É a taxa de remuneração do capital que iguala o valor presente de entradas e saídas ao valor presente das saídas. A TIR
deve ser maior que o a TMA.

Retorno sobre o patrimônio (ROE) 

Mostra a rentabilidade de uma empresa a partir do lucro e patrimônio líquido. A análise é feita para avaliar em quanto
tempo o lucro paga o valor total do patrimônio líquido.

Payback descontado 

Apresenta em quanto tempo o negócio gera lucro para o investidor, considerando a TMA.

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Como mostra Filho et al. (2012), para calcular esses índices, é preciso realizar o fluxo de caixa projetado, que é a projeção de
todas as entradas e saídas de caixa do negócio. Outro ponto importante é saber que a taxa mínima de atratividade (TMA) é

uma taxa de juros que representa o mínimo que o investidor quer receber de retorno de um investimento, portanto, os
índices que o têm como base devem ser maiores que a TMA.

PLANO DE NEGÓCIOS E CAPTAÇÃO DE INVESTIMENTO

Como visto na aula anterior, a elaboração do plano de negócios é trabalhosa e demorada, mas apenas após finalizá-lo será
possível captar recursos para o projeto, pois os índices financeiros são importantes para a tomada de decisão do futuro
investidor.

A fase de captação de recursos se faz necessária para que a startup seja acelerada, ou seja, para que ela cresça no mercado,
e, a depender da etapa em que se encontra o negócio, também será o perfil de investimento. No início de sua jornada, o
empreendedor pode utilizar recursos próprios para a criação do seu MVP, no entanto, conforme a validação do negócio e seu
crescimento, a busca por novos investidores se torna inevitável. Como mostra Filho (2010), existem diversas fontes de
captação, mas podemos citar as principais:

Investimento próprio: investimento do próprio empreendedor.

Investimento familiar ou amigos: investimento feito por familiares ou amigos, geralmente, na primeira etapa do
negócio.

Crownfunding: financiamento coletivo feito por meio de perfil público nas redes sociais.

Subvenções: apoio financeiro público não reembolsável.

Ventures capital: investimento de alto risco em negócios com alto poder de crescimento.

Investidores anjo: pessoa física ou jurídica que utiliza recursos próprios para investir em novos negócios. Essa
modalidade é uma das mais utilizadas.

Spina (2015) mostra que o investidor anjo apenas fará o investimento em uma ideia ou negócio se o projeto tiver passado
pelas etapas de ideação, MVP, validação e dado início ao crescimento. Para ele, primeiro, o empreendedor deve fazer toda a
estruturação do negócio para, em seguida, apresentar-se aos investidores.

Para captar investidores-anjo, é preciso encontrá-los por meio de cadastros em plataformas, indicações, participação em
eventos do setor, estar em aceleradoras ou incubadoras, munidos de materiais que demonstrem todas as análises prévias:
sumário executivo, plano de negócios/modelagem de negócios e estar com o discurso alinhado. Nesses eventos, o
empreendedor deve apresentar seu pitch elevator, que é o discurso de venda de dois minutos; nele, o empreendedor deve
apresentar o problema verificado, a possível solução, a equipe envolvida, o tamanho do mercado, o modelo do negócio, o
valor de investimento necessário e o que fará com esse investimento.

Ao investir no projeto, o investidor-anjo compra uma participação no negócio para fazer seu dinheiro crescer, depois, sai dele
para reinvestir em outro, por esse motivo, ele busca negócios dos quais possa se desligar facilmente.

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Para que essa parceria dê certo, é preciso deixar claro a participação que o investidor terá no negócio, qual será o seu papel,
o quanto ele poderá interferir nas tomadas de decisões e como será sua rotina. Como o empreendedor pode encontrar

dificuldades para estruturar o negócio, assim como para fazê-lo prosperar, é comum buscar apoio em incubadoras ou
aceleradoras. Essas incubadoras funcionam como um ambiente de apoio para negócios nascentes, para que sejam
acelerados e se tornem bem-sucedidos. Além disso, outros apoios podem ser dados por associações com Sebrae,
Cooperativas de apoio a startups e plataformas do Governo. Aliás, é importante salientar que, desde o início do negócio, o
empreendedor deve buscar apoio jurídico para questões imprescindíveis, como: registro de marca, perfil de sociedade,
regime tributário, contratos (principalmente os que são feitos com os investidores), trabalhista, propriedade intelectual e lei
de proteção de dados.

O empreendedor de inovação deve estar alinhado com todas as exigências dos investidores e do mercado, para que seu
negócio cresça de maneira sustentável. 

VIDEOAULA

Olá, estudante. Neste vídeo, discutiremos a importância do plano de negócios; você verá que, para crescer de maneira
sustentável, é preciso haver investimento, seja ele por recurso próprio, seja investimento coletivo, público ou pelo investidor-
anjo. Existem alguns meios para que o empreendedor consiga a atenção do investidor, mas no momento em que esse
encontro ocorrer, o empreendedor terá de apresentar todo o projeto, a estimativa de retorno e estar com o discurso
alinhado.

Videoaula

Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

 Saiba mais
Se você precisa de ajuda para elaborar seu plano de negócios, o livro Plano de negócios: uma ferramenta de gestão, de
Paulo Ricardo Zavadil, pode guiar você na elaboração desse documento. Nesse livro, o autor explica passo a passo como
montar o plano de negócios, considerando todas as etapas. Com uma escrita fácil e objetiva, o autor fala da
importância, do objetivo e descreve, minuciosamente, cada bloco desse plano. 

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Aula 3

METODOLOGIAS DE GESTÃO
Nesta aula, discutiremos os diferentes modelos de negócios existentes e nos aprofundaremos no Canvas como
modelagem de negócios, desde a explicação até a sua elaboração na prática.
23 minutos

INTRODUÇÃO

Olá, estudante!

Vamos reforçar que o plano de negócios é um documento importante para se captar recursos e alcançar crescimento, no
entanto, antes de elaborá-lo, é preciso ter claro o modelo de negócio a ser seguido. Aqui, discutiremos os diferentes modelos
de negócios existentes e nos aprofundaremos no Canvas como modelagem de negócios, desde a explicação até a sua
elaboração na prática. Além disso, você compreenderá melhor a gestão de projetos, sua importância e verá como as
metodologias ágeis são excelentes ferramentas para auxiliar em todas as fases do projeto, desde a ideação até a
prototipagem.

Teremos muito conteúdo para estudarmos. Vamos adiante?

INSIGHTS E MODELOS DE NEGÓCIOS

É válido lembrar que, para captar recursos financeiros para a alavancagem do negócio é preciso elaborar o plano de
negócios, porém, para se chegar à fase do documento formal, é essencial passar pela etapa de modelagem do negócio.

Para Osterwalder e Pigneur (2011), um modelo de negócios retrata o valor percebido pela empresa, mostrando a lógica de
criação e entrega desse valor para o cliente, ou seja, o modelo de negócios expõe o objetivo do empreendedor, o processo
de criação e a transformação da ideia inicial em um negócio e a entrega dessa ideia para o mercado.

Como mostra Osterwalder e Pigneur (2011), a adoção da perspectiva do cliente auxilia em todo processo de ideação e
estruturação desse modelo. Não que apenas a perspectiva do cliente seja importante, mas criar soluções para problemas
apresentados diminui esforço, tempo e dinheiro. A essa perspectiva, podemos dar o nome de insights dos clientes, em que
esse cliente apresenta o problema ou a solução que gostaria de ter para um determinado problema, mesmo que isso não
esteja tão claro para ele. Esses insights são estratégicos, pois o entendimento da dor do cliente leva o empreendedor para a
criação de soluções simples para problemas complexos, nascendo, então, uma ideia.

De acordo com Brown (2020), é preciso colocar as pessoas no centro da história e do projeto; muito do que se analisa como
necessidade vem por meio de observação do comportamento e das reações das pessoas, portanto, ter olhos e ouvidos
atentos a tudo o que os rodeia pode ajudar o empreendedor na elaboração de um modelo de negócios melhor.

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A partir da necessidade apresentada, é possível definir qual ou quais modelos de negócios farão parte de sua estratégia.
Existem padrões que se repetem nos modelos de negócios, com características semelhantes que podem inspirar o

empreendedor em sua própria criação, e os cinco principais padrões são:

Modelos de negócios desagregados 

Fundamentalmente, existem três tipos de negócios: negócios de relacionamento com os clientes, inovação de produto e
infraestrutura, cada qual com suas particularidades, e o ideal é que se siga apenas um modelo, para evitar conflitos.

A cauda longa 

Esse modelo de negócio tem como foco vender um número maior de produtos em menores quantidades.

Plataformas multilaterais 

Unem dois ou mais grupos de clientes de maneira interdependente. Quanto maior o número de usuários, mais essa
plataforma cresce, como um efeito rede.

Grátis como modelo de negócios 

Uma parcela de clientes é beneficiada com ofertas de zero custos; esses clientes são mantidos a partir do financiamento
dos clientes pagantes, sendo uma maneira de ter produtos gratuitos sem prejudicar o caixa da empresa.

Modelos de negócios abertos 

Buscam, sistematicamente, a criação e a captura de valor de dentro para fora e de fora para dentro, resultando em
prazos curtos de entrada no mercado.

Em um mesmo negócio, podem existir um ou vários padrões, não havendo uma regra específica para se seguir apenas um, a
depender da estratégia que o empreendedor queira seguir, do problema apresentado, do momento do negócio e o
momento do mercado.

ELABORAÇÃO DO MODELO DE NEGÓCIOS

Anteriormente, vimos cinco padrões de modelos de negócios apresentados no mercado; nesta aula, você compreenderá o
que é o Canvas como modelagem de negócios e como estruturá-lo.

Osterwalder e Pigneur (2011), após vários anos de pesquisa, reuniram quatrocentos e setenta consultores e especialistas de
negócios no mundo todo para cocriarem uma nova maneira de modelar negócios, com o objetivo de ser simples, relevante,
intuitivamente compreensível e sem simplificar a complexidade de uma empresa, surgindo, então, o Canvas como
modelagem de negócios. Se considerarmos apenas sua livre tradução, temos como Canvas uma tela em branco, como

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aquelas utilizadas por artistas para criarem suas obras; no Canvas como modelagem de negócios, o empreendedor e todos
os participantes da empresa desenham o negócio em uma tela em branco, focados em nove blocos distintos sob a

perspectiva do cliente:

Segmentos de clientes

Compreende quais segmentos de clientes o negócio irá atingir, e as perguntas iniciais podem ser: para quem está criando
valor? Quem quer alcançar? Eles devem estar segmentados por padrão de comportamento e necessidades em comum?
Exemplos de segmento: mercado de massa, nicho de mercado, segmentado, diversificado, plataforma multilateral ou
mercados multilaterais.

Proposta de valor

Entende que o negócio deve entregar valor para o cliente, não apenas um produto ou serviço, mas também um benefício, e
esse valor pode ser quantitativo ou qualitativo. Perguntas a serem feitas: por que o cliente escolhe o produto ou serviço
desse negócio? Que valor entrega para o cliente? Que problema está ajudando o cliente a resolver? Alguns exemplos:
novidade, desempenho, personalização, fazer o que deve ser feito, design, marcas/status, preço, redução de custo, redução
de risco, acessibilidade e conveniência.

Canais

Trata-se da interface entre a empresa e o cliente. Esses canais devem atender a alguns requisitos, como: ampliar o
conhecimento do cliente em relação à empresa, ajudar clientes a compreender a proposta de valor do negócio e fornecer
suporte a ele após a compra.

Relacionamento com clientes

Define qual o tipo de relação a empresa terá com o cliente. Há diversas categorias dentro desse relacionamento, como a
assistência pessoal, assistência pessoal dedicada, self-service, serviços automatizados, comunidades e cocriação. Essa
relação deve ter objetivos claros, tais como: conquista do cliente, retenção do cliente e ampliação das vendas. 

Fontes de receita: é o dinheiro que a empresa gera a partir do cliente. Alguns exemplos de fontes de receita são: venda de
recursos, taxa de uso, taxa de assinatura, empréstimos ou aluguéis, licenciamento, taxa de corretagem e anúncios. 

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Recursos principais

Definidos como recursos necessários para que o modelo de negócio funcione, podendo ser categorizado como: físico,
intelectual, humano e financeiro.

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Atividades-chave

 São as principais atividades que serão feitas para o funcionamento do negócio, sendo categorizadas como: produção,
resolução de problemas e plataforma/rede.

Parcerias principais

Os parceiros principais do negócio, tais como, alianças entre não competidores, parcerias entre concorrentes, joint ventures
e comprador-fornecedor.

Estrutura de custo

Apresenta todos os custos envolvidos na operação do negócio e sua estratégia pode ser em custos fixos, custos variáveis,
economias de escala e economias de escopo.

Como apresenta Osterwalder e Pigneur (2011), o Canvas é um trabalho definitivo e, idealmente, deve estar em uma parede,
para que todos possam ter acesso e fazer as mudanças necessárias no tempo. 

METODOLOGIA ÁGIL COMO GESTÃO DE PROJETOS

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Scrum
De acordo com Sutherland (2019), o Scrum teve origem na informática, mas é utilizado em diferentes áreas com o
foco na autonomia. Equipes Scrum têm regras simples de trabalho, e isso permite que elas se autogerenciem,
aprendam por conta própria e aperfeiçoem a forma como trabalham, sem controle centralizado. É possível observar
e consertar as tarefas em tempo real; basicamente, as tarefas devem ser divididas em três colunas de post-it: a
primeira coluna com a lista de tarefas a serem feitas, a segunda com as tarefas em andamento e a última com as
tarefas que foram executadas. A essência do Scrum é criar estratégia para alcançar o objetivo.

Kanban

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Como mostra Anderson (2022), o Kanban tem como objetivo acelerar a entrega do trabalho e aumentar a satisfação
do cliente. Kanban é um método audiovisual, permitindo que todo mundo saiba o que cada um está fazendo no

projeto; além disso, todos os processos e reuniões devem promover melhorias contínuas; o ritmo não pode ser
desenfreado, cada um deve olhar para cada etapa com calma e todas as pessoas são ouvidas. Um quadro Kanban é
uma peça importante para a metodologia; em resumo, ele é um quadro em branco que pode ser físico ou digital,
dividido em colunas e listas, e cada coluna deve representar uma etapa do processo. Fazer > fazendo > feito. 

Sprint
Para Knapp e Kowitz (2017), o Sprint tem por objetivo evitar desgastes e custos desnecessários com a criação de um
novo produto, pois é possível validar uma ideia antes de desenvolvê-la. Essa metodologia permite que a empresa
crie e teste um protótipo e receba o feedback do usuário em cinco dias; aliás, em cada dia da semana deve
acontecer uma atividade, a sugestão é que, na segunda-feira, seja feito o mapeamento do problema; na terça-feira,
o esboço, no papel, das soluções existentes no mercado; na quarta-feira, que sejam tomadas as decisões difíceis e
decididas as ideias que serão testadas; na quinta-feira, que se construa um protótipo realista; e, na sexta-feira, que
se teste o protótipo com humanos.

Essas três metodologias ágeis são similares, mas cada uma traz sua singularidade, logo, o empreendedor deve optar por
aquela que melhor se adapta à realidade do seu negócio, ao seu perfil e ao perfil das pessoas envolvidas. 

VIDEOAULA

Olá, estudante.

Neste vídeo, falaremos sobre os padrões de modelos de negócios e o Canvas como modelagem de negócios; você conhecerá
os novos blocos que compõem o Canvas e como elaborar cada um desses blocos de maneira dinâmica e com a participação
de todos os envolvidos, bem como verá como os novos modelos de negócios exigem que o empreendedor opte por utilizar
metodologias ágeis para o acompanhamento desse projeto que surge a partir da ideação.

Vamos conhecer essas metodologias?

Videoaula

Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

 Saiba mais
A metodologia ágil oferece ferramentas para que o empreendedor faça a gestão de projetos com menor esforço, menos
custo, menos tempo e com maior qualidade. Se você ficou curioso e pretende se aprofundar nessa metodologia, leia o
livro Agile think canvas: como inovar e criar negócios sustentáveis para obter melhores resultados e minimizar riscos

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com o uso de métodos visuais e ágeis em seus projetos, de André Vidal. O autor apresenta diversas maneiras de colocar
a gestão de projetos ágeis em prática. 

Aula 4

EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO: DESAFIOS E ALGUNS


POSSÍVEIS CAMINHOS
Nesta aula, estudaremos os desafios mais encontrados no negócio inovador e como encontrar caminhos para
contorná-los e alcançar um crescimento exponencial; além disso, você verá como criar um ambiente que propicie a
inovação e que se torne cultura.
43 minutos

INTRODUÇÃO

Olá, estudante.

Já vimos os diferentes padrões de negócios apresentados no mercado; abordamos, também, que o Canvas como modelagem
de negócios é uma ferramenta que pode auxiliar o empreendedor na construção do próprio modelo de negócio, por ser
simples, visual e adaptável. Aqui, estudaremos os desafios mais encontrados no negócio inovador e como encontrar
caminhos para contorná-los e alcançar um crescimento exponencial; além disso, você verá como criar um ambiente que
propicie a inovação e que se torne cultura. Aliás, inovar não é inventar, e existem muitos mitos que devemos eliminar para
criar essa cultura de inovação.

Estão prontos para os desafios? 

CAMINHOS DA INOVAÇÃO

Vimos que o Canvas como modelagem de negócios é uma ferramenta importante para a construção do modelo do negócio;
analisamos, também, os padrões de modelos de negócios que mais se repetem no mercado e como o empreendedor pode
se inspirar nesses padrões para elaborar o próprio negócio; além disso, foi apresentado para você três metodologias ágeis
que facilitam a gestão de cada projeto, tornando o processo de gerenciamento rápido, prático, com redução de custo e
tempo.

Nesta aula, abordaremos os desafios de empreender em um negócio inovador e como encontrar caminhos possíveis. É visto
que o empreendedor encontra diversos desafios durante sua jornada, no entanto, esses desafios precisam ser analisados
estrategicamente. De acordo com Spina (2015), os principais desafios enfrentados pelo empreendedor são:

Não conseguir viabilizar o desenvolvimento do produto por restrições tecnológicas, falta de recursos humanos ou
materiais, logo, é preciso ter claro, nessa fase, o que deverá ser feito para contornar esse desafio. Perguntas possíveis:

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quais recursos serão necessários? Como regulamentar esse produto? Qual valor de investimento?

 Modelo de negócio que não atende às necessidades do mercado ou gera receitas que não são o bastante para viabilizar
o negócio ou, ainda, problemas de mudanças no mercado que alteram diretamente esse modelo. Deve ser feita uma
avaliação de aceitação junto ao mercado em relação à solução ofertada. Uma pergunta a ser feita: esse cliente
compraria o produto?

Problemas na execução ou entrega que, comumente, são problemas de gestão de qualidade e de falta de recursos,
sejam eles humanos, sejam materiais ou falta de competência. Para contorná-los, é preciso conhecer a capacidade dos
recursos humanos que estão envolvidos no negócio, assim como os recursos materiais.

Todos os negócios apresentam desafios e riscos, e eles não precisam ser vistos como empecilhos para empreender, porém é
essencial saber quais desafios são e definir estratégias para cercá-los. Os riscos apresentados podem ser internos ou
externos ao negócio, e, para diminuí-los, o empreendedor deve elaborar um bom planejamento estratégico, com estudos e
previsões desses riscos, para avaliar quais deles são impeditivos para seguir com o projeto.

Negócios inovadores podem apresentar mais riscos se comparados com os negócios tradicionais, no entanto, são negócios
disruptivos, que promovem mudanças significativas no comportamento das pessoas e no mundo, e quando se tem
disciplina, crescem exponencialmente.

Para Keeley, Pikkel e Quinn (2015), a inovação quase nunca fracassa pela falta de criatividade, e isso acontece, na maioria das
vezes, pela falta de disciplina. O inovador não é aquele que inventa algo novo e, sim, aquele que consegue analisar, de
maneira sistêmica, todo o negócio e busca, incessantemente, solucionar um problema que é apresentado. De acordo com
estudos, há dez padrões nos tipos de inovação, e cada grupo está relacionado a um objetivo: quatro estão relacionados à
configuração do negócio (modelo de lucro, rede, estrutura e processos), dois relacionados à oferta (modelo de negócio e
plataforma) e quatro relacionados à experiência (serviços, canal, marca e envolvimento).

Para inovar, é preciso estimular o ambiente inovador, e inovação não existe sem cultura, e cultura está totalmente
relacionada às pessoas. Para estimular a cultura de inovação, as pessoas precisam ter segurança psicológica, ou seja, todos
devem ter o mesmo espaço, ter liberdade para experimentos, assim como metodologias e processos para desenvolver as
novas ideias.

DISCIPLINA NO PROCESSO DE INOVAÇÃO

Vimos que inovar é diferente de inventar; o empreendedor não deve criar um problema para, então, solucioná-lo, mas deve
ter o foco em solucionar os problemas já existentes. Para isso, o empreendedor deve olhar para dentro e para fora, uma
visão moderna se comparada aos negócios de administração convencional.

Como mostra Barreto (2021), as empresas da nova economia encontram menos barreiras de entrada e buscam a ampliação
dos recursos disponíveis para a construção de novas ideias, aliado a isso, os novos negócios apresentam gestão moderna
que confrontam com as empresas tradicionais.

Nas novas configurações das empresas, há a descentralização do poder com a gestão horizontal e a informalidade das
relações de trabalho; se, nas empresas tradicionais, os cargos estão relacionados ao status e poder, nas empresas
inovadoras, os cargos e talentos não são engessados e não existem privilégios. As diferenças são nítidas até na vestimenta,

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em que não é exigido que se use paletó e gravata, no entanto, o empreendedor não pode ficar preso à visão romântica de
que o negócio inovador tem apenas o lado bom e que não enfrenta problemas e desafios.

De acordo com Keeley, Pikkel, Quinn (2015), a inovação deve ser um processo contínuo para que seja sustentável, mas a falta
de metodologia e metas afasta os negócios inovadores de alcançarem o crescimento almejado.

Existe alguns processos para que o empreendedor sustente um negócio inovador, são eles: ter capacidade de inovação
repetida; ter um setor ou uma pessoa responsável pela inovação para acompanhar todo o processo; estabelecer métricas e
ter claro onde se quer chegar, o líder deve estar totalmente alinhado com a intenção de inovar e transmitir essa mensagem
para toda equipe. Portanto, quanto mais técnicas inovadoras forem utilizadas, maiores serão as chances de o
empreendimento inovador ser bem-sucedido.

Como mostra Keeley, Pikkel, Quinn (2015), os empreendedores abandonam os processos inovadores e, como consequência,
fracassam em seus projetos.

Para inovar, é preciso:

Definir as fronteiras analisando quais empresas irá estudar.

Ser objetivo com o que se quer, e isso deve estar claro para todos os envolvidos.

Examinar várias fontes e que essas análises sejam abrangentes, uma vez que o negócio inovador exige muitas
pesquisas.

Avaliar os resultados por meio de métricas, para visualizar o retorno do investimento.

Identificar as forças de mudanças e enxergar oportunidades.

Ser visionário para trazer o futuro para o presente.

Jim Collins (2018) mostra que, para que um negócio alcance um desempenho sustentável, é preciso ter pessoas, pensamento
e ações disciplinados, assim sendo, é imprescindível ter métricas e processos. O empreendedor deve promover a ruptura dos
padrões por meio do pensamento disciplinado, em que ele analisa a situação com uma visão clara e real do que acontece,
reconhecendo o problema existente e para que se mantenha focado na solução junto à equipe. Todos precisam visualizar os
problemas existentes, para que a disrupção aconteça.  

O ALCANCE DO CRESCIMENTO EXPONENCIAL

Anteriormente, estudamos a importância dos processos na inovação para tornar o negócio sustentável, e, para que isso
ocorra, é necessário que toda a equipe consiga visualizar os erros, para que, juntos, busquem sistematicamente a solução.
Esse caminho precisa ser seguido pelo empreendedor, que almeja tornar o negócio disruptivo.

Um negócio disruptivo pode ser entendido, como todo negócio que rompe um processo ou uma ideia existente, e esse
negócio tem a capacidade de criar soluções que mudam a maneira como as pessoas se comportam, como elas passam a
consumir algo ou como mudam suas rotinas a partir dessa solução apresentada. Ser disruptivo é ser inovador, e negócios
disruptivos têm maior capacidade de crescimento exponencial, ou seja, eles conseguem crescer várias vezes.

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De acordo com Ries (2019), o crescimento exponencial é um crescimento viral, e ele também é alimentado por um ciclo de
feedback, chamado de clico viral. A velocidade desse crescimento é medida pelo coeficiente viral, quanto maior for esse

coeficiente, mais rápido esse produto viralizará. O empreendedor deve analisar quantos novos clientes um único cliente vai
trazer para o negócio. Um ciclo viral com coeficiente maior que 1 (um) mostra que o crescimento será exponencial, pois cada
cliente vai trazer mais que um novo cliente.

A partir do momento que a startup encontra um grande grupo de clientes que se identifica com o seu produto, ela alcança o
market fit, e isso pode torná-la escalável. Uma startup escalável é aquela que consegue aumentar significantemente o
número de clientes e de faturamento, sem que os custos aumentem em paridade. Encontrar essas empresas escaláveis é o
maior objetivo de um investidor anjo, pois, mesmo que o negócio apresente alto risco, o retorno é muito maior que o de
investir em empresas tradicionais. Negócios tradicionais encontram dificuldades em crescer em escala, visto que, para cada
aumento de faturamento, há o aumento de seus custos operacionais ou com produtos, o que não aumenta seus lucros de
maneira expressiva, ao contrário do que acontece com as startups escaláveis, que, ao crescerem, aumentam o lucro do valor
investido para os investidores.

Para Ries (2019), o mercado tradicional acredita que, quando os negócios se tornam maiores, perdem, automaticamente, a
capacidade de inovar e a capacidade de crescer, no entanto, quando crescem, as startups podem se organizar para
conseguir equilibrar as necessidades dos clientes existentes com os desafios e novos problemas apresentados, explorando
novos modelos de negócios, tudo simultaneamente, mas, para isso, as equipes de startups devem ter o apoio da liderança.

O desafio do empreendedor será, então, buscar o crescimento escalável e sustentável, ao mesmo tempo que mantém o
processo de inovação interno, para que sua equipe busque, constantemente, soluções para os novos problemas, sem deixar
de lado os projetos que estão em andamento. A velocidade de adaptação do negócio é um dos pontos mais importantes em
um negócio de inovação, uma vez que, quanto mais rápido o negócio conseguir analisar a necessidade de uma nova solução
para um problema, criar o MVP (mínimo produto viável), testá-lo e aprender com esse processo, mais ela terá chance de
manter o seu crescimento em escala.

VIDEOAULA

Olá, estudante.

No vídeo, discutiremos os desafios encontrados pelo empreendedor que segue o modelo de negócio de inovação;
abordaremos, também, os caminhos possíveis a serem trilhados perante esses desafios; você verá como é importante
manter um processo de inovação, com metas e métricas objetivas, e que, para isso, é necessário ter disciplina; além disso,
você poderá observar que é possível manter um crescimento sustentável enquanto se analisa novos problemas e testa novas
soluções.

Vamos lá? 

Videoaula

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 Saiba mais
 Para você que quer saber mais sobre a definição de startup e compreender quais são os fatores que determinam se o
negócio é ou não uma startup, leia o livro Para Compreender as Startups, de Cleyson de Moraes Mello, José R. M. de
Almeida Neto e Regina P. Petrilho. Nesse livro, os autores explicam todos os conceitos e as características relacionados
às startups, além das palavras e dos termos mais utilizados, bem como as obrigações legais quando se segue um
modelo de negócio disruptivo.

Entrevista

Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

REFERÊNCIAS
3 minutos

Aula 1

KRZNARIC, R. O poder da empatia: a arte de se colocar no lugar do outro para transformar o mundo. Rio de Janeiro: Zahar,
2014.

RIES, E. A Startup enxuta: como usar a inovação contínua para criar negócios radicalmente bem-sucedidos. Rio de Janeiro:
Sextante, 2019.

WEINBERG, G.; MARES, J. Tração: domine os dezenove canais que uma startup usa para atingir aumento exponencial de sua
base de clientes. Rio de Janeiro: Alta Books, 2015.

WOMACK, J. P.; JONES, D. T.; ROOS, D. A máquina que mudou o mundo: a arma secreta do Japão, da produção em massa
para a produção enxuta, a segunda revolução automobilística. Rio de Janeiro: Campus, 2004.

Aula 2

FILHO, A. I. L. Fontes de recursos para startups de base tecnológica e meios de viabilização do negócio. 2010.
Monografia (Graduação em Ciência da Computação) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2010.

FILHO, J. C. F. de A. et al. Finanças corporativa. Rio de Janeiro: FGV, 2012.

GONÇALVES, S. C. A. Da ideia ao plano de negócios. [S. l.]: Contentus, 2021.

SPINA, C. A. Investidor anjo: como conseguir investidores para seu negócio. São Paulo: nVersos. 2015.

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Aula 3

 ANDERSON, D. J. Kanban: mudança evolucionária de sucesso para seu negócio de tecnologia. [S. l.]: Blue Hole Press, 2022.

BROWN, T. Design thinking: uma metodologia poderosa para decretar o fim das velhas ideias. Rio de Janeiro: Alta Books.
2020.

KNAPP, J.; KOWITZ, B. Sprint: o método usado no google para testar e aplicar novas ideias em apenas cinco dias. Rio de
Janeiro: Intrínseca, 2017.

OSTERWALDER, A.; PIGNEUR, Y. Business model generation: inovação em modelos de negócios. Rio de Janeiro: Alta Books,
2011.

SUTHERLAND, J. Scrum: a arte de fazer o dobro do trabalho na metade do tempo. Rio de Janeiro: Sextante, 2019.

Aula 4

BARRETO, D. Nova economia: entenda por que o perfil empreendedor está engolindo o empresário tradicional brasileiro.
Caieiras: Editora Gente, 2021.

COLLINS, J. Empresas feitas para vencer: por que algumas empresas alcançam excelência e outras não. Rio de Janeiro: Alta
Books, 2018.

KEELEY, L.; PIKKEL, R.; QUINN, B. Dez tipos de inovação: a disciplina de criação de avanços de ruptura. São Paulo: DVS, 2015.

RIES, E. A startup enxuta: como usar a inovação contínua para criar negócios radicalmente bem-sucedidos. Rio de Janeiro:
Sextante. 2019.

SPINA, A. C. Investidor anjo: como conseguir investidores para seu negócio. São Paulo: nVersos, 2015.

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