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MARKETING DE
RELACIONAMENTO
AULA 6
CONTEXTUALIZANDO
Olá Aluno! Você já aprendeu que os relacionamentos são importantes,
certo? E como devem ser estes relacionamentos? Veja um exemplo positivo
(Figura 1) ocorrido com uma usuária do Netflix, que postou o seguinte comentário
no Facebook:
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PESQUISE
https://www.terra.com.br/economia/videos/consumidor-tem-dia-de-furia-
em-loja-de-sao-paulo,476418.html
Portanto, como Prado et al. (2013 p.3), citando Butcher et al. (2002),
afirmam que as transgressões
[...] não ocorrem somente no nível individual da relação entre empresa
e consumidor. Isto porque os demais consumidores, considerados
terceiros, utilizam os eventos entre empresa e outros consumidores
como fonte de informação para inferências.
Por exemplo, creio que você antes de comprar um bem de maior valor dá
uma olhadinha em sites de reclamações ou nas opiniões de pessoas que já
compraram o produto, certo? Se tiverem muitas pessoas reclamando,
provavelmente você também não comprará.
Fonte: <https://www.reclameaqui.com.br/ranking/>.
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buscar a chamada “recuperação do serviço” da seguinte maneira (LAS CASAS,
2009):
Agir depressa;
Considerar a compensação;
Leitura obrigatória
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Larentis (2009) afirma que primeiramente é necessário saber se os
clientes estão satisfeitos e depois se eles são leais. Também é importante saber
calcular o valor do cliente para empresa e qual o retorno dos relacionamentos a
partir dos investimentos e despesas. Um dos métodos para calcular isso é o CLV
(Customer Lifetime Value), nosso próximo tema. Então, agora vamos focar
apenas na mensuração da satisfação e da lealdade.
Alguns autores defendem que satisfação deve ser medida como indicador
do desempenho de ações de marketing de relacionamento. Por exemplo, Vavra
(1993) afirma que a satisfação é um dos principais objetivos de ações de
marketing de relacionamento juntamente com a fidelização do cliente e que deve
ser constantemente avaliada.
No entanto, Gordon (1998 apud KLEIN, 2009 p. 62) lembra que “não se
deve medir somente a satisfação, pois o consumidor pode estar satisfeito com a
marca estudada, mas estar ainda mais satisfeito com o concorrente e, por isso,
não se mostrar fiel”. Você lembra que vimos isso no tema 4 da nossa primeira
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aula: existem clientes satisfeitos, mas que não são leais como os chamados de
mercenários – clientes satisfeitos, mas que não possuem vínculo emocional com
a empresa (não são leais) e podem mudar facilmente por promoções ou preço
mais baixos.
E você pode confirmar que essa afirmação faz sentido, pois como você
viu no tema 3 da aula 2, segundo Kotler (1998), a conquista de novos clientes
pode custar de cinco a sete vezes mais do que a satisfação e retenção dos
clientes atuais. Para medir a fidelidade, algumas pessoas sugerem medir o
índice de recompra, porém, como você também já aprendeu
(tema 3 da aula 2), um alto índice de retenção nem sempre significa fidelidade.
Por exemplo, em situações de monopólio, preço mais baixo ou, simplesmente
por inércia. Ou seja, “o cliente pode realizar repetidas compras à empresa e não
lhe ser verdadeiramente fiel” (MIRANDA, 2007 p.14).
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Saiba mais
http://www.valor.com.br/empresas/4657637/oi-quer-elevar-de-4-para-20-
fatia-de-compras-por-canal-digital
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1 no tema 5, a empresa não deve manter relacionamentos com todos os clientes,
pois os custos seriam muito altos. É preciso identificar aqueles que são fiéis e
implementar a filosofia de negócio de recompensar os clientes certos
(MIRANDA, 2007 p.54). Em alguns casos, as entradas geradas pelo cliente são
insuficientes para cobrir os custos fixos de atendê-lo
(BARRETO, 2007).
Lifetime value = S * T* Y (1 + R* C)
Com esse cálculo, a empresa passa a saber exatamente quanto vale cada
cliente e, portanto, qual a quantia exata pode gastar para adquirir este cliente,
pois o CLV estabelece um limite máximo de gastos para a aquisição de novas
contas. Por exemplo, se o CLV do cliente é 100, o ideal é que a empresa gaste
no máximo essa quantia para adquiri-lo. Se custar à empresa 90 para adquirir o
cliente, a empresa aumentará o valor em 10. Porém, se custar 110, a empresa
deve decidir não o adquirir.
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Número de repetição de operações “R”;
CVL= S x R x T
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cigarros, bebidas e armas; usam propagandas ofensivas ou que apelam para
pornografia (LAI, 1998).
Saiba mais
Veja essa reportagem, a qual diz que a maioria dos brasileiros não confia
nas informações sobre os impactos ambientais dadas pelas nossas empresas:
http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/blog-do-
planeta/noticia/2016/07/consumidor-brasileiro-nao-confia-nas-informacoes-
ambientais-das-empresas.html
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da organização para produzir o clima ético desejado. Essa mudança na cultura
envolve um reconhecimento de um acordo social entre a empresa e a sociedade.
Veja o exemplo abaixo de uma notícia que saiu no jornal Valor Econômico
em março de 2016:
http://www.valor.com.br/empresas/4493502/nestle-garoto-e-lacta-sao-
autuadas-por-ovo-de-pascoa-menor
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marketing é a mais sujeita a questionamentos éticos, principalmente devido à
sua maior visibilidade. Inclusive as práticas de marketing são alvo de críticas há
algum tempo, visto que elas são muitas vezes relacionadas às atividades de
vendas ou simples propaganda (D’ANGELO, 2003).
Fonsêca et al. (2007), citando Levitt (1986), afirmam que estamos na “era
da ética”, em que justificar moralmente as ações empresarias se tornou um dos
pilares no desenvolvimento de relacionamento com os consumidores. Ou seja,
se uma empresa quer criar e manter relacionamentos, ela terá que levar em
conta as questões éticas que envolvem seus atos e também preocupar-se com
a responsabilidade social, promovendo ações que contribuam para sociedade
no geral. Portanto, o marketing de relacionamento deve adotar uma nova
postura, pois, ao seguir as antigas, pode perder não só oportunidades, mas
também comprometer a reputação da própria marca (GUTIERREZ, 2016).
Saiba mais
http://g1.globo.com/economia/midia-e-marketing/noticia/2016/06/com-ou-
sem-armacao-heineken-e-reclame-aqui-abrem-polemica-na-web.html
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o relacionamento com elas também. Por exemplo, ter diversos canais de
relacionamento para que o cliente escolha o mais adequado para ele. Enfim, é
preciso conhecer bem seus clientes, suas características
(ALVES et al., 2014).
Leitura obrigatória
Cocriação: empresas que querem criar valor junto com seus clientes. Por
exemplo, a Heineken constantemente pede ideias para seus consumidores (já
vimos isso no tema 2 da aula 3).
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Saiba mais
Vá até seu livro-texto base e leia as páginas 202 e 203 e aprenda uma
técnica simples e divertida de conhecer melhor seus clientes.
Leitura obrigatória
Nas páginas 208, 209 e 210 de seu livro-texto base são apresentadas as
sete etapas necessárias que você deve seguir para construir um plano de
marketing de relacionamento. Essas etapas englobam as principais variáveis
envolvidas no processo, como características da empresa, dos funcionários, do
mercado, dos concorrentes e dos clientes.
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TROCANDO IDEIAS
Olá aluno! Por favor, leia o artigo no link a seguir e participe de um fórum
com seus colegas para discutir possíveis razões do porquê de tantas
empresas usarem erroneamente o conceito de marketing de
relacionamento e importunarem seus clientes ou potenciais clientes:
https://www.mundodomarketing.com.br/artigos/leonardo-barci/36474/quando-o-
cliente-diz-nao-me-incomoda.html
NA PRÁTICA
Agora você irá testar os conhecimentos adquiridos! Baseado no nosso
livro-texto “Marketing de Relacionamento”, de Alves et al. (2014), e também
nos conteúdos transmitidos ao longo da disciplina, elabore um
“miniplano” de marketing de relacionamento. Lembre-se que, apesar de
sucinto, ele deve ser composto pelos 7 passos (capítulo 5 do livro Base, p.
208). Para fazê-lo, utilize como inspiração a empresa que você trabalha
ou já trabalhou. Ou ainda, se você quer ser (ou já é) um
empreendedor, que tal fazer o plano de sua própria empresa? Portanto
capriche! Esse plano pode ser útil para você mesmo ou para a empresa na
qual trabalha.
SÍNTESE
Fechamos nossa última aula! Nela você aprendeu o que são
transgressões e como elas podem ser prejudicais aos relacionamentos.
Também entendeu a importância das medidas de desempenho, pois de nada
adianta ter uma boa estratégia e implementá-la se você não sabe se ela
funcionou! Além disso, teve noções de outro importante cálculo para as
empresas: o CLV - Customer Lifetime Value. E depois de tantos
conhecimentos adquiridos, percebeu que eles não serão válidos se as
empresas não se preocuparem com as questões de ética e de
responsabilidade social. E, finalizando, aprendeu na prática a elaborar um
plano de marketing de relacionamento. Mas agora, quero retomar aquele
questionamento inicial do caso da Netflix. Você chegou a uma conclusão do
porque o post da cliente teve tanta repercussão nas redes sociais? Raciocine
comigo: ele repercutiu porque mostrava o que é um bom e verdadeiro
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relacionamento com cliente! Simples assim! O absurdo é que, nos dias atuais, a
construção desse tipo de relacionamento é tão raro que quando acontece vira
notícia. Triste isso, não? Deveria ser ao contrário! Mas agora que você já é
capaz de dar seus primeiros passos no desenvolvimento de estratégias de
marketing de relacionamento, a responsabilidade de mudar esta situação
também está um pouco em suas mãos. No mais, o que eu posso desejar é boa
sorte em sua nova jornada!
REFERÊNCIAS
AAKER, J., FOURNIER, S., & BRASEL, S. A. When good brands do bad.
Journal of Consumer Research. 31(3), 1-16, 2004.
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FONSÊCA, F. R. B., & Souza Neto, A. F. De. A Ética em Marketing
Aplicada no Relacionamento Marca-Consumidor. XXXI Encontro Da Anpad p.
1–16, 2007.
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MICHAELIS. Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa. Disponível
em: < http://michaelis.uol.com.br/busca?id=2abL2>. Acesso em: 29 jun. 2016.
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